sexta-feira, março 09, 2012

As 7 pessoas que serão acomodadas na sombra da Misericórdia de Deus: QUARTA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalamo) disse: “Há sete tipo de pessoas que serão acomodadas por Deus, na sombra da Sua Misericórdia, no Dia em que não haverá mais nenhuma sombra, excepto a Sua:
1) – O Rei justiceiro;
2) – O jovem que passou a sua juventude na adoração a Deus;
3) – A pessoa cujo íntimo esteja ligado ao Masjide; 
4) – Aquelas duas pessoas que por Deus se amam, que se reúnem por Sua causa e por causa Dele se separam; 
5) – A pessoa que foi exposta à tentação por uma mulher bela e recusou, dizendo: “Eu temo a Deus”; 
6) – A pessoa que dá esmola e que a mão que dá (a direita), o faz com tanto secretismo, que a outra mão não sabe;
7) – A pessoa que recorda a Deus na solidão, deitando lágrimas.


4 ) – Aquelas duas pessoas que se amam, que se reúnem por

Sua causa e por causa Dele se separam: No tempo do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), alguns Sahabas (Companheiros do Profeta) (Radiyalahu an-huma), tinham um lugar reservado na Mesquita do Profeta, onde lhes eram ministrados ensinamentos religiosos do Cur’ane e do Sunah.

Reuniam-se por amor a Allah Subhana Wataala e ao seu Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam). Nestes agrupamentos criavam-se grandes amizades. Muitos deles, foram obrigados a separarem-se e enviados para outras localidades distantes. Assim, se uniram pela causa de Deus e também pela causa Dele se separaram. Foram para bem longe das suas famílias, as quais nunca mais voltaram a ver.

Outros Sahabas (Radiyalahu an-huma) também pelo amor e amizade pelo Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) ansiavam ficar ao lado dele, a todo o tempo. Mas tal não era possível, porque cada um tinha as suas próprias actividades e responsabilidades, nomeadamente familiares e por isso sentiam-se sempre tristes com a separação, mesmo que momentânea. Também tinham consciência de um dia todos iam morrer e que a separação era inevitáve. Foi o exemplo de Thawban (Radialahu an-hu) que ajudava o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) em diversas tarefas. Certa vez, quando se encontrava na companhia do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), ficou com os olhos lacrimejando. Ao ser perguntado os motivos da tristeza, ele referiu o amor que sentia pelo Profeta e que tinha medo de não o encontrar no Akhirat (vida futura) e não suportava estar longe dele. Referiu também que o Profeta estará num lugar privilegiado, bem distante dele, devido ao elevado grau que tinha perante Deus. 

Por outro lado, ele não tinha a certeza de que iria para o Paraíso. Tudo isto lhe causava uma imensa tristeza. Por causa desta preocupação, Deus revelou o seguinte versículo do Cur’ane: "E aqueles que obedecem a Allah e ao Seu Mensageiro, estarão na companhia dos que foram agraciados por Allah; dos Profetas (que ensinam), dos sinceros (amantes da fé), dos mártires (que comprovam) e dos justos (que fazem o bem); que excelentes companheiros serão!". 4:69.

No versículo do Cur’ane, Deus refere diversos tipos de crentes; dos Profetas que vieram difundir a palavra de Deus; os que com fé em Deus, actuam sempre pela verdade e se opõem veemente contra as injustiças; os shaídes (mártires), que foram “testemunhas”, que morreram defendendo a cauda de Deus; são também shaídes os justos que dão testemunho da verdade, da sua fé, em todos os aspectos da sua vida.

Quem se preocupar, neste mundo, em procurar a companhia de tais piedosos e com eles compartilhar as virtudes, seguramente que se será um afortunado, pois no outro mundo (Akhirat), estará com eles.

Actualmente, é muito comum os jovens deslocarem-se para outros países, para se formarem em teologia islâmica. Nos anos em que decorre o curso, criam-se grandes amizades. Mas depois de terminado o curso, regressam aos seus países de origem, para transmitirem aos seus conterrâneos, o que aprenderam durante aquele tempo.

Uniram-se e separaram-se por um propósito, o de servir a Deus. Nos meses de Ramadan, em todos os países do mundo, alguns muçulmanos permanecem na Mesquita durante os últimos 10 dias (Itikaf). Juntos passam o tempo a efectuar as orações e o Zikr. Reúnem-se para recordarem os ensinamentos religiosos. 

Criam-se amizades e no final, separam-se para reiniciarem as suas vidas profissionais e familiares. Numa Mesquita de Leicester, com o Maulana Salim Dhorat Saheb, juntam-se para o Itikaf cerca de 400 pessoas.

Com fé em Deus se juntam e por causa Dele, se separam. Outro exemplo, é quando se juntam diversos irmãos no Tablik, de 40 dias ou 4 meses e se deslocam para várias localidades, passando todo tempo a lembrarem a eles próprios e aos irmãos a quem visitam, o caminho da salvação. Todo o tempo que passaram juntos, foi exclusivamente dedicado a Deus, seguindo as orientações do Seu Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam).

In Sha Allah, continua na próxima semana. Um bom dia de Juma

Cumprimentos,

Abdul Rehman Mangá

08/03/2012

quarta-feira, março 07, 2012

O ILM (A PROCURA DO CONHECIMENTO) – SEGUNDA PARTE

O ILM DOS PROFETAS E DOS PIEDOSOS.

Toda a ciência e o conhecimento, provém de Deus. Só Ele conhece o passado, o presente e o futuro. “…Ele conhece o que é secreto e ainda o mais oculto.” – 20:7. Foi Ele que agraciou os Seus Profetas com sabedoria, para poderem falar aos seus povos. Os Profetas sempre foram os melhores da humanidade, no que se refere à aparência, personalidade e capacidades especiais, de modo a não serem alvo de troça ou desprezo. Mas mesmo assim, os Profetas foram maltratados por alguns, por não aceitarem a palavra de Deus. Abdullah (Radiyalahu an-hu), relatou: “Como se eu tivesse visto o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) falar de um Profeta, cuja nação o tinha agredido, ao ponto de sangrar e enquanto estava a limpar o sangue do seu rosto pediu: Ó Deus, perdoe a minha nação! Pois eles não têm conhecimento.” Bhukari.

Ao longo da história da humanidade, Deus enviou milhares de Profetas, para nos transmitirem e nos incentivarem a procura do conhecimento, para esta vida passageira e em especial para a outra que não terá fim. Outras personalidades também tiveram o privilégio de obterem o ilm, para o benefício da humanidade.

Quando Deus criou Adam (Aleihi Salam) – Adão (Que a Paz de Deus esteja com ele) e o colocou como seu Khalifa na terra (vice - regente), dotou-o de certos poderes e deu-lhe o dom da palavra. “Criou o homem e ensinou-lhe a expressar-se” Cur’ane 55.3,4. Deu-lhe a conhecer os nomes de todas as coisas. Transmitiu-lhe a sabedoria necessária, que aprendeu e os passou para os seus filhos, para estudarem as leis da natureza, reflectirem sobre eles e utiliza-los correctamente, em benefício da humanidade. “Na verdade, Nós honramos os filhos de Adam” (Isto é, demos-lhes superioridade em relação a todas as criaturas) Cur’ane 17:70. O ser humano tem assim a capacidade para aprender, aumentar os seus conhecimentos e perceber as leis do universo.

Ibrahim (Aleihi Salam) – Abraão (Que a Paz de Deus esteja com ele), nasceu numa casa de idólatras. Mas ainda pequeno, Deus iluminou-o e guio-o, para o caminho do monoteísmo. No Cur’ane, é referido o diálogo entre o Profeta Ibrahim (Alei Salam) e o pai, adorador de ídolos: “Pai, porque adoras aquilo que não ouve nem vê e em nada te pode beneficiar? Pai, foi-me revelado algo de sabedoria que tu não recebeste. Segue-me pois, vou conduzir-te para o caminho recto.” 19:42,43.

Mussa (Aleihi Salam) – Moisés (Que a Paz de Deus esteja com ele) recebeu ordens de Deus para ir falar com o Faraó, que se encontrava extraviado, pensando, ser o rei dos reis. Moisés apercebeu-se da grande responsabilidade que tinha acabado de receber, sabendo de que era lento a falar e não era um bom orador. Com receio de não conseguir influenciar o faraó e o seu séquito, pediu a Deus para que o seu irmão Aarão, um bom orador, o acompanhasse. Recusada a pretensão, Moisés orou a Deus, pedindo: “ Ó Senhor meu, dilata-me o peito; facilita-me a tarefa; e desata o nó da minha língua; para que compreendam a minha fala.”Curane 20:25 a 28. As dificuldades foram removidas e ele pode falar com o Faraó, sem qualquer situação de inferioridade. As palavras por ele proferidas, perante o tirano, são extraordinárias na eloquência e na retórica, conforme é referido na Bíblia e no Cur’ane. 

Issa (Aleihi Salam) – Jesus (Que a Paz de Deus esteja com ele), quando ainda era recém-nascido, recebeu de Deus, o dom da fala e falou às pessoas ainda no berço. Depois do parto e quando Mariam (Que a Paz de Deus esteja com ela) regressou com a criança algumas pessoas repreenderam-na, afirmando de que ela fizera algo detestável e que a família dela nunca fora adultera. Mariam colocou os dedos nos lábios e apontou para a criança. Admirados ouviram Issa dizer: “Sou o servo de Deus, que me concedeu o Livro e me designou Profeta. Fez-me abençoado onde quer que eu esteja e encomendou-me a oração e a esmola, enquanto eu viver….”

Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) – Que Deus derrame as suas bênçãos nele, era iletrado, e recebeu, através do Anjo Jibrail (Aleihi Salam) – Gabriel (Que a paz de Deus esteja com ele), a revelação da palavra de Deus. Na primeira revelação, Deus ordenou-lhe para recitar os seguintes versículos: “
1 – Iqra (Recita) em nome do teu Senhor que criou;
2 – Criou o homem de um coágulo;
3 –Recita e o teu Senhor é o mais generoso;
4 – Que ensinou com a caneta;
5 – Que ensinou ao homem aquilo que ele não sabia”. Cur’ane 96. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) respondeu ao anjo de que não sabia ler. Mas o anjo pressionou-o e ele acabou por recitar e reter as primeiras palavras da revelação.

Os que estiveram ao lado dos Profetas também foram agraciados por Deus, que lhes deu certas capacidades físicas, intelectuais e espirituais, para suportarem os enormes sacrifícios, necessários para ajudarem a divulgação da palavra Dele. Foi também o caso dosSahabas (Radiyalahu an-huma) – Que Deus esteja satisfeito com eles – Companheiros do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Especializaram-se nas diversas áreas religiosas. Muitos deixaram os seus bens e as suas famílias e deslocaram-se para terras distantes, para a divulgação do Isslam. Yahya Ibn Khatir (Radiyalahu an-hu), referiu: “A procura do ilm e o conforto, não podem estar juntos”. Eles reuniam-se num local, denominado de Ass-Hábus Suffa (Pavilhão dos Sahabas). Neste momento, o local encontra-se dentro da Mesquita do Profeta, em Madina, e de fácil reconhecimento, por ser um local saliente, acima do nível do chão e bem visível. Os Sahabas reuniam-se de dia e de noite, para aprendizagem e eram enviados para outros locais, para ensinarem a religião. Eles juraram manter-se junto do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam). Eram materialmente pobres, mas ricos em ilm religioso. O número deles era de cerca de 100 e neles estava incluído o Sahaba Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), muito conhecido pela transmissão de inúmeros hadices. Várias são as narrativas, referindo a bravura, a dedicação e o sacrifício dos Sahabas, perante Deus e Seu Profeta.

Uma prece muito utilizada pelos muçulmanos رَّبِّ زِدۡنِى عِلۡمً۬ا “Rabbi zidni ilm” – Ó meu Senhor, aumentai-me o conhecimento”. Surat TA HÁ. De acordo com Ibn Abbas (Radiyalahu an-hu), no início da revelação, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) sentia uma grande ânsia e esforço para acompanhar e reter a revelação que o anjo lhe transmitia. Ele movia a língua e apressava-se a recitar o que lhe era transmitido. Foram então revelados alguns ayates: “…Não te apresses com o Alcorão, antes que a sua inspiração te seja concluída. Outrossim, diz: Ó Meu Senhor, aumentai-me o conhecimento”. 20:114 Também no capitulo 75, os versículos 16 a 19, referem-se à mesma advertência. Deus instruiu ao Profeta para seguir atentamente a recitação do anjo Jibrail e só depois é que deveria repetir as palavras. Deus deu ao Profeta, a capacidade de reter e transmitir as revelações. Segundo Ibn Uyaynah, o Profeta não deixou de melhorar os seus conhecimentos até que Deus, o Altíssimo, o levou.

Outra fonte de inspiração para a procura do ilm e do conhecimento em geral, é o exemplo de Luqman, negro e antigo escravo. Um verdadeiro sábio, que teve o privilégio de ser referido no Cur’ane, através de um capítulo com o seu próprio nome. Não era um Profeta, mas Deus agraciou-lhe com a sabedoria e com o conhecimento mundano e divino, conforme o seguinte versículo: “Agraciamos a Luqman com a sabedoria, (dizendo-lhe): Agradece a Deus, porque quem agradece, o faz em benefício próprio” Cur’ane 31:12 . Luqman colocava esses mesmos conhecimentos na prática, transmitindo-os aos ricos, necessitados, reis e juízes.

Um Bom Dia de Juma,

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

O ILM (A PROCURA DO CONHECIMENTO):


بِسۡمِ اللهِ الرَّحۡمٰنِ الرَّحِيۡمِ  - رَبِّ اشۡرَحۡ لِىۡ صَدۡرِىْ ۙ‏ ﴿۲۵﴾ وَيَسِّرۡ لِىۡۤ اَمۡرِىْ ۙ‏ ﴿۲۶﴾ وَاحۡلُلۡ عُقۡدَةً مِّنۡ لِّسَانِیْ ۙ‏ ﴿۲۷﴾ يَفۡقَهُوۡا قَوۡلِیْ
Bismilahir Rahmani Rahim “Rabbis sherah li sadrí; uias ssir li amrí; uahlul uqdatan min lissani; iáfkahú kauli”. - Ó Senhor meu, dilata-me o peito; facilita-me a tarefa; e desata o nó da minha língua; para que compreendam a minha fala.” 20: 25 a 28.

A palavra árabe “ilm”, é por norma traduzida por “conhecimento” - “knowledge”. Mas “ilm”, tem um significado muito amplo, pois abrange, nomeadamente, a informação acerca de algo divino ou terreno, mais acção do que a teoria, a procura do conhecimento e a educação. Por isso a civilização islâmica dá a palavra “ilm”, uma forma distinta. Nenhuma outra religião deu tanta importância ao “ilm”. Porque o Islão é o caminho para o conhecimento, as palavras ilm, caneta, escrever, livro e seus derivados, são referidos centenas de vezes no Cur’ane e nas tradições do Profeta. “Nun. Pelo cálamo (caneta) e pelo que com ela escrevem”. Cur’ane 68:2. A caneta e o livro, são essenciais para a procura do conhecimento. A primeira revelação do Cur’ane, começa com a palavra “iqra” (leia - recite).

...Poderão equiparar-se os sábios com os ignorantes?”..” refere o Cur’ane, 39:9. Os pais têm a obrigação de criarem condições para que os seus filhos obtenham conhecimentos escolares e religiosos. Alguns pais preocupam-se que os seus filhos só aprendam os conhecimentos mundanos. Outros só com o ilm religioso. As duas componentes são importantes para formar um jovem para que no futuro, possa vir a ter uma contribuição para o desenvolvimento do seu país. Felizmente, já vemos muitos jovens formados em diversas áreas universitárias e simultaneamente, graduados em diversos ramos do ilm religioso (Hafez, Muftis, Alimos, etc..). É uma satisfação para os pais, pois é a melhor herança que podem deixar para os filhos. “Quando um homem morre, as suas acções chegam ao fim, com excepção de três actos: a caridade contínua, o conhecimento que transmitiu, o qual as pessoas continuarão a beneficiar e um filho piedoso que rezará para ele”. * (1).

Mesmo depois de terminada a época da escolarização obrigatória, devemos dedicar um pouco do nosso tempo, para relembrarmos e aumentarmos os nossos conhecimentos religiosos e de tudo o que nos rodeia. A mente humana tem uma capacidade extraordinária para armazenar informações, para recordarmos mais tarde. Errar, é próprio do ser humano e a perfeição só a encontramos em Deus, o verdadeiro Haquim (Sábio). Com o passar dos anos, a nossa memória acaba por falhar e esquecemos parte ou totalidade do que aprendemos. Por isso, devemos treinar a nossa mente, em especial relembrar os conhecimentos religiosos, para uma oração perfeita. A procura do conhecimento em geral, é uma obrigação das mulheres e dos homens. “Não é permita a inveja, excepto em 2 situações: A pessoa a quem Deus deu riqueza e ele a utiliza no bom caminho e a pessoa a quem Deus deu a sabedoria (por exemplo a religiosa) e que dá as suas decisões em conformidade e transmite aos outros”. *(2). O muçulmano deve preocupar-se em ensinar o seu semelhante, mas também deverá ter humildade em aprender com os outros. “Os sábios são herdeiros do Profeta” *(3).

Se não encontrarmos condições nas nossas localidades, para aumentar os nossos conhecimentos académicos ou religiosos, devemos procurar o ilm noutras paragens. “Procurai a sabedoria, mesmo se para isso tiverdes de viajar até à china” *(4). Encontramos no Islão, o incentivo para o combate à ignorância e ao analfabetismo. Só assim é que os muçulmano poderão contribuir com o desenvolvimento dos países onde se encontram a viver, de maioria muçulmana ou não. Temos a obrigação de contribuir para o desenvolvimento do mundo, como forma de erradicarmos a ignorância e a pobreza. Para efectuar a Oração, o pilar importante do Islão, o muçulmano deverá conhecer todas as regras, sem as quais a oração será considerada inválida. Nada obterá, senão o cansaço e a insatisfação de Deus. Não há oração sem o ilm, o conhecimento religioso. “Entre os Seus servos, somente os sábios temem verdadeiramente a Deus.” Cur’ane 35:28. 

Os muçulmanos viveram uma época de esplendor numa altura em que o resto da Europa e do mundo, viviam nas trevas. As pessoas de todo o mundo deslocavam-se a Bagdad, Cairo, Córdova, Damasco e outras cidades, à procura do ilm. “Quem viajar a procura doilm, Deus facilitar-lhe-á o caminho para o paraíso e os anjos estenderão as suas asas em honra do viajante.” *(5). Na altura, os muçulmanos preocuparam-se no desenvolvimento do conhecimento religioso e científico, vivendo em paz com outras culturas e religiões. Após o pôr do sol, a escuridão invadia as ruas da Europa, com a excepção de Córdova, onde as casas e as vias públicas eram iluminadas, não só pelas luzes artificiais, mas também pelas luzes do conhecimento e da sabedoria.

Apesar de todas as capacidades demonstradas pelo ser humano, para aumentar os seus conhecimentos, chegará o tempo das trevas. As más acções prevalecerão em relação às virtuosas, o adultério será dominante e o homem semeará a corrupção na terra. As religiões fragmentar-se-ão. A confusão ficará instalada. O homem piedoso terá dificuldades em reconhecer quem falará a verdade.“Perto da Hora estabelecida, haverá dias, nos quais o conhecimento religioso será retirado e a ignorância irá espalhar-se. Haverá em abundância, o assassinato de pessoas.” *(6). Será o aproximar da hora final, conforme está previsto no Cur’ane: :“Tudo o que existe na terra perecerá. E só subsistirá o Rosto do teu Senhor, o Majestoso, o Honorabilíssimo”. 55:26-27.

* Ditos do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam); (1) Relato de Abu Huraira em Muslim; (2) Relato de Ibn Massud em Bhukari; (3) e (4) Relatos de Abú Daúd; (5) Relatos de Muslim, Abú Daúd e At-Tirmizi; (6) Relato de Abu Mussa em Bhukari.

Um bom dia de Juma

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

segunda-feira, março 05, 2012

AL SALAT ( A oração)

Em nome de Allah (SWT), o Clemente, o Misericordioso. Louvado seja Allah (SWT), criador do céu e da terra. Recordamos-nos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia.

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Mohamed (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT).

Que Allah (SWT) abençoe e dê paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final.

Meus queridos irmãos, nosso assunto desta sexta-feira é sobre a oração no islam AL SALAT. A oração é o contato entre o muçulmano e Allah (SWT). Na lei islâmica é a relação diária com o Criador, Allah (SWT) é o único pilar que foi escrito desde o sete céus, quando o profeta (SAAW), foi elevado aos céus com o anjo Gabriel e recebido esta ordem do SALAT. Quem deseja falar com Allah (SWT) é através das orações e quem deseja que Allah fale com ele, que faça a leitura do Livro Sagrado o Alcorão. A oração é mencionada no Alcorão mais de oitenta vezes.

Inúmeros ditos relatam que quando alguém se queixava da pobreza ao profeta, ele aconselhava a pratica regular da oração, e recita-se o versículo 132 da surat TAHA que diz:

« E ordena a teus familiares, com a oração e sê constante, tu também. Não te impomos ganhares o teu sustento, pois Nós te proveremos. A recompensa é dos devotos. »

A oração para o profeta, e seus companheiros era um refugio para qualquer coisa, mesmo que seja da vida, mesmo que seja relacionado a pequenas coisas, eles procuravam o refugio na oração. Sempre a oração é usada pelo muçulmano para ajudá-lo em varias situações como na hora de escolher entre dois assuntos, ele faz duas RAKAHS consultando Allah, está oração e conhecida como SALAT ALISTIKARA, também há orações de saudação na mesquita que é a casa de Allah (SWT), há oração de agradecimentos, oração de pedir chuva, oração da ZIKER, isto é, de lembrar do nome de Allah, oração de DUA (suplicar a Allah), outro exemplo é a história do profeta YUSUF (José), que quando estava na cadeia, ele pediu ajuda ao rei, e não pediu ajuda a Allah (SWT), foi motivo de ficar na cadeia alguns anos; também o profeta Jonas, quando recordava do nome de Allah, salvou-se do mar e da baleia.

Caros irmãos, quem abandona, a oração na lei islâmica é pior que roubar beber álcool, adulterar e merece o castigo de Allah nesta vida e após a morte. A oração é no islam como um pilar de uma casa, ou uma tenda, ela fortalece a fé e a religião. Na surat al calam vers 42 e 42 Allah disse:

« No dia em que a perna fica exposta (ou seja, na primeira hora do dia do QUIAMA) em que forem convocados á prostração e não o conseguirem. Seus olhares serão de humilhação, cobertos de ignomínia, porque foram convocados á prostração, enquanto podiam cumpri-la (e se recusaram). »

Também na surat MARIAM, versículo 59 e 60 disse Allah:

« Sucedeu-lhes, depois uma descendência que perdeu a oração, e se entregou ás concupiscências, porem, logo terão o seu merecido castigo. Salvo aqueles que se arrependerem, crerem e praticarem o bem; esses entraram no paraíso e não serão injustiçados. »

A oração como todos os pilares islâmicos são aceitos quando são realizados, com total sinceridade, total humildade a Allah (SWT), e que não seja para mostrar e esperar recompensas de outros humanos. Faz parte da verdadeira religião se preocupar de saber, estudar bem o Alcorão, realizar o WUDU (ablução) antes de ficar perante Allah, e sabe as quantidades de RAKAS, seus horários e a direção da QUIBLA (Meca).

A oração ela nunca pode deixar de se realizar mesmo se estiver viajando ou doente. Há lugares no qual a oração tem valor maior como se for realizada na mesquita de Meca, Madina e Quds (Jerusalém) ou no campo de guerra. Como há alguns meses que também são mais importantes como o mês de Ramadan , as orações que são realizadas a noite ou no dia de Sexta-feira.

Irmãos vale lembrar que a oração de Sexta-feira (JUMAAH) são duas RAKAS e não quatro como na oração do ZOHR e que o Sermão do Cher equivale as outras duas Rakas, não pode falar, nem cumprimentar , quem faz isto é como se estivesse falando dentro da oração.

ASSALAMO ALEIKOM.
Samyr - Centro Islâmico de Brasília DF -02/03/2012