quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Maria no Islã

Por M. Abdulsalam
(IslamReligion.com)

Maria, a Mãe de Jesus, detém uma posição muito especial no Islã, e Deus a proclama como a melhor mulher entre toda a humanidade, a quem Ele escolhe sobre todas as outras mulheres devido à sua religiosidade e devoção.

“E lembra-lhes, Muhammad, de quando os anjos disseram, ‘Ó Maria! Por certo Deus te escolheu e te purificou, e te escolheu sobre todas as outras mulheres dos mundos. Ó Maria! Sê devota a teu Senhor e prostra-te e curva-te com os que se curvam (em oração).’” (Alcorão 3:42-43).

Ela também foi um exemplo de Deus, como Ele disse:
“E (Deus propõe o exemplo para aqueles que crêem) de Maria, a filha de Heli, que guardou sua castidade; então sopramos nela Nosso Espírito (ou seja, Gabriel), e ela acreditou nas palavras de seu Senhor e Seus Livros e foi devotadamente obediente.” (Alcorão 66:12)

De fato ela foi uma mulher adequada a trazer um milagre como o de Jesus, que nasceu sem pai. Ela era conhecida por sua religiosidade e castidade, e se fosse diferente, ninguém teria acreditado em sua alegação de ter dado à luz enquanto mantinha seu estado de virgindade, uma crença e fato que o Islã considera verdadeiros. Sua natureza especial foi um dos muitos milagres provados em sua tenra infância. Deixe-nos contar o que Deus revelou em relação à bela estória de Maria.

A Infância de Maria

“Por certo Deus escolheu Adão, Noé e a família de Abraão e a família de Heli sobre todas as outras da criação. São descendentes, uns dos outros, e Deus é Oniouvinte, Onisciente. Lembra quando a esposa de Heli (Hannah; também Ana) disse: ‘Ó meu Senhor! Eu consagro a Ti o que há em meu ventre para ser dedicado aos Teus serviços (servir Teu Lugar de adoração); então aceita-o de mim. Verdadeiramente, Tu és O Ouniouvinte, O Onisciente.” (Alcorão 3:35)

Maria nasceu para Heli e sua esposa Hannah, que era de descendência davídica vindo, portanto, de uma família de profetas, de Abraão a Noé, a Adão, que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam sobre todos eles. Como mencionado no versículo, ela nasceu para a família escolhida de Heli, que nasceu na família escolhida de Abraão, que também nasceu em uma família escolhida. Hannah era uma mulher estéril que desejava uma criança, e ela prometeu a Deus que, se Ele a concedesse um filho, ela o consagraria a Seu serviço no Templo. Deus respondeu à sua invocação, e ela concebeu uma criança. Quando ela deu à luz, ela se entristeceu, porque sua criança era uma menina e geralmente eram os meninos que prestavam serviço no Bait-ul-Maqdis.

“E quando deu à luz, ela disse, ‘Meu Senhor! Eu tive uma menina...e o menino não é igual à menina.”
Quando ela expressou sua tristeza, Deus a repreendeu dizendo:
“Deus sabe melhor o que ela deu à luz...” (Alcorão 3:36)

...porque Deus escolheu sua filha, Maria, para ser a mãe de um dos maiores milagres da criação: o nascimento virginal de Jesus, que Deus o exalte. Hannah chamou a sua filha de Maria (Mariam em árabe) e invocou a Deus que a protegesse e à sua criança de Satanás:

“E eu a chamei de Maria (Mariam), e a entrego e à sua descendência à Tua proteção, contra o maldito Satanás.” (Alcorão 3:36)

Deus de fato aceitou essa súplica, e Ele deu a Maria e seu filho que estava por vir, Jesus, um tratamento especial – que não foi dado a ninguém antes e nem a ninguém depois; nenhum dos dois foi afligido pelo toque de Satanás ao nascer. O Profeta Muhammad, que Deus o exalte, disse:

“Todos que nascem Satanás toca ao nascer, e a criança nasce chorando por causa de seu toque, exceto Maria e seu filho (Jesus).” (Ahmed)

Aqui, nós podemos ver imediatamente a similaridade entre essa narrativa e a teoria cristã da “Imaculada Conceição” de Maria e Jesus, embora aqui exista uma grande diferença entre as duas. O Islã não propaga a teoria do ‘pecado original’ e, portanto, não aceita essa interpretação de como eles eram livres do toque de Satanás, mas ao contrário essa foi uma graça dada por Deus à Maria e seu filho Jesus. Como outros profetas, Jesus foi protegido de cometer pecados graves. Quanto à Maria, mesmo se adotarmos a posição de que ela não era uma profetisa, ela todavia recebeu a proteção e orientação de Deus que Ele concede aos crentes piedosos.

“Então seu Senhor acolheu-a com bela acolhida, e fê-la crescer em pureza e beleza, e a confiou aos cuidados de Zacarias.” (Alcorão 3:37)
No nascimento de Maria, sua mãe Hannah a levou a Bait-ul-Maqdis e a ofereceu àqueles no templo para crescer sob sua tutela. Conhecendo a nobreza e religiosidade de sua família, eles discutiram sobre quem teria a honra de educá-la. Eles concordaram em tirar a sorte, e não foi ninguém menos que o profeta Zacarias o escolhido. Foi sob o seu cuidado e tutela que ela foi educada.

Milagres em sua Presença e Visitação dos Anjos

Enquanto Maria crescia, até mesmo o profeta Zacarias notou as suas características especiais, devido aos vários milagres que ocorreram na presença dela. Maria, durante o seu crescimento, recebeu um quarto recluso dentro do templo onde ela devia se devotar à adoração de Deus. Toda vez que Zacarias entrava na câmara para ver o que ela precisava, ele encontrava frutas abundantes, e fora da estação, na presença dela.

“Cada vez que Zacarias entrava na câmara, ele a encontrava provida com sustento. Ele disse, ‘Ó Maria! De onde te provém isso?’ Ela respondia, ‘De Deus.’ Certamente Deus concede sustento sem medida a quem Ele quer.” (Alcorão 3:37)
Ela foi visitada pelos anjos em mais de uma ocasião. Deus nos diz que os anjos a visitaram e a informaram de sua condição louvável entre a humanidade:

“Quando os anjos disseram, ‘Ó Maria! Deus te escolheu e te purificou (devido à tua adoração e devoção), e te escolheu (fazendo-te mãe do profeta Jesus) sobre todas as mulheres dos mundos. Ó Maria! Ore a teu Senhor devotadamente, e te prostra e te curva com aqueles que se curvam.’” (Alcorão 3:42-43)
Devido a essas visitações dos anjos e por ela ter sido escolhida sobre as outras mulheres, alguns consideram que Maria foi uma profetisa. Mesmo se ela não foi, o que é matéria de debate, o Islã a considera detentora da posição mais alta entre todas as mulheres da criação devido à sua piedade e devoção, e devido ao fato dela ter sido escolhida para o nascimento milagroso de Jesus.

Sua Anunciação

Deus nos informa de quando os anjos deram à Maria as boas novas de uma criança, a
posição de seu filho na terra, e alguns dos milagres que ele realizaria:
“Quando os anjos disseram,.‘Ó.Maria! Certamente Deus te dá as boas novas de um Verbo (Sua palavra, ‘Sê’) Dele, cujo nome é o Messias, Jesus, filho de Maria, honorável nesse mundo e no Outro, e entre os próximos a Deus. Ele falará aos homens ainda no berço, e na maturidade, e será dos virtuosos.’ Ela disse, ‘Meu Senhor, como poderei ter um filho se nenhum homem me tocou?’ Ele disse, ‘Assim é, Deus cria o que Ele quer. Quando Ele decreta algo, apenas diz-lhe ‘Sê’, e é. E Ele lhe ensinará o Livro e a Sabedoria, e o Torá e o Evangelho.” (Alcorão 3:45-48)
Isso se parece muito com as palavras mencionadas na Bíblia:
“Não tenhas medo, Maria, porque fostes favorecida por Deus. Muito em breve ficarás grávida e terás um menino, a quem chamarás Jesus.”
Atônita, ela respondeu:

“Mas como posso ter um filho, se sou virgem?” (Lucas 1:26-38)
Essa situação foi um grande teste para ela, porque sua grande piedade e devoção eram conhecidas por todos. Ela previu que as pessoas a acusariam de não ser casta.
Em outros versículos do Alcorão, Deus relata mais detalhes da anunciação por Gabriel de que ela daria à luz a um Profeta.

“E menciona no Livro, Maria, quando ela se isolou de seu povo em um lugar na direção do oriente. E colocou um véu entre ela e eles; então Nós enviamos Nosso Espírito (Gabriel), e ele apareceu como um homem em todos os aspectos. Ela disse, ‘Verdadeiramente eu me refugio no Misericordioso (Deus) contra ti, temes a Deus.’ Ele disse, ‘Eu sou apenas um mensageiro de teu Senhor, (para te anunciar) a dádiva de um filho virtuoso.’ (Alcorão 19:17-19)
Uma vez, quando Maria foi ao templo para os seus afazeres, o anjo Gabriel apareceu para ela na forma de um homem. Ela ficou assustada devido à proximidade do homem, e buscou refúgio em Deus. Gabriel então disse a ela que ele não era um homem comum, mas um anjo enviado por Deus para anunciar a ela que ela teria uma criança muito pura. Atônita, ela exclamou

“Ela disse, ‘Como poderei ter um filho, se nenhum homem me tocou e eu nunca fui mundana?!’” (Alcorão 19:19-20)

O anjo explicou que era um Decreto Divino que já tinha sido decretado, e que de fato era algo fácil para Deus o Todo-Poderoso. Deus disse que o nascimento de Jesus, que
Deus o exalte, seria um sinal de Sua Onipotência, e que, assim como Ele criou Adão sem pai ou mãe, Ele criou Jesus sem pai.

“Ele disse, ‘Assim será,’ teu Senhor disse: ‘Isso é fácil para Mim, e farei dele um sinal para os homens, e Misericórdia de Nossa parte, e essa é uma questão que já foi decretada.’” (Alcorão 19:21)

Deus soprou em Maria o espírito de Jesus através do anjo Gabriel, e Jesus foi concebido em seu ventre, como Deus disse em um outro capítulo:

“E Maria a filha de Heli, que guardou sua castidade, Nós sopramos nela através de Nosso Espírito (Gabriel).” (Alcorão 66:12)

Quando os sinais de gravidez se tornaram aparentes, Maria ficou ainda mais preocupada com o que as pessoas falariam sobre ela. As notícias sobre ela se espalharam, e como era inevitável, alguns começaram a acusá-la de não ser casta. Ao contrário da crença cristã de que Maria era casada com José, o Islã mantém que ela não era noiva ou casada, e foi isso que causou a ela tal angústia. Ela sabia que as pessoas chegariam à única conclusão lógica em relação à sua gravidez, de que tinha acontecido fora do casamento. Maria se isolou das pessoas e partiu para uma outra terra. Deus diz:

“E ela o concebeu, e se isolou com ele em um lugar remoto. As dores do parto a levaram ao tronco de uma palmeira.” (Alcorão 19:22-23)

O Nascimento de Jesus

No início de seu parto, ela estava em profunda dor, tanto mental quanto física.
Como poderia uma mulher de tal piedade e nobreza ter um filho fora do casamento? Nós devemos mencionar aqui que Maria teve uma gravidez normal que não foi diferente das outras mulheres, e teve o seu filho como as outras também. Na crença cristã, Maria não sofreu as dores do parto, porque o Cristianismo e o Judaísmo consideram a menstruação e o parto como uma maldição sobre as mulheres pelo pecado de Eva[1]. O Islã não suporta essa crença, nem a teoria de ‘Pecado Original’, mas ao contrário enfatiza fortemente que ninguém deve carregar o pecado de outros:

“Nenhuma alma peca exceto contra si mesma, e nenhuma alma pecadora arca com o pecado de outra.” (Alcorão 6:164)
Não apenas isso, mas nem o Alcorão nem o Profeta Muhammad, que Deus o exalte, sequer mencionam que foi Eva quem comeu da árvore e instigou Adão. Ao contrário, o Alcorão culpa ou apenas a Adão ou a ambos:

“E Satanás lhes sussurrou, e os desencaminhou com artifício. Então quando ambos provaram da árvore, o que estava oculto de suas vergonhas (partes íntimas) se tornou manifesto para eles" (Alcorão 7:20-22)
Maria, devido à sua angústia e dor desejou que nunca tivesse sido criada, e exclamou:

“Quem dera tivesse morrido antes disso, e tivesse sido esquecida.” (Alcorão 19:23)
Após o parto do bebê, e quando sua angústia não podia ser maior, o bebê recém-nascido, Jesus, que Deus o exalte, milagrosamente falou abaixo dela, lhe tranqüilizando e reassegurando de que Deus a protegeria:

“E abaixo dela uma voz chamou-a, ‘Não te entristeças, porque o teu Senhor fez correr abaixo de ti um regato. E move em tua direção o tronco da tamareira; ela fará cair sobre ti tâmaras maduras, frescas. Então come e bebe e fica feliz. E se vês alguém, dize, ‘De fato fiz votos de silêncio ao Misericordioso e hoje não falarei com pessoa alguma.’” (Alcorão 19:24-26)

Maria se tranqüilizou. Esse foi o primeiro milagre realizado nas mãos de Jesus. Ele falou tranqüilizando sua mãe em seu nascimento, e uma vez mais quando as pessoas a viram carregando seu bebê recém-nascido. Quando eles a viram eles a acusaram dizendo:

“Ó Maria, com efeito, fizeste uma coisa assombrosa!” (Alcorão 19:27)
Ela simplesmente apontou para Jesus e ele milagrosamente falou, como Deus tinha prometido a ela na anunciação.

“Ele falará aos homens ainda no berço, e na maturidade, e será dos virtuosos.’ (Alcorão 3:46)

Jesus disse às pessoas:

“Eu sou de fato um servo de Deus. Ele me concedeu o Livro e fez de mim um Profeta, e Ele me fez abençoado onde quer que eu esteja. Ele me recomendou as orações, a caridade, enquanto eu viver. Ele me fez carinhoso com a minha mãe, e Ele não me fez insolente, infeliz. E que a Paz esteja sobre mim no dia em que nasci, e no dia em que morrer, e no dia em que eu for ressuscitado.” (Alcorão 19:30-33)

A partir daqui começa o episódio de Jesus, seu esforço de uma vida para chamar as pessoas para adorar a Deus, escapando das conspirações e planos daqueles judeus que se empenhariam em matá-lo.

Maria no Islã

Nós já discutimos a grande posição que o Islã concede à Maria. O Islã dá a ela a posição de ser a mais perfeita das mulheres criadas. No Alcorão, nenhuma mulher recebe mais atenção do que Maria embora todos os profetas, com exceção de Adão, tivessem mães. Dos 114 capítulos do Alcorão, ela está entre as oito pessoas que têm um capítulo com o seu nome: o capítulo dezenove, “Mariam”, que é Maria em árabe. O terceiro capítulo no Alcorão tem o nome do pai dela, Imran (Heli). Os capítulos Mariam e Imran estão entre os capítulos mais bonitos no Alcorão. Além disso, Maria é a única mulher especificamente mencionada pelo nome no Alcorão. O Profeta

Muhammad disse:

“As melhores mulheres do mundo são quatro: Maria a filha de Heli, Aasiyah a esposa do Faraó, Khadija bint Khuwaylid (a esposa do Profeta Muhammad), e Fátima, a filha de Muhammad, o Mensageiro de Deus.” (Al-Tirmidhi)

Apesar de todos esses méritos que mencionamos, Maria e seu filho Jesus foram somente humanos, e não tinham características que fossem além do campo da humanidade. Ambos foram seres criados e ambos ‘nasceram’ nesse mundo. Embora eles estivessem sob o cuidado especial de Deus que os prevenia de cometer pecados graves (proteção total – como outros profetas – no caso de Jesus, e proteção parcial como outras pessoas virtuosas no caso de Maria, se adotarmos a posição de que ela não foi uma profetisa), eles ainda estavam sujeitos a cometer erros. Ao contrário do Cristianismo, que considera Maria como irrepreensível[2], ninguém recebeu essa qualidade de perfeição exceto Deus.

O Islã ordena a crença e implementação de monoteísmo estrito; de que ninguém tem quaisquer poderes sobrenaturais além de Deus, e que apenas Ele merece adoração e devoção. Embora milagres tenham ocorrido nas mãos dos profetas e pessoas virtuosas durante suas vidas, eles não tinham poder para se ajudar, quanto mais a outros, após sua morte. Todos os humanos são servos de Deus e precisam de Sua ajuda e misericórdia.

O mesmo é verdadeiro para Maria. Embora muitos milagres tenham ocorrido na presença dela, tudo cessou após sua morte. Quaisquer alegações que as pessoas fizeram de que viram aparições da Virgem, ou que pessoas foram salvas do perigo após invocá-la, como as mencionadas em literatura apócrifa como “Transitus Mariae”, são meras aparições feitas por Satanás para desencaminhar as pessoas da adoração e devoção ao Único Verdadeiro Deus. Devoções como a “Ave Maria” recitada sobre o rosário e outros atos de engrandecimento, como a devoção de igrejas e festas específicas para Maria, levam as pessoas a engrandecer e glorificar outros além de Deus. Devido a essas razões, o Islã proibiu estritamente inovações de qualquer tipo, assim como a construção de locais de adoração sobre túmulos, tudo para preservar a essência de todas as religiões enviadas por Deus, a mensagem pura para adorá-Lo somente e deixar a falsa adoração de todos os outros além Dele.

Maria foi uma serva de Deus, e ela foi a mais pura de todas as mulheres, especialmente escolhida para o nascimento milagroso de Jesus, um dos maiores de todos os profetas. Ela foi conhecida por sua piedade e castidade, e continuará a ser mantida nessa alta consideração através dos tempos que estão por vir. Sua estória tem sido relatada no Glorioso Alcorão desde o advento do Profeta Muhammad, e continuará assim, inalterada em sua forma pura, até o Dia do Juízo.

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[1] Veja Gênesis (3:16)
[2] Santo Agostinho: “De nat. et gratis”, 36.

Califa Ômar Ibn Al Khattab (RAA)‏ - Allah colocou a justiça na língua e no coração de Ômar

Allah colocou a justiça na língua e no coração de Ômar

Preparação: Dr. Ahmad Al Mazid
Dr. Ádel Ach Chadi

Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso

Louvado seja Allah, Senhor do Universo, e que a Sua paz e graça estejam com o derradeiro dos profetas e dos mensageiros, o nosso Profeta Mohammad, com seus familiares e com todos os seus companheiros.

Nessa segunda jornada estaremos em companhia do segundo homem do Islam, depois do Mensageiro de Allah (S) e de Abu Bakr Siddik. Esse homem que vinculou o seu nome à justiça e ao direito, ao poder e à coragem, ao ascetismo e à abstinência, à piedade e à auto-censura, ao temor a Allah e ao choro por receio, à sagacidade e inteligência, à visão e conhecimento, à consciência desperta e auto-domínio.

É o Faruk Ômar Ibn Khattab, o coraixita, do clã Adawi(Bani Ady). O Mensageiro de Allah (S) o apelidou de Abu Hafs.

Ibn Al Jauzi disse: “Fique sabendo que Ômar foi benevolente, quer seja na época pré-islâmica, quer seja durante o Islam” 1.

Ibn Kacir disse: “Ele era modesto, de vida simples, de comida simples, rigoroso nas questões de Allah, remendava sua roupa, carregava recipiente no ombro, apesar da sua posição, montava em burro sem sela, no camelo sobre esteira, ria pouco, não brincava com ninguém e tinha um anel em que estava gravado: a morte é suficiente admoestadora, ó Ômar.

A sua Conversão
Ômar se converteu no ano seis do início da missão. Tinha vinte e sete anos de idade. Participou das batalhas de Badr e Uhud com o Profeta (S). Participou de várias expedições e foi nomeado comandante de algumas delas. Foi um dos que permaneceram firmes ao lado ao Mensageiro de Allah (S) em Uhud. Será uns dos primieiros na religião que receberá as dádivas de Allah. Um dos dez auspiciados com o Paraíso, um dos califas probos, um dos sogros do Profeta (S), um dos maiores sábios dentre os companheiros e os ascetas.

A sua conversão foi considerada o início de uma nova etapa da proclamação da religião. A esse respeito Ibn Mass’ud (R) disse: “Adquirimos respeito a partir da conversão de Ômar.

A sua conversão aconteceu por causa da invocação do Profeta (S). Ibn Ômar relatou que o Rassulullah (S) disse: “Ó Allah fortalece o Islam daquele que mais gostas dentre esses dois homens: Abu Jahal ou Ômar Ibn Al Khattab”. Ômar foi o escolhido. (Ahmad e Tirmizi).

Sua Imigração
Foi corajoso no dia da sua imigração. Áli Ibn Abi Tálib (R) disse: “Não conheci outra pessoa que imigrou aos olhos das pessoas,todos os imigrantes viajaram às ocultas, menos Ômar Ibn Al Khattab, quando resolveu imigrar, pegou da espada, do arco e das flechas, foi até a Caaba, deu sete voltas ao seu redor, foi à estância de Abraão e cumpriu duas unidades de oração. Então, parou perante cada lider do grupo dos Coraxitas e disse: ‘Quem quiser ser pranteado pela mãe, deixar órfãos, deixar viúvas, que me encontre após esse vale’. Áli disse: ‘Ninguém o seguiu dos coraixitas, a não ser os enfraquecidos que ele ensinou e orientou, e seguiu viagem’”.

Ibn Al Jauzi disse: “Ômar tornou-se muito rigoroso na questão religiosa e o seu entusiasmo cresceu quando chegou a época da imigração. As pessoas saíram sorrateiramente. Ômar porém, saiu caminhando como um leão, dizendo: ‘Estou imigrando, quem quiser me encontrar que o faça no vale’” 2.


Seus Méritos e suas Virtudes
Um Homem do Paraíso
Abu Huraira (R) relatou que o Profeta (S) disse: “Enquanto dormia sonhei que estava no Paraíso. Vi uma mulher se abluindo ao lado de um palácio. Perguntei: ‘De quem é esse palácio?’ Disseram: “De Ômar”. Lembrei-me de seu ciúme e fugi do local.” Ômar chorou e disse: “Como posso ter ciúme de você, ó Mensageiro de Allah”? (Bukhári e Musslim).

O Conhecimento de Ômar Ibn Al Khattab
Ibn Ômar (R) relatou que o Mensageiro de Allah (S) disse: “Enquanto dormia, sonei que bebia leite até ver o líquido sair do meio das minhas unhas, então entreguei o frasco a Ômar”. Perguntaram: “Por que prioridade, ó Mensageiro de Allah”? Disse: “Pelo conhecimento”. (Bukhári e Musslim).

A Religiosidade e a Retidão de Ômar Ibn Al Khattab
Saad Ibn Abi Waccas relatou que o Profeta (S) disse: “Ó Ibn Al Khattab, por Aquele em Cujas mãos está a minha alma, se o Demônio o ver percorrendo um caminho, ele se desvia para outro.” (Bukhári e Musslim).

Abu Said Al Khudri relatou que ouviu o Profeta (S) dizer: “Enquanto dormia, vi pessoas que me foram apresentadas vestindo mantos, alguns só atingiam o peito, outros, menos que isso, Ômar me foi apresentado com um manto que tocava o chão”. Perguntaram: “Qual é a causa disso, ó Mensageiro de Allah”? Respondeu: “A sua religiosidade”.

A Sagacidade de Ômar
Abu Huraira (R) relatou que o Profeta (S) disse: “Havia entre os povos anteriores a vocês pessoas tradicionalistas, sem serem profetas. Se há entre meu povo alguém assim, é Ômar(os anjos confirmaram sua palavra)”. (Bukhári e Musslim)

A Sublimidade de sua Posição
Ucba, Ibn Ámer (R) relatou que ouviu o Mensageiro de Allah (S) dizer: “Se houvesse profeta depois de mim, seria Ômar Ibn Al Khattab”. (Ahmad e Tirmizi)

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“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Califa Abu Bakr Assidik (RAA) - Se eu adotasse um amigo, eu adotaria Abu Bakr como tal‏

Se eu adotasse um amigo, eu adotaria Abu Bakr como tal

Preparação: Dr. Ahmad Al Mazid
Dr. Ádel Ach Chadi


Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso

Louvado seja Allah e que a Sua paz e graça estejam com o Mensageiro de Allah (S), com seus familiares, com seus companheiros e com os seus seguidores.

Temos um encontro com um homem que o sol não nasceu nem se pôs, depois dos profetas e mensageiros, sobre alguém melhor do que ele.

Um homem cuja fé foi comparada à fé de toda a comunidade e a sua fé foi maior.
Um homem que gastou toda a sua fortuna pela causa de Allah. Quando foi perguntado: “O que você deixou para a sua família?” Respondeu, com total confiança em seu Senhor: “Deixei Allah e Seu Mensageiro.”
É o Abu Bakr Assidik
Seu nome: Abdullah Ibn Osman Ibn ‘Ámer, coraixita, cujos pais pertenciam ao clã Taim. Era generoso, corajoso, constante, de opinião correta nas importantes situações, tolerante, paciente, de forte determinação, jurisprudente, conhecedor das descendências e das histórias, confiante em Allah, ciente de Sua promessa, piedoso, distante das dúvidas, asceta quanto ao mundo, desejoso do que há com Allah, companheiro, íntegro (que Allah esteja satisfeito com ele e que o satisfaça).1


Ibn Al Jauzi, disse: “Fique sabendo que as características de Abu Bakr (R) são conhecidas pela piedade, temência, ascetismo, choro e modéstia. Quando foi nomeado Califa, passou a ir cedo para o mercado. Ele costumava ordenhar as ovelhas dos vizinhos antes do califado. Quando foi nomeado, uma empregada da vizinhança disse: “Agora não vai mais ordenhar as nossas ovelhas.” Ele disse: “Ao contrário, vou continuar ordenhando; não espero mudar depois de assumir a minha função.
Todos os companheiros (R) reconheceram os seus méritos.”1

Possuidor de Hombridade e Excelência
O Siddik (R) era portador de hombridade, de ponderação, mesmo na época pré-islâmica. Nunca ingeriu álcool para não perder a consciência e cometer algo condenável.

Ibn Al Jauzi disse: “Fique sabendo que Abu Bakr é conhecido por seus
méritos, tanto na época pré-islâmica como durante o Islam. Durante aquela época ele costumava intervir à favor dos que não tinham meio para pagar compensação sanguínea (matar alguém sem intenção) e dos endividados. Os coraixitas atendiam-lhe o pedido e a quem ele estava intervindo. Se outro o fizesse, eles o rejeitariam.”



O Primeiro dos Homens a se Tornar Muçulmano
Abu Said Al Khudri (R), na história do Abu Bakr assumir o califado relatou que ele disse: “Não fui o primeiro a me tornar muçulmano? Não fiz isso? Não fiz aquilo?” (Tradição narrada por Tirmizi).

A conversão de Abu Bakr foi mais valiosa para o Islam e os muçulmanos, do que a conversão de outras pessoas, por causa de sua elevada posição e o seu empenho em divulgar a Mensagem, pois foi a causa da conversão de um grande número de pessoas importantes como Abdel Rahman Ibn ‘Auf, Saad Ibn Abi Waccas, Osman Ibn Affan, Azzubair Ibn Al Auwam e Tal-ha Ibn Ubaidullah.
Quando adotou o Islam, era dono de uma fortuna de quarenta mil dirham (moeda de prata que tinha grande valor na época) que ele gastou pela causa de Allah.
Libertou uma série de escravos que estavam sendo torturados pela causa de Allah, a exemplo de Bilal Ibn Rabah (R). Ele acompanhou o Mensageiro de Allah (S) em Makka, na caverna, na imigração e em Madina. Acompanhou-o em todas as campanhas militares: Badr, Uhud, Khandak (Trincheira), na Conquista de Makka, em Hunain e Tabuk.

Versículos do Alcorão a Respeito de Abu Bakr Assidik:
Allah, exaltado seja, disse: “Contudo, livrar-se-á dele o mais temente a Allah, que aplica os seus bens, com o fito de purificá-los, e não faz favores a ninguém com o fito de ser recompensado, senão com o intuito de ver o Rosto do seu Senhor, o Altíssimo; e logo alcançará (completa) satisfação.” (92:17-21).



Ibn Al Jauzi disse: “Há consenso de que esses versículos foram revelados por causa de Abu Bakr. Neles está especificado que é o mais temente a Allah, e o mais temente é o mais honrado para Allah, pois Ele diz: “Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Allah, é o mais temente.” (49:13). Isso comprova que ele era o mais virtuoso homem da comunidade depois do Profeta (S).

Allah, exaltado seja, disse: “Quando estava na caverna com um companheiro, ele disse: Não te aflijas, porque Allah está conosco! Allah infundiu nele o Seu sossego, confortou-o com tropas celestiais que não poderíeis ver.” (9:40). Há um consenso entre os muçulmanos de que o companheiro, aqui, era Abu Bakr.

Allah, exaltado seja, disse: “Outrossim, aqueles que apresentarem a verdade e a confirmarem, esses são os tementes.” (39:33).
Al Bazar e Ibn Al ‘Assáker disseram que Áli (R), explicando este versículo, disse: “Quem apresentou a verdade foi Mohammad (S) e quem a confirmou foi Abu Bakr.”

Tradições a Respeito das Virtudes de Abu Bakr
Quanto às tradições a respeito de Abu Bakr Assidik (R), são muitas. Algumas das quais são:

Primeiro: Amar Ibn Al ‘As (R) relatou que perguntou ao Profeta (S): ‘Qual é a pessoa que mais gosta?’ Respondeu: ‘Aicha’. Perguntou: ‘E entre os homens?’ Respondeu: ‘O pai dela.’” (Bukhári e Musslim).


Segundo: Mohammad Ibn Al Hanafiya (R) relatou que perguntou ao pai – Áli Ibn Abi Tálib (R): “Qual é melhor pessoa após o Rassulullah (S)?” Respondeu: “Abu Bakr”. Perguntou novamente: “Quem vem depois?” Respondeu: “Ômar” Com receio que dissesse Osman na próxima, perguntou: “E você?” Disse: “Sou apenas um dos muçulmanos.” (Bukhári).

Terceira: Abu Said al Khudri (R) relatou que o Profeta (S) disse: “A pessoa em quem mais confio e não consigo retribuir pelo que fez ao Islam quanto ao seu companheirismo e bens é Abu Bakr. Se eu tivesse que escolher um amigo, escolheria Abu Bakr. Porém, ele é irmão e amigo no Islam. todas as portas da mesquita ficam fechadas, menos a porta de Abu Bakr(em honra a Abu Bakr)”. (Bukhári e Musslim).

Quarta: Abu Huraira (R) relatou que o Mensageiro de Deus (S) disse: “Nós recompensamos todos aqueles que nos ajudaram, menos Abu Bakr. Há coisas que somente Deus irá recompensá-lo por ela no Dia da Ressurreição. Não houve dinheiro que me fosse tão benéfico como o dinheiro de Abu Bakr. Se eu fosse adotar um amigo, eu escolheria Abu Bakr, porém tenho Allah por amigo”. (Tirmizi).

Quinta: Abu Huraira (R) relatou que o Profeta (S) disse: “Quem gastar um par pela causa de Deus será chamado pelas portas do Paraíso: ‘Ó servo de Deus, isso é muito melhor para você’. Quem for dos que praticam a oração será chamado pela porta da oração. Quem for dos que lutam pela causa de Deus, será chamado pela porta dos que lutam pela causa de Deus, quem for dos que praticam o jejum, será convocado pela porta Rayan. Quem for dos caritativos, será convocado pela porta dos caritativos. Abu Bakr perguntou: ‘Alguém será convocado por todas aquelas portas’? Disse-lhe sim, desejo que seja um deles”. (Bukhári e Musslim).

Sexta: Abu Bakr relatou que o Mensageiro de Deus (S) disse-lhe quando estavam na caverna: “Ó Abu Bakr, que pensa da situação de dois, cujo terceiro é Deus?” (Bukhári e Musslim).

Sétima: Ánas (R) relatou que o Profeta (S) disse: “o mais misericordioso dentro de minha comunidade é Abu Bakr”. (Ahmad e Tirmizi).

Oitava: Ánas (R) relatou: “O Profeta (S), Abu Bakr, Ômar e Osman subiram em Uhud. O monte tremeu com eles, o Profeta (S) bateu o pé com força no monte e disse: ‘Fique firme Uhud, pois está sobre você um Profeta, um Siddik e dois mártires’”. ( Bukhári).

Nona: Abu Dardá relatou: “Eu estava sentado com o Profeta (S) e chegou Abu Bakr e disse: ‘Tive um desentendimento com Ômar e me arrependi, pedi-lhe que me perdoasse, não aceitou, por isso, eu vim a você’. O Profeta (S) lhe disse: ‘Que Deus lhe perdoe, ó Abu Bakr, que Deus lhe perdoe, ó Abu Bakr, que Deus lhe perdoe, ó Abu Bakr’. Então, Ômar se arrependeu, foi à casa de Abu Bakr e não o encontrou. Em seguida foi ter com o Profeta (S) e o saudou. O rosto do Profeta (S) transformou-se tanto que Abu Bakr ficou com pena de Ômar este se ajoelhou em frente ao Profeta (S) e disse: ‘Eu fui mais injusto, eu fui mais injusto’. O Profeta (S) disse: ‘Deus me enviou a vocês e vocês me desmentiram, mas Abu Bakr disse que eu falei a verdade e me deu apoio com sua pessoa e seus bens. Vão querer deixá-lo em paz ou não’? Depois disso, nunca mais alguém importunou Abu Bakr”. (Bukhári).

Observação: No obra de Ibn Hijr Al Haitami, “Assawáik al Muhrika” há mais de cem tradições a respeito do mérito de Abu Bakr (R). O que se pode dizer depois disso?

Os Textos que Indicam a Legitimidade de seu Califado
Ibn Al Jauzi disse: “Abu Bakr foi o único que deu parecer na presença do Profeta (S), foi designado pelo profeta para dirigir as orações e foram revelados textos quanto à sua designação”7. Entre as tradições citamos:

Primeira: Jubair Ibn Mut’im relatou: “Uma mulher foi ter com o Profeta (S) e ele lhe pediu para voltar em outra ocasião. Ela perguntou: ‘se eu voltar e não o encontrar’? (como se dissesse que poderia estar morto). O Profeta (S) lhe disse: ‘Se não me encontrar, procure Abu Bakr”. (Bukhári e Musslim)

Segunda: Aicha relatou que o Profeta (S) durante a sua enfermidade lhe disse: “Chame o seu pai e o seu irmão para eu ditar um testamento, pois temo que alguém se apresente (para o califado) sem merecimento, ou que alguém alegue o seu direito, porém Deus e os crentes não o aceitarão, com exceção de Abu Bakr”. (Bukhári e Musslim).

Terceira: Abu Mussa Al Ach’ari (R) relatou: “O Profeta (S) ficou enfermo e a doença se agravou. Por isso, disse: ‘Digam a Abu Bakr que lidere a oração’. Aicha disse: ‘Ó Mensageiro de Deus (S) Abu Bakr é um homem sensível, se o substituir não vai conseguir liderar a oração’. O Profeta (S) insistiu: ‘Digam a Abu Bakr que lidere a oração’”. (Bukhári e Musslim).

Em outra narrativa Aicha disse a Hafsa: “Diga-lhe para designar Ômar”. Quando Hafsa pediu ao Profeta para designar Ômar, zangou-se e disse: “Vocês são,os companheiros de José? Digam a Abu Bakr que lidere a oração”.

Na narrativa de Ibn Zam’a o Profeta (S) deu a ordem de Abu Bakr liderar a oração. Este estava ausente, então Omar se adiantou e liderou a oração. O Profeta (S) disse: “Não, não e não. Deus e os muçulmanos não aceitam a não ser Abu Bakr”.
Áli Ibn Abi Tálib (R) relatou o que Ibn Assákir compilou: “O Profeta (S) ordenou a Abu Bakr liderar as orações e eu estava presente e não estava doente. Aceitamos o para o nosso mundo que satisfazia ao Profeta (S) para a nossa religião.

Declarações dos Companheiros, dos Familiares do Profeta (S)
e dos Sucessores Virtuosos a Respeito do Mérito de Abu Bakr

Ômar Ibn Al Khattab (R) disse: “Abu Bakr é o nosso mestre e o libertador do nosso mestre (quer dizer Bilal)”. (Bukhári).

E disse: “Quisera ser um pelo no peito de Abu Bakr”. (Mussadad).
Áli (R) disse: “O melhor dos homens depois do Mensageiro de Deus (S) são Abu Bakr e Ômar. O amor por mim e o ódio por Ômar e Abu Bakr não se juntam no coração do crente”. (Tabaráni).

Darkutni, baseado em Já’afar Assádik, baseado em seu pai, Mohammad Báker, que um homem foi ter com o seu pai, Zein Al Ábdin Áli Ibn Hussein (R) e lhe pediu: “Fala-me de Abu Bakr” e Ibn Hussein respondeu-lhe: “O Siddik?” O homem disse: “Você o denomina Siddik”? Disse Zein Al Ábdin: “Que a sua mãe o perca? O próprio Rassulullah (S), os Muhajirin e os Ansar assim o denominaram. Quem não o denominar Siddik, Deus não aceitará as suas palavras neste mundo ou no outro. Pode ir embora que eu amo tanto Abu Bakr como Omar (que Deus esteja satisfeito com ambos”.
19Ibn Al Jauzi, baseado em Zaid Ibn Áli, disse: “Fique sabendo que negar os dois cheiques – Abu Bakr e Ômar – é negar Áli, quer antes, quer depois”.

Suas Características
Ách-cha’bi disse: “Deus, Altíssimo, concedeu quatro características a Abu Bakr e a ninguém mais: denominou-o Siddik e não denominou a ninguém mais, foi companheiro do Rassulullah (S) na caverna, na Hijra e o Rassulullah (S) o designou para dirigir as orações com o testemunho dos muçulmanos”.

Hákim, baseado em Mussib disse: “Abu Bakr ocupava a função de ministro do Rassulullah (S). Ele o consultava em todos os assuntos. Foi o seu segundo no Islam, o seu segundo na caverna, o seu segundo em Badr, o seu segundo no túmulo e o Rassulullah (S) não dava preferência a ninguém acima dele” 9.

Os Grandes Acontecimentos Durante o seu Califado
Confirmação do exército de Ussama Ibn Zaid
Combateu os apóstatas e os que negaram o pagamento do zakat.
Combateu Mussailama, o mentiroso.
Compilação do Alcorão.
Início das conquistas do Iraque e da Síria.

Suas Primazias
O primeiro a se tornar muçulmano entre os homens.
O primeiro a compilar o Alcorão.
O primeiro a denominar o Alcorão de Mushaf (compilação).
O primeiro que foi denominado califa.
O primeiro a adotar a Casa da Moeda.
O primeiro a ser apelidado no Islam. Foi apelidado de “Atiq” (libertador de escravos).

Sua Coragem
‘Urua Ibn Zubair relatou que perguntou a Abdullah Ibn Amr Ibn Al ‘As, sobre a pior coisa que os politeístas fizeram com o Rassulullah (S). Respondeu: “Vi ‘Ukba Ibn Abi Muti’ ir até o Profeta (S) enquanto rezava, colocar um pano no pescoço dele e o apertar tanto que quase o sufocou. Abu Bakr chegou, empurrou-o e disse: “Querem matar um homem que diz – Deus é meu Senhor – mesmo tendo trazido as evidências de seu Senhor”? (Bukhári).

O combate aos apóstatas e aos que se negavam a pagamento do zakat é um dos mais importantes indícios de sua coragem. Ele disse: “Por Deus, se deixarem de contribuir com uma corda que contribuíam na época do Rassulullah (S), eu os combaterei por isso”.

Sua Abstenção e Ascetismo
Attabaráni, em seu musnad, baseado em Hassan Ibn Áli Ibn Abi Tálib (R) narrou: “Quando Abu Bakr adoeceu (no leito da morte) disse: ‘Se eu morrer, pegue a fêmea do camelo que nos fornecia leite, a vasilha que usávamos para tingimento, o manto que eu usava durante o meu governo e devolva para Ômar’. Quando morreu, Aicha enviou tudo para Ômar, que disse: ‘Que Deus tenha piedade de você, ó Abu Bakr, pois encarregou a quem irá sucedê-lo’”.

Sua Modéstia
Ibn Assákir, baseado em Abu Saleh Al Ghifari, relatou: “Ômar Ibn Al Khattab costumava cuidar de uma idosa cega nos arredores de Madina. Ia durante a noite levar-lhe água e mantimentos. Quando chegava, descobria que alguém havia se antecipado e feito o serviço. Ômar ficou de tocaia para descobrir quem fazia aquilo. Era Abu Bakr, quando era califa. Ômar disse: ‘Você sempre se antecipou a mim, ó Abu Bakr’”.

Sua Alta Disposição
Abu Huraira (R) relatou que o Rassulullah (S) perguntou: “Quem de vocês está jejuando hoje”? Abu Bakr respondeu: “Eu”.O Rassulullah (S) perguntou:"Quem de vocês acompanhou um féretro?" Abu Bakr disse: "Eu". O Rassulullah (S) perguntou: “Quem de vocês alimentou um necessitado hoje”? Abu Bakr disse: “Eu”. O Rassulullah (S) perguntou: “Quem visitou um doente hoje”? Abu Bakr respondeu: “Eu”. O Rassulullah (S) disse: “Todo indivíduo que fizer tudo isso, ingressará no Paraíso”. (Musslim).

A Sua Contribuição em Gastos Pela Causa de Deus
Ômar Ibn Al Khattab (R) relatou: “O Rassulullah (S) nos ordenou contribuirmos em caridade. Eu disse a mim mesmo: ‘Hoje vou ganhar de Abu Bakr’. Contribuí com a metade dos meus bens. O Rassulullah (S) me perguntou: ‘O que você deixou para a sua família’? Respondi: ‘A mesma quantia com que contribuí’. Aí veio Abu Bakr e contribuiu com tudo que tinha. O Rassulullah (S) lhe perguntou: ‘O que você deixou para a sua família’? Abu Bakr lhe respondeu: ‘Deixei Deus e seu Mensageiro’. Ômar disse: Não consigo ganhar de você, nunca, ó Abu Bakr’”. (Abu Daúd e Tirmizi).

O Companheiro na Caverna
Versículos foram revelados a respeito dele, houve consenso dos Muhajirin e Ansar quanto ao seu califado: “Quando estava na caverna com um companheiro”.
Quem foi convocado ao Islam e aceitou imediatamente, sem titubear, gastou tudo que tinha pela causa.
Quem foi companheiro do Profeta (S) na sua juventude?
Quem foi o primeiro a crer, dentre os seus companheiros?
Quem foi quem deu parecer na frente do Profeta (S)?
Quem foi o primeiro a orar com ele?
Quem foi último a liderá-lo na oração?
Quem foi o primeiro a ser enterrado ao lado dele, portanto, reconheça o direito do vizinho, “Quando estava na caverna com um companheiro”?
Por Deus, não gostamos dele por gostar, mas seguimos as palavras de Áli que nos são suficientes. Se o Rassulullah (S) o escolheu para a nossa religião, como não o aceitamos para o nosso mundo?

Que Deus esteja satisfeito com Abu Bakr (R). Ó Senhor seja testemunha de que o amamos, a todos os califas probos e a todos os companheiros de Seu Profeta(S). Que Deus abençoe e dê paz ao nosso Profeta Mohammad(S), aos seus familiares e a todos os seus companheiros.

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Viagem para a eternidade... O encontro com Allah

A morte não é o absoluto fim. A morte é tão somente uma etapa da vida que foi estabelecida para todos os seres, todos os seres têm etapas diversas, exceto alguns seres como os anjos. A morte não é somente uma das etapas, mas é a mais perigosa etapa, porque as etapas que antecedem a morte são etapas de introdução para a vida terrena, a morte é a etapa de saída e finalização da vida terrena e introdução numa outra vida diferente em todos os aspectos... E, com efeito, criamos o ser humano da essência do barro, em seguida, fizemo-lo gota seminal, em lugar estável, seguro. Depois, criamos da gota seminal, uma aderência; e criamos, da aderência embrião; e criamos do embrião, ossos; e revestimos os ossos de carne; em seguida fizemo-lo surgir em criatura outra. –

Então, Bendito seja Allah, O Melhor dos criadores (23:12-14). Estas são simples partes de uma etapa. O desenvolvimento natural ocorreu com o ser humano transferindo-se da essência do barro para a gota seminal, em seguida para uma “aderência”, em seguida para um embrião, ossos, carne... até se compor em ser humano nascendo e entrando na etapa da vida mundana que também tem pequenas partes, nas quais o ser humano normalmente passa entre infância em suas diferentes fases, juventude com suas preocupações e aspirações, velhice e por fim, a morte. Em seguida, a vida ganha um novo desenvolvimento, uma nova etapa, a etapa após a morte... com a vida no túmulo, ressurreição, congregação, julgamento e inferno ou paraíso; infelicidade ou felicidade eternamente. À vida antes da morte damos o nome de vida mundana. E à vida após a morte damos o nome de derradeira vida.

Portanto, a morte é o limite entre duas vidas, e não o fim do ser humano.l Na etapa antes da morte temos a vida cheia de traição, ilusão e diversão. Porém, ela também tem honraria e nobreza. É cheia de hipocrisia e mentiras, porém tem também verdades e clareza. É cheia de falsidade, maldade, corrupção, perdição e infelicidade, mas também tem a verdade, a orientação, a virtude, o bem e a felicidade. Nesta vida existem os humanos “selvagens” assim como existem os humanos orientados. Nesta vida temos os profetas, os sábios praticantes, aqueles que o tempo e a vida para o bem da humanidade e para o conserto da vida do homem com a ordem de Deus e Sua revelação. Também temos os ditadores, os injustos, cuja preocupação é submeter os mais fracos a si e sugar os sangue dos humanos, extrair dele a humanidade, a liberdade e a honra. Nesta vida, temos as tentações como nuvens que barram a luz do sol da verdade das vistas dos atentados, têm os prazeres que aprisionam aqueles que perderam a fé e a convicção.

Mas temos também aqueles a quem Deus guiou e que anoiteceram adoradores a Deus que os criou e amanheceram desapegados da vida da tentação e dos prazeres. Viveram entre as pessoas com a conduta dos generosos, dos honrados e dos benfeitores. Na vida mundana temos um ser humano guardando ao outro. Na derradeira vida os anjos ao redor de todos os julgados. Na Vida mundana temos um ser julgando ao outro. Na derradeira vida o julgamento é de Deus, o Senhor do Universo. Na vida mundana, o ser humano é pesado conforme seu nome, sua descendência, seu posto, sua riqueza... Na vida após a morte estes pesos despencam (a bolsa de valores sofre uma reviravolta) e julga as pessoas somente um peso: Então quem houver feito um peso de átomo de bem o verá. E quem houver feito um peso de átomo de mal o verá (99:7-8). Por isso, é dever de todo ser humano revisar consigo mesmo a sua situação, fazer uma revisão geral em sua fé, em sua conduta, reativar a sua relação com o seu Criador, e perpetrar a sua mente, o seu coração e o seu corpo a serviço da grande e nobre finalidade (que devemos ter em nossas vidas) e da felicidade permanente e eterna, a serviço da vida que só possui a perfeição, a beleza, o amor, a felicidade, o deleite, o conforto, que Deus preparou (reservou) para aqueles que Ele ama e para os que triunfaram com sua misericórdia seguindo sua orientação na vida mundana. Esforçaremos-nos para esclarecer o que de mais importante o homem deve fazer para alcançar a misericórdia de Deus e o paraíso.

O crente consciente não espera os sinais da morte para revisar a sua fé e conduta, o crente consciente revisa e fiscaliza todos os momentos da sua vida em todas as fases da vida, pois a morte não tem hora, pode surpreender o ser humano a qualquer momento.

Fonte: http://www.islam.com.br

A crença natural

A fé e a crença em Deus como Criador e Mantenedor do universo, dos céus e da terra e tudo que entre eles existe é natural. A natureza do ser humano está inclinada a crer em Deus. Porém, o ser humano é influenciado e acaba por esquecer Àquele que o criou, a vida terrena o distrai e o envolve fazendo-o não refletir sobre a sua existência, para que foi criado?, de onde veio?, para onde vai?, o que deve fazer? Esquecemos a nossa natureza e a crença tornou-se algo secundário. Assim, ao esquecer a natureza da origem de toda a criação e da dependência de tudo e de todos a Deus, demos prioridade aos nossos instintos, nos alimentamos daquilo que Deus nos forneceu e esquecemos da origem desta provisão, nos satisfazemos com o que Deus nos deu e negamos que vem d´Ele esta dádiva. Talvez lembremos quando a perdemos, como no caso da doença quando toma o lugar da saúde, da dor quando toma o lugar do conforto, da desgraça ou do constrangimento quando toma o lugar da graça ou do divertimento. A inconscientização e a insensibilidade O homem se esquece da fé natural em Deus, se esquece que necessita adorá-Lo e seguir seus mandamentos. O homem acaba por se “inconscientizar” da existência de Deus e se torna insensível. E esta “inconscientização” ocorre por vários motivos... 1.

A repetição dos fatos. Ou seja, quando o ser humano passa por uma nova experiência, ele dá a máxima atenção, ele utiliza, abre e “liga” todos os seus sentidos para ver algo inédito. Quando ouvimos algo incomum, ou vamos para um nova cidade, para um país que não conhecemos, mudamos para um novo bairro, uma nova casa, quando visitamos as cataratas pela primeira vez, queremos conhecer os detalhes de tudo isso, prestamos atenção e refletimos sobre tudo o que vemos. Porém, quando nos acostumamos a ver tal coisa, ou tal lugar já nos é familiar, e o vemos todos os dias, os nossos sentidos passam sem grande percepção, ou passam sem dar nenhuma atenção ao lugar ou o fato, mesmo que seja algo maravilhoso e incomum.

Assim, o ser humano faz com Deus! Esquece que Ele é o Criador, o Mantenedor, o Sustentador, Quem dá a vida, Quem dá a morte! Passa pelo universo e não olha para nenhum dos sinais de Deus nesse universo. - Não olha para o sol e reflete sobre a sua criação, nem vê a luz quando se oculta e é submerso pela escuridão. - Não olha para as flores de diversas cores. - Não olha para os pássaros de diversas espécies. - Não olha para a água que desce dos céus, para o raio, o trovão e as nuvens. - Não olha para a criança que nasce nem para o homem que morre. O homem conhece todos estes acontecimentos, porém, quando está “inconsciente” e insensível, atribui tudo isso à natureza, ou à interferências que ele inventou... 2.

Fica insensível também porque está ocupado com sua alimentação e seus prazeres. Esta ocupado e preocupado em atingir o máximo de satisfação carnal, e tal satisfação, o distrai da reflexão nos sinais de Deus e da adoração a Ele, e o distrai da lembrança da morte e o que a sucede de prestação de contas e castigo. 3. Fica insensível porque não quer se submeter às leis de Deus, quer corromper na terra, quer seguir os seus egos, os seus vícios, quer prevalecer sobre os outros e os escravizar, usurpando os seus bens, monopolizando o mundo, matando e desonrando. Quer ser uma divindade no lugar de Deus. 4. Fica insensível por causa da ostentação que o domina. 5. Fica insensível por causa da ilusão que o atinge. Se ilude com a sua inteligência, com o seu corpo, com a sua riqueza ou com qualquer dádiva concedida por Deus a ele. Tudo isso ofusca a sua visão e sela o seu coração, e pensa que o que ele possui só é fruto de seu esforço e esquece que provém de Deus.

O homem não sente os sinais de Deus por algum desses motivos, ou por todos esses, ou por outros motivos. Consequentemente, esquece a Deus, ou idolatra divindades falsas em vez de adorar unicamente a Deus, ou imagina que alguém ou algo neste universo tem influência na criação junto com Deus. A fortificação da fé Há quem ainda é monoteísta, porém está insensível. Este está com sua natureza dormente. Há quem já é idólatra e está totalmente insensível. Este está com sua natureza morta. E para acordar ou ressuscitar a todos estes, Deus, com Sua misericórdia, enviou os profetas e mensageiros para os orientar e os retornar à verdade.

Enviou o profeta Muhammad (saas) como último mensageiro e revelou a ele o Alcorão e o fez a luz e orientação para todos os humanos. No Alcorão, crença pura e natural é muito citada, por ser a base e o significado da vida, é o assunto mais importante da vida por se relacionar diretamente com todo e qualquer ser humano, com a salvação e a condenação, com a felicidade e a infelicidade, por isso nos são esclarecidos de várias maneiras os pontos da fé, a realidade da fé, a necessidade de se adorar somente a Deus, o debate contra as crenças forjadas, etc.. Porém, o Alcorão Sagrado não designa somente a verdadeira crença.

O Alcorão, com a sua bela locução divina, além de utilizar os mais variados meios para o esclarecimento da fé, também nos revela os meios para a fortificação desta fé natural que existe no sentimento de cada ser humano, mas às vezes está dormente ou morta... Dentre os meios de fortificação da fé... Deus nos indica a Sua criação para nos lembrar do Seu poder e da Sua grandeza. Na perfeição de toda esta criação, na sua composição, no seu beneficio para o ser humano. Em todo o universo há inúmeros sinais que eliminam a insensibilidade que pode ter atingido os nossos corações e mentes. E devemos entender que, o Alcorão Sagrado não cita tais sinais para efeito de puro conhecimento que será armazenado na mente do ser humano.

Deus nos cita os Seus sinais para que a realidade interfira nos nossos corações, e voltemos os nossos corações a Deus. Se não for assim, qual o valor de se conhecer que Deus criou os céus e a terra e tudo o que entre eles existe, e em seguida, o meu coração não lembra de Deus e a minha língua não menciona o nome de Deus? Se este conhecimento não me fará se dirigir a Deus, qual será o valor e para que servirá? Veja os exemplos da descrição de Deus a Sua criação: Ele é Quem envia a água do céu, da qual bebeis, e mediante a qual brotam arbustos com que alimentais o gado. E com ela faz germinar a plantação, a oliveira, a tamareira, a videira, bem como toda a sorte de frutos. Nisto há um sinal para os que refletem. E submeteu, para vós, a noite e o dia; o sol, a lua e as estrelas estão submetidos às Suas ordens. Nisto há sinais para os sensatos. Bem como em tudo quanto vos multiplicou na terra, de variegadas cores. Certamente nisto há sinal para os que meditam.

E foi Ele Quem submeteu, para vós, o mar para que dele comêsseis carne fresca e retirásseis certos ornamentos com que vos enfeitais. Vedes nele os navios sulcando as águas, à procura de algo de Sua graça; quiçá sejais agradecidos. E fixou na terra sólidas montanhas, para que ela não estremeça convosco, bem como rios, e caminhos pelos quais vos guiais. Assim como os marcos, constituindo-se das estrelas, pelas quais (os homens) se guiam.

Poder-se-á comparar o Criador com quem nada pode criar? Não meditais? Porém, se pretenderdes contar as mercês de Deus, jamais podereis enumerá-las. Sabei que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo. (Annahl 10-18). Alef, Lam, Mim, Ra. Estes são os versículos do Livro. O que te foi revelado por teu Senhor é a pura verdade; porém, a maioria dos humanos não crê nisso. Foi Deus Quem erigiu os céus sem colunas aparentes; logo assumiu o Trono e submeteu o sol e a lua (à Sua vontade); cada qual prosseguirá o seu curso, até um término prefixado. Ele rege os assuntos e elucida os versículos para que fiqueis persuadidos do comparecimento ante o vosso Senhor. Ele foi Quem dilatou a terra, na qual dispôs sólidas montanhas e rios, assim como estabeleceu dois gêneros de todos os frutos. É Ele Quem faz o dia suceder à noite.

Nisso há sinais para aqueles que refletem. E na terra há regiões fronteiriças (de diversas características); há plantações, videiras, sementeiras e tamareiras, semelhantes (em espécie) e diferentes (em variedade); são regadas pela mesma água e distinguimos umas das outras no comer. Nisto há sinais para os sensatos. (Arrád 1-4). Glorificai, pois, Deus, quando anoitece e quando amanhece! Seus são os louvores, nos céus e na terra, tanto na hora do poente como só meio-dia. Ele extrai o vivo do morto, e o morto do vivo; e vivifica a terra, depois de haver sido árida. E assim sereis ressuscitados! Entre os Seus sinais está o de haver-vos criado do pó; logo, sois, seres que se espalham (pelo globo). Entre os Seus sinais está o de haver-vos criado companheiras da vossa mesma espécie, para que com elas convivais; e colocou amor e piedade entre vós.

Por certo que nisto há sinais para os sensatos. E entre os Seus sinais está a criação dos céus e da terra, as variedades dos vossos idiomas e das vossas cores. Em verdade, nisto há sinais para os que discernem. E entre os Seus sinais está o do vosso dormir durante a noite e, durante o dia, e de procurardes a Sua graça. Certamente, nisto há sinais para os que escutam. E entre os Seus sinais está o de mostrar-vos o relâmpago, provocando temos e esperança, e o de fazer descer a água dos céus, com a qual vivifica a terra depois de haver sido árida. Sabei que nisto há sinais para os sensatos. E entre os Seus sinais está o fato de os céus e a terra se manterem sob o Seu Comando, e, quando vos chamar, uma só vez, eis que sareis da terra. (Arrum 17-25) Deus também nos lembra da vida e da morte. Todos os dias testemunhamos a morte, porém, muitas vezes não damos grande atenção. Tamanha é a insensibilidade, o homem foge e não quer pensar sobre o segredo da vida. Quem deu a vida para o ser humano e depois o fez inexistente. A Ciência só nos explica as aparências. Nos indica os aspectos da vida, o homem se alimenta, se desenvolve, se movimenta, se reproduz, e a morte é a falência de todas estas ações. Porém, quem nos diz qual o segredo desta vida e o segredo desta falência, o que faz um ser vegetal ou animal irracional ou animal racional (o homem), ter uma célula viva que o faz gozar de todos estes aspectos da vida, se alimentar, crescer, se movimentar, se reproduzir, construir a vida. O que faz esta célula morrer?

A ciência nos diz que a célula envelhece, enfraquece e morre. Isto ocorre, porém, o que fez isso acontecer? A causa do falecimento é a disfunção múltipla dos órgãos, insuficiência respiratória, insuficiência renal, infarto fulminante, insuficiência hepática, senilidade... . Isto ocorreu, porém, o que fez isso acontecer? Deus deu a vida e deu a morte. E se nos tivesse dado a vida e deixasse a morte para a nossa escolha jamais morreríamos. Este é o fato que foge da nossa mente e dos nossos sentidos quando a fé adormece e, consequentemente, vivemos sem pensar em Deus.

E vem o Alcorão para tirar esta película que cobre os nossos sentimentos e acorda o ser humano dizendo: Bendito seja Aquele em Cujas mãos está a Soberania, e que é Onipotente; Que criou a vida e a morte, para testar quem de vós melhor se comporta - porque é o Poderoso, o Indulgentíssimo . Que criou sete céus sobrepostos; tu não acharás imperfeição alguma na criação do Clemente! Volta, pois, a olhar ! Vês, acaso, alguma fenda? (Al mulk 1-3). Criamos o homem de essência de barro. Em seguida, fizemo-lo uma gota de esperma, que inserimos em um lugar seguro. Então, convertemos a gota de esperma em algo que se agarra, transformamos o coágulo em feto e convertemos o feto em ossos; depois, revestimos os ossos de carne; então, o desenvolvemos em outra criatura.

Bendito seja Deus, Criador por excelência. Então morrereis, indubitavelmente. Depois sereis ressuscitados, no Dia da Ressurreição. E por cima de vós criamos sete céus em estratos, e não descuramos da Nossa criação. E fazemos descer, proporcionalmente, água do céu e a armazenamos na terra; mas, se quiséssemos, poderíamos fazê-la desaparecer. E, mediante ela, criamos, para vós, jardins de tamareiras e videiras, dos quais obtendes abundantes frutos, de que vos alimentais. (Al muúminun 12-19). Dize-lhes:

Sabei que a morte, da qual fugis, sem dúvida vos surpreenderá; logo retornareis ao Conhecedor do cognoscível e do incognoscível, e Ele vos inteirará de tudo quanto tiverdes feito! (Al jumua 8). Toda a alma provará o sabor da morte e, no Dia da Ressurreição, sereis recompensado integralmente pelos vossos atos; quem for afastado do fogo infernal e introduzido no Paraíso, triunfará. Que é a vida terrena, senão um prazer ilusório? (Al Amran 185). Deus conscientiza o homem e o alerta de que tem uma missão a cumprir nesta vida, e de que esta vida é passageira e insignificante se comparada à vida eterna, na qual será interrogado e retribuído, pois carrega uma responsabilidade e um encargo que as outras criaturas não carregam, pois são irracionais ou inanimáveis. Por isso, Deus enviou os mensageiros e revelou os livros, para alertar o homem e para guia-lo a uma vida digna e feliz nesta vida e na outra, lembrando-o que Ele criou o ser humano e é Conhecedor das necessidades deste ser e da natureza deste ser... Como não haveria de conhecer quem criou, sendo Ele o Sutilíssimo, o Onisciente (76:14). Criou o homem e o compôs de corpo, mente e alma e estabeleceu que cada uma destas partes do ser humano têm suas necessidades... 1. Criou o corpo que necessita de alimentação para o seu desenvolvimento e sobrevivência, assim como necessita de vestimenta e moradia. 2.

Criou a mente humana, que necessita de ensino e conhecimento para desenvolver as necessidades que o corpo tem e para desenvolver a vida na terra, assim como Deus estabeleceu. 3. E criou a alma que necessita de guia e espiritualidade para encontrar a verdadeira felicidade nesta vida e na outra. E para suprir as necessidades do corpo, da mente e da alma, Deus criou um sistema e deu ao homem todas as condições para dele usufruir... 1. Garantiu o sustento deste corpo com a criação de um sistema que permite ao homem extrair da terra o seu sustento, e criou todo um sistema ao seu redor para que ele alcance as suas necessidades humanas: ar, água, terra, dia, noite...*Deus foi quem vos submeteu o mar para que, com o Seu beneplácito, nele navegassem as embarcações e para que procurásseis algo de Sua bondade a fim de que Lhe agradesseis. E vos submeteu tudo quanto existe nos céus e na terra, pois tudo dele emana...* (45:13). E assim Deus cita todo este sistema por Ele criado, os céus e suas águas, a terra e suas plantações, a noite, o dia, o mar, os animais, tudo para o uso do homem. Leia e ouça o próprio Criador falando à você sobre todas as suas dádivas... (16:10-18) (13:1-4) (30:17-25) (14:32-34). E leia ainda: * Ó humanos, adorai ao vosso Senhor, Que vos criou, bem como aos vossos antepassados, para que temam (à Ele). Ele vos fez da terra um leito, e do céu um teto, e envia do céu a água, com a qual faz brotar os frutos para o vosso sustento...* (2:21-22) 2. Garantiu o conhecimento desta mente, ensinando ao homem como desenvolver a vida e como dirigir sua vida, como usufruir do sistema que Deus criou.* Ele (Deus) ensinou a Adão todos os nomes (de todas as coisas)* (2:31) 3. E garantiu ao homem a guia que sua alma precisa, enviando os mensageiros e revelando a sua orientação ao homem, para que estes mensageiros guiassem este homem à Deus através da verdade revelada a eles...*Ó filhos de Adão, se apresentarão mensageiros, dentre vós, que vos ditarão Meus versículos. Aqueles que temerem a Deus e a Ele se encomendarem nada temerão e nem se atribularão. E aqueles que desmentirem os Nossos versículos e se negarem a segui-los serão condenados ao inferno, onde permanecerão eternamente* (7:35-36).* Em verdade, enviamos para cada povo um mensageiro (com a ordem): Adorai somente à Deus * (16:36). Porém, o homem acaba por esquecer e transgride. Se vê rico e independente quando extrai o seu sustento da terra, quando fabrica e constrói a vestimenta e a moradia que o abriga. Quando faz descobertas científicas que eram imagináveis à pouco tempo atrás, pensa ser dono de si próprio, alimentou seu corpo com o sustento que Deus lhe deu, alimentou sua mente com a inteligência que Deus lhe deu, porém esqueceu de alimentar sua alma e seguir a orientação que Deus também lhe deu. Por isso, sabe comer, beber e vestir, sabe desenvolver a ciência (e tudo isso é incentivado por Deus), porém... *Conhecem tão-somente o aparente da vida terrena, porém estão alheios quanto à outra vida* (30:7), não sabe o significado da sua existência e da existência do mundo, não sabe da morte, de onde vem, aonde vai, para que veio, como alcançar a felicidade durante a vida e após a morte, tudo isto só o sabe quem alimentou sua alma junto com seu corpo e mente... 1. O homem pensa que sozinho conseguiu suprir as necessidades do seu corpo, e com toda sua inteligência extraiu o seu sustento, e não lembrou do Criador de todo este sistema que o envolve. Assim, Deus o alerta no Alcorão e diz: * Por acaso reparam no que semeiam? Porventura, são vocês que fazem germinar ou somos nós (Deus) o germinador? Se quiséssemos, converteríamos isto em seco... Por acaso, reparam na água que bebem? São vocês, ou somente Nós quem a faz descer dos céus?... * (56:63..). 2. Depois fica alegre e hilário pelo conhecimento que alcançou, chegou à lua, conseguiu avanços na medicina, transplantes de órgãos, na informática, etc., pensa ele, que com seu poder alcançou tudo isso e ataca a religiosidade, considerando-a oposta a todos estes avanços, porém a verdadeira religiosidade incentiva todo avanço tecnológico benéfico ao homem e que não contraria aquilo que foi estabelecido por Deus. Quando este cientista se contenta com sua incredulidade e não agradece a Deus pelo avanço conquistado, Deus o alerta no Alcorão e lhe diz: *Deus vos extraiu dos ventres de vossa mães e nada sabiam, e lhes dotou de ouvidos, vistas e os corações, para que Lhe agradecêsseis * (16:78). Se o quisesse, Deus não o dotava de cérebro e órgãos para que ele chegue onde chegou, ou o dotava de tudo isto, mas os faria inutilizáveis, como vemos em algumas pessoas deficientes. 3. E finalmente pensa que pode se orientar sozinho e não precisa da orientação divina na sua vida. Alimentou o corpo e ficou satisfeito, alimentou a mente e ficou satisfeito, e sua alma está morta por falta de alimento. Por isso, Deus determina como morto aquele que não segue Sua orientação... * Pode, acaso, ser comparado aquele que estava morto e o reanimamos à vida, lhe dando uma luz para com ela andar entre as pessoas, àquele que vagueia nas trevas, das quais não quer sair? Assim, são enfeitadas as ações dos incrédulos (aos seus olhos) * (6:122). A mente humana é limitada, Deus criou o homem e o capacitou a trabalhar com este mundo material, fazendo o homem utilizar as forças existentes neste mundo para o seu próprio desenvolvimento. Porém, não está o homem capacitado a conhecer além do mundo material que gira em torno dele, só conhece as leis externas da natureza. E o mundo extra material ele só conhece através da fé e da orientação de Deus, por isso também necessita alimentar sua alma com esta orientação. Rogamos a Allah que nos oriente ao Seu caminho e que nos faça alcançar a felicidade nesta vida e na Vida Eterna. Sheikh Ahmad Mazloum

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