sexta-feira, outubro 19, 2012

As graças dos primeiros dez dias do mês DUL-HIJA,

Em nome de Allah , O Clemente, O Misericordioso. Louvado Seja Allah , criador do céu e da terra. Nos recordamos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia.

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Mohamed (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem, zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT).

Que Allah (SWT) abençõe e de paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final.

Meus irmãos nosso assunto de hoje é as graças dos primeiros dez dias do mês DUL-HIJA, sabemos que nesses dias que estamos passaqndo agora, ou seja, os primeiros dias do mês de DUL-HIJA que antecede o HAJJ, os crentes desejam visitar o BAITUL AL HARAM(MECA), ou seja realizar o HAJJ. Mas com extema sabedoria, ALLAH(SWT), sabe que existem muitos muçulmanos que não tem condições financeiras ou físicas para realizar o HAJ. Portanto, ordenou que o HAJJ seja feito uma vez na vida e somente para aqueles que tenham meios para tal. E tambémm em sua Clemência, ALLAH(SWT), ordenou que as graças da realização das doutrinas da peregrinação durante os dez primeiros dias de DUL-HIJA, sejam divididas entre os peregrinos e os outros. Portanto, para quem não tem condições de realizar o HAJJ, ALLAH deu a oportunidade para que se esforcem nas outras doutrinas nesses dez dias. E esses rituais bem feitos, tornam-se melhores do que a luta pela causa de ALLAH(SWT), JIHAD e aquele (JIHAD) é melhor que o HAJJ.

Vejamos como atingir essas graças nos dez primeiros dias de DUL-HIJA :

1)ALLA(SWT), jurou pelos dez primeiros dias de DUL-HIJA, quando diz no Alcorão Sagrado : « Pela aurora e pelas dez noites. » nesse sentido também, referindo-se as dez primeiros dias do DUL-HIJA, disse ALLAH(SWT), no Alcorão Sagrado na Surat AL-HAJJ vers 28 : « Para presenciar certos beneficios seus e para mencionar, em dias determinado... » Portanto os dez primeiros dias de DUL-HIJA.

2)Al Bukhari e outros narram que o Profeta Muhammad(SAAW)disse : « Não há dias de trabalho abençoados melhores para ALLAH do que aqueles dias(os primeiros dez dias de DUL-HIJA). Então perguntaram : Ó Profeta, mesmo lutar no caminho de ALLAH ? O Profeta(SAAW), respondeu : « Nem o JIHAD a não ser se um homem sair sozinho e dispor de sua riqueza no caminho de ALLAH e quando voltar, sem nada. Neste caso, isto é melhor que todos os outros. Podemos entender que trabalhar para ALLAH durante os dez primeiros dias de DUL-HIJA, é melhor que adorá-lo a vida toda. Então em alguns livros dizem que as graças nesses dias se multiplicam em 700 vezes.

E nesse sentido Ibn Malik(RA) diz que cada dia dos dez dias equivale a 1000 dias. E o dia de Arafat equivale a 10.000. A razão de ter tanto privilégio é devido a função de todas as doutrinas, ou seja ; a oração, o jejum, a caridade e o HAJJ, enquanto que nos outros dias , elas não se juntam dessa forma. 

3) E dentro desses dez dias temos o dia de ARAFAT onde ALLAh(SWT), jura no Alcorão Sagrado e diz : « Pelo par e pelo impar. » Então pelo par segundo o Profeta Muhammad(SAAW) é o dia do testemunho ou seja, o dia de ARAFAT, então ARAFAT é o melhor dos dias para que o crente esteja perto de ALAH. O Profeta Muhammad(SAAW)disse : « não há dia melhor que o ia de ARAFAT para ALLAH livrar seus servos do fogo. »

Meus irmãos, a pergunta agora é a seguinte : Como devemos receber esse grande evento(o HAJJ) ? 

1)O arrependimento : pedir perdão com sinceridade e deixar de lado os pecados e atos que são contra a vontade de ALLAH(SWT).

2) Pedido de Perdão : o pedido de perdão é a razão de cair a chuva e a razão de aumentar o ganho das riquezas. Disse ALLAH no Alcorão Sagrado na Surat NUOR vers 10 ao 13 ; « E disse : Implorai perdão a vosso Senhor- por certo, Ele é Perdoador- Ele enviará do céu, sobre vós, chuva, em abundância, E vos estenderá riquezas e filhos, e vos fará jardins, e vos fará rios. Por que razão não dedicais magnanimidade a Allah. » 

3) Quem tem a intenção de fazer a doação do sacríficios(carneiro), para os necessitados, não deve cortar seus cabelos ou aparar as unhas no primeiro dia de DUL-HIJA , conforme diz o HADITH : quem de vós identificar a lua nova de DUL-HIJA e decide fazer a doação do sacríficio, deve preservar seus cabelos e suas unhas até o momento final da doação do sacríficio. 

Quais são as melhores coisas a serem praticadas durante os dez dias de DUL-HIJA ?

1) Oração : devemos faze-las em seus horários, praticar mais as orações voluntárias e as orações noturnas.

2) Jejum : O Profeta Muhammad(SAAW), conforme narrado por Hafsa(RA) narrou que o Profeta nunca deixou de jejuar no dia de Ashura(10 dia de Muharam) e os dez das de DUL-HIJA e 3 dias de cada mês. 

3) Recordação de ALLAH, aumentar a quantidade de recordação e glorificação a ALLAH. O Profeta Muhammad(SAAW)diz ; « Não há dias maiores e melhores para Ele para o sacríficio e a adoração do que esses dez dias. Portanto, devemos aumentar e praticar mais a recordação de ALLAH(SWT).

4) Jejuar o dia de ARAFAT ;conforme o Hadith, jejuar no dia de ARAFAT, ALLAH(SWT), perdoa todos os pecados do ano anterior e do ano seguinte.

5) Suplicar a ALLAH ; devemos pedir perdão e livramento do fogo, porque foi confirmado que todas as suplicas serão respondidas. Por isso o Profeta Muhammad(SAAW), falava em suas súplicas ; ALLAH liberta-me minha alma do fogo, aumenta-me suas graças e me protege dos seres humanos . disse ALLAH no Alcorão Sagrado ; « Supliquem-me e eu respondo. » o importante neste caso é a insistência do pedido nas suas súplicas, pois ALLAH gosta que seus servos sejam insistentes em suas súplicas, principalmente nos dia de hoje, onde aumentaram muito os pecados e a falta de termos ALLAH no coração.

Certamente, ALLAH, O Altíssimo, é quem concede o sucesso, e Ele é o quia para a senda reta. E que as bença de ALLAH(Louvado Seja), e a paz estejam com o Profeta Muhammad, seus familiares , seguidores e seus companheiros até o dia do Juízo Final.

Salamo Aleikom Khutub de 19 de outubro de 2012 - Centro Islâmico de Brasilia DF

quinta-feira, outubro 18, 2012

O DIA DE ARAFAH – O IDUL- ADHÁ.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

Abdurrahman Bin Yamur Ad-Dail (Radiyalahu an-hu – Que Deus esteja satisfeito com ele), referiu que ouviu do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) dizer: “O Haj é Arafah, O Haj é Arafaf”. Relato de Baihaque. Ainda referiu o Profeta: O melhor dia, é o dia de Arafah.

O dia de Arafah é o dia 9 de Dhul-Hijja. Arafah está situado a cerca de 9 Kms de Miná, onde se encontra uma pequena montanha conhecida por “Jabalar-Rahmah – A montanha da misericórdia”, onde o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) proferiu a sua última mensagem para a humanidade.

Em Arafa, os muçulmanos que se encontram a cumprir o Haj, ouvem falar línguas que nunca tinham ouvido falar. É uma prova de que o Isslam é uma religião universal. Vemos irmãos e irmãs da mesma fé, de todas as raças e nacionalidades, trajando o mesmo tipo de vestuário (os homens embrulhados em panos brancos) e todos movidos pela mesma causa que é de obter o perdão de Deus, nosso Criador e Sustentador. Faz-nos pensar o dia da Ressurreição, em que todos seremos levantados das nossas sepulturas e reunidos para a derradeira prestação de contas.

Nesse dia em Arafah, o Haji (peregrino) deverá estar o mais tempo possível de pé, com as mãos levantadas fazendo duás (preces), com muita humildade e sinceridade, pedindo a Deus que lhe perdoe e que o encaminhe para o caminho daqueles que ganharam a Sua satisfação.

Deve também aproveitar o tempo fazendo o Zikre (recordando e louvando a Deus) e lendo o Alcorão.

Infelizmente, ainda não está incutida nos nossos corações, a importância do Dia de Arafa, que acontece na véspera do dia do Idul Adhá. A nossa preocupação concentra-se nos preparativos para o dia festa. Os sábios referem que os últimos 10 dias do mês de Ramadan, são os melhores para o crente, porque neles, existe uma noite importante, noite de LAILATUL KADR, melhor do que mil meses. Outros sábios referem que nos primeiros 10 dias do mês de Dhul Al Hijjah, são os melhores para o muçulmano, porque neles existe O DIA DE ARAFA, (dia 9) que é melhor do que qualquer dia do ano. Por outro lado, é referido em muitas passagens de que a sexta feira é o melhor dia da semana. A Noite de Lailatul Kadr, o Dia de Arafa e as Sextas- Feiras, são excelentes e abençoados por Deus. Os dias de Haj e o dia de Arafa não beneficiam só o peregrino que se encontra no Haj, mas também a todos aqueles que se encontram nas suas localidades. No dia de Arafa, incrementar as nossas preces e a recordação a Deus.. Aisha (Radiyalahu an-há) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Em nenhum outro dia, Allah livra tantos servos do inferno, como no dia de Arafa”. Musslim. Acerca do versículo do Cua’ane 5:3 “…Hoje completei a religião para vós…”, Umar Ibn Al-Khattab (Radiyalahu an-hu), referiu que o mesmo foi revelado ao Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam), numa sexta feira, no Dia de Arafa, quando efectuava o Haj. Bhukai 2:43.

Dada a importância do Dia de Arafa, o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) deixou a recomendação para que os muçulmanos que não se encontram em peregrinação (Haj), para jejuarem no dia de Arafah. Abu Catada (Radiyalahu an-hu), referiu que foi perguntado ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) acerca do jejum no dia de Arafah; respondeu: “Isso permite emendarem-se as faltas (cometidas) durante o ano anterior e o ano seguinte”. Muslim.

Depois do pôr do sol, os Hajis (peregrinos) deixam Arafah e seguem para Muzdalifa, situada a cerca de 5 Kms a leste de Arafaf , a fim de passarem a noite. Deus, nosso Senhor e Guia, refere no Cur’ane: “Quando regressardes de Arafah, invocai Deus junto do Macharil Haram (em Muzdalifa). Recordai-vos Dele de forma como Ele vos orientou....” Cap. 2 Vers. 198.

Os Muçulmanos têm dois dias festivos. O Idul Fitre, depois de terminado o mês de Ramadan e o Idul Adhá, no dia 10 de Dhul Hiija, em comemoração do final do período de Haj, em que todos os que não participaram nos rituais do Haj, celebram o dia, fazendo a oração e o Curbani (sacrifício). Abu Huraira (Radyiallahu an-hu) narra que o Profeta (Sallalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quem tem capacidade financeira para fazer o curbani (sacrifício), mesmo assim não o faz, esse que fique longe e não se aproxime do nosso idegáh (local da oração de Ide).

Nas noites anteriores aos dias de Ide, devem ser aproveitadas para fazermos o máximo de ibádates possíveis (adoração a Deus), pois Abu Umamah (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quem permanecer de pé nas duas noites que antecedem aos dias de Ide, na esperança de obter recompensa, o seu coração não morrerá no dia em que todos os corações estarão mortos. Relato de At- Targuib.

Deve ser recitado o Takbir, após cada oração farz, começando no dia 9 de Dhul-Hajja, na hora de Al Fajr, até ao dia 13 do mesmo mês, depois da oração de Assr.

ALLAHU AKBAR, ALLAHU AKBAR; LÁILAHA IL-LALLÁHU-WALLÁHU AKBAR.

ALLÁHU AKBAR WALIL-LÁHIL-HAMD.

Deus é o Maior. Deus é o Maior. Não há outra divindade excepto Deus. Deus é o Maior, Deus é o Maior e todos os louvores pertencem só a Deus.

Dar prendas no dia de Ide, aumenta ainda mais as nossas amizades. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Ofereçam prendas uns aos outros, porque a prenda remove o rancor do peito”. – Relato de Tirmizi. . As prendas devem ser úteis e não necessariamente dispendiosas. Devemos ter em atenção a utilidade das mesmas. Também é uma prenda o cumprimento, um abraço efusivo entre amigos, uma visita de cortesia, um sorriso, um telefonema para os familiares e amigos que se encontram distantes. Aicha (R.T.A.) disse que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) aceitava prendas e em troca também dava prendas. - Relato de Al-Bukhari.

Nos dias de Ide, devemos dar prendas, em especial às nossas crianças, de modo que não fiquem constrangidas ao verem as outras crianças a receberem prendas na altura do natal.

Assim compreenderão os motivos porque temos prendas nos nossos dias de festa. A orientação de dar prendas, surgiu há mais de 1.400 anos.....

Façam o favor de passar o dia de Ide na companhia da família e dos amigos. Visitem assepulturas dos vossos falecidos, eles estão sempre à espera das vossas preces. Um dia de Arafah com muitos benefícios espirituais e votos de um Eidul-Adhá muito feliz e que Deus  vos abençoe.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

18/10/2012

segunda-feira, outubro 15, 2012

ASPECTO GERAL DO MUNDO ANTES DO ISLAMISMO


O Mundo

Um pouco antes da profecia de Mohamad, todos os países, estavam totalmente degradados, política, religiosa e moralmente. Todos os aspectos da vida estavam corrompidos e necessitavam de uma reforma geral.

Aspecto Políticos

Os séculos seis e sete d.C. foram um período de ditaduras, perturbações e anarquias. Certas famílias ocupavam o poder das nações cujas constituições, em vez de estarem baseadas na justiça, assentavam na injustiça, exploração e corrupção. Os governos eram formados à base de força e a aniquilação total dos opositores era considerada perfeição política.Quase todo o mundo estava evolvido nisso, como por exemplo: Pérsia, Império Romano, China, Índia, etc., cuja consequência natural eram as guerras civis, as anarquia e a desordem.

Contexto Moral e Social

Neste aspecto também o mundo estava muito por baixo. A sociedade, ao dividirem-se em várias etnias, raças, castas, etc., perdeu a sua força conjunto. As doenças morais fizeram do homem um corpo sem alma; enquanto um grupo gozava a vida, desfrutando de todo tipo de privilégios, o segundo era alvo da opressão dos governos, e preso nas correntes da escravatura, forçada a passar uma vida pior que e de um animal. Enfim, a corrupção, a desorganização e a opressão estavam espalhadas por todo lado.

O REGIME GOVERNANTE: O grau mais importante da sociedade humana era a dos componentes do regime; os ricos e os príncipes. Podia-se depositar alguma confiança nesse nível de pessoas para utilizar a sua influência e poder, a fim de minimizar os males da sociedade. Mas, infelizmente eram eles mesmos os autores e cabeças desses males sociais.

Eles é que faziam as leis que lhe conviessem, achavam-se superiores às leis e só pensavam no luxo pessoal e na vida de burguesia. O sacrifício não era para eles. Por exemplo, o rei da Pérsia “Cosroés” tinha  muitas mulheres e muitos cavalos de raça pura, ouro jóias e todo o tipo de luxo, difícil de imaginar. O seu palácio era alguma coisa de extraordinário.

Os impostos eram insuportáveis e geraram a luta de classes; os privilegiados pensavam que todo bem era seu direito. Para isso faziam leis para privarem os outros; e, automaticamente, criaram-se classes que ainda hoje existem em certos países e, no caso particular da Índia, onde até os empregos já estão definidos. Ninguém podia mudar a sua profissão e para a sua conveniência até diziam que estas classes foram estabelecidas divinamente. Por exemplo, na Índia; “os bramanes” podem cometer qualquer tipo de crime, mas eles nunca podem ser condenados à morte.

Se alguém da classe superior cometer adultério com uma mulher da classe inferior, isso não é considerado crime; se alguém da classe baixa bater na da classe superior, devem ser cortados os seus órgãos; se insultar, deve ser cortado a sua língua. Dizem que algumas pessoas foram criadas a partir da boca de Deus, que são os “bramanes”, para ser autoridade religiosa; outros a partir dos braços de Deus, que são os “Wish” para serem agricultores; outros a partir dos pés de Deus, que são os “Shodar”, que não têm profissão definida. Estes são os ensinamentos dos hindus que se encontram no seu livro “Minu Shastar”.

Aspecto Moral

Moralmente estavam muito em baixo; na Pérsia, restrições nas relações sexuais, havia movimentos que consideravam o casamento proibido, deixavam as suas próprias filhas e irmãs em casa para relações sexuais, e achavam que todas as mulheres eram lícitas para o homem.

Bebiam até embriagaram-se ao máximo e depois não distinguiam a mãe, irmã, filho etc., tendo relações com todas

A Mulher

A mulher não era considerada na sociedade; não a tratava por igual, era só um objeto de prazer. Uns matavam as filhas; na Arábia enterravam-nas vivas; noutras partes queimavam viúvas vivas, as mulheres nem podiam ler livros religiosos. Os homens casavam quando queriam, divorciavam-se delas quando lhes apetecia e casavam com o número de mulheres que queriam. Na Grécia fechavam as mulheres em casa; nas igrejas cristãs tomavam as mulheres como irmãs, isolando-as da vida prática.

Na “Encyclopédia Britânica” existe o estatuto legal da mulher na civilização romana. “Na lei romana a mulher era completamente dependente; se casasse, a sua propriedade passava pelo marido; e como escrava, adquirida só para o seu benefício; a mulher não podia exercer nenhuma função pública ou civil, não podia adotar nem ser adotada, nem podia fazer testamento ou contrato”.

Mesmo na lei inglesa a situação da mulher não era nada confortável; ela era privada dos seus direitos básicos.

Só no ano 1870 a situação começou a melhorar relativamente; até hoje, a mulher no ocidente, ainda continua a lutar pelos seus direitos. No Islam o caso já não é assim. O Islam ensina que a origem do homem e da mulher é da mesma essência, possuem a mesma alma, e que foram equipados com capacidades iguais para os méritos intelectuais, espirituais e morais, e considera os direitos da mulher sagrados.

Aspecto Religioso

Antes da profecia do Mohammad (SAAS) as religiões que existem no mundo em geral eram o Cristianismo, o Judaísmo, o Budismo, o Hinduísmo, o Magismo, e o Zorostrianismo (adoradores de fogo).

Os persas adoravam o fogo e acreditavam que o mundo estava sob controle de dois deuses, deus do bem e deus do mal. A influência destes ia da Pérsia até as fronteiras da Índia. O cristianismo era praticado pelos romanos. Havia sempre guerras entre estes dois impérios que eram considerados as superpotências de então. A última das guerras entre eles foi a que está mencionada no Alcorão, capítulo “Ar-Rum” (os Romanos).

O Hinduísmo era praticado na Índia e à sua volta. O Budismo era praticado na Índia, Tibet e no sul da Ásia.

O Judaísmo não tinha um local concentrado.

O Cristianismo e o Judaísmo já estavam deturpados. Portanto, no século sete D.C. na superfície da terra não havia nenhum povo que podia ser considerado justo. Não havia governo cuja base fosse a justiça, não havia religião que fosse autêntica.

Os Árabes

Há várias razões a respeito da nomeação desse povo por árabes. Os linguístas são de opinião que arab e árabe quer dizer “ser elequonte”.  Como os árabes, com a sua eloquência, orgulhavam-se e inferiorizavam os outros, por isso chamavam a si “arab” e a outros povos do mundo “ajam” mundos.

Alguns são de opinião que arab era nome do filho de Qahtan, identificado com o Yoqtan Bíblico, descendente direto de Sam, filho de Noé. Depois quando Ismael e a sua mãe se radicaram en “Paran” e aparecer o poço de ZAMZAM, e os filhos de Jurham radicaram-se nessa região, então a descendência de Ismail foi conhecida por “arab”.

Outros são de opinião que a palavra Árabe era derivada de Arabah, que na língua semítica significa deserto, e, como a maior parte da Arábia é deserto, por isso chamam a todo o território de “árabe”. Há também outros motivos para esse povo ser chamado “Árabe”.

Aspecto Geral da Arábia

Um olhar para o mapa antiga convencerá o leitor que a península conhecida por Arábia – a maior península do planeta – ocupa uma posição única em relação aos outros continentes. Arábia está situada na Ásia, mas mesmo assim só o estreito mar vermelho separa-a da África, enquanto que pelo  canal de Suez se está no Mediterrâneo e na Europa, portanto está quase no centro dos três continentes.

Contudo está situado à parte destes. Está cercada de mar por todos os lados exceto uma faixa estreita de terra ao norte. No oeste tem o mar vermelho, o Oceano Índico ao sul e a sueste o golfo Pérsico, e o Eufrates ao noroeste. Os Árabes chamam-lhe “JAZEERA-TUL-ARAB” que significa literalmente “A Ilha Árabe”. Mas, esta terra cercada por todos os lados pela água exceto ao norte, não tem rio nenhum. A sua superfície é de um milhão e setecentos mil quilômetros quadrados, encontra-se atravessada no meio pelo trópico de câncer.

As civilizações e Impérios antigos prosperaram na Pérsia, Egito e em Roma ma, eles nunca pensavam em conquistar toda a Arábia; a causa do desinteresse pela Arábia estava no fato que, com exceção da província do Iaman e algumas aldeias situadas em Najed e Hijaz, que tinham terra fértil, serem desertos, montanhas e vales sem condições agrícolas, ou então, só cultiváveis quando havia água de chuva, e quando essa água secasse a população tinha que emigrar para outra zona. A maior parte das pessoas vivia nas tendas e eram nômades. Houve antigamente alguns reinos em Íaman como o reino de “SABA”, assim como consta no Alcorão capítulo “SABA” e na Bíblia capítulo 10 no “primeiro livro dos reis”, cujos vestígios ainda existem em “MARIB”; o principal vestígio é a grande barragem de “MARIB” que ruiu no Ano 543 de era critão; atualmente apenas subsistem os contrafortes de 18 metros de largura, e o reino de “HIMIAR”.

Mas naquela época o sistemo tribal predominava na Arábia toda.

O meio de transporte vulgar era o camelo. Mesmo assim nesse deserto Deus construiu, para sempre, a casa espiritual para toda a humanidade; - a “Caaba” em Macca – o centro de atração, o centro de abnegação, o centro de amor, o centro de união humana e de espíritos Divinos.

O clima da Arábia é extremamente seco, com exceção em algumas zonas costeiras e locais com água a tâmara é a fruta principal e a sua população dedica-se mais ao comércio.

A Língua

O que distingue a Arábia de todos os outros países do mundo é a língua árabe, uma das línguas do grupo semita. O latino e o grego por exemplo, são altamente inflexíveis, mas o árabe não só é flexível mas tem outra particularidade, que muitas línguas não possuem; no árabe todas palavras, exceto as partículas, os nomes próprios, os nomes dos pássaros, dos animais e das coisas para os quais só pode haver uma palavra, são derivadas de uma base que podem ser moldadas para expressarem todo o tipo de significado que pela base pode expressar.

Deste modo a língua árabe permite uma imensa expansão sem qualquer aumento na sua base e pode expressar-se numa palavra o que as outras expressam em duas, três ou quatros palavras. Parece que os árabes ao terem pouca agricultura e poucas construções, dedicaram toda a sua energia na construção e desenvolvimento da sua língua.

Poucos historiadores prestaram atenção para a enorme influência da língua arábica na vida dos povos da Arábia, fator de grande importância em todos os assuntos que dizem respeito aos árabes.

Religiões da Arábia Pré-Islâmica

Antes do Islamismo as pessoas na Arábia estavam totalmente perdidas. Uns eram ateus e sobre eles o Alcorão diz:

... E eles dizem: “Não há vida além da terrena, morremos como vivemos, só o tempo nos destrói”. Falam sem conhecimento certo, só conjecturam.
Cap. 45, vers. 24

Outros acreditavam na existência de Deus, mas, negavam a ressurreição. A respeito desses o Alcorão diz:

... “Quem fará viver os ossos depois que estejam esmigalhados?”
Responde ó Mohamad: “Revivê-los-á aquele que os criou da primeira vez”.
Cap. 36, vers. 78/79

Outros acreditavam em  Deus e na ressurreição, mas negavam a profecia e os profetas. Eles pensavam que profetas não podiam ser humanos, mas sim anjos. A respeito desses o Alcorão diz:
... E dizem; “que tipo de mensageiro é este que come como nós e anda pelas praças”
Cap. 25, vers. 7

... Nada impede os homens de crer, quando lhes chega a orientação, senão este reflexão: Enviaria Deus um homem como mensageiro?
Cap. 17, vers. 94

Mas em geral a maioria era idólatra, embora não acreditassem que as imagens e os Ídolos eram deuses, diziam que eles eram a via para chegaram a Deus, assim como acreditam os cristãos (católicos) de hoje:

... Quanto aqueles que adotam protetores além d’Ele (dizem), só os servimos porque nos levam (aproximam) para muito perto de Deus. Na verdade Deus julgará entre eles o que é o objetivo das suas divergências. Cap. 39, vers. 2

Eles tinham vários ídolos para várias ocasiões e para cada tribo. Por exemplo, o ídolo “Lat” estava em Taif e era adorado pela tribo Saquif; “Uzza” estava em Macca e era adorado pelas tribos coraixitas e Kinana; “Manát” estava em Madina e era adorado eplas tribos Aus, Khazraj e Ghassan. Assim havia outros como “Wudd”, “Suwaa”, “Iaghusa” e “Iaúqua”. O maior ídolo era o “HUBAL”. Estava colocado em cima do terraço da Caaba, e era invocado pelos craixitas na época da guerra. O fundador da idolatria na Arábia foi Amr Bin Luhai, cujo nome genuíno era Rabiah Bin Harissa. A conhecida tribo Khuzáa da Arábia é da sua descendência.
Uns historiadores acham que a idolatria começou antes, ele apenas foi a pessoa que introduziu ídolos na Kaaba. (Vide pormenores sobre idolatria no livro “Al-Milal Wan-Nihal”).

Crença em Deus

Apesar de serem idólatras, os árabes reconheciam, ao mesmo tempo, que Deus é o Criador.
... E se lhes perguntas: “Quem criou os céus e a terra e submeteu o sol e a lua (para benefício da humanidade)”? Decreto que eles responderão: Deus “
Cap. 29, vers. 61

... Quando embarcam nos navios invocam Deus sinceramente; Mas depois que Ele os traz em segurança até à terra, eis que idolatram.
Cap. 29, vers. 65

A Caaba que tinha sido construída para ser utilizada para adoração de um só Deus, tornou-se num centro de idolatria. Já tinham sido colocados nela 360 ídolos, um ídolo para cada dia do ano lunar e tinham feito também imagens de Jesus e Ismael para serem adorados. Além de ídolos também adoravam os astros, especialmente a lua.

Igualmente havia muitos adivinhos, bruxos, curandeiros, astrólogos, que reivindicavam saber o passado e o futuro das pessoas. Faziam sempre mau augúrio do corvo cuja presença pensava ser a causa de separação, por isso em árabe o corvo chama-se “gurab” e a partir daí chamam à viagem “gurbah” e ao viajante “gharib”. Achavam que por causa do corvo a pessoa separava-se e viajava; também faziam mau augúrio de coruja. Pensavam que a voz da coruja causava a morte e destruição. Quando morria alguém, os seus familiares batiam as suas próprias caras, puxavam e arrancavam os seus cabelos, as mulheres descobriam os cabelos, deitavam areia por cima deles e assim seguiam o funeral. Por exemplo, na Índia, em luto cortam os bigodes, a barba e o cabelo. 

Os árabes antes de Islamismo chamavam as mulheres e pagavam-nas para chorarem em voz alta. Depois de enterro punham a mesa e davam de comer a esses que participaram. Com o Islamismo acabou-se tudo isso, mas infelizmente os costumes resultantes da ignorância ainda continuam entre alguns muçulmanos.

Comemora-se o 3.°, 10.°, 40° dia, 6 meses e um ano com comidas. Também acreditavam muito nos demônios, gênios e espíritos; matança das filhas, jogos de azar. Estas coisas e a superstição não estavam só na Arábia mas em toda a parte, no Império Romano, Pérsia, china, etc. Em resume, quando o Profeta chegou, o mundo estava afogado na escuridão, não havia orientação nenhuma, e Deus para orientar o mundo escolheu o ponto de partida a Arábia e daí expandiu a orientação (luz) para todo o Mundo.

Porque a Arábia e não outro país para o último profeta?

A melhor resposta para esse pergunta é:

Em qualquer parte do globo em que aparecesse o último Profeta, essa pergunta subsistira. Porque tinha que aparecer só num local e numa região, então, outros automaticamente privavam-se da sua presença.

Quase todos os outros países conhecidos do mundo, pelo menos uma vez, tiveram a oportunidade de progredirem e chegarem ao topo e até colonizarem outros povos direta ou indiretamente à base da sua ciência, tecnologia e civilização. Portanto, se o último Profeta aparecesse num país além da Arábia, que já tivessem colonizado outros, então, a missão desse Profeta não teria tão grande sucesso, porque pensar-se-ia que isso também é uma manobra para se impor acima dos povos colonizados, pelo poderio da língua árabe.

Portanto para o Profeta ser uma orientação completa, teve de ser numa língua perfeita, e num país que nunca fora colonizado nem colonizara os outros, e isso tudo se aplica à Arábia. Por isso, Deus escolheu a Arábia, porque os árabes eram indiferentes e neutros; para eles, todos os países eram iguais. Quando saíram para difundir a religião da Espanha até à China todos para eles foram iguais; e como a civilização árabe nunca tinha evoluído nem demonstrado o seu valor verdadeiro, esta religião Universal tornou-os de repente na mais civilizada Nação – culta, servindo-se de guia dos povos em todos os aspectos da vida, e isso tudo, foi através da Religião Islâmica.

Outras Religiões na Arábia antes do Islam

Do Cristianismo, Judaísmo e Magismo, não se sabe ao certo quando é que entraram na Arábia, mas a verdade é que já estavam divulgados entre algumas tribos, mesmo na Meca. Por exemplo, “Waraca Bin Nawfal” já lia o evangelho em Hebraico e algumas tribos como Rabia já tinham convertido quase todo a Madina e Kheibar para a sua religião.

As narrações dos adeptos do livro já eram vulgares em Mecca, onde quando era revelada alguma parte do Alcorão ao Profeta Mohamad, uns diziam:

 “Na verdade, nós sabemos bem, o que eles dizem: Foi um ser humano que lhe (O Alcorão a Mohamad) ensinou.  Porém a língua daquele a quem aludem tê-lo ensinado é estrangeira, ao passo que o Alcorão está em árabe bem claro”.   Cap. 16, vers. 103

Mas o Alcorão repudiou esta suspeita deles. Havia também uns que eram “Hanifes” e que não adoravam os ídolos; acreditavam num só Deus, e reivindicavam seguir Abraão.

Apesar de existirem todas estas religiões – Cristianismo, Judaísmo, Magismo, e outra – nenhuma delas trouxeram qualquer reforma na sociedade árabe; as bebidas alcoólicas, os jogos de azar, o enterro de meninas vivas, o casamento com as próprias irmãs, a poligamia sem limite, o adultério, a imoralidade e todas as maldades estavam a ser praticadas, não só na Arábia, mas em quase em todo o mundo. Portanto, nesta situação, será que não havia necessidade duma iluminação da parte de Deus para tirá-los da escuridão?

Particularidades dos Árabes

Apesar destas corrupções existentes em todos os aspectos no seio do povo árabe, havia dentro deles certas qualidades boas também.

Generosidade

Generosidade não quer dizer dar alguma coisa de comer ao pobre depois de já estar satisfeito, mas, generosidade quer dizer, a pessoa própria ficar com fome e dar a outro de comer, e julgar que isso é um êxito para ele como se à tivess alcançado o seu objetivo.

Por exemplo, uma passagem de Hatim, chefe da tribo “TAI”, muito conhecido por sua generosidade, ele só guardava duas coisas: arma e cavalo, o resto oferecia aos outros.
Uma vez num inverno, aconteceu que havia fome na sua casa. Ao anoitecer, quando as crianças dormiam, apareceu uma senhora com seu filho e disse ao Hatim que ela e o seu filho estavam esfomeados e que, como já era meia-noite, nem ela, nem o filho conseguia dormir devido à fome.

Mal a mulher acabou de falar, Hatim levantou-se, foi degolar o seu querido cavalo, acendeu lume e deu a faca à mulher dizendo-lhe: come tu e teu filho. Ao mesmo tempo, chamou todos os pobres e disse-lhes que foi degolado um cavalo e, portante, que viessem comer.

A esposa de Hatim conta que, num instante toda a carne tinha acabado, restante apenas os ossos. Mas, Hatim, sua mulher e filhos continuaram com fome, conforme estavam antes, não chegando a tocar nem um bocado de carne.

Há muitas outras passagens da generosidade dos árabes. Orgulhavam-se e concorriam para essa generosidade. Eles não degolavam cabritos, ovelhas ou galimhas porque isso para eles não tinha valor nenhum, com e exceção dos camelos. Outra particularidade dos árabes era a valentia, homens de palavra, pois detestavam quebrá-la, eram guerreiros bravos.


Descendentes de Ismail

Os historiadores árabes dividem os árabes em três grupos: árabe Baida; árabe Ariba; árabe Mustáriba.

1.      Árabe Baida, era todo o grupo descendente de Laz, filho de Sam, filho do Noé; era dividido em tribos Ad, Samud (que o Alcorão mencionou), Tasm, Judais entre outros. Temos muito pouco conhecimento a respeito Árabe Baida.

2.      Árabe Ariba, eram considerados os árabes puros, descendentes de Qahtan. Era o povo de Iaman e os Ansar. Na altura do nascimento do profeta Mohamad, os filhos das tribos de Qahtan eram dos mais fortes. Ainda hoje a maior parte da população da Arábia é descendente de Qahtan.

3.      Árabe Mustáriba. Quando Ismail se radicou em Macca, à volta daquele Santuário vivia a tribo Banu Jurham que era árabe e Ismail casou-se nessa família. Por conseguinte, os filhos que nasceram daí foram conhecidos por Árabe Mustáriba (provoadores, colonos). Estes eram árabes da parte da mãe, não do pai, porque o pai Ismail não era árabe, aprendeu a língua árabe ao conviver com a família da mulher. Neste momento a maior parte dos árabes são descendentes deles. O Profeta do Islam e mesmo a história do Islam, está totalmente ligada a essa última corrente, pois o Profeta Mohamad é descendente de Ismail, filho do Abraão através de Quedar e a doutrina que o Profeta Mohamad divulgou é a mesma que divulgou Abraão conforme diz o Alcorão:
“Credo (religião) do vosso pai Abraão; foi ele chamou-vos muçulmanos”.  Cap. 22,78.

Fonte: www.islam.com.br