quinta-feira, agosto 09, 2012

RAMADAN SEXTA PARTE: 1 - LAILATUL KADR (A NOITE DO PODER)

Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso)- JUMA MUBARAK

Durante o mês de Ramadan, os muçulmanos incrementam as suas actividades religiosas e a solidariedade humana. Sabem que neste mês, Deus multiplica em muito, todas as boas acções praticadas. Apesar disso, o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), sentia-se oprimido e angustiado quando ponderava as longas vidas das pessoas do passado, comparando-as com a vida do seus seguidores. É uma vida curta, provavelmente não suficiente para “amealhar” os benefícios necessários com vista à satisfação de Deus e a obtenção do paraíso.

Por outro lado, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) mencionou nomes de 4 antepassados piedosos, que passaram, cada um deles, oitenta anos a adorar e a servir a Deus, sem transgredirem nenhuma ordem Dele. Eram eles os Profetas Ayub, Zacariya, Izkil e Yusha (Aleihi Salam - Que a Paz de Deus esteja com eles). 

Os companheiros do Profeta (Radiyalahu an-huma), ficaram espantados e preocupados ao ouvirem esta narrativa e perguntaram como poderiam ultrapassá-los. Devido a esta preocupação , Deus mandou o Anjo Jibrail (Aleihi Salam) – Gabriel, que a Paz de Deus esteja com ele, revelar o Surat Kadr, na qual, foram informadas as grandes bênções desta noite.

“EM NOME DE DEUS, O BENEFICENTE E O MISERICORDIOSO: - NA VERDADE NÓS REVELAMOS ESTA (MENSAGEM) NA NOITE DO PODER. O QUE É QUE TE FARÁ CONHECER O QUE É A NOITE DO PODER? A NOITE DO PODER É MELHOR DO QUE UM MILHAR DE MESES (83 anos e 4 meses). OS ANJOS E O ESPÍRITO DESCEM, ENTÃO, COM A PERMISSÃO DO SEU SENHOR, COM TODOS OS DECRETOS. ESSA NOITE É DE PAZ ATÉ AO ROMPER DA AURORA.” – Cur’ane – Surat 97.

Hazrat Anas (Radiyalahu an-hu), referiu que o profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “No Lailatur Kadre, Gibrail (Alaihi Salam), vem com um grupo de anjos e rezam para a misericórdia a favor daqueles que se encontram ocupados no ibadat (adoração).

Apesar de muitos ulamás serem de opinião de que a noite de Lailatul Kadr, ocorre na 27ª. noite, ela deve ser procurada nas noites impares – 21, 23, 25, 27 e 29 do mês de Ramadan. Hazrat Anas (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Na verdade, chegou um mês perante vós, no qual existe uma noite melhor do que mil meses. Aquele que perder uma noite destas, na verdade, ficou privado de todos os bens, e ninguém ficará privado, excepto aquele que é infortunado”.

Hazrat Aisha (Radiyalahu an-há) relatou: “Eu disse; Ò Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam), se me encontrar na Lailatul Kadr (Noite do Poder), que prece devo efectuar? O Profeta respondeu: “Diz Allahumma Innaka Afuwun Tuhibbul Afwa Fa’fu anni – Ó Allah, na verdade, És perdoador, gostas de perdoar, por isso perdoa-me.”

Abu Huraiara (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “A todo aquele que se levantar da cama para oferecer a oração voluntária (nafl), na Noite Bendita, guiado por um profundo sentimento de fé, com esperança na recompensa de Deus, ser-lhe-ão perdoadas as faltas anteriores”. Bukhari e Muslim.

Nessa noite, o crente deverá ocupar-se com preces, recitação do Cur’ane, zikr e orações facultativas.

2 - I’TIKAF (Retiro no Masjid)

Significa a permanência na Mesquita com a intenção de i’tikaf, por períodos curtos ou por dias completos. È sempre vantajoso fazermos a intenção do i’ticaf ao entrarmos na Mesquita, enquanto lá permanecemos, para as orações, recitação do Cur’ane e Zikre. Assim, vamos obtendo benefícios espirituais duplos, do i’tikaf e das outras práticas. A pessoa que permanece na Mesquita com a intenção de i’tikaf, é igual à pessoa que se dirigiu a um sítio e não sai de lá enquanto não obter o pretendido. A recompensa do i’tikaf é enorme, pois o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) sempre o praticou. Estamos habituados a associar o i’ticaf à permanência dos crentes nas Mesquitas, durante os últimos 10 dias do mês de Ramadan. No entanto, o i’ticaf pode ser praticado em qualquer altura do ano, por períodos longos ou curtos.

Era prática do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), efectuar o i’tikaf nos últimos dias do mês de Ramadan. Ele referiu, segundo Hazrat Ibn Abbás (Radiyalahu an-hu): “A pessoa que efectua o i’ticaf, permanece livre dos pecados e na verdade, é recompensada igualmente como aquele piedoso que praticou boas acções (apesar de não as ter praticado), simplesmente por ter permanecido no Masjid (Mesquita). As recompensas são imensas, porque no i’tikaf (dentro da mesquita), afastamos do nosso íntimo, as preocupações diárias e dedicamo-nos com alma e coração à recordação de Deus.

Aisha (Radiyalahu an-há), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) costumava fazer o retiro na Mesquita, para o i’tikaf, durante os últimos dez dias do mês de ramadan e dizia: “buscai a Noite Bendita (Lailatul Kadre) entre as últimas dez noites do mês de Ramadan”. Bukhari.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41

"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Um bom dia de Juma e a continuação de um bom mês de Ramadan 
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá - 09/08/2012

quarta-feira, agosto 08, 2012

Rezar e adorar a Deus diante dos nossos filhos

O seu filho estará, então, sempre consciente do que significa uma submissão plenamente reconhecida. Devemos dispor de um lugar e ter um momento para a realização das orações em nossa casa. Devemos realizar as nossas orações em congregação em casa, se possível, ou levar os nossos filhos à Mesquita, levan-do-os pela mão durante o caminho. Esta últi-ma opção é mais prática, sobretudo se a mãe não puder realizar as orações em determinados dias, visto que os filhos poderão pensar: “Parece-me que as orações são opcionais”. E é por esta razão que seria uma boa ideia levarmos os nossos filhos à Mesquita nesses dias especiais. No entanto, existe ou-tra forma de reparar esse mal-entendido. Nos dias em que a mulher não realiza as orações, esta pode realizar a ablução como de costume, sentar-se na sua almofada para a oração, elevar as mãos em direcção ao Altíssimo e suplicar. Se fizer isso, obterá o mérito de ter realizado a oração e evitará, assim, que as crianças possam perceber mal. Em muitas obras islâmicas de consulta, recomenda-se este tipo de comportamento, visto que é essencial no que diz respeito à educação das crianças. Ao actuarmos desta forma, o que as crianças verão ao seu redor serão cabeças que se prosternam, olhos com lágrimas e mãos abertas em sinal de adoração. Os seus filhos terão, então, sempre consciência do que significa uma submissão plenamente as-sumida.

Chegará uma altura em que, mesmo quando não ouvir o adhan (a chamada para a oração), os seus filhos avisá-los-ão, como se se tratasse de um despertador, dizendo:

«Papá, mamã, é hora de rezar!». É nessa altura que colherá, então, os frutos dos seus esforços.

Além disso, é necessário que tenha tempo, todos os dias, para orar ao Senhor. Em período de tempo previamente determinado, deve oferecer as suas orações ao Altíssimo, invocando-o, e demonstrando, desta forma, que pode sempre procurar refúgio no Exaltado Criador. É preferível fazer a súplica (duá) em voz alta, abertamente. Os companheiros do Mensageiro de Deus — a paz e as bênçãos estejam com ele — aprenderam as súplicas que ele recitava enquanto rezava. Estas foram transmitidas pela sua esposa, Aisha (r.a.), embora houvesse narrações similares de Ali, Hassan e Hussain (r.a.).

Isto indica, claramente, que para ensinar os seus filhos a rezarem, deve realizar as suas súplicas em voz alta, para que eles possam ouvi-las. Se deseja que os seus filhos sejam pessoas sensíveis, que se comovam quando o nome de Deus é pronunciado, deve, acima de tudo, mostrar-lhes um exemplo prático.

Na minha vida, presenciei essas cenas, as quais, quando me lembro, me fazem arrepiar. A visão da devoção da minha avó para com o Senhor teve uma grande influência em mim. Quando ela morreu, eu era ainda apenas uma criança, mais ainda me lembro como costumava estremecer quando o meu pai recitava versículos do Alcorão ou começava a falar do Islão. Estes assuntos eram de tamanha importância para ela que se dissesses com entusiasmo “Deus” - que a Sua glória seja exaltada - perto dela, ela empalidecia imediatamente e ficava assim durante todo o dia. O seu comportamento teve uma grande influência sobre mim. Apesar de ser pouco letrada e de não ter estudos, as suas sinceras orações e lágrimas genuínas influenciaram-me muito. Já ouvi pessoas instruídas pregar com entusiasmo, mas nenhuma delas me impressionou tanto como o fazia a minha avó. Parece-me que a minha condição de muçulmano se deve, em grande parte, à sinceridade dos meus pais e da minha avó.

Assim, os pais devem agir com extrema cautela no que diz respeito aos actos que realizam em casa. Como já o mencionei anteriormente, até mesma a mais leve expressão das suas preocupações ao Altíssimo, ou a súplica perante a Sua porta ou a oração em completa submissão ao Criador Exaltado afectarão ao seu filhos muito mais profunda-mente do que qualquer outra coisa. A memória dos esforços que realizou para garantir a Outra Vida, que deve ser a sua maior preo-cupação, ficará impressa na mente dos seus filhos e estes sempre se lembrarão de si a rezar num estado de admiração reverencial. De facto, deve rezar como se visse o Altíssimo, como se estivesse sempre consciente de estar na Sua presença. A forma como se ergue, se inclina, se ajoelha e se senta durante a oração devem lembrá-lo a Ele. A sua condição perante Ele pode ser descrita da seguinte forma: «Imagine que tenha ido ao encontro de Deus e Ele lhe diz: “Meu servo! Levanta-te e dá conta das tuas acções no mundo”, e, deste modo, permaneceremos em pé, numa atitude submissa e respeitosa, à espera da Sua Misericórdia. Este estado de oração, em que sentimos o Seu carácter sublime e reconhecemos plenamente à nossa insignificância, é um estímulo sincero e ge-nuíno para todas as pessoas no nosso lar, incluindo os nossos amigos». Num hadith (Tradições e ditos do Profeta [s.a.w.]) – embora não tenhamos a certeza da sua autenticidade por completo — o Mensageiro de Deus declarou: «Senti um momento tal de estreita relação com Deus, que, nesse mesmo momento, nem os anjos do mais alto nível nem qualquer outra criatura poderia aproximar-se de mim». (Al-Ajluni, Kashf al-Khafa, 2:173).

Assim, devemos ser capazes de viver um momento semelhante, um momento de ilu-minação tal, e os nossos filhos inspirar-se-ão nesse momento para realizar as suas pró-prias orações, quando chegar a sua vez. No futuro, sempre que os nossos filhos enfren-tarem um perigo que possa corromper a sua fé ou devoção a Deus, a memória de o ver rezar virá ao seu socorro, como um guia que lhe mostra o caminho.

Este facto não deveria ser descurado, já que na Sura Yussuf, o Alcorão alude a este efeito psicológico. Sabemos que o Profeta José (Yussuf), paz esteja com ele, não era uma pessoa que caísse facilmente na armadilha de uma mulher. No entanto, o Alcorão declara: «… se não tivesse sido por um sinal do seu Senhor». (12:24)

Embora este seja um facto controverso, segundo alguns grandes sábios que explicaram o Alcorão, o sinal que José viu foi a imagem do seu pai, o Profeta Jacob (Yaqub a.s.), que colocou a mão na sua boca e gritou assombrado: «José!». Isto fez com que José recuperasse a consciência — ele, que era um paradigma da castidade — e gritara: «Deus o proíbe!». Os seus olhos banhados de lágrimas e o seu sincero refúgio no Senhor de-sempenharão um papel fundamental na vida futura do seu filho, ajudando-o a evitar a ruina ou a perdição.

Estas memórias converter-se-ão em imagens tão vivas no subconsciente do seu filho que o seu rosto parecerá dizer «Querido filho, o que estás a fazer?», quando este se defrontar com qualquer tipo de tentação, servin-do-lhe de guia que lhe permitirá afastar-se de diversos perigos. In-cha-Allah.■

* Durante o período menstrual, etc.
Junho.2012 - Coord. Por: M. Yiossuf Adamgy – Fonte: Webislam

A L M A D I N A - S REGRAS ALIMENTARES ISSLÂMICAS

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 30.07.2012

A religião isslâmica não se resume apenas a um conjunto de práticas e rituais, mas sim, é um código de vida completo, pois exige dos seus seguidores o cumprimento integral dos mandamentos do Criador em todos os aspectos da sua vida.

O Isslam não ensina aos seus seguidores apenas os preceitos espirituais dogmáticos, mas também orienta detalhadamente nos aspectos de preservação da saúde física, no que se deve vestir e no que se deve evitar.

Na nossa crónica desta semana vamos falar do aspecto alimentar. Deus diz no Al-Qur’án, Cap. 16, Vers. 114 – 115:

Comei portanto, dos alimentos halaal (lícitos) e bons que Deus vos deu, e agradecei o favor de Deus se é só a Ele que adorais. Ele apenas vos proibiu (comer) da carne do animal que morre por si mesmo (morte natural), o sangue, a carne de porco, e o que é degolado em nome de qualquer outro e não de Deus. Mas se alguém for forçado (a comer dessa carne) por necessidade, não desejando nem transpondo o limite (da necessidade absoluta, só para se manter vivo), então Deus é Perdoador, Misericordioso”.
Este versículo indica-nos três pontos essenciais:

1 – Os crentes podem comer todos os alimentos que sejam halaal e bons;

2 – Os alimentos sujos (imundos) são proibidos;

2 – Em momentos de necessidade podem-se consumir alimentos haraam (ilícitos).

Antes de mais, devemos compreender que, só Deus detém autoridade absoluta de declarar algo halaal ou haraam. Ninguém fora d’Ele tem essa autoridade. Consta no Al-Qur’án, Cap. 16, Vers. 116:

E não digais a respeito daquilo que as vossas línguas mentirosas descrevem falsamente: isto é halaal e isto é haraam, com o fim de inventardes a mentira contra Deus”.

Nem mesmo ao Profeta Muhammad (S.A.W.) lhe foi conferida essa autoridade, pois conforme consta no Al-Qur’án, no Cap. 66, Vers. 1, numa ocasião Deus censurou-o dizendo:

Ó Profeta! Porque é que declaramos haraam (mesmo para ti) algo que Deus fez halaal para ti, procurando agradar as tuas esposas”?
Deus ordena-nos a comermos na terra tudo o que é halaal, puro e saudável, e a não seguirmos os passos de Satanás. Portanto, temos à nossa disposição uma vasta gama de alimentos à escolha, desde verduras, cereais, frutas, leite e mariscos. A carne de todos os animais (exceptuando alguns), desde que sejam degolados à mão, em nome de Deus e usando uma faca, de acordo com os preceitos religiosos, ao derramar o seu sangue, é halaal. Isto nos animais que estão sob o nosso controlo. Mas se se tratar de animais de caça, isto é, fora do nosso controlo, deve-se pronunciar o nome de Deus quando estivermos a disparar a arma de fogo, ao soltar a arma de arremesso, ou ao soltar o animal ou ave de caça.

Consta no Al-Qur’án, Cap. 5, Vers. 4:

Todas as boas coisas são halaal para vós, e também é halaal para vós aquilo que agarram para vós os animais caçadores (cães, aves) treinados por vós a caçar, ensinando-lhes daquilo que Deus vos ensinou. Portanto, comei o que eles caçam para vós, mas invocai o nome de Deus ao soltá-los”.

Se os caçadores (animais de caça) trouxerem o animal caçado ainda vivo, deve-se degolá-lo, mas se já estiver morto, comam, pois é halaal.

Quanto à comida dos adeptos do Livro (judeus e cristãos), Deus diz no Cap. 5, Vers. 5 do Al-Qur’án:

“Hoje todas as boas coisas foram declaradas halaal para vós. E os alimentos daqueles aos quais foi dado o Livro também são halaal para vós, e vosso alimento é halaal para eles”.
Os alimentos dos adeptos do Livro só são halaal para nós nas mesmas condições que nos são impostas, isto é, devem ser degolados em nome de Deus.

Hoje em dia os cristãos transgridem os mandamentos da Bíblia, (Nem o porco, porque tem unha fendida, mas não rumina; imundo vos será; não comereis da carne destes, e não tocareis nos seus cadáveres. Deuteronômio 14:8), pois comem todo o tipo de carne. Portanto, quando se diz: “os seus alimentos são halaal para nós”, tal não significa que podemos consumir carne de porco ou de qualquer outro animal morto de morte natural, ou degolado sem a observância dos preceitos recomendados, pois a proibição de consumo de porco, de sangue, ou do animal morto de morte natural, consta na Bíblia, Levítico II, Deuteronômio 14.

Portanto, o alimento dos adeptos do Livro só é halaal para nós se nos seus ingredientes não incluír que seja haraam como porco e seus derivados, sangue, vinho, etc. De salientar que mesmo se alguém que se intitula muçulmano degolar um animal e deixar de propositadamente de pronunciar o nome de Deus, então esse animal não é halaal.

Quanto aos alimentos proibidos, o Al-Qur’án diz no Cap. 5, Vers. 3:

“São-vos proibidos o animal morto (não degolado), o sangue, a carne de porco, o (animal) que tenha sido morto em nome de outro que não Deus, o animal morto por estrangulamento ou morto com pancadas violentas ou por queda, de qualquer altura, ou morto ao ser ferido pelo chifre de outro animal, ou o que for devorado parcialmente pelas feras, excepto os que tenham sido degolados de forma apropriada por vós, enquanto ainda estão vivos. E são-vos proibidos o que foi sacrificado nos altares, em honra dos ídolos, e também é-vos proibido consultar a sorte através das setas (de adivinhação). Tudo isso é pecado”.

Existem outros animais proibidos que não estão nessa lista, mas que através da Revelação, o Profeta (S.A.W.) anunciou-nos. São todos os carnívoros e os que se servem das suas garras para se alimentarem.

Estas são as regras alimentares no Isslam, e porque com tudo isso Deus quis o nosso bem-estar e não dificultar a nossa vida, consta no AlQur’án, Cap. 5, Vers. 3:

Se alguém estiver em situação de necessidade e se sentir forçado devido à fome severa, a consumir dessas coisas proibidas sem que esteja premeditadamente inclinado ao cometimento de pecados, então Deus é Perdoador, Misericordioso”.

Falamos aqui na proibição de consumo de sangue, mas se algum muçulmano estiver doente e necessitar de fazer uma transfusão, ou de ingerir algum medicamento com ingredientes haraam como por exemplo o álcool, tal lhe é permitido. E o doente deve fazê-lo para que a doença de que padece não se agrave. Mas assim que deixar de ser necessária a ingestão de tais medicamentos, deve abster-se imediatamente.

O crente verdadeiro é aquele que se submete plenamente no seu dia a dia às ordens do seu Senhor, e se abstém de escolher o que lhe convém deixando o que não lhe convém, procurando vários tipos de pretextos e justificações.

Como se pode ver, as coisas que nos são proibidas são poucas e contáveis, daí que não haja necessidade de deixarmos a incontável lista de produtos halaal para recorrermos ao haraam.

Continuação de um bom Ramadhaan. Alahu Akbar!

terça-feira, agosto 07, 2012

O Mundo deve intervir para deter as violações graves e sérias contra os muçulmanos de Mianmar

A WAMY (Assembléia Mundial da Juventude Islâmica) alerta para a escalada da repressão, perseguição e expulsão perpetrada contra os muçulmanos Rohingya em Mianmar, em violações que chegam à limpeza étnica e crimes contra a humanidade. Nos últimos dois meses, sucessivos relatórios revelaram uma onda de discriminação coletiva injusta contra essa minoria, incluindo assassinatos, detenções arbitrárias, violações, e queima de casas, instalações e mesquitas, impedindo-os de praticar os ritos religiosos, até mesmo no mês de Ramadan, assim como a expulsão do país.

Os muçulmanos Rohingya sofrem com a negação completa de seus direitos de cidadania, bem como os mais básicos direitos civis e liberdades fundamentais, enquanto o Estado adota uma ideologia extremista em relação a eles, pedindo sua expulsão coletiva e deportação do país. Esta política é traduzida pelas forças de segurança, sob a forma de violações gravíssimas. A situação é ainda mais preocupante, dadas as declarações do Presidente de Mianmar, Thein Sein, na qual ele se recusou a reconhecer o direito dos muçulmanos Rohingya para a cidadania, enquanto a líder da oposição e ganhador do Prêmio Nobel, a Sra. Aung San Suu Kyi, adotou posições relaxadas sobre as atrocidades em curso.

É surpreendente que essa escalada ocorra logo depois de Mianmar entrar em uma nova era de liberdade e abertura democrática. No entanto, estes novos desenvolvimentos, repletos de atrocidades e violações contra os muçulmanos Rohingya no início de Junho de 2012, foram bastante chocantes, trazendo à mente as sucessivas ondas de segregação injusta contra essa minoria nos últimos trinta anos. A continuação deste padrão de violações e intimidações ameaça a completa erradicação desta minoria de sua pátria nativa, provocando um problema dos refugiados de dimensões trágicas, em um dos lugares mais pobres e privados de necessidades básicas no mundo.

A Assembéia Mundial da Juventude Islâmica manifesta a sua solidariedade com os muçulmanos Rohingya nesta fase difícil de sua história, e condena as atrocidades cometidas pelo governo de Mianmar, que não devem ser permitidas no mundo civilizado. Os organismos internacionais são obrigados a adotar posições firmes para impedir estas atrocidades, para a qual não é aceitável fechar os olhos ou ficar em silêncio.

A WAMY convida os muçulmanos do Brasil a organizarem atividades em solidariedade aos oprimidos em Mianmar, a fornecerem ajuda humanitária aos refugiados e às famílias das vítimas e supliarem muito a Deus, aproveitando o mês do Ramadan, para que alivie o sofrimento deles e trazer um fim rápido para a sua provação.

São Bernardo do Campo, 03 de Agosto de 2012 - WAMY (Assembléia Mundial da Juventude Islâmica) - Escritório América Latina

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak