quinta-feira, janeiro 24, 2013

OS DIREITOS DOS VIZINHOS - PRIMEIRA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Adorai a Deus e não Lhe atribuais parceiros. Tratai com benevolência os vossos pais e parentes, os órfãos e os necessitados, o vizinho próximo, o vizinho estranho, o companheiro de lado, o viajante e os vossos servos”. Cur’ane 4:36.

Uma família honesta e responsável é a base fundamental duma sociedade estável e  solidária. Para facilidade e entre ajuda e do abastecimento de todos os bens e  serviços que necessitam para sobreviver, as famílias acabam por viver umas ao lado das outras, constituindo os bairros, as vilas e as cidades. Ninguém vive só, todos necessitamos uns dos outros. Temos os nossos vizinhos, com quem dialogamos e nos cruzamos todos os dias. Quando algum problema grave nos bate à porta, muitas vezes é o nosso vizinho que nos acode. Mesmos os mais abastados, não conseguiriam viver isolados do resto do mundo. O mesmo também se aplica em termos religiosos.

Cada vez mais, o mundo é mais global e passamos a conhecer outras formas de estar na vida. Como ninguém pode insultar a mãe do outro, também não se deve ofender a religião do outro. O Profeta Muhammad, que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam com ele, referiu: “Um dos pecados mais graves, é quando um homem insulta os seus próprios pais. Alguém perguntou: “ Acaso iria alguém insultar os seus próprios pais?” Respondeu: “ Sim, é quando um homem maldiz ao pai de alguém e este replica com o mesmo; é quando um homem maldiz a mãe de alguém e este replica com o mesmo.” Seguindo os ensinamentos do Isslam, podemos viver em paz com os nossos vizinhos, independentemente da cor, etnia e religião. O Isslam visa não só a criação duma sociedade, onde sejam implementadas as Leis Divinas, mas também recomenda valores que garantam a coesão da sociedade, onde cada um se sinta importante. Cada membro tem a sua parte na responsabilidade e em troca, acaba por ter a proteção dessa mesma comunidade. As brigas entre os vizinhos são prejudiciais, levando muitos a procurarem a paz noutros locais. Por isso, o Isslam recomenda normas e condutas para uma boa vizinhança.

O comportamento dos nossos filhos, pode originar discussões com os vizinhos. As crianças conseguem fazer amizades com muita facilidade, mas também zangam-se por tudo e por nada. As brincadeiras e as alegrias proporcionadas por um jogo de futebol entre os mais novos, podem terminar em pequenas zaragatas, envolvendo os respectivos progenitores. Algumas mães, para cobrirem o mau comportamento dos seus filhos, acabam por tomar partido deles, muitas vezes sem se preocuparem em  saber quem são os culpados ou de se certificarem dos motivos que deram origem às animosidades. Das discussões, passam a insultos verbais e muitas vezes com agressões físicas. As discussões estender-se-ão aos pais. Os vizinhos que se davam bem, deixam de se falar por longos períodos ou definitivamente.

“…Não vos repudieis mutuamente, nem voltei as costas uns aos outros…. Não é lícito a nenhum muçulmano repudiar seu irmão por mais de três dias”. Bukhari e Muslim.

Com os que nos rodeiam, falamos e damos a nossa opinião acerca de diversos assuntos. Tudo que falarmos, jamais terá regresso. Não é possível recuar no tempo, para voltarmos atrás do que dissemos. As relações familiares, de vizinhança e de amizade, podem ser cortadas por palavras inconvenientes. O nosso relacionamento com os nossos familiares, com os vizinhos e com todos, em geral, será determinante para nos ser concedida a nossa morada definitiva (paraíso ou inferno).

Um dos piores actos sociais é a crueldade perante os vizinhos. À partida, podemos considerar que, quem cumpre com orações obrigatórias e passa a maior parte da noite efectuando orações facultativas, é um crente destinado ao paraíso. Abu Huraira(Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) foi perguntado: “Uma certa mulher pratica as orações prescritas e as facultativas toda a noite, jejua, atua de acordo, distribui Zakate, no entanto a sua língua, incomoda e magoa os seus vizinhos”. O Mensageiro de Deus disse: “Não há nada de bom nela. Ela é uma das pessoas do fogo do inferno”. E eles disseram: “Outra mulher pratica (só) as orações prescritas, oferece pedaços de coalhada como sadaqqa e não incomoda ninguém” O Profeta disse: “Ela é uma das pessoas do Paraíso”. Bukhari, Al-Adab al-Mufrad.

In sha Allah, continua no próximo Juma (Sexta-Feira). Termino esta mensagem com a habitual prece ao nosso Criador, Perdoador e Sustentador: “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá (abdul.manga@gmail.com)

24/01/2013

O exemplo que a humanidade tem que seguir

O exemplo que a humanidade tem que seguir Prezados Irmãos, Assalamu Alaikum: O mundo inteiro está experimentando um fenómeno que não pode ser ignorado, e este é o Islão, e aqueles que se chamam muçulma-nos parecem, talvez em suas aparências, valores e princípios, dife-rentes. Para saber mais sobre eles e descobrir por que eles se com-portam de determinadas formas e assumem alguns princípios que, à primeira vista, podem parecer completamente diferentes do que o mundo ocidental adopta, as pessoas em geral e os Ocidente em particular têm que conhecer uma só pessoa, para que, desse modo, possam alcançar e entender por que os verdadeiros muçulmanos são assim; e essa pessoa é seu mestre e líder Muhammad (Maomé), que a paz de Deus esteja com ele. 

Por ocasião da comemoração do seu nascimento que é o dia 12 de Rabi-al-Awwal, o terceiro mês lunar, que coincidirá este ano com o 24 de Janeiro de 2013, pretendo falar sobre esta personalidade, e esforçar-se para abordar a questão de uma perspectiva desabitual, e diga-se o que se disser nestas poucas palavras, estou, na verdade incapaz de tratá-lo como ele merece, porque a sua vida tem sido descrita até nos menores detalhes, e sobre a qual, sem exagero, se tem escrito centenas de milhares de volumes, e, portanto, não vejo ninguém na história que tivesse recebido semelhante tratamento e consideração. Muhammad (p.e.c.e.) viveu numa sociedade tribal e beduína, há mais de 14 séculos, e levou uma vida normal, entre o seu povo durante quarenta anos, onde ficou conhecido pela sua honestidade, sinceridade e excelentes maneiras.

As pessoas se dirigiam para ele chamando-o de o Amin, ou seja o digno de confiança. Aos 40 anos de idade, Deus, o Altíssimo, enviou-lhe o arcanjo Gabriel, a paz esteja com ele, com a mensagem que iria divulgar para toda a humanidade, e com isso não só mudou a sua própria vida, como transformou o mundo inteiro. Muhammad (p.e.c.e.) não foi uma pessoa normal a quem se pudesse conhecer mediante a leitura de sua bibliografia, mas, ao contrário, é bem uma experiência que todo o ser humano tem de viver. O nobre Profeta Muhammad (p.e.c.e.) vive na consciência de cada muçulmano verdadeiro, de tal forma que, quando esse muçulmano for realizar alguma acção, vem-lhe à mente se aquilo que vai fazer está em plena conformidade com os ensinamentos do Profeta ou não. 

O Mensageiro de Deus, a paz esteja com ele, é o exemplo ideal a ser seguido por todas as pessoas e, para os muçulmanos, é a melhor criatura que existe sobre a Terra. Por Aquele, em cujas mãos está a criatura que existe sobre a Terra. Por Aquele, em cujas mãos está a nossa alma, não há nenhuma qualidade digna de louvor e admi-ração, da qual o nosso nobre Profeta não fosse a sua máxima expressão, e por isso Deus, o Altíssimo, diz dele: "Ó Muhammad, és de nobilíssimo carácter". (Alcorão, 68:4).

Se quisermos conhecer a qualquer personalidade histórica com objectividade, temos que recorrer as conquistas e vestígios que ele deixou após a sua morte. Vós podeis ver as conquistas que o nobre Mensageiro do Islão deixou após a sua morte: cerca de 1.300 milhões de adeptos em todo o mundo, sem contar os seguidores que viveram no seu tempo e todos aqueles que os sucederam e foram deixando o seu legado (consistindo em seus ensinamentos e boas maneiras) para as gerações seguintes até aos nossos dias, e até o fim do mundo, in cha Allah.

Durante a sua vida como Profeta uniu toda a península Arábica mediante uma mesma palavra, depois de os árabes terem sido tri-bos que se matavam entre si por motivos ab-surdos e insignificantes. Essas tribos eram pequenos grupos que tinham o seu próprio líder e cada uma delas tinha ideias diferentes. Além disso, cada tribo tinha diferentes divin-dades e uma religião totalmente diferente. Em apenas VINTE anos, o Profeta conseguiu converter as pessoas que viviam mergulha-das na escuridão, imoralidade e ignorância (o forte oprimia o fraco, cometia-se o infanticídio e não se mantinham os laços de parentesco, entre outras coisas), em guias mais acla-mados da história da humanidade.

Gostaríamos de saber se os homens mais sábios do século XX, em diferentes áreas de conhecimento e com a tecnologia mais avan-çada do mundo civilizado moderno, podem conseguir num prazo de 100 anos a centés-sima parte do que ele realizou em tão pouco tempo, tal como afirma Fetullah Guhlen no seu livro «Muhammad: Aspectos de sua vi-da». George Bernard Shaw, escritor irlandês e humorista do século passado, diz sobre isto: "Eu estudei esse extraordinário homem Muhammad e, na minha opinião, longe de ser um anticristo, ele deve ser conside-rado como o Salvador da Humanidade. Eu acho que se um homem como ele assu-misse o comando do mundo moderno, conseguiria resolver os seus problemas, de uma forma que traria consigo a tão necessária paz e felicidade".

A religião do Islão não foi imposta pela espada como alguns atribuem …. Na verdade, o Islão foi espalhado pelas excelentes ma-neiras que Muhammad, (p.e.c.e.), encarnou e incutiu nos seus seguidores, os quais pude-ram, por sua vez, incutir nas pessoas através de tais maneiras e atraí-los ao Islão. O Pro-feta do Islão (p.e.c.e.) não só conseguiu es-palhar a mensagem de seu Senhor, mas tam-bém colocar em prática na sua vida, dizendo a todo o mundo que é possível estabelecer a justiça, o amor e a paz entre as pessoas. Estabeleceu uma nação cujo sistema ainda se aplica hoje em dia em vários países mu-çulmanos e lutou contra a incredulidade, a injustiça, o ódio, a hipocrisia e o rancor.

Em suma, foi bem-sucedido em todos os níveis da vida e essa é a razão pela qual Mi-chael Hart, no seu livro «Os 100: Um ranking de pessoas mais influentes da história», colo-cou a Muhammad, o Profeta do Islão, em pri-meiro lugar, afirmando: "A minha escolha de Muhammad para liderar a lista das pesso-as mais influentes do mundo pode surpre-ender a alguns leitores e pode ser ques-tionada por outros, mas ele foi o único ho-mem na história que obteve um sucesso total, tanto a nível religioso como civil".

Gostaríamos de concluir estas palavras com um episódio que ilustra a grandeza e magnitude dessa pessoa que torna impos-sível, tal como afirma Annie Beasant, que qualquer um que estude a sua vida e carácter, que não sinta senão respeito e admiração.

Na cidade de Meca, o nobre Profeta sofreu todo o tipo de agressões e atrocidades nas mãos dos idólatras Coraixitas, inclusive foi expulso de sua cidade natal e, depois de um longo exílio, regressou a Meca vitorioso. O Mensageiro devoto de Allah, (p.e.c.e.), per-guntou aos habitantes de Meca: “Que pen-sais que farei convosco?” Eles disseram: “És um nobre irmão, filho de um irmão nobre”. Então ele lhes disse: "Digo-vos o mesmo que disse o Profeta Yussuf (José), a paz esteja com ele, a seus irmãos: ”Hoje não há cen-sura para vós! Allah vos perdoará e Ele é o mais Clemente dos misericordiosos”. (Alcorão,12:92). 

Vejam nesse Poema, que fala do grande amor que os muçulmanos sentem pelo seu Profeta Muhammad (p.e.c.e.):

O meu coração arrependeu-se, e da fé preencheu-se, e tu, Muhammad, ó louvável enviado, eras o motivo pelo que se tinha guiado. Amo-te mais do que qualquer coisa amada, mais do que a mim mesmo, mais do que a toda a gente, mais do que à minha mãe que me deu à luz, mais do que ao meu pai que me sustentou, mais do que aos filhos que tive. Criticaram-te, menosprezaram-te e difamaram-te, por seres tão amado pela tua comunidade e seguido em tudo o que ordenaste e incumbiste. Invejam-te por seres tão apreciado e elogiado, e porque o teu nome é a qualquer momento recordado, em qualquer lugar deste planeta e estado. Por Allah que se tivessem conhecido o teu nobre espírito, das suas bocas não teriam saído as palavras que nos têm ofendido. Apesar dos muitos séculos que passaram, ninguém conseguiu alcançar o que alcançaste. Pois em ouro e diamante transformaste a pedra e o carvão, ou seja, em poucos anos conseguiste converter homens que na ignorância se tinham afundado em pessoas que se apontam com o dedo pelo conhecimento e a moral que trouxeram a todas as sociedades e civilizações do mundo. Tu és e serás sempre o nosso amado professor. E digam o que disserem, o nosso amor por ti nunca será afectado, e sempre serás tão admirado e estimado. Por Allah que se a este mundo não tivesses vindo, as nossas vidas seriam insignificantes, sem nenhum sentido. E se não tivesse havido os ensinamentos que trouxeste, o mundo inteiro viveria na decadência e estaria perdido. Se estamos a salvo é graças à orientação que nos deste, e se, pelo contrário, não o estamos, pois isso deve-se ao facto de termos passado pelos teus elevados conselhos e termos negado a tua profecia e o Alcorão que te foi revelado, assim como os sinais que Allah depositou no universo que criou com as suas mãos e formou. O meu coração arrependeu-se, e da fé preencheu-se, e tu, Muhammad, ó louvável enviado, eras o motivo pelo que se tinha guiado. Amo-te mais do que qualquer coisa amada, mais do que a mim mesmo, mais do que a toda a gente, mais do que à minha mãe que me deu à luz, mais do que ao meu pai que me sustentou, mais do que aos filhos que tive.

Alahumma Sali Mohammad waali Mohammad!

Fonte: 6 Al Furqán Novembro/Dezembro.2012 .