segunda-feira, março 17, 2014

Os erros que se cometem nas Mesquitas, à Sexta-feira, e a Importância deste dia

M. Yiossuf Adamgy 

Este dia de grande importância é motivo de alegria para os muçulmanos, pois Sexta-feira (Jummah) é um dia assinalado no Islão.

Deus elegeu àqueles que são submissos à vontade d’Ele como Seu povo acima dos demais, favorecendo-o com inúmeras virtudes, entre as quais, ao enviar-lhe o selo dos Mensageiros e ao revelar-lhe o mais grandioso dos Livros que, com a sua legislação, o converteu no melhor que surgira para a humanidade.

Outra das particularidades concedidas ao povo islâmico é a importância dada à Sexta-feira por ser o mais grandioso de todos os dias, pois foi nesse dia que tiveram lugar alguns dos acontecimentos históricos mais importantes, tanto a nível da criação como no plano religioso.

Abu Hurairah (r.a.) relatou que o último Mensageiro de Deus, Muhammad (s.a.w.) disse: “O melhor dia em que o sol nasce é a Sexta-feira; nesse dia foi criado Adão (a.s.); foi numa Sexta-feira que ele (Adão) ingressou no Paraíso e também foi numa Sexta-feira que dele foi expulso”. Muslim, noutra versão, acrescenta: “E o Dia do Juízo Final terá lugar numa Sexta-feira”.

O Mensageiro de Deus (paz esteja com ele) disse: “Quando o servo toma banho à Sexta-feira, a seguir dirige-se, cedo, para a Mesquita, senta-se perto do Imame, ouve em silêncio, Deus regista-o, para cada passo, como ter jejuado e orado à noite durante um ano”.

O Profeta (s.a.w.) também disse: “Rezar à Sexta-feira e até à Sexta-feira seguinte é um motivo de expiação pelos erros cometidos entre ambas as orações, contanto que não se tenha cometido nenhum pecado grave”.

O Profeta (s.a.w.), noutra ocasião, disse o seguinte: “Àquele que, à Sexta-feira, realiza correctamente a ablução, vai à Mesquita e presta atenção ao Sermão (Khutba) em silêncio, são-lhe perdoados os erros cometidos entre essa Sexta-feira e a Sexta-feira an-terior, mais durante três dias. Mas aquele que reali-zar outra acção, até mesmo apanhar uma pequena pedra do chão (durante a Khutba), terá perdido tal recompensa” (Muslim).

Irmãos, este dia de grande importância é motivo de alegria para nós, pelo que devemos aprender os preceitos e as virtudes relacionados com a oração da Sexta-feira, para que não percamos as suas bênçãos.

Entre os erros cometidos, por vezes, à Sexta-feira nas Mesquitas, podemos mencionar os seguintes:

1 - É um erro diminuir a importância da oração da Sexta-feira na comunidade, pois Deus prescreveu como sendo obrigatória dizendo: “Ó vós que credes! Quando se chama para a oração da Sexta-feira, ide, depressa, para a recordação de Allah, e abandonai os vossos ofícios, pois, isto é o melhor para vós. Se soubésseis!” (Sagrado Alcorão, 62:10).

2 - É um erro chegar sempre tarde para a oração ou demorar-se até ela começar, pois isso representa uma perda lamentável já que o objectivo da oração da Sexta-feira é que se possa assistir à Khutba, desde o início. O Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) exortou para que chegas-sem cedo, dizendo: “Aquele que toma banho à Sexta-feira, se dirige cedo para a Mesquita caminhando, se senta perto do Imame prestando atenção e não se distraindo, terá uma recompensa por cada passo como ter jejuado e orado à noite, durante um ano”. Disse ainda: “Quando chega a Sexta-feira, os anjos param à porta da Mesquita e registam cada pessoa que vai chegando. Ao que chega cedo, registam-no como aquele que se sacrificou e deu, de caridade, um camelo, a seguir uma vaca, depois um cordeiro, de seguida uma galinha, e depois um ovo, e quando o Imame sobe ao púlpito encerram os registos e prestam atenção à Khutba”.

3 - É um erro não tomar banho à Sexta-feira. O Profeta (s.a.w.) disse: “O banho da Sexta-feira é um dever para todos os muçulmanos a partir da puberdade”. E disse tam-bém: “À Sexta-feira, tomai banho”.

4 - É um erro não se preocupar com a aparência, negligenciando as vestes. Abdullah ibn Salam narrou que o Profeta (s.a.w.) disse: “É preferível mudar de roupa e não ir para a oração da Sexta-feira com a roupa de trabalho.”

5 - É um erro grave falar durante a Khutba, visto que manter silêncio é uma ordem de Deus; distrair-se com qualquer outra coisa como, por exemplo, usar o rosário, olhar para as horas ou, inclusive, palitar os dentes, pois, tudo isto está incluído nas palavras do Profeta (s.a.w.): “Mas aquele que, durante a Khutba, realiza outra acção, inclusive apanhar uma pequena pedra do chão, terá perdido tal recompensa”. Disse também: “Aquele que vir outra pessoa falar enquanto o Imame está a recitar a khutba e lhe disser para se calar, terá, também ele, perdido a recompensa da oração da Sexta-feira”. Também perde a recompensa aquele que recita ou lê a tradução ou faz outra coisa em vez de prestar atenção, em silêncio.

6 - Também é um erro, quando se entra na Mesquita e, se está a realizar-se a chamada para a oração, esperar que esta termine; o correcto é realizar, de imediato, dois ciclos de oração porque é um dever a saudação à mesquita e ouvir a Khutba, ao passo que ouvir a chamada para a oração é uma tradição.

7 - É um erro não comparecer à oração da Sexta-feira, sem uma razão válida. O Mensageiro de Deus (s.a.w.) disse: “É preferível que cesseis de minimizar a sua importância e de abandonar a oração da Sexta-feira ou Allah selará os vossos corações e, então, fareis parte dos negligentes”. Também disse: “Àquele que ouve o apelo para a oração da Sexta-feira e não for à Mesquita, nem na Sexta-feira a seguir, nem na Sexta-feira a seguir a esta, Allah selará o seu coração co-mo o de um hipócrita”. Portanto, àquele que negligen-cia a oração três Sextas-feiras seguidas, Deus selará o seu coração.

NOTA: Há quem deixe os telemóveis ligados e recebem chamadas; nem vale a pena referir o quanto isso incomoda os outros e contunde com os preceitos relacionados com a oração da Sexta-feira, para que não percamos as suas bênçãos. 

Que Deus nos abençoe com o Grandioso Alcorão e nos guie para que O temamos como Ele merece.

Que Deus nos ilumine e nos perdoe os nossos pecados. E Ele é Indulgente, Misericordioso. 

JUMMAH MUBARAK

Obrigado, boas leituras.

M. Yiossuf Adamgy

27/02/2014 - alfurqan04@yahoo.com

A L M A D I N A - TODOS ACABAREMOS ASSIM!

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 10.03.2014

De fato, a todos os longevos, um tempo virá em que serão despojados de tudo o que tiverem acumulado. 

A boa aparência e força que tinham quando jovens poderá ser substituída por uma bomba de asmáticos e por um lenço manchado e enrugado. Quando ainda jovens, dos seus corpos tinham um odor agradável, exalando a fragrância de perfumes e desodorizantes caros, mas depois passam a exalar o odor de bálsamos, vicks e outras pomadas.

As pernas possantes que outrora sustinham um corpo atlético, que corriam em maratonas, passam a ser não mais do que um meio de locomoção que os leva do quarto ou da sala para a casa de banho, e por vezes com muitas dificildades de lá chegar. Os cabelos, de pretos passam a ser brancos, e a moda de cortes estilosos de cabelo é substituída por algo parecido com o ovo de uma avestruz. Até mesmo os dentes que refulgiam quando sorriam, são substituídos por uma dentadura que é colocada num copo quando à noite vão dormir.

Os nossos filhos também nos deixam e vão cuidar das suas vidas. De facto, quando olhamos para fotografias antigas, é difícil de acreditar que sejamos os mesmos.

Ai, quão cruel é a vida ao transformar um corpo perfeitamente esculpido num pesadelo de um artista!

Outrora fomos fortes e tínhamos músculos que até exibíamos, julgando que éramos todos-poderosos, ameaçando tudo e todos. E como é que acabamos por parar numa situação que ninguém deseja?

O Al-Qur’án tem, no Cap. 30, Vers. 54, uma resposta para isso:

“Foi Deus Quem vos criou fracos, e após a fraqueza deu-vos força e depois, após a força, deu-vos a fraqueza e os cabelos brancos. Ele cria o que quer, pois é Omnisciente e Omnipresente”.

Ninguém gosta da velhice, de perder o vigor, a força enfim, tudo de bom que tinha, e ser substituído por fraqueza, doenças e marginalização. Os cientistas até hoje procuram, de forma incansável, eliminar o gene que provoca a velhice, mas em vão. Isso indica que há uma força por detrás de tudo, força essa que não vemos, mas sentimos. E os fenómenos à nossa volta foram colocados para nos recordar esses factos, mas infelizmente olhamo-los sempre, mas sem que tiremos nenhuma lição. 

Olhemos por exemplo para a Lua. Todos os meses ela nasce, com a parte visível muito fina. Vai crescendo até se transformar em Lua Cheia, brilhante e radiante, mas depois desaparece.

Olhemos para o Sol. Diariamente ele nasce, vai aquecendo à medida que vai subindo no firmamento, ao mesmo tempo que o seu fulgor também aumenta até ao zénite. Depois começa o seu declínio até se pôr e desaparecer no horizonte.

Olhemos para as árvores a florirem e a darem frutos, que inicialmente são pequenos e verdes, e depois crescem e amadurecem, caindo finalmente. 

Nós também nascemos pequenos e fracos. Depois crescemos, ficamos fortes, e depois, finalmente perdemos as forças e o brilho, e ficamos velhos com os cabelos brancos.

Esta é a regra geral e a tradição de Deus, e nunca encontraremos alteração alguma na Sua criação.

Isso é também uma maneira de dissipar as dúvidas a cerca da ressurreição, assim como diz o Al-Qur’án no Cap. 22, Vers. 5 – 6 – 7:

Ó Homens! Se estais em dúvida a cerca da ressurreição, por certo, Nós vos criamos de pó, em seguida de uma gota de esperma, depois de sangue coagulado, depois de um pedaço de carne com forma ou sem forma, para vos mostrar o Nosso Poder. E deixamos ficar nos úteros (das mães) o que queremos, até um termo designado. Depois fazemos-vos sair como criancinhas para depois atingirdes vossa força plena. E entre vós há os que morrem jovens. E de entre vós há os que são levados até à mais abjecta idade de vida, para nada mais saber, após terem sabido (muita coisa). E tu vês a terra seca, mas logo que Nós fazemos cair a água sobre ela, move-se e cresce fazendo germinar todas as espécies de boa vegetação. Tudo isso porque Deus é a própria verdade e porque Ele dá vida aos mortos e porque Ele tem poder sobre todas as coisas. E porque a hora (da ressurreição) está prestes a chegar – não há dúvida alguma a esse respeito – e porque Deus ressuscitará os que estão nos túmulos”.

Nunca podemos esquecer estes factos da vida. Tudo está a mudar, nós e tudo à nossa volta. 

Houve tempos em que éramos jovens arrogantes, irreverentes. Tínhamos tudo, incluindo meninas belas e jovens à nossa volta, caindo aos nossos pés, mas agora ninguém olha para nós. O que é que mudou? Não somos a mesma pessoa? Mesmo vendo tudo isso, há gente que não se convence. Todos esforçam-se para mudar o Mundo, mas ninguém pensa em mudar-se a si próprio. 

Deste Mundo não vamos levar nada senão as boas obras que praticamos, pois tudo o resto ficará para trás. Quer queiramos ou não, um dia chegaremos a esse estado.

Consta que certa vez um homem idoso cujas costas já se apresentavam vergadas, caminhava apoiando-se numa bengala, e a imagem que transmitia, sugeria um arco e flecha. Os garotos que brincavam na rua, quando o viram, aproximaram-se dele e em tom de gozo perguntaram-lhe: “Ó avô! Por quanto é que compraste esse arco e a flecha”? O velho apercebeu-se do tom galhofeiro dos garotos, mas não se descompôs, pelo contrário respondeu num tom também folgazão: “Não se preocupem, quando chegarem à minha idade vão receber gratuitamente”!

Por isso, é bom tirarmos o máximo proveito da nossa vida praticando boas acções quando ainda somos fortes e saudáveis e não adiarmos para mais tarde.

O Profeta Muhammad (S.A.W.) disse. “ Aproveite cinco coisas antes de outras cinco: 1) A juventude antes de envelheceres; 2) A tua saúde antes de adoeceres; 3) O teu tempo livre antes de ficares ocupado; 4) A tua riqueza antes de empobreceres; e, 5) A tua vida antes de morreres”.


quinta-feira, março 13, 2014

A PACIÊNCIA – 1ª. Parte

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a, Misericórdia e as Bênçãos Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) Misericordioso)  JUMA MUBARAK 

inna Llaha maã sabirin. Na verdade, Deus está com os pacientes. Cur’ane, Surat Anfal 8:46. 

A palavra Árabe “Sabr” tem um significado muito abrangente. Significa paciência, firmeza, coragem, perseverança. Significa também abster-se. Ser paciente, implica manter as paixões controladas. Manter a calma, a tranquilidade e não se precipitar no desespero e na confusão. Evitar responder de imediato às provocações e deixar passar algum tempo para se acalmar e refletir. 

Uma palavra mal proferida é como dar um tiro, que pode provocar danos irreparáveis. Manter a calma e a paciência quando alguém fala mal do Islão (hoje tão vulgar). Saber ouvir e saber explicar os fundamentos da religião. Ser paciente é uma grande virtude para um muçulmano. 

Encontramos no Cur’ane e nas tradições do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) muitas referências à palavra “Sabr” (Paciência) e também a outras palavras derivadas. São inúmeros os incentivos para que o muçulmano possa sempre encontrar na ajuda de Deus e na paciência, os caminhos para a resolução de todos os seus problemas. inna Llaha maã sabirin. Na verdade, Deus está com os pacientes. Cur’ane, 8:46.

Podemos considerar que “Sabr” é sinônimo de jejum, porque o Ramadan é um mês da paciência, do sacrifício, e da generosidade. É também um mês da misericórdia e do perdão. Deus o Altíssimo recomendou a paciência a todos os Profetas quando sofriam represálias ao transmitirem as palavras da Unicidade Divina. 

O “Sabr” está também associado ao salat (oração) Ó vós que credes! Procurai ajuda na perseverança (sabr) e na oração, pois Allah está com os perseverantes” Cur’ane 2:153”. “Sabr”, a paciência é também resignação, porque o crente está consciente de que tudo o que existe na terra e nos céus pertence a Deus. Quando perdemos os nossos bens, os nossos filhos e a nossa família, resignados, recitamos: “Inna Lilahi Wa Inna Ileihi Rájiuna – Viemos de Deus e para Ele retornaremos. Cur’ane 2:156. 

A melhor paciência é a demonstrada quando estamos em grandes dificuldades, voltando para Deus, pedindo a Sua Compaixão. É também no cumprimento das nossas obrigações religiosas, afastando-nos de tudo o que é ilícito. Ser paciente, é estar sempre na companhia de Deus, nos bons e nos maus momentos. 

Abu Said al Kudri (Radiyalahu an-hu) referiu que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Não há presente mais valioso e grandioso (que te podem dar) do que a paciência”. Bhukari. 

O nível mais baixo da paciência é quando perdemos o controle, depois duma tragédia nos bater à porta. Depois de algum tempo, esfriamos, refletimos e ficamos mais calmos. 

Reagir emocionalmente e depois ficar calmo, é sinal de falta da paciência. Se assim for, devemos treinar o Sabr, a Paciência, em todas as situações da nossa vida, como forma também de aumentarmos a nossa fé. 

Anas (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “A verdadeira paciência é aquela que é demonstrada no primeiro choque da calamidade”. Bhukari 23:389. 

De acordo com Abee Umaamah, disse ainda o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam): “Allah Tabaaraka Wa Ta’aala diz: “Ó filho de Adam (Adão), se permaneceres paciente, contendo-se e esperando a minha recompensa no choque inicial (duma calamidade), Eu te concederei o Paraíso”. Ibn Maajah. 

Rabaná af-rig ãleiná sab-ran wa tawafaná muslimun: “Senhor Nosso, concede-nos a paciência e faze com que morramos submissos a Ti!”. Cur’ane 7:126 
In Sha Allah, continua no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. 

“Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. 

Cumprimentos 
Abdul Rehman Mangá 
13/03/2014 
abdul.manga@gmail.com

terça-feira, março 11, 2014

Sou mais Cristão hoje do que quando era Bispo Católico Apostólico Brasileiro!

Muitas pessoas ficam admiradas quando me houvem dizer isso. Mas, é muito simples entender isso. E o mais incrível utilizando da Bíblia Sagrada , Livro Sagrado dos Cristãos. 

Por exemplo, a quem os que se dizem cristãos seguem hoje? Jesus (AS) eu posso afirmar que não é. Por exemplo alguém já viu algum cristão tirar seus calçados ao adentrarem em seus templos? Ou será que eles não tem certeza de que seus templos é um lugar sagrado? Pois é , nós muçulmanos tiramos nossos calçados quando entramos nas mesquitas. Eu especialmente tiro meus calçados quando sou convidado a visitar qualquer templo erguido ao Deus Único. Vejamos o que a Bíblia diz a respeito: 

"E Deus disse: 'Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que te encontras é uma terra santa.'" (Êxodo 3:5). Daí vem a pergunta: Eu sou mais correto agora ou quando era Bispo Católico?

Eu nunca me preocupei em fazer ablução antes das minha orações enquanto cristão. Mais uma vez eu contrariava as Escrituras Sagradas: "Moisés, Aarão, e seus filhos lavaram aí as mãos e os pés. Quando entravam na tenda de reunião e se aproximavam do altar, faziam suas abluções, como o Senhor tinha ordenado a Moisés." (Êxodo 40:31-32). 

Quanto ao modo de fazer as orações, eu nunca rezei como Jesus AS, enquanto Bispo Católico, hoje eu sigo Jesus AS de perto inclusive nesse aspecto. Vejamos como orava ou rezava Jesus e os demais Profetas (SAAS):

"Abrão prostrou-se com o rosto por terra. Deus disse-lhe..." (Gênesis 17:3).

"Abraão prostrou-se com o rosto por terra." (Gênesis 17:17).

"Moisés e Aarão deixaram a assembleia e dirigiram-se à entrada da tenda de reunião, onde se prostraram com a face por terra. Apareceu-lhes a glória do Senhor." (Números 20:6).

"Josué prostrou-se com o rosto por terra..." (Josué 5:15).

Adiantou-se um pouco e, prostrando-se com a face por terra, assim rezou..." (Mateus 26:39).

Volto então a repetir a pergunta; eu não sou mais cristão hoje, depois que me tornei muçulmano? 

Hoje eu saúdo meus irmãos e demais pessoas como Jesus AS saudava as pessoas do seu tempo: A paz esteja Convosco.(Assalamu Aleikum). Eu hoje tenho a mesma visão de Deus Louvado Seja da maneira que Jesus AS percebia. Enquanto bispo Católico eu era Trinitarista e Jesus AS sempre reconheceu a grandeza de Deus: "Ouvistes que eu vos disse: Vou, e voltarei a vós. Se me amásseis, alegrar-vos- íeis de que eu vá para o Pai; porque o Pai é maior do que eu." (João 14:28). "E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus. Marcos 10:18". 

Outra coisa, eu nunca tive obrigação do Jejum enquanto Bispo Católico: Jesus AS jejuou 40 dias no deserto. Os muçulmanos jejuam o mês inteiro de Ramadan! 

E agora vocês concordam comigo que hoje eu sou mais Cristão (Seguidor de Cristo) do que quando era Bispo Católico?

O Nobre Alcorão, revelado para ao Profeta Muhammad SAAS me conscientizou mais disso quando li: "Ó crentes, genuflecti, prostrai-vos adorai vosso Senhor e praticai o bem, para que prospereis." (O Nobre Alcorão 22:77). Não era assim que Jesus AS fazia?

Jesus AS e todos os outros 124 mil profetas e mensageiros eram muçulmanos (Submissos à Vontade de Deus) Hoje eu verdadeiramente sigo a religião de Jesus AS. A fé que ele difundiu e praticou. Existe alguma dúvida que hoje som mais cristão de quando era um Bispo Católico?

Obrigado Allah SW pelo Islam! Obrigado por não ter exitado quando me chamou para o Islam e retornar a Fé de Abraão e de todos os outro Profetas e Mensageiros. Amin.

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Barketuhu

sábado, março 08, 2014

Feliz Dia Internacional da Mulher! O Comportamento com as Mulheres

Os direitos que muitas mulheres buscam, ou o conseguiram há poucas décadas as mulheres muçulmanas já os conquistaram a 1435 anos! Para nós muçulmanos todos os dias são dias das mulheres. Mas, eu acho bom que tenha um dia especial, vai que tem alguém que não as dão o devido valor nos outros 364 dias do ano? Esse artigo escrito por sua Eminência Sheikh Abdelbagi Sidahmed Osman, Diretor do Instituto Latino Americano para Estudos Islamicos, do qual com muita honra sou aluno do 5º Período. revela o pensamento islâmico a respeito dessas criaturas maravilhosas, sem as quais não passamos de metades amorfas.Assalamu Aleikom

O Comportamento com as Mulheres

Hoje no dia Internacional das Mulheres, homenageio em particular minha mãe, minha irmã, minha esposa, minhas filhas e todas as mulheres que um dia conheci no Brasil e em qualquer lugar neste mundo, por elas serem a fonte da vida e dos nobres sentimentos e caráter. Que Allah as proteja e lhes dê muita saúde.
Este artigo que eu escrevi é em homenagem a elas todas.

O Islam desde o início da revelação do Alcorão e através da orientação do Profeta Mohammad (SAS) estabelece princípios fundamentais no tratamento dado às mulheres, são eles:

1- Que a mulher é igual ao homem no sentido da humanidade disse Deus no Alcorão:
يَا أَيُّهَا النَّاسُ اتَّقُوا رَبَّكُمُ الَّذِي خَلَقَكُم مِّن نَّفْسٍ وَاحِدَةٍ وَخَلَقَ مِنْهَا زَوْجَهَا وَبَثَّ مِنْهُمَا رِجَالاً كَثِيراً وَنِسَاءً

Ó humanos, temei a vosso Senhor, que vos criou de um só ser, do qual criou a sua companheira e, de ambos, fez descender inúmeros homens e mulheres. (surata das mulheres-ver: 1) além disso disse o Profeta(SAS): “pois as mulheres são a metade que completam os homens.”

2- o Islam eliminou a maldição das mulheres atribuída pelas outras religiões antigas por ela ser a razão da expulsão de Adão do paraíso, o Islam afirma que ambos cometeram a falha e ambos foram punidos como conseqüência dessa falha de uma forma igual, disse Deus:
فَأَزَلَّهُمَا الشَّيْطَانُ عَنْهَا فَأَخْرَجَهُمَا مِمَّا كَانَا فِيهِ وَقُلْنَا اهْبِطُوا بَعْضُكُمْ لِبَعْضٍ عَدُوٌّ وَلَكُمْ فِي الأَرْضِ مُسْتَقَرٌّ وَمَتَاعٌ إِلَى حِينٍ
“todavia, Satanás os seduziu, fazendo com que ambos saíssem do estado (de felicidade) em que se encontravam, então Dissemos: Descei! Serei inimigos uns dos outros, e, na terra, tereis residência e gozo por um determinado tempo.” (surata da vaca 36); e disse também sobre o arrependimento de ambos:
قَالا رَبَّنَا ظَلَمْنَا أَنفُسَنَا وَإِن لَّمْ تَغْفِرْ لَنَا وَتَرْحَمْنَا لَنَكُونَنَّ مِنَ الخَاسِرِينَ
“Ó Senhor nosso, nós mesmo nos condenamos e, se não nos perdoares e Te apiedares de nós, seremos desventurados!” (surata os Simos, 23). O Alcorão por vezes em alguns versículos atribui o pecado, chamado original, a Adão apenas, quando disse Deus:
وَعَصَى آدَمُ رَبَّهُ فَغَوَى (121) ثُمَّ اجْتَبَاهُ رَبُّهُ فَتَابَ عَلَيْهِ وَهَدَى (122)
“Adão desobedeceu ao seu Senhor, e deixou-se seduzir, mas logo seu Senhor o elegeu, o absolveu e o encaminhou. (Tá-há 121/122). Além disso, Deus inocenta tantos homens quanto mulheres de carregarem o pecado dito original quando disse:
تِلْكَ أُمَّةٌ قَدْ خَلَتْ لَهَا مَا كَسَبَتْ وَلَكُم مَّا كَسَبْتُمْ وَلاَ تُسْأَلُونَ عَمَّا كَانُوا يَعْمَلُونَ (134)
“aquela é uma nação que já passou; colherá o que mereceu e vós colhereis o que merecerdes, e não sereis responsabilizados pelo que fizeram.” (surata da vaca 134).
3- a mulher tem o mesmo grau de religiosidade e de devoção, merece o paraíso se praticar o bem e o castigo se fizer o mal, da mesma forma que o homem, disse Deus:
مَنْ عَمِلَ صَالِحاً مِّن ذَكَرٍ أَوْ أُنثَى وَهُوَ مُؤْمِنٌ فَلَنُحْيِيَنَّهُ حَيَاةً طَيِّبَةً وَلَنَجْزِيَنَّهُمْ أَجْرَهُم بِأَحْسَنِ مَا كَانُوا يَعْمَلُونَ (97)
“a quem praticar o bem, seja homem ou mulher, e for crente consideremos uma vida agradável, e premiaremos com uma recompensa, de acordo com a melhor das suas ações.” (surata das abelhas, 97), e disse também:
إِنَّ المُسْلِمِينَ وَالْمُسْلِمَاتِ وَالْمُؤْمِنِينَ وَالْمُؤْمِنَاتِ وَالْقَانِتِينَ وَالْقَانِتَاتِ وَالصَّادِقِينَ وَالصَّادِقَاتِ وَالصَّابِرِينَ وَالصَّابِرَاتِ وَالْخَاشِعِينَ وَالْخَاشِعَاتِ وَالْمُتَصَدِّقِينَ وَالْمُتَصَدِّقَاتِ وَالصَّائِمِينَ وَالصَّائِمَاتِ وَالْحَافِظِينَ فُرُوجَهُمْ وَالْحَافِظَاتِ وَالذَّاكِرِينَ اللَّهَ كَثِيراً وَالذَّاكِرَاتِ أَعَدَّ اللَّهُ لَهُم مَّغْفِرَةً وَأَجْراً عَظِيماً (35)

“quanto aos muçulmanos e às muçulmanas, aos crentes e às crentes, aos consagrados e às consagradas, aos verazes e às verazes, aos perseverantes e às perseverantes, aos humildes e às humildes, aos caritativos e às caritativas, aos jejuadores e às jejuadoras, aos recatados e às recatadas, aos que se recordam muito de Allah e às que recordam d’Ele, saibam que Allah lhes têm destinado a indulgência de uma magnífica recompensa.” (surata dos partidos, 35).

4- o Islam combateu o desprezo que os árabes tinham ao receberem a notícia de que nasceu uma menina para eles e vem dando uma ênfase para que demonstrem darem boas vindas ao nascimento das meninas.

5- o Islam ordena honrar e dignificar as mulheres sendo elas filhas, esposas e mães, como filha disse o Profeta (SAS): “qualquer homem que tiver uma menina que consegue educa-la bem, trata-la bem e cuidar dela bem eu garanto para ele o paraíso.” E como esposa disse o Profeta (SAS): “ o melhor entre vós é o melhor para sua esposa e eu sou o melhor entre vós para a minha esposa.” E disse também: “a vida é sedutora e o melhor bem a ser adquirido nela é ter uma virtuosa esposa.” Quanto às mãe disse o profeta (SAS): “o paraíso repousa debaixo dos pés das mães.”

6- igualar as mulheres na educação, disse o profeta (SAS): “a busca pelo conhecimento é uma obrigação de cada muçulmano” incluindo neste dito as mulheres.

7- o Islam garantiu direito à herança às mulheres, sejam elas mães, esposas, filhas, adultas ou menores ou até na barriga de sua própria mãe.

8- o Islam organiza as obrigações do casal um com o outro estabelece nisso direitos iguais os do homem para as mulheres, disse Deus:
وَلَهُنَّ مِثْلُ الَّذِي عَلَيْهِنَّ

“ela têm direitos equivalentes aos seus deveres.” (surata da vaca, 228).

9- o Islam organizou o divórcio de modo que impede o homem tornar-se injusto durante a aplicação de divórcio, como por exemplo o limite de divórcio é se divorciar 3 vezes, não podendo também ocorrer a qualquer hora, além de estabelecer prazo para concretizar o divórcio. Se a mulher engravidar o prazo fica alterado até conceber a criança para se divorciar.

10- quem acompanha as regras das leis islâmicas não encontra diferença entre a capacidade do homem e da mulher em todos os aspectos inerentes às finanças, como comércio, contratação, pagamentos, intermediações, locações, penhores, divisões, alegações mediantes a justiça, declarações, procurações, fianças, acordos de conciliação, acordos comerciais, investimentos, contas bancarias e donativos.

11- no que tange os direitos sociais cabe a mulher escolher seu marido com quem vai casar, mantendo o nome de solteira mesmo após o casamento, além de ter o direito ao divórcio há mais de quatorze séculos, algo que foi contemplado pela legislação brasileira somente em 1979.

12- quanto ao direito econômico o Islam dá autonomia e independência econômica para as mulheres antes, durante e depois do casamento; em tudo o que ela ganhar pelo seu esforço com trabalho e investimentos ou sem esforço como no caso da herança, também o Islam desobriga as mulheres a sustentarem a família, mesmo sendo ricas, e tornou isso apenas uma obrigação dos homens, sendo pai irmão ou esposo não tem o direito de arbitrar sobre o destino a ser dado aos recursos financeiros das mulheres, exceto ao tutor das mulheres se forem menores de idade e mesmo assim com bastante cautela, ou quando a mulher permite ao homem administrar seus bens por livre e espontânea vontade e com as devidas precauções legais.

13- é dado às mulheres o direito na participação da vida política de acordo com as leis islâmicas, no voto, na tomada das decisões e na fiscalização dos órgãos governamentais, inclusive contestando as decisões tomadas principalmente quando se trata de leis e normas referentes às mulheres.

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu!

quinta-feira, março 06, 2014

SURAT AL ASR – PELO TEMPO- 4ª. e última parte.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK 

Em nome de Deus, o Beneficente, o Misericordioso. “1 – Pelo Tempo; 2 – O homem está na perdição; 3 – Salvo os fiéis (ou aqueles) que praticam o bem, aconselham-se na verdade e recomendam-se uns aos outros, na paciência e na perseverança”. Cur’ane 103. 

Outra qualidade que o Surat Al Asr recomenda ao ser humano para se salvar da perdição, é o de realizar boas ações. Nenhuma ação é benéfica para o ser humano, se não estiver de acordo com as orientações contidas na Revelação e nas exortações do Seu Profeta. Também é verdadeiro se afirmarmos que as ações praticadas sem fé, não terão valor perante Deus, o Criador de todas as coisas. Imaginem uma semente, se não for plantada na areia e regada, não dará origem a nenhuma planta, tal como uma ação desprovida de fé. Mas também a fé sem a prática das (boas) ações, não irá salvar o homem da perdição. As ações praticadas com regularidade, (por exemplo, as orações, auxiliar os necessitados e ter um bom carácter), são o constante “adubar” da fé. 

Também não basta praticar as boas acções individualmente. Ninguém vive isolado e tudo o que aprendemos na vida, resulta duma troca de experiências. 

Um bebé recém-nascido, se for deixado ao abandono, não sobreviverá. As famílias sãs e tementes a Deus, formam uma sociedade equilibrada de valores morais. Como um chefe de família não pode ficar insensível à injustiça praticada aos seus, também uma sociedade não pode ficar indiferente à falsidade, à imoralidade e à corrupção. Uma sociedade sem valores estará desorientada e a maioria dos seus membros estará perdida. 

Mas Deus com a Sua infinita Misericórdia, através desta pequena Surat, chama a atenção dos Seus servos, exortando-os para a verdade, e para a prática das boas ações. Outro versículo do Cur’ane, refere este tema duma forma eloquente: “Sois a melhor nação que surgiu na humanidade, porque recomendais o bem, proibis o ilícito e credes em Deus…”. 3:110. Estas palavras não constituem um elogio, mas sim uma intimação a todos os muçulmanos para um comportamento exemplar perante toda a humanidade. 

Seremos todos questionados se o nosso procedimento imoral influenciar outros, para a prática do ilícito. Finalmente, o pequeno e grande Surat Al Asr, recomenda-nos “Sabr”, a paciência, difícil para aqueles que vacilam na fé. As dificuldades, as tristezas, as perdas, as privações, são também o constante das nossas vidas. As doenças, a perda dos nossos bens, dos nossos pais e dos nossos filhos, são testes constantes à nossa fé. “Sê paciente, que a tua paciência será levada em conta por Allah…”. 16:127. Quem tem fé e agradece a Deus pelos bons momentos, terá mais paciência em suportar os momentos de aflição. 

Recomendar-se-á a Deus, pedirá a Deus para lhe aliviar a dor e sentirá conforto no seu coração. Não se sentirá alheio à dor do próximo. Exortará os outros para a compaixão, para a misericórdia e para a paciência. Podemos considerar dois exemplos do Sabr: a resistência, com a paciência, aos problemas físicos (por exemplo, doenças, trabalhos árduos e a perda de familiares diretos); o espiritual, ter paciência quando se renuncia a impulsos naturais, como forma de se afastar das imoralidades. 

A paciência é uma qualidade difícil de manter ao longo das nossas vidas. 

Somos constantemente colocados à prova, e não resistimos. Ser paciente, requer um espírito de sacrifício e uma resistência aos dissabores da vida. É um exercício constante ao longo da nossa existência. Os que conseguem controlar os seus instintos e são constantes na paciência, são denominados de “Sabirun”. São os mais sensatos, os mais respeitados, perante a sociedade. 

São procurados para darem conselhos e para promoverem a reconciliação. Na verdade, têm como amigo, o Criador. “Ó fiéis, amparai-vos na paciência e na oração, porque Deus está com os perseverantes”. 2:153. 

E assim termino este importante tema, com as habituais preces a Deus, nosso Criador, Sustentador e Protetor

Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. "Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. 

Com os meus cumprimentos e votos de um bom dia de Juma. 

Abdul Rehman Mangá 

06/03/2014 

abdul.manga@gmail.com 

O Amor no Islão (III- Conclusão)

O amor para com o não muçulmano

A Misericórdia de Deus e os valores islâmicos, grandes e sublimes, fazem do amor um espaço amplo que abarca todas as pessoas. O primeiro passo que conduz a este amor é abrirem uns aos outros as portas do reconhecimento.

Deus, Enaltecido e Glorificado, diz o que podemos traduzir como: "Homens! Criamos-vos a partir de um varão e de uma fêmea e fizemos-vos povos e tribos diferentes para que os reconhecêsseis uns aos ou-tros. E é verdade que o mais Nobre de vós perante Allah é quem mais o teme. Allah é Conhecedor e está perfeitamente informado". (Alcorão, 49:13).

"E não te enviamos senão como misericórdia para todos os mundos". (Alcorão, 21:107).

E permitiu ao muçulmano casar com uma cristã ou com uma judia ainda que uma parte das suas crenças contradiga o Islão e os hábitos dos muçulmanos. E sublinha que os cristãos são  pessoas dignas de carinho.

"…. Entretanto encontrarás que os que estão mais próximos em afeto dos que acreditam são os que dizem: Somos cristãos". (Alcorão, 5:82).

Existem outros versículos que nos avisam que os casos de rejeição para com o outro (dos não muçulma-nos) não são comuns; também não se aplicam em todo o tempo.

Não se permite tratar como inimigos os que não exercerem inimizade contra os muçulmanos; também não se permite classificá-los como inimigos. Antes merecem outro tipo de tratamento: "Allah não vos proíbe que trateis bem e com justiça os que não vos tiverem combatido a causa da vossa crença nem vos tiverem feito abandonar os vossos lares. Certamen-te, Allah ama os equitativos". (60:8).

O Alcorão até abre as portas do bem, do carinho e do afeto perante os que se inimizam com os muçulmanos:

"Pode ser que Allah ponha afeto entre vós e os que deles tenhais tido como inimigos. Allah é Pode-roso e Allah Perdoa e é Compassivo".

E entre os comentários sobre este versículo está o seguinte: "O afeto Depois da rejeição, o carinho depois do ódio, e a concórdia depois da discórdia. Allah é Quem Pode unir as coisas espalhadas e dispersas. É Quem concilia entre os corações depois da inimizade e a dureza e os substitui pelo encontro e a concórdia”.

Shekîb Arsenal diz que o Ahmad Al Sharîf Al Senûsî disse-lhe que o seu tio, o professor Muhammad Al Mahdî Al Senûsî lhe dizia: "Nunca desprezes ninguém, seja muçulmano, cristão, judeu ou ateu. Talvez, por alguma coisa oculta, seja melhor perante Allah que tu. Tu não sabes qual será o seu fim".

Shekîb Arsenal comenta sobre estas palavras dizendo: "Sobre estas virtudes morais educaram os seus filhos e alunos, e de entre eles foram salientes personagens e heróis que enfeitam as páginas da História". Do Livro "O presente do mundo islâmico" – Parte 2 – Página 164.

A origem nas relações entre as pessoas, por diferentes que forem as suas nacionalidades e crenças, é o fato de se reconhecer, de ter misericórdia mútua, a cooperação, a amizade e a paz. A excepção é o estado de guerras e os combates, que são assuntos que produzem ódio. Esta excepção é temporal porque o ódio não permanece entre as pessoas, sejam quais forem as pegadas das guerras.

O mundo experimentou, quer nas passadas épocas quer nas recentes, muitos exemplos de guerras que tiveram lugar entre as tribos, os povos e as nações.

Entre um povo e outro, entre uma nação e outra numa certa época, mas foram seguidos por acordos de paz, pactos e cooperação…

Assim é a natureza da vida, uns ciclos consecutivos. O melhor das pessoas é utilizarem os ciclos do bem, dos acordos e da paz para o desenvolvimento dos factores do bem e do amor inculcando-os entre os indivíduos e os povos. Este é o caminho do Islão e este é o fundamento no Islão.

Allah é o Afetuoso, o Muito Misericordioso e Quem ama os equitativos e detesta os injustos. A justiça é o melhor pilar para o amor entre os povos.

O carinho entre o governante e o governado

Um dos pilares mais importantes do amor e da sua difusão entre a gente é a supremacia da justiça e da cultura da justiça. A justiça principia no círculo da família de dentro dos lares, entre todos os filhos e filhas, mulheres e homens, até atingir o cimo da pirâmide da sociedade.

Num dos ditos do Profeta (p.e.c.e.) vem: "Sede justos com os vossos filhos, sede justos com os vossos filhos, sede justos com os vossos filhos". O Profeta o repetiu três vezes sublinhando a importância da justiça, que contribui para divulgar o amor entre os pais e os filhos e logo entre os mesmos filhos.

O Profeta (p.e.c.e.) disse também: "Os teus filhos têm o direito de seres justo entre eles".

Uma vez o Profeta (p.e.c.e.) rejeitou testemunhar sobre as dádivas que alguns pais dedicaram a alguns filhos seus excluindo os outros. Disse-lhes: "Temei Allah e sede justos entre os vossos filhos".

Noutra ocasião disse: "Sede equitativos ao outorgar dádivas aos vossos filhos. Se eu tivesse preferido alguém, teria escolhido as mulheres". Fonte: Naylu-l-Awtar – Atingir a satisfação dos desejos - Por Al Shaw-kanî.

A justiça mais ampla é a justiça política. É a que diretamente conduz à justiça social, econômica e educativa. Quer dizer à justiça geral e global em todos os âmbitos da vida. Encarregam-se da responsabilidade deste tipo "os governantes" começando pelo cimo do país até o menor responsável na aldeia menor.

Na sociedade onde prevalece a justiça e funcionam as leis da equidade entre as pessoas predomina, por conseguinte, a cultura do amor e do afeto entre o governante e o governado, e entre os seus indivíduos em geral.

Neste contexto disse o Profeta (p.e.c.e.): "Os melhores governantes são os que amais e vos amam e lhes bendizeis e vos bendizem. Os piores são os que odiais e os odeiam e lhes maldizeis e vos maldizem". Os jardins dos Virtuosos- capítulo "O governante justo".

São palavras profundas e explícitas. Vislumbramos o seu efeito na relação que existe entre os povos com os seus governantes e no tratamento destes aos seus povos. A maioria dos povos islâmicos hoje odeiam e maldizem os seus governantes - salvo um número reduzido - porque são governantes que praticam a injustiça, a tirania e a corrupção. Consequentemente, o amor desaparece entre os dois lados e as relações convertem-se numa série de conflitos destrutivos. Não há esperança de sair deste labirinto enquanto não se faz a justiça política, social e econômica entre as pessoas.

"É verdade que Allah ama os equitativos". (Alcorão, 5:42). "Na verdade, Ele não ama os injustos". (Alcorão, 42:40).■

«Ó Deus! É de Ti que dependemos, é a Ti que recorremos, e é para Ti que todos nós regressaremos».— (Alcorão, 15:19).

Obrigado, boas leituras.

M. Yiossuf Adamgy

27/02/2014 - alfurqan04@yahoo.com

sexta-feira, fevereiro 28, 2014

O Amor no Islão (II)

O amor para com o Mensageiro de Deus. Depois do amor para com Deus, que é o cimo da pirâmide, vem o amor para o Mensageiro de Deus (p.e.c.e.). Quem ama Deus deve amar o Seu Mensageiro.

Segundo o Imame Shamsud-Dîn Ibnul Qayyem, "existem vários tipos de amor. O melhor e o mais virtuoso deles é o amor em Deus e para Deus. Isto requer amar o que Deus ama, e amar a Deus e o Seu Mensageiro."

No atrás (na I Parte) mencionado versículo da Sura At-tawba "O Arrependimento", 9:24, comprova-se o vínculo divino entre o amor para Deus e para o Seu Profeta.

Em relação a esse versículo, Ibn Kaçir, na sua famosa interpretação, mencionou o que foi dito por ‘Omar Ibn al Khattâb (r.a. = que Deus esteja satisfeito com ele) ao Mensageiro de Deus:"Por Allah, ó Mensageiro de Allah, tu és mais querido para mim que todas as coisas". Mas excetuou-se a si próprio.E o Mensageiro (p.e.c.e.) respondeu-lhe: "Não se cumpre a fé de alguém de vós até que seja mais querido para ele que o seu próprio ser".Respondeu ‘Omar (r.a.): "Por Allah, agora quero-te mais que a mim próprio".

A comunidade muçulmana, antigamente e atualmente, está de acordo em que o amor para com o Mensageiro de Deus é requerido para que se cumpra a fé, em conformidade com o Alcorão e com os ditos do Profeta (p.e.c.e.).

De entre esses ditos:

"Não se experimenta a doçura da fé até que a pessoa ame outra só por Deus, e até que ame Deus e o Seu Mensageiro mais que qualquer outra coisa".

Este dito vem mencionado nos Livros dos Ahadith e da Tradição em diferentes transmissões. Mas todas giram sobre esses significados.

Conta-se que ‘Amr Ibnu Al‘Âs (r.a.) disse: "Ninguém foi mais querido para mim que o Mensageiro de Allah, nem mais sublime, tanto que nem sequer podia fixar o olhar nele, por respeito. Se me pedis-sem para o descrever, não poderia fazê-lo".

Esta é uma das imagens do amor do muçulmano para com o seu Profeta (p.e.c.e.). Trata-se de uma imagem profunda nos seus significados, porque une o amor, a apreciação e a estimação do ser querido, pelas suas características de tamanho valor e grandeza, até tal ponto que ‘Amr Ibnu Al‘Âs (r.a.), o herói valente e inteligente, não podia fixar o olhar no Mensageiro de Deus (p.e.c.e.).

O nosso património cultural islâmico, com todas as suas formas criativas (prosa, poesia, história, romances) lançou luz sobre todos os pontos da personalidade do Mensageiro (p.e.c.e.) de forma detalhada: como Mensa-geiro, esposo, educador e líder.

Em todo este património manifesta-se o amor para com o Profeta (p.e.c.e.): é uma misericórdia para os mundos, é o dotado da grande moral, é o engenheiro d’ "A sociedade do amor", a sociedade de Medina. Essa sociedade que se fundou desde o Primeiro dia baseando-se no amor.

O amor entre os muçulmanos 

Num terceiro círculo figura o amor entre os muçul-manos. Este amor cristaliza-se na troca de sentimentos de afecto sincero e em traduzi-lo em ditos e factos, no mau e no bom…

É uma relação íntima e estreita na qual os corações e os espíritos se sentem atraídos mutuamente; deste mo-do, consegue-se a satisfação e o gozo do amor entre as partes que estão em harmonia. Ibn Al Qayyim enumera os tipos de amor no marco social dizendo: "Entre eles figura o amor que se manifesta num acordo acerca de uma maneira, uma religião, uma doutrina ou um método, uma proximidade, um produto ou um objectivo. Existe também o amor com o objectivo de lograr algum benefício do amado, da sua potência, riqueza, educação ou para satisfazer um desejo. Este tipo é efémero e acaba uma vez que se logrou o objectivo. Quem te ama para lograr uma meta, abandona-te ao conse-gui-la. O amor harmonioso ou o que emana de um acordo entre duas pessoas é duradouro e só acaba quando acontece algo que ponha fim a este amor. O amor de grande afecto é: "una aprovação espiritual e uma combinação entre as almas…" (La medicina profética y Zâd Al Ma’âd, de Ibn Al Qayyem).

A cultura do amor é um método essencial para a construção de uma sociedade muçulmana. O Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) fez dele um pilar básico para a construção da Primeira sociedade muçulmana em Medina, quando inculcou a irmandade e a fraternidade entre os emigrantes Mequeenses e os Medineenses. Estabeleceu uma fraternidade entre os que tinham os costumes e valores da sociedade da Meca, onde os muçulmanos foram perseguidos e se viram obrigados a emigrar, e os que tinham os costumes e valores de Yatrib (denominação antiga de Medina), a cidade que recebeu o Mensageiro de Deus e os seus companheiros. Ambos foram os pioneiros e os construtores da nova sociedade muçulmana. Nesta nova sociedade pôs-se de manifesto a gentileza do Profeta (p.e.c.e.) através do seu método de construção, método singular que foi considerado uma característica permanente na socieda-de de Medina.

O Mensageiro de Allah (p.e.c.e.) começou o processo da constrição com o anúncio do “pacto do amor" e utilizou palavras claras ao falar com os Medineenses: "Vós sois os que mais amo".

E disse: "Os Medineenses amam os crentes e odeiam os hipócritas. Allah ama quem vos ama e Allah odeia quem vos odeia".

Uma vez deteve-se perante um grupo de mulheres e crianças, no seu caminho de regresso de um casa-mento, e disse-lhes: "Por Allah! sois dos que mais amo", repetiu-o três vezes.

Noutra ocasião confirmou este amor tão puro e pródigo no coração do sincero Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) quando disse: "Se os habitantes de Medina optarem por um caminho ou por uma via, eu seguiria esse mesmo caminho. E, se não fosse pela emigração, teria sido um dos Medineenses".

O Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) não se contentou com estas belas palavras para manifestar a sua gratidão para os medinenses, mas também as traduziu num plano estratégico. O plano consistia no estabelecimento das normas de irmandade entre os emigrantes e os medinenses. Entre os fugidos da injustiça de Meca e os que acudiram na sua ajuda, os generosos de Medina.

Os Medineenses, perante a promessa de um futuro grande, demonstraram as virtudes morais da irmandade, a nobreza, a generosidade e a hospitalidade. Não só ofereceram as suas riquezas, palmeiras e tâmaras à hora de compartilhar com os emigrantes da Meca, mas também proporcionaram algo mais precioso e valioso que as riquezas e a comida. Nos Livros de "Sirah" e dos "Ahadith" (Tradição e ditos do Profeta) há um grande número de exemplos:

O Mensageiro de Deus (p.e.c.e.), o engenheiro da sociedade do amor, estabeleceu a base do amor entre todos os seus companheiros e deu-lhes exemplos con-cretos sobre como deve ser o amor. Exaltava sempre a sua sinceridade e valentia e proibia insultá-los: "Nunca insulteis os meus companheiros. Se alguém de vós gastasse ouro equivalente a Uhud (quer dizer, igual ao tamanho da montanha de Uhud) não poderia atingir a posição nem o mérito de um deles)". (Capítulo das Virtudes dos Companheiros do Profeta, do Livro de "Sahîh Al Bukhârî").

O seu amor para Usâma Ibn-Al Hâriz, que Deus esteja satisfeito com ele, foi conhecido e divulgado até tal ponto que chamaram a Usâma "O bem-amado do Mensageiro de Allah". Amava também o pai de Usâma. E dizia, as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele, respondendo a todo aquele que impugnou a liderança de Usâma por ser menor de idade: "Se agora impugnais a sua liderança, antes impugnastes a do seu pai e quão digno era da liderança! E depois dele – o seu pai -, Usâma se converteu num dos mais queridos para mim".

O Mensageiro de Deus desenhou a imagem que reúne os significados de amor, união, solidariedade entre os indivíduos da sociedade muçulmana com palavras tão eloquentes que não se pronunciam senão em linguagem do Profeta: "Vês os crentes, na sua misericórdia, afeto e carinho como um só corpo. Se um dos seus membros se queixar – por alguma dor – o resto do corpo responderá com o desvelo e a febre".

O que hoje os indivíduos e grupos dos povos islâmicos necessitam é este tipo de amor... este tipo de cultura do amor. Este afecto e carinho perdido desde há muito tempo por vários factores; entre eles, ignorar a impor-tância da cultura do amor e o que significa de valor positivo na construção da família e da sociedade.■

(Continua, in cha Allah, na próxima reflexão)

«Ó Deus! É de Ti que dependemos, é a Ti que recorremos, e é para Ti que todos nós regressaremos».— (Alcorão, 15:19).

Obrigado, boas leituras.

M. Yiossuf Adamgy

27/02/2014 - alfurqan04@yahoo.com

SURAT AL ASR – PELO TEMPO- 3ª. parte.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)
Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

Em nome de Deus, o Beneficente, o Misericordioso. “1 – Pelo Tempo; 2 – O homem está na perdição; 3 – Salvo os fiéis que praticam o bem, aconselham-se na verdade e recomendam-se uns aos outros, na paciência e na perseverança”. Cur’ane 103.
 
A Fé é a primeira qualidade referenciada no Surat Al Asr. Quando temos tudo o que necessitamos e a vida nos corre bem, ficámos distraídos e esquecemos de agradecer a Deus pelos bons momentos. A fé dos Anjos é sempre estacionária. A fé dos Profetas estava sempre em ascensão. A nossa fé, sofre muitas oscilações, mais quedas do que subidas. Ter fé pode ser fácil. Difícil é a prática das ações que fortalecem a fé. Uma das formas de alimentarmos a nossa fé é o de praticar as cinco orações diárias. Nas nossas preces, agradecermos a Deus os bons momentos e sermos pacientes nos maus momentos. “Diz: Minhas orações, minhas devoções, minha vida e minha morte pertencem a Deus, Senhor do Universo, que não possui parceiro algum...”. Cur’ane 6.162. Os que adoram ídolos, olham e podem sentir nas suas mãos, os seus deuses talhados em madeira, ouro e outros materiais. Apesar de estarem na presença deles e os seus olhos os verem e as suas mãos os tocarem, tais divindades não têm quaisquer poderes e em nada os ajudarão. Outros rezam perante representações de santos e nas campas de pessoas piedosas. Pedem para que eles lhes intercedam perante Deus. Mas eles estão mortos, não ouvem e não poderão fazer nada. “A-unzu Bilahi – Procuro refúgio em Deus”. Seria melhor para eles, se acreditassem de que “não há outra divindade, senão Deus. “Huwa Allahu Ahad (Deus é Único).
 
No Isslam, ter fé é acreditar com sinceridade no Criador de todas as coisas e não O associarmos a nenhuma outra divindade. Apesar de não O vermos, acreditamos que Ele é Omnipresente e Omniouvinte. “Somente são fiéis, aqueles que creem em Deus e no Seu Mensageiro e não duvidam…” Surat Hujurat: 15.  
 
Ter fé, é ter temor em Deus, pois assim afastar-nos-emos dos caminhos que nos conduzem à perdição. É também ter esperança de que Ele é Misericordioso, de que perdoará as nossas falhas. Ter fé é acreditar no
oculto, no invisível. “ALIM LAM MIM. Este é o Livro, que não oferece dúvidas; nele está a orientação certa, para aqueles que temem Allah; Que crêem no oculto, cumprem as suas orações e gastam daquilo que Nós Lhes concedemos”. Cur’ane 2:1,2 e 3.  
 
Quando apreciamos uma obra de arte, por exemplo uma Mesquita que nos chama a atenção pela sua beleza, os nossos olhos apreciam e a nossa mente se interroga quem teria construído tal preciosidade? Claro que foi alguém com sabedoria que projetou e combinou os melhores materiais para produzir uma obra excepcional. Temos a noção de que esse alguém é um ser humano como  nós, com a particularidade de ser especializado na construção e decoração.

Mas quando olhamos para o céu, para o mar, para as montanhas e para a natureza em geral, temos a convicção de que um ser superior a nós, é responsável por tudo o que existe neste mundo. “Que criou sete céus em harmonia; Tu (Ó Muhammad) não acharás imperfeição alguma na criação  do Clemente! Volta, pois a olhar! Vês, acaso, alguma fenda?” (Cur’ane) 67.3)

Ter fé, é acreditar na existência dos anjos, dos gênios, do Iblis (e dos seus seguidores), do paraíso, do inferno e da vida após a morte, apesar de não os vermos. São as revelações que Deus nos enviou e os ensinamentos dos Profetas que nos ajudam a acreditar no oculto, no invisível. A fé tranquiliza os nossos corações, com a fé suportamos pacientemente as perdas e as doenças, porque “viemos de Deus e para Deus será o nosso regresso”. “Inna Lilahi Wa Inna Ileihi Rájiuna”. Cur’ane 2.156,
 
In Sha Allah, continua no próximo Juma.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
27/02/2014
abdul.manga@gmail.c

sexta-feira, fevereiro 21, 2014

O Amor no Islão (I)

Quem ler as fontes do Islão e, em primeiro lugar o Alcorão, numa leitura global e objectiva, descobrirá que o Islão, na sua essência e origem, é a religião da orientação, da crença, do amor e da beleza. É uma religião cujos principais objectivos se traduzem nas virtudes morais e nos seus valores humanos: educação, cultura e relações sociais. Entre estes grandes valores destaca-se o amor.

No nobre Alcorão e na Tradição do Profeta Muhammad [Maomé] (p.e.c.e. = paz esteja com ele), encon-tramos vários versículos e ditos que desembocam na consolidação dos valores da fé, a orientação, as virtudes morais, a cooperação e o carinho, que superam o número dos versículos e ditos do Profeta (p.e.c.e.) que tratam os assuntos políticos, militares ou econômicos, em-bora o Islão se interesse por todos os assuntos da vida.

A partir desta investigação comprova-se que estes valores ocupam uma grande parte nas duas fontes mais importantes da religião islâmica: o Alcorão e a Tradição correcta do Profeta (p.e.c.e.). Daí que toda a pessoa equitativa estará convencida de que o Islão, geralmente, com os seus objetivos e origens, é a religião da misericórdia, da irmandade, do amor, da beleza, da paz e da cooperação entre toda a gente… e que os outros casos como as guerras, os litígios e tudo aquilo que implica a discórdia, a inimizade, o ódio e a aversão, são excepções.

A entrada natural e correcta para dar a conhecer o Islão ao outro ou para chamar os outros ao Islão, é a da boa palavra e a boa obra. O Alcorão descreveu o efeito que tem a palavra de uma forma bela, profunda e vigorosa:

«Não reparas em como Deus propõe um exemplo? Uma boa palavra é como uma árvore benigna, cuja raiz está profundamente firme e cujos ramos se se alçam ao céu. Frutifica em todas as estações com o beneplácito do seu Senhor. E Deus propõe exemplos aos humanos para que meditem». (Alcorão, 14:24-25).

O amor em relação a Deus

O amor em relação a Deus vem no cimo da pirâmide destes círculos. É uma relação de significados compos-tos. Alguns são mentais, que se repercutem na reflexão sobre as criaturas de Deus nos céus, na terra e nos mares. São criaturas magníficas atrás das quais está o grande e o Primeiro Inovador: Deus, Glorificado e Enaltecido seja…; outros são existenciais e sentimentais, que se manifestam ao ler, escutar e refletir sobre o Alcorão.

A grande evidência sobre o amor do servo para o seu Criador é obedecer as Suas ordens, ser fiel em aplicá- -las e levá-las a cabo com perfeição, tanto quanto possível.

Quem é fiel no seu amor a Deus, Glorificado e Enaltecido seja – submetendo-se aos Seus princípios – na sua crença, atos de adoração e comportamento, aproximar-se-á ou chegará à meta do amor espiritual e existencial. Este amor que eleva o ser humano e os seus comportamentos de modo a que todos os seus ditos e atos se efetuem na obediência de Deus, conertese num sinal de devoção e de bem que se estenderá para abarcar os outros.

«Mas o amor por Deus dos que acreditam é mais forte». (Alcorão, 2:165).

Deus é Quem criou o ser humano, honrou-o com a mente, fez dele o Seu representante na terra, outorgou- -lhe as Suas graças, manifestadas e ocultas, e submeteu a ele muitos assuntos nesta vida mundana, tanto na terra como no céu.

Por todas estas graças, o servo agradecido deve amar o Seu Criador, traduzindo este amor em com-portamentos que confirmem a sua obediência, em conformidade com as Suas normas e com tudo o que ordenou através dos seus Livros e Mensageiros…

Pessoalmente, acho que o amor frutífero é aquele que o muçulmano (todo aquele que se submete à Vontade de Deus) adquire mediante a compreensão, a luta e o sofrimento através da viagem da vida. Com este amor ele converte-se num servo agradecido que ama Deus e o Seu último Mensageiro. 

No capítulo do Alcorão "O Arrependimento" há um versículo longo que confirma que a pirâmide do amor está baseada no amor para com Deus e para o Seu Mensageiro: "Dize: Se os vossos pais, filhos, irmãos, esposas, o vosso clã familiar, os bens que tendes obtido, o negócio cuja falta de benefício temeis, as moradas que os satisfazem, são-vos mais amados que Deus e o Seu Mensageiro e a luta no Seu ca-minho, então esperai até que Deus faça chegar a Sua ordem. E Deus não guia o povo perverso". (9:24).

Assim, o muçulmano que ama Deus aspira, constante-mente, à sublimidade e à devoção. Esta sublimidade e piedade conduzem também à perfeição ao realizar o trabalho, que é uma acção louvada por Deus: "E fazei o bem. Na verdade, Deus ama os que fazem o bem". (Alcorão, 2:195).

O Xeique Mohammad Hussein Fadlallah comenta este versículo Alcorânico dizendo: "Deus fala do amor dos benfeitores. Estes que viveram o bem nos seus pensamentos, um pensamento que apresenta o bem a toda a gente que busca soluções para os seus proble-mas em geral, e um acto que oferece à gente para melhorar a sua vida, essa vida que busca a força peran-te a sua debilidade, a riqueza perante a sua pobreza e a vitalidade para o seu movimento. Desta forma alça o seu nível fazendo-lhes muito bem em todos os seus assun-tos e estados… Isto é o que representa o seu apego a Deus e ao seu movimento com o objectivo de se aproxi-mar a Ele. Deus vê estas pessoas nos lugares onde se busca fazer o bem para si próprios, para a gente e para a vida através do seu amor a Deus e da sua aproxima-ção a Ele. Deus outorga-lhes um amor divino que os cobre de felicidade e de delícias e que os faz ascender os graus da Sua proximidade". — (No livro: Interpre-tação através da inspiração do Alcorão, por Mohammad Hussein Fadlallah. 

Num dito do Profeta (p.e.c.e.) lê-se: "Ó Deus, outorga--me o Teu amor, os atos que me façam amar-Te e o amor para os que Te amam. Ó Deus, faz com que o Teu amor seja mais querido para mim que o meu ser, a minha família e a água fria".■ 

(Continua, in cha Allah, na próxima reflexão) 

«Ó Deus! É de Ti que dependemos,  é a Ti que recorremos, e é para Ti que todos nós regressaremos». — (Alcorão, 15:19).  
Obrigado, boas leituras. 
M. Yiossuf Adamgy

A L M A D I N A P O R Q UE E U?

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 17.02.2014

Arthur Robert Ashe Jr., lendário tenista afro-americano, nasceu e cresceu nos E.U.A. tendo-se tornado famoso pelo seu talento na arte de jogar ténis. Era presença infalível em Wimbledon, a chamada catedral do ténis mundial, onde vencia todos os opens.

Apesar de toda a sua fama e glória, ele padecia de sida, doença que o levou à morte. Na fase mais aguda da sua enfermidade, chegavam-lhe cartas de simpatia e encorajamento dos seus inúmeros fãs, de todas as partes do Mundo. Numa dessas cartas, a dado trecho um dos seus fãs escreveu: “Porque é que Deus teve de escolher a ti para esta doença tão má”?

A isso, Arthur Robert Ashe Jr. respondeu:

“Em todo o Mundo, cinco milhões de crianças iniciam-se na prática do tênis. De entre esses cinco milhões, cinquenta mil evoluem para o tênis amador. Destes, cinco mil frequentam os courts mais assiduamente. Quinhentos atingem altos níveis de performance que lhes permitem ganhar títulos de grande visibilidade. Cinquenta chegam aos courts da chamada grande catedral do tênis – Wimbledon. Destes cinquenta, apenas quatro chegam às meias-finais, reduzindo-se depois para dois que disputam a final, e apenas um conquista o grande cetro. Quando triunfantemente eu levantava a taça cada vez que ganhava, nunca perguntei: “Porquê eu”?

Hoje, na dor, não posso perguntar à Deus: “Porquê eu”? Ao invés disso, devo aceitar pacientemente a vontade de Deus e orar pedindo força e coragem perante esta adversidade. Devo igualmente demonstrar gratidão pelos 99,99% das coisas boas que tive na vida.

Quando oiço alguém a lamentar-se dizendo “a vida é dura”, pergunto sempre “É dura comparada a quê”? Chame os outros para o bem com prudência e bondade. Quando a vida te dá 100 motivos para chorar, mostre à vida que tens 100 motivos para sorrir.

Aprende do teu passado, encara o teu presente com confiança, prepara-te para o futuro sem medo, tenha fé em Deus e mantenha-O próximo de ti”.

Para além destas passagens temos muitas outras narrações que inspiram alguma perseverança, alguma paciência, alguma confiança e fé em Deus perante as doenças e adversidades, como é o caso do profeta Job mencionado, tanto no Al-Qur’án, como na Bíblia.

O episódio atrás mencionado só pode ser visto com um olhar de admiração. São poucas as pessoas que foram abençoadas para atingirem tal nível de fé e confiança, e que tornam insignificante a mais dolorosa e debilitante situação.

Tais pessoas não são movidas nem abaladas por nada. Enfrentam os desafios da vida de forma corajosa. Contudo, isso só pode acontecer quando começarmos a crer, e aceitarmos de todo o coração, que tudo na vida vem da parte de Deus.

Para os que assim acreditam, tudo é igual, pois não encontram diferença em termos de proveniência entre a adversidade e a prosperidade.

O Profeta Muhammad (S.A.W.) diz, quando descreve as qualidades do crente que quando é fustigado por alguma adversidade ou é bafejado pela sorte: “ É espantoso o caso de um crente que, quando a prosperidade o atinge, ele é grato, e quando a adversidade lhe chega, é paciente e perseverante. E esta qualidade é encontrada somente num crente”.

A vida é assim, pois tem altos e baixos, e Deus testa-nos a todo o momento para distinguir os verdadeiros dos falsos.

Deus não sobrecarrega quem quer que seja com um fardo que não possa suportar. Nenhuma coisa na vida é insuportável.

Os que acharam que podiam escalar o Monte Evereste até ao seu cume, conseguiram lá chegar, enquanto que, os que acharam que não podiam, que jamais chegariam lá, ficaram sempre para trás.

Nunca diga “porquê?”, pois isso só serve para abrir a porta à dor e ao desespero. Ao invés disso, aceite a vontade de Deus e peça o Seu apoio e intervenção. O “porquê” não resolve nada aliás, isso é questionar a autoridade de Deus.

O “porquê eu?” é uma pergunta que muitos de entre nós fazemos quando enfrentamos alguma aflição. Outros acrescentam dizendo “que mal fiz eu?”, como se fossemos anjos isentos de pecados, como se nunca tivéssemos praticado mal algum. Mas quando tudo está a correr bem, nunca perguntamos: “porquê eu, que bem é que eu fiz”? 

Consta que um homem que trazia uma ligadura atada na testa foi ter com uma senhora santa, de nome Rabia, e esta perguntou-lhe: “Porque é que tens essa ligadura atada à cabeça”? O homem respondeu: “Sinto dores de cabeça desde ontem à noite”! Rabia perguntou-lhe. “Que idade tens”? Ele respondeu: “Tenho 30 anos”! Rabia perguntou-lhe: “Sofreste de dores de cabeça na maior parte da tua vida”? O visitante respondeu: “Não”! A visitada observou: “Deus manteve-te saudável ao longo de 30 anos. Porém, nunca amarraste uma ligadura de gratidão, mas só por causa de uma noite de dores de cabeça amarraste uma ligadura como sinal de lamentação”!

As bênçãos de Deus sobre os humanos são inúmeras, mas raramente nos lembramos disso, e só falamos das aflições, o que cria em nós um tipo de ingratidão para com Ele.

Geralmente, quando enfrentamos alguma aflição, ficamos desanimados e desesperados, mas quando Deus remove essa aflição, andamos como se nunca tivéssemos pedido algo à Deus. Em geral é esta a natureza do Ser Humano, salvaguardando claro, as excepções.
Jumua Mubaraka Inshallah!

SURAT AL ASR – PELO TEMPO- 2ª. parte

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

SURAT AL ASR – PELO TEMPO

Em nome de Deus, o Beneficente, o Misericordioso. 
“1 – Pelo Tempo;
2 – O homem está na perdição; 
3 – Salvo os fiéis (ou aqueles) que praticam o bem, aconselham-se na verdade e recomendam-se uns aos outros, na paciência e na perseverança”. Cur’ane 103.

O momento é o nosso tempo, que também passará, como o gelo colocado ao sol. Abençoado é aquele que no final de cada dia, se considera espiritualmente realizado.

O tempo que passaremos nas nossas sepulturas, aguardando o dia da ressurreição final. E finalmente, o tempo em que nos será ou não permitido ver o nosso Senhor. No Dia da Ressurreição, alguns rostos se apresentarão radiantes, brilhantes, esperando contemplar o Senhor. Algumas pessoas perguntaram ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) se na outra vida, no dia do Juízo Final, verão o rosto do Senhor, o Criador. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) respondeu afirmando, de que verão o Senhor, da mesma maneira como vêem o sol e a lua, quando não há nuvens abaixo deles.

A Surat Al Assr é uma advertência para todos os seres humanos. É uma crítica e uma chamada de atenção aos muçulmanos e não muçulmanos e para todas as nações.

Infelizmente, ao longo dos tempos da história, os homens exortam-se uns aos outros para a descrença, imoralidades e mentiras, afastando-se da Misericórdia e da Bondade de Deus. A orientação deste pequeno e grande capítulo do Cur’ane, ajuda a humanidade a refletir e a voltar a encontrar o caminho da verdade. YÁ HADI, HEHDINA SIRÁTUL MUSTAQUIM – Ó nosso Guia, guia-nos para o caminho da verdade.

Para referir que o homem está numa grande perdição, Deus jura pelo tempo. Deus não necessita de jurar por qualquer um dos objetos criados por Si. Neste caso, o “juramento” significa que o tempo é testemunha da perdição em que se encontra o ser humano. Esta Surat é como um relógio que se encontra mesmo à nossa frente, que nos adverte do tempo que se vai esgotando. Qualquer tempo desperdiçado ou aproveitado, já pertence ao passado. Este é o tempo que é dado a qualquer um de nós, que passa rapidamente, sem nos darmos conta. Um sábio referiu que o tempo é como o gelo, que se está derretendo. E referiu o comerciante que se dedicava à venda de gelo (na altura não havia condições de o conservar), que apregoava no bazar “tenham misericórdia daquele, cuja riqueza está a derreter”. Se não o conseguisse vender a tempo, perderia todo o dinheiro investido. E por isso, Deus jura pelo tempo, chamando a atenção da Sua Criação, que se encontra distraída com os prazeres da vida terrena. Pelo tempo, que testemunhará a favor ou contra nós!

A perda pode ser uma desgraça ou quando a morte atinge um amigo ou um ente querido. A perda pode ser um insucesso nos negócios, quando perdemos todo o capital investido e ficamos insolventes e falidos. Mas a Surat Al Asr alerta-nos p ara a perda dos valores morais e da religiosidade. Em contraste com aqueles que vão amealhando boas ações para a vida futura, verdadeiro sucesso para o ser humano.

Esta pequena e grande Surat, refere 3 qualidades que um crente deverá procurar obter e conservar: “Ter Fé, praticar boas ações e ser paciente”. 

In Sha Allah, continua no próximo Juma.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

20/02/2014

abdul.manga@gmail.com

sexta-feira, fevereiro 14, 2014

SURAT AL ASR – PELO TEMPO- 1ª. parte.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Em nome de Deus, o Beneficente, o Misericordioso. “1 – Pelo Tempo; 2 – O homem está na perdição; 3 – Salvo os fiéis (ou aqueles) que praticam o bem, aconselham-se na verdade e recomendam-se uns aos outros, na paciência e na perseverança”. Cur’ane 103.

Esta é uma pequena Surat com uma abrangência muito ampla. Todo o significado foi condensado em poucas palavras, concisas e muito breves. Os versículos têm uma amplitude equivalente às advertências e conselhos contidos num grande livro. Por isso, o Imam Shafi (Rahmatulahi Aleihi) referiu que “se as pessoas considerassem só esta Surah, a mesma seria suficiente para a orientação deles”.

O significado das palavras contidas do Surat Al Asr, são tão elevadas, que no tempo do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) as pessoas recitavam a Surat uns aos outros, para se afastarem da descrença e da imoralidade. É referido no At-Tabarani, que Abdullah Bin Abi Hisn Madinah disse: “Sempre que duas pessoas dos companheiros do Profeta se encontravam, e que um deles tenha dado saudações de paz (ao outro) eles não se separavam, sem um deles ter recitado para o outro a Surat Al-Asr”.

Wal Assr. O tempo passa pela nossa juventude e pela nossa saúde. As horas passam sem nos apercebermos. O tempo passou pelos povos e deles ficaram as memórias. Ficaram as pirâmides, os monumentos, os castelos e os prédios. O tempo passou pelo nosso ente querido que há pouco o fomos enterrar. A Surat Al Asr lembra-nos que o tempo está passando e que nunca mais tem retorno. Saberemos aproveitar todas as horas da nossa vida?

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Aproveite cinco coisas, antes que outras cinco coisas te atinjam: 1- A tua juventude antes de envelheceres; 2- A tua saúde, antes de adoeceres; 3- A tua riqueza, antes de empobreceres; 4- O teu tempo livre, antes de te ocupares; 5- A tua vida, antes de morreres”. Relato de Al- Hákim, Al-Baihaqui e Ahmad.

Através dos Livros Sagrados, Allah Subhana Wataala lembram-nos o tempo que já passou e o tempo que ainda virá. O tempo em que Deus criou, através do barro, o nosso pai Adam (Aleihi Salam) – Adão, que a Paz de Deus esteja com ele. O tempo em que Ibliss (diabo) se tornou rebelde e a partir daí, passa o tempo a desencaminhar os inadvertidos. O tempo do Profeta Nuh (Aleihi Salam) - Noé, que a Paz de Deus esteja com ele -, cujo povo foi afogado, devido aos graves pecados cometidos. 

O tempo do Profeta Ibrahim (Aleihi Salam) e do seu filho Esmael (Aleihi Salam), enquanto reconstruíam a Casa Sagrada (Caaba), recitavam: “Senhor nosso! Faz surgir no seu meio, um Mensageiro saído entre eles, que lhes recite os Teus Versículos e lhes ensine a Escritura e a Sabedoria e os purifique; Tu és o Poderoso, o Sábio”. Cur’ane 2:129. A Casa Sagrada que que eles construíram e que é visitada por milhões de muçulmanos. A pé, de camelo e atualmente através diversos meios de transportes modernos, se deslocam à Peregrinação. Deus aceitou o pedido de Ibrahim e Esmael (Aleihi Salam): “Senhor nosso! Aceita (este serviço) de nós...” 2:127. A Caaba perdura no tempo e é um dos sinais de Deus.

O tempo do Profeta Mussa (Aleihi Salam) – Moisés, que a Paz de Deus esteja com ele – que pediu a Deus para lhe dar coragem a fim de enfrentar o faraó: “Rabbi Sharah li saodri.... ó Senhor meu, dilata-me o peito; facilita-me a tarefa; e desata o nó da minha língua; para que compreendam a minha fala”. Cur’ane 20:25 a 28.

O tempo de Issa (Aleihi Salam) – Jesus, que a Paz de Deus esteja com ele -, com a permissão de Deus, curou doentes e ressuscitou os mortos. O tempo do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) que sofreu perseguições e represálias durante vários anos, ao chamar as pessoas para o Deus Único: “LÁ ILALA ILALAH -

Não há outra divindade, excepto Allah”. E com ele, como último Profeta, o tempo da revelação do Cur’ane, que nos aconselha a praticar o bem, dizer a verdade e recomendar uns aos outros, na paciência e na perseverança.

In Sha Allah, continua no próximo Juma.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

13/02/2014

abdul.manga@gmail.com

O bom trato com os pais

E adorai a Deus e nada Lhe associeis. E tende benevolência com os pais”. - (Alcorão, 4:36)
Coord. por: M. Yiossuf Adamgy

Prezados Irmãos, 

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh: 

Temei a Deus e sabei que as almas têm uma predisposição natural por quem lhes faz bem, e os corações sentem-se unidos àqueles que nos amam. E não há ninguém, para além de Deus, que tenha maior preferên-cia por nós que os nossos próprios pais. Deus reuniu os direitos dos pais com os Seus direitos, o agradeci-mento a ambos junto com o Seu agradecimento. E aconselhou a ser benevolentes com eles para além de ordenar adorá-Lo a Ele: "E adorai a Deus e nada Lhe associeis. E tende benevolência com os pais " (Alcorão, 4:36). 

Deus, glorificado seja, concedeu duas graças que são:
 01)a criação e a nossa existência; e
02)além d’Ele os pais, por Sua permissão, são quem têm a graça de nos criar e dar-nos à luz. 

Ibn Abbas (r.a.) disse: "Existem três versículos Alcorânicos que estão relacionados com outros três; não se aceita um se não se cumprem os outros: 
01)"Obedecei a Deus e obedecei ao Mensageiro" (5:92); Quem obedeça a Deus e não obedeça ao Mensageiro não lhe serão aceites as suas obras. 
02)"Observai a oração e concedei az-zakat" (24:56); Quem faça a oração e não pague az-zakat, não lhe serão aceites as suas ações. 
03) E "Agradecei-Me e a vossos pais". Quem agradeça a Deus e não agradeça a seus pais, também não lhe serão aceites as suas ações. 

A complacência de Deus se alcança mediante a complacência dos pais, assim como o nojo de Deus é o resultado do nojo deles. 

Irmãos! A benevolência com os pais é algo grandioso. Recordemos a situação em que nos encontrávamos quando éramos pequenos e débeis: “Senhor Meu! Tem misericórdia deles, como quando eles cuidaram de mim, enquanto pequenino”. (Alcorão, 17:24). A tua mãe carregou-te no seu ventre durante nove meses, com incómodo, e deu-te à luz com dor. A tal ponto de sentir-se morrer, mas, no entanto, ao ver-te, imediatamente se esqueceu do sofrimento, e ocupou-se de ti, noite e dia. Cuidou-te e protegeu-te, foi capaz de passar fome para que tu estivesses saciado, de passar a noite acordada para que tu dormisses. Quanto ao pai, é quem se ocupa de procurar o sustento, de te proteger de todo o mal, de te educar, é quem se contenta e te abraça sempre que te vê e quando se ausenta te tem sempre presente. 

Estes são os nossos pais, esta é a nossa infância. Porquê negar estas graças? 

Al Bukhari e Muslim transmitiram que Abdullah bin Amr bin Al As (r.a.) narrou: Um homem apresentou-se peran-te o Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) e disse-lhe: “Vim jurar-te fidelidade para combater pela causa de Deus e para emigrar por essa causa, buscando a Sua recompensa por ela”. O Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) disse- -lhe: “Por acaso algum dos teus pais ainda está vivo?” Respondeu-lhe: “Sim, ambos”. O Profeta (p.e.c.e.) disse--lhe: “Regressa e trata-os sempre bem". Al Tabaráni transmitiu que um homem se apresentou ante o Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) para consultá-lo acerca de combater pela causa de Deus. O Profeta (p.e.c.e) disse-lhe: "Tens pais?" Respondeu-lhe que sim; então disse-lhe: “Apega-te a eles pois o Paraíso está sob os seus pés”. 

Irmãos! Os direitos dos pais são muito importantes; entre eles está o amar-lhes, obedecer-lhes, dizer-lhes sempre a verdade e ajudá-los no possível. Como disse o Profeta (p.e.c.e): “Tu e os teus bens pertencem aos teus pais". 

Protege-os de tudo o que é prejudicial, como eles fizeram contigo. Nunca os trates com rudeza nem lhes levantes a voz: “Não lhes digas ‘uf’, nem os maltrates” (Alcorão, 7:23). Deves ser humilde com eles e trata--los com muito carinho, pois alcançaram a velhice, e dedicaram os seus bens e os seus melhores anos a criar-te e educar-te. Deus disse: “Se alcançam a velhice junto a ti...” (Alcorão, 17:23). 

A palavra “junto a ti” indica a necessidade da tua proteção. Quer dizer que terminou o seu trabalho e agora começa o teu: “Não lhes digas ‘uf’ nem os maltrates. Dirige-te a eles com palavras boas" (Alcorão, 17:23). 

Um homem disse a Umar ibn Al Khattab (r.a.): “A minha mãe chegou à velhice e sempre que tem uma necessidade tenho as minhas costas à sua disposição. Por acaso estarei a compensar o que ela fez por mim?” Disse-lhe Umar (r.a.): “Não! Pois ela fazia-o com a esperança de que continuasses a viver, e tu faze-lo esperando o contrário. Mas estás a fazer uma obra de bem e Deus confirma as obras boas, sejam pequenas ou grandes”. 

Os seus direitos são muito importantes, pelo que recorrer a súplicas apesar de viverem e logo depois de desaparecerem é uma forma de reconhecer a nossa negligência e de manter a esperança em Deus: “Senhor Meu! Tem misericórdia deles, como quando eles cui-daram de mim, enquanto pequenino”. (Alcorão, 17:24). 

Irmãos! A mais aborrecida das situações é que os pais se vejam surpreendidos por uma atitude de ingratidão dos seus filhos, esquecendo-se da sua infância e da sua debilidade nos primeiros anos de vida. Eles querem que os seus filhos vivam, ao contrário dos filhos, que querem que os seus pais morram. 

Ó tu que desobedeces a teus pais! Por acaso considera-los o mais insignificante para ti? Dedicas tempo aos outros e esqueces-te deles? Por acaso não sabes que através do bom trato aos pais se espera que os filhos te tratem bem amanhã? E que se os tratas mal, um dia necessitarás dos teus filhos e eles farão o mesmo que fizeste com os teus pais. Conforme tratares os outros, assim serás tratado. A recompensa e o castigo são de acordo com a obra realizada. O Profeta (p.e.c.e) disse: “Não há falta que seja mais merecedora de ser castigada neste mundo e também no Outro do que a injustiça e o corte de laços familiares”. E o Profeta (p.e.c.e.) ainda disse que “entre as faltas mais graves está a idolatria e a desobediência aos pais”. 

Abdulah ibn Umar (r.a.) narrou que o Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) disse: "Há três tipos de pessoas que Deus não olhará no dia do Juízo: aos que desobedeceram aos seus pais, aos alcoólicos e aos que atiram na cara os favores que fazem". Jabir (r.a.) narrou que o Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) disse: "Ó, muçulmanos! Evitai desobedecer a vossos pais, pois o aroma do Pa-raíso sente-se a uma distância de mil anos. E por Deus! Que quem desobedeça aos pais não poderá senti-lo". 

Servos de Deus! Sabei que parte da benevolência com os pais é ter respeito pelos amigos de nossos pais, trata--los bem e procurar ajudá-los no possível. O Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) disse: "A maior benevolência do filho é ser piedoso com aqueles que os pais amavam". 

Apresentou-se um homem ante o Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) e perguntou-lhe: “Por acaso resta algo de benevolência com meus pais logo que faleçam?” Disse- -lhe o Mensageiro (p.e.c.e.): "Sim, rogar por eles, cumprir com os compromissos que tenham tomado, manter boas relações com os parentes e tratar bem as suas amizades, após o seu desaparecimento ". 

Tende a segurança que através da benevolência com os pais se conquista uma vida larga, um sustento próspero, e que os filhos sejam rectos. Em troca, a desobediência só acarreta o mal e a perdição. 

Irmãos! Devemos saber que a obediência aos pais é um dever, e uma forma de que o sustento se incremente, de que se leve uma vida óptima e de que as últimas obras neste mundo sejam boas. ́Ali Abu Talib (r.a.) narrou que o Profeta (p.e.c.e.) disse: "Quem deseje que a sua vida seja prolongada, o seu sustento seja folgado e que seja protegido de ter um mau final, que tema a Deus e mantenha boas relações com os seus familiares". E os pais são os familiares mais próximos. 

Deus disse: "E o Teu Senhor decretou que não ado-reis senão a Ele; e que trateis bem os vossos pais. Se um deles, ou a ambos, os alcance a velhice, junto de ti, não lhes digas "uf", nem os maltrates, e dirige- -te a eles com palavras boas. E sê humilde com eles por misericórdia. E dize: ‘Senhor meu! Tem miseri-córdia deles, como quando eles cuidaram de mim, enquanto pequenino". (Alcorão, 17:23,24). 

Que Deus, Altíssimo, nos abençoe através do Sagrado Alcorão e dos ensinamentos do Seu Mensageiro (p.e.- c.e.). Peço perdão a Ele por todos nós e pelo resto dos muçulmanos.■ 

Obrigado, boas leituras. 

M. Yiossuf Adamgy 

(13/02/2014 - alfurqan2011@gmail.com) _________________________________________________