sexta-feira, novembro 07, 2014

Zakat - Sadaqa e o Trabalho 3ª Parte

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK 

A melhor das caridades é quando o crente dá ao seu irmão daquilo que ele mais aprecia. É uma qualidade difícil, excepto para aqueles que são piedosos e tementes a Deus. Outros distribuem géneros alimentícios com prazos de validades expirados ou artigos danificados, como forma de os verem livres deles. “Jamais alcançareis a virtude, a menos que façais caridade com o que mais apreciardes”. Cur’ane 3:92.

Não há mal nenhum dispensar roupas que já não usamos, mas que ainda se encontram em boas condições e que possam ser aproveitadas. A sinceridade e a bondade devem ser uma constante na distribuição da riqueza. A entrega do Zakat e do Sadaqa quebram o orgulho. Sheik Abdul Qádir Jilani (Rahmatulláhi Aleihi) expressou uma grande alegria ao saber que o seu espelho valioso tinha-se partido. O seu assistente timidamente disse: “o espelho fabricado na China, por acaso, quebrou-se”. Mas o Sheik acrescentou: “é bom! O meio de olhar para nós (com orgulho) quebrou-se”. In Faza’il –e- Sadaq’at. SubhanaAllah! 

No Dia do Julgamento Final, todos prestaremos contas pelos nossos bens. A riqueza é permitida e é incentivada no islão, mas existem regras de como a adquirir e como a utilizar. Sempre existirão ricos e pobres. “Não é permitida a inveja excepto em 2 situações: a pessoa a quem Deus deu riqueza e ele a utiliza no bom caminho e a pessoa a quem Deus deu a sabedoria e que dá boas decisões em conformidade e transmite aos outros”. Relato de Ibn Massud em Bukhari. Deus responsabilizou os ricos para destinar uma parte da sua riqueza aos pobres, como forma de atenuar as desigualdades. “… E isso para que (as riquezas) não sejam monopolizadas pelos abastados dentre vós …”. Cur’ane 59.7. 

Os abastados, piedosos e tementes a Deus, demorarão mais tempo a entrar no paraíso, pois terão de prestar contas de como obtiveram as fortunas e como as gastaram. Nadhla Ibn Ubaid al Aslami (Radiyalahu an-hu) relatou que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quando chegar o Dia do Juízo Final, todo o servo de Deus permanecerá de pé e não dará nenhum passo (la tazula), até que preste contas acerca de quatro questões:
1)- A sua vida, como a empregou: 
2)- Do conhecimento obtido, o que fez com ele; 
3)- a riqueza, como a obteve e como a gastou: 
4)- O seu corpo, como o utilizou. Tirmizi. 

A entrega do Zakat pode ser efectuada seguindo um dos calendários, o gregoriano ou o islâmico. Mas o melhor é seguir o calendário islâmico, no início de cada ano (no Mês de Muharram) ou então criar o hábito de entregar os valores durantes o Ramadan, um mês muito abençoado e com multiplicas recompensas. Pode também ser entregue por conta ao longo do ano e no final, fazer as contas e entregar a diferença. O TRABALHO DIGNIFICA O SER HUMANO. Omar Ibn Al-Khatab (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Se vocês fizerem Tawakkul a Allah Subhana Wataala, Ele sustentar-vos-á como Ele sustenta os pássaros que saem de manhã com o estômago vazio e regressam à noite com o estômago cheio”. At-Tirmizi. Sobre este hadice, Omar encontrou algumas pessoas e lhes perguntou o que faziam e eles respondiam de que faziam Tawakkul (não trabalham e esperam a graça de Deus). Omar lhes disse: “Vocês são mentirosos, não têm Tawakkul, porque quem tem Tawakkul é aquele que planta a semente (que trabalha) e depois confia em Allah”. Al-Hákim. Deus garantiu a todos os seres vivos o Rizk (sustento), mas incentiva a procura do mesmo. 

Há certas pessoas que ganharam o hábito de viver da caridade e de donativos. Não trabalham por preguiça, apesar de serem fisicamente capazes. Para além de terem em casa bens essenciais para viverem condignamente, ainda possuem outros bens que se podem considerar supérfluos, dadas as suas condições de pedintes. 

Preferem ficar à espera da ajuda em vez de irem à procura do trabalho. O Islam é contra a preguiça e enaltece o trabalho. Todos devem participar ativamente no desenvolvimento dos seus países ondem vivem, independentemente de serem lá originários ou não. Outros com a intenção de procurar melhores condições para as suas vidas, emigram para outros países, mas acabam por ficar “contagiados” pelos benefícios sociais, acomodam-se e nada produzem, a não ser críticas aos países que os acolheram. 

In Sha Allah, Se Deus quiser, o tema continuará no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”.14:41. 

Cumprimentos 

Abdul Rehman Mangá 

06/11/2014 

abdul.manga@gmail.com

A L M A D I N A SORTE E PROVISÕES DIFERENTES - Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 03.11.2014

Neste Mundo, todos têm uma preocupação ou lamentação. Por exemplo, aquele que vive no campo ou no deserto queixa-se da falta de água canalizada e de outros confortos da vida. O que vive na cidade e usufrui de água, luz, ar condicionado, aquecimento, televisão, telefone, enfim, todos os confortos da vida, queixa-se de diabetes, de hipertensão, ou de problemas de estômago. Os milionários que têm tudo com que sonham, queixam-se de depressão, medo, ansiedade, insônias e outras preocupações.

Aquele a quem Deus deu saúde, riqueza e mulher bonita, vive sofrendo de ciúmes, sempre a suspeitar da sua esposa bonita, não atingindo nunca o sossego.

O homem de sucesso, famoso, que tem tudo o que deseja, que venceu todas as batalhas na vida, não consegue vencer as suas fraquezas e sucumbe perante as drogas, vicia-se em cocaína e acaba por se auto-destruir.

O rei que controla os destinos e as vidas dos outros, vê-lo-emos escravo das suas paixões, servo da sua ganância, submisso aos seus caprichos.

Todos nós saímos deste Mundo com sortes semelhantes e próximas umas das outras, não obstante a aparente dissemelhança. 

E apesar da riqueza dos abastados e da penúria dos pobres, a colheita final da felicidade ou da desgraça, é semelhante e muito próxima uma da outra, pois Deus recebe em conformidade com o que dá; substitui em conformidade com a privação a que submete o seu servo; e facilita em conformidade com a dificuldade a que o sujeita.

Se cada um de nós pudesse entrar no coração do outro, teria condoir-se-ia, e isso permitir-lhe-ia observar as balanças internas da justiça, apesar da diferença com as balanças externas, e aí não sentiria nem inveja, nem ódio, nem orgulho.

Realmente estes palácios e jóias são apenas decorações exteriores de um jogo de cartas, mas é no interior dos corações que residem a tristeza e as lamentações.

Os invejosos, os odiosos e os orgulhosos vivem enganados na aparência, e desleixados da realidade.

Se o mentiroso, o ladrão ou o assassino tivessem consciência destas realidades, jamais mentiriam, roubariam ou matariam. Se nós conhecêssemos a verdade teríamos procurado este Mundo com esforço correto e honesto, e teríamos convivido entre nós com virtude e valores morais, pois na realidade, neste Mundo não há vencedor nem vencido, e as sortes são muito semelhantes e próximas umas as outras no interior, e a nossa colheita da felicidade ou desgraça é semelhante e aproximada, apesar das diferenças no grau e na aparência.

A diferença nas pessoas não advém da diferença no grau de felicidade ou desgraça, mas sim da diferença de posições, pois há pessoas que vencem e sobrepõem-se às suas desgraças, e vemos nelas a prudência e o modelo. Essas são as pessoas bem guiadas, que vêm em tudo a justiça e a beleza, e gostam do Criador em todas as Suas ações. Mas por outro lado há pessoas desgraçadas, que se deixaram tomar pela inveja, e são rebeldes contra o seu Criador.

Cada pessoa, na sua posição, prepara o seu fim para o Outro Mundo, onde encontrará a verdadeira felicidade ou o verdadeiro descalabro, pois enquanto os bondosos estarão nas delícias, os maldosos estarão no Inferno.

Neste Mundo não há delícias nem infernos reais, excepto na aparência, pois somos todos quase iguais nas porções que engolimos, e todos de alguma forma estamos a sofrer.

Este Mundo é um local de teste para manifestar as posições, e a diferença nas pessoas provém da diferença de posições e não pelo choro ou sorriso que cada um ostenta pois isso assemelha-se à representação teatral. É o vestuário de decoração que as pessoas envergam, aparecendo alguns como reis, e outros como pobrezinhos, mas por detrás dos bastidores do teatro, na realidade somos iguais. 

Os piedosos estão tranquilos, pois eles compreendem isso com a sua sensatez, e submetem-se à Deus aceitando todo o Seu decreto, e sabem que tudo o que vem do Criador é puro e justo.

Quanto à maioria dos desleixados, esses continuam a lutar e a matar-se por causa do materialismo e das coisas mundanas. E nisso eles não têm êxito algum, aumentando ainda mais as suas preocupações. É a sede que nunca se sacia e a fome em que o apetite nunca acaba. Esses não querem saber nem da mesquita, nem da igreja. Passam dias e noites concentrados no material, esquecendo-se que um dia vão morrer.

Deixaram de ser servos de Deus, tornando-se servos do dinheiro. A esses aconselhamos a que visitem os cemitérios e as campas, pois nestas estão muitos dos que pensavam como eles, os que pensavam que jamais teriam um fim, de tão engajados que estavam no materialismo, que dormiam em palácios e sonhavam sempre com mulheres belas, que matavam inocentes, violavam, testemunhavam falsamente, regozijavam-se com a desgraça dos outros, devoravam as riquezas dos órfãos e das viúvas, eram senhores absolutos, faziam e desfaziam sem dó nem piedade.

Que vão para essa cidade silenciosa, postem-se na cabeceira das campas e perguntem aos inquilinos dessas novas residências onde estão as riquezas que acumularam e arrancaram dos outros!

Não! Nada ficou. Nem a roupa que tinham a trazem consigo. Nem cama têm, nem almofada, nem nada com se possam reclinar.

É deveras assustador, um minúsculo quarto num local isolado, apertado e escuro, onde não há nem amigo nem companheiro. É uma prisão de onde jamais se pode sair, nem fugir. 

Que tomem lição, pois um dia terão que enfrentar semelhante situação!

É bom refletirmos agora, pois ainda vamos a tempo de nos corrigirmos, mudando-nos para o bem.

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu.

A condição de Profeta foi uma honrosa distinção para os escolhidos de Deus

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum:

No século VII (anos 610-632 D.C.), nas cidades de Meca e Medina, um novo e último Profeta de Deus, Muhammad (a paz esteja com ele), que em português alguns traduzem por Maomé, transmitia uma nova revelação que provinha de Deus, o Sagrado Alcorão.

O uso inexato da palavra Profeta, utilizado até para os adivinhos e inclusivamente para muitos que agora se autodenominam profetas – sem o ser –, minimiza a importância deste termo.

Ser Profeta é uma honrosa distinção para os esco-lhidos de Deus. O termo aplica-se aos inspirados por Deus, em arábico Anbia'; e para aqueles que não só são inspirados por Deus, mas também, que predicam a sua mensagem, Deus fala através deles, são os chamados Rassul, isto é, Mensageiro de Deus. Daí que a mensagem que predicam não seja deles, mas de Deus. Deus fala através deles!

A Sahifa de Abraão (p.e.c.e.), os Salmos (Zabur) de David (p.e.c.e.), a Torah de Moisés (p.e.c.e.), o Evangelho (Injil) de Jesus (p.e.c.e.) e o Alcorão (Qur’an) de Muhammad (p.e.c.e.) são Livros reve-lados por Deus, ou melhor, Deus fala neles.

Muhammad (p.e.c.e.), Profeta e Mensageiro de Deus, predicou durante quase 23 anos: 13 anos na Cidade de Meca e 10 anos na Cidade de Medina. 

Para se ler o Alcorão é necessário conhecer a cronologia – isto é, o tempo da revelação, para ver se são versículos gerais ou bem específicos, de um momento determinado.

Os acusadores do Alcorão, seja por ignorância ou por ser mal-intencionados, tiram do contexto alguns versículos específicos que eram para o tempo e lugar em que foram aplicados e logo os genera-lizam, equivocando-se na sua interpretação e na sua aplicação. Por isso, o correcto é estudar pri-meiro a doutrina Islâmica e depois penetrar no estudo do Alcorão.

Para aquelas pessoas bem-intencionadas que dese-jam ler o Alcorão desde o princípio, seria conveniente lerem um Alcorão escrito em árabe (só há dois originais daquela época, uma em Tasquent e outra no Museu Topcapi, em Istambul, e encontram-se intactos) e com a tradução comparada para o por-tuguês e com notas explicativas nos diferentes versículos. Ainda que não se leia o árabe, é sempre conveniente ter o original, sem mudança alguma, para poder confrontar, nem que seja perguntando. Há algumas traduções, em português, incorretas; com notas explicativas, ainda mais incorretas e inclusi-vamente tendenciosas. Há que ter muito cuidado com isso.

A Al Furqán, órgão para a divulgação do Islão em Portugal, fundada em 1981, decidiu redigir uma série de livros, para os leitores curiosos que gostam de aprofundar as Santas Escrituras ou que têm o desejo de procurar e encontrar um novo caminho até Deus, ou que tenham um gosto especial por tudo aquilo que representa o arabismo e o Islão, já que os genes nos dão informação dos nossos antepassados e porque em Portugal há gente que tenha sangue árabe nas suas veias, devido à sua permanência na Península Ibérica durante muitos séculos, cerca de sete séculos.

A curiosidade, devido à publicidade notória, ainda que muitas vezes negativa, também faz a sua parte.

Há mais de 200 livros, sobre diversos temas Islâmicos, editados em português pela Al Furqán, dos quais recomendamos, entre outros, de leitura básica, para aqueles que queiram conhecer a verdade sobre o Islão, os seguintes: 

- Para Compreender o Islão e os Muçulmanos;

- Fontes Islâmicas da Cultura Ocidental;

- O Islão — História e Conceitos; 

- A Misericórdia Divina;

- A História de Meca (ár. Makkah);

- Porque eles se tornaram Muçulmanos;

- O Cristianismo no Islão, o Alcorão e a Sunna;

- Jesus, um Profeta do Islão;

- A Bíblia, o Alcorão e a Ciência;

- Reflectir Alguns Conceitos Básicos do Alcorão;

- O Amor e a Beleza no Islão;

- Um Repto à Ignorância em Relação ao Islão;

- Um Deus, Muitos Nomes.

Geralmente temos recebido bons comentários e em grande quantidade, quando em Reflexões Islâmicas temos falado sobre temas religiosos.

Quando falamos do Islão, fazemo-lo com conheci-mento e fontes fidedignas. Quando falamos de outras religiões, apesar de sermos versados nesses temas, já que temos o costume de não falar ou comentar so-bre temas que desconhecemos, devemos reconhecer que o fazemos de uma perspectiva islâmica. Isso sim, a nossa conduta ao comentar religiões irmãs, é feita de acordo com os ensinamentos do nosso Profeta: de forma pacífica, com carinho e tolerância.

O Judaísmo, o Cristianismo e o Islão são religiões abraâmicas e provêm da mesma revelação. Existem entre elas diferenças fundamentais. Isto, não obstante, não nos deve levar a assinalá-las negativamente, descuidando o fato de que as semelhanças são consideravelmente muito maiores que as diferenças. Nós não criticamos religião alguma, criticamos atitudes específicas, ou mensagens que contradizem a mesma doutrina.

No capítulo 29, versículo 46, ordena-se no Sagrado Alcorão: «E não disputeis com os adeptos do Livro, senão da melhor forma, excepto com os iníquos, dentre eles. E dizei-lhes: Cremos no que nos foi revelado, assim como no que vos foi revelado antes; e nosso Deus e o vosso são Um só e a Ele nos submetemos».

E o capítulo 5, na segunda parte do versículo 82 do Sagrado Alcorão, diz o seguinte: «E constatarás que aqueles que estão mais próximos dos crentes em afeição são os que dizem “Na verdade, nós somos cristãos”, isto porque entre eles há sacerdotes (pes-soas devotas ao saber) e monges, e porque não são arrogantes».

Fora disso, reconhece-se que os monges e sacer-dotes são bons dirigentes, sendo os assinalados negativamente tão só uns quantos milhares, dentro de um total de mais de oitocentos mil dirigentes católicos.

O problema é similar ao Islão: quando alguém faz mal, os meios encarregam-se de sobredimensionar as notícias. E assim fala-se até à exaustão de sacerdotes católicos pecaminosos, e muçulmanos terroristas, ainda que sejam em ambos casos, uma ínfima percentagem.

No nosso labor ecuménico, temos que valorizar mais o que nos une e não, o que nos desune e nos leva à eterna disputa.

Algo que devemos evitar é o enfrentamento radical, que começa com o desconhecer a revelação do outro, considerando-a inclusivamente falsa e afirmando que só a nossa fé, nos leva à salvação eterna.

Não só desconhecemos o “contrário”, mas até negamos a função complementar das nossas boas obras e que, nenhum humano pode ser previa-mente condenado por outro, porque somente a Deus corresponde julgar-nos.

O ideal da tolerância não se contenta com “aceitar o outro”, mas compreender a sua doutrina, conhecê-la com amplitude e aprofundar os seus ensinamentos, ainda que estejamos firmes nos nossos.

Se isto não se faz, o diálogo fecundo converte-se em confronto. E deveria evitar-se.

Finalmente, existe continuamente uma campanha de desprestígio contra o Islão e os que professam a dita religião, acusando-os de ser terroristas, anulando a realidade que os terroristas são uma fracção reduzida da amostra, ainda que com uma grande promoção mediática que os faz parecer a maioria.

Para que fique bem claro, a personalidade Islâmica da nossa Comunidade Muçulmana Sunita do nosso país detalha-se na nossa seguinte proclamação, de forma resumida:

- Afirmamos que o Islão é uma religião de paz. Seu nome provém da paz interior que se atinge com a submissão à vontade de Deus. Sua saudação permanente “AS-SALAM ALAIKUM”, (que significa a paz esteja convosco), é uma mensagem de concórdia, amor e ajuda ao próximo. 

As sociedades islâmicas foram historicamente amplas e tolerantes; e inclusivamente quando houve violência, elas normalmente foram as agredidas e não as agressoras; inclusivamente até pelos mesmos extremistas que dizem representá-la. Como seres humanos e como muçulmanos, estamos contra a guerra e a favor da paz, pedindo a Deus, para além das nossas cinco orações diárias obrigatórias, que a paz e a concórdia se estabeleçam no nosso Mundo, cada vez mais caótico.

- Ratificamos que somos uma comunidade pacífica, que recusamos a violência, que aceitamos os nossos irmãos e irmãs de outras religiões e raças, com carinho e tolerância e que estamos contra o terrorismo e todo o tipo de violência e fanatismo, venha de onde vier.

- Neste turbilhão de negatividade, mais necessário se torna, que os dirigentes religiosos orientem os seus seguidores num caminho de paz e tolerância. Fora disso, é necessário que os meios de comunicação informem com objetividade sobre as religiões e não de maneira tendenciosa, como por desgraça sucede hoje, com frequência, nos meios ocidentais, em especial no que se diz respeita ao Islão.

- Que consideramos que a integração com outras religiões irmãs, em Portugal, nos faz potencializar a nossa força e levar mais além o nosso princípio comum: de amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos, por amor de Deus; considerando que ninguém é um verdadeiro crente, se não deseja para seu irmão, o que deseja para si mesmo.

- É nosso desejo que as nossas diferenças se resolvam de forma pacífica, como irmãos, utilizando o diálogo e não o confronto; a paz e não a guerra; a tinta e não o sangue; a concórdia e não o confronto; e que reinem a justiça, o amor, a liberdade e a verdade, permanentemente.

Assalam alaikum, wa rahmatu Allah, wa barakatuhu.

Que a Paz, a Misericórdia de Deus e as suas Bênçãos, se derramem sobre toda a Humanidade. Amém. 

Obrigado. Wassalam.
M. Yiossuf Adamgy - 06/11/2014.

quinta-feira, novembro 06, 2014

Crer nos Anjos

Os anjos são criaturas de Deus, foram criados antes do homem e foram criados de luz e numa forma bela e bonita. Isto ficou difundido entre as pessoas, tanto que, quando vêem uma pessoa bonita, dizem: "Olha, parece um anjo", como bem nos mostra o Alcorão Sagrado: 

"Mas, quando ela se inteirou de tais falatórios, convidou-as à sua casa e lhes preparou um banquete, ocasião em que deu uma faca a cada uma delas; então disse (a José): Apresenta-te ante elas! E quando o viram, extasiaram-se à visão dele, chegando mesmo a ferirem as próprias mãos. Disseram: Valha-nos Deus! Este não é um ser humano. Não é senão um anjo nobre." (12:31).

Os anjos não têm o livre arbítrio, como os seres humanos e os gênios. 

"Ó fiéis, precavei-vos, juntamente com vossas famílias, do fogo, cujo alimento serão os homens e as pedras, o qual é guardado por anjos inflexíveis e severos, que jamais desobedecem às ordens que recebem de Deus, mas executam tudo quanto lhes é imposto"(66.6)

Eles apenas executam as ordens de Deus. Eles não possuem sexo e não se alimentam. 

"Tens ouvido (ó Mensageiro) a história dos honoráveis hóspedes de Abraão? Quando se apresentaram a ele e disseram: Paz! respondeu-lhes: Paz! (e pensou): é gente desconhecida. E voltou rapidamente para os seus, e trouxe (na volta) um bezerro cevado. Que lhes ofereceu... Disse (ante a hesitação deles): Não comeis? Então sentiu medo deles. Disseram-lhe: Não temas! E anunciaram-lhe (o nascimento de) uma criança, que seria sábia." (51:24-28).

Não se cansam, são fortes, têm cérebro, têm conhecimento, têm audição e visão, falam, têm mãos e pés, têm capacidade de subir e descer, de ir e vir e morrem como nós humanos; quando for soada a trombeta, todos os seres morrerão e o último a morrer será o anjo da morte. Todos os anjos possuem asas, variando o número. Alguns possuem 2, outros 3 e assim por diante. O anjo Gabriel, por exemplo, possuí 600 asas e cada asa pode cobrir o horizonte. 

"Louvado seja Deus, Criador dos céus e da terra , Que fez dos anjos mensageiros, dotados de dois, três ou quatro pares de asas; aumenta a criação conforme Lhe apraz, porque Deus é Onipotente." (35:1)

Os anjos também podem assumir outras formas que não sejam as suas formas originais. Como, por exemplo, a forma humana. 

"E menciona Maria, no livro, a qual se separou de sua família, indo a um local que dava para o leste. E colocou uma cortina para ocultar-se dela (da família), e lhe enviamos o Nosso Espírito, que lhe apareceu personificado, como um homem perfeito. Disse-lhe ela: Guardo-me de ti no Clemente, se é que temes a Deus. Explicou-lhe: Sou tão-somente o mensageiro do teu Senhor, para agraciar-te com um filho imaculado." (19:16-19)

O ser humano só consegue ver o anjo se ele estiver na forma humana. Caso esteja na sua forma original, nós não os vemos, a não ser os profetas, que conseguem vê-los. Nem todo mundo, a quem lhe foi enviado um anjo, ou o viu, é um profeta ou mensageiro de Deus. Podemos citar como exemplo, a aparição do anjo Gabriel à virgem Maria, assim como para Agar, mãe do profeta Ismael (Que a paz esteja com todos eles) e como para os companheiros do profeta Muhammad (S.A.W.S), que viram o anjo Gabriel na forma de um beduíno, descrito no hadis conhecido.

Os nossos parâmetros diferem dos parâmetros dos anjos, nós não podemos, por exemplo, querer analisar a velocidade deles de acordo com os nossos parâmetros, pois sabemos que eles possuem uma velocidade fantástica, muito maior que a velocidade da luz, que para nós é a maior conhecida até agora. Isto pode ser exemplificado. Quando vinha alguém perguntar algo ao profeta, mal terminava a pergunta, e já vinha o anjo Gabriel com a resposta de Deus.

Os anjos possuem diferentes atribuições, tais como encarregados pelas montanhas, pelas nuvens, pelas chuvas, pelo trovão, pelo feto no útero da mãe (quando o ser humano completa 4 meses dentro do ventre da sua mãe, Deus manda um anjo, que escreve sua datação, seu destino e suas obras), pela revelação, pela morte (é encarregado de retirar a alma da pessoa na hora da morte), pelo túmulo (são os anjos encarregados de interrogar os mortos quando postos no túmulo. Neste caso, vêm dois anjos até ele e lhe perguntam acerca das três perguntas do túmulo que são:
1- Quem é o seu Senhor?
2- Qual é a sua religião? 
3- Quem é o seu mensageiro?), pela trombeta, pelo Trono, pelo Paraíso e pelo inferno, pela proteção do indivíduo e dos seus atos, e etc.

Os anjos vivem no céu. 

"Porém, se se ensoberbecerem, saibam que aqueles que estão na presença do teu Senhor, glorificam-No noite e dia, sem contudo se enfadarem." (41:38)

E aumentam as suas descidas para a terra em momentos especiais, como a noite do decreto. 

"A noite do decreto é melhor que mil meses. Nela descem os anjos e o Espírito (anjo Gabriel), com a anuência do seu Senhor, para executar todas as Suas ordens." (97:3-4)

E entre os anjos temos aqueles que ocupam uma posição maior ante Deus do que outros. E os melhores são aqueles que participaram da batalha de Badr. O seu número exato de anjos só quem sabe é Deus, que os criou.

"E não designamos guardiães do fogo, senão os anjos, e não fixamos o seu número, senão como prova para os incrédulos, para que os adeptos do Livro se convençam; para que os fiéis aumentem em sua fé e para que os adeptos do Livro, assim como os fiéis, não duvidem; e para que os que abrigam a morbidez em seus corações, bem como os incrédulos, digam: Que quer dizer Deus com esta prova? Assim Deus extravia quem quer e encaminha quem Lhe apraz e ninguém, senão Ele, conhece os exércitos do teu Senhor. Isto não é mais do que uma mensagem para a humanidade." (74:31)

Temos um dito do profeta (S.A.W.S), relatado nos dois Sahis, que diz: "Na casa habitada oram, a cada dia, setenta mil anjos, se de lá saírem não retornarão." 

Nós temos dois anjos que anotam tudo que falamos e fazemos. O anjo da direita anota as boas ações e o da esquerda anota as más ações, sendo que quando cometemos uma má ação o anjo da esquerda não a anota de imediato, ele espera um tempo para ver se a pessoa se arrepende e pede perdão a Deus pelo que fez. Caso isto ocorra ele não registra. Caso contrário, ele anota a falta. Os anjos também anotam as ações do coração.

Dentre suas características está o fato de gostarem do que Deus gosta, e odiarem o que Deus odeia. Envergonham-se de certos crentes; incomodam-se com aquilo que os seres humanos se incomodam, como o mal cheiro e a sujeira, por exemplo; pedem e oram pelos crentes que assistem às reuniões de recordação de Deus, pedem paz e graça para o profeta, ocupam a primeira fila da oração, para aquele que permanece em oração até a alvorada, para aquele que ensina as pessoas o bem, para aqueles que comparecem à mesquita para oração, para aqueles que fecham os espaços nas fileiras da oração, para aqueles que fazem o suhur, para aqueles que visitam os doentes, dentre outras. A sua oração consiste em: " Senhor, perdoa-os e tem misericórdia deles", de acordo com a tradição narrada por Ahmad. Que influência tem as orações e pedidos dos anjos para nós? É a de encaminhar-nos para luz e nos tirar, ou nos afastar das trevas.

"Ele é quem vos abençoa, assim como (fazem) Seus anjos, para tirar-vos das trevas e levar-vos para a luz; sabei que Ele é Misericordiosíssimo para com os fiéis." (33:43) 

Os anjos anotam aqueles que comparecem à oração de sexta feira, fica cada anjo em uma porta anotando um a um os que entram e terminam de anotar no momento em que o Imam se senta para ouvirem o sermão. Os anjos combatem com os crentes no campo de batalha, como aconteceu na batalha de Badr e na batalha das trincheiras. Os anjos não entram na casa daqueles que tem cachorro e estátuas. Os anjos amaldiçoam aqueles que xingam os companheiros do profeta(S . A . S).

Há no Alcorão e na Sunna a citação de alguns nomes de anjos. Dentre eles, citamos: 

Gabriel (Gibril)- anjo responsável pelas revelações;
Miguel (Mikail)- anjo que executa as ordens de Deus sobre o universo;
Malik - o anjo responsável pelo inferno, Harut e Marut, Munkir e Nakir;
Rafael (Israfil)- O anjo que toca a trombeta no dia do Juízo Final;
Riduan- responsável pelo paraíso;
Ezrael (Israil)- anjo da morte.

Nós devemos gostar de todos os anjos sem distinção pois todos executam todas as ordens de Deus e não cometem nenhuma falta. Não devemos fazer como fizeram uma parte dos judeus, no tempo do profeta Muhammad (S.A.W.S), que diziam gostar de um determinado anjo e não de outro, eles gostavam do anjo Miguel e não do anjo Gabriel. Porque Miguel era denominado em seus livros "o grande príncipe, que veio em defesa dos filhos do teu povo"(Daniel 12:1) A visão de Gabriel inspirava temor (Daniel 8:16-17), e estes judeus ridicularizavam a crença muçulmana de que o anjo Gabriel trouxera as revelações ao Profeta Muhammad (S.A.W.S).

"Dize-lhes: Quem for inimigo de Gabriel saiba que ele, com o beneplácito de Deus, impregnou-te (o Alcorão) no coração, para corroborar o que foi revelado antes; é orientação e alvíssaras de boas novas para os fiéis. Quem for inimigo de Deus, dos Seus anjos, do Seus mensageiros, de Gabriel e Miguel, saiba que Deus é adversário dos incrédulos." (2:97-98)

Os frutos da crença nos anjos: 

a)- A ciência do poder de Deus, Altíssimo, Sua força e autoridade, pois o poder da criatura provém do poder do Criador.

b)- O agradecimento a Deus pelo cuidado que Ele tem pelos filhos de Adão, uma vez, que designou anjos para protegê-los, anotar as suas obras e outras coisas mais para o nosso benefício.

A crença nos Gênios (Al Jinn): 

A palavra árabe jinn significa aquilo que se esconde ou está oculto. Não sabemos muito sobre eles, a não ser o que Deus nos relatou a seu respeito. São criaturas criadas por Deus do fogo.

"E criou os gênios do fogo vivo." (55:15)

E que foram criadas antes do homem. 

"Criamos o homem de argila, de barro modelável. Antes dele, havíamos criado os gênios de fogo puríssimo." (15:26-27)

Como os seres humanos, eles possuem o livre arbítrio.

"E, entre nós, há submissos, como também há os desencaminhados. Quanto àqueles que se submetem (a vontade de Deus), buscam a verdadeira conduta. Quanto aos desencaminhados, esses serão combustíveis do inferno." (72:14-15)

E dentre os gênios, há os que são muçulmanos, cristãos, judeus, budistas e etc. 

"E, entre nós (os gênios), há virtuosos e há também os que não o são, porque seguimos diferentes caminhos." (72:11

E comem e bebem (não devemos utilizar ossos, nem restos de animais para a nossa higienização, por serem alimentos dos gênios), eles tem a capacidade de nos ver, porém nós não o vemos quando eles estão em seu estado natural, eles têm a capacidade de aparecer em diversas formas, como ser humano, animal e etc. A prova disso é o Hadis conhecido, que foi relatado por Abu Huraira quando guardava as tâmaras da casa da moeda. A criatura mais mentirosa de todas as criaturas são os gênios. Demônio é o nome dado a todo gênio descrente e que se rebela contra Deus. Lúcifer, que é o pai dos demônios, era um gênio, como nos relata o Alcorão: 

"E (lembra-te) de quando dissemos aos anjos: Prostrai-vos ante Adão! Prostraram-se todos, menos Lúcifer, que era um dos gênios, e que se rebelou contra a ordem do seu Senhor..." (18:50)

Os demônios têm prole e todos são descendentes de Lúcifer. 

"Tomá-lo-eis, pois, juntamente com a sua prole, por protetores, em vez de Mim, apesar de serem vossos inimigos? Que péssima troca a dos iníquos!" (18:50)

Os gênios vivem no planeta terra, num mundo paralelo ao nosso. 

"Ó assembléia de gênios e humanos, acaso não se vos apresentaram mensageiros, dentre vós, que vos ditaram Meus versículos e vos admoestaram com o comparecimento neste vosso dia? Dirão: Testemunhamos contra nós mesmos! A vida terrena os iludiu, e confessarão que tinham sidos incrédulos." (6:130)

O profeta Salomão, que tinha autoridade sobre os gênios, foi a única pessoa a quem Deus concedeu este privilégio, o de ter domínio sobre eles. 

"E também (lhe submetemos a Salomão) alguns demônios que, no mar, submergiam e extraíam tesouros para ele, além de outros mistéres que lhe ordenasse, sendo Nós seu custódio." (21:82)

Os gênios não conhecem o incognoscível. A prova disso é que eles continuaram trabalhando para Salomão, depois da sua morte. 

"E quando dispusemos sobre sua morte (de Salomão), só se aperceberam dela em virtude dos cupins que lhe roíam o cajado; e quando tombou, os gênios souberam que, se estivessem de posse do incognoscível, não permaneceriam no afrontoso castigo." (34:14)

Os gênios, como os seres humanos, receberam as mensagens através dos profetas. 

"Ó assembléia de gênios e humanos, acaso não se vos apresentaram mensageiros, dentre vós, que vos ditaram Meus versículos e vos admoestaram com o comparecimento neste vosso dia? Dirão: Testemunhamos contra nós mesmos! A vida terrena os iludiu, e confessarão que tinham sido incrédulos." (6:130)

"Recorda-te de quando te enviamos um grupo de gênios, para escutar o Alcorão. E quando assistiam à recitação disseram: Escutai em silêncio! E quando terminaste a recitação, volveram ao seu povo, para admoestá-lo. Disseram: Ó povo nosso, em verdade escutamos a leitura de um Livro, que foi revelado depois do de Moisés, corroborante dos anteriores, que conduz o homem à verdade e ao caminho reto. Ó povo nosso, obedecei ao predicador de Deus e crede nele, pois (Deus) vos absolverá as faltas e vos livrará de um doloroso castigo. Quanto àqueles que não atenderem ao predicador de Deus, saibam que na terra, não poderão frustar (os desígnios de Deus), nem encontrarão protetores, em vez Dele. Estes estão em um evidente erro." (46:29-32)

A casa em que se lê a Surata da Vaca o diabo não entra nela durante três dias. As palavras de Deus queimam os gênios. Quem se relaciona com os gênios se torna descrente, eles não ensinam nada, nem colaboram com a pessoa antes que a mesma se torne descrente. Logo, é proibido para o muçulmano o contato com eles. Quando as pessoas procuram videntes ou curandeiros para se curar, Deus os abandona e os entrega a eles e os mesmos irão lhe tirar dinheiro e demorar na sua cura. Os gênios podem incorporar nos seres humanos e o tirarem da sua razão, da normalidade, e isto acontece com as pessoas por vários motivos, dentre eles a determinação de Deus, como o esquecimento da relembrança de Deus. Os gênios fazem acordo entre si. Por exemplo, caso haja alguém incorporado por um gênio a pessoa que vai tentar tirá-lo, também faz contato com os gênios. Este gênio, que é o seu contato, tenta negociar com o outro, para que o mesmo desocupe aquele corpo, havendo, assim, uma troca de interesses ou favores. 

Antes de se matar um animal, o muçulmano deve dizer bissmi-Leh, para, no caso em que este seja um gênio, não faça o mal se Deus quiser. O profeta Muhammad (S.A.W.S) disse "que o cachorro preto é o diabo." 

Os gênios também podem seqüestrar os seres humanos, como consta de uma história da época do Califa Omar (R. A .A). As casas mal assombradas são habitadas por gênios. E para nos protegermos deles, temos que ler os "duás" que o profeta nos ensinou. Caso contrário, eles podem nos possuir, ou até nos matar. Citarei abaixo alguns "duás" de proteção: 

1- Prece ao entrar em casa: Bissmi-leh. Disse o profeta (s. a .s):"Quando uma pessoa adentra a sua casa e diz Bissmi-leh, e também diz antes de comer, o demônio diz aos seus companheiros que não há morada e nem comida para vocês e caso não diga, o demônio diz: vocês conseguiram uma morada" (relatado por Muslim) e disse também: "Três tipos de pessoas se encontram protegidas, e mencionou entre elas uma pessoa que entrou em casa dizendo Assalamu alaikum" (relatado por Abu Daúd).

2- Prece ao sair de casa: "Bissmillah Tauakaltu Ala Allah, La Haula Ua La Kuata Illa Billah." (Em nome de Deus, me entrego a Deus, e não há força e nem poder a não ser em Deus). (relatado pelo Tirmizi). "Allahumma Inni Auzu Bika An Adilla au Udalla Au Azilla Au Uzalla Au Azlima Au Uzlam Au Ajahl Au Ujhal Alaia." (Ó Senhor meu, me amparo em Ti para que eu não desvie e nem seja desviado, para que eu não humilhe e nem seja humilhado, para que eu não cometa injustiça e nem seja injustiçado e para que eu não cometa nenhum ato da época da Jahilia e não venha a sofrer nenhuma ação da época da jahilia). (relatado por Abu Daúd).

3- Prece antes da refeição: "Bissmillah" (Em nome de Deus). E caso me esqueça de dizê-lo antes da refeição e me lembre durante ou no final dela, eu devo dizer: "Bissmillah Aualihi Ua Ahirihi" ( Em nome de Deus do ínicio ao fim). (relatado por Tirmizi). 

4- Prece após a refeição: "Alhamdu Lillahi Alazi Ataamani Haza Taam Ua razakníhi Min Ghairi Haulin Mini Ua La kua" ( Louvado seja Deus que me deu esse alimento e que me agraciou sem qualquer força ou poder de minha parte). (relatado por Abu Daúd). 

5- Prece antes de entrar no banheiro: "Bissmillah Alláhuma Inni Auzu Bika Minal Khubthi Ual Khabáith" (Em nome de Deus, Ó Senhor meu me amparo em Ti contra os gênios e as gênias). (relatado por Al Bukhari e por Muslim). E disse o profeta (s. a . s): [b]"a barreira entre os olhos dos gênios e as partes íntimas dos filhos de Adão, quando entram no banheiro, é dizer Bissmillah." (relatado por Tabarani). 

6- Prece ao sair do banheiro: [b]"Ghufrának" (O Seu perdão) (relatado por Tirmizi).

A crença nos gênios não é parte integrante dos pilares da fé, como o é a crença nos anjos. O Alcorão fala sobre eles, como fala dos seres humanos por exemplo. No entanto a crença na sua existência se dá pela crença do que veio relatado no Alcorão ao seu respeito como sendo verdadeiro, como sendo a palavra de Deus.
Fonte: http://ensinoquranesunnahbr.comunidades.net/