sexta-feira, setembro 04, 2009

As Boas Maneiras no comer e beber

O Profeta de Allah SAAS, disse que os muçulmanos formariam a melhor nação da terra! E isso é uma grande verdade. Uma vez que os muçulmanos sigam Seus ensinamentos, não tenho nenhum de que isso se torne uma realidade. Vejamos esse artigo sobre as boas maneiras ao comer e beber segundo a sunnah do Profeta SAAS.

Ômar Ibn Abu Salama (Que Allah esteja satisfeito com ele) relatou que quando era menino, encontrava-se sob a tutela do Rassulullah (Que Allah o abençoe e lhe dê paz). Certo dia, ele, Salama, estava comendo na presença dele, e sua mão remexia por todo o prato. Então o Profeta disse: “Jovenzinho, primeiro cita o nome de Deus, o Altíssimo, e depois pega a comida com a mão direita, e come, do que se encontra no prato, o que estiver diante de ti. (Muttafac alaih).

Um homem sentou-se com o Profeta (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) para comer. O homem o fez com a mão esquerda. O Profeta o advertiu a respeito daquilo, dizendo-lhe: “Come com a mão direita.” O homem se ensoberbeceu, dizendo: “Não consigo”, apesar de conseguir fazê-lo. Disse-lhe o Profeta (Que Allah o abençoe e lhe dê paz): “Você consegue.” Só deixou de fazê-lo por orgulho. Ele teve paralisia na mão e não conseguiu mais levá-la até a boca devido ao seu orgulho e a desobediência à ordem do Profeta (Que Allah o abençoe e lhe dê paz). (Musslim).

O homem não consegue dispensar, na vida, a comida e a bebida. O muçulmano, porém, não olha para a comida e a bebida como sendo os objetivos que se deve empenhar por elas. Mas faz da comida e da bebida um meio para conservar a vida e satisfazer a seu Senhor, glorificado seja.

Há boas maneiras as quais o muçulmano deve seguir ao comer e beber:
Comer o que é lícito: É dever do muçulmano consumir apenas alimento lícito e se afastar do alimento ilícito. Allah, exaltado seja, diz:
(يَا أَيُّهَا الَّذِينَ آمَنُوا كُلُوا مِنْ طَيِّبَاتِ مَا رَزَقْنَاكُمْ وَاشْكُرُوا لِلَّهِ إِنْ كُنْتُمْ إِيَّاهُ تَعْبُدُونَ) (البقرة:172)
“Ó crentes, desfrutai de todo o bem com que vos agraciamos e agradecei a Allah, se só a Ele adorais.” (2:172).
Foi narrado que o Profeta (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) disse: “Procurar o que é lícito é dever de todo muçulmano.” (Tabaráni). Por isso, o muçulmano evita os alimentos e as bebidas ilícitas, como a carne de porco, o sangue, a carniça, as bebidas inebriantes, e desfruta das coisas sadias que Allah lhe proporcionou.

O equilíbrio: O muçulmano é equilibrado em desfrutar das atrações terrenas. Allah, glorificado seja, ordenou-nos seremos moderados na comida e na bebida, dizendo:
(وَكُلُوا وَاشْرَبُوا وَلا تُسْرِفُوا إِنَّهُ لا يُحِبُّ الْمُسْرِفِينَ)(لأعراف: من الآية31) “Comei e bebei; porém, não vos excedais, porque Ele não aprecia os que se excedem.” (7:31). O Rassulullah (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) disse: “Nenhum homem enche um pote pior do que enche seu estômago. Para o indivíduo, uns poucos bocados são suficientes para lhe manter retas as costas; contudo, se ele quiser encher o estômago, deverá dividi-lo em três partes, e deverá encher a terceira parte da barriga com comida, a outra terceira parte com bebida, e deixar vazia a terceira parte para o livre respirar.” (Tirmizi).

O lavar as mãos antes de comer: O muçulmano se preocupa com a higiene. O lavar as mãos antes e depois de se comer, porque a sua religião é religião da higiene e da purificação.

O iniciar em nome de Allah: O Profeta (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) disse:
“Quando alguém de vocês quiser comer, que comece com a invocação do nome de Allah.

Se esquecer de fazê-lo no início, deve dizer, ao se lembrar: ‘Em nome de Allah no início e no fim.’” (Abu Daúd e Tirmizi). Foi relatado que o Profeta (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) viu um homem começar a comer sem pronunciar o nome de Allah.

Ele comeu até sobrar um só bocado do alimento. Quando ele o levou para a boca, disse: “Em nome de Allah no início e no fim.” O Profeta (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) sorriu e disse: “Satanás estava comendo com ele, mas quando esse homem citou o nome de Deus, Satanás vomitou o que tinha no estômago!” (Abu Daúd e Nassá-i).

Não se deve criticar nenhuma comida: “O Rassulullah (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) jamais criticava uma comida; se gostava dela, comia-a. Caso contrário, deixava-a.” (Muttafac alaih)

A intenção no comer: O muçulmano transforma tudo que faz em obediência e adoração com a boa intenção. Ele se alimenta atendendo à ordem de Allah, glorificado seja, para fortalecer o corpo e conservar a vida, desempenhando o seu papel em adorar a Allah.

O pensar nas mercês de Allah, o Agraciante: É dever do muçulmano olhar para o que está à frente dele de tipos e cheiros diferentes de alimento. Tudo brota da terra. Portanto, glorificado seja Allah que os fez brotar e os preparar para o ser humano.

O comer do lado do pote: o muçulmano come do lado da vasilha e não do meio dela. O Rassulullah (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) ordenou a Omar Ibn Abi Salama para que comesse o que tinha à frente dele. Ele disse: “Quando alguém estiver comendo, não deve comer da parte superior da vasilha, mas da parte de baixo, pois a bênção desce no centro da comida.” (Abu Daúd) e Tirmizi).

O comer em grupo: É meritório comer em grupo para que todos os presentes sejam abençoados. O Profeta (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) disse: “O alimento de uma pessoa é suficiente para alimentar duas; o de duas pessoas é suficiente para alimentar quatro, e o de quatro é suficiente para oito.” (Musslim).
Alguns companheiros do Rassulullah (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) se queixaram a ele de que comiam e não ficavam satisfeitos! Ele lhes disse: “Comei juntos e pronunciai o nome de Deus, que Ele vos abençoará.” (Abu Daúd).

Não se deve utilizar vasilhas de ouro ou de prata: Não é permitido ao muçulmano utilizar vasilhas de ouro ou de prata para comer e beber. O Profeta (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) disse: “Qualquer um que comer ou beber de uma vasilha de ouro ou de prata irá ativar o fogo do Inferno no seu estômago.” (Musslim). O muçulmano come com a mão ou com quaisquer talheres à disposição.

O modo de se sentar à mesa: É recomendado que o muçulmano coma sentado no chão. Que fique sentado sobre uma perna e erga a outra. Não há inconveniente comer numa mesa. É desaconselhável ao muçulmano comer inclinado. O Profeta (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) disse: “Nunca toco a comida, se me encontro reclinado.” (Bukhári).

Não se deve comer na rua: O muçulmano evita comer e beber, caminhando na rua, porque isso não se coaduna com as boas maneiras quanto ao alimento e as boas maneiras quanto às vias públicas.

Como se deve beber: Quando o muçulmano quiser beber água ou outro líquido permitido, deve beber em três goles, e respirar fora da vasilha. Deve pronunciar o nome de Allah no início e agradecer a Allah no fim. Não deve assoprar na vasilha. O Profeta (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) não assoprava na vasilha. (Ibn Mája). Foi narrado que o Profeta (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) disse: “Não tomeis água de um só gole (ou um só fôlego), como um camelo, mas bebei-a em duas ou três vezes (com intervalo para a respiração); depois citai o nome de Allah quando começardes a beber, e louvai-O quando terminardes.” (Tirmizi).

O louvar a Allah depois de terminar de comer: Quando o muçulmano termina de comer ele louva a Allah, glorificado seja, e O agradece. O Profeta (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) disse: “Quem comer e disser ao terminar: ‘Louvado seja Allah Que me deu de comer e proveu-me sem nenhum esforço da minha parte’, ser-lhe-ão perdoados todos os pecados passados.” (Abu Daúd, Tirmizi, Nissá-i e Ahmad).

O Profeta (Que Allah o abençoe e lhe dê paz) costumava, ao levantar-se da mesa, dizer: “Senhor, a Ti elevamos todos os nossos louvores, puros e bem intencionados. Tua bênção nos é indispensável, e jamais poderemos desdenhar o Teu sustento!” (Bukhári).

E dizia: “Allah fica satisfeito com o servo que, quando come O louva, e quando bebe O louva.” (Musslim, Nissá-i e Tirmizi).

O economizar na comida: O muçulmano faz economia com o seu alimento. Ele compra a quantidade de comida que lhe é suficiente, para não haver possibilidade de jogar partes da comida no lixo. Ele sabe que há muçulmanos em várias partes do mundo que não encontram um pedaço de pão nem um gole de água.

O resto de comida: O Islam é a religião de higiene. O muçulmano é limpo, não joga lixo na rua, mas o coloca em um recipiente destinado a ele. O jogar lixo na rua causa o aparecimento de muitos insetos, fazendo proliferar as epidemias e as enfermidades. O muçulmano é zeloso em consumir na medida necessária. Se ele comprar um alimento e verificar que é mais que suficiente para as suas necessidades, ele presenteia os vizinhos com uma parte.

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.

Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.

Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).

"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24

Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu

segunda-feira, agosto 31, 2009

O COMPANHEIRO DO PROFETA QUE NASCEU DENTRO DA KAABA

Dr. Abdulrahman Ráafat Bacha
Tradução: Prof. Samir El Hayek

“Há quatro indivíduos em Makka que eu sinto que são muito bons para serem idólatras, e gostaria que aceitassem o Islam... Um deles é o Hakim bin Hazam.”
{Mohammad, o Mensageiro de Allah (SAAS)}

Em suma, o que aconteceu foi que a mãe dele adentrara a Caaba juntamente com um grupo de amigos seus para ver como o monumento era, porque este era aberto para visitação em certas ocasiões.

Será que o leitor já ouviu falar deste particular Companheiro antes? Ele foi o único menino, em toda a história, a ter nascido dentro da sagrada Caaba. A mãe estava grávida dele naquela ocasião, mas se deu aos seus afazeres, ainda dentro da Caaba. Ela foi acometida de dor, e se tornou incapaz de sair de lá, assim que uma peça de couro foi apresentada e estendida no chão para ela, e então ela teve o bebê. Ele foi aquele que é o assunto da nossa história, o Hakim b. Hazam b. Khuwailid, o sobrinho de Khadija b. Khuwailid (que Allah esteja aprazido com ela, e que lhe conceda felicidade).

Hakim b. Hazam cresceu numa família de linhagem aristocrática, de grande riqueza e prestígio. Ele ficou conhecido como sendo honorável, inteligente e virtuoso; por essa razão o seu povo fez dele um dos seus chefes, dando-lhe a posição de rafada (provedor), que significa que era o responsável pelo provimento dos peregrinos desgarrados e necessitados. Aquela posição requeria que ele lançasse mão dos seus próprios meios para prover os visitantes da Caaba, nos dias da jahiliya.

O Hakim era um amigo íntimo do Mensageiro de Allah (SAAS) antes de o Profeta (SAAS) receber o chamamento divino. Embora fosse cinco anos mais velho que o Profeta (SAAS), era muito afeiçoado a ele, sentia-se achegado a ele, e tinha muito prazer em passar o tempo junto a ele. Aquele sentimento era mútuo, pois o Profeta (SAAS) era também muito a feiçoado ao Hakim, e sentia que era um grande amigo.

Então aconteceu que o relacionamento deles foi reforçado, quando o Profeta (SAAS) se casou com a Khadija b. Khuwailid, tia do Hakim.

Após ter lido acerca de tudo o que era comum entre o Profeta (SAAS) e o Hakim b. Hazam, o leitor irá ficar surpreendido ao saber que o último não aceitou o Islam, a não ser depois que os muçulmanos retomaram Makka, quando o Profeta (SAAS) já estava fazendo o chamamento ao Islam por mais de vinte anos. Era de se esperar que um homem como o Hakim b. Hazam, a quem Allah concedera tanta inteligência, em adição ao seu relacionamento com o Profeta (SAAS), fosse ser um dos primeiros indivíduos a acreditar nele, atender ao seu chamamento, seguir a sua diretriz.

Porém, essa foi a vontade de Allah, e o que quer que seja que Allah deseje, será.

Assim como nós nos admiramos com a delonga do Hakim b. Hazam em aceitar o Islam, ele próprio se admirou, depois. Logo que finalmente ele se tornou muçulmano e sentiu o sabor da doçura da fé, lamentou-se sentidamente de cada momento da sua vida em que passou sendo um idólatra que não acreditava no Profeta de Allah (SAAS). Numa ocasião, após o Hakim ter-se tornado muçulmano, seu filho o viu chorando, e perguntou:

“Ó pai, por que choras?”

“Por muitas coisas, sendo que todas elas me fazem chorar, filho”, respondeu ele. “Primeiramente, vejamos, a minha demora em abraçar o Islam fez com que outros alcançassem níveis de virtuosidade que eu agora não poderia alcançar, mesmo que eu gastasse ouro suficiente para encher a terra. Segundo, depois que Allah me poupou a vida, nas batalhas de Badr e Uhud, e eu prometi a mim mesmo nunca mais apoiar o Coraix contra o Mensageiro de Allah (SAAS), ou sair de Makka, eis que fui levado à força a apoiá-los novamente. Depois, toda vez em que eu pensava aceitar o Islam, eu observava o que restara dos mais velhos que eram tidos em boa estima pelos coraixitas, que se apegavam às normas da jihiliya, eu optava por lhes seguir as tradições. Gostaria que assim não tivesse procedido, pois, o que nos trouxe a ruína, senão a cega imitação dos nossos mais idoso e ancestrais? Como não devo chorar, meu filho?”

Assim como nós nos admiramos da delonga do Hakim b. Hazam em aceitar o Islam, e assim como este se admirou com isso, o Profeta (SAAS) também costumava admirar-se com o fato de que aquilo acontecesse com um homem de grande raciocínio e entendimento. Como poderia a verdade do Islam não ser patente para ele e para homens como ele? O Profeta (SAAS) desejava que eles e aqueles iguais a ele se apresentassem e declarassem suas crenças quanto ao Islam. Na noite anterior ao dia em que os muçulmanos retomaram Makka, o Profeta (SAAS) disse a seus companheiros:

“Há quatro indivíduos em Makka que eu acho que são muito bons para serem idólatras, e gostaria que aceitassem o Islam.”

“Quem são eles, ó Mensageiro de Allah (SAAS)”, perguntaram.

“O Attab b. Usayd, o Jubayr b. Mutim, o Hakim b. Hazam, e o Suhayl b. Amr”, ele respondeu.

Pela graça de Allah, todos os quatro se tornaram muçulmanos.

Quando o Profeta (SAAS) entrou vitoriosamente em Makka, quis demonstar respeito quanto ao Hakim b. Hazam. Fez com que o seu anunciador pronunciasse:

“Todo aquele que testificar que não há deus a não ser o Allah Único, sem parceiros, e que Mohammad (SAAS) é o Seu servo e Mensageiro, não será prejudicado.

“Todo aquele que se sentar perto da Caaba e depositar sua arma não será prejudicado.

“Todo aquele que permanecer dentro da sua casa não será prejudicado.

“Todo aquele que procurar abrigo na casa de Abu Sufyan não será prejudicado.

“E todo aquele que procurar refúgio na casa de Hakim b. Hazam não será prejudicado.”

A casa do Hakim b. Hazam ficava no fundo dum vale de Makka, e a do Abu Sufyan ficava num ponto alto.

Quando o Hakim b. Hazam por fim aceitou o Islam, este tomou todo o seu ser, sendo que sua fé era tão profunda, que se tornara parte do seu coração. Ele jurou compensar por cada ato que cometera quando era ainda idólatra, e dobrar cada centavo que gastara ao apoiar as ações hostis. Ele conseguiu cumpir o juramento.

Aconteceu que uma habitação conhecida por Dar al Nadwa veio a ser de sua propriedade. Tratava-se de uma moradia num sítio histórico, pois os coraixitas a usavam para realizar os seus conselhos tribais, nos dias de antes do Islam. Era ali que que os seus chefes e patriarcas se reuniam para tramarem contra o Mensageiro de Allah (SAAS). O Hakim b. Hazam queria se ver livre daquele prédio, como se desejasse correr uma cortina de esquecimento entre ele e o seu passado. Vendeu-o por cem mil dinars. Um dos jovens do Coraix lhe disse:

“Ó tio, tu vendeste o orgulho dos coraixitas!”

“Que nada, meu filho”, respondeu o Hakim. “Os dias de orgulho já passaram; agora não há nada mais importante do que a religiosidade. Vendi-o para que eu possa dar o seu preço em caridade, e ganhar o meu lar no Paraíso. Conclamo a todos vós a que testemunheis que eu destino este dinheiro ao serviço do Todo-Poderoso Allah.”

Após ter aceito o Islam, o Hakim b. Hazam empreendeu a peregrinação, e levou com ele cem camelos esplendidamente ornados, e os sacrificou a todos em adoração a Allah1. Durante outra pergrinação, ele levou consigo cem escravos, cada um dos quais usando um colar de prata, no qual estava gravada a frase:

“Libertado por Hakim b. Hazam, pela causa do Todo-Poderoso Allah2”, e lhes deu a liberdade.

Na terceira peregrinação, ele levou mil ovelhas, que foram todas sacrificadas em Mina, e que serviram de alimento para todos os muçulmanos, com a esperança de ele conseguir o aprazimento de Allah.

Após a expedição de Hunayn o Hakim b. Hazan pediu ao Profeta (SAAS) um quinhão dos despojos, e ele lho deu. Ele pediu mais ao Profeta (SAAS), e lhe foi dado um total de cem camelos. Naquele tempo o Hakim era ainda um muçulmano recente, e o Profeta (SAAS) foi generoso com ele, mas disse:

“Ó Hakim, o que te foi dado é uma boa quantidade, e mui aceitável. Se alguém aceitar as coisas de bom grado, Allah as abençoará e fará com que aumentem. Mas se alguém as pegar afoitamente, não serão abençoadas, e ele se irá sentir igual àquele que come, come, e nunca se sente satisfeito. É mais abençoado dar do que receber.”

Quando o Hakim b. Hazam ouviu aquilo, dito pelo Profeta (SAAS), disse:

“Ó Mensageiro de Allah (SAAS), juro por Aquele Que te enviou com a verdade que jamais irei pedir nada a ninguém, e nunca mais irei tomar nada de ninguém, até ao dia em que eu morra!”

O Hakim cumpriu o seu juramento à risca, pois durante a autoridade de Abu Bakr, ele foi chamado várias vezes ao tesouro para receber os seus proventos, e sempre recusou. Durante o tempo de Ômar ele foi também chamado, e se recusou a ir. O Ômar se pôs à frente do povo, e declarou:

“Conclamo todos vós, muçulmanos, a testemunhardes que eu tenho chamado o Hakim para pegar os seus proventos, e ele se tem recusado!”

Hakim permaneceu daquele jeito pelo resto da sua vida, e se recusava a pegar qualquer coisa de quem quer que fosse.



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Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).

"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24

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BRAVURA E DEDICAÇÃO RELIGIOSA ABBAD B BICHR

Dr. Abdulrahman Ráafat Bacha
Tradução: Prof. Samir El Hayek

“Há três indivíduos dos Ansar cujas virtudes não são ensombrecidas por ninguém; são eles: o Saad bin Moaz, o Usayd bin al Hudayr e o Abbad bin Bichr.”
(Umm al Muminin Aicha)


Abbad b. Bichr é um nome que cintila brilhantemente na história do chamamento profético de Mohammad (S). Sua reputação entre aqueles famosos por sua religiosidade é destacada, pois ele era piedoso, de coração puro, que passava longas noites em oração, e a recitar o Alcorão. Entre aqueles conhecidos pelos seus heroísmos ele era famoso por ser um bravo e intrépido guerreiro, sempre disposto a desfechar cargas, nas batalhas, para o bem do que era direito. Como governador, ele foi renomado por sua peremptoriedade e credibilidade no cuidar dos interesses dos cidadãos muçulmanos. Tudo aquilo foi o que levou Aicha, a mãe dos crédulos, a dizer:

“Há três indivíduos dos Ansar cujas virtudes não são ensombrecidas por ninguém, sendo todos dos Banu al Achhal; são eles: o Saad bin Moaz, o Usayd bin al Hudayr e o Abbad bin Bichr.”

Quando os primeiros raios da luz do Islam começaram a brilhar sobre a cidade de Yaçrib, o Abbad b. Bichr al Achhali era um jovem cheio de energia, com a afabilidade e o frescor da inocência e da castidade. Suas ações revelavam uma dignidade que somente seria de se esperar de homens mais maduros, embora ele não tivesse ainda chegado aos vinte e cinco anos de idade.

Aconteceu que ele veio a encontrar-se com um pregador maquense, o Musab b. Umayr. Muito breve seus corações se juntaram no laço comum da fé, bem como nas virtudes e boas qualidades que ambos tinham em comum. Quando o Abbad escutava o Musayb a recitar o Alcorão, com sua voz cálida, que tão lindamente exprimia o significado da escritura, ficava repleto de amor pela palavra de Allah. O Abbad abriu os recônditos do seu coração ao Alcorão, fazendo dele o seu único interesse na vida. Recitava-o dia e noite, estando ocupado ou ocioso, tanto que ficou conhecido, entre os Companheiros, como “o Imame”, e “o amigo do Alcorão”.

Numa noite, o Profeta (S) estava a ministrar orações das últimas horas, na casa da Aicha, que era pegada à mesquita, quando calhou de ouvir a voz do Abbad b. Bichr que recitava o Alcorão. Aquilo lhe soou tão doce e perfeito, como quando foi primeiramente ensinado ao Profeta (S) por Jibril, que ele perguntou:

“Ó Aicha, essa não é a voz do Abbad b. Bichr?”

“É sim, ó Mensageiro de Allah (S)”, ela respondeu.

Profundamente emocionado, o Profeta (S) suplicou em voz alta:

“Ó Allah, perdoa-lhe todos os pecados!”

Abbad b. Bichr foi com o Profeta (S) em todas as expedições militares, e em cada uma saiu-se de maneira que condizia com um recitador do Alcorão. Uma das suas aventuras é famosa:

Quando o Profeta (S) voltava, com seus companheiros, da expedição de Dhal al Riqa, ele conduziu o exército muçulmano a uma pequena ravina na qual iriam passar a noite. Durante a expedição, uma pagã havia sido feita cativa, e o marido dela não tinha sabido do fato, a não ser depois que o exército muçulmano havia partido. Ao saber do acontecido, ele jurou pelos ídolos Al Lat e Al Uzza que iria defrontar-se com o exército de Mohammad (S), e não iria voltar antes que fizesse derramar sangue dos soldados.

Enquanto isso, os muçulmanos estavam ocupados com a preparação do seu acampamento, fazendo com que seus camelos se ajoelhassem para que pudessem amarrá-los. Então o Profeta (S) perguntou:

“Quem irá ficar na nossa guarda esta noite?”

Abbad b. Bichr e o Ammar b. Yássir se levantaram juntos, e se apresentaram. Eles haviam sido feitos irmãos pelo Profeta (S) quando os Muhajirun haviam ido para Madina. Quando eles se posicionaram à entrada da ravina, o Abbad b. Bichr perguntou ao seu irmão Ammar b. Yássir:

“Em que metade da noite preferes dormir, na primeira ou na segunda?”

“Na primeira”, respondeu o Ammar, e deitou-se para dormir a uns poucos passos longe do Abbad.

A noite estava clara, calma e tranqüila. Cada estrela, cada árvore, cada rocha louvavam e glórificavam ao seu Senhor, e o coração do Abbad ansiava por compartilhar daquela cultuação, recitando o Alcorão enquanto pronunciava a oração ritual; assim, ele desfrutou do prazer da recitação, juntamente com a cerimônia da cultuação.

Ele voltou o rosto para a quibla1, começou a oração e a recitar a Surata Al Kahf, com sua voz doce e emotiva.

Como uma pessoa que flutua num oceano de luz divina, ele parecia enlevado pela espiritualidade da sua ambiência. Envolvido em adoração, ele não notou um homem que apareceu em cena, e caminhava rapidamente na sua direção. Quando aquele homem viu o Abbad b. Bichr em pé na entrada da ravina, soube que o Profeta (S) e os seus companheiros estavam acampados ali dentro, e que aquela pessoa era o vigia deles. Retirando uma flecha da sua aljava, colocou-a no arco, mirou, e disparou, atingindo o Abbad, que simplesmente puxou a seta do seu corpo, e continuou com a sua cultuação. O homem atirou de novo, e novamente o atingiu, mas o Abbad outra vez puxou a flecha do corpo; então o homem atirou a terceira vez. Abbad puxou a flecha mais uma vez, porém, desta feita, ele gatinhou sobre o seu amigo, acordou-o, e disse:

“Levanta-te, pois que fui seriamente ferido!”

Quando o sujeito viu que havia dois homens montando guarda, fugiu. O Ammar, dando uma boa olhada no Abbad e, vendo que estava sangrando muito pelos três ferimentos, exclamou:

“Glória a Allah! Por que não me acordaste logo que foste atingido a primeira vez?

“Eu estava na metade da recitação de uma Surata do Alcorão, e não a queria interromper, antes de terminá-la. Juro por Allah que se não fosse eu temer deixar o exército desvelado, depois que o Mensageiro de Allah (S) me ordenou montar guarda, teria preferido morrer a ser interrompido!” respondeu o Abbad.

Durante a autoridade de Abu Bakr al Siddik, as guerras de ridda2 se inflamaram tanto, que Al Siddik aprontou um exército para ir pôr um fim à revolução civil cuasada pelo falso profeta Musailima, fazer com que os renegados se submetessem e o povo voltasse para as lindes do Islam. Na vanguarda do exército, estava o Abbas b. Bichr.

Nas primeiras batalhas, nas quais os muçulmanos não faziam muito progresso, o Abbad fez uma importante observação. Notava que os Ansar dependiam dos Muhajirun para dirigirem o entrecho, na batalha, enquanto os Muhajirun esperavam o mesmo dos Ansar, coisa que irritava o Abbad. Depois ficava furioso quando, mais tarde, ouvia-os culparem uns aos outros pelo fato de a batalha não ter saído a contento. Ocorreu-lhe a ele, Abbad, que a única maneira de os muçulmanos se saírem bem, naquelas esmagadoras batalhas, seria cada grupo ser constituído em separado, distinto um do outro, para que cada grupo pudesse arcar com uma responsabilidade em separado; aí então iria estar claro quem estava despendendo o maior esforço na batalha.

Na noite anterior ao dia decisivo da longa batalha de Yamama, o Abbad teve um sonho em que viu o céu se abrir para ele; então ele o adentrou, e o céu se fechou após ele, como faz a porta duma casa. Ao acordar, ele contou para o Abu Saíd al Khudri acerca do seu sonho, e disse:

“Juro por Allah, ó Abu Saíd, isso apenas pode significar que eu vou morrer como um chahid (mártir)!”

Quando a manhã surgiu e a batalha foi recomeçada, o Abbad b. Bichr subiu ao alto dum morro, no campo, e conclamou:

“Povo dos Ansar, vinde e apresentai-vos, àparte dos outros! Quebrai as bainhas das vossas espadas, e não deixeis que o Islam seja surpreendido enquanto ainda estais de pé!”

Ele repetiu aquela conclamação, até que conseguiu juntar quatrocentos lutadores, à cabeça dos quais estava o Sábit b. Cais, Al Bara b. Málik e o Abu Dujana, o qual portava a espada do Profeta (S).

O Abbad b. Bichr foi à frente daquele grupo de lutadores, abrindo caminho por entre as fileiras do inimigo, com sua espada, encarando a morte destemidamente, até que as forças do Musaylima ficou desanimada, e procurou refúgio no Pomar da Morte. Nas muralhas do pomar, o Abbad por fim caiu como um mártir, coberto de sangue. Ele suportara tantos ferimentos, que seu corpo foi mais tarde identificado apenas por um sinal de nascença que portava.



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Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.

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UM DOS GRANDES ERUDITOS DO ISLAMI