sexta-feira, fevereiro 27, 2009

O Povo de Lot

“O povo de Lot rejeitou (os seus) avisos. Nós enviamos uma violenta tempestade de pedras sobre eles todos, (que os dizimou), com exceção da família de Lot, a qual salvamos na hora da alvorada, como uma Graça da Nossa parte. Assim recompensamos os agradecidos. E (Lot) já os havia avisado do Nosso castigo, mas eles duvidaram dos avisos (Capítulo Al-Qamar – 54:33-36)”.
O Profeta Lot viveu ao mesmo tempo em que o Profeta Abraão. O Velho Testamento diz que o Profeta Lot era sobrinho do Profeta Abraão e que eles viajaram certa distância juntos nas longas jornadas do Profeta Abraão. O Profeta Lot foi enviado como mensageiro a uma das comunidades vizinhas. Estas pessoas, como nos diz o Alcorão, praticavam a perversão nunca vista no mundo até então, nomeadamente a homossexualidade. Quando o Profeta Lot lhes disse para evitarem esta perversão e lhes trouxe o aviso de Allah, eles negaram-no, recusaram a sua profecia, e seguiram em diante com a sua perversão. No fim, estas pessoas foram destruídas por um assustador desastre. Esta cidade, onde o Profeta Lot resistiu, é referida como Sodoma no Velho Testamento. Estando situada no norte do Mar Vermelho, esta comunidade implicitamente pereceu tal como está escrito no Alcorão. Os estudos arqueológicos revelam que a cidade está localizada à volta do Mar Morto, estendendo-se ao longo da fronteira Israelo-Jordana. Antes de examinar os restos deste desastre, vamos ver porque é que o povo de Lot foi punido desta maneira. O Alcorão diz como o Profeta Lot avisou o seu povo e o que lhe disseram em resposta:
“O povo de Lot rejeitou os mensageiros. Quando seu irmão Lot lhes disse: Não temeis (Allah)? Eu sou um mensageiro fiel para vós; temei, pois, a Allah, e obedecei-me. Não vos exijo, por isso, recompensa alguma, porque a minha recompensa virá do Senhor dos Mundos. De entre todas as criaturas, vós aproximais dos machos, deixando de lado o que o vosso Senhor criou para vós, para serem vossas esposas? Em verdade, sois um povo depravado! Eles disseram: Se não desistires, ó Lot, contar-te-ás entre os desterrados! Ele disse: Sabei que eu detesto a vossa conduta”. (Capítulo Ach-Chu’ara – 26:160-168).
O Povo de Lot ameaçou-o (ao Profeta Lot) em reacção ao seu convite para entrarem no bom caminho. O seu povo detestava o Profeta Lot por causa de lhes mostrar o caminho certo, e quiseram banir tanto ele como outros crentes além dele. Noutros versículos, o incidente foi dito como se segue;
“E (enviamos) Lot, que disse ao seu povo: Cometeis abominação como ninguém no mundo cometeu antes de vós, aproximando-vos licenciosamente dos homens, em vez das mulheres. Realmente, sois um povo transgressor. E a resposta do seu povo só consistiu em dizer (uns aos outros): Expulsai-os da vossa cidade porque são pessoas que desejam ser puras”. (Capítulo Al-Araf – 7:80-82).
O Profeta Lot estava a chamar o seu povo para uma óbvia verdade e avisou-os de maneira explícita. Mas o seu povo não prestou atenção de qualquer modo a nenhuns avisos e continuou a recusar o Profeta Lot e a negar a penalidade que ele lhes estava a anunciar:
“E (recordai) de quando Lot disse ao seu povo: Na verdade, cometeis obcenidades que ninguém no mundo cometeu, antes de vós. Vós vos aproximais dos homens, assaltais as estradas e, em vossos concílios, cometeis o ilícito! Porém, a única resposta do seu povo foi: Manda-nos o castigo de Deus, se estiveres certo”. (Capítulo Al-Ankabut – 29:28-29).
Tendo a resposta do seu povo, o Profeta Lot pediu a ajuda de Allah:
“Disse: Ó meu Senhor! Concede-me a vitória sobre o povo dos corruptores! (Capítulo Al-Ankabut – 29:30)”.
“ Ó meu Senhor! Livra-me, juntamente com a minha família, de tudo quanto praticam”.(Capítulo Ach-Chu’ara – 26:169).
Ao pedido do Profeta Lot, Allah enviou dois anjos disfarçados de homens. Estes anjos visitaram o Profeta Abraão antes de chegarem junto do Profeta Lot. Dando ao Profeta Abraão as boas novas de que a sua mulher iria dar à luz um filho, os mensageiros explicaram as razões básicas da sua acção. O povo insolente de Lot estava para ser destruído:
“(Abraão) disse: Qual é, então a vossa incumbência, ó mensageiros? Eles disseram-lhe: Em verdade, fomos enviados a um povo de pecadores, para que lançássemos sobre eles pedras de argila, destinadas, da parte do teu Senhor, aos transgressores”. (Capítulo Adh-Dháriyat – 51:31-34).
“ Com excepção da família de Lot, a qual salvaremos inteiramente, excepto a sua mulher, que nos dispusemos a contar entre os deixados para trás”. (Capítulo Al-Hijr – 15:59-60).
Após deixarem a companhia do Profeta Abraão, os anjos, que foram enviados como mensageiros, chegaram até ao Profeta Lot. Não tendo encontrado os mensageiros, antes, o Profeta Lot primeiro ficou aflito, e então acalmou-se após ter falado com eles:
“ Mas, quando os Nossos mensageiros se apresentaram a Lot, este ficou aflito por eles, sentindo-se impotente para defendê-los, e disse: este é um dia sinistro”.(Capítulo Hud – 11:77).
“ Ele disse-lhes: Pareceis estranhos a mim! Eles disseram: Sim! Trazemos-te aquilo de que os teus concidadãos haviam duvidado. E trazemos-te a verdade, porque somos verdadeiros. Sai com a tua família no fim da noite, e segue tu na sua rectaguarda, e que nenhum de vós olhe para trás; ide aonde vos for ordenado! E Nós expusémos-lhe com clareza o caso: de que seriam cortadas ao alvorecer as raízes de todos os que praticaram o mal (pecadores)”. (Capítulo Al-Hijr – 15:62-66).
Entretanto, o seu povo tomou conhecimento que o Profeta Lot tinha visitantes. Não hesitaram em aproximarem-se destes visitantes, perversamente, como eles o tinham feito com outros, anteriormente. Eles cercaram a casa. Receando pelos seus visitantes, o Profeta Lot dirigiu-se ao seu povo como se segue:
“ Lot disse-lhes: Eles são meus hóspedes; não me desonreis, e temei a Allah e não me envergonheis”. (Capítulo Al-Hijr – 15:68-69).
O povo de Lot retorquiu-lhe em resposta:
“Eles disseram: Não te proibimos nós de receber fosse lá quem fosse”? (Capítulo Al-Hijr – 15:70).
pensando que ele e seus visitantes estariam sujeitos ao mau tratamento, Lot disse:
“Quem me dera ter forças para vos resistir ou encontrar um forte auxílio (entre vós)”(Capítulo Hud – 11:80).
Seus “visitantes” lembraram-lhe que eles eram mensageiros de Allah e disseram:
“Disseram-lhe (os anjos): Ó Lot! Nós somos os mensageiros do teu Senhor; eles jamais poderão atingir-te. Sai, pois, com a tua família, no decorrer da noite, e que nenhum de vós olhe para trás. Á tua mulher, porém, acontecerá o mesmo que a eles. Tal sentença se executará ao amanhecer. Acaso, não está próximo o amanhecer”?(Capítulo Hud – 11:81).
Quando a perversidade do povo da cidade alcançou os extremos, Allah salvou o Profeta Lot por intermédio dos anjos. Pela manhã, o seu povo foi destruído pelo desastre do qual o Profeta Lot os tinha informado de antermão.
“E intentaram eles desonrar os seus hóspedes; então, Nós cegámo-lhes os olhos, dizendo: Sofrei, pois, o Meu castigo e a Minha admoestação. E, ao amanhecer, surpreendeu-os um castigo, que se tornou perene”. (Capítulo Al-Qamar – 54:37-38).
Os versículos decsrevem a destruição deste povo como se segue:
“Porém, o estrondo os fulminou, ao despontar do sol. Reviramo-la (a cidade) e desencadeamos sobre os seus habitantes uma chuva de pedras de argila endurecida. Nisto há sinais para os perspicazes. E (as cidades de Sodoma e Gomora) constituem um exemplo à beira da estrada (que permanece indelével até hoje na memória de todos)”. (Capítulo Al-Hijr – 15:73-76).
“E quando se cumpriu o Nosso desígnio, reviramos (as cidades nefastas) e desencadeamos sobre elas uma ininterrupta chuva de pedras de argila endurecida, estigmatizadas por teu Senhor; e isso não está distante dos iníquos”. (Capítulo Hud – 11:82-83)
“Então, destruímos os demais, e desencadeamos sobre eles um impetuoso torvelhinho; e que péssimo foi o torvelhinho para os admoestados (que fizeram pouco caso!) Na verdade, nisto há um sinal; porém, a maioria deles não crê. E na verdade, o teu Senhor é o Poderoso, o Misericordioso”.(Capítulo Ach-Chuara – 26:172-175).
Enquanto o povo estava a ser destruído, só o Profeta Lot e os crentes que eram quais “mobílias da casa” foram salvos. A mulher do Profeta Lot não acreditou e ela foi também destruída.
“E (Nós enviamos também) Lot, que disse ao seu povo: Cometeis tais torpezas como nenhum outro povo antes de vós? Vós procurais os homens em vossos desejos pecaminosos, em vez das mulheres. Na verdade, vós sois um povo transgressor. E a resposta do seu povo foi somente o que disseram uns para os outros: expulsai-os da vossa cidade. São decerto pessoas honestas que desejam ser puras. E Nós salvamo-lo (a Lot), juntamente com a sua família, exceto a sua mulher que foi uma dos que ficaram para trás. E fizemos cair chuva sobre eles. Repara, pois, a natureza das conseqüências para os pecadores”! (Capítulo Al-Araf – 7:80-84)
Assim, o Profeta Lot foi salvo com os crentes e sua família com excepção da sua mulher. Conforme descrito no Antigo Testamento, ele emigrou com o Profeta Abraão. Quanto ao povo perverso, foi destruído e as suas residências arrasadas até ao chão.
O 82° versículo do Capítulo Hud relata, claramente, a espécie de desastre que recaiu sobre o povo de Lot. “E quando se cumpriu o Nosso desígnio, reviramos (as cidades nefastas, de cabeça para baixo) e desencadeamos sobre elas uma ininterrupta chuva de pedras de argila endurecida”. A descrição de “revirar (as cidades) de cabeça para baixo” parece implicar que a região foi totalmente destruída com um violento tremor de terra. Em conformidade, o Lago de Lot ou Mar morto Também chamado fica na Jordania, onde o incidente da destruição teve lugar, mostra “óbvias” evidências de que tenha havido lugar a um tal tremor de terra. -- “Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações. Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Deus do universo. Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Deus).

Fonte: http://www.luzdoislam.com.br

Adi b. Hátim al Tai

“Vós acreditastes, sendo que eles não; conscientizastes-vos da verdade, sendo que eles a negaram; conservastes vossas palavras, sendo que eles foram traidores; e vós avançastes, sendo que eles fugiram”
(tirado de uma citação de Ômar b. al Khattab).

No nono ano da Hégira, o Islam se tornou a opção de um dos reis dos árabes, após ele o ter rejeitado. Seu coração se abriu para a fé, após ter passado um longo tempo evitando-a e resistindo-a, até que declarou sua obediência ao Mensageiro de Deus (S). Trata-se de Adi, filho de Hátim al Tai, que era famoso por sua generosidade.

Adi herdou a liderança do seu pai, sendo que as tribos de Tai fizeram-no rei, concedendo-lhe o direito de um quarto das pilhagens que açambarcavam nas incursões e nas batalhas, e dando-lhe autoridade sobre elas.

Quando o Mensageiro de Deus (S) proclamou o chamamento para a diretriz e a verdade, e muitas tribos árabes aceitaram o Islam, Adi viu naquilo uma ameaça; temia que o prestígio de Mohammad (S) sobrepujasse o seu próprio prestígio, e que a liderança e autoridade do Profeta fossem pôr um fim às dele. Então ele se opôs ferrenhamente ao Mensageiro de Deus (S), passando a odiá-lo amargamente, embora nunca o tivesse visto. Sua hostilidade quanto ao Islam continuou por quase vinte anos, até que Deus lhe abriu o coração para a diretriz e a verdade.

A estória de como o Adi b. Hátim aceitou o Islam ficou indelével na memória, preservada que foi nos livros de estória, com as palavras do próprio Adi. Uma vez que foi ele quem viveu a experiência, contá-la-emos como ele a narrou:

A história de Adi

Quando eu ouvi coisas acerca do Mensageiro de Deus, ninguém, em toda a Arábia, o odiou mais do que eu. Eu era considerado como um da nabreza, um cristão, e era-me dado um quarto de todos os despojos açambarcados pelo meu povo, assim como a outros reis era dado. De sorte que odiei o Profeta desde o momento em que ouvi falar dele.

Conforme sua importância e seu poder aumentavam, e quando seus exércitos e patrulheiros começaram chegar a todos os quadrantes da Arábia, eu disse para um dos meus escravos que era responsável pelo pastoreamento dos meus camelos:
“Ó tu, criatura incomparável, junta algumas das mais sadias camelas, que sejam fácil de se lidar, e mantém-nas amarradas perto da minha tenda. Se souberes que um exército ou um batalhão de Mohammad entrou nesta parte do país, notifica-me!”
Numa manhã, o escravo veio a mim, e me disse:

“Amo meu, chegou a hora de executares o teu plano, se é que planejas fazer algo quando os exércitos de Mohammad entrarem nas tuas terras.”
“Que tua mãe te perca!”, exclamei, “por que?”
Ele respondeu:
“Eu vi bandeiras serem carregadas por todos os lugares, hoje, e perguntei sobre elas. Disseram-me que eram bandeiras dos exércitos de Mohammad.”

Ordenei-lhe que preparasse as camelas de montaria que havia selecionado, e que as levasse até mim. Então eu reuni minha família e meus parentes, e lhes disse que iríamos abandonar as nossas amadas terras-natais. Pusemos-nos a caminho, viajando rapidamente em direção à Síria, onde planejava juntar-me aos meus correligionários cristãos.

Na pressa, esquecera-me de contar todos os meus achegados. Logo que estávamos fora de perigo, fui para o meio deles, e constatei que havia deixado uma irmã para trás. Ela ficara em Najd, nossa terra-natal, juntamente com os membros da tribo de Tai, que ficara, e não havia meios de voltarmos para a apanhar.

Nada havia que eu pudesse fazer a não ser continuar indo para a Síria com a minha família, onde iria ficar com meus companheiros cristãos. Quanto à minha irmã, temia que o prior lhe acontecesse, e não demorou muito para eu saber qual foi o seu destino.

Uma vez na Síria, as notícias chegaram a mim, dizendo que os exércitos de Mohammad haviam vasculhado as nossas terras, e que a minha irmã tinha sido levada como escrava para Yaçrib. Aí, ela foi posta num grande pátio cercado, defronte ao portão da mesquita, juntamente com outras mulheres que haviam sido capturadas. Quando o Profeta (S) passou por ali, ela se dirigiu a ele, em prantos:

“Ó Mensageiro de Deus, meu pai está morto, e meu protetor foi embora. Sê bondoso para comigo, e quem sabe Deus será para bodoso contigo!”
“E quem é o teu protetor?” perguntou o Profeta.
“Adi b. Hátim”, ela respondeu.
“Ah, aquele que fugiu de Deus e do Seu Mensageiro?”

Assim dizendo, o abençoado Profeta a deixou, e continuou no seu caminho.
No dia seguinte, quando o abençoado Profeta passou por ali, ele se dirigiu a ele, pedindo-lhe que a soltasse, e ele deu a mesma resposta.

No terceiro dia, quando ele estava passando, ela havia desistido de pedir, e nada disse. Um homem que estava atrás do Profeta fez sinal a ela que se levantasse e falasse com ele; ela se levantou e se dirigiu a ele, dizendo:

“Ó Mensageiro de Deus, meu pai está morto, e meu protetor foi embora. Sê bondoso para comigo, e quem sabe Deus será bondoso para contigo!”
“Concedo-te o teu pedido”, ele respondeu.
“Desejo juntar-me à minha família, na Síria”, ela pediu.
“Não tenhas pressa em partir, até que possas encontrar alguém do teu povo em quem possas confiar, para te escoltar a salvo até à Síria. Se encontrares alguém em quem possas confiar, faze-me saber”, disse o Profeta.

Depois que ele passou, ela perguntou sobre o homem que tinha feito sinal para que ela falasse com o Profeta, e contaram-lhe que fora o Áli b. Abi Talib (que Deus esteja comprazido com ele).
Ela permaneceu em Madina até que um grupo de viajantes que ela sabia que era de respeito passou pela cidade. Ela foi ter com o abençoado Profeta, e lhe disse:
“Ó Mensageiro de Deus, chegou um grupo de indivíduos da minha tribo. Eu confio neles e sei que são capazes de me escoltar até ao meu povo.”

O abençoado Profeta ordenou que ela fosse provida de roupa, e deu a ela, como presente, um camelo de montaria, e algum dinheiro para cobrir as despesas, e ela partiu com os viajantes. Enquanto isso, nós estávamos ansiosos esperando qualquer ponta de notícia que pudéssemos obter sobre ela. De sorte que esperamos a chegada dela, mal acreditando na informação que recebêramos do seu lance com o abençoado Profeta, de toda a bondade dele para com ela, depois de todo o meu procedimento para com ele.

Eu estava sentado com minha família, um dia, quando vi um camelo portando uma liteira para senhoras, que vinha em nossa direção. Exclamei:

“Ó filha de Hátim!” era deveras a minha irmã.
Foi ela que começou a falar, quando desmontou, dizendo:

“Maldoso é aquele que abandona seus familiares! Tu partiste com tuas esposas e teus filhos, deixando desprotegida a progênie do teu pai, tua honra!”
“Ora, irmã, digamos apenas que tudo saiu bem”, eu disse, e continuei a abrandar a sua raiva, até que ela ficou calma, e foi capaz de contar-nos a sua estória. Os rumores que haviam chegado até a nós eram todos verdadeiros. Ela era uma mulhar inteligente e independente, por isso lhe perguntei:

“Que achas tu desse homem” (referindo-se ao nobre Profeta)?
“Acho que tu deverias juntar-te a ele”, ela disse, “porque ele é um profeta; aqueles que de pronto acreditam nele são os mais virtuosos. E mesmo que ele fosse um rei, tu não irias ser aviltado por ele, pois tu és quem tu és.”

Então eu preparei minhas provisões, e viajei até que cheguei ao Mensageiro de Deus, em Madina, sem nenhuma garantia de clemência da parte dele. Contudo, eu ouvira um rumor de que o Profeta havia dito:
“Gostaria que o Adi pusesse sua mão sobre a minha em aliança ao Islam!”

Fui à mesquita, e o saudei, ao que ele me perguntou quem eu era. Disse que era Adi b. Hátim, ao que ele se levantou, pegou-me pela mão e me levou para sua casa. Ele foi parado, no caminho para sua casa, por uma senhora idosa, em companhia duma criancinha. Ela lhe falou sobre algo de que ela necessitava, e ele não a deixou, até que tivesse o pedido dela atendido. Eu fiquei ali, esperando, e pensei:

“Por Deus, este homem não é um rei!”
Mais uma vez ele me pegou pela mão, e fomos andando até que chegamos a sua casa. Aí ele pegou uma almofada de couro, enchida com fibras de palmeira, colocou-a no chão, e disse:

“Senta-te nisto aqui!”
Eu fiquei embaraçado, e disse:

“Não, tu és quem deve sentar nisso aí.”
Já que ele tanto insistiu, eu concordei e me sentei na almofada, enquanto ele se sentou no chão limpo, pois não havia nada na casa em que se sentar. Eu pensei:

“Não é assim que um rei vive!”
O Profeta iniciou a conversa, dizendo:

“Bom, tu não és aquele que tem estado oscilante entre a religião cristã e a sabéia?”
“Sim, sou eu mesmo”, respondi.

“E tu não tens tomado do teu povo um quarto da sua renda, coisa que não é permitida na vossa religião?” ele perguntou.
“Sim, tenho”, eu admiti e, naquele ponto eu me conscientizei de que ele era um profeta enviado por Deus.
Então ele disse:

“Ó Adi, o que tem evitado que te juntes a esta religião é o estado de carência e de pobreza em que vivem os muçulmanos. Por Deus, logo virá o tempo em que tanta riqueza há de chegar a esta comunidade, que não haverá quem vá receber caridade. E talvez o que tem evitado que te juntes a esta religião seja o fato de que sejamos poucos, numericamente, ao passo que os nossos inimigos são muitos; juro por Deus que logo virá o tempo em que uma mulher, sozinha, irá ser capaz de viajar, de Al Cadisiya, no seu camelo, até Makka, sem temer a ninguém, a não ser Deus. Ou talvez o que tem evitado que te juntes a esta religião seja o fato de que não temos poder, e tão somente os não muçulmanos sejam reis e príncipes. Pois eu prometo, em nome de Deus, que tempo virá quando tu hás de ouvir que os palácios suntuosos de Babel foram tomados pelos muçulmanos, e que os tesouros de Cosroé b. Hormuz1 passaram a ser deles.”

“Os tesouros de Cosroé?” exclamei.
“Sim, os tesouros de Cosroé”, disse ele.

Naquele ponto eu proferi o testemunho da verdade, e entrei para o Islam.

Na minha avançada idade, eu vi duas das predições do abençoado Profeta tornarem-se realidade, e juro que a terceira está para acontecer. Tenho visto os muçulmanos viverem em segurança tal, que uma mulher pode viajar com segurança e sem escolta, de Al Qadisiyah até Makka. E eu formei a primeira linha de cavaleiros que invadiram as terras de Cosroé, e lhe tomei as riquezas; e, por essa razão, eu juro que a terceira predição irá tornar-se realidade.

Este é o fim da estória do Adi b. Hátim (que Deus esteja aprazido com ele). Ele viveu um longo tempo, mas a terceira predição aconteceu depois da sua morte. No tempo da autoridade do califa Ômar b. Abdal al Aziz, o governante piedoso e ascético, a coisa aconteceu tal qual o abençoado Profeta havia predito: a riqueza da comunidade era tanta, que um oficial do tesouro ia para as ruas chamando as pessoas necessitadas para que fossem receber o zakat, e ninguém se apresentava.
O Profeta (S) falara a verdade.

E o juramento do Adi b. Hátim fora verdadeiro.

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações. Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Deus do universo. Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Deus).

Fonte: http://www.luzdoislam.com.br/default.asp?itemID=252&itemTitle=Adi%20b.%20Hátim%20al%20Tai

Abu Zarr al Ghifari

“Um homem mais fidedigno do que o Abu Zarr não caminhou na face da terra” (dizer do abençoado Profeta).
No vale de Waddan, que ligava Makka ao mundo exterior, vivia a tribo de Ghifar. Seus membros viviam do dinheiro que lhes era dado pelas caravanas que transportavam mercadorias dos Coraixitas para a Síria e vice-versa. Às vezes eles viviam de roubarem as caravanas, caso nada lhes fosse dado para pacificá-los.
Jundub b. Junada, com o nome patronímico de Abu Zarr, era um dos membros da tribo. Ele se destacava dos demais por causa da sua intrepidez, seriedade mental e presciência. Vivia extremamente transtornado por causa dos ídolos que seu povo cultuava, em lugar de Deus. Desaprovava a corrupção dos cultos árabes, bem como as frívolas superstições deles. Esperava o aparecimento de um profeta cujos ensinamentos fossem satisfazer os corações e as mentes do povo, e os fossem tirar das trevas e os levar para a luz.
Notícias dum novo profeta que havia aparecido em Makka alcançaram o Abu Zarr, apesar do isolamento em que sua tribo vivia. Ele disse para o seu irmão Anis:
“Ó tu, criatura incomparável, vai para Makka e toma nota de qualquer informação que puderes acerca desse homem que diz ser um profeta, e receber revelações do Céu. Ouve o que ele diz, e vê se aprendes, para que possas me contar.”
O Anis foi para Makka, encontrou-se com o abençoado Profeta, se pôs a ouvi-lo. Depois voltou para o deserto, onde o seu irmão esperava ansiosamente por ele. Avidamente, ele perguntou acerca do novo profeta. Anis disse:
“Juro por Deus, nunca vi um homem conclamar as pessoas para a virtuosidade, e recitar falas que não eram poesia! ’
“Que coisas as pessoas dizem sobre ele?” perguntou o Abu Zarr.
“Dizem que é um mágico, um adivinho, ou um poeta.”
“Tu, de maneira alguma, me satisfizeste”, disse o Abu Zarr, “nem sequer respondeste à minha pergunta. Será que poderás prover minha família enquanto eu irei vê-lo por mim mesmo?”
“Claro”, Respondeu o Anis, “mas toma cuidado com o povo de Makka!”
Abu Zarr pegou algumas provisões e uma pequena bolsa d’água, e partiu, na manhã seguinte para Makka, a fim de saber o queria acerca do abençoado Profeta. Ele chegou, cheio de ansiedade, ao seio dos indivíduos de Makka. Ouviu deles a sua ira quanto à ameaça aos seus ídolos, e ficou sabendo da perseguição, da parte deles, a qualquer um que abandonasse a idolatria e seguisse a religião de Mohammad (S). Por essa razão, ele ficou relutante em perguntar a qualquer um acerca de Mohammad (S), pois não sabia se estaria perguntando a um dos apoiadores dele, ou a dos seus inimigos.
Quando a noite desceu, ele se deitou para dormir na mesquita. Um homem chamado Áli b. Abi Talib passou por ele, e reconheceu que não se tratava de nenhum pertencente à população local. Áli lhe ofereceu um lugar para ficar, e o Abu Zarr aceitou. Pela manhã, ele se levantou, pegou a sua bolsa de água e suas provisões, e voltou para a mesquita. Nem ele, nem Áli nada perguntaram acerca um do outro.
Abu Zarr passou o seu segundo dia sem saber quem o profeta era e, quando a noite desceu, ele se deitou para dormir. Uma vez mais, o Áli passou por ele e perguntou:
“Por que tu não ficas onde, bem sabes, és bem-vindo?” Ele levou o Abu Zarr com ele, e o estranho passou a segunda noite na casa de Áli, sem que nenhum deles fizesse perguntas um sobre o outro.
Na terceira noite, Áli lhe perguntou:
“Podes me dizer por que vieste para Makka?”
Abu Zarr respondeu:
“Só se me prometeres que me ajudarás a encontrar o que estou a procurar”, e Áli prometeu. Abu Zarr continuou:
“Vim para Makka, de bem longe, desejando encontrar o novo profeta, e ouvir algo do que ele diz.”
O rosto de Áli brilhou de contentamento, ao dizer:
“Juro pelo Senhor que ele é o verdadeiro Mensageiro de Deus...” e continuou a falar por um longo tempo, contando para o Abu Zarr coisas acerca do abençoado Profeta (SAAS). “Pela manhã, tu me seguirás. Se eu vir que há perigo, eu pararei, se eu continuar, tu me seguirás até a casa em que eu entrar.”
Abu Zarr foi incapaz de dormir naquela noite, na sua ânsia de ver o abençoado Profeta, e ouvir alguma coisa da revelação.
Pela manhã, Áli dirigiu o seu convidado para a casa do Mensageiro de Deus, e Abu Zarr o seguiu, não se importando de olhar para mais nada. Quando entraram na casa do abençoado Profeta, o Abu Zarr disse:
“Que a paz esteja contigo, ó Mensageiro de Deus!”
“Que a paz, a misericórdia e as bênçãos de Deus recaiam sobre ti, também”, respondeu o abençoado Profeta.
Assim, o Abu Zarr foi a primeira pessoa a saudar o abençoado Profeta com a saudação do Islam que, depois daquilo, se tornou popular entre os muçulmanos.
O abençoado Profeta convidou o Abu Zarr a aceitar o Islam, e recitou para ele alguma coisa do Alcorão. Abu Zarr não demorou muito a declarar a sua aceitação à verdade, e, de pronto, tornou-se um muçulmano. Foi a quarta ou quinta pessoa a aceitar o Islam.
O resto da estória irá ser então contado pelas próprias palavras do Abu Zarr.

A história do Abu Zarr
Permaneci por algum tempo em Makka com o abençoado Profeta, que me ensinou coisas acerca do Islam, e como ler o Alcorão. Ele me aconselhou a não contar a ninguém em Makka sobre eu me tornar muçulmano, pois temia que as pessoas iriam querer me matar. Disse-lhe:
“Juro por Aquele Que tem a minha alma em Suas mãos que não deixarei Makka antes que vá à mesquita e brade aos Coraixtas com o chamamento à verdade!”
O abençoado Profeta nada disse, indicando que não iria tentar me impedir.
Eu fui à mesquita, onde algumas pessoas do Coraix estavam sentadas a conversar. Entrei e fiquei de pé entre eles, e gritei com todas as forças dos meus pulmões:
“Gentes do Coraix, presto testemunho de que não há deus a não ser Deus, e que Mohammad é o Seu Mensageiro!”
Tão logo eles se conscientizaram do que eu estava dizendo, um silêncio assustador se fez sentir. Então alguns deles se puseram de pé, e disseram:
“Agarrai-o, o herético!”
Rodeando-me, começaram a bater em mim com a intenção de me matar. Fui salvo por Al Abbas, o tio do Profeta. Embora fosse pagão, ele me protegeu com o próprio corpo, enquanto dizia:
“Malditos sejais! Como iríeis matar um homem de Ghifar, sendo que vossas caravanas têm de passar pelas terras deles para chegarem à Síria?” querendo dizer que a minha tribo iria vingar-se da minha morte, caso eu fosse morto. Convencidos, eles me deixaram em paz.
Quando recobrei a consciência, voltei para o Mensageiro de Deus. Vendo o meu lastimoso estado, ele disse:
“Não te falei para não declarares a tua conversão ao Islam em público?
“Volta para as tuas gentes”, o abençoado Profeta me disse, “e infroma-os acerca do que viste e ouviste aqui. Convida-os para o Islam, pois tenho esperanças de que Deus os irá beneficiar por teu intermédio. Quando souberes que a minha comunidade escapou à perseguição, vinde, e juntai-vos a nós.”
Então eu voltei para as terras do meu povo. A primeira pessoa a me encontrar foi o meu irmão Anis, que me perguntou o que eu havia feito na minha andança. Contei-lhe que aceitara o Islam, pois era a verdade.
Não demorou muito para que Deus fizesse com que o coração do meu irmão se inclinasse para o Islam; ele chegou-se a mim, e disse:
“Nada acho de errado com a tua religião; aceito o Islam, e creio que seja a verdade.”
Depois ele foi ter com a nossa mãe, e a convidou a aderir ao Islam, e ela, também, disse que nada achava de errado com a religião. Assim aceitou o Islam.

Fim da narrativa do Abu Zarr
Daquela data em diante, a família de Abu Zarr continuou naquele diapasão, conclamando toda a tribo de Ghifar ao Islam. Os membros eram incansáveis nos seus esforços e, eventualmente, obtiveram tantos conversos, que eram capazes de estabelecer orações congregacionais diárias. Uns poucos deles se contiveram, dizendo que se iriam converter ao Islam, tão logo o Profeta (S) empreendesse a Hégira para Al Madina. Eles eram verazes em suas palavras; e quando o abençoado Profeta ouviu aquilo, disse:
“Que Deus conceda perdão para o povo de Ghifar, e paz para os que aceitaram o Islam!”
Abu Zarr permaneceu nas terras-natais desérticas do seu povo, depois que as batalhas de Badr, Uhud, e das Trincheiras tinham terminado. Então viajou para Madina e devotou o seu tempo ao abençoado Profeta, que lhe deu permissão para o servir. Tornou-se um dos mais achegados amigos do abençoado Profeta e, toda vez que este o via, sorria, e apertava-lhe a mão.
Quando o tempo do abençoado Profeta chegou ao fim, neste mundo, e ele foi juntar-se ao seu Mais Elevado Companheiro, no Céu, o Abu Zarr não pôde suportar ficar em Madina. Aí, tudo lhe relembrava o abençoado Profeta, sendo que sentia profundamente a sua falta. Viajou para o interior da Síria, onde viveu durante o tempo em que Abu Bakr e Ômar foram os califas da comunidade.
No tempo em que o Othman foi califa, Abu Zarr mudou-se para a cidade de Damasco. Ele ficou horrorizado com o materialismo dos muçulmanos, ali, e as preocupações deles com os assuntos terrenos fizeram-no anunciar em público a sua desaprovação. Então Othman convidou-o a viver em Madina. Ele foi, mas não demorou muito para que se sentisse inconformado com a vida mundana do povo ali. Eles, por sua vez, mostravam-se desconfortáveis com a rigidez das críticas orais e mordazes dele quanto aos modos deles. Assim, Othman ordenou-lhe que se mudasse para Al Rabdhah, um vilarejo fora de Madina.
Ele passou o resto dos seus dias ali, longe das outras pessoas, e desinteressado quanto à riqueza material. Igualmente ao abençoado Profeta e os dois primeiros califas, Abu Zarr preferiu a vida espiritual sobre todas as outras, e se ateve ao seu modo de vida simples.
É contado que uma vez um homem foi visitar o Abu Zarr, e começou a examinar a sua casa. Perguntou-lhe:
“Onde estão as tuas posses?”
“Nós temos uma casa em outro lugar, e nós enviamos todos os nossos bens para lá”, respondeu criticamente o Abu Zarr.
“Mas, será que não precisas das coisas, desde que estás vivendo nesta casa?” perguntou o homem, que se havia conscientizado de que o Abu Zar queria dizer que o seu lar real era a Outra Vida.
“ O Senhorio não irá permitir que moremos lá”, respondeu o Abu Zarr.
Uma ocasião o governador de Damasco enviou para o Abu Zarr trezentos dinares para que ele cuidasse das suas necessidades, e Abu Zarr os mandou de volta, dizendo que deveria haver alguém que realmente os necessitasse mais que ele, pois ele não os necessitava.

No ano 32 da Hégira, a morte finalmente desceu sobre esse piedoso asceta, de quem o abençoado Profeta havia dito:
“Um homem mais fidedigno do que o Abu Zarr jamais caminhou na face da terra!”

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações. Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Deus do universo. Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Deus).


Fonte: http://www.luzdoislam.com.br/default.asp?itemID=251&itemTitle=Abu%20Zarr%20al%20Ghifari

Abu Ubaida b. al Jarrah

"Toda nação tem o seu membro fidedigno; e o nosso é o Abu Ubaida."
(Dizer do abençoado Profeta (SAAS).
Seu rosto era notavelmente carismático. Ele era alto, delgado e gracioso. Verem-no, as pessoas, era coisa agradável, se encontrarem com ele era um conforto para seus corações, e elas sentiam tranqüilidade na presença dele.
Juntamente com isso, ele era gentil e discreto, com um intenso senso de decência. Porém, na hora da turbulência, tornava-se mais intrépido que um leão raivoso.
Era como a lâmina duma espada, no seu esplêndido brilho e, na verdade, assemelhava-se à espada, na sua refinada aparência.
Tal era o "fidedigno" da comunidade do abençoado Profeta. Seu nome todo era Amir b. Abdullah b. al Jarrah al fihri, vindo da tribo do Coraix, e havia acatado o patronímico de Abu Ubaida.
Foi descrito pelo Abdullah b. Ômar b. al Khattab (que Deus esteja aprazido com ele) com a seguinte caracterização:
"Há três homens procedentes à Coraix que têm os rostos francos, as melhores maneiras e o mais sólido senso de decência. Caso se dirijam a vós, jamais mentem; e se vos dirigirdes a eles, não vos irão desacreditar. São eles Abu Bakr al Siddik, Otman b. Affan e Abu Ubaida b. al Jarrah."
Abu Ubaida foi um dos primeiros a se converter ao Islam, declarando sua fé no dia em que Abu Bakr declarou a sua. Como de fato, sua conversão esteve na mão de Abu Bakr, o qual, de pronto levou-o, juntamente com o Abdur Rahman b. Auf, o Otman b. Mazun e o Al Arcam, ao abençoado Profeta. Juntos, eles declararam a ele as palavras da verdade, e tornaram-se a fundação sobre a qual foi erguida a grande torre da verdade, conhecida como Islam.
Abu Ubaida passou pela cruel experiência de ser o primeiro muçulmano da Makka pagã, desde o começo até ao fim. Ele suportou dela, juntamente com os muçulmanos, sua ferocidade, brutalidade, dor e inquietação. Foi um sofrimento sem paralelo suportado pelos seguidores de qualquer outra religião, na face da terra. Ele passou pelo teste, e permaneceu veraz a Deus e ao Seu Profeta, em todos os passos do caminho.
Abu Ubaida se arrojou para a batalha de Badr, desafiando a morte, à medida em que desfechava a sua carga por entre as fileiras inimigas. Os pagãos se esquivavam dele, sendo que os campeões, dentre eles, se retiravam perante o seu avanço. Porém, um pagão houve que não se intimidou com a intrepidez do Abu Ubaida; e esse insólito guerreiro se postou à sua frente, e o desafiou. Abu Ubaida evitou lutar com o homem, que o perseguia, aonde quer que fosse. Continuou a fugir do assaltante, até que não lhe restou escapatória, coisa que fez com que ele o encarasse. Como num sonho, ele se viu a levantar a espada e, com um simples golpe na cabeça, abateu o inimigo.
Aquele momento foi a corporificação de todos os sofrimentos dos muçulmanos que se haviam afastado do paganismo. Ao fazerem isso haviam cortado os laços com o conforto: suas famílias, seus lares, seu mundo... o golpe da espada com que Abu Ubaida abateu o seu atacante foi aquele que cortou o último laço com a descrença, porquanto o guerreiro que tão insistentemente o desafiara não era outro senão o seu próprio pai pagão, o Abdullah b. al Jarrah.
O Todo-Poderoso Deus revelou um versículo concernente ao Abu Ubaida, no Alcorão Sagrado, que diz:
"Não encontrarás pessoa alguma que creia em Deus, e no Dia do Juízo Final, que tenha relações com aqueles que contrariam a Deus e ao Seu Mensageiro, ainda que sejam seus pais ou seus filhos, seus irmãos ou parentes. Para esses, Deus lhes firmou a fé nos corações e os confortou com o Seu Espírito, e eis que os introduzirá em jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde morarão eternamente. Deus Se comprazerá com eles e eles se comprazerão n'Ele. Estes formam o partido de Deus. Acaso não é certo que os que formam o partido de Deus serão os bem-aventurados?" (58:22). (comparar)
Embora tal provação nos pareça estar além das possibilidades, não foi nada de extraordinário para o Abu Ubaida. Ele havia atingido um grau de fé muito alto na sua religião, que causavam inveja àqueles que se posicionavam elevadamente aos olhos de Deus.
O Mohammad b. Jafar conta a seguinte história, com suas próprias palavras:
"Uma delegação de árabes cristãos foi ter com o Mensageiro de Deus, e lhe contaram que estavam a braços com certas disputas acerca de questões financeiras. Pediram-lhe que escolhesse um dos seus companheiros, com os quais estivesse satisfeito, para ir com eles, e servir de árbitro para eles. A razão que apresentaram foi a de que os muçulmanos tinham boa reputação.
O abençoado Profeta lhes disse:
"'Voltai a mim pela tardezinha, e enviarei convosco um que é forte e fidedigno.'"
A história continua com as palavras de Ômar b. al Khattab, que diz:
"Então eu fui cedo para a oração do meio-dia. Eu jamais desejei receber ordem de comando tanto quanto naquele dia, pois queria ser considerado aquele que era forte e fidedigno.
"Quando o Mensageiro de Deus acabou de nos liderar na oração, começou a olhar para a direita e para a esquerda. Eu procurei me esticar a toda altura, na esperança de que ele olhasse para mim, mas ele continuou a perscrutar os nossos rostos, até que o seu olhar recaiu sobre o Abu Ubaida, a quem chamou, e disse:
"'Vai com eles, e ajusta corretamente as questões entre eles! ' Eu suspirei; o Abu Ubaida pegara a missão!"
Abu Ubaida não era apenas confiável; era uma pessoa poderosa.
Um dia, o abençoado Profeta enviou uma parte dos seus companheiros numa expedição para interceptarem uma das caravanas dos Coraixitas. Ele pôs o Abu Ubaida como comandante dos expedicionários, e não tinha provisões para lhes dar, além de um saco de tâmaras, o qual confiou ao Abu Ubaida. Este dava a cada um deles uma tâmara por dia. Eles a chupavam e depois bebiam água; e foi assim que conseguiram fazer com que as provisões durassem.
Quando os muçulmanos foram derrotados, na batalha de Uhud, alguns dos pagãos começaram a procurar o abençoado Profeta, na esperança de o matarem. Abu Ubaida foi um dos dez homens que rodearam o Mensageiro de Deus, resolvidos a defendê-lo até ao último alento. Formaram uma parede humana em torno dele, até que a batalha terminou. Um dos dentes do abençoado Profeta tinha-se quebrado, na sua cabeça havia um talho, e dois dos anéis da sua cota de malha haviam-se enfiado profundamente numa das suas faces. Então o Al Siddik Abu Bakr se adiantou, querendo tentar tirar os anéis do rosto do abençoado Profeta. Abu Ubaida o conteve, jurando que tão somente ele sabia como fazer aquilo. Ele temia que se qualquer outro fosse usar os dedos para tirar os anéis, o Mensageiro de Deus poderia ficar danificado. Ele se curvou, pegou o primeiro anel com os dentes e, com um rápido puxão, extraiu o anel. Um dos seus dentes caiu. Sem hesitar, ele extraiu o segundo anel, com seu outro dente, que também caiu.
O próprio Abu Bakr disse, acerca de Abu Ubaida:
"Ele era realmente raro, pois permanecia ainda formoso, mesmo com a falta do dente."
Abu Ubaida esteve com o abençoado Profeta em todos os grandes eventos do Islam, desde o tempo em que entrou para a Doutrina – tornando-se um dos primeiros Companheiros –, até a morte do Mensageiro de Deus.
Quando os Companheiros se reuniram nos domínios de Saqifat Bani Saidah, a fim de escolherem um califa para liderar a comunidade de muçulmanos, o Ômar b. al Khattab disse para o Abu Ubaida:
"Estira tua mão para que eu te dê meu voto de fidelidade, pois ouvi o Mensageiro de Deus dizer:
"'Toda comunidade tem o seu membro fidedigno, e vós tendes o vosso. '"
"Não irei pôr-me em destaque", disse o Abu Ubaida, "à frente do homem a quem o Mensageiro de Deus ordenou que nos dirigisse nas orações (referindo-se a Abu Bakr), e que nos dirigiu, até que ele (SAAS) morresse."
Depois daquilo, todos prestaram sua fidelidade ao Abu Bakr, sendo que o Abu Ubaida se tornou o seu melhor conselheiro nos assuntos religiosos, e o mais generoso assistente nas realizações das boas ações.
Quando a liderança da comunidade passou, de Abu Bakr para o Al Faruq Ômar b. al Khattaba, o Abu Ubaida foi completamente leal a ele, e apenas uma vez achou por bem desobedecê-lo. Mas, por que um homem como o Abu Ubaida achou por bem desobedecer ao califa dos muçulmanos?
Isso aconteceu quando Abu Ubaida estava na Síria liderando os exércitos dos muçulmanos, duma vitória a outra, até que toda a Síria se tornou parte do Estado, desde o Rio Eufrates, no leste, até a Ásia Menor, no norte.
Naquele tempo, uma pestilência, como nunca se havia visto, se alastrava por toda a Síria, ceifando suas vítimas, como a foice de um ceifador no tempo da colheita. Apressadamente, Ômar b. al Khattab enviou um mensageiro para ir ter com o Abu Ubaida, com uma carta que dizia:
"Estou grandemente necessitado dos teus serviços, num assunto urgentíssimo. Se esta carta chegar a ti à noite, eu insisto em que te ponhas a caminho até mim pela manhã; e se te chegar durante o dia, eu insisto em que te ponhas a caminho antes que a noite chegue."
Ao acabar de ler cuidadosamente a carta de Al Faruk, o Abu Ubaida disse:
"Eu sei por que o Emir dos Crentes precisa de mim. Ele quer prolongar a vida de quem não está destinado a permanecer com ele." De sorte que escreveu para o Ômar, dizendo:
"Ó Emir dos Crentes, tenho conjecturado sobre o porquê precisares de mim; mas acontece que também sou necessitado aqui, entre os soldados muçulmanos, e não tenho qualquer desejo de abandoná-los para que eu talvez me salvaguarde do que os está a ameaçar. Deixarei que Deus decida qual irá ser a minha sina, bem como a deles. Quando receberes esta minha carta, por favor, omite-me de obedecer a tua ordem, e permite-me que eu continue aqui."
Quando Ômar leu a carta, ele chorou, e ficou num tal estado de tristeza, que os que estavam presentes perguntaram:
"Ó Emir dos Crentes, será que o Abu Ubaida morreu?"
"Não", ele respondeu, "mas a morte está perto dele."
A premonição do Al Faruk era verdadeira, pois o Abu Ubaida logo foi acometido da pestilência. No seu leito de morte, ele exortou junto aos soldados:
"Vou fazer-vos um último apelo. Desde que leveis isto (que vou dizer) convosco, ireis estar bem encaminhados. Estabelecei regularmente a cultuação, jejuai no mês de Ramadan, dai dinheiro em caridade, empreendei as peregrinações 'maior' e 'menor', aconselhai uns aos outros a fazerem o bem, dai bons conselhos para os vossos líderes, e não os enganeis, e não vos entretenhais com as vaidades terrenas. Mesmo que um homem fosse durar mil anos, iria acabar como eu, aqui, como vede. Que a paz recaia sobre vós, e também a misericórdia de Deus! '
Então se voltou para o Moaz b. Jabal, pedindo-lhe para liderar as pessoas na oração. Por fim, soltou o seu último suspiro, e sua alma pura se separou do seu corpo. Moaz se levantou, e se dirigiu às pessoas, dizendo:
"Ficastes privados de um homem como igual, juro por Deus, por sua generosidade de espírito, por seu alheiamento ao despeito e ao ódio, por seu amor à Vida Futura, e por seu comissionamento com o bem-estar do povo, jamais vi.
"Rogai a Deus que tenha misericórdia dele, para que Ele tenha misericórdia de vós!"


Fonte: http://www.luzdoislam.com.br/default.asp?itemID=246&itemTitle=Abu%20Ubaida%20b.%20al%20Jarrah--


"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24

Abdullah b. Umm Maktum

Abdullah b. Umm Maktum

“Benvindo seja aquele em cujo favor o meu Senhor me repreendeu.”
Dito pelo abençoado Profeta a Ibn Umm Maktum.

Quem foi àquela pessoa em cujo favor o abençoado Profeta foi repreendido pelo Próprio Deus? Em seu favor, o Anjo Gabriel desceu, pela ordem de Deus, do mais elevado Céu, trazendo consigo uma revelação para o abençoado Profeta, revelação essa contendo uma severa repreensão. Tal pessoa foi Abdullah b. Ummu Maktum, o muazin1 do abençoado Profeta.

Abdullah b. Umm Maktum era mequense, da tribo Coraixta, e um parente do abençoado Profeta, pois era primo em primeiro grau da Mãe dos Crentes, Cadija bint Khuwailid (que Deus esteja aprazido com ela). O nome do pai dele era Cais b. Zaid, e o nome da mãe era Atika bint Abdullah, mas foi-lhe dado o matronímico de Umm Maktum (mãe do que está na escuridão) quando deu à luz seu filho Abdullah, que era cego de nascença.

Ibn Umm Maktum (literalmente: filho da mãe do cego) testemunhou o despertar do Islam em Makka, e Deus inclinou o seu coração para a fé; assim, ele foi um dos primeiros a se declarar muçulmano. Compartilhou com os muçulmanos as atribulações destes, em Makka, e suportou com firmeza todos os sacrifícios pelos quais tinham que passar.

O fato de que era cego não fazia diferença alguma para os pagãos do Coraix, que o perseguiam com o mesmo espírito venenoso com que tratavam todos aqueles que aceitavam o Islam. A despeito disso, sua fé na e dedicação quanto à sua religião iam aumentando. Tornava-se cada vez mais profundamente apegado à religião de Deus e ao Seu Livro, sendo que o conhecimento do Islam tornou-se a sua meta, na vida.

Sua devoção ao abençoado Profeta, e seu entusiasmo por aprender o Alcorão, chegavam a tal ponto, que nunca deixava escapar uma chance de pedir ao Profeta (SAAS) que o ensinasse. Ocasionalmente, ele não apenas tomava parte do tempo do abençoado Profeta, mas de outros também.

Naquele estágio da sua missão, o abençoado Profeta precisava de tempo para escrever aos chefes do Coraix; estava ansioso por convencê-los a aceitarem o Islam. Num dia, ele se encontrou com Utba b. Rabi’a, com o irmão deste, Chaiba b. Rabi’a, com Amr b. Hicham (Abu Jahl), com Umaiya b. Khalaf, e com Al Walid b. Mughira. Ele começou a debater com eles, aliciando-os para a discussão, para que pudessem aprender coisas sobre o Islam. Esperava obter deles uma resposta positiva, ou pelo menos que parassem de causar danos aos Crentes.

Enquanto ele estava envolvido naquela discussão, o Abdullah b. Umm Maktum foi ter com ele, desejando que ele recitasse um versículo do Alcorão.

“Ó Mensageiro de Deus, ensina-me o que Deus te ensinou”, ele implorou.

O nobre Profeta se afastou dele, tendo o rosto a expressar descontentamento, e voltou para o grupo de pessoas com as quais tinha estado conversando. Ele esperava conseguir a aliança deles para o Islam, coisa que iria reforçar a comunidade muçulmana, e dar-lhe prestígio aos olhos dos inimigos.

Ele terminou sua discussão, e apenas tinha tomado o caminho de casa, quando Deus fez com que se anuviasse a sua visão, e ele sentiu uma pontada na cabeça. Então Deus revelou-lhe Suas Palavras:

“Ele franziu o semblante e se afastou,
“Porque o cego com ele foi ter;

“Como podes saber? talvez tivesse vindo purificar-se.
“Ou prestar atenção, e beneficiar-se com a lembrança.
“Quanto àqueles que se têm na conta de auto-suficientes,
“Tu és todo atanção,
“Sendo que não é tua culpa se não se purificam.
“Porém, quanto àquele que vem ter contigo em sinceridade,
“Com o coração cheio de temor a Deus,
“Eis que não lhe dás atenção.
“Ora, esta é uma mensagem-lembrete,
“E aquele que desejar, lembrar-se-á dela.
“Está nas Escrituras, guardada com honra,
“Guardada em alta estima, e purificada,
“Nas mãos dos mensageiros,
“Que são nobres e de condutas retas.”

Esses são dezesseis versículos do Sagrado Alcorão, trazidos pelo Anjo Gabriel e ensinados ao abençoado Profeta. São dezesseis versículos, todos relacionados com o Ibn Umm Maktum, os quais têm sido recitados por incontáveis muçulmanos, desde aquele dia, até aos nossos tempos. Eles continuarão a ser recitados até ao final dos tempos, quando Deus irá herdar a terra, com tudo que nela está.

Do dia daquela revelação em diante, o abençoado Profeta passou a honrar o Ibn Umm Maktum, a dar-lhe o melhor assento, se o fosse visitar, e a atender-lhe as necessidades. Isso não é causa para espanto, pois o Próprio Deus havia repreendido o abençoado Profeta pelo seu tratamento dispensado ao Ibn Umm Maktum.

Quando a perseguição que os Coraixtas estavam infligindo aos muçulmanos atingiu o seu auge, o abençoado Profeta anunciou que Deus lhes havia ordenado empreenderem a hégira. Ibn Umm Maktum foi a primeira pessoa a ajudar a comunidade a dar aquele passo, pois foi para Yaçrib juntamente com Mussab b. Umayr, outro companheiro do abençoado Profeta. Quando chegaram à cidade, andaram por todo lado, recitando o Alcorão e orientando as pessoas acerca do Islam. Foram eles que conseguiram os primeiros convertidos do local, que eventualmente convidaram o Profeta (S) e os Crentes a empreenderem a hégira para a cidade deles, que conhecemos como Madina.

Quando o abençoado Profeta se estabeleceu em Madina, escolheu o Abdullah b. Umm Maktum e o Bilal b. Rabah para fazerem o chamamento à orações. Eles conclamavam a todos para a profissão de fé, cinco vezes ao dia, chamando os fiéis à oração, para as boas ações, e os encorajavam a procurar o sucesso por meio da adoração.

Revezavam-se, recitando, um, o azan (chamamento para a oração), e o outro, o icáma. (o erguer-se para a oração) Durante o mês de Ramadan, o povo de Madina acordava para a sua refeição da pré-madrugada com a voz de um deles, e parava de comer, observando o jejum que começava quando o outro proferia o chamamento. Bilal acordava as pessoas à noite para as orações, e o Ibn Umm Maktum esperava a oração da madrugada, jamais deixando do fazê-lo.

O abençoado Profeta tinha o Ibn Umm Maktum em tamanha alta estima, que o deixava encarregado dos assuntos de Madina quando necessitava fazer uma viagem. Uma dessas ocasiões foi quando os muçulmanos retomaram Makka.
Após a batalha de Badr, Deus revelou versículos do Alcorão ao abençoado Profeta, nos quais Ele falou acerca dos combatentes (mujahidun). Deus disse que aqueles que iam para a guerra (jihad) tinham um status mais elevado aos Seus olhos do que aqueles que ficassem para trás. A intenção da revelação era encorajar as pessoas a empreenderem o jihad e não ficarem em casa. O efeito desses veresículos sobre o Ibn Umm Maktum foi tal, que ele se viu privado da chance de participar do mérito da batalha. Foi ter com o abençoado Profeta, e disse:

“Ó Mensageiro de Deus, se eu fosse capaz, iria empreender o jihad!” Depois começou a dirigir súplicas a Deus, orando sinceramente para que Ele revelasse um versículo (aya) sobre o embaraço dele e daqueles como ele, dizendo:
“Ó Deus, Revela algo dizendo que eu estou excluído!”

Não demorou muito para que Deus respondesse as suas súplicas. Aconteceu que o abençoado Profeta estava sentado com o seu escriba, o Zaid b. Çabit, quando um torpor desceu sobre o Profeta (SAAS). Uma das suas pernas caiu sobre a perna do Zaid que, mais tarde, disse que parecia mais pesada que uma rocha. Então o Profeta (SAAS) voltou ao estado normal, e disse para o Zaid escrever:

“Os Crentes que ficam para trás não são do mesmo quilate daqueles que empreendem o jihad em prol de Deus...”

O Ibn Umm Maktum ficou de pé, e disse:

“Ó Mensageiro de Deus, e quanto àqueles que são incapazes de empreender o jihad?”

Ele mal havia terminado a pergunta, e o estado de transe voltou ao abençoado Profeta; e quando passou, ele pediu para o Zaid que lesse o que havia sido escrito, e ele leu:

“Os Crentes que ficarem para trás...” depois do que o Profeta disse:

“Acresceta isto: ‘e que não tiverem desculpas...’”

O desejo de Ibn Umm Maktum foi satisfeito por Deus, Que o livrou, bem como àqueles como ele, da culpa de não empreenderem o jihad. A despeito disso, sua ambição de ser prazeroso aos olhos de Deus não lhe permitia estar contente com o ficar em casa. Ele resolveu empreender o jihad, por causa do seu nobre espírito que só podia ser satisfeito com ações nobres. Daquele dia em diante, ele decidiu jamais estar ausente duma batalha, e até planejava o seu papel nela. Escolheu postar-se entre as fileiras, segurando o estandarte dos muçulmanos. Ele dizia:

“Segurá-la-ei e a manterei no lugar para vós, pois sou cego e sem capacidade para fugir.”

No 14º ano da hégira, o Ômar b. al Khattab planejava integrar os pagãos persas no país deles, e deixar esse país em aberto para os pregadores do Islam. Ele escreveu para os seus governadores, em todas as regiões:

“Enviai-me qualquer um e todos que tenham uma montaria, armadura ou arma, e apressai-vos!” Voluntários muçulmanos acorreram para Madina vindos de todos os quadrantes do Estado, sendo que um deles foi o Abdullah b. Umm Maktum.
O Al faruq Ômar deu ao Sad b. Waqqas o comando do exército, e se despediu dele.

Quando o exército chegou a Al Cadisiya, o Abdullah b. Um Maktum deu um passo à frente, usando uma vetimenta de armadura, e portando toda uma parafernália de armas. Tomou a seu encargo a tarefa de segurar o estandarte dos muçulmanos, e o proteger até à morte.

Os dois exércitos se entrechocaram ferozmente por três cruéis dias. A batalha foi a mais cruenta do que qualquer outra jamais testemunhada pela história. O terceiro dia revelou que Deus havia concedido aos muçulmanos uma estonteante vitória, e que o mais poderoso império do mundo havia sido derrubado. A mais longa linha de imperadores a governarem a terra tinha chegado ao fim e, com eles, a idolatria tinha chegado ao fim. O estandarte da crença num Único Deus foi erguido, para assim permanecer até ao final dos tempos.

O custo dessa vitória foi de centenas de mártires. Entre eles estava o Ibn Umm Maktum, que foi encontrado no campo de batalha, coberto de sangue, apertando contra o peito o estandarte do Islam.


Fonte: http://www.luzdoislam.com.br/default.asp?itemID=253&itemTitle=Abdullah%20b.%20Umm%20Maktum-- “


Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Companheiros da Caverna

"Tu pensas tu que os Companheiros da Caverna e da Inscrição foram algo extraordinário entre os Nossos Sinas? (Capítulo Al-Kahf – 18:9)

No 18° capítulo do Alcorão, denominado “Al-Kahf", que significa "A Caverna", é contado o episódio relativo a um grupo de jovens, que se tinha abrigado numa caverna para se esconder do governante que rejeitava Allah e praticava a opressão e a injustiça, particularmente para com os crentes. Os versículos relativos ao assunto são os seguintes:

Ou pensas tu que os Companheiros da Caverna e da Inscrição foram algo extraordinário entre os Nossos Sinas?Recorda de quando um grupo de jovens se refugiou na Caverna, dizendo:

Ó nosso Senhor, concede-nos a Tua misericórdia, e reserva-nos um bom êxito na nossa situação!

Então, Nós selamos-lhes os seus ouvidos, (adormecendo-os) durante um certo número de anos, na Caverna:

Depois acordámo-los, para verificar qual dos dois grupos melhor sabia calcular a quantidade de tempo que haviam permanecido ali.Narramos-te a sua história com a verdade:

Eram jovens crentes no seu Senhor, e guiamo-los:E fortalecemos os seus corações; e quando se ergueram, disseram:

Nosso Senhor é Senhor dos céus e da terra e jamais invocaremos nenhuma outra divindade em vez d'Ele; pois se o fizéssemos seria uma enorme insensatez!

Estes povos adoram outras divindades, em vez d'Ele, embora não lhes tenha sido concedida alguma autoridade evidente para tal.

Haverá alguém mais iníquo do que quem forja mentiras acerca de Allah?Quando virardes as costas ao que eles fazem e às coisas que adoram, em vez de Allah, refugiai-vos na Caverna:

Então, o vosso Senhor vos cobrirá com a sua misericórdia e vos reservará um feliz êxito no vosso emprendimento.E tu poderias ter visto o sol, quando se elevava, resvalar a Caverna pela direita e, quando se punha, deslizar pela esquerda, enquanto eles ficavam no seu espaço aberto. Este é um dos Sinais de Allah:

Aquele que Allah encaminhar estará bem encaminhado; mas aquele que Allah abandonar, jamais poderás achar-lhe protector que o guie (para o Caminho Correcto).(Se os houvesses visto), Julgá-los-ias despertos, apesar de estarem dormindo, pois Nós os virávamos, ora para a direita, ora para esquerda, enquanto o seu cão dormia, com as patas estendidas, na entrada da Caverna.

Se os tivesses observado de perto, decerto fugirias deles, apavorado.E eis que os despertamos para que se interrogassem entre si. Disse um deles:

Quanto tempo permanecestes (aqui)? Eles responderam: Permanecemos (talvez) um dia, ou parte de um dia.

Outros disseram: (Só) nosso Senhor sabe melhor do que ninguém o quanto permanecestes...

Enviai um de vós com seu dinheiro à cidade: que descubra a melhor comida (a comer) e que a traga, para (que possam) satisfazer a vossa fome com ela; que se comporte cuidadosamente e com cortesia, e que não informe vivalma a vosso respeito, Porque, se vos descobrirem, decerto apedrejar-vos-ão ou forçar-vos-ão a retomar o seu culto e, então, jamais alcançareis a vossa prosperidade.

Assim demos então a conhecer o seu caso às pessoas, para que pudessem estar cientes de que a promessa de Allah é verdadeira, e de que não existe lugar para dúvidas relativamente à Hora do Juízo.

E quando os habitantes da cidade discutiram este caso, entre eles disseram: Construí um edifício sobre eles; o seu Senhor sabe melhor o que lhes diz respeito. Aqueles que venceram na argumentação disseram:

"Construí um local de culto, por cima da Caverna.

Alguns diziam que eram três, sendo o cão o quarto elemento; outros diziam que eram cinco, e o cão o sexto, fazendo palpites ao acaso; e outros, ainda, diziam que eram sete, sendo o cão o oitavo elemento.

Dize: "O meu Senhor conhece melhor do que ninguém o seu número e só poucos o conhecem!

Assim, não discutas, pois, a respeito disto, a menos que seja de um modo claro, e não inquiras, sobre eles, ninguém.Nem digas, do que quer que seja, "Amanhã farei isto e isto", sem acrescentar, "Se Allah quiser!" e recorda o teu Senhor, quando te esqueceres, e dize:

É possível que o meu Senhor me guie para o que está mais próximo da verdade.E eis que permaneceram na sua Caverna trezentos anos.Dize-lhes: Allah sabe melhor do que ninguém quanto tempo lá passaram, porque é Seu o mistério dos céus e da terra. Quão claramente Ele vê, quão facilmente Ele escuta (tudo)! Eles não têm outro protector que não Ele, e nem Ele partilha com ninguém a Sua governação>>.(Capítulo Al-Kahf – 18:9-26)

De acordo com a crença generalizada, os Companheiros da Caverna, elogiados tanto pelas fontes Islâmicas como pelas Cristãs, foram sujeitos à cruel tirania do Imperador Romano Decius. Face à opressão e injustiça de Decius, estes jovens avisaram, por diversas vezes, o seu povo para que não abandonasse a religião de Allah. A indiferença do seu povo perante a sua transmissão da mensagem, o aumento da opressão por parte do imperador e as ameaças de morte de que foram alvo, conduziram-nos a abandonar os seus lares.
Como comprovam os documentos históricos, nessa época muitos eram os imperadores que implementavam e executavam políticas de terror, opressão, e injustiça para com os crentes que defendiam o antigo Cristianismo na sua forma original.

Numa carta escrita pelo Governador Romano Pilinius (69-113 D.C.), que estava no noroeste da Anatólia, ao Imperador Trayanus, são referidos "os companheiros do Messias (os Cristãos) que foram punidos por se recusarem a adorar a estátua do Imperador".

Esta carta é um dos mais importantes documentos relativos à opressão sofrida pelos antigos Cristãos nessa época. Sob semelhantes circunstâncias, estes jovens, a quem tinha sido ordenado que se submetessem a um sistema não religioso ou a um imperador no lugar de Allah, não aceitaram a ordem e disseram:

Nosso Senhor é Senhor dos céus e da terra e jamais invocaremos nenhuma outra divindade em vez d'Ele; pois se o fizéssemos seria uma enorme insensatez! Estes povos adoram outras divindades, em vez d'Ele, embora não lhes tenha sido concedida alguma autridade evidente para tal. Haverá alguém mais iníguo do que quem forja mentiras acerca de Allah?

(Capítulo Al-Kahf – 18:14-15)
No que diz respeito à região onde os Companheiros da Caverna viveram, existem diversas teorias. A mais razoável de entre elas aponta para o Efêso e Tarso.
Quase todas as fontes Cristãs mostram o Efêso como a localização da Caverna onde estes jovens crentes se abrigaram. Alguns investigadores Muçulmanos e os intérpretes do Alcorão concordam com os Cristãos relativamente ao Efêso. Outros explicaram detalhadamente o porquê da região em questão não poder ser essa, tentando provar que o acontecimento teve lugar no Tarso. Neste estudo, lidaremos com ambas as possibilidades. Contudo, todos esses investigadores ─ incluindo os Cristãos ─ afirmam que o evento teve lugar no tempo do Imperador Romano Decius (também chamado Decianus), por volta do ano 250 D.C.. Decius, lado a lado com Nero, é conhecido por ter sido o Imperador Romano que exerceu a mais severa tortura sobre os Cristãos. Durante o seu curto reinado, fez passar uma lei que obrigava toda a gente sob a sua alçada a oferecer um sacrifício aos Romanos. Todos eram obrigados a oferecer um sacrifício a estas divindades, e exibir um certificado de aprovação comprovativo deste acto, para ser examinado pelos funcionários do estado. Aqueles que não obedecessem a esta regra seriam executados. Nas fontes Cristãs encontra-se escrito que a grande maioria dos Cristãos evitou cometer este acto idólatra fugindo de "cidade em cidade", ou refugiando-se em abrigos secretos. Os Companheiros da Caverna eram, com grande probabilidade, um grupo respeitador de entre estes primeiros Cristãos.

O nome do Imperador que reinava na altura em que os Companheiros da Caverna despertaram do seu longo sono é Tezusius, de acordo com os investigadores Muçulmanos, enquanto que é Teodósio II segundo Gibbons. Este Imperador governou entre 408 e 450 D.C., depois do Império Romano se ter convertido ao Cristianismo. Referindo-se ao versículo abaixo indicado, em alguns comentários é dito que a entrada da Caverna está virada para norte, daí que a luz do sol não pudesse penetrar no seu interior. Também assim quem passasse pela caverna não poderia vislumbrar de todo o seu interior. O versículo do Alcorão relacionado com o assunto informa-nos:

E tu poderias ter visto o sol, quando se elevava, resvalar a Caverna pela direita e, quando se punha, deslizar pela esquerda, enquanto eles ficavam no seu espaço aberto. Este é um dos Sinais de Allah:

Aquele que Allah encaminhar estará bem encaminhado; mas aquele que Allah abandonar, jamais poderás achar-lhe protector que o guie (para o Caminho Correcto). (Capítulo Al-Kahf – 18:17)

A segunda localização apresentada como o local onde os Companheiros da Caverna haviam vivido é Tarso.

Na realidade aí existe uma caverna em tudo semelhante à que é descrita no Alcorão, que se situa numa montanha conhecida como Encilus ou Bencilus, no noroeste de Tarso.

A ideia de Tarso é a teoria defendida por muitos estudiosos Islâmicos. Um dos mais importantes intérpretes do Alcorão, At-Tabari, indicou o nome da montanha onde se localizava a caverna como sendo "Bencilus", na sua obra intitulada Tarikh-al Umam, e acrescentou que esta se encontrava em Tarso. (47)

Igualmente, outro famoso intérprete do Alcorão, Mohammed Emin, afirma que o nome da montanha é "Pencilus" e que era em Tarso. O nome pronunciado "Pencilus" pode por vezes ser dito "Encilus". Segundo ele, a diferença entre as palavras deve-se à pronúncia diferente da letra "B" ou à perda de uma letra da palavra original, caso conhecido como "abrasão histórica de palavras". (48)

Fakhruddin ar-Razi, outro bem conhecido estudioso do Alcorão, explica na sua obra que "apesar de se chamar a este local Efêso, a intenção básica é dizer Tarso, pois Efêso é um dos nomes de Tarso." (49)

De igual modo, nos comentários de Qadi al-Baidawi e an-Nesafi, al-Jalalayn e at-Tibyan, nos de Elmaly e O. Nasuhi Bilmen, assim como muitos outros estudiosos, este lugar é especificado como "Tarso". Para além disso, todos estes intérpretes explicam a frase no 17° versículo, "o sol, quando se elevava, resvalar a Caverna pela direita e, quando se punha, deslizar pela esquerda," dizendo que a entrada da caverna se encontrava virada a norte. (50)

A residência dos Companheiros da Caverna foi igualmente assunto de interesse na época do Império Otomano, e algumas pesquisas foram efectuadas sobre a questão.

Existe uma série de correspondência e troca de informações a respeito do assunto nos Arquivos Otomanos do Prime Ministry.

Por exemplo, numa carta enviada ao Tesoureiro Superior do Estado Otomano pela administração local de Tarso, existe um pedido formal com uma mensagem anexa, notificando o seu desejo de pagar um salário às pessoas que se encarregavam da limpeza e manutenção da caverna de Ashab-y Kehf (companheiros da caverna).

Em resposta a esta missiva, fora afirmado que para se poder proceder ao pagamento destes salários, revelava-se indispensável averiguar se este era realmente o local onde residiram os companheiros da caverna.

As pesquisas efectuadas para semelhante propósito foram extremamente úteis na determinação da localização da caverna.

- "Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações. Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Deus do universo. Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Deus).

Fonte: http://www.luzdoislam.com.br/

Zaid al Khair

"Tens duas qualidades que são apreciadas por Deus e pelo Seu Profeta: deliberação e paciência" (dizer do abençoado Profeta).
O abençoado Profeta costumava dizer que as qualidades básicas das pessoas são tão duradouras quanto o metal: a melhor das pessoas, dos tempos da ignorância tornam-se os melhores muçulmanos.

Neste capítulo há dois retratos de um dos Companheiros. Um retrato dele é do tempo da ignorância (Jahiliya ), e o outro é de depois que ele aceitou o Islam.
Esse Companheiro era conhecido como Zaid al Khail1, no tempo da Jahiliya, e o abençoado Profeta o renomeou Zaid al Khair2, após ele aceitar o Islam. A primeira descrição dele pode ser encontrada nas antologias da antiga literatura, contada por Al Chaybani, sob a autoridade de um dos velhos da tribo dos Banu Amir.

Os Banu Amir estavam passando por um ano de seca na qual estavam a perder suas colheitas e o seu gado. Um homem pegou sua família e com ela viajou, deixando a tribo, para Al Hira, onde a deixou, dizendo que aí ficasse até que ele voltasse para a pegar. Ele jurou que não iria voltar até que não conseguisse algum dinheiro, ou então iria morrer, na lida.

_Pegou alguma provisão, e se pôs a caminho, a pé. Viajou por todo um dia e, quando a noite caiu, ele se achou defronte a uma tenda; amarrada ali por perto, encontrou um potro. Dizendo a si mesmo que havia encontrado o primeiro tesouro, ele soltou o potro, e estava pronto para o montar, quando ouviu uma voz que disse:

"Deixa-o aí, e corre, se quiseres viver!" Então ele o deixou, e continuou a viagem. Depois de haver caminhado por sete dias, chegou a um lugar onde havia uma cocheira de camelos. Perto dali, viu uma enorme tenda com a cúpula feita de couro, o que queria dizer que os seus donos deveriam ser ricos, e deviam ter um grande número de camelos.

Ele se chegou perto da tenda, e olhou para dentro dela; viu um velho sentado, com as costas voltadas para ele. Ele fez por esgueirar-se para dentro dela, e se sentou atrás do velho, que nem o notou.

Era quase o pôr do sol e, tão logo escureceu, um homem chegou num cavalo. Era o mais corpulento homem que ele já vira na vida, montando um também corpulento cavalo de guerra. Flanqueando-o, estavam dois escravos a pé, e seguindo-os havia uma centena de camelas, dirigidas por um camelo. O camelo ajoelhou-se, e as fêmeas fizeram o mesmo, rodeando-o.

O cavaleiro disse para um dos seus escravos que ordenhasse uma das camelas, apontando para uma grande e gorda, e lhe disse para dar leite ao velho. O escravo ordenhou a camela e encheu uma tigela, a qual colocou na frente do velho, antes de ir embora. O velho tomou um ou dois goles do leite, deixando o resto. O intruso se arrastou, no escuro, até à tigela, da qual bebeu até a última gota. Quando o escravo voltou, viu que o leite havia acabado, e disse ao seu amo que o velho tinha bebido tudo.

Contente, o cavaleiro apontou para uma outra camela, e disse para o escravo que a ordenhasse, e desse o leite para o velho. O escravo obedeceu, e o velho mais uma vez tomou da tigela mais um par de goles. Dessa vez, o intruso bebeu só a metade do leite, pois temeu que se ele bebesse tudo, iria levantar a suspeita do cavaleiro. Este ordenou ao outro escravo que abatesse uma ovelha, a qual ele próprio preparou e assou. Então ele deu manualmente a carne ao velho, até que ficasse satisfeito. Depois daquilo, ele e seus escravos se serviram da carne. Depois foram dormir e, não demorou muito para que estivessem roncando, dormindo a sono solto.

Naquele ponto, o intruso saiu do seu esconderijo e foi até ao camelo, o qual ele desamarrou e montou. O camelo se pôs de pé, e começou a andar, e todas as camelas o seguiram. O ladrão viajou toda a noite. Quando rompeu a manhã, ele olhou em torno e se certificou de que ninguém estava a segui-lo. Continuou, até que o sol estava bem acima do horizonte, quando cismou de olhar atrás dele. À distância, lobrigou algo que primeiramente parecia uma águia vindo em direção a ele. Quando se aproximou, ele constatou que era um cavaleiro; e, quando chegou mais perto, viu que era o dono dos camelos.

Parando e desmontando, ele amarrou o camelo, e se posicionou entre o cavaleiro e a cáfila. Depois tirou um flecha da sua aljava, e a colocou no seu arco. O cavaleiro parou onde estava, à distância, e gritou para ele:

"Desamarra o camelo!"

"Nunca", respondeu o ladrão, "porque tenho minhas esposas e meus filhos a morrerem de fome, em Al Hira, e jurei que não voltaria a eles se não levasse dinheiro, ou morreria tentando."
O cavaleiro disse para ele:

"Matar-te-ei se não desamarrares o camelo, ínfima criatura!"
"Jamais", respondeu o ladrão.


"Maldito sejas, seu tolo imprudente!" disse o homem.

Apontando para uma das rédeas do camelo, o cavaleiro disse para o ladrão que escolhesse um dos três nós. Ele escolheu o do meio, e o cavaleiro atirou uma flecha dentro dele, tão facilmente como se a tivesse posto com a mão. O ladrão se conscientizou de que não teria a menor chance contra tal habilidade, e se rendeu.

O cavaleiro foi até ele, tomou dele o arco e a espada, e lhe disse que montasse na garupa do cavalo; ele assim fez, e o cavaleiro lhe perguntou:

"Que pensas que irei fazer contigo?"

"Provavelmente, algo terrível", respondeu o ladrão.

"Por que?" perguntou o cavaleiro.

"Por causa do que fiz a ti", disse o ladrão, "e por causa do distúrbio que te causei"
O cavaleiro lhe disse:

"Como pensas que te causarei dano, depois que compartilhaste da comida e bebida com Muhalhil, meu pai, e passaste a noite com ele?", dando a conhecer que estivera ciente da estada do intruso, na noite anterior, e não havia objetado a sua presença.

Quando o ladrão ouviu o nome Muhalhil, ficou atônito, e perguntou:

"Será que tu és o Zaid al Khayl?"

O cavaleiro disse que era, e o ladrão lhe implorou que o tratasse com misericórdia. Zaid al Khayl lhe garantiu que não o iria injuriar, e o levou consigo de volta para o acampamento. Quando chegaram ao destino, o Zaid al Khayl, que era famoso por sua generosidade, disse para o prisioneiro:

Se esses camelos fossem meus, eu tos daria, mas acontece que eles pertencem a uma das minhas irmãs. Então, fica conosco como nosso convidado por uns dias. Logo irei sair numa incursão, e espero trazer alguns despojos."

Três dias depois, ele executou uma incursão sobre a tribo dos Banu Numayr, e trouxe consigo quase uma centena de camelos. Ele os deu ao seu prisioneiro, a quem mandou de volta para Al Hira com dois guardas-costas para o proteger.

Esse é o retrato de Zaid al Khail, como era na Jahiliya, mas o seu retrato, como muçulmano, é encontrado em outro lugar, nas histórias da vida do abençoado Profeta.

Quando as notícias sobre o abençoado Profeta alcançaram o Zaid al Khail, e ele ouviu alguns dos ensinamentos sobre o Islam, decidiu visitar Madina e ver o abençoado Profeta por si mesmo. Preparou sua montaria, e convidou os chefes da sua tribo para se juntarem a ele. Um grande número de líderes de Tay o acompanhou, incluindo o Zurr b. Sadus, o Málik b. Jubayr, e o Amir b. Juwayn.

Quando a viagem deles terminou, fizeram seus camelos parar no portão da mesquita, e desmontaram. Aconteceu que quando eles entraram, o abençoado Profeta estava fazendo um khutba3 para os muçulmanos. Ficaram impressionados com o que ele estava dizendo, e surpresos por verem o quão apegados a ele os muçulmanos estavam, e quão seriamente o ouviam, e como ficavam afetados pelo discurso dele.

Quando o abençoado Profeta divisou os visitantes, continuou o seu discurso, dizendo:

"Sou melhor para vós do que Al Uzza e do que tudo o que cultuais, até mesmo os camelos negros que glorificais em vez de Deus", referindo-se aos seus visitantes beduínos.

Alguns deles não reagiram à verdade, e quiseram ouvir mais. Os outros foram embora, em arrogância; de sorte que alguns deles escolheram o Paraíso, ao passo que outros, o Fogo do Inferno.

O homem chamado Zurr b. Sadus viu como o Profeta (S) lá estava, rodeado pelos crentes cujos olhos exprimiam o amor que tinham por ele. Seu coração se encheu de inveja e temor, e ele disse para aqueles que estavam com ele:

"Esse homem irá tornar-se o mestre de todos os árabes; juro que não permitirei que ele seja o meu mestre!"

Ele partiu para a Síria, onde raspou a cabeça e se tornou cristão.

Zaid e outros reagiram diferentemente. Tão logo o Profeta (S) terminou o seu khutba, Zaid juntou-se à multidão de muçulmanos. Era um dos homens mais formosos e, definitivamente, o mais alto; quando montava num cavalo, seus pés arrastavam no chão como se estivesse montando um burrinho. Lá estava ele, sobressaindo-se por sobre os outros, ao dizer, com sua poderosa voz:

"Ó Mohammad, presto testemunho de que não há outra divindade além de Deus, e de que tu é o Mensageiro de Deus."

O abençoado Profeta se aproximou dele e perguntou:

"Quem és tu?"

"Sou o Zaid al Khail b. Muhalhil", ele respondeu.

"Irei chamar-te de Zaid al Khair, em vez de Zaid al Khail", disse o abençoado Profeta. "Louvado seja Deus Que te trouxe de tal distância, e abriu o teu coração para o Islam!"

Desde àquela hora, ele passou a ser conhecido como Zaid al Khair.

Pouco depois o abençoado Profeta levou-o para a sua casa, juntamente com o Ômar b. al Khattab e uma porção de Companheiros. Quando entraram e tomaram seus assentos, o abençoado Profeta pôs uma almofada perto do Zaid para que ele nela se reclinasse.

Zaid a recusou, apesar da repetida insistência do Profeta (S), pois achava que seria falta de respeito reclinar-se na presença do Profeta (S). Quando todos estavam confortáveis, o abençoado Profeta disse:

"Ó Zaid, toda vez que eu ouço tecerem louvores a alguém, antes que com ele me encontre, vejo que o encontrar-me com ele é desapontador. Tu és a primeira pessoa que eu encontro que condiz com todas as descrições que fornecem de ti. Tu possuis duas qualidades que são apreciadas por Deus e pelo Seu Profeta."

"E quais são elas, ó Mensageiro de Deus?"

"Deliberação e paciência."

Zaid disse:

"Louvado seja Deus que me proporcionou isso que Ele e o Seu Mensageiro apreciam. Ó Mensageiro de Deus, dá-me trezentos cavaleiros, e eu te garanto que irei atacar e derrotar os bizantinos."

O abençoado Profeta, impressionado pela energia do outro, disse:

"Quanto bem há em ti, ó Zaid! Quanto homem és!"

Naquele ponto, todos os que tinham acompanhado o Zaid na sua viagem anunciaram a sua aceitação do Islam. Quando se preparavam para voltar à sua terra-natal, o abençoado Profeta compareceu para dizer adeus ao Zaid. Ao vê-lo partir, disse:]

Que homem! Se não fosse pela febre que grassa em Madina, ele poderia conseguir grandes coisas!"

Naquela ocasião, havia uma febre que se alastrava por toda Madina e, logo depois que o Zaid al Khair deixou a cidade, começou a mostrar os sintomas dela. Ele disse para aqueles com os quais estava viajando:

"Vamos evitar passar pelas terras dos Banu Cais. Nós costumávamos suster guerras tribais com eles, coisa que mostrava a estupidez da época da Jahiliya. Não desejo encontrar-me com Deus com o pecado da luta sobre meus ombros."


Zaid al Khair continuou sua viagem rumo à sua terra-natal, em Najd, embora estivesse ficando mais fraco a cada hora por causa da febre. Ele queria alcançar suas gentes, e ser aquele que iria registrar a boa ação de as converter ao Islam. Ele estava disputando com a morte, mas foi uma disputa em que esta o sobrepujou. De modo que exalou o seu último suspiro enquanto ainda em viagem. Morreu puro, uma vez que não houve tempo, entre a sua conversão e sua morte, para que cometesse nenhum pecado.

"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24Salam,

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações. Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Deus do universo. Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Deus).

Fonte: http://www.luzdoislam.com.br/

domingo, fevereiro 22, 2009

A Barba

Infelizmente muitos muçulmanos hoje em dia falham em reconhecer a importância da barba achando que ela é apenas uma ''sunnah''. Deixar crescer a barba está longe de ser apenas um ato recomendável, os 'ulamá (sábios) concordam que deixá-la crescer é obrigatório e cortá-la é haraam. Este veredito é baseado em inúmeros ahadith do Profeta (salla Allahu 'alaihi wa Salam) e também no hábito de seus companheiros; tal é a importância que eles atribuiam que eles consideravam aqueles que cortavam as barbas como sendo efeminados, imitadores das mulheres e não aceitavam seus testemunhos.

Hoje nós vemos muslims que raspam ou cortam a barba e deixam crescer os bigodes, fazendo exatamente o oposto da ordem Profeta (salla Allahu 'alaihi wa Salam) prefirindo seguir a moda dos incrédulos. Que Allah nos permita reconhecer a importância desta matéria e nos permita obedecer seu Mensageiro (salla Allahu 'alaihi wa Salam).
Segue abaixo um poema bem humorado traduzido do inglês, feito por um irmão da Inglaterra sobre a barba. "Eu fui jantar no salão da residência universitária um dia no ano passado quando duas irmãs começaram a rir de mim, eu tinha um resto de comida preso na minha barba, elas começaram inocentemente a rir da minha barba dizendo que ela era desarrumada, inatural e anti-higienica, pouco elas sabiam da ira que eu senti como resultado disso eu canalizei essa ira, liberando minha raiva através da minha caneta e assim foi produzido esse poema.. Eu recitei esse poema na Universidade de Leicester no dia da celebração do Eid e foi recebido com muitas risadas e aclamação - alhamdulillah. Devido a demanda popular e aos muitos requerimentos eu decidi digitar esse poema e mandar por email para os meus amigos no Islam. Deixe-me lembrar a todos para não ficarem ofendidos ja que isso não é uma fatwa - somente um poema que foi produzido espontaneamente como resultado dessa experiencia desafortunada." Tushar (12th March 2001]


A Beleza da Barba! por Br Tushar Imdad-ul-Haque Bhuiya

"Glorificado seja Aquele que embeleza as mulheres com longas mechas de cabelos
E Homens com longas barbas
Há beleza na barba
Ah sim, há beleza na barba!
Quando o leão ruge todos os animais se submetem
Pois o leão é o rei da selva
O leão com sua gloriosa juba
E um homem Muslim cresce sua juba com orgulho
Mostrando ao resto da humanidade que ele deve ser respeitado
Será que alguém poderia imaginar um leão sem sua juba?
Não, vós não podeis!
Então imaginem um homem sem sua barba
Ai das mulheres mundanas que zombam das barbas!
Desejando maridos com faces raspadas
Ai das mulheres que zombam da Sunnah do Profeta
Em nome da higiene, asseio e textura lisa
Verdadeiramente as mulheres mundanas não podem gostar da barba
Mas aquela que deseja o Paraíso ama a barba!
A barba é um presente dado ao homem
Algo que só ele pode crescer; uma mulher nunca poderá!
Quando ele pensa, ele gentilmente passa a mão;
Quando ele come; ela estoca comida;
Quando ele está com crianças, elas brincam com ela com vontade;
Quando ele está com sua esposa, ela a acaricia com amor;
Quando o inimigo a vê, o temor é sentido por seus corações!
Ah! Com certeza há beleza na barba
Todos os Profetas tinham barbas - sim eles tinham!
O Profeta Muhammad tinha barba - tão grande! tão grande!
Todos os companheiros tinham barbas - ó sim! ó sim!
Todos os sábios tinham barbas - eu sei! eu sei!
Todos os eruditos têm barbas - é verdade! é verdade!
Todos os piedosos têm barbas - veja só! veja só!
Todos os Muslims tem barbas!? - Ah se! Ah se!
Quem não tinha barbas? Os kafirun!
Quem tinha faces raspadas? Os kafirun!
Quem crescia os bigodes? Os kafirun!
"E o que o nosso Profeta ordenou?" Eu aqui lhe pergunto
Ele nos ordenou a deixar crescer a barba e a aparar o bigode!
Deixar crescer a barba e aparar o bigode!
Que razão maior que essa poderia existir
O fato que nosso Profeta nos disse
Que nós deveríamos nos mostrar para o mundo
Como homens de barba completa com honras incontáveis
Ó irmão muslim! Porque você deseja se parecer com uma mulher
Quando seu abençoado pêlo facial é a diferença entre você e o sexo oposto?
Ó pobre irmão Muslim! Porque você imita o kaafir
Ao invés de seguir o Profeta do Islaam?
Ó tola irmã muslimah! Porque você é tão cega?
Enfeitiçada pelos atores de Hollywood que não tem raciocínio!
Ó infeliz irmã! Você não está assustada com sua escolha
Você prefere ter um macaco efeminado ao invés de um exaltado gorila másculo!
Então certamente eu amo minha barba
E amo os caracóis e pêlos entrelaçados
Que nenhum óleo, gel ou supercola poderiam esticar
Minha gloriosa longa, encaracolada, desarrumada e fofa barba!
Um local de brincadeiras para as crianças;
A inveja dos malaios
E a amada por Allah!
Eu posso ser rejeitado por mulheres mundanas por causa deste pêlo na minha face
Mas quem liga! Pois minha mãe a ama e ela põe todas essas irmãs em desgraça!
Sejam pacientes irmãos Muslims, que rejeitam um visual da moda por uma aparência profética
Paraíso com as Huris de olhos amendoados é nossa morada final!!!!"
Tushar Abu Hurayrah narrou que o governante do Iêmen, nomeado pelo imperador persa Kisra, enviou dois emissários ao Profeta (salla Allahu 'alaihi wa Salam)). Quando chegaram ante ele, advertiu-os que tinham raspado a barba e deixado crescer o bigode. Odiando a aparência feia deles, virou sua face e disse: “Oh homens, quem lhes disse para fazer isso?” Eles responderam: “Nosso amo (Kisra)!”. O Mensageiro (salla Allahu 'alaihi wa Salam) disse: “Mas meu Senhor, Exaltado e Glorificado seja Ele, me ordenou que poupasse a barba e apare o bigode.” [Registrou por Ibn Jarir at-Tabari, Ibn Sa’d e Ibn Bishran. Verificado como hasan (bom) por al-Albani (Fiqh us-Sirah de al-Ghazali p. 359)] Ibn ‘Umar (que Allah esteja comprazido com ele) narrou que o Mensageiro de Allah (salla Allahu 'alaihi wa Salam)) disse: “Aparem o bigode, mas deixem crescer a barba.” [Al-Bukhari, Muslim e outros]. A’ishah relatou que o Mensageiro de Allah (salla Allahu 'alaihi wa Salam)) disse disse: “São dez as condições da fitrah: aparar o bigode, deixar cerscer a barba, usar o siwak para escovar os dentes, inalar água para limpar o nariz e enxaguar a boca, cortar as unhas, o lavar as juntas dos dedos, depilar os pêlos das axilas, raspar os pêlos púdicos, o lavar as partes íntimas com água, e a circuncisão”. [Muslim, Abu Dawud, Ahmad, Ibn Abi Shaybah, e outros. Sahih ul-Jami nº.: 2222] Todos os profetas (alaihis-salam), os Sahabahs (companheiros do Profeta), os grandes “ulama”, e os Salafs (muçulmanos exemplares) da Ummah (Nação) deixavam crescer a barba. Não existe nenhum relato que diga que algum deles se barbeava. Por exemplo, Allah nos disse que o profeta Araão (alaihis-salam) se dirigiu ao seu irmão Moisés (alaihis-salam) da seguinte maneira: (Araão) disse: “Ó filho de minha mãe! Não me apanhes nem pela barba nem pela cabeça. Por certo receei que dissestes: ‘Causaste separação dos filhos de Israel, e não observaste meu dito!” [Ta-ha 20: 94] Além disso, existem relatos autênticos que indicam que os Califas probos, como também outros sahabahs e tabi’in tiveram grandes barbas. Abu Bakr tinha uma barba grossa [Qut ul-Qulub 4: 9], Umar tinha também uma importante barba [Al-Isabah 2: 511], Uthman tinha uma barba grande [Al-Isabah 2: 455], e a barba de Ali era tão larga que ocupava o espaço entre seus ombros [At-Tabaqat (3: 25) de Ibn Sa’d].

Portanto, raspar a barba é claramente um desvio do caminho dos crentes.

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações. Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Allah(SW) do universo. Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).

"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24

Quanto à Modéstia, suas Virtudes e Como Desenvolvê-la

Ibn Omar (R.A.A), reatou que o Mensageiro de Deus (s) passou por um homem dos ansar que estava aconselhando o irmão à não ser muito modesto ou acanhado. O Profeta (s) disse: "Deixa-o, uma vez que a modéstia e o acanhamento fazem parte da fé". (Bukhari e Muslim)Imran Ibn Hushain (R.A.A.), relatou que o Mensageiro de Deus (s) disse: "O pudor e o recato nada podem ocasionar senão o bem". (Bukhari e Muslim)Abu Huraira (R.A.A.) contou que o Mensageiro de Deus (s disse:"A fé de sessenta ou de setenta e tantos graus; o mais sublime deles é o testemunho de que não há outra divindade além de Deus; e o menor é o ato de se retirar os obstáculos do caminho. Contudo, sabei que o pudor e o recato constituem uns dos graus da fé". (Bukhari e Muslim)Abu Said al Kudri (R.A.A.) narrou que o Mensageiro de Deus (S) tinha mais pudor e acanhamento que uma virgem na noite de suas bodas nos seus aposentos. Por isso, dávamo-nos conta de qualquer coisa se que o desgostasse. (Bukhari e Muslim)O Respeito aos Pactos, e o Cumprimento das PromessasDeus, louvado seja, disse: "Cumpri o convencionado, porque o convencionado será reivindicado". (17:34)E, louvado seja, disse também: "Cumpri o pacto com Deus se o houverdes feito". (16:91)E, louvado seja, disse mais: "Ó crentes, cumpri com vossas obrigações". (5:1)E, louvado seja, disse mais ainda: "Ó crentes, por que dizeis o que não fazei? É enormemente odioso perante Deus, dizerdes o que não fazeis". (61: 2-3)Abu Huraira (R.A.A.) narrou que o Mensageiro de Deus (s) disse: "O hipócrita será reconhecido por três instâncias: quando conta algo, mente; quando se compromete com algo, não cumpre, e quando nele se confia, trai a confiança". (Bukhari e Muslim)Abdullah Ibn Amr al Aas (R.A.A.), relatou que o Mensageiro de Deus (s) disse: "Existem quatro características (para se conhecer a hipocrisia); quem as tiver será um autêntico hipócrita, e quem tiver só uma delas terá a característica de hipocrisia, até que a abandone: Caso se confie nele, trai a confiança; se contar algo, mente, se faz um pacto, viola-o; e se tem alguma diferença com alguém, age com perversidade". (Bukhari e Muslim)Jáber (R.A.A.) contou que em certa ocasião, o Profeta (s) lhe disse: "Se tivesse chegado o capital vindo de Bahrain, ter-te-ia dado tanto e tanto". Porém, o Profeta (s) morreu antes que o provento chegasse. Quando o tal provento chegou a Madina, Abu Bakr (R.A.A.) fez o chamamento: "Que nos venha ver aquele a quem o Mensageiro de Deus (s) lhe haja prometido algo, ou que com ele tinha divida". Assim, foi vê-lo, e lhe contou que o Profeta (s) lhe havia dito isto e aquilo. Então Abu Bakr pegou umas moedas com ambas as mãos e lhas entregou. Contou-as, e viu que eram quinhentos dirhams. Em seguida, Abu Bakr disse a Jáber: "Toma! É o dobro do prometido". (Bukhari e Muslim)

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações. Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Deus do universo. Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Deus).

"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Fonte: Livro Riadusallihin (Oásis dos Virtuosos)

Oração (SALAT)

A oração é a primeira das adorações instituídas por Deus no Islam. E tamanha é a sua importância que foi a única que não foi transmitida ao profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), através do arcanjo Gabriel aqui na terra. A sua transmissão se deu no céu, feita diretamente por Deus ao Seu Mensageiro, nos eventos conhecidos como Al Isrá (A viajem noturna) e Al Miráj (A ascensão).
A oração é citada no Alcorão mais de 117 vezes, a sua finalidade está expressa neste versículo.
"Sou Deus. Não há divindade além de Mim ! Adora-Me, pois, e observa a oração, para celebrar o Meu nome." (Alcorão Sagrado 20:14)
A obrigatoriedade da oração veio expressa tanto no Alcorão como na Sunnah.
"A oração é uma obrigação prescrita aos crentes, para ser cumprida em seu devido tempo." (Alcorão Sagrado 4:103)
A forma de fazê-la nos foi passada pelo profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), através da Sunnah. Disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):
"Orai como me vistes orando."
A oração é considerada a base fundamental da religião. Disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):
"Para o muçulmano cair na heresia e no ateísmo, basta somente que ele deixe de cumprir as orações."
Deus instituiu cinco orações diárias obrigatórias, onde o muçulmano estabelece um elo, uma ligação direta entre ele e Deus, sem a necessidade de intermediários para isto, onde ele expressa a sua gratidão e amor a Deus, fortificando, dessa forma, o coração, o corpo e o espírito.
A oração islâmica é um conjunto perfeito, onde o muçulmano alcança diversos benefícios, na parte espiritual, ele alcança paz de espírito elevando-o, na parte física, ele realiza um exercício diário, através dos seus movimentos, beneficiando com isso o seu corpo e é um estimulo à utilização da sua razão, a partir do momento em que tem que saber o que diz na oração, raciocinando em cima dos versículos que são recitados na oração.
Logo, o muçulmano que pratica as cinco orações diárias está reforçando, cinco vezes ao dia, a crença sobre a qual repousa a sua fé, pois a prática da oração é um dos maiores sinais de fé, e a prova mais óbvia da gratidão a Deus pelas Suas incontáveis graças.
Nesses momentos, o muçulmano é relembrado de que Deus o esta observando e ao seu comportamento diário, assim, ele procurarará afastar-se de tudo aquilo que é ilícito e fazer tudo aquilo que agrada a Deus.
"Recita o que te foi revelado do Livro e observa a oração, porque a oração preserva o (homem) da obscenidade e do ilícito; mas, na verdade, a recordação de Deus é o mais importante. Sabei que Deus está ciente de tudo quanto fazeis." (Alcorão Sagrado 29:45)
"Amparai-vos na perseverança e na oração. Sabei que ela (a oração) é carga pesada, salvo para os humildes, Que sabem que encontrarão o seu Senhor e a Ele retornarão." (Alcorão Sagrado 2:45-46)
Nós devemos ter sempre em mente que Deus não precisa da nossa oração, porque Ele está livre de qualquer necessidade. Nós, pelo contrário, é que precisamos dela pois ela nos traz inúmeros benefícios, como os já vistos, além de vários outros, como o de estar imprimindo a organização, a disciplina, a perseverança e a ordem na nossa vida.
A oração nos treina todas as virtudes que tornam possível o desenvolvimento de uma pessoa feliz, proporcionando-nos equilíbrio e paz interior.
Logo, podemos verificar o estímulo à oração feita em grupo, onde os muçulmanos ficam alinhados em fileiras, simbolizando com isso a igualdade que prevalece entre todos quando estão diante de Deus, não havendo diferenças entre o rico e o pobre, o negro e o branco, nem privilégios do governante para o governado.
Além do mais, faz com que os muçulmanos se reencontrem pelos menos cinco vezes ao dia, fortificando, com isso, os laços de amizade, por exemplo, ao constatarem a ausência de alguém que costuma ser assíduo nessas orações, procuram-no para verificar se está doente ou necessitando de algo.
Embora a oração seja aceita por Deus em qualquer lugar, como nas nossas casas, local de trabalho, etc., Deus nos orientou para que construíssemos as mesquitas para que estas orações em grupos pudessem ser realizadas.
"(Semelhante luz brilha) nos templos (Mesquitas) que Deus tem consentido sejam erigidos, para que neles seja celebrado o Seu nome e neles O Glorifiquem de manhã e à tarde." (Alcorão Sagrado 24:36)
"Sabei que as mesquitas são (as casas) de Deus; não invoqueis, pois, ninguém, juntamente com Deus." (Alcorão Sagrado 72:18)
Disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):
"Para aquele que constantemente vai à mesquita, ou dela volta, Deus prepara uma mansão no Paraíso, tanto na ida como na volta." (Relatado por Bukhári e Muslim).
e disse também:
"Quanto àquele que fizer corretamente a ablução em sua casa, em seguida for a uma das casas de Deus para realizar uma das orações obrigatórias, saiba que, por cada passo que der, ser-lhe-á perdoada uma falta ou ele será elevado em um grau." (Relatado por Muslim).
A obrigatoriedade da oração recai sobre:
1- Os muçulmanos; homens e mulheres;
2- os que atingiram a puberdade;
3- os que gozam de plenas faculdades mentais.
As condições prévias necessárias para validade das orações são:
"Ó fiéis sempre que vos dispuserdes a observar a oração, lavai o rosto, as mãos e os antebraços até aos cotovelos; esfregai a cabeça, com as mãos molhadas e lavai os pés, até aos tornozelos..." (Alcorão Sagrado 5:6)
E só terá que renová-la para a próxima oração caso a quebre. Isso se dá em caso de necessidades biológicas, caso tenha um ferimento, por onde o sangue escorra, dormir, desmaio ou perda da consciência.
Existem situações em que, ao invés da ablução, temos que tomar um banho completo para realizar as orações. Isto se dá em caso da ejaculação provocada ou involuntária, após as relações sexuais, ao término da menstruação e do pós-parto.
"Ó fiéis, não vos deis à oração, quando achardes ébrios, até que saibais o que dizeis, nem quando estiverdes polutos pelo dever conjugal - salvo se vos achardes em viagem, até que vos tenhais higienizado..." (Alcorão Sagrado 4:43)
"Observai a devida oração, porque ela é uma obrigação, prescrita aos fiéis para ser cumprida em seu devido tempo." (Alcorão Sagrado 4:103)
E quando o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi indagado sobre a mais nobre das ações disse:
"A oração celebrada no seu tempo exato."
Citaremos, agora, um versículo referentes aos horários das orações:
"Glorificai, pois, Deus, quando anoitece e quando amanhece! Seus são os louvores, nos céus e na terra, tanto na hora do poente como ao meio-dia." (Alcorão Sagrado 30:17-18)
3º- Estar direcionado à Makka:
Os muçulmanos de todos os cantos do planeta, ao realizarem as suas orações, se voltam em direção a Makka, simbolizando dessa forma a sua unidade, e seguindo a determinação de Deus, o Altíssimo:
"Orienta teu rosto (ao cumprir a oração) para a Sagrada Mesquita (de Makka)! E vós (crentes), onde quer que vos encontreis, orientai vossos rostos até ela." (Alcorão Sagrado 2:144)
Quem desconhecer a sua direção deverá, através da dedução, direcionar-se para aquela que lhe parecer a mais acertada.
A título de curiosidade, os muçulmanos no início rezavam direcionados a Jerusalém. Somente no segundo ano da Hégira foi ordenado ao profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele). mudar o seu direcionamento para Makka.
4º- A intenção.
5º- E estar vestido adequadamente:
O homem deve cobrir-se no mínimo do umbigo até o joelho, e a mulher o corpo todo com exceção do rosto, das mãos e dos pés. Ambos não deverão usar roupas transparentes ou apertadas que marquem o corpo.
Agora, citaremos alguns versículos da Bíblia, que nos mostram que a forma em que os profetas anteriores a Muhammad oravam é bem semelhante a que nós muçulmanos oramos.
Quanto a fazermos a ablução antes das orações:
"Colocou a bacia entre a tenda da reunião e o altar, enchendo-a com água para as abluções. Moisés, com Aarão e os filhos deste, lavavam as mãos e os pés, quando entravam na tenda da reunião ou quando se aproximavam do altar, conforme Javé tinha ordenado a Moisés." (Êxodo 40:30-32)
Quanto à forma de fazermos a oração:
"Jesus foi um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto por terra, e rezou..." (Mateus 26:39)
"... Então Josué prostrou-se com o rosto por terra e o adorou..." (Josué 5:14)
"... Elias subiu ao topo do monte Carmelo e se encurvou até o chão, colocando o rosto entre os joelhos." (I Reis 18:42)
"Moisés e Aarão se afastaram da comunidade, foram para a entrada da tenda da reunião e se prostraram diante dela, com o rosto por terra." (Números 20:6)
Disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):
"O momento em que o muçulmano está mais perto de Deus é quando ele estiver prostrado em oração."

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações. Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Deus do universo. Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Deus).

-- "Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Fonte:
http://www.luzdoislam.com.br