quinta-feira, março 18, 2010

O MUÇULMANO PRUDENTE MANTÉM SEU TESTAMENTO EM DIA

O Testamento

Louvado seja Allah, o Senhor do Universo. Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah, Único, sem parceiros, e presto testemunho de que Muhammad é Seu servo e Mensageiro. Que Allah abençoe e conceda paz ao nosso Profeta, aos seus familiares e aos seus companheiros. Amém.

A vida terrena não constitui um local de permanência eterna para o ser humano, mas um local de provação. Por isso, o seu período é curto, o seu prazer é insignificante, se comparado com o prazer da Outra Vida. ‘Ali Ibn Abi Tálib (R) relatou que o Rassulullah (S) disse: “Gabriel (AS) veio ter comigo e disse: ‘Ó Muhammad, viva o quanto quiser, pois irás morrer; ame a quem quiser, pois irá deixar; faz o que quiser, pois será recompensado por ele. Fique sabendo que a honra do crente reside nas suas orações noturnas e a sua glória é não necessitar dos outros.” (tradição compilada pelo Al Albáni na série fidedigna.

O Dia do Juízo se aproxima das pessoas, apesar de estarem desatentos. Allah, exaltado seja, disse: “Em verdade, eles vêem (o Dia do Juízo) muito remoto, ao passo que Nós o vemos iminente” (70:6-7). Esse dia acontecerá certamente. Allah, exaltado seja, disse: “E se aproximar a verdadeira promessa.” (21:97) E disse: “A promessa de meu Senhor é infalível.” (18:98).,

É dever de todo muçulmano fazer um testamento antes da morte, esclarecendo nele as suas dívidas e obrigações, as coisas que ele deseja aconselhar a sua família. Allah, exaltado seja, diz: “Está-vos prescrito que quando a morte se apresentar a algum de vós, se deixar bens, que faça testamento eqüitativo em favor de seus pais e parentes; este é um dever dos que temem a Allah.” (2:180). O Rassulullah (S) disse: “Todo muçulmano deve, se tiver algo para deixar como testamento, fazê-lo no máximo em dois dias.” (Tradição compilada por Bukhári e Muslim) Abdullah (Ibn Ômar (R) disse a esse respeito: “Depois de ouvir esse hadiss do Rassulullah (S), não passava uma noite sem ter o meu testamento por escrito.”

O testamento demonstra que a pessoa está constantemente atenta, preparada para encontrar-se com Allah, e atingir a Outra Vida, desprezando esta. Ele a domina e não é dominado por ela; está em suas mãos e não no seu coração. O testamento constitui obediência a Allah, pois nele o indivíduo estabelece os direitos das pessoas, reconhecendo as suas dívidas.

O testamento deve fazer os familiares recordarem de Allah, adorarem somente a Ele, sem atribuir-Lhe parceiros, afastando-se de todo ato que contraria a religião do Islam após a sua morte da pessoa. Deve constar as suas dívidas, a sua vontade quanto aos seus bens, quem deve lavá-lo, colocar-lhe a mortalha, e fazer a oração fúnebre por ele.

É dever do muçulmano que seja justo entre seus filhos. Não pode legar fora da lei de Allah, porque isso está determinado por Allah. O Profeta (S) disse: “Não há testamento quanto ao herdeiro.” Não é permitido ao muçulmano, durante sua vida, preferir um filho a outro na concessão, porque isso causa ciúme e rancor entre os filhos. O Rassulullah (S) rejeitou ser testemunha de uma concessão que Bachir, um dos seus companheiros, queria fazer para um dos filhos, o Nu’man (R). O Rassulullah (S) lhe disse: “Você tem outro filho além deste?” Bachir respondeu: “Sim.” O Rassulullah (S) lhe perguntou: “Você está lhes dando o mesmo que está dando ao Nu’man?” Bachir respondeu que não. O Rassulullah (S) lhe disse: “Pede a outro testemunhar isso.” (tradição compilada por Bukhári e Musslim). Um muçulmano não deve beneficiar a um filho mais do que a outro.

O que algumas pessoas fazem privando as meninas da herança é contrário à lei de Allah e à sunnah de Rassulullah. Essa pessoa está sujeita à ira de Allah tanto neste mundo como no outro.

No que diz respeito ao testamento sobre doações, estas não podem exceder um terço do legado. Foi narrado que Saad Ibn Abi Waccas (R) disse ao Rassulullah (S): “Ó Rassulullah, tenho muitos bens e só tenho uma filha como herdeira. Posso doar em caridade dois terços do que tenho?” O Rassulullah (S) lhe disse: “Não.” Saad perguntou: “Posso doar a metade?” O Rassulullah (S) lhe disse: “Não, não pode.”

Então, acrescentou: “Pode doar um terço, é já é muito. É melhor você deixar os seus herdeiros ricos do que pobres necessitando das pessoas.” (Bukhári).
Modelo de testamento de pessoas piedosas:

1) Testamento de Abu Bakr Assiddik (R): Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso. Eis o que deixa por testamento Abu Bakr, filho de Abu Cuháfa, no final de sua vida terrena à qual está abandonado e no início de sua vida futura quando o desesperado crê, o rebelde se conscientiza, o mentiroso fala a verdade. Deixo como meu sucessor Omar Ibn Al Khattab. Ouvi-o e obedecei-o.”

2) Testamento de Ali Ibn Abi Tálib (R). Ele convocou o Hassan e o Hussein (R) e lhes disse: “Aconselho-os a temerem a Allah, a desejarem a Outra Vida, a desprezarem a vida terrena. Não devem sentir a perda de nada, pois irão deixar esta vida. Fazem o bem e sejam inimigos dos injustos e ajudantes dos injustiçados.”

3) Quando chegou a hora da morte de Omar Ibn Abdel Aziz, disse aos que estavam presentes: “Deixem-me.” Masslama Filho de Abdel Malik e Fátima filha de Abdel Malik (sua esposa) sentaram à porta e ficaram ouvindo-o dizer: “Sejam bem vindos vocês que não são nem humanos nem gênios. Seja bem vindo Adão (e começou a enumerar os profetas até chegar ao Rassulullah (S). Então disse: “Seja bem vindo, ó anjo da morte. Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah...” e exalou o seu último suspiro.

4) O Imam Ghazáli, ao terminar de praticar a oração da Alvorada disse aos familiares: “Hoje vou comparecer perante o rei e por isso devo me preparar. Pediu água para se banhar, um manto branco para vestir. Praticou a ablução e praticou uma oração de duas unidades e disse: “Deixem-me.” Os familiares saíram. Esperaram um tempo e entraram. Encontraram-no dormindo, deitado sobre o lado direito, com a mão debaixo do rosto, e viram um papel escrito:

Dizem aos meus irmãos que me viram morto, que me prantearam de tristeza: Pensem que estou morto? Esta não é a morte, mas sou um pássaro e esta vida foi a minha gaiola dela voei, esperando o que me foi prometido.

Que Allah tenha misericórdia de todos, esteja satisfeito com todos. Que Allah seja benevolente conosco. Peço-Lhe perdão por mim e por vocês.

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.

Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.

Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).

"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24

Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu

POR:Sheikh. Khaled Taky El Din
Tradução: Prof. Samir EI Hayek

quarta-feira, março 17, 2010

PEQUENA EXPLANAÇÃO SOBRE A INFÂNCIA DE MUHAMMAD (SAAS)

Louvado seja ALLAH, Senhor do Universo. A ELE agradecemos, a ELE imploramos ajuda e solicitamos orientação. Testemunho que não há divindade a não ser ALLAH, Único e sem associados. E testemunho que Mohammad é Seu servo e mensageiro, que a paz e benção de ALLAH estejam com ele com seus familiares e companheiros.

Diz ALLAH O Altíssimo na surat An Nissaá: “64 - Jamais enviaríamos um mensageiro que não devesse ser obedecido, com a anuência de ALLAH. Se, quando se condenaram, tivessem recorrido a ti e houvessem implorado o perdão de ALLAH, e o Mensageiro tivesse pedido perdão por eles, encontrariam ALLAH, Remissório, Misericordiosíssimo.”

Caros irmãos e irmãs, vamos falar um pouco sobre a abençoada infância do Profeta Mohammad (s). ALLAH desejou que o profeta Mohammad (s) nascesse órfão de pai; e isto ocorreu para que Mohammad (s) sempre buscasse o auxilio e socorro do Criador O Altíssimo ao invés de seu pai. E por isso que mais tarde, durante a revelação da mensagem, na fase mais difícil e triste de sua vida foi revelada a surata :

"ADH DHUHA"
1. Pelas horas da manhã,
2. E pela noite, quando é serena,
3. Que o teu Senhor não te abandonou, nem te odiou.
4. E sem dúvida que a outra vida será melhor, para ti, do que a presente.
5. Logo o teu Senhor te agraciará, de um modo que te satisfaça.
6. Porventura, não te encontrou órfão e te amparou?
7. Não te encontrou extraviado e te encaminhou?
8. Não te achou necessitado e te enriqueceu?
9. Portanto, não maltrates o órfão,
10. Nem tampouco repudies o mendigo,
11. Mas divulga a mercê do teu Senhor, em teu discurso.

O Profeta Mohammad (s) foi amamentado nos primeiros dias de sua vida pela sua mãe (Amina), no entanto era costume daquele povo, como sinal de luxo da nobreza entregar o filho para uma senhora de alguma tribo distante de Meca para ser amamentado de forma permanente até o desmame final. O objetivo disto era, porque os coraixitas amavam a sua língua. Não era reconhecido como líder a pessoa que não fosse eloqüente na língua. Por isso, preocupavam em melhorar a sua língua logo durante a infância, mas isso não era possível na cidade, não só por causa dos estrangeiros que se deslocavam sempre para lá em negócios, como também por causa dos escravos não árabes que lá viviam, e as crianças residentes na cidade misturavam-se com eles. Dessa forma, era impossível melhorar a sua língua. Por isso os coraixitas escolheram certas tribos, cuja língua fosse eloqüente, para que as mulheres dessas tribos viessem a Macca buscar as crianças coraixitas a fim de viver com elas nas aldeias.

Aí, eram amamentadas por elas, aperfeiçoavam sua língua e viviam num ambiente impoluto. A questão não era só posta no caso da língua, mas também no caso da saúde. E Mohamad diria mais tarde aos seus companheiros numa narrativa: “Eu sou o mais influente entre vós, porque sou um dos coraixitas e porque foi nutrido em Banú Saád Bin Bakr”. Portanto a mãe de Mohamad (Amina) estava a espera da vinda das mulheres da tribo Banu Saad, a fim de entregar a alguma delas o seu filho. Quando elas chegaram, Mohamad, por ser órfão, não lhes traiu muito, porque elas esperavam sempre serem bem pagas pelos pais das crianças e ninguém aceitou Mohamad.

Uma delas, era a Halima Bint Abu Zuaib (de Banu Saad) que também recusou levar Mohamad. A Halima, por estar em circunstancias de pobreza a ser magra, mãe nenhuma quis dar seu filho para a amamentação, pois pensavam: Como é que ela poderia amamentar uma criança, se ela própria precisava de leite? Assim Halima ficou sem criança e Mohamad, o órfão, sem ama.

Então quando todas as mulheres da tribo (Banu Saad) estavam para regressar para as suas casas, Halima disse ao seu marido: “Haris, por Deus! Eu detesto ir embora com as minhas companheiras sem levar sequer uma criança para amamentar. Eu irei outra vez conversar com a mãe daquele órfão e aceita-lo”. O seu marido respondeu: “Se tu o levares não haverá censura de minha parte; talvez Deus nos abençoe por tu o levares conosco para o deserto”.

A própria Halima relatou que desde que ela aceitara Mohamad para amamentá-lo, eles começaram a ter chuva de bênçãos de todo o tipo, o seu gado cresceu mais forte e multiplicou-se e tudo a sua volta prosperou. Desta forma Mohamad foi amamentado dois anos completos por Halima e durante este período ela notou varias coisas milagrosas de Mohamad.

O ar puro do deserto e uma vida aberta fez bem a ele, desenvolvendo-o com saúde. Passados dois anos, ocasião de desmamar, Halima levou Mohamad para Macca, para entregá-lo a sua mãe. Mas devido a uma epidemia em Macca, a mãe dele (Amina) ordenou para que Halima voltasse a levá-lo para o deserto. Ela assim o fez como muito prazer, pois ela seu marido e seus filhos amavam muito Mohammad. Levou-o de novo para o deserto, onde permaneceu mais dois anos livre da poluição física e moral da cidade.

Já passavam pouco mais de quatro anos que Mohamad vivia com Halima.
Num certo dia estavam todas as crianças a brincar, quando viram que dois homens muito bonitos, com roupa branca e limpa, aproximaram-se e levaram Mohamad para um lado. Ao verem isso, as outras crianças assustaram-se e fugiram para casa onde narraram o evento aos pais e logo Halima e seu marido Haris correram para o local.

Quando lá chegaram viram que Mohamad estava sozinho e sorrindo, mas havia uma luz no seu rosto. E perguntaram-lhe o que havia ocorrido e quem eram aqueles homens.
Mohamad respondeu com tom inocente, contando toda a historia:

"Eram dois homens vestidos de branco, que me deitaram no chão e a seguir
cortaram-me ate aqui (mostrando o peito), e depois me tiraram uma coisa que eu não sei o que é”. Existem narrações nos livros de que, nessa altura, vieram dois anjos na forma humana, e um deles (Gabriel) abriu o coração de Mohamad, tirou dele o centro de maldades e tornou a fechá-lo. Halima e seu marido Haris decidiram levar a criança e entregar a mãe em Meca.

Malik Bin Saasaa narra que na noite em que ocorreu o Miraj, o Profeta estava nas proximidades do poço de Zamzam descansando. Era uma noite calma, ele estava quase a adormecer quando viu o Anjo Gabril com outros Anjos aparecerem, levaram-no para junto do poço de Zamzam, abriram seu peito, tiraram seu coração e lavaram-no com água de Zamzam. Em seguida encheram o seu peito de fé e de luz e depois o fecharam.

Diz ALLAH na surat Ax Xarah
1. Acaso, não confortamos o teu peito,
2. E aliviamos o teu fardo,
3. Que feria as tuas costas,
4. E enaltecemos a tua reputação?
5. Em verdade, com a adversidade está a facilidade!
6. Certamente, com a adversidade está a facilidade!
7. Assim, pois, quando estiveres livre (dos teus afazeres), continua a prédica,
8. E volta para o teu Senhor (toda) a atenção.

Abdul Muttalib tomou seu neto sob sua proteção e tornou no centro sua atenção. Na altura, o avô era chefe de Macca.

Mas a satisfação não durou muito. Amina já tinha saudades da sua família em Madina e quis levar o filho para apresentar aos tios e tias maternos. Para isso levou-o com a sua serva Umm Aiman (a serva deixada pelo pai de Mohamad, Abdallah).

Quando chegaram, Amina mostrou Mohamad a casa onde seu pai morreu e o lugar onde foi sepultado.

Depois de permanecerem um mês em Madina, Amina adoeceu e no caminho de volta para Meca antes de falecer pediu para seu filho se tornar um homem honrado desta forma Mohammad despediu-se de sua mãe. Amina foi sepultada num local Chamado Al Abwa’a entre Medina e Meca. E assim ALLAH começou a pôr em prova esta criança órfã antes mesmo de completar 7 anos de idade. Mohamad, agora, ficou só com Umm Aiman, a serva, que o levou a Macca para entregá-lo ao seu avô Abdul Muttalib. Durante o regresso Um Aiman chorava muito por tristeza e pena daquele menino que agora estava sob seus cuidados. Mohammad ao perceber seu sofrimento disse-lhe: Ó Um Aiman Você é agora a minha mãe.]

Seu avô Abdul Muttalib encontra-se muito velho e fraco. O avô cuidou do neto apenas dois anos e depois faleceu. E desta vez quem assumiu a guarda de Mohammad foi seu Tio Abu Talib. E assim foi a infância do ultimo dos mensageiros de ALLAH (s).
Caros irmãos e irmãs, mesmo com tantas dificuldades e sofrimentos, O Profeta Mohammad perseverou e lutou com coragem porque confiava em ALLAH e finalmente teve o sucesso.

Que ALLAH nos abençoe com o conhecimento da Sirah Annabawuiah “Vida do Profeta” e com o conhecimento de Seu Livro Sagrado O Alcorão.
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen

Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.

Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.

Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).

"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24

Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu(Que a paz, as Bênçãos e a Misericórdia de Allah estejam convosco)

REFLEXÕES SOBRE A FELICIDADE

Louvado seja Allah, e que as bênçãos e a paz estejam com o derradeiro dos profetas, o Profeta Muhammad, enviado como misericórdia para a humanidade para guiar ao caminho da felicidade nesta vida e após a morte na eternidade. Que Allah o abençoe, aos seus familiares e aos seus companheiros até o Dia da Ressurreição.

A felicidade é objetivo e esperança. As pessoas procuram-na e se empenham em obtê-la. As pessoas percorrem caminhos diversos à sua procura. Eles leram e ouviram, seguiram métodos diversos para alcançá-la. Muitos alegam que conhecem o caminho para se chegar a ela. Existem pessoas que se perderam no assunto da felicidade, enganaram e dominaram a vontade de muitas pessoas quando lhes indicaram métodos humanos e imaginações totalmente estranhas à realidade. Há também aqueles que, de certa forma, introduziram a felicidade na vida de muitas pessoas, as libertaram do vício das drogas ou do álcool, lhes indicaram um caminho melhor que o caminho que seguiam, porém, tal solução através de um auxílio ou através de certa religião ou filosofia não é a doutrina que Allah revelou, orientou e indicou para o ser humano, por isso é uma solução interina e que não abrange todos os aspectos da vida.

Para alguns a felicidade é diversão, canto, dança, corrida frenética, histérica e inconsciente. Assim, eles aparecem com as vestes da felicidade. Ao deixarem transparecer o que há debaixo das vestes, verificam a preocupação, a infelicidade e a miséria.

Alguns se alegram um pouco e em seguida se desesperam. Há uma grande diferença entre a felicidade e a alegria. A alegria é sentida por horas, minutos ou segundos. A felicidade, porém, é vida duradoura, constante, apesar de todas as crises e dificuldades.

Para outros, a felicidade consiste em sexo, amor, desejo animal, sem limite nem condição, sem ouvir a voz da religião. Porém, logo esses desejos se chocam com o fracasso, a preocupação e o desaparecimento. Por isso, procuram outra experiência, pior ainda do que a anterior. Os instantes de felicidade em tudo isso são pouquíssimos, ameaçados sempre pelo desaparecimento.

Outro grupo, ainda, vê a felicidade no consumo das bebidas inebriantes e no jogo de azar. O homem se esquece de suas preocupações, de seu mundo e de suas tristezas; e se esquece de si mesmo até encontrar um substituto. Na realidade, não há substituto para a perdição neste mundo e no Outro, e a perdição é rápida e necessita-se de empenho total por parte da pessoa que caiu na armadilha da felicidade ilusória e se perdeu para resgatar a si mesmo.

Outro grupo vê a felicidade na viagem turística para um local que ele gosta, ou cidade pela qual é apaixonado, supondo de que há algo de felicidade nela, tendo ainda de gastar o seu dinheiro. São poucos dias que acabam e ele volta para o que estava antes.

Outro grupo a vê no dinheiro, no capital, nas empresas e nos imóveis que lhe proporcionam o que deseja, afastando-o da pobreza. Porém, de repente a vê como a água do mar que só aumenta a sede de quem a toma, além de proporcionar-lhe preocupações, tristezas e cansaços para se proteger. Ele não alcança nada que lhe proporcione um pouco de sossego. Finalmente, descobre que perdeu a saúde, a paz de espírito e o instante de sossego. Deseja, então, retornar ao que era antes e isso é um sonho impossível. Eis o que a mulher de um famoso astro de cinema disse a respeito do marido: “Meu esposo era um artista simples. Ele disse que desejaria ter um milhão de dólares, mesmo que fosse acometido por uma enfermidade. Disse-lhe: ‘De que serve o dinheiro se ficar doente? ’ Ele respondeu: ‘Gasto uma parte no tratamento e vivo feliz com o resto”. Ele conseguiu mais do que um milhão de dólares e foi acometido de câncer no fígado. Ele gastou mais de um milhão de dólares e não conseguiu encontrar a felicidade. Não podia mais comer senão coisas simples, foi proibido de consumir a maior parte das comidas. Finalmente, morreu com a enfermidade, aflito e arrependido.

Os exemplos disso são inumeráveis. Eis um deles: o grego Onassis que era proprietário de ilhas e frotas de navios de transporte de carga, com uma fortuna calculada em bilhões de dólares. Ele quis juntar a fama com a fortuna. Casou-se com a ex-esposa do presidente norte-americano John Kennedy. Esse casamento gerou apenas infelicidade. Dentro das condições impostas por ela: não dormir com ele no mesmo leito, não ter domínio sobre ela, gastar milhões para satisfazer seus desejos. Ele viveu infeliz com ela até a sua morte, depois da morte de seu único filho, Alexandre Onassis, vítima de uma queda de avião que ele pilotava. Onassis deixou toda a sua fortuna para a filha, Cristina Onassis, que continuou à procura da felicidade, casando quatro vezes com pessoas de nacionalidades diferentes. Ao ser perguntada a respeito do motivo de seus vários casamentos, ela disse que estava à procura da felicidade. Em uma homenagem que lhe foi feita na França, os jornalistas lhe perguntaram: “Você é a mais rica mulher do mundo?”, ela respondeu: “Sim, sou a mais rica, porém a mais infeliz”. Finalmente, foi encontrada morta em um chalé na Argentina.

Outros vêem que a liderança e a fama satisfazem a sua ilusão e cobiça. Eles agem para se elevarem cada vez mais. De repente, se chocam com o princípio que diz: “Quanto mais alto maior é o tombo”. Eles se vêem surpresos com aqueles que os aplaudiram ao subirem, mas aguardam-nos com pedras nas mãos ao caírem. O fim de muitas dessas pessoas, após se verem derrotadas e não encontrarem uma solução para reparar a sua destruição, é o suicídio.

Outros chegam a ver a felicidade naquilo que deveria ser um simples entretenimento, depositam o seu triunfo no triunfo de um time de futebol, se alegram com a vitória de seu time e ficam tristes nas suas derrotas. Há ainda quem acha que a felicidade está nas roupas e no embelezamento. Os senhores da moda e os vendedores de ilusões dominam as mentes dessas pessoas, que são as mais aflitas porque a cada instante vêem um vestido mais bonito do que o delas e um embelezamento mais belo que o delas.

Então, continuam correndo até perderem a juventude e desaparecer a sua beleza. Começam, então, recorrer às cirurgias plásticas para devolver-lhes o que perderam. Começa, então, a etapa do jogo e diversão na criação de Deus, sem proveito. As palavras do poeta se aplicam a elas:

Foi ao esteticista à procura de juventude. Será que o esteticista conserta o que o tempo estragou?”.

Vemos, também, outro grupo que é injusto com a humanidade. Quando seus membros são nomeados como governantes, eles acreditam que: “Não há mais vida do que esta, terrena! Morremos e vivemos e jamais seremos ressuscitados!” (23:37), ou seja, só vivemos neste mundo, nossos pais morreram e os filhos dão continuidade à vida, e não seremos ressuscitados novamente. Eles comem e bebem e não pensam em nada após esta vida. (parte do artigo “o caminho para a felicidade” de autoria do Sheikh Zakaria Osman Abbass)

Estes são alguns exemplos da inquieta e desenfreada busca do ser humano pela felicidade. O resultado de tudo isso: Aflições, tristezas e humanidade complexada, sofrendo, perdida, sem conhecer o objetivo da vida; doenças psicológicas indescritíveis; decadência moral; corrupção social inigualável em todas as épocas; crises para todos os tipos de indivíduos e sociedades.

Li um artigo sobre a paz interior onde encontrei um exemplo essencial sobre a busca das pessoas pela felicidade: As pessoas tem adotado uma variedade de caminhos diferentes na tentativa de alcançar paz interior, algumas acumulando bens materiais e riquezas, outras através das drogas; algumas através da música, outras através de seus maridos e esposas, outras através de suas carreiras e algumas através das realizações de seus filhos. E a lista continua.

Ainda assim a busca também continua. Em nossa época fomos levados a acreditar que avanço tecnológico e modernização produzirão para nós confortos físicos através dos quais alcançaremos paz interior.

Entretanto, se tomarmos a nação mais industrializada e avançada tecnologicamente no mundo, a América, então veremos que o que fomos levados a acreditar não é fato. As estatísticas mostram que na America em torno de 20 milhões de adultos sofrem anualmente de depressão; e o que é depressão se não uma falta total de paz interior?

Além disso, no ano 2000 a taxa de mortalidade devido a suicídio foi o dobro da taxa daqueles que morreram de AIDS. Entretanto, sendo a mídia jornalística o que é, ouvimos mais sobre aqueles que morrem de AIDS do que sobre aqueles que morrem cometendo suicídio. Mais pessoas morrem através de suicídio do que de homicídio na América e a taxa de homicídios em si é alta.

Então, a realidade é que avanço tecnológico e modernização não trouxeram paz interior e tranqüilidade. Ao contrario, apesar do conforto que a modernização nos trouxe, estamos mais distantes da paz interior do que nossos ancestrais.

Portanto, observamos que todos os fatores que o ser humano busca para alcançar a felicidade fazem parte de sua vida, porém não constituem a felicidade verdadeira e plena. Lemos no Alcorão Sagrado: Aos homens foi enfeitado o amor aos desejos, entre mulheres, filhos, entesouramento de ouro e prata, os cavalos de raça, os rebanhos e os campos lavrados. Tal é o gozo da vida terrena, porém junto de Allah está o aprazível retorno. Dize: informar-vos-ei de algo melhor que isso? Para os que temem a Allah haverá, junto ao seu Senhor, jardins abaixo dos quais correm os rios, onde morarão eternamente, pares puros e agrado de Allah. E Allah dos servos é Onividente (03:14-15).

A riqueza, a família, os filhos, a satisfação dos prazeres, a liderança, a fama, a beleza, a força física, entre outros fatores, tudo isso é tido como referência para a felicidade, porém não é a felicidade que satisfaz o ser humano plenamente, porque tudo isso está sujeito ao fim que Allah determinou a todas as coisas nesse mundo.

Cada um de nós aguarda o fim de cada uma dessas coisas um dia, ou nós com certeza o deixaremos antes do seu fim com a morte, então às vezes pensamos que devemos nos apegar a essas posses e qualidades e aproveitá-las antes que terminem. Cada um de nós está sujeito à doença depois da saúde, à velhice depois da juventude, à pobreza depois da riqueza, e à morte depois da vida, talvez escapemos das três primeiras, porém da morte ninguém escapará.

Por isso, dentre as várias descrições da verdadeira felicidade no Paraíso, o Profeta Muhammad (saas) disse: “Quando o povo do Paraíso entrar nele, uma voz irá bradar: “Terão saúde plena e jamais adoecerão, terão vida e jamais morrerão, terão juventude e jamais envelhecerão, e terão pleno deleite e jamais serão infelizes. Este é o (significado) do dizer de Allah: E bradar-se-lhes-á: Este é o Paraíso que vos fizeram herdar, pelo que fazíeis (7:43)”” (relatado por Musslim).

Queremos desfrutar ao máximo da saúde que temos antes da doença, queremos aproveitar a juventude antes da velhice, imaginando que a felicidade está no desfrutar da vida, quando na verdade, na vida terrena temos felicidade passageira, e a verdadeira felicidade está reservada a um grupo de pessoas para a eternidade depois da morte. E felicidade na vida mundana que é sucedida de tormento, castigo e condenação, seja ainda no mundo ou depois na Vida Eterna, esta felicidade não tem valor algum quando analisada de maneira abrangente, quando observada em seu presente e em seu futuro, em sua ocorrência e em sua conseqüência. Fomos informados dessa realidade em vários versículos do Alcorão:

Cada alma experimentará a morte. E, apenas, sereis recompensados no Dia da Ressurreição com vossas recompensas. Então, quem for afastado do Fogo e introduzido no Paraíso, com efeito, terá triunfado. E a vida terrena não é senão prazer ilusório (03:185).

Allah estende o sustento a quem quer, e restringe-o. E eles se alegram com a vida terrena. E a vida terrena, ao lado da Derradeira Vida, não é senão prazer transitório (13:26).
Ó meu povo. Esta vida é, apenas gozo (transitório). E, por certo, a Derradeira Vida é a Morada da permanência (eterna) (40:39).

Então, o que quer que vos seja concedido é, apenas gozo da vida terrena. E o que está junto de Allah é melhor e mais permanente para os que creem e confiam em seu Senhor. E os que evitam os grandes pecados e as obscenidades e que, quando irados, perdoam. E os que atendem ao seu Senhor, e cumprem a oração... (42:36-39).

Esta é a felicidade real que almejamos, a felicidade para todo o sempre. Quem tem esta convicção e vive segundo esta crença, vive feliz independente de sua situação em todos os aspectos da vida, seja o aspecto financeiro, físico, familiar, entre outros aspectos, porque este indivíduo sabe que o que prevalece é a situação da Vida Eterna. Desta maneira, a felicidade verdadeira se forma mais de valores do que de matéria. Se forma de crença em Deus e na Vida Eterna, estar satisfeito com Deus como Senhor, seguir os Seus mandamentos, adorar somente a Ele, agradecer a Ele, desejar o bem para as pessoas, fazer a benfeitoria a elas. Estes valores motivam ações que cultivarão a satisfação e a felicidade no coração do ser humano.

Podemos tomar como exemplo o contentamento com o que temos na vida, estarmos convicto com o que possuímos. A convicção é uma qualidade que traz segurança e paz ao indivíduo. É narrado um ditado que diz: “A convicção é um tesouro interminável”.

E o profeta Muhammad (saas) aconselhou: “Observe quem está abaixo de vós e não quem está acima de vós (em riqueza e dádiva), pois será melhor para que não neguem a graça de Allah sobre vós”. Levando isso em consideração, aprenderemos a ser convictos e a não cobiçar o que não temos em nossas mãos... “quem observar no assunto da vida terrena quem está abaixo dele e no assunto da vida Eterna quem está acima dele Deus o registrará perseverante e agradecido. E quem observar no assunto da vida terrena quem está acima dele e no assunto da vida Eterna quem está abaixo dele Deus não o registrará perseverante e nem agradecido”.

Um homem foi até um sábio para reclamar a miséria na qual vivia. O sábio lhe disse: Te agrada ser cego e em troca, ter dez mil moedas? O homem disse: Não. O sábio, então, continuou: Te agrada ser mudo e em troca, ter dez mil moedas? O homem disse: Não. O sábio acrescentou: Te agrada ser débil mental e em troca, ter dez mil moedas? O homem disse: Não. O sábio ainda acrescentou: Te agrada ter as mãos e as pernas amputadas e em troca, ter vinte mil moedas? O homem disse: Não. O sábio concluiu:  "Não tens vergonha de reclamar a Deus e Ele tem contigo dádivas que valem cinqüenta mil moedas. O homem reconheceu o quanto era grande a dádiva de Deus para com ele, e viveu agradecendo a Deus, se contentando com a sua situação sem reclamar a ninguém".

Por isso, quem tem crença e age de acordo com esta crença, vive uma vida real e verdadeira. E quem não tem crença vive virtualmente, seu corpo vive, porém perde o rumo do coração, e suas alegrias são ilusórias ou passageiras.
Observamos que Allah, exaltado seja, deu diferentes denominações à vida de dois indivíduos:

1- A vida de quem é crente e conhece o objetivo da vida e a sua verdadeira missão nela.

2- A vida de quem é descrente e tem na vida mundana toda a sua satisfação e todos os seus objetivos.
Sobre a vida do crente, disse: A quem praticar o bem, seja homem ou mulher, e for crente, lhes concederemos uma vida agradável, e os premiaremos com uma recompensa, de acordo com a melhor das suas ações (16:97).

E sobre a vida do descrente, disse: Quem desdenhar a Minha Mensagem, levará uma sobrevivência atormentada, e o faremos comparecer, cego, no Dia da Ressurreição (20:124).

Portanto, chamou a vida do descrente de sobrevivência. E denominou a vida de quem crê e faz as boas ações de vida real. E quem vive realmente, é realmente feliz e o será na Vida Eterna. E quem sobrevive, tem felicidade passageira e ilusória e será infeliz na Vida Eterna. Então, devemos observar de que grupo fazemos parte. Devemos perguntar a nós mesmos: Nós vivemos ou sobrevivemos? Para termos a resposta basta observar para que vivemos:

- Vivemos apenas para a vida mundana? Se a resposta for sim, então somos sobreviventes. E os aspectos de felicidade que o homem procura, a riqueza, a satisfação dos prazeres, a vaidade, entre outros, são as referências para a felicidade de quem apenas sobrevive.

- Ou vivemos para a Vida Eterna? Se a resposta for sim, então somos vivos na vida mundana e para a eternidade e nosso sentimento de felicidade jamais acabará.

Estas são algumas reflexões sobre a felicidade que tanto almejamos na vida presente e na Vida Eterna... Dize: Com o favor de Allah e com a Sua misericórdia, então, com isso é que devem se alegrar, isso é melhor que tudo quanto juntam (10:58).

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.

Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.

Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).

"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu


por: Sheikh Ahmad Mazloum
Fonte: www.islam.com.br
Hamza Abdullah Islam - O menor dos servos de Allah SW