sábado, março 08, 2014

Feliz Dia Internacional da Mulher! O Comportamento com as Mulheres

Os direitos que muitas mulheres buscam, ou o conseguiram há poucas décadas as mulheres muçulmanas já os conquistaram a 1435 anos! Para nós muçulmanos todos os dias são dias das mulheres. Mas, eu acho bom que tenha um dia especial, vai que tem alguém que não as dão o devido valor nos outros 364 dias do ano? Esse artigo escrito por sua Eminência Sheikh Abdelbagi Sidahmed Osman, Diretor do Instituto Latino Americano para Estudos Islamicos, do qual com muita honra sou aluno do 5º Período. revela o pensamento islâmico a respeito dessas criaturas maravilhosas, sem as quais não passamos de metades amorfas.Assalamu Aleikom

O Comportamento com as Mulheres

Hoje no dia Internacional das Mulheres, homenageio em particular minha mãe, minha irmã, minha esposa, minhas filhas e todas as mulheres que um dia conheci no Brasil e em qualquer lugar neste mundo, por elas serem a fonte da vida e dos nobres sentimentos e caráter. Que Allah as proteja e lhes dê muita saúde.
Este artigo que eu escrevi é em homenagem a elas todas.

O Islam desde o início da revelação do Alcorão e através da orientação do Profeta Mohammad (SAS) estabelece princípios fundamentais no tratamento dado às mulheres, são eles:

1- Que a mulher é igual ao homem no sentido da humanidade disse Deus no Alcorão:
يَا أَيُّهَا النَّاسُ اتَّقُوا رَبَّكُمُ الَّذِي خَلَقَكُم مِّن نَّفْسٍ وَاحِدَةٍ وَخَلَقَ مِنْهَا زَوْجَهَا وَبَثَّ مِنْهُمَا رِجَالاً كَثِيراً وَنِسَاءً

Ó humanos, temei a vosso Senhor, que vos criou de um só ser, do qual criou a sua companheira e, de ambos, fez descender inúmeros homens e mulheres. (surata das mulheres-ver: 1) além disso disse o Profeta(SAS): “pois as mulheres são a metade que completam os homens.”

2- o Islam eliminou a maldição das mulheres atribuída pelas outras religiões antigas por ela ser a razão da expulsão de Adão do paraíso, o Islam afirma que ambos cometeram a falha e ambos foram punidos como conseqüência dessa falha de uma forma igual, disse Deus:
فَأَزَلَّهُمَا الشَّيْطَانُ عَنْهَا فَأَخْرَجَهُمَا مِمَّا كَانَا فِيهِ وَقُلْنَا اهْبِطُوا بَعْضُكُمْ لِبَعْضٍ عَدُوٌّ وَلَكُمْ فِي الأَرْضِ مُسْتَقَرٌّ وَمَتَاعٌ إِلَى حِينٍ
“todavia, Satanás os seduziu, fazendo com que ambos saíssem do estado (de felicidade) em que se encontravam, então Dissemos: Descei! Serei inimigos uns dos outros, e, na terra, tereis residência e gozo por um determinado tempo.” (surata da vaca 36); e disse também sobre o arrependimento de ambos:
قَالا رَبَّنَا ظَلَمْنَا أَنفُسَنَا وَإِن لَّمْ تَغْفِرْ لَنَا وَتَرْحَمْنَا لَنَكُونَنَّ مِنَ الخَاسِرِينَ
“Ó Senhor nosso, nós mesmo nos condenamos e, se não nos perdoares e Te apiedares de nós, seremos desventurados!” (surata os Simos, 23). O Alcorão por vezes em alguns versículos atribui o pecado, chamado original, a Adão apenas, quando disse Deus:
وَعَصَى آدَمُ رَبَّهُ فَغَوَى (121) ثُمَّ اجْتَبَاهُ رَبُّهُ فَتَابَ عَلَيْهِ وَهَدَى (122)
“Adão desobedeceu ao seu Senhor, e deixou-se seduzir, mas logo seu Senhor o elegeu, o absolveu e o encaminhou. (Tá-há 121/122). Além disso, Deus inocenta tantos homens quanto mulheres de carregarem o pecado dito original quando disse:
تِلْكَ أُمَّةٌ قَدْ خَلَتْ لَهَا مَا كَسَبَتْ وَلَكُم مَّا كَسَبْتُمْ وَلاَ تُسْأَلُونَ عَمَّا كَانُوا يَعْمَلُونَ (134)
“aquela é uma nação que já passou; colherá o que mereceu e vós colhereis o que merecerdes, e não sereis responsabilizados pelo que fizeram.” (surata da vaca 134).
3- a mulher tem o mesmo grau de religiosidade e de devoção, merece o paraíso se praticar o bem e o castigo se fizer o mal, da mesma forma que o homem, disse Deus:
مَنْ عَمِلَ صَالِحاً مِّن ذَكَرٍ أَوْ أُنثَى وَهُوَ مُؤْمِنٌ فَلَنُحْيِيَنَّهُ حَيَاةً طَيِّبَةً وَلَنَجْزِيَنَّهُمْ أَجْرَهُم بِأَحْسَنِ مَا كَانُوا يَعْمَلُونَ (97)
“a quem praticar o bem, seja homem ou mulher, e for crente consideremos uma vida agradável, e premiaremos com uma recompensa, de acordo com a melhor das suas ações.” (surata das abelhas, 97), e disse também:
إِنَّ المُسْلِمِينَ وَالْمُسْلِمَاتِ وَالْمُؤْمِنِينَ وَالْمُؤْمِنَاتِ وَالْقَانِتِينَ وَالْقَانِتَاتِ وَالصَّادِقِينَ وَالصَّادِقَاتِ وَالصَّابِرِينَ وَالصَّابِرَاتِ وَالْخَاشِعِينَ وَالْخَاشِعَاتِ وَالْمُتَصَدِّقِينَ وَالْمُتَصَدِّقَاتِ وَالصَّائِمِينَ وَالصَّائِمَاتِ وَالْحَافِظِينَ فُرُوجَهُمْ وَالْحَافِظَاتِ وَالذَّاكِرِينَ اللَّهَ كَثِيراً وَالذَّاكِرَاتِ أَعَدَّ اللَّهُ لَهُم مَّغْفِرَةً وَأَجْراً عَظِيماً (35)

“quanto aos muçulmanos e às muçulmanas, aos crentes e às crentes, aos consagrados e às consagradas, aos verazes e às verazes, aos perseverantes e às perseverantes, aos humildes e às humildes, aos caritativos e às caritativas, aos jejuadores e às jejuadoras, aos recatados e às recatadas, aos que se recordam muito de Allah e às que recordam d’Ele, saibam que Allah lhes têm destinado a indulgência de uma magnífica recompensa.” (surata dos partidos, 35).

4- o Islam combateu o desprezo que os árabes tinham ao receberem a notícia de que nasceu uma menina para eles e vem dando uma ênfase para que demonstrem darem boas vindas ao nascimento das meninas.

5- o Islam ordena honrar e dignificar as mulheres sendo elas filhas, esposas e mães, como filha disse o Profeta (SAS): “qualquer homem que tiver uma menina que consegue educa-la bem, trata-la bem e cuidar dela bem eu garanto para ele o paraíso.” E como esposa disse o Profeta (SAS): “ o melhor entre vós é o melhor para sua esposa e eu sou o melhor entre vós para a minha esposa.” E disse também: “a vida é sedutora e o melhor bem a ser adquirido nela é ter uma virtuosa esposa.” Quanto às mãe disse o profeta (SAS): “o paraíso repousa debaixo dos pés das mães.”

6- igualar as mulheres na educação, disse o profeta (SAS): “a busca pelo conhecimento é uma obrigação de cada muçulmano” incluindo neste dito as mulheres.

7- o Islam garantiu direito à herança às mulheres, sejam elas mães, esposas, filhas, adultas ou menores ou até na barriga de sua própria mãe.

8- o Islam organiza as obrigações do casal um com o outro estabelece nisso direitos iguais os do homem para as mulheres, disse Deus:
وَلَهُنَّ مِثْلُ الَّذِي عَلَيْهِنَّ

“ela têm direitos equivalentes aos seus deveres.” (surata da vaca, 228).

9- o Islam organizou o divórcio de modo que impede o homem tornar-se injusto durante a aplicação de divórcio, como por exemplo o limite de divórcio é se divorciar 3 vezes, não podendo também ocorrer a qualquer hora, além de estabelecer prazo para concretizar o divórcio. Se a mulher engravidar o prazo fica alterado até conceber a criança para se divorciar.

10- quem acompanha as regras das leis islâmicas não encontra diferença entre a capacidade do homem e da mulher em todos os aspectos inerentes às finanças, como comércio, contratação, pagamentos, intermediações, locações, penhores, divisões, alegações mediantes a justiça, declarações, procurações, fianças, acordos de conciliação, acordos comerciais, investimentos, contas bancarias e donativos.

11- no que tange os direitos sociais cabe a mulher escolher seu marido com quem vai casar, mantendo o nome de solteira mesmo após o casamento, além de ter o direito ao divórcio há mais de quatorze séculos, algo que foi contemplado pela legislação brasileira somente em 1979.

12- quanto ao direito econômico o Islam dá autonomia e independência econômica para as mulheres antes, durante e depois do casamento; em tudo o que ela ganhar pelo seu esforço com trabalho e investimentos ou sem esforço como no caso da herança, também o Islam desobriga as mulheres a sustentarem a família, mesmo sendo ricas, e tornou isso apenas uma obrigação dos homens, sendo pai irmão ou esposo não tem o direito de arbitrar sobre o destino a ser dado aos recursos financeiros das mulheres, exceto ao tutor das mulheres se forem menores de idade e mesmo assim com bastante cautela, ou quando a mulher permite ao homem administrar seus bens por livre e espontânea vontade e com as devidas precauções legais.

13- é dado às mulheres o direito na participação da vida política de acordo com as leis islâmicas, no voto, na tomada das decisões e na fiscalização dos órgãos governamentais, inclusive contestando as decisões tomadas principalmente quando se trata de leis e normas referentes às mulheres.

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu!

quinta-feira, março 06, 2014

SURAT AL ASR – PELO TEMPO- 4ª. e última parte.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK 

Em nome de Deus, o Beneficente, o Misericordioso. “1 – Pelo Tempo; 2 – O homem está na perdição; 3 – Salvo os fiéis (ou aqueles) que praticam o bem, aconselham-se na verdade e recomendam-se uns aos outros, na paciência e na perseverança”. Cur’ane 103. 

Outra qualidade que o Surat Al Asr recomenda ao ser humano para se salvar da perdição, é o de realizar boas ações. Nenhuma ação é benéfica para o ser humano, se não estiver de acordo com as orientações contidas na Revelação e nas exortações do Seu Profeta. Também é verdadeiro se afirmarmos que as ações praticadas sem fé, não terão valor perante Deus, o Criador de todas as coisas. Imaginem uma semente, se não for plantada na areia e regada, não dará origem a nenhuma planta, tal como uma ação desprovida de fé. Mas também a fé sem a prática das (boas) ações, não irá salvar o homem da perdição. As ações praticadas com regularidade, (por exemplo, as orações, auxiliar os necessitados e ter um bom carácter), são o constante “adubar” da fé. 

Também não basta praticar as boas acções individualmente. Ninguém vive isolado e tudo o que aprendemos na vida, resulta duma troca de experiências. 

Um bebé recém-nascido, se for deixado ao abandono, não sobreviverá. As famílias sãs e tementes a Deus, formam uma sociedade equilibrada de valores morais. Como um chefe de família não pode ficar insensível à injustiça praticada aos seus, também uma sociedade não pode ficar indiferente à falsidade, à imoralidade e à corrupção. Uma sociedade sem valores estará desorientada e a maioria dos seus membros estará perdida. 

Mas Deus com a Sua infinita Misericórdia, através desta pequena Surat, chama a atenção dos Seus servos, exortando-os para a verdade, e para a prática das boas ações. Outro versículo do Cur’ane, refere este tema duma forma eloquente: “Sois a melhor nação que surgiu na humanidade, porque recomendais o bem, proibis o ilícito e credes em Deus…”. 3:110. Estas palavras não constituem um elogio, mas sim uma intimação a todos os muçulmanos para um comportamento exemplar perante toda a humanidade. 

Seremos todos questionados se o nosso procedimento imoral influenciar outros, para a prática do ilícito. Finalmente, o pequeno e grande Surat Al Asr, recomenda-nos “Sabr”, a paciência, difícil para aqueles que vacilam na fé. As dificuldades, as tristezas, as perdas, as privações, são também o constante das nossas vidas. As doenças, a perda dos nossos bens, dos nossos pais e dos nossos filhos, são testes constantes à nossa fé. “Sê paciente, que a tua paciência será levada em conta por Allah…”. 16:127. Quem tem fé e agradece a Deus pelos bons momentos, terá mais paciência em suportar os momentos de aflição. 

Recomendar-se-á a Deus, pedirá a Deus para lhe aliviar a dor e sentirá conforto no seu coração. Não se sentirá alheio à dor do próximo. Exortará os outros para a compaixão, para a misericórdia e para a paciência. Podemos considerar dois exemplos do Sabr: a resistência, com a paciência, aos problemas físicos (por exemplo, doenças, trabalhos árduos e a perda de familiares diretos); o espiritual, ter paciência quando se renuncia a impulsos naturais, como forma de se afastar das imoralidades. 

A paciência é uma qualidade difícil de manter ao longo das nossas vidas. 

Somos constantemente colocados à prova, e não resistimos. Ser paciente, requer um espírito de sacrifício e uma resistência aos dissabores da vida. É um exercício constante ao longo da nossa existência. Os que conseguem controlar os seus instintos e são constantes na paciência, são denominados de “Sabirun”. São os mais sensatos, os mais respeitados, perante a sociedade. 

São procurados para darem conselhos e para promoverem a reconciliação. Na verdade, têm como amigo, o Criador. “Ó fiéis, amparai-vos na paciência e na oração, porque Deus está com os perseverantes”. 2:153. 

E assim termino este importante tema, com as habituais preces a Deus, nosso Criador, Sustentador e Protetor

Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. "Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. 

Com os meus cumprimentos e votos de um bom dia de Juma. 

Abdul Rehman Mangá 

06/03/2014 

abdul.manga@gmail.com 

O Amor no Islão (III- Conclusão)

O amor para com o não muçulmano

A Misericórdia de Deus e os valores islâmicos, grandes e sublimes, fazem do amor um espaço amplo que abarca todas as pessoas. O primeiro passo que conduz a este amor é abrirem uns aos outros as portas do reconhecimento.

Deus, Enaltecido e Glorificado, diz o que podemos traduzir como: "Homens! Criamos-vos a partir de um varão e de uma fêmea e fizemos-vos povos e tribos diferentes para que os reconhecêsseis uns aos ou-tros. E é verdade que o mais Nobre de vós perante Allah é quem mais o teme. Allah é Conhecedor e está perfeitamente informado". (Alcorão, 49:13).

"E não te enviamos senão como misericórdia para todos os mundos". (Alcorão, 21:107).

E permitiu ao muçulmano casar com uma cristã ou com uma judia ainda que uma parte das suas crenças contradiga o Islão e os hábitos dos muçulmanos. E sublinha que os cristãos são  pessoas dignas de carinho.

"…. Entretanto encontrarás que os que estão mais próximos em afeto dos que acreditam são os que dizem: Somos cristãos". (Alcorão, 5:82).

Existem outros versículos que nos avisam que os casos de rejeição para com o outro (dos não muçulma-nos) não são comuns; também não se aplicam em todo o tempo.

Não se permite tratar como inimigos os que não exercerem inimizade contra os muçulmanos; também não se permite classificá-los como inimigos. Antes merecem outro tipo de tratamento: "Allah não vos proíbe que trateis bem e com justiça os que não vos tiverem combatido a causa da vossa crença nem vos tiverem feito abandonar os vossos lares. Certamen-te, Allah ama os equitativos". (60:8).

O Alcorão até abre as portas do bem, do carinho e do afeto perante os que se inimizam com os muçulmanos:

"Pode ser que Allah ponha afeto entre vós e os que deles tenhais tido como inimigos. Allah é Pode-roso e Allah Perdoa e é Compassivo".

E entre os comentários sobre este versículo está o seguinte: "O afeto Depois da rejeição, o carinho depois do ódio, e a concórdia depois da discórdia. Allah é Quem Pode unir as coisas espalhadas e dispersas. É Quem concilia entre os corações depois da inimizade e a dureza e os substitui pelo encontro e a concórdia”.

Shekîb Arsenal diz que o Ahmad Al Sharîf Al Senûsî disse-lhe que o seu tio, o professor Muhammad Al Mahdî Al Senûsî lhe dizia: "Nunca desprezes ninguém, seja muçulmano, cristão, judeu ou ateu. Talvez, por alguma coisa oculta, seja melhor perante Allah que tu. Tu não sabes qual será o seu fim".

Shekîb Arsenal comenta sobre estas palavras dizendo: "Sobre estas virtudes morais educaram os seus filhos e alunos, e de entre eles foram salientes personagens e heróis que enfeitam as páginas da História". Do Livro "O presente do mundo islâmico" – Parte 2 – Página 164.

A origem nas relações entre as pessoas, por diferentes que forem as suas nacionalidades e crenças, é o fato de se reconhecer, de ter misericórdia mútua, a cooperação, a amizade e a paz. A excepção é o estado de guerras e os combates, que são assuntos que produzem ódio. Esta excepção é temporal porque o ódio não permanece entre as pessoas, sejam quais forem as pegadas das guerras.

O mundo experimentou, quer nas passadas épocas quer nas recentes, muitos exemplos de guerras que tiveram lugar entre as tribos, os povos e as nações.

Entre um povo e outro, entre uma nação e outra numa certa época, mas foram seguidos por acordos de paz, pactos e cooperação…

Assim é a natureza da vida, uns ciclos consecutivos. O melhor das pessoas é utilizarem os ciclos do bem, dos acordos e da paz para o desenvolvimento dos factores do bem e do amor inculcando-os entre os indivíduos e os povos. Este é o caminho do Islão e este é o fundamento no Islão.

Allah é o Afetuoso, o Muito Misericordioso e Quem ama os equitativos e detesta os injustos. A justiça é o melhor pilar para o amor entre os povos.

O carinho entre o governante e o governado

Um dos pilares mais importantes do amor e da sua difusão entre a gente é a supremacia da justiça e da cultura da justiça. A justiça principia no círculo da família de dentro dos lares, entre todos os filhos e filhas, mulheres e homens, até atingir o cimo da pirâmide da sociedade.

Num dos ditos do Profeta (p.e.c.e.) vem: "Sede justos com os vossos filhos, sede justos com os vossos filhos, sede justos com os vossos filhos". O Profeta o repetiu três vezes sublinhando a importância da justiça, que contribui para divulgar o amor entre os pais e os filhos e logo entre os mesmos filhos.

O Profeta (p.e.c.e.) disse também: "Os teus filhos têm o direito de seres justo entre eles".

Uma vez o Profeta (p.e.c.e.) rejeitou testemunhar sobre as dádivas que alguns pais dedicaram a alguns filhos seus excluindo os outros. Disse-lhes: "Temei Allah e sede justos entre os vossos filhos".

Noutra ocasião disse: "Sede equitativos ao outorgar dádivas aos vossos filhos. Se eu tivesse preferido alguém, teria escolhido as mulheres". Fonte: Naylu-l-Awtar – Atingir a satisfação dos desejos - Por Al Shaw-kanî.

A justiça mais ampla é a justiça política. É a que diretamente conduz à justiça social, econômica e educativa. Quer dizer à justiça geral e global em todos os âmbitos da vida. Encarregam-se da responsabilidade deste tipo "os governantes" começando pelo cimo do país até o menor responsável na aldeia menor.

Na sociedade onde prevalece a justiça e funcionam as leis da equidade entre as pessoas predomina, por conseguinte, a cultura do amor e do afeto entre o governante e o governado, e entre os seus indivíduos em geral.

Neste contexto disse o Profeta (p.e.c.e.): "Os melhores governantes são os que amais e vos amam e lhes bendizeis e vos bendizem. Os piores são os que odiais e os odeiam e lhes maldizeis e vos maldizem". Os jardins dos Virtuosos- capítulo "O governante justo".

São palavras profundas e explícitas. Vislumbramos o seu efeito na relação que existe entre os povos com os seus governantes e no tratamento destes aos seus povos. A maioria dos povos islâmicos hoje odeiam e maldizem os seus governantes - salvo um número reduzido - porque são governantes que praticam a injustiça, a tirania e a corrupção. Consequentemente, o amor desaparece entre os dois lados e as relações convertem-se numa série de conflitos destrutivos. Não há esperança de sair deste labirinto enquanto não se faz a justiça política, social e econômica entre as pessoas.

"É verdade que Allah ama os equitativos". (Alcorão, 5:42). "Na verdade, Ele não ama os injustos". (Alcorão, 42:40).■

«Ó Deus! É de Ti que dependemos, é a Ti que recorremos, e é para Ti que todos nós regressaremos».— (Alcorão, 15:19).

Obrigado, boas leituras.

M. Yiossuf Adamgy

27/02/2014 - alfurqan04@yahoo.com