quarta-feira, março 11, 2015

A L M A D I N A PARA ONDE É QUE VAMOS?

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 02.03.2015

Vezes sem conta me questiono: qual é o mal que infesta a nossa sociedade? E quais são as causas desse mal? Será que tal mal deriva da falta de educação? Ou será que deriva ausência de valores na família? Ou deriva das más influências dos amigos?

Volta e meia a comunicação social mostra-nos o comportamento louco de alguns dos nossos jovens. Por exemplo, aos fins-de-semana, jovens, alguns de entre eles sob influência de álcool ou de estupefacientes, põem-se a fazer corridas e gincanas de carros na via pública, criando dificuldades ao tráfego normal e colocando em risco as suas vidas e também as dos transeuntes. Outros jovens, montados em bicicletas ou motociclos, fazem acelerações ruidosas perturbando o descanso das pessoas, fazem manobras acrobáticas transitando com a roda dianteira no ar, tudo isto na via pública, onde veículos e peões disputam espaço.

Este tipo de comportamento que caracteriza hoje muitos dos nossos jovens, deixa não só a muitos de entre nós preocupados, como também deixa preocupadas muitas outras pessoas por esse Mundo fora.

E infelizmente, as nossas autoridades fazem vista grossa a este tipo de comportamento por parte dos nossos jovens, pois pouco ou nada fazem para inverter o cenário. E ninguém em consciência sã pode estar satisfeito com o mau comportamento destes jovens.

Qual é a motivação para este tipo de práticas anormais que corroem a nossa imagem?

A sociedade não se deve apenas limitar a condenar este tipo de atitudes. Deve sim, fazer algo para extirpar este tipo de males.

Infelizmente, com este tipo de comportamento irresponsável, alguns dos nossos jovens não só põem em saldo as suas vidas, como expõem à insegurança social as suas famílias, os seus filhos, os seus pais, etc.

Devemos parar e pensar nisto. É imperioso que reativemos o papel da família, da educação em todos os níveis, e também dos fóruns religiosos para travar e extirpar este tipo de comportamento, para todos os efeitos inaceitável.

É imperioso que se introduzam leis que tenham em vista eliminar as causas que concorrem para os elevados níveis de mortalidade no seio dos nossos jovens, causadas por condução irresponsável e quiçá criminosa, que não só mata os próprios jovens como mata também pessoas inocentes.

Segundo o matutino “Notícias”, estatísticas indicam que o suicídio em Moçambique é o mais alto na Região Austral de África. Vemos jovens a matarem-se a si mesmos, seja sufocando-se, enforcando-se, imolando-se, envenenando-se, atirando-se do cimo de edifícios, etc. Mas o que é que leva as pessoas ao extremo de se matar? Encontramos esta tendência para o suicídio, não só em Moçambique mas também na Europa e em muitos outros países por esse Mundo fora. Muitos jovens põem fim às suas vidas ainda na flor da idade.

Na Europa, que aparentemente é um “paraíso” onde se diz haver de tudo, e para onde muitos jovens do chamado Terceiro Mundo tentam a todo o custo emigrar usando frágeis barcaças que não raras vezes naufragam no Mediterrâneo matando milhares de entre eles, os níveis de suicídio também são bastante elevados.

Segundo a revista “Newsweek”, edição de 20.02.2015, números recentes da secretaria do “National Statistics”, o suicídio na Europa está a matar três vezes mais pessoas do que acidentes, mais do que a leucemia, mais do que todas as doenças infecciosas ou de parasitose juntas. Só no Reino Unido, mais do que 6.000 pessoas morreram de suicídio em 2013.

Estes são os números oficiais, registados, pois decerto que se lhes acrescermos os números não registados a cifra sobe substancialmente. E 78% desses mortos por suicídio são homens. Consta que na Europa a probabilidade de os homens se suicidarem é quatro vezes maior relativamente à das mulheres. Ainda no Reino Unido, no ano passado morreram por suicídio mais homens do que soldados britânicos em combate em todas as guerras desde 1945.

E os que estão a cometer suicídio não o fazem devido à pobreza. Por sinal, até são os que têm tudo, desde fama, riqueza, prestígio e tudo o mais, sendo muitos deles jovens na flor da idade, mas mesmo assim sentem que algo lhes falta, o que os leva portanto a pensar que não vale a pena continuar a viver, pelo que decidem pôr termo às suas vidas. E diz-se que a tendência nos próximos anos é de o número de suicídios subir.

A fé desempenha um papel muto importante na vida de um crente, pois só o fato de este acreditar que no Outro Mundo será abundantemente recompensado por todas as doenças, por todos os sofrimentos, por todas as preocupações que durante a vida neste Mundo enfrentou, é uma grande consolação, pois ele acredita de forma convicta na promessa de Deus, e sabe que depois da dificuldade virá a facilidade.

Em contrapartida, o descrente quando encara alguma preocupação, doença, desemprego, quebra de relações, isolamento social, etc., não tem nenhum meio de consolação, entrega-se ao desespero, perde a cabeça e daí para o subsídio é um passo. Mesmo quando tem muito dinheiro, a ganância de ter mais e mais, não lhe deixa em paz, perturba-o. Quando é milionário, deseja ser bilionário. Quando é bilionário deseja ser multi-bilionário, e essa preocupação corrói a sua estrutura emocional.

Mas o crente, quando está preocupado ou quando sente que a vida lhe corre mal, sempre acalenta esperança em Deus, em dias melhores, pois tem a certeza de que depois dessa fase menos boa, suceder-se-á uma fase melhor, de alívio. Ele é como o agricultor no momento da sementeira e preparação do solo. Ainda que enfrente múltiplas dificuldades, ele fica tranquilo, pois sabe que depois de alguns dias colherá o bom fruto do seu esforço.

Há muitos outros jovens que não se suicidam, mas recorrem ao álcool e às drogas, tudo isso à procura de tranquilidade e sossego, como forma de fugir aos problemas. Mas com isso agrava ainda mais a sua situação. 

Recorrer à fé em Deus é a única forma de alcançar o sossego, a consolação e a tranquilidade. 

A L M A D I N A A CAMPANHA MALICIOSA

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad -23.02.2015

Quer parecer que nos últimos tempos as campanhas contra o Isslam se tornaram mais abertas e vigorosas, e uma parte substancial dessas campanhas logrou atingir os seus objectivos: denegrir a imagem do Isslam e dos muçulmanos através de palavras, imagens e caricaturas, dando a entender que o Isslam não é mais do que o que é transmitido através da caricaturização negativa. Afigura-se também ter-se tornado preocupação e objectivo principal da imprensa, particularmente a ocidental com todo o seu poderio tecnológico, manipular a opinião pública ao apresentar o Isslam e os muçulmanos sob as mais negras cores.

Uma parte da imprensa faz isso apenas por questões comerciais com o objectivo de elevar o gráfico de vendas. Esmeram-se a apurar técnicas de elaboração de títulos atrativos para conseguirem vender mais, mesmo que o conteúdo prime pela mentira grosseira, pois o princípio jornalístico de “reportar a verdade e apenas a verdade”, não conta, pois “outros mais altos valores se alevantam”.

Agem assim apenas em relação ao Isslam e aos muçulmanos, não o fazendo relativamente ao Cristianismo, Judaísmo, Hinduísmo, Budismo, etc. É difícil entender esta aversão ao Isslam cujo número de praticantes ascende a mais de um bilhão, o que corresponde a aproximadamente um quarto da população deste Planeta.

Por que razão se insiste em humilhar o Isslam e os seus ensinamentos? Será que só isso é que proporciona maiores lucros? 

Saliente-se aqui o fato de haver muita gente que se sente incomodada com a extraordinária força espiritual do Isslam, por atrair milhões de corações sequiosos nos quatro cantos do mundo, levando-os não só à adesão com gosto e convicção, mas também convidando outras pessoas a fazerem o mesmo. E é isto que leva o Ocidente a mover acções para travar o chamado “Avanço Isslâmico”.

E porque os meios de comunicação social são a arma mais eficaz para a concretização desta cruzada, movem-se campanhas de desinformação contra o Isslam e os muçulmanos para denegrir a sua imagem.

Os meios de comunicação social exercem uma grande influência nas pessoas, pois estas acreditam em tudo o que lhes é apresentado, mesmo que se trate de mentiras, particularmente quando as notícias são reforçadas com imagens, a maior parte delas autênticas montagens feitas a partir de cenas “holliwoodescas” ou de reportagens feitas em conflitos ocorridos há anos. E tudo isso tem nas pessoas um efeito pernicioso permanente, pois em presença das cenas reportadas, as pessoas acreditam como se tudo fosse real, influenciando portanto a opinião das pessoas em relação ao Isslam e aos muçulmanos.

Uma das razões para a continuação e intensificação dessa campanha maliciosa contra o Isslam, é o nosso constante mutismo e incapacidade de resposta, sendo por isso que os protagonistas dessa campanha, na ausência de uma reacção adequada sofisticam os métodos de humilhação aos muçulmanos.

Hoje pagamos uma pesada factura pelo nosso desleixo em cumprirmos com a nossa obrigação, sendo por isso que nos confrontam com mentiras, acusações e ofensas dirigidas ao Isslam, ao ponto de literalmente pontapearem o Al-Qur’án e imprimirem os seus versículos em sapatos e cuecas. Onde é que está o respeito pelas outras religiões e culturas?

Todavia, os muçulmanos não devem reagir com tamanha baixeza respondendo com os mesmos métodos. Devemos é defender este grande legado do Profeta Muhammad (S.A.W.) recorrendo à nossa capacidade moral e financeira.

Se existe algum mal-entendido entre o Isslam e o Ocidente, então devem-se procurar formas de eliminá-lo, edificando pontes de ligação, de compreensão e de diálogo construtivo que possa ser facilmente entendido por todos.

Se o Ocidente teme o Isslam, devemos explicar-lhe da melhor forma, pois este é na sua essência uma religião de paz e tolerância para com o próximo, e deseja a convivência pacífica através do diálogo.

A “mídia” desempenham de forma espantosa um papel importante na criação de tendências colectivas na sociedade, desperta a simpatia e a convicção nas pessoas para um comportamento específico, sem se recorrer à força material ou moral.

Deve-se aproveitar este grande instrumento que é a comunicação social para o bem e a virtude, e não para o mal, aproximando as pessoas e as várias religiões e culturas e criando o respeito mútuo.

Assim procedendo, poderão todos viver em paz, harmonia e progresso.

Não se deve permitir que os “media” se transformem em instrumento de Satanás para desviar as pessoas, fomentar o nudismo, a intriga, as guerras e todos os males que apoquentam a Humanidade.

Os muçulmanos devem também instalar meios de comunicação, com jornais e canais radiofônicos e televisivos, contribuindo assim para a difusão da virtude e da verdade, e assim tornarem patente a diferença entre a aplicação deste instrumento para a difusão da falsidade e a sua aplicação na difusão da verdade.