sexta-feira, março 20, 2015

A L M A D I N A AJUDAR OS DEFICIENTES Por: Sheikh Aminuddin Mohamad

Antes de ser um dever humano, constitui um dever religioso ajudar os deficientes, os aleijados, os incapacitados, sejam eles cegos, surdos, mudos, pernetas, manetas, mancos, enfim, qualquer que seja o defeito físico que impeça a pessoa de desenvolver as suas atividades quotidianas de forma normal.

Em vários versículos do Al-Qur’án, e também nos ditos do Profeta Muhammad (S.A.W.) nos é recomendado que nos preocupemos e sejamos misericordiosos para com os fracos e com as pessoas que tenham algum tipo de defeito físico. Por isso devemos ensinar à nova geração e também aos nossos filhos quando ainda pequenos, estes bons ensinamentos.

Infelizmente, muita gente nas sociedades modernas atribui pouca importância a esta matéria. Aliás, alguns chegam a rir-se e a fazer troça daqueles que deveriam merecer a nossa misericórdia, o que é detestável. Esses, que saibam que não só não estão imunes, como correm o risco de desenvolver algum tipo de deficiência, seja ela física ou mental.

O Profeta Muhammad (S.A.W.) disse: “Deus não vai ter misericórdia daquele que não é misericordioso para com os outros”. (Al-Bukhari)

Uma ocasião, dirigindo-se aos seus companheiros disse: “Jamais sereis crentes enquanto não fordes misericordiosos uns para com os outros”. Os companheiros disseram: “ Ó Mensageiro de Deus! Todos nós somos misericordiosos”. Então o Profeta retorquiu: “Não me refiro à misericórdia que cada um de vós tem para com a sua família, mas sim à misericórdia geral para com as pessoas, independentemente da sua etnia, raça, cor, grau de parentesco, etc. Refiro-me à misericórdia para com os desconhecidos, para com os necessitados. Portanto, deveis ter pena deles.

O Profeta Muhammad (S.A.W.) disse: “ O Misericordioso (Deus) terá misericórdia para com aqueles que são misericordiosos para com as pessoas. Portanto, sede misericordiosos para com os que estão na Terra, e essim, O que está no céu (Deus) terá misericórdia de vós”. (Abu Daud; At-Tirmizi)

Se facilitarmos alguém que esteja em dificuldades, Deus também facilitará para nós, tanto aqui na Terra como no Outro Mundo.

Se alguém, com o seu esforço, com a sua riqueza, com o seu tempo, com a sua posição social, com o seu cargo, etc., ajudar outrem, Deus também irá ajudá-lo na sua dificuldade. Portanto, não devemos faltar com a nossa ajuda a quem dela precisa, pois assim Deus também não faltará com a Sua ajuda quando dela precisarmos. E não nos esqueçamos que todos nós, de dia, de noite, e a qualquer hora, precisamos da ajuda de Deus.

Ajudar aos deficientes em qualquer coisa que seja, mesmo que seja na travessia da rua, é considerado caridade, pelo que devemos tratá-los bem para que se sintam confortados na sociedade em que vivem, e não fracos e marginalizados. Devemos acarinhá-los, e fazer-lhe sentir que eles também são úteis na sociedade.

E Deus nos recompensará em todas as boas obras que praticamos, até mesmo no remover das ruas e caminhos, algo que seja prejudicial, como cascas de banana, espinhos, pregos, objectos cortantes, cacos de vidro, etc.

O Isslam não se circunscreve apenas ao cumprimento do Salaat, do Jejum, do Zakaat, ou do Hajj, pois todo o nosso quotidiano faz parte da religião.

Por isso não devemos desprezar ou menosprezar qualquer boa ação. Até mesmo ao receber alguém, devemos fazê-lo com cortesia, cumprimentá-lo com um semblante simpático e sorridente, pois isto faz parte da religião.

Se alguém cujos defeitos conhecemos nos ofende, ainda que possamos reagir, se mantivermos alguma serenidade e nos abstivermos, Deus recompensar-nos-á. Portanto, façamos o que os nossos ouvidos gostam de ouvir, e evitemos o que os nossos ouvidos detestam ouvir.

Ninguém gosta de ser deficiente, pois a existência de deficientes indica que há Um Deus Criador que nos quer chamar à atenção para um aspecto importante, e para os que são sãos e saudáveis não pensarem que tal se deve ao mérito próprio. Para tal, Deus colocou entre alguns milhares ou milhões, um deficiente, precisamente para isso servir-nos de lição, para sabermos que não é a nossa vontade que funciona mas sim a vontade do Todo-Poderoso Criador, e para sermos gratos a Ele pelas graças concedida sob a forma de saúde e perfeição em termos físicos.

E Deus ao retirar algumas faculdades a uma pessoa tornando-a deficiente, reforça-a com outras qualidades, e isenta-a de muitas outras ordens, criando amor e simpatia nos corações dos outros para com ele.

E ninguém pode interrogar por que razão Deus escolheu este ou aquele, e não aqueloutro para ser deficiente, pois o Criador, sendo Soberano faz o que quer. Senão deixaria de ser Deus. 

E a nós, os saudáveis, Ele ordena que cuidemos dos deficientes, ajudando-os no que for necessário.

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuh! Jumua Mubaraka para todos..

quinta-feira, março 19, 2015

A Enfermeira e o Paciente Muçulmano

In:http://oislam.org/noticias/historias-de-convertidos/326-a-enfermeira-e-o-paciente-muculmano Fonte: Saudi Gazette e Muslim Link.

Prezados Irmãos, 

Assalamu Alaikum (A paz esteja convosco): 

O meu nome é Cassie. Tenho 23 anos. Formei-me como enfermeira qualificada este ano e foi-me dado a minha primeira posição como enfermeira particular. O meu paciente era um senhor inglês, nos seus 80 anos de idade, que sofria de Alzheimer. No primeiro encontro fui informada de que ele era um convertido ao Islão, portanto muçulmano. 

Sabia que a partir desse fato, eu precisava levar em conta alguns modos de tratamento que poderiam ir contra a sua fé, e, portanto, tentar adaptar o meu zelo para atender as suas necessidades. 

Trouxe um pouco de carne 'halal' para cozinhar para ele e garantir que não havia carne de porco ou álcool no cozinhado, de acordo com algumas pesquisas que fiz e mostraram que estes produtos são proibidos no Islão. 

O meu paciente estava numa fase muito avançada da sua doença, e, por isso, muitos dos meus colegas não conseguiam entender por que eu estava a tomar tantos cuidados por ele. Mas para mim, uma pessoa que se submete a uma fé merece que esse compromisso seja respeitado, mesmo se ele não está em condições de entender. 

Após algumas semanas com o meu paciente, comecei a notar alguns padrões de movimento. No começo pensei que eram alguns movimentos copiados que ele viu alguém a fazer, mas eu o vi repetir o movimento em determinados momentos: de manhã, à tarde e à noite. 

Os movimentos eram: levantar as mãos, curvar-se e em seguida, colocar a cabeça no chão. Eu não conseguia entender… Ele também estava a repetir frases num outro idioma, não conseguia descobrir que língua era …Mas eu sabia que algumas palavras eram repetidas, diariamente. 

Também havia outra coisa estranha: ele não permitia que eu o alimentasse com a minha mão esquerda (sou canhota). 

Então pensei que seria melhor falar com alguém e perguntar. Coloquei as questões relacionadas com os movimentos repetidos na internet e foi-me dito que estes são os movimentos de oração. Então, segui um link e assisti um vídeo de oração islâmica no YouTube. 

Fiquei abalada. Um homem que perdeu a memória e não se lembrava de seus filhos, de sua ocupação e mal podia comer e beber, era capaz de se lembrar não só dos movimentos de oração, mas também das palavras que estavam num outro idioma. Isto era simplesmente incrível e eu sabia que este homem era devoto na sua fé, o que me fez querer saber mais, a fim de cuidar dele o melhor que pudesse. 

Foi-me dado um link para ler a tradução do Alcorão e ouvi-la. 

O capítulo ‘A Surata das Abelhas' deu-me calafrios e eu a repeti por várias vezes ao longo do dia. Fiz uma gravação do Alcorão no meu iPod e dei para o meu paciente para ouvi-la. Ele sorriu e chorou e ao ler a tradução, eu entendi o porquê. 

Eu apliquei o que eu estava a aprender para poder cuidar dele, mas aos poucos me vi procurando respostas para mim mesma. 

Pois, na verdade, nunca parei para olhar para a minha vida; nunca conheci meu pai; minha mãe morreu quando eu tinha três anos. Meu irmão e eu fomos criados pelos nossos avôs que morreram há quatro anos atrás. Agora, éramos só nós dois. 

Mas apesar de toda essa perda, sempre pensei que eu era feliz, contente. Foi só depois de passar o tempo com o meu paciente que comecei a sentir como se estivesse faltando alguma coisa. Eu estava sentindo falta daquela sensação de paz e tranquilidade que o meu paciente, mesmo sofrendo, sentia. 

Queria aquela tranquilidade que ele sentia. A sensação de pertencer e ser parte de algo, mesmo sem ninguém ao seu redor. Foi-me dada uma lista de Mesquitas na minha área e sai para visitar uma. Assisti a oração e não consegui segurar as lágrimas. 

Senti-me atraída para a Mesquita todos os dias e o Imame e a sua esposa deram-me livros e fitas e acolheram todas as perguntas que eu tinha. Cada pergunta que eu fiz foi respondida com grande clareza e profundidade. 

Nunca pratiquei uma fé, mas sempre acreditei que havia um Deus. Eu só não sabia como adorá-Lo. Fui para a Mesquita para assistir a oração da alvorada. 

Depois, fui cuidar do meu paciente. Estava a alimentá-lo e, quando olhei nos seus olhos, simplesmente percebi que ele foi trazido para mim por uma razão… e que a única coisa que me impedia de aceitar era o medo.... não era temor no sentido de algo ruim, mas medo de aceitar algo bom e achar que eu não era digna como este homem. 

Naquela tarde, fui para a Mesquita e pedi ao Imame se eu poderia pronunciar a minha declaração de fé, a Shahada: Não há outra divindade senão Allah (Deus) e Muhammad é o mensageiro de Allah. 

Ele me ajudou e guiou-me através do que eu precisaria fazer a seguir. Não consigo explicar a sensação que eu senti quando eu pronunciei isso. Era como se alguém me acordasse do meu sono. A sensação era irresistível: alegria, clareza e paz. 

A primeira pessoa para quem eu contei, não foi o meu irmão, mas o meu paciente. Fui até ele e, antes mesmo de eu abrir a minha boca, ele chorou e sorriu para mim. Eu caí em prantos, na frente dele. Eu lhe devia muito. 

Finalmente, contei para o meu irmão; embora ele não estivesse feliz, apoiou-me e disse: “I would be there for you” (que estaria lá por mim). Eu não poderia pedir-lhe mais. 

Depois da minha primeira semana como muçulmana, o meu paciente faleceu durante o sono, enquanto eu estava cuidando dele. Teve uma morte pacífica e eu era a única pessoa que estava com ele. 

Ele era como o pai que nunca tive. Foi a minha porta de entrada para o Islão. Desde o dia da minha Shahada até ao dia de hoje e para cada dia, enquanto eu viver, vou orar para que Deus seja misericordioso para com ele e o recompense por toda boa obra que eu realizar. 

Amava-o por amor a Deus e rezo, todas as noites, pedindo para eu me tornar um peso de átomo do muçulmano que ele foi. 

O Islão é uma religião com uma porta aberta e está lá para quem quiser entrar... E Deus é O Misericordioso, O Compassivo. 

Cassie faleceu em Outubro de 2010, depois do seu irmão ter abraçado o Islão. 

Que Deus a abençoe. 

Muitas preces para esta irmã Enfermeira que serviu o paciente sem olhar para a sua fé. Se o mundo se tornasse assim, então a Terra poderia ser o Paraíso. Não está em questão ela se ter convertido ao Islão, mas sim toda essa sua atitude humanitária. 

Obrigado. Wassalam. 

M. Yiossuf Adamgy - 19/03/2015.

TEMA DA SEMANA: OS ANJOS – 2ª. PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)
Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Deus criou os anjos com estatutos diferentes para desempenharem tarefas pré-definidas. Os anjos têm vários poderes dados por Deus, nomeadamente de se deslocarem a velocidades nunca imaginadas por nós e de se transformarem em seres humanos. Há relatos que confirmam que os anjos assim apareceram aos Profetas e aos piedosos. Ibrahim (Aleihi Salam) estava acompanhado da sua esposa Sara, quando recebeu a visita de 3 estranhos. Como o Profeta Abraão gostava de receber hóspedes e de os alimentar, ofereceu-lhes alojamento e preparou um vitelo. Aborrecido, viu que os visitantes não tocaram na comida e ficou com receio deles. Eles o tranquilizaram, dizendo: “Não temas, fomos enviados contra o Povo pecador (de Lot)”. Os mesmos anjos deram as boas novas à Sara da vinda de um filho. Cur’ane 51:24 a 28. Mariam - Maria, mãe de Issa – Jesus (que a Paz de Deus esteja com eles), quando estava orando sozinha no seu compartimento, apareceu Jibrail (Aleihi Salam) –  Gabriel (Que a Paz de Deus esteja com ele), sob a forma de um homem perfeito. “…E lhe enviamos o Nosso Espírito, que lhe apareceu personificado, como um homem perfeito”. Ela ficou assustada, com medo, pensado que ele ia cometer algo de mal. E rezou: “Eu procuro refúgio contra ti no Beneficente, se és temente a Deus.” – como forma de lhe lembrar de Deus, pois sabia se fosse uma pessoa piedosa iria abster-se de praticar algo errado . Assim, o anjo Gabriel, retomou a forma de anjo e disse-lhe: “Eu sou apenas um enviado do teu Senhor, para dar-te um filho, sem mácula”. Cur’ane 19:17,18 e 19.

O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) também recebeu o Anjo Jibrail (Aleihi Salam) na forma de um ser humano, conforme o relato de Hazrat Umar (Radiyalahu an-hu) em que referiu que um dia quando estavam sentados com Profeta (Salalahu Aleihi wassalam), apareceu uma pessoa impecavelmente vestida com roupas brancas e com um cabelo muito negro e que não era conhecido na localidade e que não se vislumbrava qualquer vestígio de viagem. Depois da conversa com o Profeta e que todos os presentes puderam ouvir, O Profeta informou aos presentes de que era o Anjo Jibrail, que veio para lhes ensinar o Isslam… (Muslim).

Só Deus é conhecedor da quantidade de anjos. “E não designamos guardiães do fogo (do inferno) senão os anjos e não fixamos o seu número, senão como prova para os incrédulos… E ninguém senão Ele, conhece os exércitos do teu Senhor”. Cur’ane 74:31. Pelas diversas passagens que nos foram relatadas, chegamos à conclusão de que os anjos são inúmeros e incontáveis, conforme o seguinte exemplo: O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) quando ascendeu aos céus na noite de Mi’raj, referiu entre outros aspectos, o seguinte: “Em seguida foi-me amostrado “Al Bait-al-Ma’mur (a Casa de Deus). Perguntei ao Anjo Gabriel sobre isso e ele disse: “Esta é a Al Bait-ul-Ma’mur, onde 70.000 anjos realizam as orações diárias e quando eles deixam o local, nunca mais regressam (são substituídos diariamente por um número idêntico de anjos)”. Bhukari 54:429.

Os anjos não têm nenhumas necessidades como os seres humanos, nomeadamente, não comem e não dormem. Os anjos não se cansam pelas tarefas que desempenham e há entre eles os que estão permanentemente a louvar a Deus, noite e dia. “(Os anjos) glorificam-No noite e dia e não ficam exaustos”. Cur’ane 21.20.

Outros anjos estão em permanente rukú e outros no sajdah (prostrados), sem levantarem a cabeça, louvando Allah, o Criador de tudo o que existe na terra e no universo.

“ALLAHU NURO SAAMÁ WÁTI WAL ARDH. “ALLAH É A LUZ DOS CÉUS E DA TERRA”. “Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

19/03/2015

terça-feira, março 17, 2015

A L M A D I N A - O DIA INTERNACIONAL DA MULHER MODERNA

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 09.03.2015

Sempre que se chega ao dia 8 de Março, celebra-se em muitos quadrantes o Dia Internacional da Mulher. Nesse dia fala-se acerca dos direitos da mulher, e condena-se os que não observam os seus direitos.

Infelizmente hoje a situação em que a mulher no Mundo em geral, e particularmente no chamado Primeiro Mundo vive, é bastante deplorável.

Agora o nosso Mundo enfrenta uma nova ameaça: a onda de ódio contra a mulher, vulgarmente conhecida por violência doméstica.

Um estudo do Centro das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social e Assuntos Humanos, revela-nos um número alarmante de casos de violência doméstica com especial incidência contra a mulher, de divórcios, de raptos, para além de uma quase absoluta inobservância dos Direitos da Mulher.

Toda a estrutura familiar está em colapso, as ruas tornaram-se locais de actividades devassas, os restaurantes e parques tornaram-se centros de aventuras com aparência romântica, mas que escondem actos promíscuos e imorais.

A mulher muçulmana deve conhecer o seu papel na sociedade. Ela deve auto-preservar-se, não se deixando reduzir a mero objecto sensual para a satisfação de desejos animalescos de homens perversos.

O debate sobre o estatuto da mulher na sociedade não é um assunto novo. O Isslam concedeu à mulher direitos e privilégios que nenhuma outra religião ou sistema constitucional alguma vez concedeu. Atribuiu-lhe grande valor social, liberdade e conforto, como podemos ver, a título de exemplo:

Como Mãe:

O Profeta Muhammad, (S.A.W.) disse: “O Paraíso está debaixo dos pés das mães”. (Al-Bukhari)

Como Esposa:

O Profeta (S.A.W.) disse: “O Mundo todo é para o homem uma comodidade perecível, mas a melhor comodidade do Mundo é uma esposa piedosa”. (Musslim)

E disse: “O melhor de entre vós é o que melhor trata a sua esposa”. (At-Tirmizi)

Como Filha ou Irmã:

O Profeta Muhammad (S.A.W.) disse: “Quem cuida de três filhas (ou o mesmo número de irmãs), educa-as e mostra misericórdia para com elas, até Deus torná-las auto-suficientes através do casamento, Ele tornará obrigatório para essa pessoa a entrada no Paraíso”. Alguém perguntou: “Que tal se forem duas filhas ou duas irmãs, será que receberá a mesma recompensa”? O Profeta respondeu: “Sim”!

Como viúva ou divorciada: 

O Profeta Muhammad (S.A.W.) disse: “Não quereis que vos indique a caridade mais virtuosa? É a do dinheiro despendido com a filha desprovida de qualquer recurso que lhe permita sobreviver condignamente senão o dinheiro do pai, filha essa que volta à casa paterna por ter sido divorciada ou por ter enviuvado. (Ibn Majah)

Os direitos da mulher como mãe:

Alguém perguntou ao Profeta: “Quem merece o meu melhor tratamento”? O Profeta respondeu “A tua mãe”! Ele voltou a perguntar: “A seguir”? O Profeta respondeu “A tua mãe”! O homem perguntou novamente: “E a seguir”? O Profeta voltou a dar a mesma resposta: “A tua mãe”! Pela quarta vez, o homem perguntou quem se seguia, o Profeta respondeu: “O teu pai”.

Portanto, as três medalhas – Ouro, Prata e Bronze – foram atribuídas à mãe, cabendo ao pai apenas o prêmio de participação. 

O Profeta proibiu terminantemente a agressão ou o insulto às esposas, ordenando-nos que as alimentemos e vistamos de forma honrosa, sempre que comemos e compramos roupa para nós.

As mulheres são nossas parceiras no processo de criação. Deus diz no Al-Qur’án, Cap. 49, Vers. 13:

Ó gente! Certamente, Nós criamo-vos (a todos vós) de um macho e de uma fêmea, e dividimo-vos em vários povos e tribos, para que vos pudésseis identificar uns aos outros (e não para vos desprezardes uns aos outros). Na verdade, o mais nobre de entre vós, perante Deus, é o mais piedoso de entre vós. Sem dúvida, Deus sabe e está bem informado de todas as coisas”.

Ainda segundo o Al-Qur’án, Cap. 16, Vers. 97, perante Deus, em termos de direitos e responsabilidades, a mulher é absolutamente igual ao homem:

“Quem praticar o bem, seja homem ou mulher, se for crente, fá-lo-emos viver uma vida feliz no Mundo e, certamente, dar-lhe-emos (na outra vida) a sua recompensa com o melhor daquilo que praticava”.

Consta também no Cap. 4, Vers. 32:

“Os homens têm a porção daquilo que ganharam, e as mulheres têm a porção daquilo que ganharam”.

No Cap. 2, Vers. 36 do Al-Qur’án consta:

A mulher não é culpada pelo primeiro erro cometido por Adão no Paraíso. Ambos (Adão e Eva) foram co-responsáveis pelas suas acções perante Deus, e ambos arrependeram-se e foram perdoados”.

Em termos de obrigações religiosas como o Salaat (oração ritual) o Jejum, o Zakaat (taxa obrigatória devida aos pobres) e o Hajj (peregrinação à Makkah) a mulher não é diferente do homem. Em alguns casos ela até tem algumas vantagens sobre o homem.

No que diz respeito à igualdade do género, o Al-Qur’án diz no Cap. 2, Vers. 228:

Elas têm os mesmos direitos sobre os homens, como eles têm sobre elas, a serem respeitados conforme a Lei”.

Os direitos e as responsabilidades das mulheres são iguais aos dos homens, mas não são necessariamente idênticos. 

O facto de o Isslam conceder à mulher direitos iguais mas não idênticos, mostra que reconhece a independência da sua personalidade, pois ela não é um simples duplicado do homem. 

Segundo a lei isslâmica, não se pode obrigar a mulher a casar-se com alguém sem a sua aprovação e consentimento.

Ainda segundo o Isslam, a mulher não é inferior ao homem, pois foi Deus quem criou o homem e a mulher, e ambos são iguais perante Deus.

O homem e a mulher complementam-se, pois cada um deles tem deveres e direitos. Há algumas diferenças entre o papel do homem e o da mulher na sociedade, mas essas diferenças não tornam nenhum deles superior ao outro. 

A posição da mulher foi sempre um assunto de debate, pois surgem alguns conceitos errados devido às práticas tradicionais por parte de pessoas que se intitulam muçulmanas, ou por desinformação maliciosa da parte de alguns núcleos.

Será que as mulheres muçulmanas desejam trocar o melhor pelo pior? Será que desejam ser escravas no lugar de rainhas? Por causa disso, enfrentamos hoje graves consequências, como a desintegração da unidade familiar, especialmente na relação entre pais e filhos. Surgem agora suspeitas e tensões entre marido e esposa.

Antes de terminar esta crônica, gostaria de citar aqui o que a Kinsely Report (U.S.A.) revela acerca desse tipo de sociedade:

- 50% das mulheres americanas (de todas as idades) perdem a sua virgindade antes do casamento.

- 25% delas conspurcam o leito conjugal, sem sentirem nenhum remorso por traírem os seus maridos.

- 62% masturbam-se.

Estas estatísticas provam, sem qualquer margem para dúvidas, que o materialismo está destruindo a moral e o bom comportamento, aumentando a corrupção.

Será que é isto que dignifica as mulheres?

Atuar como um Muçulmano! Será que estamos fazendo isso?

Nós, muçulmanos, devemos saber como comportarmo-nos perante situações que requerem ter firmeza e paciência. Assalamu Alaikum (A paz esteja convosco):

A humanidade está a viver uma das épocas mais obscuras desde que foi criada. Rios de sangue fluem em todas as partes do mundo. Diariamente, cometem-se, por milhões, os pecados capitais que Allah (Deus) proibiu em todos os Livros que enviou. Os malfeitores ficam com o benefício da sua maldade sem que ninguém lhes peça contas.

Os pais são desrespeitados e abandonados, as crian-ças oprimidas e as mulheres cada vez mais exploradas, fazendo-se escravas dos apetites sexuais do homem com mentalidade corrupta.

Se não nos esperasse uma época de fé e paz, não há razão para que Allah não faça chegar o Apocalipse, o Fim do Mundo. Um erudito muçulmano disse: “Houve uma época em que não se cometiam, em cem anos no mundo inteiro, o total de pecado que se comete numa noite de sábado, nas nossas épocas, em qualquer cidade grande”.

Mas há um pecado todavia maior. Realizam-se vídeos ou caricaturas cheios de maldições e blasfémias para com Allah e o Seu Mensageiro e promovem-se a nível mundial. Enquanto qualquer ofensa verbal ou visual a um grupo de pessoas ou inclusivamente animais é con-denada mundialmente, não se mostra nem uma milé-sima parte desta postura para os que promovem ofensas ao Islão e aos muçulmanos.

Nunca os muçulmanos foram tão oprimidos nem tão pouco foram como um objecto de burla, como nos nos-sos tempos. E se a isto somarmos os incivilizados pro-testos que originaram certos grupos chamados “islamitas radicais”, os provocadores foram quem levaram “os despojos do assalto”, conseguindo o que pretendiam fazer.

Ó irmão muçulmano:

Como vamos levantar este fardo que cai sobre os nossos ombros? Que fazer para que este pesadelo acabe, já de uma vez?

Primeiro devemos olhar para o nosso exemplo. Quem é o nosso exemplo? 

Quem ensinou ao mundo inteiro a moral e a ética inigualável, senão o nosso queridíssimo Profeta Muhammad, que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele? 

Estar em desacordo com as injustiças, requer que saiamos à rua e queimemos os automóveis ou bandeiras de alguns países ou rompamos janelas das lojas ou escrevamos nas paredes slogans? Faria este tipo de coisas se o nosso queridíssimo Profeta estivesse em vida?

O Islão significa “paz” e a palavra muçulmano significa “quem pratica a paz”. Um muçulmano é aquele que das suas ações ou palavras não se teme e se espera um rosto amável e um comportamento educado, paciente, misericordioso e amigável. Qualquer outro tipo de comportamento agressivo, ofensivo e incivilizado provém de Satanás e não faz nada mais que maldizer o nome bendito de Allah e do Seu Mensageiro.

Isto não quer dizer que estejamos passivos ante tudo isto, não se compreenda mal. Ali ibn Talib, que Allah esteja agradado com ele, disse que “Quem se cale ante as injustiças é o mesmíssimo Satanás sem língua”. Mas como em tudo, há maneira de protestar e mostrar o nosso desacordo ante todas as ofensas.

Muçulmanos honrados

Allah honrou-nos dando-nos o Islão e, certamente e sem dúvida, entre as pessoas que não creem, nós somos os mais honrados ante os olhos de Allah, al-hamdulillah (louvado seja Allah), e temos a obrigação de defender a nossa honra. Mas esta defesa somente se pode levar a cabo com uma postura “Muçulmana” no sentido literal da palavra. Temos que pensar e atuar pelas maneiras adequadas e efetivas, para que possamos parar todas as ofensas e limpar o rosto manchado do Islão. 

Que Allah nos dê paciência, sabedoria e firmeza perante as ofensas dos malfeitores. Ámen.

Devemos responder a esta pergunta: quem beneficia de que a imagem do Islão se distorça e a opinião pública acredite que o Islão é uma religião intolerante e violenta? Esses são os que estão por detrás do Al Qaeda, do Estado Islâmico e, possivelmente, destes atentados.

Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 12/03/2015.