quinta-feira, novembro 14, 2013

A Economia no Islão (3ª. Parte - Conclusão)

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:
A solução para os problemas das pessoas

A obrigação de dar importância às questões mencio-nadas traz, como resultado, maior clareza e compre-ensão quanto à solução aos problemas das pessoas, para lá de falarmos da “vida moderna”, do “homem actual”, da “nova cultura”, da “economia recente” no “mundo de hoje”. Um entendimento cabal dos “aconteci-mentos económicos ocorridos” leva-nos a concluir que toda esta questão resume-se, na realidade, aos simples factos enunciados (embora, como veremos, o Islão não considere a questão económica como uma simples questão, mas sim como algo bastante complexo que abarca muitos aspectos interligados).

Nas circunstâncias em que sofre, hoje em dia, a humanidade, com milhões e milhões de oprimidos e domina-dos, a consciencialização destes enunciados constitui uma das obrigações mais importantes para todos nós. Nós, enquanto muçulmanos, somos responsáveis por resgatar todos os seres humanos desta opressão, sejam eles muçulmanos ou não, pois são criaturas de Deus e a “Sua família”. Pois, nós carregamos os ensinamentos do Alcorão e do Profeta Muhammad (p.e.c.e.), pelo que não podemos desculpar-nos diante de Deus de sermos indi-ferentes pela situação da “Sua família”. É, pois, nosso dever dedicar-nos ao cumprimento dos referidos com-promissos (derrotar a opressão económica, combater os ricos poderosos açambarcadores e distribuir a riqueza de forma equitativa para pôr fim à miséria, à fome e ao sofrimento das classes pobres). E, para isso, devemos afastar-nos daqueles que fingem, que falam de forma velada, que fantasiam ou que são avarentos.

O Islão traz a solução

O Islão é um modo de vida que o ser humano deve pôr em prática no dia-a-dia. Por isso, não negligencia nenhum dos aspectos da vida humana, razão pela qual não omite o combate contra a opressão financeira nem se cala para recuperar os direitos dos subjugados e dos oprimidos. Assim, não põe de lado os factores espirituais da existência do homem, pois sem eles não se alcan-çaria uma situação isenta de danos e prejuízos, mesmo que haja prosperidade económica. A eliminação da tira-nia económica e a justa repartição das riquezas não é uma meta final para o Islão, mas sim o primeiro passo no desenvolvimento humano para o bem-estar e a feli-cidade. Com a sua subsistência assegurada e garantida em níveis dignos, o ser humano pode dedicar-se a ques-tões mais profundas, como o estudo de temas teológi-cos, a reflexão sobre realidades subtis, a adoração sincera, etc.

A eliminação de uma existência fastuosa, pomposa e ostensiva, bem como da miséria e da pobreza extremas,

é o primeiro passo na edificação de uma sociedade. O Islão considera que o rico que leva uma vida luxuosa com esbanjamento e excessos é alguém que está a devorar aquilo que não lhe pertence. O Islão considera também que é necessário enriquecer os pobres até que as suas famílias estejam a par com o nível médio do resto da sociedade. O Islão destaca a solidariedade e a equanimidade como princípios básicos da vida e da economia. Devemos esclarecer, contudo, que o Islão não é semelhante ao comunismo.

O sistema islâmico não uniformiza todos os indivíduos num mesmo nível, nem proíbe a propriedade privada, apenas elimina as classes mais pobres e as mais ricas com vista ao mero estabelecimento dos direitos de cada sector, pois os mais ricos e poderosos acumularam fortunas por meios ilegais: usurpando aquilo que não lhes pertencia, investindo na especulação e na usura, e explorando os outros. Quanto aos mais pobres, têm direitos perante o estado, que este deve garantir-lhes, e através de uma justa distribuição da riqueza este sector pode sair facilmente da sua situação crítica. Por con-seguinte, o que o Islão propõe é eliminar os dois extremos financeiros da sociedade: os muito ricos e os muito pobres. Mas entre ambos os extremos, existe uma faixa na qual os indivíduos se desenvolvem e prosperam conforme os seus esforços.

Queremos deixar bem claro um aspecto: o Islão não elimina diretamente e por decreto as classes sociais. A eliminação da pobreza - ou da miséria - e da riqueza excessiva é o resultado de uma política econômica justa e equilibrada e de um controlo minucioso sobre a riqueza de modo a que esta não seja adquirida por meios ilícitos à custa dos mais desfavorecidos. Pobreza e miséria não são sinônimas. É possível viver na pobreza, mas com dignidade, mas nunca se pode ser digno vivendo na miséria. A miséria é o terreno fértil para a de-gradação humana, pelo que o Islão a combate severamente.

O Islão não se opõe ao progresso do indivíduo que se esforça, trabalha, produz e cumpre as suas obri-gações para com a humanidade e o estado. Não estamos a dizer que o comunismo promova isso, mas há determinadas questões que o comunismo proíbe e que o Islão permite. Por exemplo, nenhum dos meios de pro-dução e distribuição no comunismo podem ser privados, mas o Islão permite que estes meios sejam privados, excepto no que se refere à exploração dos recursos naturais. Mas analisar as diferenças entre o Islão e comunismo não é o objectivo deste trabalho, pelo que encerramos aqui este tema.

Uma proposta abrangente

É evidente que delinear uma economia islâmica adequada não é algo simples. É necessário considerar inúmeras questões, tal como evitar a circulação de bens exclusivamente nas mãos dos ricos e a acumulação de bens imóveis, promover a repartição equitativa de riquezas para que circulem pelas mãos dos povos, ditar leis relativamente às terras, à produção, à importação, à distribuição, à acumulação de bens imóveis, etc. Além disso, é necessário contemplar os limites na multiplicação dos bens, na acumulação, no consumo exagerado, etc., tendo em conta que os pobres têm direitos sobre essas riquezas, que parte delas foram usurpadas às pessoas e que sem dúvida proveem de meios ilícitos. Por outro lado, é necessário eliminar a pobreza e qualquer forma de injustiça social que esta implique, sustentando a criação das riquezas no seio do povo para que se distribua e circule entre as suas mãos. Tudo isto requer um trabalho conjunto de um comité de especialistas em temas econômicos e de eruditos versados nos temas islâmicos, conscientes, sinceros, dedicados, auto-sacrificados, livres de qualquer ganância (tanto a nível econômico, como a nível do próprio cargo, de liderança e de poder). Os fracassos que se verificaram neste caminho deveram-se ao facto de não se ter aprofundado os princípios gerais dos ensinamentos islâmicos e de não se vincular tais princípios às leis e mandatos a aplicar na sociedade.

Assim, como não se extraíram convenientemente os ensinamentos islâmicos relativamente à economia, estão por definir conceitos muito importantes como os limites da riqueza, o contexto do seu aproveitamento, a forma como deve circular entre as pessoas, os caminhos para a sua exploração, a forma correcta de a explorar, pro-duzir, importar, distribuir e consumir, etc. Sem estas definições, não podemos falar numa verdadeira “economia islâmica”. Com estes conceitos por clarificar, será difícil o economista entender a doutrina islâmica quanto aos assuntos financeiros e aos juristas eruditos ditar as normas pertinentes para a pôr em prática.

O ser humano é o eixo

À luz dos ensinamentos do Alcorão e das Tradições ("Ahadith") podemos ver claramente que o objectivo do Islão aos estabelecer as normas, leis e práticas rituais não é a riqueza nem as propriedades, mas sim o próprio ser humano e a sua nobreza e dignidade na vida. Este é o eixo do pensamento islâmico. A riqueza não possui nobreza nem valor em si mesmo se não garantir a nobreza da Humanidade. Não existe preferência de nenhuma coisa acima do ser humano, da sua nobreza e da sua dignidade, pelo que o Islão censura qual-quer forma de enriquecimento e progresso que promova a destruição do valor do ser humano, o denigre na hierarquia e aniquile as bases da justiça e da equidade, mais ainda quando difundem a miséria e a indigência entre as pessoas, as quais são o produto da falta de limites quanto à multiplicação da riqueza (aquilo que hoje em dia se designa por “capitalismo selvagem”). O Islão censura também qualquer riqueza ou propriedade que não tenha tido em consideração aquilo que se chama “Direito de Deus”, bem como as Suas leis e direitos de todas as pessoas quanto à sua aquisição e consumo.

Não há santidade nem nobreza numa propriedade que provoque a destruição da justiça e da bondade, que incita à ganância de enriquecer ou produza a ignomínia entre os pobres. Não há nenhuma legisla-ção nem norma que permita a aquisição e o consumo de bens que originem a penúria entre as pessoas e a sua incredulidade. Não há lugar para estas corrupções des-trutivas no Islão. O Islão não permanece passivo perante a opressão económica nem os valores e ideais promo-vidos pelo Alcorão são submissos às ambições, inclina-ções e preconceitos daqueles que se precipitam a seguir as suas paixões, embora tenham títulos de nobreza e finjam ser justos. Pelo contrário, todas as normas e condutas que pretendem ser islâmicas devem acatar, fielmente, os principais propósitos do Islão quan-to à dignificação do indivíduo e à edificação da sociedade.

Não há dúvidas quanto a…

A religião islâmica não surgiu para amparar um número reduzido de ricos potentados gananciosos nem esbanjadores que se rodeiam de luxos ostentosos, en-quanto existe uma multidão de pessoas que padecem dos sofrimentos causados pela fome e pela escassez, entre os males da indigência e da insuficiência. Se as-sim fosse, onde estaria a equidade que os Profetas (que a Paz de Allah esteja com eles) trouxeram para que a ponhamos em prática?

O Islão também não surgiu para que um grupo de pessoas viva à custa da pobreza de outros, morando em sublimes palácios, com aposentos decorados, jardins e fontes luxuosas no meio de um luxo exuberante, en-quanto há pessoas que vivem em cabanas humildes e ainda pessoas desabrigadas que vivem nas ruas. Se assim fosse, onde estaria a justiça que os Profetas (que a Paz de Allah esteja com eles) trouxeram para que nos dediquemos a ela?

O Islão não surgiu para amparar pessoas que mergulham em luxos e prazeres, esbanjando a riqueza para entreter os seus filhos enquanto, ao seu lado, há pes-soas que não encontram nem um pedaço de pão para saciar a fome dos filhos, nem roupas para esconder a sua nudez, nem alguns medicamentos para livrá-los da morte. Se assim fosse, onde estaria a igualdade que os Profetas (que a Paz de Allah esteja com eles) trouxeram para que as pessoas se esforcem por ela?

O Islão também não surgiu para que ao seu redor exista um sector cujos filhos gozam das facilidades para aceder à educação, ao ensino e aos graus mais altos da ciência, da tecnologia e da jurisprudência, enquanto a maioria das crianças do povo não tem a possibilidade nem sequer de aceder ao ensino primário. Se assim fosse, onde estaria a equanimidade que os Profetas (que a Paz de Allah esteja com eles) trouxeram para que os homens se dediquem a ela?

O Islão também não surgiu para que os ímpios da comunidade sejam absorvidos por ela e se submergem nas diversas variedades de prazer e de vaidade, gastando os bens das multidões subjugadas em diversos lugares do mundo fastuoso, em praias prósperas, campos verdes, etc., enquanto os seus filhos dão voltas pelos mares modernos, gozando das mercês exuberantes graças àquilo que os seus pais roubaram e usurparam das riquezas dos outros, ostentando títulos de nobreza e dignidade, enquanto nos países milhares de pessoas vivem na miséria e se rendem às pressões devido às suas necessidades, submetendo-se a condições de vida sub-humanas. Se assim fosse, onde estaria a imparcialidade que trouxeram os Profetas (que a Paz de Allah esteja com eles) para que a gente vigie?

Existe certamente entre os muçulmanos

O Islão é uma religião de modernização, coragem, construção, criatividade, potência, segurança, paz, amor, irmandade e união. De maneira alguma permite estas condutas infernais, nem através dos seus enunciados, nem através das suas leis. Quem assim age não está a seguir, de forma absoluta, uma conduta islâmica, mas sim o contrário: realiza aquilo que todos os Profetas (que a Paz de Allah esteja com eles) criticaram, censuraram, proibiram e combateram veementemente.

Existem, certamente, entre os muçulmanos, algumas pessoas com o título de muçulmanos (inclusive, às ve-zes, de nobreza - no sentido ocidental) que adoptam es-tas condutas dos tiranos opressores. Certamente que quem ler este artigo irá pensar «Mas se os ensina-mentos islâmicos são tão claros a esse respeito, por que razões existem os reis disto e daquilo…?». É necessário compreender que estas qualidades pertencem aos defeitos desviadores do ego humano (o "nafs ammari bissu", ou “alma que impulsa o mal”) e existem em qualquer sociedade e comunidade humana. Os ensinamentos islâmicos assinalam este grande mal aos povos e indicam o seu remédio. A questão é que para aplicar esta solução tem que haver uma maioria consciencializada, liderada por um guia justo e recto que empreenda uma luta árdua contra os tiranos económicos. E estas condições não são fáceis de reu-nir, seja entre muçulmanos ou entre não muçulmanos. Os problemas de que sofrem as sociedades islâmicas não são muito diferentes daqueles de que sofrem os po-vos da América Latina, ou dos de outros sectores do Terceiro Mundo.

O Islão e a justiça

Os mandatos Alcorânicos têm como fundamentos (entre outros) a corporização da justiça e da equidade, o extermínio da multiplicação e do luxo, e a protecção dos oprimidos. Estes princípios dão lugar a outros mandatos, leis, prescrições, etc. Tudo o que se opõe a um destes princípios ou impeça a sua concretização está, sem dúvida, fora do âmbito Alcorânico. A mensagem do Alcorão promove certamente a justiça em todo o seu esplendor e grandeza. Não há, a esse respeito, nenhu-ma possibilidade de erro, de uma interpretação extrava-gante nem da introdução de qualquer ensinamento en-ganador a esse respeito: qualquer indivíduo pode com-preender e captar os delineamentos elementares da justiça e qualquer enunciado que se oponha a ela está fora do âmbito do Islão.

A responsabilidade dos sábios

É primordial que os eruditos garantam o carácter islâmico da jurisprudência que regula uma sociedade, atendendo às múltiplas relações entre as leis e à sua ligação com os princípios fundamentais do Alcorão, base de todas as disposições jurídicas. Para isso, o erudito consciente e precavido deve conhecer os pormeno-res da vida moderna nas suas diversas áreas (ciência, tecnologia, cultura, educação, economia, comer-cio, política, etc.) e deve saber como adaptar as normas e preceitos do Alcorão e da Tradição a tais questões de modo a cumprir os mandatos, a não violar nenhum direito, nem oprimir ninguém. O eru-dito com consciência islâmica procura isso sem apoiar- -se em nenhuma escola ou doutrina alheia ao Alcorão e à Tradição ("Hadith"). E não necessita recorrer a outra coisa fora destas duas fontes, as quais fornecem ensinamentos vitais e indicações precisas para solucionar absolutamente todas as dificuldades da vida humana, a começar pela mais importante de todas que é a presença da riqueza exuberante e da miséria avassaladora.

 evidente que as novas questões em que se submergem as nações actualmente devido às suas complexas relações e derivações exigem, hoje, mais do que nunca, o esforço intelectual ("ijtihad") dos sábios instruídos para a elucidação dos mandatos em concordância com estas fontes (o Alcorão e o Hadith), porque, co-mo é óbvio, os sucessos actuais não são iguais aos do passado. O conhecimento da época, dos seus acontecimentos e das suas dimensões é uma chave para a permanência, ao passo que o atraso e a intransigência (associados à cegueira e ao fanatismo) estreitam o pano-rama e possibilitam a queda no engano que favorece os ricos e opulentos, destruindo a religião e o mundo.

A responsabilidade dos muçulmanos

É por esta razão que nós, muçulmanos, devemos colocarmo-nos na vanguarda dos movimentos progressistas e revolucionários, enfrentando e combatendo a tirania econômica e os opressores políticos que a favorecem. Esta é a nossa responsabilidade para levar a última Mensagem de Deus a toda a Humanidade. Devemos oferecer com clareza esta Mensagem aos povos necessitados e oprimidos, que constituem a grande maioria dos habitantes do mundo. Devemos seguir a conduta e os ensinamentos do nosso amado Profeta Muhammad (que a Paz e as Bênçãos de Allah estejam com ele), combatendo os opressores e os ricos poderosos que usurpam os direitos das pessoas, defendendo os pobres e oprimidos e estabelecendo a justiça em todas as áreas.

Quanto aos reformadores firmes e sinceros (não importa a que sector pertençam), eles certamente encontrarão nestes ensinamentos aquilo que procuram para preparar o movimento revolucionário que liberte os povos dos seus sofrimentos.

Súplica final

Rogamos a Deus Altíssimo que conceda o êxito aos muçulmanos que se aferram a estes ensinamentos vitais, valiosos e revolucionários para que os aprendam de forma sincera, justa e consciente, sem separá-los, nem afastá-los da realidade, procurando edificar uma sociedade humana Alcorânica, equitativa e avançada. Talvez desta forma se tornem um exemplo para as outras nações à face da terra, erguendo a tocha da orientação para os povos humilhados sob o fogo da multiplicação e do luxo. Isto não é difícil para Deus e quiçá Ele atenda às nossas orações, se todos nós nos unirmos em tal súplica. Não há êxito nem ajuda a não ser em Deus, Poderoso e Prudente.

Ó Deus, abençoa Muhammad e a sua família, e apressa o consolo da verdade e da justiça para o ser humano.

Ó Deus, perdoa-nos a nós e aos nossos pais, profes-sores, mestres, parentes, amigos, vizinhos, e todos os que tenham um direito sobre nós ou que nos tenham beneficiado em algo, assim como os nossos irmãos que nos precederam na fé. E faz de nós benfeitores.

Ó Deus, eleva os graus dos nossos sábios educado-res, dos nossos eruditos activos, despertos e comba-tentes.

Que a Paz esteja com quem sirva a verdade pelo Dono da verdade e que trabalha para estabelecer a equidade e a justiça.

E não há Poder nem Força, salvo em Deus Altíssimo.

Wassalam. ■
Obrigado, boas leituras. — M. Yiossuf Adamgy

NAHNÚ – “NÓS” NO CUR’ANE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

A Declaração de fé de um muçulmano baseia-se na firme convicção de que não há mais divindades, excepto Deus. A Sha’ada – declaração de fé, começa por uma negação – LÁ ILAHA – Não há outra divindade, e termina com uma confirmação ILLA ALLAH – Senão a (única) Divindade. – LÁ ILAHA ILLA ALLAH – Não há outra divindade senão a (única) Divindade (Allah – Deus). “Vosso Deus é Um só. Não há mais divindade além d’Ele, o Clemente, o Misericordiosíssimo”. Cur’ane 2:163.

Nos tempos em que vigoravam as monarquias, quando o rei emitia comunicados ou leis, utilizava com frequência a expressão “ nós decidimos, nós decretamos”. A linguagem utilizada denotava um poder absoluto e foi muito vulgar, por exemplo, na realeza Inglesa. Nos tempos actuais, esse tipo de expressão caiu em desuso e os reis na Europa deixaram de ter qualquer poder legislativo. A língua Árabe é muito eloquente. Quem sabe recitar o Cur’ane, mas não sabe falar ou compreender o árabe, fica fascinado com o desenrolar da leitura e algo lhe diz que está na presença duma linguagem divina. Quando o Cur’ane foi revelado, havia em Maka uns idólatras que competiam na poesia, falando entre si duma forma eloquente. Deus revelou o Cur’ane com uma linguagem ainda mais eloquente, o que levou muitos a converterem-se. Outros que não queriam deixar as suas tradições e os seus ídolos, referiram que não era possível ser obra de um ser humano e acusaram Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) de ter utilizado a magia para produzir os versículos. Em resposta Allah Subhana Wataala lhes responde: “Se estiverdes com dúvida daquilo que Nós revelamos ao Nosso servo, então produzi uma sura semelhante…” Cur’ane 2:23.

Em árabe, em especial na linguagem antiga, é utilizada a forma de nahnú (nós) quando alguém fala para um grupo de pessoas, referindo-se a ele próprio. No Cur’ane, Allah, o Criador e o Sustentador, às vezes refere-se a Ele próprio duma forma singular – Anná (Eu) e outras vezes utilizando formas no plural – Nahnú (Nós). Não é possível compreender-se os versículos do Cur’ane, sem conhecer algumas retóricas antigas da linguagem. Quando Deus fala para a Sua criação no geral, referindo temas importantes como a Ressurreição, Paraíso e o Inferno, utiliza o plural, que transmite nas Suas Palavras, uma Majestade Divina: “ Ó humanos! Se estais em dúvidas sobre a ressurreição, reparai que Nós vos criámos do pó …” Cur’ane 22:5. E mais um exemplo: “Pensais, porventura, que vos criamos por diversão (sem qualquer propósito) e que jamais retornareis a Nós?”. Cur’ane 23:115. Em algumas passagens, Allah fala Dele e das Suas obras que foram informadas aos Profetas através dos Seus Anjos, utilizando o termo Nahnú , como por exemplo quando se refere ao Cur’ane revelado por Ele, mas transmitido ao Profeta, através do Anjo Gibrail: “Nós revelamos a Mensagem e somos o Seu Preservador”. Cur’ane 15:9.

Outras vezes quando fala com alguém em especial, utiliza a expressão no singular Anná , como podemos verificar através do diálogo que teve com Mussa (Aleihi Salam) – Moisés, que a Paz de Deus esteja com ele: “Eu Sou o teu Senhor! Tira as tuas sandálias, porque estás no vale sagrado de Tuwa. Eu te escolhi, escuta pois, o que te será inspirado. Sou Deus. Não há divindade além de Mim! Adora-Me e observa a oração, para celebrar o Meu nome”. Cur’ane 20: 12, 13 e 14. Demonstrando também intimidade com os seus servos em geral, Allah Subhana Wataala, com a expressão Anná – Eu, diz a Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam): “Diga aos Meus servos de que Eu Sou o Indulgente, o Misericordioso”. Cur’ane 15:49.

Através da seguinte belíssima exortação, é referido num hadice Qudsi, que Allah usa a expressão Anná - Eu, em vez de Nahnú, denotando aqui também uma intimidade para com os seus servos em geral: “ Eu sou tal como o Meu servidor espera que Eu seja. Eu Estou com ele quando ele Me recorda. Se ele Me menciona perante si próprio, Eu menciono-o perante Mim próprio: e se ele Me menciona numa assembleia, Eu menciono-o numa assembleia melhor. E se ele se aproxima de Mim um palmo, Eu aproximo-Me dele um cúbito. E se ele se aproxima de Mim um cúbito, Eu aproximo-Me dele um passo. E se ele caminha para Mim, Eu corro para ele”.

O termo Nahnú é um sinal de respeito, de glorificação e não qualquer indicação de pluralidade. “Na verdade, Allah não perdoa que se Lhe associe companheiro …” Cur’ane 4:48. Deus é Um só, sem parceiros, sem filhos e não depende de ninguém. É o Único merecedor de toda a adoração. Este é o princípio de Tawhid. No Cur’ane, encontramos um pequeno capítulo, mas que testemunha a unicidade de Deus: Bismilahir Rahmani Rahim; Qul huwa Allahu Ahad. Allahu Samad. Lam Yalid Wa Lam Yulad. Wa Lam Yakun Llahú Kufwan Ahad. “Em nome de Deus, O Beneficente e Misericordioso. “1- Diz: Ele, Allah (Deus) é Único. 2- Allah é independente. 3- Não gerou e não foi gerado. 4- E ninguém é comparável a Ele”. Cur’ane 112.

Para confirmar esta UNICIDADE DIVINA , refere o Cur’ane: "Diz: Minhas orações, minhas devoções, minha vida e a minha morte pertencem a Deus, Senhor do Universo, que não possui parceiro algum…" (6.162).

Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem" . Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!” . 10.10. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

14/11/2013

quarta-feira, novembro 13, 2013

A Economia no Islão (2ª. Parte - Continuação)

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:

O Islão dignifica a economia

O Islão dignifica a economia. Traz ensinamentos abun-dantes sobre questões financeiras, como garantir a subsistência das pessoas, a defesa dos direitos dos despojados, a eliminação de toda a miséria e pobreza no âmbito das sociedades e a tendência para um nível equilibrado entre as massas. Para isso, fica atento a que se preserve a justiça nas relações humanas, pois a economia só pode ser reformada se o for através da justiça. A reforma social só se concretiza através da observação da justiça social e econômica. A piedade e virtude só se alcançam com a aplicação dos princípios de equidade entre as pessoas.

O Nobre Alcorão exclama de viva voz que «Deus prescreve a justiça e a bondade (ou beneficência) …» (16:90). O Grande Profeta Muhammad (que a Paz e as Bênçãos de Allah estejam com ele) disse que «O mais ignominioso perante Deus é aquele que administra os assuntos dos muçulmanos, mas que não concretiza a justiça entre eles».

Além disso, o Imame Ali ibn Abi Talib (que Allah esteja satisfeito com ele) proclamou: «Não reformeis as pessoas, mas sim a justiça». E quando ensinou os fundamentos do Islão, segundo o que nos transmitiu o Imame Sadiq (que a Allah esteja satisfeito com ele), disse: «Conhecei… as autoridades com o ordena-mento do bem, com a justiça e a prática da bondade». (Ou seja, as autoridades que se devem acatar, segundo o Alcorão, são as que apresentam estas condições, não qualquer uma que ostente o poder sem justiça nem bondade).

A justiça: elemento primordial da Mensagem islâmica

A doutrina original e pura do Islão consiste em dedicar--se à justiça e à sua aplicação, assim como à recupe-ração dos direitos dos despojados nos distintos sectores da humanidade. Os mais fiéis seguidores do Profeta (que a Paz e as Bênçãos de Allah estejam com ele) dedicaram-se às grandes revoluções e aos maiores sacrifícios ao longo da história do Islão em busca deste objectivo elevado. No entanto, a conduta daqueles que assumiram o governo após os "khulafa-ur-rashidin" (ou seja, após a governação dos primeiros 4 califas), em particular os Omíadas e os Abássidas, foi totalmente o oposto, privada de justiça e repleta de sumptuosidade, luxo e acumulação de riquezas usurpadas aos seus donos legítimos (o próprio povo). Apoderaram-se dos bens do Tesouro Público como riqueza pessoal, do próprio cargo de governante como um bem hereditário, dos prazeres de uma vida de ostentação como um direito indiscutível, sendo a pobreza, de que um amplo sector da população padecia, um inconveniente natural e irremediável ao qual as pessoas deviam acostumar-se e resignar-se. Quão afastada da justiça se encontra esta atitude! E quão afastada da Mensagem original de todos os Profetas (que a Paz de Allah esteja com eles)!

Para um autêntico líder revolucionário islâmico, as dificuldades das pessoas famintas são as suas próprias dificuldades e a luta contra os fastuosos usurpadores e os tiranos econômicos é o fundamento dos seus prin-cípios. Nunca permanece calado perante um devorador perverso dos bens públicos nem perante um oprimido faminto.

Este tipo de conduta sócio-religiosa revolucionária é o verdadeiro espírito dos ensinamentos do Profeta (que a Paz e as Bênçãos de Allah estejam com ele), seguido pelos seus justos sucessores. É, portanto, dever de todos os muçulmanos, sem dúvida alguma, imitar os antecessores justos e, neste caminho, defender os opri-midos e despojados, enfrentar os males da multiplicação e do luxo e não ficar calado perante a opressão dos tiranos e o sofrimento dos subjugados.

A multiplicação

Numa sociedade, não podem estar presentes a multi-plicação de bens e os acumuladores sem que haja, simultaneamente, a sumptuosidade e a extravagância. A multiplicação e a abundância são inseparáveis e são a raiz da opressão económica.

Queremos esclarecer que o termo “multiplicação” (em árabe "takazzur") tem determinados significados asso-ciados como o “desejo pelo lucro”, a “ostentação”, a “ganância”, o “materialismo” e o “capitalismo”. Doravante, quando for utilizado este termo, dever-se-á ter em mente estes significados para uma melhor compreensão. Refere-se ao turbilhão competitivo e devastador no qual as pessoas imergem com o desejo de possuir, cada vez mais, para poderem levar uma vida extravagante, exuberante, com luxos extremos e abundância, exibidos publicamente para que todos possam vê-las e invejá-las. Trata-se de um mal que corrompe e aniquila qualquer vestígio de humanidade, tanto no indivíduo como na sociedade.

É evidente que uma existência fastuosa se ergue desprezando os direitos dos outros. Por conseguinte, os correctos e autênticos ensinamentos originais do Islão não deixam lugar à passividade perante os ricos osten-tadores e perdulários. E muito menos para a justificação das suas acções perversas e os seus comportamentos corruptos. Em muitos versículos o Sagrado Alcorão condena e rejeita aqueles que se dedicam a uma vida de luxos excessivos, bem como as suas condutas depra-vadas, por ser a base da opressão económica. Assim, os ensinamentos islâmicos, puros e originais, desarticu-lam os pilares de tal opressão em todos os seus aspectos. Por conseguinte, afirmamos que se tais ensinamentos tivessem sido aplicados, esta classe de tiranos não poderia ter existido nem permanecido.

O poder por trás do governo

Segundo o que referimos anteriormente, é evidente que a multiplicação e os multiplicadores (os ricos pode-rosos) não podem subsistir nem chegar ao governo, nem, ainda, superá-lo. Se não alcançarem o poder, a multiplicação não permanecerá. Pelo que devem sempre chegar ao governo e até mesmo superá-lo, formando um clã nas sombras acima da autoridade política. Isto é muito claro na atualidade, tanto nas democracias do “terceiro mundo”, onde os políticos que desejam ser “elegíveis para o cargo de Presidente” devem agradar ao FMI (Fundo Monetário Internacional), ao Banco Mun-dial e a organizações afins, bem como nas monarquias que, para acederem ao poder e manter-se no poder, também devem agir como fantoches de tais organismos. 

Contra o clã destrutivo que regula o poder dos go-vernos desde as sombras, o Islão implementou uma ampla defesa, começando por considerar a riqueza excessiva como ilícita, a vida luxuosa e sumptuosa como maldita e os ricos e poderosos como ocupadores per-versos. O Islão pede aos sábios e a todas as pessoas que abandonem a companhia dos ricos e todo o tipo de contacto ou relação com eles, até derrubá-los dos seus níveis sociais. “Abandonar a sua companhia” não significa ignorá-los nem ser-se indiferente a eles, significa sim não lhes dar nenhuma participação nas decisões políticas que o governante justo estabeleça. O primeiro passo que um governante deveria adotar para levar adiante tal revolução social é fechar as portas aos ricos e poderosos e considerá-los como verdadeiros criminosos até os obrigar a devolverem o erário usurpado, ilegalmente. 

A revolução do Islão 

Isto faz parte dos grandiosos ensinamentos do Islão revolucionário, aqueles que surgiram há 14 séculos atrás, condenando os opressores dos povos e os usurpadores dos direitos do homem, para que não pudes-sem gozar de uma existência orgulhosa, nem superar facilmente os assuntos estabelecidos nem agir na terra corrompendo-a, subjugando as pessoas, nem promover a instabilidade e a negligência em todos os domínios. O Islão não se conforma em condenar até exterminar a multiplicação e os opressores poderosos, mas também 

ataca qualquer manifestação de ostentação pomposa para que todas as pessoas reconheçam tal atitude como a raiz da corrupção e da perversão moral e a destruam. A multiplicação das riquezas (sendo uma das suas for-mas o capitalismo atual) e a pomposidade na existência estão associadas à dependência econômica, o principal inimigo do Islão e dos muçulmanos (e de todos os povos). 

Por esta razão, o Islão rejeita-as veementemente. Diz o Sagrado Alcorão: 

«Deus jamais concederá a supremacia aos incrédulos sobre os crentes» (4:146). 

Assim, os muçulmanos devem resgatar os seus países das garras destes selvagens que, desde o poder, estabelecem laços de dependência econômica com poderes estrangeiros. 

Este clã superior à autoridade política promove a pobreza destrutiva, aquela que o Islão combate, ensinando as suas raízes ou consciencializando as pessoas para que se oponham a ela. 

A origem da pobreza 

Entre os ensinamentos que o Islão enfatiza e proclama, constatamos que a carestia dos despojados, a fome dos famintos, a nudez dos andrajosos, as penúrias dos necessitados e a indigência dos pobres não provêm do Decreto de Deus, Altíssima seja a Sua Posição. Ele criou os seres, estabelecendo para eles os seus mantimentos e o sustento para as suas vidas. Diz o Sagrado Alcorão: «… Nós dispensamos- -lhes os seus sustentos na vida do mundo…» (43:32). Pois, todas as criaturas são a Sua família «para as quais (Deus) garantiu os seus mantimentos e decretou os seus sustentos» (como disse o Imame Ali [que Allah esteja satisfeito com ele]). O Imame Sadiq disse: «A riqueza foi distribuída e assegurada para vós. Foi distribuída por um Justo entre vós…» (Al Kafi, tomo I, pág. 30). 

Mas de onde surgem as terríveis situações de que vemos padecer muitos setores da humanidade? Estas são questões impostas para as quais a sociedade foi arrastada devido aos pecados dos ricos, ao domínio dos ocupadores, à iniquidade dos ímpios e à opressão dos tiranos. Vejamos uma declaração contundente sobre isto: disse o Grande Profeta Muhammad (que a Paz e as Bênçãos de Allah estejam com ele): «Deus estabeleceu as provisões dos pobres nas riquezas dos ricos. Se existem famintos e desnudos isso deve-se ao pecado dos ricos» (in Al Mustadraq, tomo I, pág. 509). Disse o Imame Ali ibn Abi Talib (que a Allah esteja satisfeito com ele): «Um pobre não passa fome se não por aquilo que lhe nega um rico». Disse o Imame Ja’far as Sadiq Talib (que a Allah esteja satisfeito com ele): «… As pessoas não são pobres, nem necessitadas, nem famintas, nem desnudas, salvo pelos pecados dos abastados» (in Uasail, tomo VI, pág. 4). 

Todos estes ensinamentos sagazes, em linha com as diretivas do Glorioso Alcorão, moldam os princípios do Islão, surgindo como uma obrigação legal eminente para os sábios, o governo islâmico e os muçulmanos. Esta obrigação consiste em dedicar-se à equanimidade econômica e ao combate contra a opressão financeira, afastando os tiranos econômicos do poder, da legislação e da economia que regem a sociedade. Neste sentido, Deus Altíssimo ordenou ao Profeta Muhammad (que a Paz e as Bênçãos de Allah estejam com ele), na noite da viagem celestial, segundo o que nos transmitiu Amir Al Mu’minin Ali ibn Abi Talib (que Allah esteja satisfeito com ele): «… Ó Ahmad! Afasta-te dos ricos e evita participar nas suas reuniões!...» (in Irshad, pág. 201). 

Toda a autoridade na sociedade islâmica, todo o homem religioso (sábio, erudito ou "sheikh") e todos os governantes em geral deveriam ter no Profeta Muhammad (que a Paz e as Bênçãos de Allah estejam com ele) um claro e excelente modelo a imitar, afastando-se dos potentados e das suas reuniões se forem realmente seguidores da conduta do Profeta (que a Paz e as Bênçãos de Allah estejam com ele). Como já o referimos anteriormente, é cerrar-lhes a porta e considerá-los criminosos até que devolvam tudo o que acumularam ilegitimamente, usurpando os direitos dos outros. 

(Conclusão, na próxima reflexão, in cha Allah) 
Wassalam aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu
Obrigado, boas leituras. 

M. Yiossuf Adamgy 

As Boas Maneiras na Saudação

O Louvor é para Allah(SWT). Nós O exaltamos, imploramos Sua ajuda e rogamos pelo Seu perdão. Aquele a quem Allah orientar não se desviará, e aquele a quem Allah permite que se desvie ninguém poderá orientá-lo. Testemunho que não há outra divindade além de Allah, o Único, e que Ele não tem parceiros. E testemunho que o Muhammad(SAAW) é Seu servo e mensageiro, que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele, com seus famíliares, seguidores e companheiros até o Dia do Júizo Final.

Um homem foi ter com o Profeta (que Allah o abençõe e lhe dê paz) e disse: “Asslamau alaikom.” O Profeta respondeu à saudação. Então, o homem sentou. O Profeta (que Allah o abençõe e lhe dê paz) disse: “dez (ou seja, dez benevolências)” . Um segundo homem chegou e disse: “Assalamu aleikom warahmatullahi´´.O Profeta respondeu ao cumprimento. Então, o homem sentou. O Profeta disse: Vinte (ou seja, vinte benevolências).” O terceiro chegou e disse: “Assalamu aleikom warahmatullahi wabarakátoh.” O Profeta respondeu ao cumprimento. Então o homem se sentou. O Profeta disse : Trinta (ou seja, trinta benevolências). (Abu Daúd e Tirmizi).

O Profeta (que Allah o abençõe e lhe dê paz) foi visitar Saad Ibn Ubáda (que Allah o abençõe e lhe dê paz) na casa deste. Ele parou na frente da porta e disse: “Assalamu alaikom warahmatullah” (Que a paz e a misericórdia de Allah estejam com vocês). Estando dentro da casa, Saad respondeu com uma voz baixa, quase imperceptível. O Rassulullah (que Allah o abençõe e lhe dê paz) não o ouviu. Ele, então repetiu a saudação. Saad novamente respondeu com voz inaudível. Pela terceira vez o Rassulullah fez a saudação. Saad novamente respondeu com voz inaudível. O Profeta, então, virou-se para ir embora. Saad, então, saiu apressado atrás do Profeta e lhe disse: “Ó Rassulullah, eu estava ouvindo a sua saudação e respondia com voz inaudível para que você invoque a paz para nós.” (Ahmad).

Allah, exaltado seja, ordenou-nos espalhar a saudação. Disse: “Ó crentes, não entreis em casa alguma além da vossa, a menos que peçais permissão e saudeis os seus moradores.” (24:27). E disse: ...E, quando entrardes em casas, cumprimentai-vos mutuamente, com saudação vinda de Allah, bendita e cordial. Assim Allah torna evidentes, para vós, os versículos, para razoardes.” (24:61). E disse: “Quando fordes saudados cortesmente, respondei com cortesia maior ou, pelo menos, igual.” (4:86). O Rassulullah (que Allah o abençõe e lhe dê paz) nos incentivou também a saudarmos as pessoas, dizendo: “Ó gente, espalhem a saudação, alimentem as pessoas, estreitem os laços de parentesco, pratiquem a oração durante a noite enquanto as pessoas estiverem dormindo que entrareis no Paraíso em paz.”

A saudação tem as suas regras que todo muçulmano deve seguir:

O ater-se à saudação do Islam: A paz é a saudação dos muçulmanos e não devemos trocá-la com outras fórmulas como: “Bom dia” ou coisa similar. O Rassulullah (que Allah o abençõe e lhe dê paz) disse: “Quando Allah, O Altíssimo, criou Adão (A de Allah paz esteja com ele), disse-lhe: ‘Dirige-te até àqueles – um grupo de anjos – que estão sentados acolá, e atenta para o modo como te vão saudar, pois que esse seja o modo de saudares, tanto tu como a tua descendência.’ Adão se aproximou deles, e disse: ‘Assalamu Alaikom’ (A paz de Allah esteja convosco!) E eles responderam: ‘Assalamu alikom warahmatullah’ (A paz e a misericórdia de Allah estejam contigo!) ou seja, acrescentaram: ‘A misericórdia de Allah.” (Muttafac alaih)

A saudação dos muçulmanos: O muçulmano tem direito de ser saudado pelo irmão muçulmano. O saudar é sunna e a resposta à saudação é obrigatória. O Rassulullah (que Allah o abençõe e lhe dê paz) disse: “O muçulmano tem cinco direitos para com o outro muçulmano: Responder à saudação, visitar o enfermo, seguir o féretro, aceitar o convite e invocar misericórdia de Allah para quem espirra.” (Muttafac alaih).

Foi perguntado ao Rassulullah (que Allah o abençõe e lhe dê paz): “Qual é a melhor saudação?” Ele respondeu: “Alimentar as pessoas e saudar a quem conhece e não conhece.” (Muttafac alaih).

Saudar com voz alta: O muçulmano deve saudar em voz alta. Deve pronunciar as palavras e fazer sinais com a mão se a quem está saudando estiver distante e não consegue ouvir-lhe a voz.

Iniciar a conversa com saudação: O muçulmano começa a se dirigir aos irmãos com saudação, porque quem inicia a saudação é o melhor perante Allah. O Profeta (que Allah o abençõe e lhe dê paz) disse: “... e o melhor quem saúda primeiro.” (Musslim) O Profeta (que Allah o abençõe e lhe dê paz) disse, também: “O mais novo saúda o mais velho, o passante saúda o parado, os poucos saúdam os muitos.” (Bukhári).

O responder à saudação: Saudar é um ato voluntário desejável. O responder à saudação é obrigatório. A pessoa deve responder à saudação quando é feita, quer seja oral ou por escrito, quer vejamos quem está saudando ou não. Aicha (que Allah a abençõe) relatou que o Rassulullah (que Allah o abençõe e lhe dê paz) um dia disse: “Ó Aicha, eis o anjo Gabriel saudando-te.” Ela disse, mesmo sem vê-lo: “Que a paz, a misericórdia e as bênçãos de Allah estejam com ele.” (Muttafac alaih).

Repetir a saudação: O Rassulullah (que Allah o abençoe e lhe dê paz) disse: “Quando um de vós se encontrar com um irmão, que lhe dê a saudação de paz. Mas se uma árvore, um muro ou uma rocha os separar, que lhe dê a saudação de paz quando o encontrar de novo.” (Abu Daúd).


O aperto das mãos na saudação: A saudação é complementada com o aperto de mãos. O Rassulullah (que Allah o abençõe e lhe dê paz) disse: “Toda vez que dois muçulmanos se encontram e apertarem as mãos Allah perdoará suas faltas antes de se separarem.” (Abu Daúd). Se puder, deve sorrir para o irmão. O Rassulullah (que Allah o abençoe e lhe dê paz) disse: “O sorrir para o irmão é considerado caridade.” (Tirmizi).

A saudação das mulheres: É dever do muçulmano saudar as mulheres. Se for uma só, e tem confiança em não causar constrangimento, deve saudá-la mas sem o aperto de mãos. Se não tiver confiança, não deve fazê-lo. O mesmo acontece com a mulher. Assmá, filha de Yazid (que Allah a abençõe) relatou: “Um dia o Profeta (que Allah o abençoe e lhe dê paz) passou perto de nós, que formávamos um grupo de mulheres, e nos saudou.” (Abu Daúd e Tirmizi)

A saudação dos garotos: O muçulmano adulto deve saudar os adolescentes para criar o sentimento de amor entre eles. Anas (que Allah o abençoe) relatou que o Rassulullah (que Allah o abençõe e lhe dê paz) passou por alguns garotos e os saudou.” (Musslim).

O evitar a saudação em algumas situações: Deve-se evitar fazer a saudação quando se está no banheiro; durante o azán e a icáma (anúncio do início da oração); durante o sermão de sexta-feira; quando se está fazendo súplica e durante a talbiya (o anúncio do atendimento do chamado para a peregrinação) durante a Hajj e a Umra.

A saudação do grupo: O muçulmano saúda o grupo enquanto permanecer num só local, e não se dirige a um só deles em detrimento dos outros, mas saúda a todos os membros do grupo. Pode-se distinguir alguns deles, como quando o aluno saúda o professor em particular após saudar ao grupo em geral.

A saudação da casa desocupada: Se o muçulmano entrar numa casa e não encontrar ninguém nela, ele deve fazer a saudação, dizendo: “Que a paz de Allah esteja conosco e com os servos benevolentes".

Saudação da ida e da volta: O Rassulullah (que Allah o abençoe e lhe dê paz) disse: “Quando um de vocês chegar a uma reunião, que dê a saudação de paz; e quando quiser ir embora, que dê também a saudação de paz. Porque o primeiro desejo de paz não tem prioridade sobre o último.” (Ahmad, Abu Daúd e Tirmizi)

O muçulmano ignorante não entende sua religião e é extremista. Naa sua ignorância e escuridão, ele é 
 mais perigoso para o Islam do que os seus inimigos... 

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

"Desejam em vão extinguir a Luz de Allah com as suas bocas; porém, Allah nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!" (41:33)

Mohamad ziad -محمد زياد


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duvidas/ informações: info@islamismo.org

segunda-feira, novembro 11, 2013

O TEMPO NO ISLAM

Centro Islâmico de Brasília-DF
Khutuba : Sheikh Othaman Sharif
Assunto : O TEMPO NO ISLAM


O Louvor é para Allah(SWT). Nós O exaltamos, imploramos Sua ajuda e rogamos pelo Seu perdão. Aquele a quem Allah orientar não se desviará, e aquele a quem Allah permite que se desvie ninguém poderá orientá-lo. Testemunho que não há outra divindade além de Allah, o Único, e que Ele não tem parceiros. E testemunho que o Muhammad(SAAW) é Seu servo e mensageiro, que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele, com seus famíliares, seguidores e companheiros até o Dia do Júizo Final.



Meus irmãos muçulmanos, vamos tratar sobre o tempo no Islam, o ensinamento que Islam nos instruem dedicar nossa vidas, riquezas e tempo a causa de Allah(SWT), disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL-NA’AM vers 162: “Dize:”Por certo, minha oração e meu culto e minha vida e minha morte são de Allah, O Senhor dos mundos.” Quando pensamos no tempo tendemos a pensar nas formas como as quais medimos a passagem do tempo, um relógio, um intervalo de tempo. A humanidade sempre se preocupou com o tempo: a passagem do tempo, a medição do tempo, valorizando o tempo de forma material.

“Tempo é dinheiro” , enquanto devemos valorizar o tempo com a importância social e pessoal, usando o tempo para ordenar nossas vidas, com base no tempo da vida dedicando esse tempo na recordação de Allah(SWT), não só com coisas mundanas. O Alcorão e as tradições do Profeta Muhammad(SAAW), deixa claro que o Islam considera o tempo um recurso muito valioso. Os crentes são encorajados a conscientizarem-se do tempo, reconhecendo sua importância e organizá-lo de forma sábia. Se os seres humanos não desperdiçarem ou abusarem do tempo, mas pensarem nele como uma bênção de Allah(Louvado Seja), terão toda a razão para esperarem sucesso nessa vida e na vida futura. Disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL-ASR vers 1 ao 3:  “Pelo tempo! Por certo, o ser humano esta em perdição, exceto os que creem e fazem as boas obras e se recomendam, mutuamente, a verdade, e se recomendam , mutuamente, a paciência.” 

A humanidade permanecerá de pé no Dia do Juízo até que seja perguntada sobre quatro coisas: sua vida e como a viveu; sua juventude e como a usou; seus bens e como os adquiriu e gerenciou; seu conhecimento e como o utilizou. O Islam nos ensina que o tempo passa muito rápido então pode retornar nunca. É irrecuperável. É a dádiva mais preciosa que a humanidade possui e pode ser tirada de nós a qualquer momento. Allah(SWT) é o Doador, mas também é o Limitador.

O tempo passa rapidamente e Allah(SWT) nos lembra no Alcorão que os meses e anos passam, mas quando estivermos diante D’Ele no Dia do Juízo Final nosso tempo na terra parecerá como se tivéssemos vivido, sonhado e adorado por menos de um dia. Disse Allah(SWT) no alcorão Sagrado na Surat AL-KAHF vers 19: “...Um deles disse: Quanto tempo permanecestes, aqui? Disseram: Permanecemos um dia ou parte de um dia. Outros disseram: Vosso Senhor é bem Sabendo de quanto permanecestes....” também na Surat 25: “ E eles permaneceram, em sua Caverna, trezentos anos e acrescentaram-se nove.” 

Um crente não deve desperdiçar o seu tempo precioso, e sim se aproximar de seu Criador. As ações que não os beneficiam, são ações desperdiçadas e tempo perdido.

Aqueles que entendem o valor do tempo devem se esforçar para organizar seu tempo e fazer planos realistas. A vida inteira de um crente pode ser considerada adoração quando aquela pessoa está consciente de fazer apenas o que agrada a Allah(SWT). As obrigações religiosas devem ser prioridade. Etretanto, Allah é generoso e o tempo que parece voar quando estamos ocupados com nossos afazeres tornando-se cheio de bênção quando o estamos usando para agradar nosso Criador. Allah(SWT) nos lembra de que a vida nesse mundo é temporária e não sabemos o momento designado de nossa morte. Como Crentes não devemos desperdiçar ou abusar do tempo, mas sim valorizá-lo com uma bênção de Allah(SWT). Devemos compreender que desperdiçar um único momento é uma oportunidade perdida que nunca retornará. Quando nosso tempo nesse mundo terminar não haverá volta e seremos responsabiliazados por tudo que fizemos. Disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AZ-ZALZALAH vers 7 e 8: “Então, quem houver feito um peso de átomo de bem o verá, e quem houver feito um peso de átomo de mal o verá.” O tempo é muito precioso vamos usa-lo da forma certa e no caminho certo.

Salamo Aleikom


SWT) SUBAHANA WA TAALA (LOUVADO SEJA ALLAH)
(SAAW) SALA ALLAHU ALEIREM WA SALAM ( QUE A PAZ DE ALLAH ESTEJA COM ELE)
ALLAH= DEUS
(AS)= QUE A PAZ ESTEJA COM ELE

Estamos conscientes de que a tradução do sentido tanto da khutuba (Sermão) quanto do Alcorão Sagrado, seja qual for a precisão, é quase sempre inadequada para realçar o magnífico sentido do texto , a tradução pode conter falhas ou lapsos como todo ato humano. (Que Allah (SWT) nós perdoe).