sábado, fevereiro 26, 2011

Sahaba 33‏ - Abu Sufyan b. al Háris

Queridos irmãos e amados leitores,

Quem procura saber da vida do Profeta Muhammad SAAS cada dia tem uma surpresa. Quando iniciei meus estudos islâmicos conheci duas personagens que me tocaram profundamente Hamza tio do Profeta SAAS e Abu Sufyan. Eu logo amei profundamente ao Hamza RAA pela sua valentia e dedicação à causa do Rassulolah SAAS como odiei Abu Sufyan pela perseguição que ele empreedeu ao Mensageiro de Allah.

Contudo também aprendi, de que todos os acontecimentos foram escritos por Allah SW e que eu precisava aceitá-los. Hoje repasso para vocês essa matéria que nos mostra a transformação de um homem, que passou de perseguidor a seguidor. Abu Sufyan assim como eu compreendeu que Muhammad SAAS era verdadeiramente um mensageiro de Allah SW e que veio para trazer uma Religião Universal o Islamismo, pelo qual agradeço a Allah SW por me pemitir a ser um muçulmano. Vamos ao artigo Inshallah!

Por: Dr. Abdulrahman Ráafat Bacha

Tradução: Prof. Samir El Hayek

Raramente duas pessoas têm tanta coisa em comum como aquelas que eram compartilhadas por Mohammad b. Abdullah (S) e pelo Abu Sufyan b. al Háris. Foram amigos de infância, tendo nascido aproximadamente no mesmo tempo, e criados na mesma família numerosa. Abu Sufyan era primo em primeiro grau do Profeta (S), porquanto Abdullah, pai do Profeta (S), e Al Háris, pai de Abu Sufyan, eram totalmente irmãos, sendo, estes, dois dos filhos de Abd al Muttalib. Abu Sufyan e o Profeta (S) eram ainda irmãos de criação, pois ambos foram amamentados pela Halimah al Sadiyah ao mesmo tempo.

Em adição, ele era amigo íntimo do Profeta (S) antes de este receber o chamado para a profecia, e até se parecia com ele. Com toda honestidade, poderia o leitor ter visto, em qualquer lugar, laços mais fortes do que aqueles que ligavam o Profeta (S) e o Abu Sufyan b. al Háris?

Era de se esperar que o Abu Sufyan iria ser uma das primeiras pessoas a responder o chamamento ao Islam, e o mais ansioso a seguir o Profeta (S), de quem era íntimo. Contudo, os eventos agiram contrariamente à expectativa de todos. Logo que o Profeta (S) começou a conclamar publicamente as pessoas ao Islam, a afeição que o Abu Sufyan nutria pelo Profeta (S) se transformou em ódio e inimizade. Negando os laços de parentesco, o Abu Sufyan tornou-se do Profeta (S) um acre inimigo.

No tempo em que o Profeta (S) obedeceu a ordem de Allah e começou a conclamar as pessoas ao Islam, o Abu Sufyan era conhecido como um dos mais intrépidos guerreiros do Coraix, bem como um dos seus mais dotados poetas. Ele decidiu-se por usar o seu poder e a sua eloqüência para o mister de lutar contra o Mensageiro de Allah (S), e para lhe obstruir a missão. Valia-se de todos os seus talentos com o simples propósito de injuriar o Islam e os muçulmanos. Sempre que os coraixitas desfechavam uma batalha contra o Profeta (S), era o Abu Sufyan que a instigava, e estava certo de desempenhar um melhor papel nos esforços para infligir danos aos muçulmanos. Ele também explorava os seus talentos poéticos, compondo grosseiras sátiras sobre o Profeta (S). Compôs versos que foram misericordiosamente esquecidos pela história, porquanto eram algo da mais indecente poesia que já foi recitada em árabe.

A inimizade do Abu Sufyan para com o Profeta (S) durou quase vinte anos, durante os quais ele não deixou pedra alguma sem ser virada, na sua trama contra o Profeta (S), e no seu afã de causar danos aos muçulmanos. Vinte anos de ódio e crueldade, pelos quais o Abu Sufyan tem de suportar a culpa.

Pouco tempo antes de Makka ser finalmente tomada pelos muçulmanos, o destino quis que o Abu Sufyan aceitasse o Islam. A estória de como ele aceitou o Islam é tão extraordinária, que pode ser encontrada em todos os livros da hitória árabe. Todavia, seria melhor se deixássemos que o conteúdo da estória fosse dita pelas próprias palavras dele.

A história de Abu Sufyan

Quando o Islam tornou-se estabelecido e poderoso, e eram espalhados rumores de que o Profeta (S) estava planejando tomar Makka, senti que não havia lugar no mundo aonde eu pudesse ir. Eu imaginava:

“Aonde irei? Com quem? Entre que povo irei viver?” Então fui ter com minha esposa e meus filhos e lhes disse:

“Preparai-vos para deixar Makka, pois Mohammad (S) logo virá, e eu serei morto se ficar aqui quando chegarem os muçulmanos.”

“Quando irás conscientizar-te de que tanto os árabes como os não-árabes, todos juraram sua fidelidade a Mohammad (S)?” perguntaram-me. “Tu persistes na tua inimizade para com ele, quando já era tempo para que abraçasses a sua religião. Teria sido bem mais válido se tivesses sido um dos que o houvessem apoiado desde o início.”

Eles continuaram tentando me influenciar favoravelmente ao Islam, mostrando-o como uma luz aconchegante, até que fianlmente Allah fez com que me inclinasse a aceitar o Islam.

Naquele ponto, eu me levantei, chamei o meu criado, Mandhkur, a lhe disse que selasse alguns camelos e uma égua para nós. Levando meu filho Jafar comigo, pusemo-nos às pressas a caminho de Al Abwa, entre Makka e Madina, pois havia ouvido dizer que Mohammad (S) lá estava acampado. Quando estávamos quase chegando, eu me disfarcei, para que não fosse reconhecido e morto antes de chegar ao Profeta (S) e declarar a minha fidelidade ao Islam na presença dele.

Continuei minha viagem a pé por quase um quilômetro e, passando por mim em direção contrária, viam-se as primeiras facções de soldados muçulmanos que se dirigiam para Makka, um grupo após o outro. Saí do caminho, dando-lhes passagem, permanecendo de lado, temendo ser reconhecido por um dos companheiros de Mohammad (S). Enquanto isso acontecia, o grupo com o qual o Mensageiro de Allah (S) estava viajando apareceu repentinamente. Parado no meio da estrada, Eu esperei que ele se aproximasse. Quando ele estava tão perto, a ponto de estar cara a cara comigo, eu me revelei a ele. Logo que me deu uma boa olhada e viu quem eu era, voltou o rosto na outra direção. Dei a volta em torno dele, e fiquei na frente dele novamente. Uma vez mais ele virou o rosto, e continuou a proceder assim, embora eu fizesse vários esforços para fazer com me olhasse e falasse comigo.

Então, quando os outros viram que o Mensageiro de Allah (S) se afastou e recusou falar comigo, puseram-se hostis para comigo, e todos se afastaram de mim. Abu Bakr me viu e, inflexível, afastou o olhar; então voltei-me para o Ômar b. al Khattab, e olhei para ele percrutadoramente, esperando que ele olhasse para mim com benevolência. Achei-o mais severo do que Abu Bakr, na sua recusa em me olhar. Em vez disso, ele disse algo que incitou um dos Ansar a falar coisas contra mim; aquele ansar disse:

“Ó inimigo de Allah, eras tu que costumavas causar danos ao Profeta (S) e aos seus companheiros. Tuas injúrias e teus insultos são suficientes para encher o mundo inteiro...” e ele continuou naquele teor, enquanto os Companheiros continuavam a me olhar friamente, satisfeitos com o que eu estava sendo forçado a ouvir.

De súbito, eu vi meu tio, Al Abbas, e me voltei a ele, dizendo:

“Ó tio, esperava que o Mensageiro de Allah (S) fosse ficar feliz por eu ter aceitado o Islam, por causa do meu parentesco com ele e do meu status entre o meu povo. Mas... tu viste como ele me recebeu. Fala com ele para que ele reconsidere com realção a mim!”

“Não”, ele respondeu. “Juro por Allah que não direi uma palavra ao Mensageiro de Allah (S), depois que vi o modo como ele se afastou de ti, a menos que eu veja uma oportunidade apropriada, porque tenho muito respeito por ele. Não, não seria propriado agora.”

“A quem devo dirigir-me então, ó tio?” gritei eu.

“Nada posso fazer por ti”, foi a resposta dele. Fiquei arrazado de desânimo e desencorajamento. Logo depois eu vi o meu primo Áli b. Abi Tálib, e falei com ele, na esperança de que ele fosse fazer algo em meu favor, mas ele apenas disse a mesma coisa que ouvira do meu tio, Al Abbas. Então eu voltei a falar com o meu tio, e disse:

“Ó Tio, já que és incapaz de fazer com que o Profeta (S) me olhe com bons olhos, pelo menos defende-me do homem que me está vilipendiando e incitando os outros a fazerem o mesmo!”

“Dize-me como é o homem”, disse o tio. Quando eu descrevi o homem, ele disse:

“Esse é o Nuayman b. al Háris al Najjari.” Mandou chamá-lo e falou, dizendo:

“Ó Nuayman, o Abu Sufyan aqui é primo do Mensageiro de Allah (S) e meu sobrinho. Embora o Profeta (S) esteja zangado com ele, eis que um dia ele poderá reconsiderar quanto a ele; então deixa-o em paz!” Al Abbás persistiu, até que convenceu o homem a se reprimir de me amolar, e ele prometeu que não mais me iria incomodar, daquele momento em diante.

Quando o Mensageiro de Allah (S) chegou a al Jahfah, e fez aí uma parada, eu me sentei à entrada da sua tenda, com o meu filho Jafar ao meu lado. Quando o Profeta (S) saiu e me viu, virou o rosto. Contudo, eu não perdi as esperanças de fazer com que ele reconsiderasse em relação a mim; e toda vez que ele fazia uma parada para descansar, eu sentava à sua porta, e fazia com que o Jafar ficasse em pé do meu lado. Sempre que o Profeta (S) me via, afastava-se de mim. Aquilo continuou por algum tempo, até que comecei a ficar desencorajado. Quando eu estava para perder as esperanças, disse para minha esposa:

“Juro por Allah que, ou o Profeta (S) reconsidera com relação a mim, ou vou pegar meu filho pela mão e vagar pelo deserto até que morramos de fome e de sede.”

Quando o Profeta (S) foi informado sobre aquilo, abrandou em relação a mim e, da próxima vez que saiu da sua tenda, olhou para mim duma maneira não tão severa quanto da vez anterior. Eu queria que ele sorrisse para mim.

O Profeta (S) entrou em Makka, e eu entrei juntamente com os seus seguidores. Então ele foi para a mesquita, e eu fui após ele, seguindo-o a cada passo.

O tempo passou, e aconteceu a batalha de Hunayn. As tribos árabes que permaneciam hostis ao Profeta (S) se juntaram numa inusitada força para fazerem a guerra contra ele. Eles prepararam o seu exército intensamente, e estavam determinados a desfechar uma batalha que iria ser o golpe de morte para o Islam e os muçulmanos.

O Profeta (S) arrebanhou uma força para defender os muçulmanos, e se pôs a campo, juntamente com os Companheiros, para encarar o exército invasor. Eu fui com eles e, ao ver o imenso número de soldados dos inimigos pagãos, disse comigo:

“Juro por Allah que hoje irei compensar todas as coisas que fiz como inimigo do Mensageiro de Allah (S), e farei com que ele me veja prová-lo, duma maneira que irá agradar a Allah e a ele.”

Quando os dois exércitos se encontraram na batalha, os muçulmanos viram-se diminuídos perante os inimigos pagãos, e começaram a perder algumas das suas energias e algo do seu entusiasmo. As forças que apoiavam o Profeta (S) logo ficaram desordenadas, e parecia que iriam sofrer uma humilhante derrota. Eis que lá estava o Mensageiro de Allah (S), por quem eu seria capaz de renegar a meu pai e minha mãe, constantemente mantendo a sua posição, sobre a sua mula cor de cinza, firme como uma rocha, defendendo-se a si e aos que o rodeavam, atacando como se fosse um leão. Ao ver aquilo, pulei do meu cavalo, quebrando a bainha da minha espada, atirando-a de lado. Allah sabe que eu desejei encontrar a morte na defesa do Seu Mensageiro (S).

Meu tio Al Abbas segurava as rédeas da mula do Profeta (S), e permanecia ao seu lado, enquanto eu tomava o meu lugar, no lado contrário. Na minha mão direita eu segurava a minha espada, usando-a para defender o Mensageiro de Allah, enquanto segurava a sua sela com a mão esquerda. Quando o Profeta (S) viu quão ferozmente eu lutava, perguntou ao meu tio Al Abbás:

“Quem é esse?”

“Esse é o seu primo e irmão, o Abu Sufyan b. al Háris”, respondeu Al Abbás, “ó Mensageiro de Allah (S)... por favor, mostra que estás aprazido com ele!”

“Sim, estou aprazido com ele, e que Allah lhe perdoe cada fragmento de hostilidade que sempre demonstrou contra mim!”

Meu coração pulou de alegria quando ouvi dizer que o Profeta (S) estava aprazido comigo; eu me curvei sobre sua sela e lhe beijei o pé, ao que ele disse:

“Ó irmão meu, vai em frente, e luta intrepidamente!” Suas palavras acenderam o meu entusiasmo, e eu desfechei uma carga tal sobre os pagãos, que os fez recuar das suas posições. Os muçulmanos os assaltaram juntamente comigo, e os perseguimos por vários quilômetros, e eles debandaram em todas as direções.

Fim da narrativa de Abu Sufyan.

Desde o dia da batalha de Hunayn, o Abu Sufyan foi abençoado com a aceitação da parte do Mensageiro de Allah (S), que passou a tratá-lo graciosamente. Abu Sufyan, no entanto, nunca mais foi capaz de olhar o Profeta (S) no rosto, pois sentia-se tímido perante ele, e envergonhado pelas memórias do seu comportamento passado.

Abu Sufyan contorcia-se de remorso ao lembrar-se dos dias negros que passara em Al Jahiliya1, sem ser tocado pela luz da verdade de Allah, e privado da Sua Escritura. Começou a passar noites e dias a ler o Alcorão, a educar-se nos seus ensinamentos, e a ponderar sobre suas lições espirituais.

Ele virava as costas a todas as tentações da vida terrena, e voltava todo o seu coração e sua mente para Allah. Numa ocasião, o Profeta (S) viu o Abu Sufyan entrando na mesquita, e perguntou para a Aicha (que Allah esteja aprazido com ela):

“Ó Aicha, sabes quem é aquele?”

“Não, ó Mensageiro de Allah (S)”, respondeu ela.

“É o meu primo Abu Sufyan b. al Háris. Vê, ele é o primeiro a entrar na mesquita e o último a dela sair; e nunca tira os olhos do chão”, disse o Profeta (S).

Quando o Mensageiro de Allahs (S) partiu da vida deste mundo para estar com o seu Senhor, o Abu Sufyan chorou por ele como se fora uma mãe que perdera o seu filho único. Pranteou-o como se tivesse perdido o seu amigo mais querido, e compôs um poema que é considerado a mais fina das elegias jamais escritas, pois é cheio de uma emoção que envolve o leitor no profundo sentimento do poeta.

. Al Jahiliya – o estado de falta de fé e de lei que caracterizava aqueles que praticavam a idolatria.

Durante a autoridade de Al Faruk Ômar (que Allah esteja aprazido com ele), o Abu Sufyan sentiu que o seu próprio fim estava-se aproximando. Cavou um túmulo para si mesmo, e dali três dias morreu. Quando chegou sua hora, ele voltou-se para sua esposa e seus filhos, e disse: “Vós não precisais chorar por mim, pois juro por Allah que nada fiz de pecaminoso depois que aceitei o Islam”, e morreu com a tranquilidade de um inocente. Al Faruk Ômar dirigiu a oração, no funeral, e ele e os Companheiros se entristeceram com o passamento do Abu Sufyan, e acharam que aquilo era uma grande perda para o Islam e para os muçulmanos.

"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد

Os Muçulmanos Amam Jesus!

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segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Os Perigos do Secularismo[1] [parte 1]

بسم الله الرحمن الرحيم
Em Nome de Deus Clemente e Misericordioso
Queridos Irmãos e Leitores,

Existe uma coisa que vem preocupando muito os religiosos sinceros, é a inovação da Religião de Deus. Em tempos mais remotos fazia-se um esforço muito grande para cumprir as obrigações recomendadas nos Livros Sagrados. Hoje temos uma desculpa para tudo. É fato que o tempo ficou muito excasso, a forma de trabalho mudou, as mães trabalham fora para auxiliarem no orçamento doméstico, contudo isso tem caráter restritivo não porém, impeditivo. Quantos minutos diários podemos dispensar para as cinco orações? Com certeza não gastamos mais que 30 minutos em nossas orações diárias. Se o dia tem 24 horas, porque não fazemos mais as 05 orações recomendadas por Allah SW? Isso acontece em relação ao jejum, trajes, abate halal entre outros.

Pois bem, não nos consta em lugar algum que Allah SW irá levar em consideração essas dificuldades no grande Julgamento do Juízo Final! Precisamos ter muito cuidado. A morte está mais próxima de nós do que nossa jugular (veia na região do pescoço), e se não atentar-nos poderemos morrer em estado de pecados, ai, somente a misericórdia de Allah SW poderá nos garantir um lugar no Paraíso.

Sobre esse assunto o site Unicidade Luz, escreveu um artigo que em Nome de Allah SW que compartilhar com nossos leitores. Segue logo abaixo, e que Allah SW tenha misericórdia de nossas almas. E não podemos nos esquecer, toda inovação gera confusão e toda confusão leva ao inferno.

Allah, Exaltado seja, enviou o Livro [o Nobre Alcorão] para esclarecer todos os assuntos, sendo ele um guia e misericórdia para os crentes.

Ele enviou ao Seu Mensageiro, Muhammad [que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele] com a orientação e a verdadeira religião com a qual abriu os olhos cegos, os ouvidos surdos e corações fechados. Com esta, Ele eliminou a obscuridade da ignorância e a estupidez quebrando as correntes do politeísmo de tal maneira, que o desvio se converteu em uma lenda do passado e a adoração de ídolos se converteu em um mito antigo.

Um muçulmano se surpreende diante da estupidez do politeísmo. Disse Allah o Único (significado em português): “Aquele que Allah guia estará bem encaminhado; porém àquele que Ele desviar, jamais poderá achar nada que o guie”. [Al-Kahf 18: 17].

Entretanto, devemos sempre recordar que as provas são continuas e que o mal permanece. Os demônios entre a humanidade e os jinns [gênios] continuam espalhando o desvio, tornando-o atraente e difundindo-o por meio de todas as línguas. Disse Allah o Altíssimo [significado em português]: “E assim fizemos para cada profeta vários inimigos, demônios dentre os humanos e os gênios, que sussurram [palavras] uns aos outros com a uma bela eloqüência para iludirem a todos; porém, se teu Senhor assim quisesse, não o teriam feito. Afaste-se, pois, deles e de suas mentiras!”. [Al-Na’am 6: 112].

É uma obrigação para todos conhecer as formas de desvio, para alertar as pessoas sobre este, expondo-o, mostrando seus objetivos e bloqueando os caminhos para aqueles que buscam tal. Ao fazer isto, os muçulmanos terão consciência daquilo que Senhor quer deles e ter um ponto de vista adequado para não serem prejudicados pelas tramóias e planos dos desviados.

Hoje em dia, no mundo islâmico, muitas filosofias e ideologias diferentes estão sendo difundidas, e são estas as mesmas que desviam muitas pessoas com seu brilho e glória superficiais. Muitos slogans [lemas] e terminologias têm capturado as mentes das pessoas e acabam controlando sua forma de pensar.

Estas falsas crenças são como uma doença e derivadas do fogo [do inferno]. Foi decretado que essas falsas crenças sejam disseminadas e que estas destruirão a pessoa afetada.

Uma destas ideologias é o secularismo, a qual tem se infiltrado nas comunidades muçulmanas. Talvez um dos desafios que os seguidores do Ahlu As-Sunnah ua Aj-Jama’ah [a verdadeira metodologia islâmica] neste momento, é para derrubar essas falsas crenças, esclarecendo seus inúteis argumentos e, expor a realidade dos obscuros conceitos por de traz das quais se esconde o secularismo que espalha seu veneno nas mentes e corações do povo desta nação.

Por esta razão, é necessário descobrir o verdadeiro rosto desta ideologia desviada e desviadora ao mesmo tempo.

O secularismo em sua definição correta é a crença onde a religião não deve entrar nos assuntos do Estado; negando qualquer forma de crença e adoração religiosa. Portanto, o secularismo é o oposto do monoteísmo islâmico; o qual, desde a perspectiva do Islam, é a realidade e a verdade maior.

Ibn Taimiiah [que Allah tenha misericórdia dele] em seu livro Al-Ubudiah [A Submissão] disse: “A humanidade está numa encruzilhada que possui dois caminhos, não há um terceiro. Estes são: escolher entre servir a Allah ou negar-se a serví-Lo. Para crer plenamente na submissão a Allah, excluindo todos os demais, sabendo que a submissão a qualquer outra coisa em lugar de Allah, grande ou pequena, é a adoração ao Satanás”.

Disse Allah [significado em português]: “Porventura não vos prescrevi, ó filhos de Adão, que não adorásseis Satanás, porque é vosso inimigo declarado? E que Me agradecêsseis, porque esta é a senda reta?”. [Ia Sin 36: 60-61]. Isto inclui os árabes, sobre aqueles Allah disse [significado em português]: “Não invocam, em vez d’Ele, a não ser divindades femininas, e, com isso invocam o rebelde Satanás”. [An-Nisa’ 4: 117]. Isto também inclui todos os atos de adoração ao longo da história realizados para qualquer outro que não seja Allah.

Alguns dos atos de adoração mudaram. Os árabes não mais adoram os ídolos do passado. No entanto, o culto a Satanás em si mesmo não mudou. Os ídolos antigos foram substituídos pelos novos: como o sectarismo, o nacionalismo, o secularismo, a liberdade individual, o sexo e outros.

Existem muitos novos ídolos hoje em dia. De fato, é a adoração a Satanás e Taghut [qualquer coisa adorada além de Allah, quer seja um ídolo material ou uma ideologia] que nega o testemunho de que não existe nada com o direito de ser adorado exceto Allah. O significado de “la ilaha ila Allah” [a primeira parte do testemunho de fé] é negar o Taghut e crer somente em Allah.

Baseado nisso, podemos conhecer as regras do Islam concernentes ao secularismo. O secularismo é a incredulidade e também o conceito pré-islâmico de Taghut, o qual nega e contradiz “la ilaha ila Allah”.

Dois pontos fundamentais e que estão lado a lado, em primeiro, isto está regulamentado por algo mais do que as leis de Allah e daquilo que Allah Revelou. Segundo, isto associa outros na adoração a Allah.

O secularismo simplesmente significa governar com outras leis em vez das leis de Allah, ou seja, alguma outra coisa diferente daquela que Allah Revelou. É reger com uma constituição ou legislações diferentes da que Allah tem Legislado. A aceitação de ser governado por ela e seguir o Taghut em vez de seguir a Allah é a essência de estabelecer uma vida sem nenhuma fé nem religião.

Allah disse [significado em português]: “Aqueles que não julgarem conforme o que Deus tem revelado, serão incrédulos”. [Al-Ma-ida 5: 44].

A incredulidade tem diferentes formas sobre as quais devemos ter precaução. Um aspecto da Jahiliah [paganismo pré-islâmico] era a rejeição de Allah. A rejeição de Sua existência está relacionada com a fé e a forma como a vida é percebida, o qual corresponde à Jahiliah do comunismo.

Outro aspecto, é o reconhecimento da existência de Allah, mas de uma forma corrompida e com atos de adoração desviados. Este tipo de Jaahiliah é sinônimo da Jahiliah dos judeus e dos cristãos.

Outro aspecto é aceitar a existência de Allah e realizar atos de adoração mas com um sério desvio na compreensão, a envolvimento e a pratica do “la ilaha ila Allah, Muhammad Rasul Allah”, [não existe nada com o direito de ser adorado exceto Allah, e Muhammad é mensageiro de Allah] o qual resulta numa ampla associação na questão da obediência e o atribuir parceiros a Allah. Esta Jahiliah é daqueles que se intitulam a si mesmos de muçulmanos, porem eles na verdade são laicos. Eles pensam que estão dentro das fileiras do Islam e que possuem todos os direitos de um muçulmano, pelo simples fato de ter pronunciado a Shahada [testemunho de fé: “la ilaha ila Allah, Muhammad Rasul Allah”]. Eles realizam os atos de adoração de forma contrária ao Islam.

[1] s.m. (secular+ismo) 1- Regime secular ou laical. 2- Espírito ou tendência secular. 3- Sistema ético que rejeita toda forma de fé e devoção religiosa e aceita como diretrizes apenas os fatos e influências derivados da vida presente; laicismo. 4- Doutrina segundo a qual devem ser excluídos da educação pública e de outros assuntos estatais elementos religiosos.

Fonte: Unicidade Luz

Ali, a Armadura e o Cristão - História Interessante

 بسم الله الرحمن الرحيم

Em Nome Deus, Clemente e Misericordioso
‘Ali, a Armadura e o Cristão

Durante Seu kalifado, ‘Ali Ibn Abu Talib [que Allah se compraza com ele] viu sua armadura com um cristão. Então decidiu levar essa questão legal até Shuraih [o Juiz].

'Ali disse: “Esta é minha armadura, eu não a vendi nem a dei de presente”. Shuraih perguntou ao cristão: “O que você tem a dizer sobre o que o 'Amir dos crentes reclama?”. O cristão respondeu: “Esta é minha armadura, embora eu não considere o ‘Amir dos Crentes ser um mentiroso”. Shuraih então se virou para ‘Ali e disse: “Ó ‘Amir dos Crentes tens alguma prova [da propriedade]?”. ‘Ali riu e disse: “Shuraih está certo, não tenho nenhuma prova”. Shuraih considerou então que a armadura era do cristão. Cristãos a pegou e começou a se afastar caminhando, porém logo depois voltou. Ele proclamou: “Quanto a mim, declaro que essa é a opinião dos Profetas - o ‘Amir dos Crentes mesmo me leva perante o juiz e o juiz deu seu veredicto contra ele! Testemunho que não existe nenhuma divindade digna de adoração, exceto Allah e testemunho que Muhammad é o Mensageiro de Allah. Por Allah, a armadura é sua ‘Amir dos Crentes. Segui o exército quando você estava no seu caminho para a batalha de Siffin e a armadura saiu de seu equipamento”. ‘'Ali disse: “Se você aceitou o Islam a armadura é sua”. E então ele a colocou em seu cavalo.

Ash-Sha’bi [narrador deste incidente] disse: “Fui informado posteriormente por aqueles que viram esse homem lutando contra o Khauarij [junto com ‘Ali] na batalha de Nahrauan”.

Ibn Kathir, Al-Bidaiah ua An-Nihaiah - vol:8 pág: 5.

Fonte: UNICIDADE LUZ