sexta-feira, setembro 23, 2011

A Exelência do carater do Profeta (SAAS)


Assalamo Alaikom!

O Louvor é para Allah. Nós O exaltamos, imploramos Sua ajuda e rogamos pelo Seu perdão. Nele buscamos refúgio do mal em nossas almas e de nossos pecados. Aquele a quem Allah orienta não se desviará, e aquele a quem Allah permite que se desvie ninguém poderá orientá-lo. Testemunho que não há outra divindade além de Allah, o Único, e que Ele não tem parceiros. E testemunho que Mohammad é Seu servo e mensageiro; divulgou a mensagem, orientou a nação e se esforçou pela causa de Deus até o último dia de sua vida. Que a paz e bênçãos de Allah estejam com Seu servo e mensageiro, com seus familiares e companheiros, e todos que seguirem seus passos até o Dia Derradeiro. Diz Allah em Seu Nobre Livro: Ó vós que credes! Temei a Allah como se deve temê-lO e não morrais se não como muçulmanos.

Em verdade, a palavra mais verdadeira está no Alcorão. A melhor orientação é a de Mohammad (s). A pior coisa é A Inovação, e toda inovação é desorientação. E toda desorientação leva ao Inferno. A demais! 

Irmãos e irmãs no Islam, Allah (SWT) criou tudo que existe entre os céus e a terra, e criou tudo que existe aquém e além dos céus e da terra, Ele é o verdadeiro Criador. Deus criou os seres humanos com perfeição e dentre os seres humanos aperfeiçoou o caráter de Seus Profetas e Mensageiros. E dentre eles O Profeta Mohammad (s) atingiu a excelência em seu caráter. Disse o Mensageiro de Deus (s): “Eu fui enviado para aperfeiçoar o bom caráter.”

Queridos irmãos e irmãs, Allah preparou para os crentes que se esforçam em aperfeiçoar o caráter uma recompensa formidável, diz Allah no Alcorão: “E apressai-vos para um perdão de vosso Senhor e para um Paraíso, cuja amplidão é a dos céus e da terra, preparado para os piedosos. Que despendem, na prosperidade e na adversidade, e que contêm o rancor, e indultam as outras pessoas – e ALLAH ama os benfeitores-“ Al Imran 133 e 134.
                
Certo dia, perguntaram ao Mensageiro de Allah (s): O que é ser de bom caráter? Respondeu: “Ser de bom caráter é aproximar de quem se afastou de você, e ser generoso com quem foi egoísta, e perdoar quem foi injusto, e ser gentil com quem te mal tratou.” E quando Allah revelou o seguinte versículo para o Mensageiro de Deus: “Seja, Ó Mohammad, indulgente, e ordena o que é conveniente, e da de ombros aos ignorantes.” Cap. 7 vers. 199. O Mensageiro (s) perguntou ao Anjo Gabriel: E quanto a ira? Então o Anjo Gabriel subiu ao céus para obter a resposta e foi revelado o seguinte versículo: “E, se, em verdade, te instiga alguma instigação de Satã procura refugio em Allah. Por certo, Ele é Oniouvinte, Onisciente.” Cap 7 vers. 100.

Allah (SWT) qualificou o nosso amado Profeta (s) no Alcorão ao revelar o seguinte versiculo : “Porque és de nobilíssimo caráter” (Alc. 68:4).

E quando Aicha, a mãe dos crentes®, foi perguntada a respeito da educação do Mensageiro de Allah (s); Ela respondeu “A conduta do Profeta (S) era o próprio Alcorão.” E entra narrativa ela disse: “Ele era um Alcorão que caminhava pela terra”

Quanto a Clemência do Profeta de Allah (s) relata-se do dia da conquista de Makka, quando seguiam para aquela cidade que outrora o expulsara os seus chefes, Abu Sufyan Bin Harith Bin Abdul Muttalib e AbdAllah Bin Abi Umayah, ambos primos do Profeta eles eram quem mais maltratavam o Mensageiro e os seus companheiros. Antes de entrarem na cidade eles vieram ter com o Profeta (s) e ele os evitou, então Ali Bin Abi Talib orientou-os a ficarem de frente para o Mensageiro de Allah (s) e orientou-os a dizer o que os irmãos do Profeta Yussef (as) disseram a ele quando pedirão o perdão. “Disseram: Por Allah! Com efeito, Allah te deu preferência sobre nós, e por certo, estávamos errados. Então com clemência ele respondeu: “Não há exprobração a vós, hoje. Que Allah vos perdoe. E Ele é O mais Misericordiador dos misericordiosos.” Cap 12 ver 91 e 92.

E ainda na conquista de Makka, quando os descrentes estavam todos a espera da ordem do Profeta para que els fossem aniquilados, ficaram surpresos com sua clemência, isso por que seu coração estava livre de todo tipo de maldade e tirania e orgulho. Ele não prendeu ninguém , não impôs nenhuma penalidade, não utilizou força nenhuma mas apenas disse : “Ide, etais livres’.

Foi quando Omar ® questionou a respeito da atitude o Profeta ao dizer: Como os concede induto e eles maltrataram tanto? Respondeu o Profeta (s) pois espero que Deus faça sair das virilhas deles pessoas que irão adorar tão-somente a Ele, e que não irão associar a Ele parceiro algum.’

Anas Ibn Málik narrou: “Estava eu caminhando com o Mensageiro de Allah (S), e ele estava usando uma capa najranita que tinha franjas grossas; um beduíno emparelhou com ele, e deu um violento puxão na capa do Profeta. Então eu vi que o lado do ombro dele estava marcado pela franja, devido à violência do puxão do homem. Este disse: ‘Dá uma ordem para que me seja dado algo da riqueza que Allah te tem dado, ó Mohammad!’ O Mensageiro de Allah (S) se virou, e sorriu; então ordenou que fosse dada alguma coisa para o homem.” [Bukhári e Musslim.]

O Profeta (S) disse também: “O homem forte não é aquele que é bom nas justas; o homem forte é aquele que sabe se controlar quando está zangado.” [Musslim.]


O Profeta (S) disse ainda: “O homem forte não é aquele que nocauteia o seu adversário; o homem forte é aquele que tem controle sobre seu temperamento.” [Bukhári e Musslim.]

 O Profeta (S) tem certas direitos e certas obrigações, os quais, se o muçulmano os cumprir com sinceridade, irá receber amplas recompensas da parte de Deus. Tal pessoa irá desfrutar da intecessão do Profeta, no Dia do Julgamento. Ele ou ela terá ainda a honra de beber da Cisterna do Profeta e do Kauçar1. Algum dos deveres e das obrigações (da parte da pessoa) incluem

1. Amar o Profeta (S) mais do que a si mesmo, sua família, sua propriedade e seus filhos.

2. Obedecer ao Profeta (S) em tudo o que ele ordenou fazer, tal como fazer súplicas somente a Deus, buscar o auxílio de Deus na hora da necessidade, ser veraz e honesto, mostrar conduta amigável, etc.. A pessoa deverá ainda tornar evidente outras diretrizes que chegaram através do Alcorão e da autêntica sunna do Profeta (S).

Queridos irmãos e irmãs no Islam O Profeta Mohammad (S) é o modelo ideal que todos os muçulmanos deverão imitar, e cuja diretriz todos devem seguir. Deus (SWT) tem abençoado esta comunidade (umma) por meio de preservar a tradição (sunna) e a biografia (sira) do Seu Mensageiro. 

A despeito da passagem de muito tempo, a sunna e a sira do Profeta (S) permanecem, como se a gente estivesse vendo-as e ouvindo-as ainda hoje. 

Elas propiciam um exemplo vivo da vida do Profeta (S) para que os muçulmanos imitem e sigam. Elas inspiram, ainda, nos corações dos muçulmanos, amor e respeito para com ele. Deus (SWT) diz no Alcorão: “Realmente, tendes no Mensageiro de Deus um excelente exemplo” (33:21).

Rogamos a Deus dizendo a suplicado do Mensageiro: “Ó Allah, dirige-me no sentido de eu praticar o melhor dos feitos, e de ter o melhor dos caráteres, pois ninguém dirige a isso, a não ser Tu; e protege-me das más ações e das péssimas maneiras, pois ninguém pode barrá-las a não ser Tu.” [Al Nassá’i, e Al Arnaout chama-o sahih, na obra Jamil Usul.]

2. “Ó Allah, busco refúgio em Ti quanto à pior das maneiras, e das enfermidades, ao pior dos feitos, e dos desejos.” [Tirmizi, e verificado por Al Albani.]

3. “Ó Allah, faze com que nossos corações sejam harmoniosos uns com os outros, e concerta as disputas entre nós.

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak

Abençoar o Profeta Muhammad (SAAS) ‏


Louvado seja ALLAH, Senhor do Universo; à Ele agradecemos e à Ele nos voltamos arrependidos. Testemunho que não há divindade exceto ALLAH Único e sem associados. Foi Ele Quem disse no Seu Livro Sagrado: Al- Ahzab 56- “ Em verdade, ALLAH e Seus anjos abençoam o Profeta. Ó fieis, abençoai-o e saudai-o reverentemente!” E testemunho que Mohammad que a paz e benção de ALLAH estejam com ele, com suas esposas mães dos crentes, com seus descendentes e seus familiares e companheiros. Disse o Mensageiro de ALLAH numa narrativa relatada por Abu Huraraira que ALLAH se compraza dele:
“Toda pessoa que ouvir meu nome e não rogar pela minha paz e benção à ALLAH será humilhada (tendo seu nariz esfregado ao chão), será humilhada toda pessoa que alcançar o fim do mês de Ramadan sem que seus pecados sejam perdoados e da mesma forma será humilhada toda pessoa que não é benevolente com seus pais idosos e deste modo não adentrará o paraíso.”  
Ademais, caros irmãos e queridos do Profeta Mohammad (s) abordaremos hoje o mérito em se rogar ou interceder à benção de ALLAH para o Seu Profeta (s). O ato de rogar a ALLAH a paz e a benção para Seu Mensageiro diminui o nervosismo e ameniza as tragédias.
Bin Mas’uud relata numa narrativa do Profeta (s) em diz que ALLAH possui anjos viajantes na terra que  noticiam O Salam, ou seja, a saudação da nação ao Mensageiro de ALLAH e ele responde esta saudação toda vez que a recebe.
Caros irmãos saibam que a recompensa concedida por ALLAH é do mesmo tipo da boa ação praticada. Portanto quem interceder a benção de ALLAH para o Mensageiro de ALLAH será recompensado com a benção de ALLAH.  Toda vez que rogar a benção para o Profeta você está enaltecendo-o e terá como recompensa a benção de ALLAH e isto significa obter Seu perdão.
O Mensageiro de ALLAH disse numa narrativa: “Os mais próximos de mim no paraíso são aqueles que mais intercederem a paz e a benção de ALLAH para mim.”
Talvez há quem pergunte porque rogar a paz e a benção de ALLAH para Seu Mensageiro? A resposta é que isto é uma ordem de ALLAH para os crentes como mencionado no versículo “Ó fieis, abençoai-o e saudai-o reverentemente” e saibam que quem vive rogando pela paz e benção do Profeta; em verdade, vive na benção de ALLAH e quem vive na benção de ALLAH afasta-se de tudo que é ilícito e quem se afasta do ilícito alcança o perdão e quem alcança o perdão vive satisfeito nesta vida, pois almeja o paraíso na outra vida.
E por que não salda-lo com a paz e rogar pela sua benção já que o Profeta Mohammad tem o Titulo de ser o senhor dos homens, desde o primeiro até o ultimo, e à ele pertence a intercessão no dia do juízo final; ou seja somente o Profeta Mohammad poderá interceder por cada um de nós no dia do juízo final e ninguém mas. Abi Saiid Akhudari relata que o Mensageiro de ALLAH disse: “No dia do juízo final  eu serei o senhor dos filhos de Adão; mas não me orgulho por isso. E em minha mão estará a bandeira do Louvor; mas não me orgulho por isso. E todos os mensageiros de ALLAH neste dia estarão sob a minha bandeira. E eu serei o primeiro a solicitar a intercessão pela minha nação e serei o primeiro a interceder.”  
E como não salda-lo com a paz e benção, já que ele (s) teme por nós o sofrimento do inferno e teme por nós a fúria do Criador, o Único o Altíssimo.
Numa outra narrativa Abdilleh Bin Omar Bin Ass que ALLAH se compraza de ambos disse que certo dia o Mensageiro de ALLAH (s) recitou os versículos do Alcorão Sagrado em Ibrahim que a paz esteja com ele, disse: (Ó Senhor meu, já se desviaram muitos humanos. Porém, quem me seguir será dos meus, e quem me desobedecer... Certamente Tu és Indulgente, Misericordiosíssimo!) e recitou também o versículo em que Issa que a paz esteja com ele disse: (Se Tu os castigas é porque são Teus servos; e se os perdoas, é porque Tu és o Poderoso, o Prudentíssimo.) E em seguida elevou suas mãos aos céus em rogo e chorando disse “Ó ALLAH minha nação, minha nação!” Então ALLAH ordenou que o Anjo Gabriel  perguntasse ao Mensageiro Qual o motivo de seu choro? Respondeu o Profeta: Choro por que temo pela minha nação! Então O Anjo disse que ALLAH o enviou para que lhe noticiar a boa nova que sua prece será atendida. Esta narrativa foi confirmada por Muslim. Diz ALLAH na surat Aduhha:”Logo o teu Senhor te agraciará, de um modo que te satisfaça.”
Será possível menos prezar a intercessão pela  paz e a benção para O Mensageiro? (S).      Ele se preocupou com sua nação durante toda a sua vida e após sua morte. Disse O Mensageiro de ALLAH: ”A minha vida traz benefícios para vos bem como a minha morte. Perguntaram os companheiros ao Profeta: Como a sua morte vai trazer benefícios a nós? Ó Mensageiro de ALLAH!. Respondeu: Suas ações serão expostas a mim após a minha morte. Se eu encontrar boas ações agradecerei ALLAH e se encontrar  más ações rogarei á ALLAH pelo seu perdão.
O virtuoso Bin Kawim reuniu alguns benefícios para quem rogar a paz e a benção para o Mensageiro.
1- Disse o Mensageiro de ALLAH: Quem rogar pela minha paz e benção, ALLAH o abençoará 10 vezes com Sua misericórdia e perdão e elimina 10 de suas má ações e o eleva 10 degraus. 2-Quem faz o rogo pela paz e benção do Profeta (s) será recompensado pela sua intercessão no dia do juízo final. 3-É imitar os anjos que rogam sempre pela paz e benção do Profeta cumprindo assim uma ordem de ALLAH 4- Contrariar os incrédulos . 5-Apaga as má ações, 6-Elimina as necessidades. 7-Traz barakah bênçãos e elimina angustia do peito e revela o caminho correto no momento da duvida. 8-A salvação do sofrimento infernal. 9-A recompensa de adentrar o paraíso. 10-Receber a saudação de ALLAH O SOBERANO O PERDOADOR.
Abu huraira narra que ouvira O Mensageiro de ALLAH dizer: “Aquele dentre vos que gostar de ser exageradamente recompensado então deve dizer: (Ó ALLAH abençoe Mohammad O Profeta Iletrado, abençoe suas esposas mães dos crentes, seus descendentes e familiares da mesma forma que abençoas-Te Abraão, e os familiares de Abraão pois Tu és, em verdade, o O LOUVADO O GLORIOSO.
Que ALLAH tenha misericórdia de todos nós e nos agracie com a intercessão de Seu Mensageiro no Dia do Juizo Final Ua Assalamu Alaikum Ua Rahmatullahi Ua Baraketuhu.
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“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak

Primavera árabe... o que pensam os árabes?


Palestine Chronicle

Desde a deposição do presidente da Tunísia Zinelabidine Bin Ali, em Janeiro passado, no primeiro movimento do que viria a ser conhecido como 'Primavera Árabe', o mundo árabe acompanha uma sequência de levantes e revoltas contra ditadores e tem produzido avaliações nem sempre concordantes do próprio contexto político. A Tunísia ainda vive sob o caos controlado que se seguiu ao colapso do antigo regime; o Egipto sofre crescente instabilidade, em função das agendas divergentes dos diferentes grupos políticos. Mas nem na Tunísia nem no Egipto assistiu-se à destruição massiva e o massacre de civis semelhantes aos que se vêem hoje na Líbia e na Síria.

Intelectuais, escritores e jornalistas árabes que apoiaram e saudaram com entusiasmo os levantes na Tunísia e no Egipto expõem agora posições mais complexas nos casos de Líbia e Síria. Os intelectuais públicos no mundo árabe estão divididos no que tenha a ver com os eventos na Síria e na Líbia, embora a opinião pública esteja claramente contra as ditaduras que sobrevivem no Iémen, na Síria e na Líbia.

Contudo, o envolvimento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Líbia e o apoio que deu aos chamados 'rebeldes' líbios comprometeram indelevelmente o carácter democrático do levante na Líbia, na opinião de vários intelectuais públicos do mundo árabe.

O fato de o ocidente e a OTAN terem-se envolvido tão profundamente nesses e noutros levantes árabes criou um dilema para muitos pensadores e militantes democráticos árabes. Intelectuais que dedicaram a vida e a carreira a escrever contra qualquer intervenção do Ocidente na política árabe, vêem-se agora perplexos ante a extensão do envolvimento e do apoio material e moral que o Ocidente tem garantido a alguns daqueles levantes, embora não a todos.

Abdel Bari Atwan, editor do jornal panárabe Al Quds Al Arabi escreveu no editorial, mês passado, declarando-se contra os ataques aéreos da OTAN na Líbia; para ele, além do inaceitável número de civis mortos, a OTAN está destruindo cidades, estradas, infra estrutura em geral. Atwan não esconde a sua oposição aos chamados 'rebeldes' líbios e suas lideranças políticas, que acusa de serem financiados pela OTAN e pela União Europeia. Atwan oferece a hipótese de que aqueles 'líderes' que lá estão só assumiram o comando dos 'rebeldes' depois de o filósofo e jornalista francês Bernard-Henri Levy ter manifestado publicamente o seu apoio a eles, quando visitava Benghazi como enviado especial do presidente Sarkozy da França.

Levy é nome conhecido na Região pelo apoio irrestrito que sempre deu às políticas de Israel; é citado como autor da frase 'o exército de Israel é o mais democrático do mundo'. Levy também já exigiu intervenção militar na Síria, para depor o governo de Bashaar Al Assad. O ativismo de Levy parece ter complicado ainda mais as coisas. Atwan diz que Levy é uma das razões pelas quais, embora não apoie o governo de Kaddafi, absolutamente não apoia os planos políticos dos 'rebeldes' de Benghazi.

Atwan não está sozinho nessa posição, de desejar apoiar os direitos democráticos das sociedades árabes, sua luta por mais liberdade e por direitos civis respeitados para todos, mas, simultaneamente, rejeitar qualquer tipo de inter-venção dos EUA e do Ocidente na política da Região.

Lina Abubaker, romancista, poeta e colunista que vive em Londres e também escreve no jornal de Atwan publicou uma nota pelo Facebook no início do mês, alertando para a existência de um 'novo mapa do caminho' que visaria a dividir ainda mais os árabes. Para ela, os levantes árabes seriam efeito de uma espécie de conspira-ção que visaria a 'decapitar os governos e manter intactos os corpos'. Para ela, haveria aí uma muito ampla conspiração, pensada pelos EUA para dominar o mundo árabe, servindo-se do que ela chama de 'terrorismo dos EUA contra os árabes'. 'Os levantes populares são o novo terrorismo norte-americano. Será que vocês nunca aprendem?!' - Perguntou ela, em referência à ocupação norte-americana no Iraque.

Duas outras linhas de ideias estão alimentando as percepções sobre a Primavera Árabe dentro do mundo árabe. Uma delas entende que os levantes sejam movimentos de libertação nacional indígenas que, eventualmente, levarão a governos democráticos. A outra entende que os levantes são, sim, plano inspirado pelo ocidente para fragmentar definitivamente os estados árabes - o que favoreceria as ambições de EUA e Israel para a região.

Mohammad Dalbah, jornalista árabe-norte-americano que vive em Washington entrevistou intelectuais árabes, aos quais perguntou por que havia entre eles opiniões tão fortemente polarizadas sobre os levantes populares de 2011, e definiu dois grupos. No primeiro grupo Dalbah reuniu os intelectuais que classificou como 'nacionalistas e patriotas árabes' - que interpretam os eventos na Região de um ponto de vista estratégico, assumindo, como critério para apoiar ou não cada levante, caso a caso, o conflito entre israelitas e árabes. No segundo grupo estão os 'árabes liberais' - que pregam o fim de todas as ditaduras e a constituição de governos democráticos e não vêem qualquer inconveniente em qualquer tipo de intervenção do Ocidente para alcançar esses objectivos (por exemplo, no caso da Líbia). Falta, de facto, um terceiro grupo, no qual se reuniriam os que apoiam o fim das ditaduras mediante luta popular, sem qualquer tipo de intervenção de forças ocidentais.

Explicando a ausência desse terceiro grupo, Dalbah, que é jornalista veterano do mundo árabe, argumenta que o regime sírio, por exemplo, não exige necessariamente o fim da longa ocupação de territórios palestinos pelos israelitas, como tampouco exige o fim da ocupação, pelos israelitas, sequer, das planícies sírias do Golan. 'O que distingue o regime sírio, dentre os demais estados árabes, é a recusa a seguir os planos dos EUA para a Região', diz ele. Mas essa recusa não é feita por princípios e explica-se porque o governo sírio, de fato, aspira a 'ter papel central na Região, em troca de promover qualquer acordo que ponha fim ao conflito entre árabes e israelitas' - acrescenta Dalbah.

Em outras palavras, a posição dos sírios na questão do conflito entre israelitas e palestinos e a 'resistência' contra EUA e Israel seriam decisões tácticas, não estratégicas. Além do mais, os que apoiam o regime sírio apoiam-no porque os sírios recusam-se a render-se à hegemonia dos EUA na Região, a qual, por extensão, se-gundo esse ponto de vista, implicaria completa rendição a Israel.

Mwaffaq Mahadin, escritor e colunista jordaniano, cujas posições o inserem no grupo dos 'nacionalistas árabes' de Dalbah, manifestou-se, em coluna recentemente publicada no diário jordaniano Al Arab Al Yawm, contra qualquer tipo de apoio ao levante contra Bashar. Mahadin argumenta que o pensamento que anima os levantes da Primavera Árabe é um combinado de magnatas das finanças ocidentais (como George Soros) e de cientistas políticos norte-americanos (como Gene Sharp), que pregam a resistência não violenta à opressão.

Em sua mais recente coluna, Mahadin argumenta que Israel, ajudada pelos EUA, trabalha para fragmentar e dividir os países árabes, para continuar a controlá-los. Para chegar a isso, Israel e seus aliados ocidentais recorrem hoje a uma 'fragmentação soft' mascarada de 'reformismo' e de 'democracia'.

Isso não implica dizer que intelectuais como Mahadin sejam contrários às reformas ou à democracia; mas, para eles, nem reformas nem democracia são questões prioritárias nesse momento; a prioridade, agora, para eles, é resistir à ocupação israelita e à dominação do mundo árabe pelos EUA.

Dalbah argumenta que figuras importantes desse grupo, como o escritor Michel Kilo, já estão bem próximas de aceitar e passar a apoiar a ideia de uma intervenção militar em seu país, se esse for o meio mais eficaz para arrancar o governo Assad do poder.


Outro grupo que já apoia a derrubada do governo Baath da Síria e quer mais democracia, mesmo que ao custo de intervenção estrangeira, são os signatários da 'Declaração de Damasco' - assinada em 2005 por 250 nomes da oposição síria, que advoga transição e reformas graduais na política da Síria.

Têm havido manifestações diárias anti-Assad em Amman, Beirute, Kuwait, Manama e em várias outras cidades, todas exigindo o fim do governo de Assad e família; mas nenhuma manifestação, até agora, em lugar algum, deu sinal de apoiar, ainda que longinquamente, qualquer tipo de intervenção militar ocidental na Síria.

Fonte: http://alfurqan.pt/view_tema.asp?ID=191

Ora Assim vai o mundo: Farsa na Líbia



24 Agosto 2011 AM PDT - Mesmo enquanto a mídia corporativa continua a retratar o ataque rebelde em Trípoli como uma espécie de revolta popular, agora é admitido que a inteligência britânica desempenhou um papel fundamental na direção do cerco, e com isso continuaram a sua longa relação com os terroristas da Al-Qaeda.

"Os agentes do MI6 (serviço secreto britânico), com base no reduto rebelde de Benghazi, aperfeiçoaram os planos de batalha elaborados pela transição pelo Conselho Nacional de Transição da Líbia (dos "rebeldes", quer dizer terroristas), que foram definidos há 10 semanas", relata o Telegraph de Londres.

"Os constantemente atualizados conselhos táticos fornecidos por especialistas britânicos para os líderes rebeldes focavam na necessidade de desencadear um novo levante dentro de Trípoli, que poderia ser usado como uma justificativa para avançar o combate na cidade."

O ataque orquestrado pelo MI6 em Trípoli foi precedido por um bombardeio executado por aviões de caça da RAF (força aérea britânica) no fim de semana, que teve como alvo as principais instalações de comunicações de Kaddafi.

Como Webster Tarpley relatou, a OTAN em seguida enviou terroristas para liderar o massacre ao estilo de Mumbai que causou mais de 1.000 mortes.

Forças Especiais britânicas estavam em solo na Líbia antes mesmo da resolução da "zona sem vôo" da ONU ter sido anunciada no início deste ano. Agentes da SAS (Serviço Aéreo Especial britânico) que estavam dirigindo os rebeldes aterrissaram na Líbia no final de Fevereiro, juntamente com membros das forças especiais francesas e americanas. Os ocidentais foram mais tarde pegos no flagra em um vídeo confraternizando com os rebeldes por uma equipe de filmagem da Al-Jazeera.

Isto de modo algum seria a primeira vez que a inteligência britânica trabalhou diretamente com os terroristas da Al-Qaeda, em uma tentativa para derrubar o coronel Kaddafi.

Como você pode conferir nesta matéria do jornal britânico The Guardian, especialistas em inteligência francesa revelaram como o MI6 pagou 100 mil dólares para uma célula da Al-Qaeda da Líbia, o Grupo Combatente Islâmico, para a assassinar Kaddafi.

Em torno da mesma época, a inteligência britânica também frustrou um mandado de prisão da Interpol para Osama Bin Laden emitido por Kaddafi, em uma tentativa de proteger o grupo Al-Qaeda, que estava sendo pago pelo MI6 para matar o líder líbio. O Grupo Combatente Islâmico foi liderado na época por Anas al-Liby, um dos tenentes de confiança de Bin Laden.

O Grupo de Combate Islâmico Líbio (LIFG) é uma das principais facções da Al-Qaeda que agora comanda as forças rebeldes. Como relata o Asian Tribune: "O Grupo de Combate Islâmico Líbio (LIFG) deve emergir para se tornar o verdadeiro poder por trás de qualquer administração pós-Kaddafi na Líbia".

Assim, tendo treinado, financiado e equipado os terroristas da Al-Qaeda, a Grã-Bretanha e os EUA, ao mesmo tempo em que afirmam estar lutando uma "guerra ao terror" de várias gerações, estão agora a oferecer um lar para os mesmos militantes da Al-Qaeda que mataram soldados dos EUA no Afeganistão e no Iraque.
Fontes:
  • Infowars: MI6 Directed Rebel Terrorists In Tripoli Siege
  • The Telegraph: Libya: secret role played by Britain creating path to the fall of Tripoli
  • The Guardian: Al-Jazeera footage captures 'western troops on the ground' in Libya
  • The Guardian: MI6 'halted bid to arrest bin Laden'
  • Asian Tribune: Gaddafi under siege: Two CIA-backed groups, an al-Qaeda-linked LIFG on top of power stakes

Fonte:http://alfurqan.pt/view_tema.asp?ID=192

Carta de uma sobrevivente do massacre da Noruega ao assassino Anders Behring Breivik

Ivar Østebø Benjamin, 16 anos, sobreviveu ao trágico massacre perpetrado por Anders Breivik Behring, que matou mais de 70 jovens, e estas são as suas palavras para o assassino.
Opinião - 2011/08/08 - Fonte: pijamasurf.com - Versão Portuguesa: Al Furqán, nº. 182

Sr. Anders Breivik Behring:

Muitos dos meus amigos que conheci na Utoya estão mortos e você é o carrasco. Você é o homem que, por coincidência, não me matou. Eu tive sorte.

Você pode pensar que você ganhou. Pode pensar que arruinou algo no Partido Trabalhista e para o povo do mundo que defende uma sociedade multicultural, matando os meus amigos e colegas de partido.

Perceba que você falhou.

Não só fez com que o mundo se unisse, como encheu a nossa alma de fogo e perceba que nós nunca estivemos tão unidos como agora. Você fala de si mesmo como um herói, um cavaleiro. Você não é nenhum herói. Mas você criou heróis. Neste dia quente de Julho em Utoya você criou alguns dos maiores heróis que o mundo tem visto, unindo as pessoas de todo o mundo. Negros e brancos, homens e mulheres, vermelhos e azuis, cristãos e muçulmanos.

Transformou em mártires as suas vítimas, imortais; e demonstrou-se ao mundo que se uma pessoa pode mostrar tanto ódio como você fez, imagine-se o quanto de amor se pode mostrar se estivermos juntos. Pessoas que pensavam que me odiavam deram-me abraços na rua, pessoas que não tiveram contato comigo nos últimos anos escreverem-me 300 ou 400 palavras sobre o que significa eu ter sobrevivido. Que tal isso? Acha que quebrou alguma coisa? Em vez disso, juntou, uniu.

Você matou os meus amigos, mas não matou a nossa causa, as nossas opiniões, o nosso direito de nos expressarmos. Mulheres muçulmanas receberam abraços de simpatia, ao acaso, nas ruas. E se o seu objectivo era proteger a Europa do Islão, as suas ações foram contra o seu propósito.

Não merece agradecimentos, os seus planos falharam. Muitas pessoas estão com raiva, você é a pessoa mais odiada na Noruega. Não tenho raiva, não tenho medo de si. Não nos pode tocar, somos maiores do que você. Nós não respondemos ao mal com o mal, como querias.

Combatemos o mal com o bem. E ganhamos

Fonte: http://alfurqan.pt/view_tema.asp?ID=193
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Muçulmanos Hispânicos e os Efeitos de 11/09

Entrevistas - 25/08/2011 - Autor: Lyan Babylon - Fonte: Terra - Versão Portuguesa: Al Furqán, nº. 182Hoje pode ter passado uma década desde a tragédia, mas o que não passou é a dor dos que perderam parentes no 11 de Setembro de 2001 e o ressentimento de outros. Especial: os hispânicos superam os estereótipos no Islão.

Com a tragédia de 11 de Setembro de 2001 a percepção sobre os muçulmanos nos Estados Unidos foi transformada. Imediatamente após os ataques, muitos americanos expressaram ressentimento contra este grupo religioso, mas hoje, 10 anos mais tarde, há um pouco mais de tolerância e a conversão ao Islão tem aumentado.

The New York Times diz que existem cerca de 200.000 hispânicos convertidos ao Islão a viver nos EUA. A maioria são porto-riquenhos, cubanos, dominicanos e mexicanos. Os números falam por si e mostram que o número de seguidores tem crescido após os mortíferos ataques na história dos EUA.

Embora inicialmente classificassem muitos muçulmanos como terroristas, existe agora uma maior consciência do problema. Nos EUA 20 mil pessoas convertem-se ao Islão em cada ano e é a religião que mais cresce em todo o mundo.

Wilfredo Ruiz Amr:

Ruiz, porto-riquenho que vive agora na Flórida diz que "a mesma notícia ruim e a má propaganda colocou o Islão em contacto com as pessoas." "Desde 11 de Setembro, eu acredito que em qualquer jornal nacional não passam dois dias sem a palavra Islão ou muçulmanos aparecer em quaisquer de suas páginas. E na medida em que as pessoas estão vendo isso torna-se de interesse para saber mais sobre o Islão", diz ele.

Amr Ruiz converteu-se em 2003, mesmo quando "os estereótipos estavam à flor da pele", diz ele. O que o levou a buscar o Islão é que ele era um cristão não praticante e queria educar os seus filhos dentro de um quadro de fé. A sua família rejeitou-o e a sua mãe foi a mais relutante em aceitá-lo. Amr Ruiz tinha estudado toda a sua vida numa escola católica e sua mãe era um membro ativo da Igreja Católica na sua comunidade.

"Disseram-me que eu estava errado, algumas pessoas disseram que o Islão não responde à nossa cultura e eu contestei dizendo de que país da América Latina era originário Jesus."

Mas, eventualmente, a sua família aceitou pelo simples facto de que "as acções no Islão falam mais alto do que as palavras. Quando a minha família viu que não fumava, não bebia, rezava cinco vezes por dia, disse: que mal pode haver nisto". Amr Ruiz afirma que os estereótipos contra os muçulmanos são em grande parte devido a equívocos instilados por pessoas de fora da religião.

Para além da crítica, Amr Ruiz não viveu qualquer situação mais grave, que não é o caso para todos os muçulmanos nos Estados Unidos depois de 11/09.

Khalid Salahuddin:

Khalid, que nasceu no Panamá, mas se mudou ainda criança com seus pais para a América, conta que um site antimuçulmano o acusou de apoiar a jihad ou guerra santa, luta extremista que levou Osama bin Laden a co-meter os actos terroristas de 2001. No entanto, apesar das alegações num artigo escrito num website não houve maiores consequências. "No meu trabalho o meu chefe disse-me que sabia que eu não estava envolvido nisso, por isso não o afetava". A confiança das pessoas que gostavam dele foi instantânea e alguns ofereceram a sua ajuda, diz ele. Os seus conhecidos sabem o sentimento de Salahuddin relativamente aos ataques. "Isso foi uma desgraça, a verdade é que eu não podia acreditar que alguém que tivesse a mesma mentalidade que eu estava envolvido em alguma coisa. Quando eles fizeram isso deixaram de ser muçulmanos... A religião islâmica diz que se você matar uma só pessoa é como se matasse toda a raça da humanidade".

Salahuddin disse que por causa das suas crenças, é muito difícil de acreditar que os ataques terroristas são um ato islâmico e que "só Deus sabe o que aconteceu.

Roraima Aisha Kanar:

Roraima Aisha Kanar, cubana, concorda com Salahuddin. "Se eu tivesse viajado com meu marido (que tem um nome árabe) e ele tivesse estado naquele avião não o teriam acusado de ser um deles (terroristas)? E porque tenho eu de pensar que todos os que foram acusados e estão mortos hoje estavam envolvidos? ", diz ela.

Também relata que viveu na primeira pessoa a rejeição da comunidade após o 11/09. "Os que mais me julgaram foram os latinos, e como não sabiam que eu falava espanhol diziam coisas como, olha a pessoa que vem atrás de nós, anda rápido para não estar perto de nós, não sabemos o que pode acontecer." No entanto, Kanar não ficava calada e dizia-lhes que não a julgassem pelo que não conheciam.

Mas isso não só aconteceu quando ela ia fazer compras ou saia fora de sua casa para qualquer tarefa, mas também com respeito ao seu trabalho. Kanar estava envolvida na venda de bens no momento e muitos clientes estavam distantes e constrangidos na sua presença. Mas Kanar disse que "nada pode ser alcançado sem paciência" e a sua atitude foi fazer com que as pessoas se sentissem confortáveis.

Quebrando os estereótipos:

Apesar de provenientes de outros países estas pessoas têm algo em comum: elas não estavam satisfeitas com o que lhes ofereceria o catolicismo. Kanar insiste que a Igreja Católica não forneceu respostas às suas perguntas. Além disso, refere que o que mais lhe chamou a atenção no Islão é que, diz ela, é uma religião cujo relacionamento com Deus é direto, sem intermediários, pois o seu comportamento, suas roupas e seu modo de agir é uma decisão pessoal ao aceitar o Islão como sua fé, e não algo imposto. 

Como muitos latinos tiveram que quebrar os estereótipos da sua família. Mas ao contrário do que alguns possam pensar, a sua mãe, uma católica praticante, não tinha pena que a sua filha não comungasse ou não assistisse à missa. "Um dia eu sentei-me com ela e ela disse-me que o que mais lhe doía é que eu não podia usar fatos de banho ou vestir roupas justas ou decotes como fazia antes", diz ela. Mas para Kanar o próprio facto de as pessoas a valorizarem pela sua qualidade humana e não pelo que parecia foi um dos factores que a levaram a mudar de religião.

Kanar Amr Ruiz e Salahuddin concordam que a falta de aceitação para aqueles que não compartilham a fé cristã da maioria dos americanos é devida à ignorância. Um estudo realizado pelo Pew Hispanic Center diz isso, os hispânicos, especialmente os católicos, são o grupo com menos informações sobre sua própria religião e sobre as outras religiões, de acordo com a pesquisa nacional.


Hoje pode ter passado uma década desde a tragédia, mas o que não passou é a dor dos que perderam parentes no 11 de Setembro de 2001 e o ressentimento dos outros. Em 2 de Maio, o mundo testemunhou a forma como dezenas de pessoas nos Estados Unidos comemoraram a morte do autor dos ataques, Osama bin Laden. Mas, por anos, os muçulmanos nos Estados Unidos têm tentado dei-ar claro que o Alcorão condena qualquer ato terrorista e o que diz que mata em nome de Allah, mente.


Fonte:http://alfurqan.pt/view_tema.asp?ID=194

O Semeador de Tâmaras


Um homem velho estava num oásis, esforçando-se para fazer um poço na areia, perto de algumas palmeiras de tâmaras, de joelhos, com grande esforço e oprimido pelo calor intenso do deserto. Um rico comerciante parou neste oásis para descansar e dar de beber aos seus camelos, e observou que este homem, idoso, suado, cavando com entusiasmo. Não pôde evitar a curiosidade e perguntou-lhe o que estava fazendo. O velho respondeu que estava a semear tâmaras. O viajante achou absurdo e pensou que o calor transtornara o velho, razão pela qual o convidou a tomar uma bebida na pousada.

Mas o homem não aceitou o convite porque tinha que terminar o seu plantio. Quando lhe perguntou que idade tinha ele não conseguia sequer lembrar, talvez mais de oitenta, disse. Então o rico mercador não pode deixar de salientar que dificilmente colheria algo das suas plantações, uma vez que uma palmeira demora muitos anos para dar frutos, e exortou-o a acompanhá-lo para uma bebida. 

O velho olhou para ele e disse que todas as tâmaras que tinha comido até agora foram também palmeiras que haviam sido plantadas por outros, que nem sequer tinham sonhado prová-las e que ele plantou não para si mas para que os outros comessem as futuras tâmaras da palmeira, era para isso o plantio, e que era um agradecimento a todos aqueles desconhecidos que trabalharam para ele, isso por si só era motivo para terminar a sua tarefa. Comovido pela resposta, o rico empresário tirou um saco de moedas de ouro e recompensou o homem pelos seus ensinamentos. O velho agradeceu-lhe e acrescentou que era verdade que nunca iria comer do que semeava, mas que já tinha ganho um saco de moedas e a gratidão de um amigo. 

O abastado comerciante foi surpreendido por tanta sabedoria e deu um outro saco de moedas de ouro para mostrar mais uma vez o seu profundo agradecimento. O velho mostrou ao viajante que a vida era assim como ele se comportava. Ele tinha plantado para a colheita, sem pensar em si mesmo, e antes do final já havia sido recompensado não uma, mas duas vezes, sem contar com as tâmaras que seriam obtidas no futuro, quando as palmeiras que ele plantou crescessem para as próximas gerações. O homem ficou surpreendido com o que tinha aprendido e implorou ao velho para não mais lhe dar lições pois toda a sua fortuna não seria grande, o suficiente para pagar tais ensinamentos. ... 

Que o dinheiro seja usado para comprar coisas úteis, mas que a sabedoria é valiosa e todo o dinheiro do mundo não é suficiente para pagá-la. ... Aquele que pensa só para si mesmo reduz o seu horizonte, fecha o seu caminho e obstrui o fluxo da abundância. ... O ser humano tem a capacidade de dar vida e criar o inimaginável mais além de si mesmo, e da sua riqueza em sabedoria só se esgota quando pensa em termos do seu próprio ego que é limitado e finito.

Fonte: http://alfurqan.pt/view_tema.asp?ID=195Copyright © AL FURQÁN, a reprodução total ou parcial dos seus artigos é livre, desde que citada a fonte

Religião é um Sentimento

A Religião não é apenas regras, deveres e obrigações, mas um sentimento e uma percepção que nos faz conscientes de que há uma força maior que lida com o Universo.

Caros leitores, queria compartilhar estas reflexões sobre religião e o seu verdadeiro significado convosco. Muitas pessoas entendem a religião em geral, e em particular o Islão, como uma série de deveres e obrigações e uma lista interminável de coisas lícitas e proibições com que se deve reger. 

Religião em árabe é derivado da palavra Dayn, din, o mesmo que dívida, e a religião em seu sentido mais profundo é ser grato a Deus. Tudo o que se tem é de Deus, e todas as criaturas, por si só, pertencem a Deus, pelo que se a pessoa reconhece esse fato pode ser chamada religiosa.

O incrédulo, ao contrário, é aquele que nega os dons e graças com que foi abençoado por Deus. Na verdade, quem reconhece que todas as suas posses são de Deus tenta, na medida das suas capacidades, retornar a dívida, ou melhor, parte do cumprimento das ordens do seu Criador e Sustentador.Uma vez que ninguém pode pagar a dívida na totalidade, porque ninguém merece entrar no Paraíso, a menos que Deus nos cubra de sua misericórdia infinita, como disse nosso nobre Profeta (Paz e bênçãos de Allah estejam com ele). É verdade que devemos cumprir as nossas obrigações religiosas, mas sem esquecer que tudo o que façamos nunca poderá pagar as nossas dívidas a Deus. 

No entanto, o fato de cumprir os nossos deveres religiosos é o que nos faz aproximar de Deus e, portanto, merece fazer a sua clemência. Para uma melhor compreensão do que foi dito anteriormente, vamos dar um exemplo. Se um pai dá a seu filho um dólar e este último o dá na caridade, qual dos dois merece a recompensa? A resposta é: ambos merecem o prêmio, mas graças ao pai a criança pode ser generosa. Porque, se o pai não tinha dado o dólar, a criança não teria hipótese de fazer caridade. Da mesma forma, se não fosse por Deus, não poderíamos ter feito nada; por isso temos de agradecer de forma constante, uma vez que é Ele que dá a todos a força e o poder que nos move. 

Ninguém e nada tem a sua própria força, mas a força vem de Deus, o Todo-Poderoso (la haula wala kuata ila billah)Religião não é apenas regras, deveres e obrigações, mas um sentimento e uma percepção que nos faz conscientes de que há uma força grande que corre no Universo e não é afetada pelo sono ou sonolência ou distraída por qualquer coisa. Este sentimento tem de ser manifestado em boas obras. Práticas de culto e as boas maneiras são, na verdade a consequência da fé e do sentimento de amor por Deus. Este sentimento de amor para com Deus é o que nos impulsiona a fazer o bem e nos arrasta de volta para evitar o mal. Sem sentimentos, o ser humano não daria um passo em frente. Nós, humanos, somos movidos pelo amor, ganância, medo e desejo. Somos movidos pelo desejo e dor e todos os sentimentos são sensações. Há muitos versículos do Alcorão e ditos do nobre Profeta (s.a.w.) salientando a importância dos sentimentos e do coração como o motor que impulsiona os outros órgãos.A questão enfática neste ponto é: podemos controlar os nossos sentimentos ou algo que está além do nosso alcance e poder? 

Muitas pessoas acreditam que não podemos, mas a realidade é exatamente o oposto. A melhor prova disso é o que disse o nosso nobre Profeta (que Allah lhe conceda paz e bênçãos), quando um homem lhe pediu conselhos: "Não fique com raiva", disse. Ele disse-lho três vezes porque sabia que é algo controlável, senão não o teria dito, e na verdade a raiva ou ira é um sentimento de irritação e alteração produzida na mente da pessoa e é um dos sentimentos mais fortes e, se se pode controlar a raiva, é muito mais fácil controlar os sentimentos que são menos fortes. O que não se pode controlar é o ambiente onde pode se mover, e assim por diante, mas a chave para o seu coração, caro leitor, está consigo, se você escolher ficar zangado ou não, escolher amar isto ou aquilo, você escolhe ser feliz ou não.

Mas o que nos ajuda a ter esses sentimentos?Há duas razões principais: por um lado ajuda-nos o amor e o desejo e, por outro o medo e a saudade. A primeira razão está relacionada ao prazer e alegria e faz com que a pessoa atenda os seus desejos; e a segunda tem a ver com dor e faz com que a pessoa evite qualquer coisa que possa causar sofrimento. Glorificado seja Deus que nos criou e fez inatos nos outros de quem nos aproximamos para desfrutar o prazer que obtemos e para nos afastarmos da dor e do sofrimento dos outros (no Alcorão) pelo estilo que queremos entender que o Paraíso é uma fonte de alegria e satisfação, e tememos o Inferno que é a fonte de dor e punição na vida após a morte.Concluímos o nosso pequeno estudo, dizendo que a religião está no coração e o nobre Profeta (paz esteja com ele) disse uma vez: "A piedade é aqui" e apontou para seu coração, mas o que está no coração tem que ser traduzido por outros organismos. 

Quem afirma ser religioso e diz que ele é uma pessoa com fé terá que demonstrar, através de ações, cumprindo os mandamentos de Deus. Se você disser a alguém que você ama, mas não pergunta por ela, não a visita, não mostra interesse por ela e não se preocupa com ela, onde está esse amor?

Como qualquer sentimento deve manifestar-se em fatos, porque se não, o sentimento é inexistente ou muito fraco.

Fonte: http://alfurqan.pt/view_tema.asp?ID=196 - Coord. por M. Yiossuf Adamgy, in Revista Al Furqán,  182. 

quarta-feira, setembro 21, 2011

O Alcorão Sagrado


Eis o Livro que Indubitavelmente é a verdade!
O Alcorão é a maior dádiva de Deus à humanidade e a sua sabedoria é de uma espécie única, exposto, em termos breves, o propósito do Livro consiste em ser o recepitor das revelações divinas, o qual restaura a eterna verdade de Deus, como guia da humanidade no caminho certo.

O Alcorão é a palavra de Deus revelada ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), através do Arcanjo Gabriel (que a Paz esteja com Ele), a qual ultapassa a imaginação humana para se produzir uma obra desta grandeza.
Os contemporâneos de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foram, sem dúvida, os maiores mestre da língua árabe com motivos para produzir um texto sem rival.

Mas eles não poderiam produzir nada como o Alcorão, em conteúdo e estilo, Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), não tinha preparação escolar formal, mas não fez segredo disso, o seu maior crédito era que sendo iletrado, viveu entre povo iletrado para ensinar a humanidade inteira, a verdadeira Mensagem de Deus para toda à humanidade. Este é o primeiro fato acerca do Alcorão ou seja a palavra de Deus.

O segundo fato acerca deste Livro é a autenticidade do seu conteúdo e a ordem em que estão distribuídas várias matérias, a autenticidade do Alcorão não deixa dúvidas pela sua pureza, originalidade e integridade do seu texto.

Investigadores e estudiosos qualificados, muçulmanos e não muçulmanos, concluiram, já que o Alcorão de hoje é o mesmo Livro que Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), recebeu, ensinou, por ele viveu, e o legou à humanidade há mais de 14 séculos.

Algumas observações podem ilustrar a autenticidade do Alcorão:

1º- O Alcorão foi revelado em fragmentos, a palavra Alcorão significa Livro por excelência.

Diz Deus no Alcorão:

''Eis o Livro que é indubitavelmente a orientação dos tementes a Deus;'' (2ª Surata, versículo 2)
A composição do Alcorão e as revelações graduais das suas passagens foram os planos e desejos de Deus, desejos pelos quais Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e os seus companheiros lutaram.

Diz Deus no alcorão:

''Os incrédulos dizem: Por que não lhe foi revelado o Alcorão de uma só vez? Saibam que assim procedemos para firmar com ele o teu coração, e o te ditamos em versículos, paulatinamente.'' (25ª Surata, versículo 32)

E disse ainda:

''Não movas a língua com respeito ao Alcorão para te apressares para sua revelação. Porque a Nós incumbe a sua compilação e a sua recitação;'' (75ª Surata, versículo 16-17)

2º- Os árabes distinguiram-se pelo seu apurado gosto literário, pelo que conseguiram gozar e apreciar as boas peças de literatura, que o Alcorão lhes facultou. Sentiram-se movidos pelo seu tocante tom e atraídos pela sua extraordinária beleza, encontrando nele a maior satisfação e a mais profunda alegria, ao ponto de memorizar a maior parte do Livro.

O seu estilo rítmico continua a ser admirado e acarinhado por todos os muçulmanos e por muitos não-muçulmanos.

3º- Hoje, muitos muçulmanos, homens e mulheres, fazem a recitação diária de uma parte do Alcorão, em orações e vigílias noturnas. A recitação do Alcorão é para os muçulmanos uma forma elevada de adoração e uma prática diária.

4º- Os árabes admiraram sempre bons poemas, distinguindo-se como autores de boa literatura, foram distinguidos pela sua sensibilizada memória em que a literatura ocupou sempre o lugar de relevo. O Alcorão foi reconhecido por todo povo árabe de gosto literário, como inimitável, por isso, eles apressaram-se a memorizá-lo, mas da mais notável e respeitosa maneira.

5º- Durante a vida do profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), houve escribas notáves e registradores nomeados para as revelações, quando o Mensageiro de Deus Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), recebia uma revelação um versículo ou uma mensagem de Deus através do Anjo Gabriel (que a Paz esteja com Ele), dava imediatamente instruções aos seus escribas para os registrar sob a sua supervisão.

O que era registrado era verificado e autenticado pelo profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), todas as palavras eram revistas e cada passagem era posta na devida ordem.

6º- Passado algum tempo, as revelações completaram-se e os muçulmanos estavam de posse de registros completos do Alcorão, foram recitados, memorizados, estudados e usados para todos os propósitos diários. Quando uma discrepância surgia, o assunto era levado ao próprio profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), para se decidir se estava de harmonia com o texto, significado e entoação.

7º- Depois da morte de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), o Alcorão estava confiado à memória de muitos discípulos e em numerosas tábuas de registro. Mas isso ainda não satisfazia Abu Bakr (que Deus esteja satisfeito com Ele), o primeiro Califa que receou que a morte de alguns memorizadores em batalhas, pudesse trazer sérias confusões acerca do Alcorão. Por isso, ele consultou autoridades especializadas e depois encarregou Zaid Ibn Thabit (que Deus esteja satisfeito com Ele).

O escriba chefe das revelações de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), de fazer uma compilação padrão do Livro Sagrado, tal como foi autorizado pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), sendo assim ele o fez, sob a supervisão dos companheiros do Profeta, que tinham ouvido e memorizado o Alcorão do próprio Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).

A versão completa e final foi verificada e aproveitada por todos os muçulmanos que tinham ouvido o Alcorão do próprio Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e o guardavam na memória e no coração.

Isto aconteceu menos de dois anos após da morte do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), as revelações estavam ainda frescas e vivas na memória dos escribas, memorizadores e outros discípulos mais chegados.

8º- Durante o califado de Uthman, cerca de quinze anos depois da morte de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ficou completa a compilação de várias revelações recebidas pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), num Livro, o Alcorão.

Seguidamente, fez-se a primeira difusão de várias cópias do Alcorão, em diversos territórios, muitos dos habitantes nunca tinham visto ou ouvido o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), por razões geográficas e fatores regionais, conheciam alguns textos do Alcorão com elevadas distorções de acentuação.

Diferenças de recitação e entoação começaram a surgir e a causar dicussões entre os muçulmanos, Uthman (que Deus esteja satisfeito com Ele), o segundo Califa atuou rapidamente para resolver esta situação, depois de mútuas consultas com todas as autoridades especializadas, foi constituída uma comissão de quatro escribas da época da revelação, que atuaram junto ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), na compilação do Livro Sagrado.

Todos os textos em uso foram recolhidos e substituídos por uma cópia padrão que passou a ser usada de acordo com a acentuação e dialeto árabe Coraixita, o mesmo e verdadeiro dialeto com acentuação do próprio Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).

Esse dialeto foi adotado porque era o melhor de todos os dialetos e o único no qual o Alcorão foi revelado, E a partir desta época, a mesma versão-padrão tem sido usado por milhões de muçulmanos em todas as partes do mundo, sem a mais pequena alteração em palavras ou ordem ou de quaisquer sinais de pontuação.

Por estas observações, os investigadores sérios concluem que o Alcorão se mantém hoje, tal qual, como quando a sua revelação e assim se conservará para sempre, nunca lhe foi acrescentado nada; nunca houve nele qualquer omissão ou corrupção, a sua história é tão clara como o dia; a sua autenticidade é indiscutivel, e não resta dúvida alguma de sua completa preservação.

O Alcorão está cheio de sabedoria sem exemplo; com respeito à sua origem, características e dimensões, a sabedoria do Alcorão deriva da sabedoria de seu autor que não poderia ter sido outro senão Deus Louvado Seja, o Todo Poderoso.

Também deriva da compulsória força do Livro de Deus que é inimitável, o qual é um desafio a todos os homens de letras e de conhecimentos, as soluções práticas que oferece para os problemas humanos e os nobres objetivos que contém para o ser humano, marcam a sabedoria do Alcorão como sendo de natureza e características especiais.
Dinamismo

Uma das maiores características da sabedoria do Alcorão é que não é estatíca ou do tipo que não consinta qualquer inovação, é uma espécie de sabedoria que provoca a mente e acelera o coração, nesta sabedoria misturam-se o dinamismo e a movimentada força atestada pela evidência histórica, tal como no próprio Alcorão.

Quando o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), lançou primeiramente o chamamento de Deus, a sua única força foi o Alcorão e a sua única sabedoria foi a sabedoria do Alcorão, o dinamismo penetrante do Alcorão é tremendamente irresestível.

Há numerosos exemplos que mostram que as mais dinâmicas personalidades e os mais conclundentes argumentos não poderam atingir o realismo da sabedoria dinâmica do Alcorão, Deus fala do Alcorão como uma ''Ruh'', ou espírito de vida, e como uma luz com as quais os servos de Deus são guiados para o caminho da justiça.

Deus diz no Alcorão:

''E também te inspiramos com um Espírito, por ordem Nossa, antes do que conhecias o que era o Livro, nem a fé; porém, fizemos dele uma Luz, mediante a qual guiamos quem Nos apraz dentre Nossos servos. E tu certamente te orientas para uma senda reta. A senda de Deus, a quem pertence tudo quanto existe nos céus e na terra. Acaso, não retornarão a Deus todas as coisas?'' (42ª Surata, versículos 52-53)

As palavras ''Ruh'' e ''Sad'', que significam que o Alcorão origina a vida, estimula a alma, irradia a luz que ilumina os corações dos tementes a Deus, este é o gênero de dinamismo espíritual do qual nos fala o Alcorão.

Praticabilidade

Outra característica significativa do Alcorão é a sua praticabilidade, não condescente com opensamento ambicioso, nem faz com que os ensinamentos demandem o impossível ou futuem num mar de rosas de ideais que não se podem atingir.

O Alcorão aceita o ser humano pelo qu ele é e exorta-o a tornar-se o que ele pode ser, isto não torna o ser homano como uma criatura sem esperança, condenada desde a nascença até a morte e afogado em pecados desde o berço até o túmulo, mas considera-o como um ser honrado e dignificado.

A praticabilidade dos ensinamentos do Alcorão está estabelecida pelos exemplos doProfeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele),e os muçulmanos através dos anos, essa característica do Alcorão faz com que os seus ensinamentos estejam ligados ao bem estar do homem e são baseados nas possibilidades ao seu alcance.

Moderação

A terceira caracterítica do Alcorão é a moderação ou harmonia entre o Divino e o humano, o esp'ritual e o material, o individual e o coletivo, o Alcorão dá a devida atenção a todos os fatosda vida e a todas as necessidades do homem, de forma a ajudá-lo a realizar os nobres objetivos do seu ser.

Diz Deus no Alcorão:


''E, deste modo ó muçulmanos, constituímo-vos em uma nação de centro, para que sejais testemunhas da humanidade, assim como o Mensageiro o será para vós. Nós não estabelecemos a quibla que tu ó Muhammad seguias, senão para destinguir aqueles que seguem o mensageiro, daqueles que desertam, ainda que tal mudança seja penosa, salvo para os que Deus orienta. E Deus jamais anularia vossa obra, porque é Compassivo e Misericordiosíssimo para com a humanidade.'' (2ª Surata, versículo 143)

E disse ainda:
''Sois a melhor nação que surgiu na humanidade porque recomendais o bem , proibis o ilícito e credes em Deus.'' (3ª Surata, versículo 110)

A sabedoria do Alcorão funciona em três dimensões principais: interiormente, exteriormente e superiormente.

Interiormente, penetra nos mais recôndits cantos do coração e dirige-se às mais longínquas profundezas do pensamento, está ligado à salutar cultura interior do indivíduo. Está penetração interior é diferente e afasta-se profundamentede qualquer outro sistema legal ou ético, porque o Alcorão fala em nome de Deus e refere-se a todos os assuntos.

A função exterior do Alcorão alberga todos os passos da vida e cobre os princípios de todo o camo das relações humanas, desde os casos mais pessoais às complexas relações internacionais.

O Alcorão atinge áreas desconhecidas para qualquer sistema jurídico ou código de ética, isso faz com que a presnça de Deus recaia em todos os negócios, e as reconheça como primeira origem de direção e a última meta de todas as transações, é um guia espíritual do homem, o seu sistema legislativo, o seu código de ética e acima de tudo o caminho da sua vida.

Na sua superior função de guardião, o Alcorão se assenta no Supremo Poder de Deus, tudo o que foi, ou é, ou que será, deve ser canalizado através deste foco da presença de Deus no Universo, o homem é meramente um depositário do vasto domínio de Deus e o único fim da sua criação é adorar a Deus.

Isto não épretexto para separação ou para uma passiva retirada da vida, é um convite aberto ao ser humano para ser a verdadeira encarnação na terra das excelentes qualidades de Deus.

Quando o Alcorão na sua superior atenção foca Deus, abrem-se diante do homem novos horizontes de meditação, eleva-se a padrões sem exemplo de alta moralidade, e familiariza-se com caminho eterno da paz e da bondade, realizando Deus só como a última de atingir pelo homem, é a revolução contra as tendências populares no pensamento humano e as doutrinas religiosas, uma revolução cujos objetivos é livrar o pensamento da dúvida, libertar a alma do pecado e emancipar a consciência da subjugação.

Em todas as suas dimensões a sabedoria do Islam é concludente, não condena ninguém, nem tortura a carne, nem faz com que ela abandone a alma, não pretende humanizar Deus e nem divinizar o ser humano, estátudo cuidadosamente colocado aonde pertence no esquema total da criação.

Há uma relação proporcional entre ações e recompensas, entre meios e fins, a sabedoria do Alcorão não é neutra e clama verdade no pensamento, piedade nas ações, unidade de propósitos e boa vontade nas intenções, este é sem dúvida o Livro, com seu rumo correto.

Diz Deus no Alcorão:
''Eis o Livro que é indubitavelmente a orientação dos tementes a Deus;'' (2ª Surata, versículo 2)

E disse ainda:

''Alef, Lam, Ra. Um Livro que te temos revelado para que retires os humanos das trevas e os transportes para a Luz, com a anuência de seu Senhor, e os encaminhes até à senda reta do Poderoso, Laudabilíssimo.'' (14ª Surata, versículo1)

''Ó humanos, já vos chegou uma prova convincente de vosso Senhor e vos enviamos uma translúcida Luz.'' (4ª Surata, versículo 174)

''Não meditam, acaso, no Alcorão? Se fosse de outra origem, senão de Deus, haveria nele muitas discrepâncias.'' (4ª Surata, versículo 82)

''Este é o Livro (o Alcorão) veraz por excelência. A falsidade não se aproxima dele nem pela frente, nem por traz, porque é a revelação do Prudente, Laudabilíssimo.'' (Alcorão Sagrado 41ª Surata, versículos 41 e 42)

Fonte: www.islamboy.com.br