quinta-feira, agosto 02, 2012

RAMADAN QUINTA PARTE – O QUE FAZER NO MÊS DE RAMADAN?

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

No mês de Ramadan, o tempo deve ser criteriosamente distribuído, em especial para quem trabalha. É um mês de sacrifícios. Na hora que seria dedicada ao almoço, antes do iftar e aos fins de semana, podemos dedicar algum do nosso precioso tempo, procurando aliar o jejum com outras actividades meritórias. 

Durante o ano, o nosso iman, os nossos conhecimentos religiosos enfraquecem e esta é a oportunidade para relembrarmos e aumentarmos o nosso ilm religioso. Aprender mais acerca da nossa religião, dos seus fundamentos e das práticas. A oração não ficará completa sem aprofundar o ilm. É o mês do conhecimento. 

Se tem dúvidas daquilo que nos é “bombardeado” pela imprensa escrita e falada, aproveite para procurar saber, que afinal, nada daquilo de que nos acusam é verdadeiro e os que falam mal do Islão estão mal informados, equivocados ou mal intencionados. Só conseguiremos argumentar, se conhecermos a nossa própria religião. Também, nunca é demais conhecermos os princípios das outras religiões. Com conhecimento se combate a ignorância e a provocação. E o Islão precisa de todos, para que juntos, possamos erguer bem alto as nossas convicções.

Entre este Ramadan e o anterior, o que fiz para o bem da minha alma? Alimentei a alma, ou só me preocupei com o aspecto e a saúde do meu corpo? O que posso corrigir daqui para a frente? Será que posso melhorar ainda mais a minha relação com Deus? O que fazer mais em benefício dos que estão ao meu cargo? É um mês de reflexão. Uma altura que nos facilita mudar o rumo da nossa vida. Aproveitemos a oportunidade. É também o mês da oração. Os crentes incrementam as orações facultativas, porque sabem que neste mês, uma acção obrigatória é recompensada 70 vezes mais em relação aos restantes meses. Uma acção não obrigatória é como se duma acção obrigatória se tratasse. Assim, aproveitemos este mês para efectuar orações facultativas, por exemplo, após cada uma das nossas abluções (udhú), o Tahhiatul Udhú, 2 ciclos de oração, “cumprimentando o Udhú”. E quando entramos na Mesquita, antes de nos sentarmos, fazer duas rakates de Tahhiatul Masjid “cumprimentando a Mesquita”. Habituados, ganhamos embalagem para assim procedermos ao longo da nossa vida.

Se tem familiares residentes no país ou no estrangeiro e com quem não contacta há muito tempo, aproveite esta oportunidade do mês da reconciliação, para fortalecer os laços familiares. Visite-os ou fale com eles ao telefone. Aproveite também para fazer as pazes com aqueles que nos ofenderam. “Perdoa-os generosamente”. Cur’ane 15:85. Seja o primeiro a pedir desculpas. Não espere que a outra parte lhe peça desculpas. Uma das dificuldades do ser humano é pronunciar a palavra “desculpa-me”. Orgulho?. É mais fácil pedir perdão a Deus?. Rompa com esse preconceito. Ajude também a reconciliação de dois irmãos que não se falam há muito. “Sabei que os crentes são irmãos; reconciliai, pois, entre vossos irmãos”. Cur’ane 49:10.

Este é o mês das preces, para pedir a Deus para os outros, para os nossos pais, filhos, maridos/mulheres, familiares. Para os amigos e conhecidos que aparentemente se encontram bem e os que atravessam dificuldades de vária ordem. Para aqueles que estão doentes, uma visita, um telefonema, um pequeno presente. Para aqueles que deste mundo já partiram, e que não têm possibilidades de pedir perdão e de amealhar recompensas, faça-o por eles.
 
Peça a Deus, mas peça muito por eles. “…Ó Senhor nosso, perdoa-nos, assim como também aos nossos irmãos que nos precederam na fé”. Cur’ane 59.10. Faça caridade em memória deles. Recite yacin e faça duá (prece). Lembre-se frequentemente deles nas suas preces. Se tiver possibilidades financeiras, mande publicar livros religiosos em sua memória. Auxilie escolas onde estudam crianças pobres. Visite os cemitérios, as sepulturas e lembre-se de que um dia, também será um dos residentes. Buraida (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) ensinava as pessoas que iam visitar os cemitérios a recitarem a seguinte prece: “Que a Paz de Deus esteja convosco, moradores deste lugar, crentes e muçulmanos. Se Deus quiser, breve estaremos convosco. Imploro a Deus o perdão para nós e também para vós”. Muslim. Conhece algum muçulmano recentemente convertido (revertido) ao Isslam? É o mês da ajuda. Ajude-o, acompanhe-o no iftar. Converse com ele, ajude-o a integrar-se nesta Umah.

Ajude também os irmãos muçulmanos que estão nas trevas e que têm vergonha de solicitar ajuda. Ajude-os, mas seja discreto. “Convoca (os humanos) ao caminho do teu Senhor, com sabedoria e bela exortação”. Cur’ane 16:125. Sim, preocupe-se também consigo. Mas dê prioridade aos outros e também aos que já partiram deste mundo. Descubra você mesmo o que pode fazer pelos outros. Pode ter a certeza de que Deus tomará conta de si. Muitas vezes, mais valioso do que a ajuda financeira, é importante a amabilidade, o tempo, a disponibilidade e um simples sorriso. Já pensou que pequenos gestos podem fazer a diferença? Não seja forreta. “Não descures praticar qualquer acto de benevolência, nem que seja o de receberes um irmão com semblante alegre”. Dito do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam). Muslim.

Se conhece alguém que tem algum vício, aproveite este mês da purificação do corpo e da alma, para lhe incentivar a acabar definitivamente com o maléfico do vício. Assim, ele aproveitará para limpar o corpo daquilo que lhe faz mal e que se intromete na sua vida espiritual. É o mês do auto-controle. Treine os seus membros do corpo para se controlarem na altura de agirem. “…que controlam a sua cólera e são indulgentes para as pessoas – e Deus ama os benfeitores”. Cur’ane 3:134. Arrefeça a fúria, a cólera. 

Controle a vista e a língua – uma palavra mal proferida, pode provocar um grave incidente. Limpe a alma, limpe os  seus pensamentos, limpe os seus sentimentos, torne-os mais puros, mais humildes. “Do teu ouvido, da tua vista e do teu coração, de tudo isto serás responsável”. Cur’ane 17:36.

Este é o mês da fraternidade e da caridade. Ajude aos mais necessitados. Na sua localidade, há sempre alguém que espera por uma mão direita generosa. Abra o seu coração e os “cordões da sua bolsa”. É o mês em que os muçulmanos devem ter o suficiente para o iftar e para o suhur. Mesmo que não tenha possibilidades financeiras para isso, participe na angariação de fundos e de géneros alimentícios para distribuição a quem mais precisa.

“Aqueles que (em caridade) gastam das suas riquezas, de dia e de noite, em segredo e em público, terão a sua recompensa junto do seu Senhor; e não sofrerão de temor, nem de preocupações”. Cur’ane 2:274.

Neste mês sagrado, leia com atenção os emails que contêm temas religiosos. Mas saiba filtrálos.

Reencaminhe-os depois para os seus contactos. Evite ou abstenha-se de enviar ou reencaminhar os emails que nos distraem para o essencial e que nos ocupam inutilmente o nosso precioso tempo.

Neste mês de Ramadan façamos algo, que nos possa beneficiar. Não o deixemos passar sem obter as recompensas. Será que o encontraremos no ano seguinte? Certa vez, Jibrail (Aleihi Salam), fez 3 preces e para cada uma delas, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) respondeu com “Amin”: Numa das preces, pediu o seguinte: “Seja afligida com mágoa aquela pessoa que encontrou o mês de Ramadan, um mês cheio de bênçãos e deixou-o passar sem ganhar o seu perdão”. Relato de Kaab Ibn Ujra (Radiyalahu an-hu).

Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41

"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Um bom dia de Juma. Votos da continuação de um mês de Ramadan, repleto de bênçãos.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

02/08/2012

segunda-feira, julho 30, 2012

A L M A D I N A - A RELIGIÃO E O ATEÍSMO

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad -23.07.2012

A base da religião reside no reconhecimento da existência de um Criador Eterno deste Universo, Sábio, e Prudente, perante Quem estamos submissos, e perante Quem teremos que responder por tudo o que fazemos aqui na vida mundana. A Sua grandeza é tão vasta e infinita, que a nós, sendo finitos, não nos é possível humanamente compreender a sua realidade.

Contrariamente, a base do ateísmo reside na rejeição da existência desse Grande Ser, e de tudo cuja realidade não é alcançada mentalmente. Portanto, os ateus rejeitam tudo o que não compreendem.

Vejamos então, qual das duas posições tem mais lógica.

As coisas ocultas que a religião exige que as pessoas creiam nelas, estão baseadas nas informações verídicas trazidas pelos profetas escolhidos por Deus, um após outro, desde Adão até ao último dos profetas – Muhammad S.A.W. – e nós não temos nenhuma razão lógica para desmentir ou rejeitar tais informações.

No ateísmo, a sua base reside na conjectura, na imaginação, na suposição.

Os ateus não possuem nenhuma prova sólida para sustentarem as suas teorias, e à medida que o tempo passa e se vão registando novas descobertas que põem em dúvidas tais teorias evolucionistas, eles vão alterando as suas teses.

Nos dias que correm, virou moda as pessoas declararem o seu agnosticismo para não serem apelidadas de atrasadas e fundamentalistas, passando assim a ser tomadas por modernas e civilizadas.

Se não conseguimos alcançar a realidade de Deus que é infinito com a nossa mente finita, tal não pode ser motivo de rejeição da Sua existência, pois há muitas coisas no Universo por Ele criadas, cujas realidades não conseguimos alcançar. Aliás, se não conseguimos ainda compreender a realidade de todas as criaturas existentes, como então, com as nossas mentes limitadas, poderemos saltar logo para o Criador Infinito, querendo compreender a Sua realidade? Será que é possível colocar as águas dos oceanos numa tigela isto é, o ilimitado no limitado?

Todos os que acreditam em Deus repetem sempre: “Deus é Grande”! Mas Deus não é só Grande. É o Maior (Allaho Akbar”, e a Sua grandeza é inimaginável pela mente humana limitada, razão pela qual foi-nos dito para repetirmos constantemente “Allaho Akbar” (Deus é Maior).

Os nossos cinco sentidos têm um alcance limitado. Por exemplo, o ouvido escuta até uma certa distância, não indo mais além. Os olhos enxergam até uma certa distância, não conseguindo ver para além dessa distância. A mente humana também tem limites na sua capacidade de raciocínio, por muito que se exercite.

Um astronauta americano diz que nas suas viagens ao espaço não conseguiu alcançar a realidade de nenhuma coisa. Porém, ver tantas estrelas bem como os seus movimentos ilimitados aumentou-lhe ainda mais o espanto.

O siso humano, para ir para além da sua capacidade, precisa da orientação da revelação divina isto é, dos profetas. O alcance da ciência mundana vai até onde o siso permite. Se alguém quiser compreender outras realidades fora disso, tal só é possível através da religião, pois o campo dos dois não é o mesmo, para se poder imaginar o choque entre eles.

Portanto, resumindo, o deus que cabe na tua mente não pode ser Deus, é uma imaginação da tua mente.

Se Deus é o Criador do teu juízo, como é que um Ser Infinito pode caber no juízo limitado e finito?

Existe uma profunda ligação e um arranjo e ordem lógicas no sistema do Universo. O Sol, a Lua as Estrelas giram sob um sistema perfeito aliás, até as partes da máquina do nosso corpo estão colocadas nos seus locais com uma perfeição total. E caso haja qualquer falha ou defeito nisso, tal afeta o funcionamento da nossa vida normal.

Tudo isso indica que Alguém com o Seu conhecimento perfeito, com prudência, criou este Universo.

Por isso, Deus pergunta-nos no Al-Qur’án, Cap. 52, Vers. 35-36:
“Ou foram eles criadores do nada? Ou são eles próprios os criadores (que criaram a si próprios)? Ou criaram os céus e a terra? Não! Mas eles não estão certos de nada”!

Será que há alguma coisa no Mundo que aparece por acaso? Uma casa bem feita e mobilada, aparece por si própria, do nada, sem alguém a construir?

Será possível que o acaso se continue a repetir com tanta perfeição durante milhões de anos? Todas as coisas no Mundo indicam que há um Criador.

Se acreditar na religião é um atraso, não há problema, mas quer parecer que os religiosos não são tão baixos, sem o mínimo de juízo para aceitarem tais disparates.

A religião não é, de forma alguma um impedimento ao progresso. Imagine-se o que seria de nós sem a religião! Não seríamos nada mais que o capim, ou o animal cujo objectivo é apenas comer, beber, e satisfazer as suas necessidades carnais, talvez até pior que os animais, como está acontecendo com os que se entregam à práticas não convencionais, e também com os que não reconhecem Deus e nem acreditam que terão que se apresentar perante Ele para a prestação de contas no Dia do Juízo Final, daí cometerem massacres e crimes horrendos.

A religião honrou e elevou o Ser Humano, colocando-o como Khalifa (Vice-Rei) de Deus na terra, enquanto que os outros reduziram-no a um simples macaco evoluído.

Continuação de um Bom Ramadhaan para todos. 

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu!