quinta-feira, abril 03, 2014

TEMA DA SEMANA: A PACIÊNCIA – 4ª. Parte

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso)  JUMA MUBARAKA!

inna Llaha maã sabirin. Na verdade, Deus está com os pacientes. Cur’ane, Surat Anfal 8:46.

AS VIRTUDES DO SABR, DA PACIÊNCIA

O crente pensando na recompensa que os perseverantes vão receber de Deus, torna mais fácil suportar qualquer tipo de adversidade. Por isso que o cumprimento do islão está no bom carácter e na elevada paciência (sabrun Jamil) de cada um.

Anas bin Malik (Radiyalahu an-hu) ouviu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) dizendo: “Deus disse: “Se Eu testar o meu servo, privando-o de dois preciosos (exemplo olhos) e ele se mantém paciente, Eu o recompensarei com a entrada no Paraíso”. Bukhari 70:557. E Deus quando gosta do seu servo (para lhe chamar a atenção) Ele aflige-o com alguma dor, preocupação ou perda de algum familiar. Bukhari 70:548.

Segundo uma narrativa de Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) comparou os crentes às árvores que são sacudidas pelas intempéries. O sofrimento dos crentes será como uma expiação dos seus pecados e terão elevados estatutos na Vida Futura. Apesar de fustigados pelas dificuldades, os crentes mantêm-se pacientes e firmes, pedindo a protecção de Deus: O Apóstolo de Deus disse: “O exemplo de um crente é como a planta tenra e fresca, que se curva conforme a direcção do vento e depois fica quieta e em linha recta (depois da tempestade). Da mesma forma, um crente quando é afligido com calamidades (ele permanece paciente até que Deus remova as suas dificuldades). Uma pessoa perversa é como um pinheiro que se mantém duro e hirto até que Allah o corta (o derruba) quando Ele assim o entender”. Bhukari 70:547.

Se a paciência do ser humano é superior aos seus caprichos e desejos, então o consideramos como um anjo. Se não consegue controlar esses mesmos desejos, então o consideramos pior do que um animal. Deus criou os anjos com razão e sem desejos. Criou o ser humano com razão e com desejos E finalmente aos animais deu-lhes o desejo, mas não a razão.

O coração do ser humano está em constante batalha entre os seus desejos e a proximidade de Deus. Umas vezes uma prevalece em relação à outra, ou então se misturam as boas e as más ações. Estará sempre em constante instabilidade e com dificuldades em controlar os seus desejos. Esta é uma batalha entre os soldados do Misericordioso e os soldados do sheitane (diabo). Aqueles que treinam a paciência ao longo da vida e a alcançam depois de muita persistência, quando chegarem ao mais alto nível da paciência, terão a sua fé aumentada e dirão:

“Nosso Senhor É Deus e (então) se firmam…”. Serão aqueles que os anjos na altura das suas mortes lhes dirão: “Não tenhais medo, nem vos atribuleis, mas recebam o Paraíso que vos foi prometido”. “Temos sido vossos protectores na vida terrena e o seremos na outra vida”. Surat Fussilat 40:30 e 31.

Deus pretende que os Seus Atributos sejam também assumidos pelos crentes. Como Allah é bonito, ele ama a beleza e quer que os seus servos cuidem das suas aparências. Como ele é Perdoador, Ele recompensa o seu servo que sabe perdoar o seu semelhante. Deus é o mais Sábio e ele ama os que que se preocupam emaumentar os seus conhecimentos, em especial os religiosos. Não são iguais os que sabem e os que nada sabem. Deus é Forte e Ele gosta que o seu crente seja forte, para ter forças para sustentar a sua família, para a adoração e para fazer o jejum.

Allah é Shakur (Grato) e ele ama quem sabe agradecer o seu próximo e em especial, aos seus pais e a Ele. E Deus é Sabur, o Paciente, porque está a espera “pacientemente” que os seus servos se voltem para Ele arrependidos. Deus ama aqueles que assumem e seguem os Seus atributos.

Rabaná af-rig ãleiná sab-ran wa tawafaná muslimun: “Senhor Nosso, concedemos a paciência e faze com que morramos submissos a Ti!”. Cur’ane 7:126

In Sha Allah, continua no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmuminina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de  Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá - 03/04/2014 - abdul.manga@gmail.com

Mitos sobre o Islão (II) Submissão da Mulher no Islão?

No artigo de opinião, intitulado «Angola, a caminho de uma República Islâmica?», publicado na Revista ÁFRICA 21 - nº. 83, de MARÇO 2014, pág. 38/39, Alves da Rocha (joserocha.ucan@gmail.com), professor associado da Universidade Católica de Angola, entre outras afirmações, fez a seguinte: 
«A palavra islão significa submissão total a Alá, seus princípios, suas regras e suas determinações que dão corpo ao que se pode considerar o fundamentalismo islâmico: submissão da mulher ...».
Conforme prometido na última reflexão (nº. 60), esta é um esclarecimento resumido ao Prof. Alves da Rocha, sobre à temática da “submissão da mulher no Islão”.

Por M. Yiossuf Mohamed Adamgy - Director da Revista Islâmica Portuguesa Al Furqán - alfurqan2011@gmail.com)
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Homens e mulheres são iguais perante Deus, e respon-sáveis pelos seus próprios actos. De modo idêntico, e uma vez no Além, ambos são recompensados pela sua fé e boas acções. Pois o Alcorão diz, textualmente: 

— «Jamais deixarei perder a obra de qualquer de vós, seja homem ou mulher: procedeis uns dos outros». (3:195). 

— «E quem quer que faça boas acções, seja homem ou mulher, e seja crente, entrará no Paraíso e não será prejudicado nem em tanto como num arranhão sobre o caroço de uma tâmara». (4:124). 

— «E elas (as mulheres) têm os mesmos direitos sobre eles, como eles os têm sobre elas». (2:228)

O casamento é fortemente encorajado, constituindo, quer um acordo legal, quer um laço sagrado …crescei e multiplicai-vos… disse Deus (Génesis, 1:28). O Islão considera todas as mulheres, casadas ou não, indivíduos com os seus próprios direitos. Elas têm o mesmo direito que o homem de possuir bens próprios, ganhar dinheiro e gastá-lo. Os seus bens não passam obrigatoriamente a pertencer ao marido, após o casamento ou o divórcio, em termos religiosamente islâmicos, exceptuando acordos se-gundo o casamento civil, onde haja casamento com co-munhão de bens ou separação de bens, etc. 

«Ó fiéis, não vos é permitido herdar as mulheres, contra a vontade delas, nem as atormentar, com o fim de vos apoderardes de uma parte daquilo que as te-nhais dotado, a menos que elas tenham cometido com-provada obscenidade. E harmonizai-vos entre elas, pois se as menosprezardes, podereis estar depreciando se-res que Deus dotou de muitas virtudes». (Alcorão, 4:19). 

A mulher tem o direito de escolher com quem quer casar e, após o casamento, não altera o seu último nome, em virtude do respeito que tem para com a sua linhagem. 

Economicamente falando, todos os homens e mulheres constituem uma entidade legal independente. Ambos têm direito a possuir bens próprios, envolverem-se no mundo dos negócios e a herdarem. O direito à educação é uma realidade para ambos os sexos, assim como o direito ao emprego, desde que os princípios Islâmicos não sejam violados. 

A busca do conhecimento é uma obrigação para todo o Muçulmano, seja homem ou mulher. 

Em sociedade, é também exigida a formação de profis-sionais de ambos os sexos, para benefício do público. Nesta situação, as linhas orientadoras do Islão deverão ser mantidas. Impedir que uma pessoa tenha acesso à educação vai contra os ensinamentos do Islão. 

Os primeiros versículos do Alcorão Sagrado ordenam ao Profeta Muhammad (p.e.c.e.), bem como à sua Ummah (homens e mulheres), o seguinte: 

«Lê em nome do teu Senhor que criou; criou o ser humano de um coágulo (algo que se agarra). Lê: e o teu Senhor é o mais Bondoso, que ensinou pela pena; ensinou ao ser humano aquilo que ele não sabia». (96:1-5). 

Portanto, será extremamente difícil negar o facto de que o senhor Todo-Poderoso e Criador do Universo tenha começado a Sua Revelação Alcorânica pela seguinte ordem: “Lê”; ler, é indicativo da importante proeminência de adquirir conhecimento por todos os Muçulmanos — homens e mulheres. Acentuando o mesmo ponto, o Profeta Muhammad (p.e.c.e.) disse: 

— «A procura de conhecimento é um dever de todo o muçulmano (masculino e feminino)». – (Baihaqui). 

— «Procurai o conhecimento desde o berço até ao túmulo» (Muçlim). 

— «Os crentes mais perfeitos são os melhores em conduta, e os melhores de entre vós são aqueles que são melhores para as suas esposas». – (Ibn Hambal). 

— «Quanto mais cívico e amistoso for um muçulmano para com a sua esposa, mais perfeita é a sua fé» – (Tirmizi). 

O Machismo Masculino e o Mundo Muçulmano 

São várias as pessoas que entendem o Islão como religião machista, que minimiza a mulher. Como prova do que afirmam, citam a condição feminina em alguns países Muçulmanos. O erro provém do facto de separarem a cultura de um determinado povo, dos verdadeiros ensinamentos da religião que esse mesmo povo pode professar. É espantoso que em muitas culturas mundiais, a opressão da mulher seja ainda uma realidade. Em vários países, a vida da mulher é horrível. Elas são dominadas pelos homens, sendo-lhes negados muitos dos direitos humanos básicos. 

O Islão condena esta opressão. Trata-se de uma injustiça trágica culpar as crenças religiosas de uma religião por tais práticas culturais, quando os ensinamentos dessa mesma religião não convidam a tais comportamentos. Como atrás ficou citado, os ensinamentos do Islão proíbem a opressão feminina e enfatizam, de forma clara, que a homens e mulheres, é devido o mesmo respeito. 

Infelizmente, certas pessoas associaram ao Islão, erroneamente, as práticas opressivas contra o sexo feminino, verificadas ainda em determinadas partes do Mundo. 

Uma em cada três mulheres da União Europeia (EU) é vítima de abuso sexual, físico ou psicológico 04/02/14 http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3719383&page=-1 

Uma em cada três mulheres da União Europeia foi ou será vítima de pelo menos um episódio de abuso sexual, físico ou psicológico, conclui um estudo, alertando para os riscos que as novas tecnologias representam. 

O maior estudo sobre violência de gênero alguma vez realizado na UE foi divulgado esta terça-feira pela Agência para os Direitos Fundamentais (FRA, na sigla em inglês), revelando a persistência do problema e um forte pendor de gênero: 97% das vítimas de violência sexual, física ou psicológica são mulheres. 

"É uma chamada de alerta: a violência afecta praticamente todas as mulheres", disse à Lusa a investigadora Joanna Goodey, em Viena de Áustria, sede da FRA. 

As mulheres foram questionadas sobre as suas experiências de abusos físicos, sexuais e psicológicos, em casa, no trabalho, na esfera pública e também no espaço virtual (perseguição e assédio através da internet)

Nos doze meses anteriores à realização do estudo — com 42 mil inquiridas nos 28 Estados-membros da UE —, 3,7 milhões de mulheres foram alvo de violência sexual e 13 milhões de mulheres foram vítimas de violência física. 

Os resultados dizem ainda que a violação dentro do casamento não é uma raridade e que uma em cada cinco grávidas foi violentada pelo parceiro atual. 

Estes e outros indicadores revelam "claramente" que "os direitos das mulheres da UE não estão a ser garantidos na prática", resume o estudo. 

Joanna Goodey não tem dúvidas: "Se estes dados dissessem respeitos a um país fora da UE, haveria imensas declarações de indignação, mas isto é dentro da UE." (União Européia)

Considerando que o combate à violência de gênero "não está entre as prioridades" comunitárias, a perita lamenta que o tema esteja a ficar "fora de moda", com a UE a preferir fazer campanhas focadas "em áreas particulares da violência", que, sendo "muito importantes", afetam menos mulheres. 

A FRA não se limita a analisar os dados, deixando algumas recomendações, nomeadamente para lidar com o número de mulheres que, sendo vítimas de violência física e/ou sexual, não contactam as autoridades. 

A "grande maioria" das mulheres recorrem aos serviços de saúde quando querem denunciar um caso de maus tratos e, por isso, "os profissionais de saúde precisam de ser treinados para saberem ler os sinais", sublinha Goodey, recordando que os centros de apoio, como casas-abrigo, são "subfinanciados" e só existem na capital ou nas grandes cidades. 

"O abrigo mais próximo pode estar a uma distância de quatro horas de carro, enquanto toda a gente sabe onde fica o médico mais próximo", compara, frisando que as mulheres inquiridas aprovaram, por "grande maioria", que os profissionais de saúde passem a incluir, nas consultas de rotina, perguntas sobre violência, quando observam sinais que a indiciam. "Não é um assunto de privacidade", frisa. 

Uma das novidades da pesquisa é a inclusão de "novas ou recentes" formas de violência de gênero, que recorrem à tecnologia, concluindo que onze por cento das inquiridas foram alvo de "avanços inapropriados" nas redes sociais e através de mensagens escritas de telemóvel (sms) ou de correio electrónico (emails). 

As mulheres entre os 18 e os 29 anos são mais vulneráveis, com 20 % das jovens a reportarem "ciberassédio", refere Goodey, recusando o argumento da "liberdade de expressão". 

Depois venham alguns "fundamentalistas" ocidentais, como por exemplo Alves da Rocha, Prof. da Universidade Católica de Angola, dizer, na Revista África 21, que o Islão é que submete e maltrata as mulheres...■ 

Obrigado, boas leituras. 

M. Yiossuf Adamgy - 03/04/2014.

segunda-feira, março 31, 2014

Mitos sobre o Islão (I) -

Esclarecimento ao artigo intitulado - «Angola, a caminho de uma República Islâmica?
Por M. Yiossuf Mohamed Adamgy
Num artigo de opinião, intitulado «Angola, a caminho de uma República Islâmica?», publicado na Revista ÁFRICA21 - nº. 83, de MARÇO 2014, pág. 38/39 [amavelmente enviada pelo Dr. Liakatali Laher, assíduo leitor da Revista Al Furqán], Alves da Rocha (joserocha.ucan@gmail.com), professor associado da Universidade Católica de Angola, a dado passo, um pouco tendencionalmente e, quiçá, manifestando grande desconhecimento sobre a respectiva temática, permite-se a escrever o seguinte: 

«A palavra islão significa submissão total a Alá, seus princípios, suas regras e suas deter-minações que dão corpo ao que se pode considerar o fundamentalismo islâmico: submissão da mulher, perseguição dos cristãos, assassinato de dissidentes, proibição de abandonar a religião, obrigatoriedade de todos os membros da família pertencerem e praticarem a religião, intolerância, supremacia da religião sobre a política (sociedade civil), violência, não-aceitação de críticas (a verdade absoluta é o islão), poligamia dos homens, etc.». 

Ora estas várias afirmações (maioria das quais são mitos sobre o Islão) do Sr. Alves da Rocha merecem um esclarecimento. Por isso, aos poucos, semanalmente, irei, em artigos, debruçar-me a respeito das temáticas acima sublinhadas. Começarei, nesta primeira parte, por fazer uma introdução geral dos mitos existentes sobre o Islão.

Inicio por dizer que existem vários mitos hostis em torno do Islão propagados pelos “média” ocidentais. Os meios de comunicação ocidentais, em geral, nunca foram simpáticos para com o Islão, mas depois do 11 de Setembro, tornaram-se francamente hostis e não foram tímidos na divulgação de todos os tipos de mitos. O factor sionista não pode também ser ignorado. Por último, não devemos ignorar o papel que os extremistas muçulmanos têm em desacreditar o Islão através do seu próprio vergonhoso papel. 

Geralmente as pessoas formam as suas opiniões sobre qualquer assunto, lendo os títulos dos jornais. E os títulos dos jornais tendem a ser sensacionalistas. Os acontecimen-tos de 11 de Setembro deram aos jornais mais uma opor-tunidade para lançarem notícias sensa-cionalistas sobre a ideologia islâmica. Mesmo os cientistas sociais e que se encontram a estudar o Islão na Europa Ocidental, grande parte deles apresenta o mundo islâmico como religião de violência e fanatismo. 

Além disso, o Islão é declarado como anti modernista, anti ciência, anti mulheres e anti democracia. Se os meios de comunicação não o fazem, pelo menos os cientistas e estudiosos deviam ser capazes de fazer a distinção entre o que uma religião ensina e como as estruturas do poder condicionam o comportamento dos 

crentes. Mas a maioria dos estudiosos ocidentais tam-bém não faz tais distinções e a responsabilidade de tudo o que acontece numa sociedade muçulmana é atribuída ao Islão. 

A religião encontra o seu próprio nível numa dada socie-dade. Assim, é preciso compreender a estrutura social, tanto quanto a fé religiosa. 

A religião não é praticada num vácuo, é praticada em condições históricas concretas e sociais. 

Se os países muçulmanos não têm a democracia nem as instituições políticas modernas, não é por causa do Islão, mas porque esses países têm uma estrutura social feudal. 

Não há nada no Alcorão ou nos ensinamentos islâ-micos que se oponha à democracia ou à governabilidade demo-crática. 

Nenhum país muçulmano teve a revolução industrial, sem a qual não é possível ter governabilidade democrática genuína. 

A maioria dos países islâmicos foi colonizada pelos países ocidentais e são esses países, que impingiram uma ou outra forma de ditadura, monarquia e os movimentos democráticos em seus próprios interesses. 

Os EUA e aliados apoiaram as monarquias, os shei-ques ou os ditadores militares nesses países muçul-manos. Agora culpam o Islão pela falta de democracia nesses países. 

O Alcorão requer que o Profeta Muhammad [Maomé] (p.e.c.e.) consulte os seus companheiros em todas as questões seculares (3:159) e os muçulmanos devem consultar-se mutuamente nesses assuntos (42:38). Assim, o Alcorão incentiva claramente as instituições de-mocráticas e isso foi necessário quando o mundo ainda não tinha conhecido a democracia para todos. No entanto, a sociedade pré-moderna não estava preparada para a governação democrática e os muçul-manos estavam sob a influência Romana e das insti-tuições Sassânidas, pelo que a monarquia se desen-volveu no mundo islâmico. O Islão, nesses países, foi totalmente feudalista e continua a sê-lo na ausência da revolução capitalista contemporânea. 

Quem estudar o Alcorão com cuidado e imparcialidade vai considerá-lo moderno, liberal e humano na abordagem. Sublinha a dignidade humana (17:70), a liberdade de pensamento (2:256) e a igualdade de todos os seres humanos, sem qualquer discriminação com base na raça, credo, língua, povo ou cor e como estas distin-ções são apenas para diferenciar as iden-tidades, e não para a discriminação (49:13). Estes são os ideais mais modernos e parte da declaração de direitos humanos da ONU de 1949. 

O Profeta Muhammad (p.e.c.e.) repetidas vezes exor-tou os seus seguidores a não discriminarem entre árabes e não árabes. Os muçulmanos nunca praticaram o racismo e de-ram direitos iguais aos negros desde o início. Os países oci-dentais praticaram o racismo recen-temente e ainda não es-tão completamente livres da discriminação racial. O Profeta Muhammad (p.e.c.e.) designou Bilal, um escravo negro, entretanto libertado, como seu “muazzin” (aquele que faz chamamento para a oração), uma grande honra a que muitos dos seus ilustres companheiros foram aspirantes. 

O Islão, como o mito popular indica, “é uma religião de violência, a religião da Jihád”. Isso está longe de ser verdade. Ao contrário do que esse mito indica, o Islão é uma religião de amor e compaixão, tanto em qualquer outra religião, como o budismo ou o cristianismo. É ver-dade que o Islão apareceu numa sociedade mais violen-ta e o Profeta Muhammad (p.e.c.e.) teve de enfrentar uma oposição vio-lenta, não tendo sido fácil estabelecer a paz na sociedade. É necessário encarar-se a situa-ção nas condições históricas concretas e tentar-se ir mais além. 

O objectivo principal do Islão foi o de estabelecer uma sociedade justa e complacente, mas os muçulmanos tam-bém tiveram de responder a determinadas agressões. O Alcorão não glorifica a violência, mas permite que ela relutantemente aconteça nesta situação, tornando-se claro para os muçulmanos a proibição da agres-são, pois Allah não gosta de agressores (2:190). Além disso, o Alcorão exige que os muçulmanos lutem para libertar os homens, mulheres e crianças mais fracas dos opressores (4:75). 

O Alcorão nunca permitiu a guerra de agressão e nunca permitiu que os muçulmanos matassem uma só alma, uma vez que isso significa matar toda a humanidade e ensinou- -os a salvar a vida de inocentes, na medida em que salvar uma vida inocente significa salvar a humanidade inteira (5:32). Se todos muçulmanos tivessem seguido esse ensi-namento do Alcorão, teriam sido um grande exemplo para a paz e para a não-violência, mas para a violenta sociedade Árabe daquele tempo era muito difícil seguir esse ensi-namento exemplar do Alcorão. 

Algumas pessoas, quer por ignorância ou com intenção deliberada de o fazer, citam o versículo 9:5 do Alcorão que exige aos muçulmanos que “vão emboscar os idólatras e matá-los até que eles acreditem”. Está longe de ser o caso. Este versículo refere-se, contex-tualmente, aos idólatras que quebraram a sua promessa com os muçulmanos e os atacaram. Naturalmente, o Alcorão, em determinadas con-dições, requer aos muçulmanos a guerra contra a traição, até que os desleais se arrependam, voltem a abraçar o Islão, façam a oração e paguem a taxa dos pobres. Mas certamente não é a descrença uma justificação para matar alguém ou forçá-lo com a espada a abraçar o Islão. O versículo seguinte (9:6) desmente essa hipótese. Esse versículo estabelece claramente que se os idólatras depuserem as armas e procurarem protecção, deve-lhes ser propor-cionada protecção e devem ser levados para um local de segurança para que nenhum mal lhes chegue. 

Infelizmente, este versículo não é conhecido e somente é citado o versículo anterior (ou seja, o 9:5) para erradamente “provar que o Islão é uma religião violenta e ensina os seus seguidores a matarem os não-crentes ou a convertê-los utilizando a espada”. 

Outro aspecto do Alcorão que alguns estudiosos muçulmanos muitas vezes desconhecem, é o aspecto transcendente dos ensinamentos do Alcorão. O Alcorão toma uma atitude realista do existente, mas não se limita a ele, quer pois ir além de determinada situação e deseja criar um ideal baseado em valores mais elevados. Se exorta os muçulmanos a defenderem-se com armas se forem atacados, também requer que os muçulmanos trabalhem para estabelecer a justiça, tolerância e paz para que a humanidade possa florescer. 

Não pretende a guerra e a violência, mesmo em casos de defesa, mas quer ir além, perdoar e mostrar compaixão. O perdão e a compaixão são certamente os maiores valores e a vingança e a retaliação fazem parte da natureza humana. O Alcorão não pretende ignorar a situação, mas também não a toma como definitiva, encorajando a ir mais além e estabelecer valores mais elevados. 

É verdade que houve um uso abundante da violência na história muçulmana, mas isso é porque esses muçulmanos descuraram os ideais do Alcorão nas suas vidas. Isso acontece com os seguidores de todas as religiões. Todos nós exultamos os ideais das nossas religiões ou citamo-los para provarmos a sua superioridade, mas muitas vezes não os seguimos. Os cristãos também falam do amor e da compaixão, mas a sua história também está cheia de violência. Mas o problema é que nós erroneamente comparamos a história de uma religião com os ideais de outra religião. 

Se compararmos os ensinamentos do Islão com os do Cristianismo, ambos relevam o perdão e a compaixão, mas se compararmos a história do Islão com os ensinamentos do Cristianismo, encontramos a violência no Islão, o amor e a compaixão no Cristianismo, mas isso não é justo nem é uma comparação objectiva. Isso é, todavia, o que nós fazemos e muitas vezes resultam numa conclusão errada. É necessário comparar os ensinamentos com os ensina-mentos e a história com a história. 

O Alcorão, de facto, insiste repetidamente em quatro valores fundamentais: justiça (‘adl), benevolência (ihsan), compaixão (rahmah) e sabedoria (hikmah) e estes são também os atributos de Deus. Assim, um bom muçulmano deve ser justo, benevolente (para com os outros), compassivo e sábio. Se não praticar estes valores não pode ser considerado um bom muçulmano. Esses valores devem ser estabelecidos e devem estar em luta constantemente para se colocarem em prática esses valores. Essa é a Jihád real. O Profeta Muhammad (p.e.c.e.) disse que a Jihád real é falar a verdade na cara de um tirano e que a luta com a espada na batalha é a “Jihád pequena” e controlar os desejos é “Jihád grande". 

Além disso, é preciso ter em mente que, em qualquer tradição religiosa não existe uma tendência única, mas existem várias tendências e não se devem citar exemplos de uma determinada tendência e generalizá-la. O que fa-zem os meios de comunicação é precisamente citar exem-plos de alguns extremistas entre os muçulmanos e, em se-guida, generalizá-los a todos os muçulmanos. É o método mais injusto e não tem nada de científico. É verdade que alguns muçulmanos usam a violência e justificam-na em nome da Jihád, mas é errado dizer que todos os muçul-manos concordam com tal posição insustentável. A maioria deles opõe-se ao uso indiscriminado de violência dessa natureza, mas a imprensa quase não ouve as suas vozes, porque isso não faz notícias sensacionalistas. 

Existem tendências pacíficas no Islão, nomeadamente representadas pelo Islão Sufita, que é seguido por uma grande maioria dos muçulmanos. A doutrina básica do Islão é o “sulh-I-kul”, isto é a paz seja total e com todos. Não há nenhum lugar para a violência e a intolerância no Islão Sufita. A paz, a tolerância e o respeito por todas as fés é das doutrinas mais básicas entre os Sufitas. Uma das escolas Sufitas acredita no que é chamado de “al-Wahdat Wujud” (isto é, a unidade do ser), que implica que todos nós somos uma manifestação de um ser e assim todas as distinções de raça e credo se tornam irrelevantes. Ibn al-Arabi de Espanha foi o fundador desta doutrina. O amor é um aspecto muito central para esta escola do Sufismo. A maioria dos muçulmanos em todo o mundo segue o Islão Sufita e não o Islão Wahabita que é purista e tende a ser intolerante. 

Infelizmente, a imprensa ocidental cita muitas vezes o exemplo do Islão Wahabita da Arábia Saudita e mostra que o Islão é intolerante. Na Arábia Saudita a realidade também não é estática. Ela está a mudar nos tempos actuais. Os muçulmanos, assim como a família real, perceberam as consequências de uma abordagem sectária e intolerante e estão a provocar mudanças e a trabalhar para a paz e a atacar o terrorismo. Deve-se entender que o mundo islâ-mico deixou de ser estático. Está em permanente mutação e a tentar ajustar-se às novas realidades, embora o seu ritmo possa não ser o mais satisfatório para alguns. As pessoas levam tempo para se ajustar em matéria de religião e tradição. O processo de mudança social é muito complexo e requer muita paciência. 

E, ao mesmo tempo, outro mito também muito desen-volvido é o de terrorismo. Fala-se de terrorismo islâmico e geralmente não se fala de terrorismo cristão ou terrorismo judaico, que também existem. É certo que hoje as organizações terroristas mais perigosas são “islâmicas”, mas o terrorismo não é um requisito necessário ao Islão, pelo contrário, é uma patologia, porque a única justificação da violência dada pelo Alcorão é a legítima defesa. 

Depois há o mito de o Islão ser uma religião machista, que tem a mulher submetida, quando temos de ter em conta que o Islão, no século VII, operou uma enorme revolução, porque até então a mulher carecia de reconhecimento jurídico e a partir desse momento obteve-o. 

E se formos ver, actualmente, no séc. XXI, «mais de metade das mulheres europeias têm sofrido de violência sexual. Uma Informação da Agência dos Direitos Fun-damentais da EU, a maior realizada até agora, destaca que 62 milhões de europeias têm sido vítimas de violência machista. Uma em cada três mulheres sofreu agressões físicas ou sexuais, mas só 34% dessas vítimas denunciam os factos mais graves. Cerca de 12% foram vítimas de agressões sexuais na infância e uns 43% sofreram violên-cia psicológica por parte de algum casal. Os dados são mais altos nos países nórdicos e mais baixos em Espanha, precisamente por escassa consciência social do problema» (Ver esta notícia no site do eldiaro.es, cujo link é: http://www.eldiario.es/sociedad/millones-europeas-sufrido-violencia-machista_0_235177241.html). 

Outro mito prende-se com a contraposição entre Islão e democracia. É uma afirmação relativamente gratuita porque no início, um dos momentos mais impor-tantes da constituição do estado muçulmano na cidade de Medina foi a Constituição de Muhammad (p.e.c.e.), que integrava diferentes culturas, tradições religiosas distintas, diferentes tribos, com uma participação muito activa de todos os membros. Hoje pode-se dizer que no Islão existem modelos de estado e formas de governo ditatoriais, mas também democráticas, como na Indonésia, na Turquia ou Marrocos… com todas as limitações que possam ter estas democracias, da mesma forma que têm as democracias ocidentais. E também a ideia do Islão ser incompatível com os Direitos Humanos quando o Alcorão reconhece a digni-dade de todas as pessoas, a igualdade entre homens e mulheres… 

Por fim, “que o Islão é uma religião antiquada, que estagnou na Idade Média, que luta contra o Ocidente”, sem valorizar e reconhecer que o Iluminismo foi produzido no Islão muitos séculos antes do que no Ocidente… 

Assim, é fácil perceber-se que existem diversos mitos sobre o Islão e, na maior parte das vezes, esses mitos não são efectivamente fundamentados. Esses mitos devem ser analisados criticamente, antes de serem aceites. Não se deve, como muitas vezes acontece, citar os versículos do Alcorão sem se compreender o seu contexto histórico. Esses mitos criam obstáculos desnecessários à promoção da coexistência pacífica, que é tão necessária no mundo moderno, que está a tornar-se cada vez mais diversificada e plural, graças aos meios de comunicação mais rápidos e à integração económica que está a ocorrer numa escala crescente, devido à globalização. Existe uma grande neces-sidade de se compreenderem as religiões do mundo, de modos mais objectivos e sinceros, para promover a paz no mundo. Houve uma altura em que as rivalidades religiosas eram muito elevadas. Mas agora chegou a hora de esque-cer essas rivalidades e promover a coexistência pacífica. 

No entanto, a rivalidade pode ou não ser religiosa, pois existem poderosos interesses políticos que utilizam a religião e as hostilidades religiosas para os seus próprios fins. Os EUA, sob a liderança de Bush, escolheram pros-seguir deliberadamente uma política de confronto com o Islão e construíram um carácter anti Islão, através dos meios de comunicação. Huntington também escreveu um livro intitulado “Choque de Civilizações” para servir a agenda política dos EUA, após o colapso do regime comunista na Rússia. 

Temos de ser cuidadosos com tais desenvolvimentos e com o mau uso político da religião. Nesse aspecto, é de saudar a Aliança de Civilizações promovida pela Espanha, pois é uma iniciativa extraordinária e absolutamente neces-sária como um contrapeso para a estratégia do choque de civilizações concebida por Huntington, e que foi o livro de cabeceira e o mapa de Bush durante os oito anos do seu mandato. 

Temos de fazer tudo o que for possível para criarmos uma boa compreensão de todas as religiões, para que nesta sociedade pluralista todos possamos viver em paz e harmonia.■ 

— «...Hoje, o Islão e o Cristianismo representam as maiores religiões na África, sendo o Islão, de facto, a maior religião no Continente...». — Nelson Mandela – 1918 /2013. 

Quem não pretender continuar a receber estas reflexões, por favor dê essa indicação e retirarei o respectivo endereço desta lista. Obrigado, boas leituras. — M. Yiossuf Adamgy - 28/03/201

Jesus no Alcorão

Introdução 

Esta página foi escrita com a intenção de fornecer informações sobre Isa (Jesus) para os muçulmanos, a partir de sua perspectiva do Alcorão. Por favor, consulte o seu próprio Alcorão e verifique as seguintes conclusões.

No Alcorão Jesus não é Deus, o Filho de Deus ou um homem que morreu na cruz. Jesus está no Alcorão como um profeta cuja mensagem os judeus rejeitaram. Ele é chamado o Messias, mas isso significa apenas que ele é um mensageiro de Deus (Alcorão 4:171). Ele trouxe o Evangelho (Alcorão 57:27).

A concepção milagrosa de Jesus 

O aspecto mais importante da vida de Jesus é sua concepção e nascimento, encontrada no Alcorão 19:16-26. Então, Jesus nasceu milagrosamente, porque aconteceu sem qualquer intervenção masculina. O milagre do nascimento de Jesus leva à questão: é Jesus apenas humano ou apenas espiritual? Não era Jesus apenas humano, porque ele foi criado como Adão? Sim, de fato, no Alcorão 3:59 lemos a similaridade entre o nascimento de Adão e o nascimento de Jesus:'O exemplo de Jesus diante de Deus é a de Adão, que Ele criou do pó, então lhe disse: 'seja', e ele foi.'

No entanto, o Alcorão diz-nos não somente sobre a semelhança, mas também sobre as diferenças entre o nascimento de Adão e o nascimento de Jesus:
Adão nasceu sem pai nem mãe humanos (Alcorão 2:30, 15:28; 32:7).
Jesus nasceu de uma virgem (Alcorão 19:20-22).
Adão foi criado de baixo: apenas da poeira, por isso ele é terreno (Alcorão 15:28; 32:7).
Jesus foi criado por uma Palavra de Deus, então ele é celestial (Alcorão 3:45).
Jesus foi dado a Maria como a criança perfeita de Deus (Alcorão 19:19).

Com base nesses fatos, podemos dizer que existem diferenças consideráveis entre as concepções de Adão e Jesus. Adão foi criado a partir de baixo e Jesus foi criado de cima. Porque Jesus era impecável e criado por uma Palavra de Deus, ele tinha uma maior substância. Distinguimos a Palavra de Deus (kalima) e as palavras de Deus na Escritura. A Palavra de Deus e do Espírito deve ser eterna, pois Deus nunca poderia ter sido sem dizer uma palavra e Espírito também. De acordo com o Alcorão, Jesus viveu na terra sem falhas (Alcorão 19:19), enquanto Adão desobedeceu a Deus na sua vida na terra (Alcorão 2:36). Adão não possui as mesmas características de Jesus, a Palavra de Deus.

A identidade de Jesus 

Assim, de acordo com o Alcorão, Jesus tem uma natureza espiritual. Mas quando Jesus não é a Palavra de Deus em carne, como os cristãos acreditam, e quando ele não é apenas um mortal, qual é, então, a identidade de Jesus? Poderíamos nós concluir aqui que esta é a revisão completa de Jesus no Alcorão? Não mesmo. Há mais fatos no Alcorão:
O Alcorão tem um maior número de títulos importantes para Jesus do que qualquer outra figura.
Ele é um 'Sinal' (Alcorão 19:21; 21:91), uma 'Misericórdia' (Alcorão 19:21) e uma 'Testemunha' (Alcorão 5:117).
Jesus é sempre mencionado no Alcorão com reverência.
Não há nenhuma crítica a Jesus no Alcorão.
No Alcorão Jesus é o apóstolo de Deus, a Palavra de Deus (kalima) e o Espírito de Deus (ruh) (Alcorão 4:171).

A palavra árabe bashar no Alcorão refere-se a um mortal, não ao mundo dos espíritos. Maomé é apenas um simples mortal como qualquer outra pessoa (Alcorão 18:110; 41:6). O mesmo é válido para os outros profetas. Por isso, é estranho a palavra bashar não ser encontrada em relação a Jesus. Este deve ser a melhor prova de que Jesus não é Deus, mas apenas um ser humano. Agora temos que considerar seriamente esta questão: é possível que Jesus era de fato mais do que um profeta? Lembre-se que o Alcorão diz sobre Jesus:
Jesus nasceu de uma virgem (Alcorão 19:20-22).
Jesus era impecável (Alcorão 19:19).
Jesus foi um grande curador de enfermos (Alcorão 3:49; 5:110).
Jesus foi levado ao céu por Deus (Alcorão 4:158).
Jesus vai voltar (Alcorão 3:45; 43:61).

Mas isso não é tudo. Há ainda mais no Alcorão sobre Jesus. O Alcorão admite que não há uma distinção especial entre servos de Deus (Alcorão 2:253). Jesus tem uma posição especial no Alcorão. Jesus, tinha os sinais de Deus para provar (Alcorão 2:253; 43:63) e Jesus recebeu assistência de Deus pelo Espírito Santo (Alcorão 2:253). Jesus é uma pessoa com extrema dignidade, tanto neste mundo como no outro mundo (Alcorão 3:45). Todos os comentários concordam com o fato de que isto implica tanto santidade como bênçãos. [5]. Somente Jesus pode fazer as ações de 'criar' e de 'dar vida' (Alcorão 3:49). Nenhum profeta no Alcorão fez tais ações. Portanto, a posição de Jesus está acima de todas as outras pessoas e o glorifica a um nível que nenhum ser humano jamais chegou. O que você pensa sobre Jesus? Você pode dizer que ele é apenas mais um profeta?
Um estudo mais aprofundado 

Muitos muçulmanos acreditam no mito de que eles só têm permissão para ler o Alcorão como a última edição da Palavra de Deus. Eles pensam que a Bíblia (com a Taurah - Cinco Livros de Moisés, Zabur - Salmos e o Injil - Evangelho) não é interessante. Mas isso não está de acordo com o Alcorão. Por quê? Porque de acordo com Alcorão 3:61 e 3:64 muçulmanos são convidados para uma discussão com o povo do Livro (a Bíblia) e convidados a investigar formas de achar a verdade. Tabari (morto em 923 DC), foi um dos maiores estudiosos muçulmanos. Ele escreveu muitos comentários do Alcorão. Como o do Alcorão 28:82. Tabari pergunta: quais foram as falhas de Abraão (Ibrahim)? Ele resume as três mentiras de Abraão (Ibrahim):
Ao dizer 'estou doente' para evitar a adoração de ídolos (Alcorão 37:89). Não é isto uma mentira inocente?
Quando ele negou que ele destruiu as estátuas dos ídolos, porque ele disse que Deus fez isso (Alcorão 21:63). Mais uma vez uma mentira inocente. Quando ele disse que Sara não era sua esposa, mas sua irmã.

Você não vai encontrar o evento número três no Alcorão. Está na Bíblia, em Gênesis 12:11-13. O grande estudioso muçulmano estava a ler a Bíblia para responder à pergunta!

Como Tabari, muitos muçulmanos lêem a Bíblia, porque dá um conhecimento muito mais completo. Porque há uma chamada no Alcorão para examinar e uma abertura para usar o Evangelho como fonte, não podemos dizer que o Alcorão afirma dar a absoluta verdade sobre Jesus, toda a história da sua vida, ou um pronunciamento definitivo (Alcorão 2: 256). Sim, de fato, o Alcorão propõe declarações de fé sobre Jesus, mas com a intenção de estimular o estudo em humanos, a não dar a resposta final. Em outras palavras: todo muçulmano deve subestimar a sua capacidade, ao dizer que ele tem a verdade absoluta sobre Jesus. Mesmo Maomé foi ordenado a ser guiado por aqueles que receberam as Escrituras diante dele: 'Porém, se estás em dúvida sobre o que te temos revelado, consulta aqueles que leram o Livro antes de ti. Sem dúvida que te chegou a verdade do teu Senhor; não sejas, pois, dos que estão em dúvida' (Alcorão 10:94).

Seria presunçoso que os muçulmanos acreditassem que eles sabem não só a verdade, mas a verdade completa sobre Jesus, e se recusassem a perseguir o caminho aberto pelo Alcorão em busca de outras testemunhas.[6].

O Alcorão confirma o Evangelho e o aponta como referência para mais informações. Então, vamos, como o Alcorão sugere, examinar a Jesus no Evangelho .
Fonte: http://www.ibnzura.com/quran.php?lang=pt