sexta-feira, outubro 02, 2015

TEMA DA SEMANA: MEUS DESEJOS, MINHAS PAIXÕES... MINHA PERDIÇÃO. Segunda e última Parte.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) -As facilidades, a prosperidade e o consumo exagerado de bens, fazem com que muitos percam a fé em Deus. As sociedades “modernas” facilitam a prática de atos imorais, como é o caso do adultério. Os que querem recatar as suas vistas, acabam por deparar com senhoras e homens com roupas tão apertadas, que denotam as suas formas corporais e no tempo mais quente andam seminus. "Diz aos crentes que recatem seus olhares e conservem os seus pudores..." Cur'ane 24:30. 

Alguns servos de Deus acabam por não resistir, olham, ficam imaginando e os pensamentos acabam por rodopiar nas suas mentes. Os seus desejos acabam por traí-los para a prática do adultério, mesmo que seja só da vista e do pensamento. 

Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Na verdade, Deus fixou para o filho de Adam, a sua parte inevitável do adultério e ele está ciente disso ou não. O adultério da vista é olhar (para algo que é pecado olhar) e o adultério da língua é proferir (o que é ilícito); o que anseia e deseja (adultério) as suas partes íntimas transformam isso em realidade ou se abstém de se submeter à tentação. Bhukari 77.609. 

Disse Issa (Aleihi Salam) - Jesus, que a Paz de Deus esteja com ele: “Tende cuidado com os olhares repetidos que lançais às mulheres, porque isso semeia luxúria no coração, desejos e tentação para aquele que o faz"- Abu Al-Hasan Al-Mawardi. Se vermos alguma senhora vestida de modo impróprio, mostrando o que os nossos olhos não devem ver, para afastarmos qualquer intenção, devemos dizer: “Eu procuro protecção em Allah, para tudo o que Ele me proibiu”. A religião é também o controlo dos desejos passionais. 

“A melhor pessoa é aquela que com a longa vida, praticou actos virtuosos. A pior pessoa, é aquela que com a longa vida, passou a praticar más acções.

Ahmad, Haakim, Darda e Tirmizi. O desejo duma vida longa é benéfico, porque permite a prática de mais acções para o alimento da nossa alma e para a satisfação de Deus. Mas outros desejam ter uma vida longa para continuarem a satisfazer os seus desejos da luxúria e de aumentarem ainda mais as suas riquezas, que não as levarão quando deixarem este mundo. 

Se o filho de Adão (o ser humano) possuísse um vale de ouro, não ficaria satisfeito e procuraria ter mais dois; no entanto, a única coisa que lhe encherá a barriga, é a areia da sepultura”. Malik (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: "O filho de Adão (o ser humano) envelhece e com ele dois desejos (envelhecem com ele), o amor pela riqueza e o desejo por uma vida longa". Bukhari 76:430. 

O Islão recomenda a pureza, a moral e a boa conduta porque purificam os nossos corpos e as nossas almas. Para aqueles que proferem palavras obscenas, que se metem na vida dos outros, que não controlam os seus desejos e para os que praticam o adultério, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) deixou-nos a seguinte advertência: “Uma pessoa que salvaguarda o que tem entre as suas mandíbulas (a língua) e o que tem entre as pernas, garante-lhe a entrada no paraíso”. Bukhari e Muslim. 

O islam recomenda o casamento (nikah), não só para a constituição das famílias, mas também como forma de “arrefecermos” os nossos desejos, tão naturais como a nossa própria existência. Marido e mulher são um para o outro, a proteção, o conforto e o apoio mútuo na jornada da vida. Refere Allah Subhanahu Wa Ta’ala no Surat al-Bácara, 2:187: Elas são as suas vestimentas e vós sois as vestimentas delas". Para os jovens e também para qualquer crente, O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) deixou a seguinte recomendação: “Ó grupo de jovens! Quem de entre vós puder casar que se case, pois isso ajudá-lo-á a baixar os seus olhares (das más coisas) e a guardar a sua vergonha”. (Relato de Al-Bhukari). E ele disse também que existe uma recompensa no relacionamento íntimo entre o marido e a esposa, porque se qualquer um deles satisfizesse os desejos fora do casamento, seria um grave pecado (muslim). 

Se compararmos com os tempos dos nossos antepassados, temos agora muito mais facilidades e o mundo pode estar nas nossas mãos. Mas todas estas facilidades são verdadeiros testes para a nossa conduta e para a nossa fé. Muitas vezes é difícil desviarmos os nossos olhares e resistirmos aos desejos e às tentações. Quanto maiores liberdades existirem ao nosso redor, maiores serão as dificuldades para mantermos as nossas almas puras. O corpo é estimulado pelo desejo e entra em confronto com a advertência da alma. Ah! Esta alma que sofrerá as consequências impostas pelo corpo! Quem sairá vencedor? Para aquele que tem dificuldades em controlar-se, mas no íntimo o pretende fazer, a melhor das soluções é fazer jejuns facultativos. Nesse caso, Allah Subhanahu Wa Ta’ala dirá aos anjos: “O meu servo deixou de comer, de beber e refugiou-se dos desejos, só para a Minha satisfação”. Enquanto estiver de jejum, estará mais próximo do Criador e do Protector e lembrar-se-á de que os olhos, a língua e os restantes órgãos do corpo também estão de jejum. SubhanaAllah! 

Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. 
Cumprimentos 
Abdul Rehman Mangá 
01/10/2015

terça-feira, setembro 29, 2015

O que provocou o esmagamento em Meca durante a Peregrinação (Hajj)?

Divergem as explicações para explicar o esmagamento: erro cometido pelos peregrinos ao evitar seguir as indicações? ou bloqueio produzido pela escolta do príncipe Mohammad bin Salman Al Saud? - 09/2015 - 

Prezados Irmãos, 

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alai-kum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. 

De acordo com um comunicado da Arábia Direção de Defesa Civil, o esmagamento aconteceu às 09:00, hora de Meca (06:00 GMT) no cruzamento entre a rua 204 e 223 quando os peregrinos se dirigiam à ponte Jamarat. O Ministério do Interior saudita disse que o esmagamento se desencadeou quando dois grandes grupos de peregrinos cruzavam de diferentes direções na mesma rua. 

No entanto, várias testemunhas afirmam que o encerramento da rua 206 foi a razão principal por detrás do esmagamento.

O meio de comunicação com sede no Líbano, Ad-Diyar, afirmou num relatório que a coluna escoltando o príncipe Mohammad bin Salman Al-Saud, que consistia em 200 militares e 150 polícias, teve um papel central na situação. 

O relatório disse que a presença do príncipe no meio dos peregrinos provocou uma mudança na direção do movimento dos peregrinos e o esmagamento. O relatório afirma para além disso que o príncipe Mohammad e o seu enorme séquito abandonaram rapidamente a cena, um fato que as autoridades sauditas tratam de silenciar impondo um bloqueio informativo sobre a presença de Mohammad na zona.

Mohammed Jafari, assessor do operador turístico das Viagens Hajj e a Umrah no Reino Unido, afirmou: «A razão principal deste acidente foi que o filho do rei e a sua corte estavam recebendo dignatários incluindo o ministro da Defesa e os membros do Conselho de Cooperação do Golfo. Por esta razão, fecharam duas das entradas onde tem lugar o ritual denominado 'lapidação do diabo' e como consequência os peregrinos não foram capazes de continuar a sua trajetória, o que criou dois importantes engarrafamentos. É por isso culpa do governo saudita, porque cada vez que um príncipe chega, fecham os caminhos e não pensam que possa suceder uma catástrofe. Khalid A. Al-Falih culpa Deus. Em cada desastre, os sauditas dizem que é a vontade de Deus. Não é a vontade de Deus, é a incompetência do homem. Se há uma corrente de gente que entra e se se corta essa corrente, e a população se acumula, com o tempo vai acontecer um acidente».

Jafari também acusou o governo saudita de fazer declarações racistas já que sugere que o esmagamento foi causado pelos peregrinos africanos. Por outro lado, The Daily Telegraph [http://www.-legraph.co.uk/news/worldnews/middleeast/saudiarabia/11890212 /Mecca-stampede-Witnesses-blame-Saudi-officials-for-hajj-horror-and-describe-seeing-dead-bodies.html] culpou as autoridades sauditas pelo desastre.

Numa conferência de imprensa celebrada no dia do incidente, o porta-voz do Ministério do Interior Mansour al-Turki tratou de abordar a maioria dos temas relacionados com o incidente. Disse que uma investigação estava em curso, que as causas exatas de superlotação que levaram à debandada mortal na rua 204 estão ainda por determinar. Explicou que "a rua número 204 é um caminho que vai desde os campos de Mina à Jamarat Bridge. O que se passou foi que a um grupo de peregrinos nos autocarros foi permitido descer às vias que conduzem à ponte Jamarat num momento que não lhes foi atribuído", afirma o correspondente de Al Arabiya News Channel em Mina, disse Saad Al-Matrafi. "À medida que se aproximavam da zona, reuniram-se com um grupo já existente de pessoas que já se encontravam na zona, o que provocou que na zona houvesse mais pessoas que o permitido". O porta-voz também assinalou que a maioria das escoltas diplomáticas têm lugar no sul de Mina e nos túneis subterrâneos, enquanto o incidente teve lugar no norte. Acrescentou que as notícias sobre o incidente devem ser procuradas a partir de fontes oficiais, assinalando que mais polêmicas notícias sobre o desafortunado incidente provêm de fontes em conflito com o Governo saudita. O jornal internacional árabe com sede em Londres Asharq Al-Awsat, que se caracteriza pelo seu apoio ao governo da Arábia Saudita, informou que segundo um funcionário que pediu o anonimato o acidente produziu- se depois de um grupo de cerca de 300 peregrinos iranianos não ter seguido as ordens que lhes pediam para esperar antes de deixar Jamarat.

As baixas A Direção de Defesa Civil da Arábia Saudita declarou que as vítimas eram de várias nacionalidades. A agência de notícias estatal iraniana IRNA anunciou a morte de 131 peregrinos iranianos na debandada. Também se crê que um grande número de nigerianos, peregrinos de Chade e Senegal se encontram entre os mortos.

A Direção de Defesa Civil da Arábia Saudita anunciou a deslocação de 4.000 efetivos para o lugar da debandada junto às 220 unidades de resposta de emergência. Os peregrinos foram redirigidos imediatamente para longe do sítio de debandada. O Crescente Vermelho da Arábia Saudita também se mobilizou e os feridos estão a ser tratados em quatro hospitais.

Incidentes durante o Hajj Setembro de 2015: Pelo menos 717 mortos e centenas de feridos em esmagamento às portas de Meca. 

Janeiro de 2006: 364 peregrinos foram mortos numa debandada à entrada de uma ponte que levava ao sítio de Mina, às portas de Meca. Fevereiro de 2004: 251 peregrinos foram pisados até à morte durante um ritual. 

Fevereiro de 2003: 14 peregrinos muçulmanos morreram esmagados ao realizar o ritual de apedrejamento.

Março de 2001: 35 peregrinos mortos em tumulto.

Abril 1998: Cerca de 180 peregrinos foram pisados até a morte quando o pânico começou depois de vários terem caído de um viaduto em al-Jamarat.

Abril 1997: 343 peregrinos foram mortos e 1.500 feridos num incêndio numa barraca no acampamento superlotado de Mina. Em consequência, as tendas agora são à prova de fogo e cilindros de gás de cozinha são proibidos.

Maio de 1994: Cerca de 270 foram mortos num tumulto.

Junho 1990: 1.426 mortos num tumulto dentro de um túnel pedestre que se dirige para fora de Meca em direção à Mina e às planícies de Arafat.

Julho 1989: Duas bombas explodiram, matando um e ferindo mais de uma dúzia de outros. A Arábia Saudita posteriormente condenou 16 kuwaitianos muçulmanos xiitas de colocar as bombas, e decapitou-os em público.

Julho 1987: Mais de 400 mortos durante confrontos entre as forças de segurança sauditas e manifestantes iranianos em Meca.

Dezembro 1975: Um incêndio num acampamento de tendas em Mina matou cerca de 200 pessoas. O fogo teria sido iniciado pela explosão de um tanque de gás.

Assalamu aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu.

Fonte: Wikipedia - https://en.wikipedia.org/wiki/2015_Mina_stampede - Versão portuguesa: Yiossuf Adamgy