quarta-feira, março 11, 2015

A L M A D I N A PARA ONDE É QUE VAMOS?

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 02.03.2015

Vezes sem conta me questiono: qual é o mal que infesta a nossa sociedade? E quais são as causas desse mal? Será que tal mal deriva da falta de educação? Ou será que deriva ausência de valores na família? Ou deriva das más influências dos amigos?

Volta e meia a comunicação social mostra-nos o comportamento louco de alguns dos nossos jovens. Por exemplo, aos fins-de-semana, jovens, alguns de entre eles sob influência de álcool ou de estupefacientes, põem-se a fazer corridas e gincanas de carros na via pública, criando dificuldades ao tráfego normal e colocando em risco as suas vidas e também as dos transeuntes. Outros jovens, montados em bicicletas ou motociclos, fazem acelerações ruidosas perturbando o descanso das pessoas, fazem manobras acrobáticas transitando com a roda dianteira no ar, tudo isto na via pública, onde veículos e peões disputam espaço.

Este tipo de comportamento que caracteriza hoje muitos dos nossos jovens, deixa não só a muitos de entre nós preocupados, como também deixa preocupadas muitas outras pessoas por esse Mundo fora.

E infelizmente, as nossas autoridades fazem vista grossa a este tipo de comportamento por parte dos nossos jovens, pois pouco ou nada fazem para inverter o cenário. E ninguém em consciência sã pode estar satisfeito com o mau comportamento destes jovens.

Qual é a motivação para este tipo de práticas anormais que corroem a nossa imagem?

A sociedade não se deve apenas limitar a condenar este tipo de atitudes. Deve sim, fazer algo para extirpar este tipo de males.

Infelizmente, com este tipo de comportamento irresponsável, alguns dos nossos jovens não só põem em saldo as suas vidas, como expõem à insegurança social as suas famílias, os seus filhos, os seus pais, etc.

Devemos parar e pensar nisto. É imperioso que reativemos o papel da família, da educação em todos os níveis, e também dos fóruns religiosos para travar e extirpar este tipo de comportamento, para todos os efeitos inaceitável.

É imperioso que se introduzam leis que tenham em vista eliminar as causas que concorrem para os elevados níveis de mortalidade no seio dos nossos jovens, causadas por condução irresponsável e quiçá criminosa, que não só mata os próprios jovens como mata também pessoas inocentes.

Segundo o matutino “Notícias”, estatísticas indicam que o suicídio em Moçambique é o mais alto na Região Austral de África. Vemos jovens a matarem-se a si mesmos, seja sufocando-se, enforcando-se, imolando-se, envenenando-se, atirando-se do cimo de edifícios, etc. Mas o que é que leva as pessoas ao extremo de se matar? Encontramos esta tendência para o suicídio, não só em Moçambique mas também na Europa e em muitos outros países por esse Mundo fora. Muitos jovens põem fim às suas vidas ainda na flor da idade.

Na Europa, que aparentemente é um “paraíso” onde se diz haver de tudo, e para onde muitos jovens do chamado Terceiro Mundo tentam a todo o custo emigrar usando frágeis barcaças que não raras vezes naufragam no Mediterrâneo matando milhares de entre eles, os níveis de suicídio também são bastante elevados.

Segundo a revista “Newsweek”, edição de 20.02.2015, números recentes da secretaria do “National Statistics”, o suicídio na Europa está a matar três vezes mais pessoas do que acidentes, mais do que a leucemia, mais do que todas as doenças infecciosas ou de parasitose juntas. Só no Reino Unido, mais do que 6.000 pessoas morreram de suicídio em 2013.

Estes são os números oficiais, registados, pois decerto que se lhes acrescermos os números não registados a cifra sobe substancialmente. E 78% desses mortos por suicídio são homens. Consta que na Europa a probabilidade de os homens se suicidarem é quatro vezes maior relativamente à das mulheres. Ainda no Reino Unido, no ano passado morreram por suicídio mais homens do que soldados britânicos em combate em todas as guerras desde 1945.

E os que estão a cometer suicídio não o fazem devido à pobreza. Por sinal, até são os que têm tudo, desde fama, riqueza, prestígio e tudo o mais, sendo muitos deles jovens na flor da idade, mas mesmo assim sentem que algo lhes falta, o que os leva portanto a pensar que não vale a pena continuar a viver, pelo que decidem pôr termo às suas vidas. E diz-se que a tendência nos próximos anos é de o número de suicídios subir.

A fé desempenha um papel muto importante na vida de um crente, pois só o fato de este acreditar que no Outro Mundo será abundantemente recompensado por todas as doenças, por todos os sofrimentos, por todas as preocupações que durante a vida neste Mundo enfrentou, é uma grande consolação, pois ele acredita de forma convicta na promessa de Deus, e sabe que depois da dificuldade virá a facilidade.

Em contrapartida, o descrente quando encara alguma preocupação, doença, desemprego, quebra de relações, isolamento social, etc., não tem nenhum meio de consolação, entrega-se ao desespero, perde a cabeça e daí para o subsídio é um passo. Mesmo quando tem muito dinheiro, a ganância de ter mais e mais, não lhe deixa em paz, perturba-o. Quando é milionário, deseja ser bilionário. Quando é bilionário deseja ser multi-bilionário, e essa preocupação corrói a sua estrutura emocional.

Mas o crente, quando está preocupado ou quando sente que a vida lhe corre mal, sempre acalenta esperança em Deus, em dias melhores, pois tem a certeza de que depois dessa fase menos boa, suceder-se-á uma fase melhor, de alívio. Ele é como o agricultor no momento da sementeira e preparação do solo. Ainda que enfrente múltiplas dificuldades, ele fica tranquilo, pois sabe que depois de alguns dias colherá o bom fruto do seu esforço.

Há muitos outros jovens que não se suicidam, mas recorrem ao álcool e às drogas, tudo isso à procura de tranquilidade e sossego, como forma de fugir aos problemas. Mas com isso agrava ainda mais a sua situação. 

Recorrer à fé em Deus é a única forma de alcançar o sossego, a consolação e a tranquilidade. 

A L M A D I N A A CAMPANHA MALICIOSA

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad -23.02.2015

Quer parecer que nos últimos tempos as campanhas contra o Isslam se tornaram mais abertas e vigorosas, e uma parte substancial dessas campanhas logrou atingir os seus objectivos: denegrir a imagem do Isslam e dos muçulmanos através de palavras, imagens e caricaturas, dando a entender que o Isslam não é mais do que o que é transmitido através da caricaturização negativa. Afigura-se também ter-se tornado preocupação e objectivo principal da imprensa, particularmente a ocidental com todo o seu poderio tecnológico, manipular a opinião pública ao apresentar o Isslam e os muçulmanos sob as mais negras cores.

Uma parte da imprensa faz isso apenas por questões comerciais com o objectivo de elevar o gráfico de vendas. Esmeram-se a apurar técnicas de elaboração de títulos atrativos para conseguirem vender mais, mesmo que o conteúdo prime pela mentira grosseira, pois o princípio jornalístico de “reportar a verdade e apenas a verdade”, não conta, pois “outros mais altos valores se alevantam”.

Agem assim apenas em relação ao Isslam e aos muçulmanos, não o fazendo relativamente ao Cristianismo, Judaísmo, Hinduísmo, Budismo, etc. É difícil entender esta aversão ao Isslam cujo número de praticantes ascende a mais de um bilhão, o que corresponde a aproximadamente um quarto da população deste Planeta.

Por que razão se insiste em humilhar o Isslam e os seus ensinamentos? Será que só isso é que proporciona maiores lucros? 

Saliente-se aqui o fato de haver muita gente que se sente incomodada com a extraordinária força espiritual do Isslam, por atrair milhões de corações sequiosos nos quatro cantos do mundo, levando-os não só à adesão com gosto e convicção, mas também convidando outras pessoas a fazerem o mesmo. E é isto que leva o Ocidente a mover acções para travar o chamado “Avanço Isslâmico”.

E porque os meios de comunicação social são a arma mais eficaz para a concretização desta cruzada, movem-se campanhas de desinformação contra o Isslam e os muçulmanos para denegrir a sua imagem.

Os meios de comunicação social exercem uma grande influência nas pessoas, pois estas acreditam em tudo o que lhes é apresentado, mesmo que se trate de mentiras, particularmente quando as notícias são reforçadas com imagens, a maior parte delas autênticas montagens feitas a partir de cenas “holliwoodescas” ou de reportagens feitas em conflitos ocorridos há anos. E tudo isso tem nas pessoas um efeito pernicioso permanente, pois em presença das cenas reportadas, as pessoas acreditam como se tudo fosse real, influenciando portanto a opinião das pessoas em relação ao Isslam e aos muçulmanos.

Uma das razões para a continuação e intensificação dessa campanha maliciosa contra o Isslam, é o nosso constante mutismo e incapacidade de resposta, sendo por isso que os protagonistas dessa campanha, na ausência de uma reacção adequada sofisticam os métodos de humilhação aos muçulmanos.

Hoje pagamos uma pesada factura pelo nosso desleixo em cumprirmos com a nossa obrigação, sendo por isso que nos confrontam com mentiras, acusações e ofensas dirigidas ao Isslam, ao ponto de literalmente pontapearem o Al-Qur’án e imprimirem os seus versículos em sapatos e cuecas. Onde é que está o respeito pelas outras religiões e culturas?

Todavia, os muçulmanos não devem reagir com tamanha baixeza respondendo com os mesmos métodos. Devemos é defender este grande legado do Profeta Muhammad (S.A.W.) recorrendo à nossa capacidade moral e financeira.

Se existe algum mal-entendido entre o Isslam e o Ocidente, então devem-se procurar formas de eliminá-lo, edificando pontes de ligação, de compreensão e de diálogo construtivo que possa ser facilmente entendido por todos.

Se o Ocidente teme o Isslam, devemos explicar-lhe da melhor forma, pois este é na sua essência uma religião de paz e tolerância para com o próximo, e deseja a convivência pacífica através do diálogo.

A “mídia” desempenham de forma espantosa um papel importante na criação de tendências colectivas na sociedade, desperta a simpatia e a convicção nas pessoas para um comportamento específico, sem se recorrer à força material ou moral.

Deve-se aproveitar este grande instrumento que é a comunicação social para o bem e a virtude, e não para o mal, aproximando as pessoas e as várias religiões e culturas e criando o respeito mútuo.

Assim procedendo, poderão todos viver em paz, harmonia e progresso.

Não se deve permitir que os “media” se transformem em instrumento de Satanás para desviar as pessoas, fomentar o nudismo, a intriga, as guerras e todos os males que apoquentam a Humanidade.

Os muçulmanos devem também instalar meios de comunicação, com jornais e canais radiofônicos e televisivos, contribuindo assim para a difusão da virtude e da verdade, e assim tornarem patente a diferença entre a aplicação deste instrumento para a difusão da falsidade e a sua aplicação na difusão da verdade.

quinta-feira, março 05, 2015

A Religião e a Vida

O Pensamento Prudente é o Caminho Que Ilumina o Homem

Perguntou o homem a si próprio quem o criou?
Pensou ele em quem o criou, ou ele é auto-criador?
Se for impossível ao homem auto-criar-se, porque é inconcebível que seja criador e criado ao mesmo tempo, quem então o criou e o aperfeiçoou?
Perguntou o homem a si próprio por que foi criado?
Qual é a sua verdadeira missão nesta vida?
Foi ele criado para apenas se alimentar e desfrutar dos prazeres desta vida, ou a alimentação e o prazer são meios que o conservam até um término prefixado, e sua missão é mais importante do que isto?
Seria a missão do homem educar seus filhos, dar-lhes instrução e garantir-lhes o futuro, acumulando a maior quantidade de riquezas materiais?
Seria este o seu dever e parte de sua missão?
Se a sua missão for mais ampla do que isso, qual seria?
Pensou o homem no encerramento de seu papel nesta vida?
Ou os prazeres da vida constituem urna barreira entre ele o pensamento a respeito de seu fim?
Se a morte é uma verdade imutável, reconhecida por todos, quer sejam crentes ou descrentes, perguntou, acaso, o homem a si próprio qual seria o seu destino após a morte?
Haveria outra vida além desta?
Ou a vida do homem se encerra após a morte?
Teria o homem sido criado, em vão?
Se não for esse o caso, qual é a sua posição quanto a outra vida?
Haveria na outra vida prestação de contas?
Qual seria o destino do homem quanto a isto?
Seria a religião necessária ao homem nesta vida?
Se for necessária qual e a verdadeira religião?

Além dessas perguntas, há muitas outras que coexistem com o homem durante o transcorrer de sua vida e que indubitavelmente deverá o homem nelas pensar, pois o pensamento circunspeto, correto e isento de paixões, ambientes e imitações conduzirá o homem à verdade.

O homem, apesar de ser um animal, tem a faculdade da fala; e a fala correta e sã é sinal de sabedoria que, por sua vez, nada mais é do que uma conseqüência do pensamento. Assim sendo, o raciocínio é indispensável para que o homem possa conservar sua hombridade. Malgrado o homem seja criado de barro ou de sutil sêmen, seu espírito provém de Deus. Deus diz:

"Que aperfeiçoou tudo que criou e iniciou a criação do primeiro homem de barro; então, formou-lhe a prole de essência; depois o modelou; então, alentou-o de Seu Espírito. Dotou-vos da audição, da visão e do coração. Quão pouco Lhe agradeceis!" (Alcorão Sagrado, 32ª Surata, versículos 7-9)

Com esta dádiva divina, o homem consegue alcançar as alturas ou as profundezas, se o pensamento for estagnado ou desviado para o abismo e a perdição.

O homem, pois, não é um corpo sólido, vegetal ou animal irracional; é uma criatura responsável, por ter sido o único a aceitar o Encargo. Disse Deus:

"Por certo que apresentamos o encargo aos céus, à terra e às montanhas, que se recusaram e temeram recebê-la; porém, o homem se encarregou disso, mas provou ser um tirano e um insipiente." (Alcorão Sagrado, 33ª Surata, versículo 72).

Tendo em vista o peso e a magnitude deste Encargo, o homem deve pensar prolongadamente em si mesmo e naquilo que o cerca, nos céus e na magnitude de sua criação, naquele que deu origem ao movimento dos planetas e astros, naquele que fez do sol uma lâmpada e da lua uma reflexão da luz, na terra constituída de mares, rios, plantas e frutos, nas montanhas, nas colinas e nos vales, na noite e no dia, no vento que sopra e no frio que congela, na brisa suave, enfim em tudo que seja alvo de nossa visão e audição, de nosso olfato ou tato e sabor.

Se o pensamento circunspeto, correto, organizado e isento de fanatismo, paixões, ambientes e tradições constitui, sem dúvida, o caminho correto para se conhecer a verdade sobre aquilo que indagamos, que é o início da iluminação do homem nesta vida, o homem não pode negar nada a si nem à vida real que deve viver com o mínimo de raciocínio. Disse Deus:

"Dize: Poderão equiparar-se o cego e o que vê? Não meditais?" (Alcorão Sagrado, 6ª Surata, versículo 50)

Não ternos a pretensão de impor a qualquer pessoa um certo raciocínio ou um dogma correto de que ele necessita, mas queremos com isto fazer o homem pensar um pouco, seja individualmente ou em companhia de outro. Disse Deus:

"Dize-lhes: Exorto-vos a uma só coisa: que vos consagreis a Deus, em pares ou individualmente, isso para que não penseis que vosso companheiro é um energúmeno. Ele não é senão vosso admoestador, que vos adverte face a um terrível castigo." (Alcorão Sagrado, 34ª Surata, versículo 46).

O que nos fez incentivar o homem a pensar em tudo aquilo que apresentamos é a fraternidade, pois nada queremos de ninguém além de convocarmos as pessoas a se julgarem, após raciocinarem em si e que cada um escolha o caminho a seguir.

A Imperiosidade Da Auto-Existência De Deus

Se o homem pensar em si ou em tudo que o rodeia, percebe que tudo é mutável. O sol, ao amanhecer, é inconstante, pois começa a declinar ao meio-dia, transformando-se em ocaso ao anoitecer. A lua, além de seu novilúnio e seu minguamento, muda a sua forma para o cômputo do tempo.

O dia não conserva a sua luminosidade, e a noite não conserva as suas trevas, um sucede ao outro alternadamente. O vento, por sua vez, ora é uma brisa, ora é um tufão; ora é frio, ora é quente.

No mesmo dia vemos o céu límpido, com a temperatura amena; repentinamente, a chuva começa a cair, o frio aumenta, formando uma tempestade formidável.

A árvore frutífera provém de uma semente; a chuva que caí do céu era vapor d'água e então nuvens. O próprio ser humano, de embrião transforma-se em criança, então em adulto, então em ancião.
Tudo se transforma, e tudo tem um fim. E se esse Universo é mutável é porque existe, pois a mutabilidade indica a existência; e se o Universo existe ou foi criado, deve ter um Criador.

É inconcebível admitirmos que o papel sobre o qual escrevemos, o lápis com o qual escrevemos, que o relógio que consultamos para conhecermos a hora, e outras coisas que utilizamos, sejam pequenas ou grandes, tenham um criador, e que todo esse Universo, com tudo que possui de maravilhas e perfeições, de organização precisa, não tenha um criador.

Quem, pois, criou a terra?
Quem a submeteu e a preparou para o homem, para a vida animal e vegetal?
Quem fixou as montanhas?
Quem criou o homem e o aperfeiçoou?
Quem fez do sol uma lâmpada e da lua uma luz refletora?
Quem faz a água descer do céu?
Quem faz as plantas germinarem?

Se o homem considerar que o lápis, com o qual ele escreve, na sua minusculosidade, tem um criador, e este Universo, com toda a sua magnitude e perfeição, não o tenha, então ele está, desprezando a si próprio.

O que temos a dizer é que uma coisa ou é "auto-existente", não havendo inicio para a sua existência, ou "passível de existir", necessitando de alguém que a faça existir, ou "inexistente", impossível de existir. O Universo que vemos não pode ser "inexistente", pela lógica da visão, nem é "auto-existente", porque se assim fosse, ele se auto-criaria, ou seja, não teria criador.

Nenhum ser racional pode afirmar que a terra, por exemplo, que é uma minúscula parte deste Universo, é auto-criadora, e que se colocou nesta perfeição, com a distância exata do sol e da lua.

Se o Universo é mutável, como dissemos antes, e o auto-existente é imutável, logo o Universo não é "auto-existente".

Portanto, se o Universo não é auto- existente nem inexistente, então é passível de existir. E se é passível de existir, deve ter um criador, que o criou do nada.

Este criador não pode ser " passível de existir" senão ele próprio teria de ter um criador. Nem pode ser inexistente, porque o inexistente não pode criar o que existe. Portanto, deve ser auto-existente. E é Deus, Glorificado e Exaltado seja! Diz Deus:

"Deus é a Luz dos céus e da terra. O exemplo de Sua Luz é como o de um nicho em que há uma candeia; esta está num recipiente; e este é corno uma estrela brilhante, alimentada pelo azeite de uma árvore bendita, a oliveira que não é oriental nem ocidental, cujo azeite brilha, ainda que não lhe toque o fogo. É luz sobre luz! Deus conduz até Sua Luz a quem Lhe apraz. Deus exemplifica aos humanos, porque é Onisciente. (Semelhante luz brilha) nos templos que Deus tem consentido sejam erigidos, para que neles seja celebrado o Seu nome e neles O glorifiquem de manhã e à tarde, por homens a quem os negócios não desviam da recordação de Deus, nem da observância da oração, nem do pagamento do tributo. Temem o dia em que os corações e os olhos se transformem." (Alcorão Sagrado, 24ª Surata, versículos 35-37)

E diz:

"Nós vos criamos. Por que, pois, não credes (na Ressurreição)? Haveis reparado, acaso, no que ejaculais? Por acaso, criais vós isso ou somos Nós o Criador?" (Alcorão Sagrado, 56ª Surata, versículos 57-59)

E diz:

"Haveis reparado, acaso, no que lavrais? Porventura, sois vós os que fazeis germinar ou somos Nós o Germinador?" (Alcorão Sagrado, 56ª Surata, versículos 63-64)

E diz:

"Haveis reparado, acaso, na água que bebeis? Sois vós, ou somente somos Nós quem a faz descer das nuvens?''
(Alcorão Sagrado, 56ª Surata, versículos 68-69)

Deus é Único e Não Possui Semelhantes

Um dos fatores que levaram o homem à perdição e o desviaram do caminho da iluminação é a alegação de que Deus Possui semelhantes.

No entanto, se o homem racional pensar um pouco, por alguns minutos, terá a convicção de que esta alegação é falsa e frustrante.

As razões da falsidade dessa alegação são muitas, dentre as quais podemos citar as seguintes como exemplo:

Primeiro: As questões de haver semelhantes determinaria a inexistência da própria divindade, Pois não é possível imaginar que o Auto-Existente, ou seja, Deus, Quem criou tudo com perfeição e minuciosidade tenha um semelhante. Se o tivesse para criar este universo e o controlar, não seria Auto-Existente.

Segundo: Suponhamos, como alegam os ateus, que existem dois deuses ou mais. Se os dois tivessem determinado criar o mundo, não se poderia realizar a existência, pois uma mente não poderia imaginar que duas forças se unissem para a criação de uma só coisa.

Entretanto, tendo em vista que o mundo existe como podemos ver, aquele que o criou é um Deus único que, por sua vez, não possui semelhantes.

Pois se os dois tivessem uma divergência, de modo que um quisesse criar o mundo e o outro rejeitasse, aquele que não quisesse criar o mundo não poderia ter o nome de Deus pelo fato de ser incapaz, devido ao fato de o mundo existir, e, aquele que quisesse criar o mundo é o Deus.

Os possuidores de mentes iluminadas estão convictos de que tanto uma empresa, uma aeronave ou um estado só podem ter desempenhos positivos se colocados sob um só comando. Portanto, comandaria mais que um Deus este mundo tão organizado, preciso e magnífico?

O Alcorão ilustra bem isso, pois Deus diz:

"Se houvesse em ambos (os céus e a terra) outras divindades além de Deus, (os céus e a terra) já se teriam desordenado. Glorificado seja Deus, Senhor do Trono, de tudo quanto lhe atribuem." (Alcorão Sagrado, 21ª Surata, versículo 22)

Em sua exegese, Almaraghi diz: "O monoteísmo é comprovado pelo argumento racional, e nega a existência de semelhantes a Deus".

E diz: "Se houvesse em ambos (os céus e a terra) outras divindades além de Deus, já se teriam desordenado".

Ou seja, se houvesse nos céus e na terra outra divindade além de Deus haveria o caos e pereceriam todos os que neles se encontrassem, porque se existissem dois deuses, ou eles entrariam em acordo, ou divergiriam entre si, quanto ao comando do Universo.

A primeira alternativa é falsa, pois se um deles quisesse a criação e o outro não, este seria incapaz, e um deus não poderia assim ser.

A segunda alternativa é também falsa, pois se os dois elaborassem juntos a criação isto consistiria no fato de dois criadores manifestarem sua criação em uma só criatura. Logo, tendo em vista de que aquele que gera os céus e a terra só pode ser um só Deus, Este não pode ser senão Deus. Disse Deus:

"Deus não teve filho algum nem jamais nenhum outro deus compartilhou com Ele a divindade! Porque se assim fosse, cada deus teria se apropriado de sua criação e teriam prevalecido uns sobre outros. Glorificado seja Deus de quanto Lhe atribuem!'' (Alcorão Sagrado, 23ª Surata, versículo 91)

lbn Al Kacir diz:

"Se fosse possível haver politeísmo, cada deus se isolaria com aquilo que criou. Assim, não se poderia organizar a criação. Entretanto, observa-se que a existência é regular e está em harmonia, quer com o mundo superior, quer com o inferior que, por sua vez, estão interligados com a máxima perfeição. Por outro lado, cada um dos deuses desejaria a derrota do outro, tornando-se, assim, superior ao outro. Há aqueles que constataram isto com a prova;

"Não acharás imperfeição alguma na criação do Clemente" (67ª Surata, versículo 3), isto é, supondo-se dois elaboradores ou mais, onde um deles quisesse a movimentação de um determinado corpo, e o outro quisesse mantê-lo em repouso, estes seriam incapazes se suas vontades não fossem satisfeitas. Assim sendo, o "Auto-Existente" não é incapaz, além de que é impossível o encontro de duas vontades contrárias e isto vem para provar a falsidade do politeísmo. Se a vontade de um for satisfeita e a do outro não, o vencedor seria o auto-existente, enquanto o outro seria o pois não caberia ao auto-existente o adjetivo vencido de fato, Por isso Deus diz: "... teriam prevalecido uns sobre outros. Glorificado seja Deus de quanto Lhe atribuem!'' (Exegese do Alcorão, Volume 3, pág. 254)

Terceiro: A alegação da existência dos semelhantes pelos politeístas, os quais dizem serem estes semelhantes criaturas de Deus; se assim for, estes parceiros não têm a capacidade de constituir benefícios ou prejuízos para si nem para terceiros.

Logo, como poderia o homem neutralizar a sua mente, alegando a existência de outros deuses humanos ou não?
Estes semelhantes, se forem humanos, não se diferenciariam do homem em nada, pois, se assim forem, alimentar-se-iam, adoeceriam e morreriam, tudo isto em igualdade corri todos os seres humanos. Seriam servos de Deus, como o são os homens. Portanto, não estariam os politeístas dando a estes deuses características incompatíveis com eles (alegando seu teísmo)?

Ou melhor, não estariam eles igualando entre terra e ouro, entre água e fogo?

Por outro lado, admitimos a hipótese destes semelhantes serem animais, tais como vaca, cabrito, etc..., animais estes sagrados para o homem e considerados, por este, semelhantes a Deus. Na verdade, estes animais são os menos influentes na criação, como se constata.

Além disto, eles são exemplo de ignorância, fraqueza e incapacidade. Logo, poderia ser possível que estes animais tenham capacidade e aptidão para a criação do universo? Não estaria o homem gozando-se a si mesmo ao neutralizar a sua mente, acreditando que tais animais são sagrados, que ocupam posições de comando neste universo e que são semelhantes a Deus?

E se estes semelhantes assumirem outra natureza, tais como o sol, a lua e os planetas?

Estes seriam objetos de ironia por parte do homem e, conseqüentemente, não poderiam ser semelhantes a Deus. Portanto, como se pode igualar Deus a um semelhante que não tenha consciência do que sente e faz?

Quarto: As alegações desses semelhantes perante o pensamento correto. Na verdade,, tais semelhantes e politeístas, quer tenham a faculdade da fala ou não, não têm o direito de alegar que criaram a terra com suas criaturas, o céu e aquilo que nele existe, ou o sol e a lua, ou a noite aconchegante e o dia, ou a água e o ar, ou o homem, os animais e as coisas, ou terem a faculdade de comandar este Universo. Diz Deus:

"E se lhes perguntas: Quem criou os céus e a terra e submeteu o sol e a lua? Eles respondem: Deus! Então, porque se retraem?" (Alcorão Sagrado, 29ª Surata, versículo 61)

E diz:

"E se lhes perguntas: Quem faz descer a água do céu e com ela vivifica a terra depois de haver sido árida? Respondem-te: Deus! Dize: Louvado seja Deus! Porém a maioria é insensata." (Alcorão Sagrado, 29ª Surata, versículo 63)

E diz ainda:

"E se lhes perguntares quem criou os céus e a terra, seguramente te responderão: Deus! Dize-lhes: Tereis reparado nos que invocais em vez de Deus? Se Deus quisesse prejudicar-me, poderiam, acaso, impedi-lo? Ou então, se Ele quisesse favorecer-me com alguma graça, poderiam eles privar-me dela? Dize-lhes mais: Deus me basta! A Ele se encomendam aqueles que confiam." (Alcorão Sagrado, 39ª Surata, versículo 38)

Se os próprios alegados semelhantes negam a criação de qualquer coisa neste universo, por sua incapacidade e fraqueza, como podem ser tomados como semelhantes a Deus?

Diz Deus, revelando a incapacidade dos semelhantes e a insipiência dos politeístas:

"Ó humanos, eis um exemplo; escutai-o, pois: Aqueles que invocais, em vez de Deus, jamais poderiam criar uma mosca; ainda que, para isso, se juntassem todos. E se a mosca lhes arrebatasse algo, não poderiam resgatá-lo, porque tanto o solicitador como o solicitado, são impotentes." (Alcorão Sagrado, 22ª Surata, versículo 73)


A Missão Do Homem Nesta Vida

Teria o homem uma missão nesta vida, por causa da qual foi criado e de acordo com a qual deve agir para cumpri-la, ou teria ele sido criado sem nenhuma missão na face da terra?
Possuiria tudo que existe na face da terra uma missão, ou somente o homem a possui?
Será que todas as criaturas cumprem com as missões que lhe foram destinadas e que são a razão de sua existência, ou somente algumas delas alcançaram o fim para os quais Deus as criou?
Ou será que uma parte das criaturas nada cumpriu?

São inumeráveis perguntas que, se o homem sensato nelas pensar, apinhar-se-ão sobre ele e reiterarão por resposta.

Algumas pessoas Deus guia à verdade, enquanto outros ficam filosofando a respeito de sua existência de acordo com suas paixões; outros ainda não se encaminham à uma reposta que possa convencê-los ou sossegue seu coração.

Entretanto, estas perguntas são de extrema gravidade, uma vez que suas respostas definem o comportamento do homem nesta vida e na outra, porque a felicidade do homem na outra vida depende de seus atos nesta vida e do cumpri- mento de sua missão.

Para que possamos desvendar o mistério de todas ou algumas dessas perguntas, dizemos:

Tendo em vista que este Universo, com tudo que nele existe, foi criado e harmonizado por Deus, é incontestável que cada átomo nele existente foi criado proporcionalmente, e que tudo que nele existe, foi criado com uma finalidade e possui uma missão.
A nossa ignorância dessa finalidade ou dessa missão não prova a sua inexistência. Nós, além de ignorarmos muitas coisas que nos rodeiam, ignoramos muito de nós mesmos. Diz Deus:

"E não criamos os céus e a terra e tudo quanto existe entre ambos, senão com justa finalidade." (Alcorão Sagrado, 15ª Surata, versículo 85)

E diz:

"Não criamos os céus e a terra e quanto existe entre ambos por mero passatempo. E se quiséssemos diversão, tê-lo-íamos encontrado entre as coisas próximas de Nós, se Nós fizéssemos (tal coisa)." (Alcorão Sagrado, 21ªSurata, versículos 16-17)

E diz ainda:

"Que possui o reino dos céus e da terra. Não teve filho algum, nem tampouco teve parceiro algum no reino. E criou todas as coisas e deu-lhes as devidas proporções." (Alcorão Sagrado, 25ª Surata, versículo 2)


E diz ainda mais:

"Deus sabe o que concebe cada fêmea, bem como o que absorvem as suas entranhas e o que nelas aumenta e o que diminui: e com Ele tudo tem sua medida apropriada." (Alcorão Sagrado, 13ª Surata, versículo 8)

E se tudo que existe foi criado com uma finalidade e possui uma missão, então, de certo que o homem tem uma missão, por causa da qual foi criado, e de acordo com a qual deve agir para cumpri-la.
Deveras, a missão do homem nesta vida é a mais magnífica das missões, porque Deus o dignificou o preferiu à maior parte de Sua criação.

Diz Deus:

"Enobrecemos os filhos de Adão e os conduzimos pela terra e pelo mar; agraciamo-los com todo o bem e os preferimos enormemente sobre a maior parte de quanto tenhamos criado." (Alcorão Sagrado, 17ª Surata, versículo 70)

A magnitude da missão do homem é proporcional à dignidade que Deus lhe outorgou. Ele lhe submeteu tudo que lhe é benéfico nesta vida. Submeteu-lhe o sol, a lua, a noite e o dia, a água, o ar e tudo que existe nos céus e na terra. Disse Deus:

"Deus foi Quem criou os céus e a terra e é Quem envia a água do céu com a qual produz os frutos para o vosso sustento! Submeteu-vos os navios que, com Sua anuência, singram os mares, e submeteu-vos os rios. Submeteu-vos o sol e a lua, que sequem seus cursos; submeteu-vos a noite e o dia. E vos agraciou com tudo quanto Lhe havíeis suplicado. E se contardes as mercês de Deus, não podereis enumerá-las. Sabei que o homem é iníquo e ingrato por excelência." (Alcorão Sagrado, 14ª Surata, versículos 32-34)

E disse:

"Deus foi Quem vos submeteu o mar para que, com Seu beneplácito, nele singrassem os navios e para que 1 procurásseis algo de Sua bondade, a fim de que O agradecêsseis. E vos submeteu tudo quanto existe nos céus e na terra, pois tudo d'Ele emana. Em verdade, nisto há sinais para os que meditam." (Alcorão Sagrado, 45ª Surata, versículos 12-13)

O homem, além do que já citamos, é o único dentre as criaturas que aceitou o Encargo. Disse Deus:

"Por certo que apresentamos o Encargo aos céus, à terra e às montanhas, que se negaram e temeram recebê-lo; porém, o homem se encarregou disso, mas provou ser um tirano e um insipiente" (Alcorão Sagrado, 33ª Surata, versículo 71)

A missão do homem se cumpre devido a três fatores:

1º - Adorar a Deus e seguir a doutrina que Ele enviou com Seus profetas. Esta é a essência da missão do homem nesta vida. Disse Deus:

"Não tenha criado gênios e humanos, a não ser com o intuito de que Me adorarem." (Alcorão Sagrado, 51ª Surata, versículo 56)

Adorar a Deus é submeter-se a Ele, glorificando-O e cumprindo as Suas leis.

A aplicação da doutrina revelada a Seu Profeta Muhammad e o cumprimento dos pilares do Islam, testemunhando que não há deus a não ser Deus e que Muhammad é o Seu Mensageiro, praticando a oração, pagando o tributo, jejuando o mês de Ramadan e peregrinando à Casa Sagrada quando tiver posses para tal, é adoração.

Obedecer a Deus naquilo que nos ordenou, é adoração. Obedecer ao Mensageiro, por ser o encarregado de transmitir a Mensagem de Deus, é adoração.

Se o homem adorar a seu Senhor da forma apresentada aqui, cumprindo as leis da doutrina e obedecendo a seu Senhor no que foi ordenado, seguindo o Mensageiro naquilo que ele transmitiu a respeito de seu Senhor, estará cumprindo a missão que lhe foi outorgada.

2º - A edificação da terra é o cumprimento da missão do homem. A edificação da terra só pode ser realizada com o aproveitamento das dádivas incomensuráveis que Deus nela disseminou, quer seja sobre a terra ou no seu interior. Disse Deus:

"Ele foi Quem vos criou da terra e nela vos enraizou." (Alcorão Sagrado, 11ª Surata, versículo 61)

E disse:

"Ele foi Quem vos fez a terra manejável. Percorrei-a, pois, por todos os seus quadrantes e desfrutei de Suas mercês; a Ele será o retorno!" (Alcorão Sagrado, 67ª Surata, versículo 15)

E disse mais:

"E criamos o ferro que encerra grande poder, além de outros benefícios para os humanos." (Alcorão Sagrado, 57ª Surata, versículo 25)

E disse ainda:

"Ele foi Quem vos criou jardins com plantas trepadeiras ou não, assim como as tamareiras, as sementeiras com frutos de vários sabores, as oliveiras e as romãzeiras, pares e dispares. Comei de seus frutos quando frutificarem e pagai seu tributo no dia da colheita e não vos excedais, porque Deus não ama os transgressores." (Alcorão Sagrado, 6ª Surata, versículo 141)

E disse mais ainda:

"E na terra há regiões vizinhas (de diversas características); há plantações, vinhedos, sementeiras e tamareiras, pares e díspares; são regadas pela mesma água e distinguem-se umas das outras pela variedade de frutos. Nisto há sinais para os sensatos." (Alcorão Sagrado, 13ª Surata, versículo 4)

E disse ainda mais:

"Deus vos designou moradas e vos proporcionou tendas feitas de pelos de animais, as quais manejais facilmente no dia de vossa viagem, bem como no dia de vosso acampamento; e de sua lã, de sua fibra e de seus pelos elaborais alfaias e artigos que duram longo tempo." (Alcorão Sagrado, 16ª Surata, versículo 80)

E disse mais ainda:

"E criou o gado do qual obtendes vestimentas, alimento e outros benefícios, e tendes nele encanto, quer quando o conduzis aos apriscos, quer quando, pela manhã, o levais para o pasto. Ainda leva vossas cargas até as cidades, às quais jamais chegaríeis, senão à custa de grande esforço. Sabei que vosso Senhor é Compassivo, Misericordiosíssimo. E criou o cavalo, o mulo e o asno para serem cavalgados e para o vosso deleite, e cria coisas mais que ignorais." (Alcorão Sagrado, 16ª Surata, versículos 5-8)

E disse ainda:

"E tendes exemplos nos animais; damo-vos para beber o que há em suas entranhas; sai, dentre sedimentos e sangue, leite puro e saboroso para aqueles que o bebem. E dos frutos das tamareiras e das videiras vós extraís uma bebida inebriante e benéfica. Nisto há sinal para os sensatos. E teu Senhor inspirou as abelhas, dizendo: Construí vossas colméias nas montanhas, nas árvores e nos locais em que vos forem designados. Alimentai-vos de toda classe de frutos e esvoaçai pelas sendas traçadas por vosso Senhor! Sai de seu abdômen um líquido de variegadas cores que constitui um bálsamo para o homem. Nisto há sinal para os que refletem." (Alcorão Sagrado, 16ª Surata, versículos 66-69)

Além destas dádivas, há outras inumeráveis, cognoscíveis incognoscíveis. Estes versículos esclarecem que o Criador, o Formador e o Harmonizador é Deus, e que o homem deve desfrutar dessas dádivas. Para que o homem desfrute totalmente da criação de Deus, deve seguir e realizar os seguintes passos:

a) A ciência: Ela é o único caminho que indica a realidade dos benefícios das coisas. Por isso, vemos que foi essa característica que proporcionou a Adão candidatar-se a ser o herdeiro de Deus na terra, distinguindo-o do resto da criação. Disse Deus:

"Ele ensinou a Adão todos os nomes (de seres e coisas) e depois apresentou-os aos anjos e lhes disse: Nomeai-os para Mim se sois verazes. Disseram: Glorificado sejas! Não possuímos mais conhecimento, além do que Tu nos proporcionaste, porque somente Tu és Prudente, Sapientíssimo. Ele ordenou: Ó Adão, revela-lhes seus nomes. E quando ele lhes revelou seus nomes, asseverou (Deus): Não vos disse que conheço o mistério dos céus e da terra, assim como o que manifestais e o que ocultais?'' (Alcorão Sagrado, 2ª Surata, versículos 31-33)

Por isso, Deus nos estimula a percorrermos a terra, a olharmos, pesquisarmos, adquirirmos conhecimento, para avaliarmos o Poder de Deus em sua criação e na sua harmonia. Disse Deus:

"Não reparam, acaso, em como Deus origina a criação e logo a reproduz? Em verdade, isso é fácil a Deus. Dize-lhes: Percorrei a terra e contemplei como Deus origina a criação; assim sendo, Deus pode produzir outra criação, porque Deus é Onipotente." (Alcorão Sagrado, 29ª Surata, versículos 19-20)

A ciência, além de ser o único caminho para desfrutarmos das dádivas de Deus, é também o caminho exemplar para avaliarmos a Onipotência e a Magnificência de Deus. Por isso, os sábios são os que mais reverenciam e se submetem a Deus. Disse Deus:

"Não reparas em que Deus faz descer a água do céu? E produzimos com ela frutos de várias matizes; e também há extensões de montanhas, brancas, vermelhas, de diferentes cores, e há as de intenso negro. E entre os humanos, entre os répteis e entre o gado, há os também de diferentes cores. Os sábios dentre os servos de Deus, só a Ele temem, porque sabem que Deus é Poderoso, lndulgentíssimo." (Alcorão Sagrado, 35ª Surata, versículos 27-28)

b) O planejamento: O homem necessita sempre das dádivas de Deus, porém, estas necessidades têm graus diferentes de importância, Assim sendo, a necessidade quanto à alimentação, por exemplo, não é a mesma com referência às rosas e às flores; da mesma forma, a necessidade quanto à água não se iguala com a necessidade quanto a algo para se cobrir a cabeça.

As necessidades dos indivíduos variam segundo suas atividades, seus costumes e tradições. Posto isso, seria indispensável a realização de um certo planejamento que fixa as prioridades fundamentais do homem, para que ele possa desfrutar plenamente das dádivas que Deus lhe criou.

Vale lembrar que Deus inspirou o profeta José (que a Paz esteja sobre ele) no seu planejamento para salvar o povo do Egito de uma fome fatal, economizando alimentos, permitindo-lhes, posteriormente, prestar ajuda a outros povos assolados pela fome. Enfatizarmos o fato de que José fez seu planejamento por inspiração emanada de Deus, para um período de quinze anos, com muito sucesso.

Assim, seu povo e os povos vizinhos desfrutaram de muitos benefícios, enquanto hoje, há vários países impossibilitados de elaborar um plano qüinqüenal, apesar do progresso científico que alcançamos. José (que a Paz esteja sobre ele), porém, em seu planejamento, não levou em consideração apenas as pessoas, mas cuidou também de preservar os animais, pois estes proporcionavam alimento e auxiliavam no trabalho. Disse Deus:

"E disse aquele dos dois prisioneiros, o que foi liberto, recordando-se (de José) depois de algum tempo: Enviai-me a quem sabe dar interpretações, que voltarei com ela. (Foi enviado e, quando lá chegou, disse:) ó José, 6 veracíssimo, explica-me o que significam sete vacas gordas sendo devoradas por sete magras, e sete espigas verdes e outras sete secas, para que eu possa regressar àquela gente, a fim de que se conscientizem. Respondeu-lhe: Semeareis durante sete anos, segundo a costume e, do que colherdes, deixai ficar tudo em suas espigas, exceto o pouco que haveis de consumir. Então virão, depois disso, sete anos estéreis que consumirão o que tiverdes poupado para isso, mesmo o pouco que tiverdes reservado (à parte). Depois disso virá um ano no qual as pessoas serão favorecidas com chuvas, em que espremerão os frutos." (Alcorão Sagrado, 12ª Surata, versículos 45-49)

c) A precisão do trabalho: Para que o homem possa se beneficiar de seu trabalho e planejamento no que diz respeito à edificação da terra e às dádivas que Deus lhe oferece, é indispensável a precisão no trabalho. Na verdade, o Islam nos incentiva ao trabalho, ao esforço e ao labor. Disse Deus:

"Fizemos a noite como um manto, e fizemos o dia para ganhardes o sustento." (Alcorão Sagrado, 78ª Surata, versículos 10-11)

Além de incentivar seus adeptos a trabalharem e se esforçarem, a Islam determina àquele que deixa de pensar em si mesmo e ajuda os pais, os pobres, os familiares necessitados, provendo-os e mantendo-os, a mesma recompensa daquele que luta pela causa de Deus.

Certo dia o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele), estava sentado juntamente com seus Companheiras, quando viram um rapaz forte, que acordara cedo para ir ao trabalho. Disseram:

"Ah, se este rapaz usasse sua força e juventude pela causa de Deus!" O Profeta retrucou: "Não dizeis isto, pois se ele estiver se esforçando para se manter e não depender dos outros, estará lutando pela causa de Deus. Se estiver se esforçando para ajudar os pais fracos, ou os familiares necessitados, provendo-os e mantendo-os, estará lutando pela causa de Deus. Entretanto, se estiver se esforçando por orgulho e amor próprio, estará lutando pela causa do sedutor."

O Islam não só nos incentiva a trabalharmos, mas também nos estimula a aperfeiçoarmos esse trabalho. Diz o Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele):

"Deus deseja que, quando alguém fizer algo que o faça bem feito."

3º- A Herança de Deus na Terra: Ser herdeiro de Deus na terra é aplicar as Suas leis e mandamentos, adotando-se o sistema de Deus corno caminho e senda para toda a humanidade que por ele será orientada, na sua senda caminhará, e as Suas leis adotará.

O sistema de Deus é aquele trazido por todos os Profetas. Se os homens adotarem o sistema de seu Senhor, elevar-se-á a bandeira da justiça, a Palavra de Deus será exaltada e a herança de homem será cumprida.

Aqueles que aplicam o sistema de Deus, ou o conteúdo da missão do Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus esteja sobre ele), por ser a última das missões, em si próprios, em seus familiares e em seus povos, são os verdadeiros herdeiros de Deus.

Aqueles que se negam a seguir o sistema de Deus e sequem os códigos e as leis por eles inventados, ou sequem a outros, não podem ser considerados herdeiros de Deus, mesmo que se tenham denominado muçulmanos.
Logo, cumprir a herança de Deus é adotar o Seu sistema em todos os rituais, nos relacionamentos, na moral, nos costumes, e em todas as atividades humanas.

Ao adotarmos integralmente o sistema de Deus, fazendo-o parte integrante de nossa vida, cumpriremos a nossa verdadeira missão, por causa da qual foi o homem criado. Disse Deus:

''(Recorda-te Ó Profeta) de quando teu Senhor disse aos anjos: Vou instituir um herdeiro na terra! Perguntaram-lhe: Estabelecerás nela quem ali fará corrupção, derramando sangue, enquanto nós celebramos Teus louvores, glorificando-Te ? Disse (o Senhor): Eu sei o que vós ignorais. Ele ensinou a Adão todos os nomes (de seres e coisas) e depois apresentou-os aos anjos e lhes falou: Nomeai-os para Mim se sois verazes. Disseram: Glorificado sejas! Não possuímos mais conhecimento, além do que Tu nos proporcionaste, porque somente Tu ás Prudente, Sapientíssimo. Ele ordenou: ó Adão, revela-lhes seus nomes. E quando ele lhes revelou seus nomes, asseverou (Deus): Não vos disse que conheço o mistério dos céus e da terra, assim como o que manifestais e o que ocultais?" (Alcorão Sagrado, 2ª Surata, versículos 30-33)

E disse.

"Deus prometeu àqueles, que dentre vós crêem e praticam o bem, fazê-los herdeiros da terra, como fez com seus antepassados; consolidar-lhes a religião que escolheu para eles e trocar sua apreensão por tranqüilidade. Que Me adorem e nada Me atribuam!" (Alcorão Sagrado, 24ª Surata, versículo 55)

E para que a herança do homem sobre a terra seja real, Deus submeteu ao homem tudo que nela existe de animais, vegetais e materiais.

Disse Deus:

"E criou o gado do qual obtendes vestimentas, alimento e outros benefícios. E tendes nele encanto, quer quando o conduzis aos apriscos, quer quando, pela manhã, o levais para o pasto. Ainda leva vossas cargas até as cidades, às quais jamais chegaríeis senão à custa de grande esforço. Sabei que vosso Senhor é Compassivo. Misericordiosíssimo. E criou o cavalo, o mulo e o asno para serem cavalgados e para vosso deleite, e cria coisas mais que ignorais.'' (Alcorão Sagrado, 16ª Surata, versículo 5-8)

E disse:

"Ele é Quem envia água do céu, da qual bebeis, e mediante a qual brotam arbustos com que alimentais o gado; e com ela faz germinar a plantação, a oliveira, a tamareira, a videira, bem como toda sorte de frutos. Nisto há um sinal para os que refletem. E submeteu-vos a noite e o dia; o sol, a lua e as estrelas estão submetidos às Suas ordens. Nisto há sinais para os sensatos, bem como em tudo quanto vos multiplicou na terra, de variegadas cores. Certamente nisto há sinal para os que meditam. E foi Ele Quem vos submeteu o mar para que dele comêsseis carne fresca e retirásseis certos ornamentos com que vos enfeitais. Vedes nele os navios sulcando as águas à procura de algo de Sua graça; quiçá sejais agradecidos. E fixou na terra sólidas montanhas, para que ela não estremeça convosco, bem como rios, e caminhos pelos quais vos guiais. Assim como os marcos, constituindo-se das estrelas, pelas quais eles se guiam. Poder-se-á comparar o Criador com quem nada pode criar? Não meditais? Porém, se pretendentes contar as mercês de Deus, jamais podereis enumerá-las. Sabei que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo." (Alcorão Sagrado, 16ª Surata, versículos 10-18)

Com estes três fatores: A adoração de Deus, a edificação da terra e a herança, cumpre-se a verdadeira missão do homem nesta vida.
O que devemos frisar que o primeiro fator, a adoração de Deus, é a essência da missão do homem. Os outros dois fatores ajudam a cumprir e fortalecer essa missão. Disse Deus:

"Não tenho criado gênios e humanos, a não ser com o intuito de que Me adorem." (Alcorão Sagrado, 51ª Surata, versículo 56)

É Deus, A Natureza, ou O Acaso?

Se o homem olhar-se profundamente, ou se olhar o que o rodeia neste Universo, de criaturas, maravilhas, estruturas, organizações, perfeições, limitações, avaliações e proporções, concluirá que está perante uma só suposição verdadeira, dentre três únicas suposições:

Primeira: Que os átomos da matéria e seus componentes aglomeraram-se, circularam, pensaram, determinaram, impuseram e formaram todo este Universo, com suas cores, corpos, espécies, feição, com uma perfeição incrível.

Segunda: Que os átomos da matéria e seus componentes se encontraram e se misturaram, por acaso, de uma forma conveniente, num tempo suficiente, num ambiente propício e daí surgiu o que vemos do mundo animal, vegetal e mineral.

Terceira: Que todo este Universo foi criado por Deus. A primeira suposição é falsa, porque a própria matéria é criada. E se é criada, não pode criar outra, mas necessita de um Criador.

Os cientistas em geral concordam que a matéria não raciocina, não tem intenção nem vontade própria. Como um raciocínio pode imaginar que algo sem cérebro, intenção e vontade, pode criar este Universo com tudo que tem, de uma forma tão perfeita?

Se a primeira suposição é falsa, a segunda também é, pois não se pode imaginar que a lei que rege todo o Universo, com sua ordem e perfeição é obra do acaso cego. E se isso é inimaginável, é inconcebível que o acaso assuma uma lei geral que rege todo o Universo.

É sabido, pela lei das probabilidades, que se tomarmos dez papéis e os enumerarmos de um a dez, e os colocarmos num recipiente que nos impossibilite vermos os números, e se uma pessoa enfiar a mão para tirar os papéis, a probabilidade matemática de tirar o papel enumerado com o número um é de um para dez; a probabilidade de tirar o papel com o número um e o papel com o número dois em ordem, é de um para cem, o assim por diante; e a probabilidade de tirar os papéis em ordem de um a dez, é de um para dez bilhões.
De acordo com isso, é impossível que o acaso se transforme numa lei geral, que rege milhares de galáxias, quer seja no que diz respeito ao fenômeno da preservação, quer seja no que tange à sua formação exterior e interior, com seus diferentes componentes, que agem num equilíbrio extraordinário e de uma cooperação fenomenal, cujo resultado é a conservação do indivíduo vivo até um término prefixado.

Se ambas as suposições são falsas, só nos resta a terceira hipótese: de que este Universo, na sua totalidade, foi criado por Deus. Disse Deus:

"Em verdade, criamos todas as coisas proporcionalmente." (Alcorão Sagrado, 54ª Surata, versículo 2)

E disse, ainda:

"E dilatamos a terra em que fixamos montanhas, fazendo germinar tudo comedidamente. E nela vos proporcionamos meios de subsistência, tanto para vós como para aqueles aos quais vós não estais afeitos a prover. E não existe coisa alguma cujas origens não estejam em Nosso poder, e não vô-la enviamos, senão proporcionalmente." (Alcorão Sagrado, 15ª Surata, versículos 19-21 )

E disse, mais:

"Tal é a obra de Deus, Que tem disposto prudentemente todas as coisas, porque Ele está inteirado de quanto fazeis." (Alcorão Sagrado, 27ª Surata, versículo 88)

E para não nos prolongarmos muito, apresentaremos as afirmações da ciência para nos convencermos da miraculosidade da criação de Deus e de que todo este Universo é a Criação de Deus, Sapiente, Prudentíssimo, Que deu devidas proporções às coisas, e criou tudo com perfeição.

Diz o Dr. Youssef Ezziddin Issa:

"Antes de citarmos a primeira prova científica e incontestável da existência de Deus, devemos saber que a maior parte dos corpos dos animais e vegetais são formados de inumeráveis unidades minúsculas que chamamos de células. As células que formam os nossos corpos estão em divisão constante para o desenvolvimento do corpo ou para a substituição das que morrem. Cada uma dessas células é formada basicamente de uma estranha substância chamada de protoplasma. Dentro de cada célula há vários elementos cujas funções são preestabelecidas. Dentre esses elementos encontram-se corpúsculos com função de hereditariedade e que chamamos de cromossomos, O seu número é constante em cada espécie de células animais e vegetais. O número dos cromossomos nas células do gato, por exemplo, difere do número que existe nas células do cão, do elefante ou do coelho, ou das plantas, da cenoura e do feijão. Nas células humanas, o número dos cromossomos de cada célula é de 46. Quando a célula se divide em duas, cada nova célula deve ter o mesmo número de cromossomos de 46 unidades, pois se houver qualquer variação nele, o homem tornar-se-á deficiente. As células, como dissemos antes, estão em constante divisão, isso acontecendo a todos os instantes. Até agora não descobrimos a causa da força controladora dessa operação fantástica, que é divisão da célula. A ciência se satisfaz em descrever o desenvolvimento do fenômeno que pode ser observado através do microscópio. Todas as células provenientes da divisão celular, do corpo do homem, devem possuir, como foi dito acima, o mesmo número de cromossomos, com exceção de duas espécies de células; as células sexuais: o espermatozóide masculino e o óvulo feminino. Quando da divisão celular para a formação das células sexuais, as novas células não possuem 46 cromossomos, mas a metade disso, ou seja, o espermatozóide masculino e o óvulo feminino têm apenas 23 cromossomos cada um. Por que isso acontece? Acontece devido a uma extraordinária inteligência e um extraordinário objetivo, pois a célula masculina (espermatozóide), deve fecundar a célula feminina (óvulo) para a formação da primeira célula do corpo do embrião, e que chamamos de "célula fecundada", onde os 23 cromossomos da célula masculina se juntam aos 23 da célula feminina, para formarem os 46 cromossomos da nova célula. Essa "célula fecundada" inicia a sua divisão celular em duas, quatro, oito, etc..., até a formação completa da criança que nasce, com a constância da divisão celular, como acontece com seus pais. Este fenômeno chamado de meiose, é impossível ser obra do acaso. Só pode ser o resultado de um planejamento meticuloso, de uma força superior que tem consciência do que faz. Ao mesmo tempo, este processo não pode depender de experiência e possibilidade de erro, porque se ocorresse um único erro no início da criação, todos os seres vivos teriam perecido antes da geração seguinte. Ou seja, esta ordem só pode ter sido concluída desde a formação do primeiro embrião que surgiu no mundo. Não é isso, acaso, prova suficiente da existência de uma força superior harmonizadora, planejadora?"

Diz então:

"Por outro lado, não pode ser por intermédio da experiência e possibilidade de erro e acerto que as células nervosas e musculares não se dividam. Se isso ocorresse com as células nervosas das quais é formado o cérebro e o resto do sistema nervoso, haveria uma catástrofe terrível, pois as células do cérebro não conseguiriam conservar a personalidade do indivíduo e todos os conhecimentos da memória iriam enfraquecer e se aniquilar em poucas horas. O número das células do cérebro do homem ou de qualquer outro animal não se altera até a sua morte, enquanto os glóbulos vermelhos, sego células que morrem e são substituídos por novos glóbulos a cada cem dias aproximadamente".

Deus diz:

"Que aperfeiçoou tudo que criou e iniciou a criação do primeiro homem de barro; então, formou-lhe a prole de essência de sutil sêmen; depois o modelou, alentou-o de Seu Espírito. Dotou-vos da audição, da visão e do coração (entendimento). Quão pouco lhe agradeceis." (Alcorão Sagrado, 32ª Surata, versículos 7-9)

E diz:

"Ó humano, o que te fez negligente em relação a teu Senhor, o Munificentíssimo, Que te criou, te formou, te aperfeiçoou, e te modelou na forma que a teu Senhor aprouve?" (Alcorão Sagrado, 82ª Surata, versículos 6-8)

A Onipotência, a Magnificência e a Criatividade de Deus não se manifestam apenas na criação do homem, mas na criação de tudo que há nos céus e na terra. Deus diz:

"Seguramente, a criação dos céus e da terra é mais importante do que a criação do homem; porém, a maioria dos humanos o ignora." (Alcorão Sagrado, 40ª Surata, versículo 57)

Não necessitamos instigar as pessoas e observarem os céus e a terra e o que há entre ambos de maravilhoso e perfeito, porque isto é do conhecimento de todo aquele que raciocina, nem que seja por um instante, na magnificência dessas criações e de como foram preparadas e submetidas ao homem. Deus diz:

"Em verdade vossos bens e vossos filhos são uma mera tentação. Mas sabei que Deus vos reserva uma magnífica recompensa." (Alcorão Sagrado, 64ª Surata, versículo 15)

E diz:

"Deus foi Quem criou os céus e a terra e é Quem envia a água do céu com a qual produz os frutos para o vossos sustento! Submeteu-vos os navios que, com Sua anuência, singram os mares, e submeteu-vos os rios. Submeteu-vos o sol o a lua, que sequem seus cursos. Submeteu-vos a noite e o dia. E vos agraciou com tudo quanto Lhe havíeis suplicado. E se contardes as mercês de Deus, não podereis enumerá-las. Sabei que o homem é iníquo e ingrato por excelência." (Alcorão Sagrado, 14ª Surata, versículos 32-34)

Se o homem pensasse em seu alimento e em suas vestimentas, envergonhar-se-ia de si próprio e de sua fraqueza, por ser incapaz de fazer germinar uma só planta e discutir a respeito d'Aquele que cumulou-o de graças incontáveis. Tudo que há no Universo foi criado por causa do homem, e age de acordo com o comando de Deus para preparar ao homem uma vida propícia na face desta terra.
Ele fez do sol um esplendoroso lustre que, além de sua luminosidade, faz evaporar a água dos mares, que se transforma em nuvens e então desce em forma de chuva com a qual Deus vivifica a terra após ter sido árida, fazendo dela brotar toda formosa espécie. Diz Deus:

"Nem colocamos um esplendoroso lustre. Nem enviamos das nuvens copiosa chuva. Para produzir, por meio dela, o grão e as plantas." (Alcorão Sagrado, 78ª Surata, versículos 13-15)

E diz:

"Porém, não reparam, acaso, no céu que está acima deles? Como o construímos e o adornamos, sem abertura aparente? E dilatamos a terra, fixando nela (firmes) montanhas, produzindo ali toda formosa espécie. Para observação e recordação de todo servo contrito. E enviamos do céu a água bendita, mediante a qual produzimos jardins e cereais para a colheita. E também as frondosas tamareiras cujos cachos estão carregados de frutos em simetria, como sustento para os servos; e revivemos com ela (a água) uma comarca árida. Assim será a ressurreição." (Alcorão Sagrado, 50ª Surata, versículos 6-11)

E diz:

"Que o homem repare, pois em seu alimento. Em verdade, derramamos a água em abundância, depois, abrimos a terra em fendas, e fazemos nascer o grão, a videira e as plantas (nutritivas), a oliveira e a tamareira, e jardins frondosos, e o fruto e a forragem." (Alcorão Sagrado, 80ª Surata, versículos 24-31)

Também os animais foram criados para o benefício do homem. Ele os cavalga, os usa na agricultura, alimenta-se de sua carne, bebe o seu leite, e de seu pêlo confecciona vestimentas e utensílios para ele. Deus diz:

"E criou o gado do qual obtendes vestimentas, alimento e outros benefícios. E tendes nele encanto, quer quando o conduzis aos apriscos, quer quando, pela manhã, o levais para o pasto. Ainda levam vossas cargas até as cidades, às quais jamais chegar íeis senão à custa de grande esforço. Sabei que vosso Senhor é Compassivo, Misericordiosíssimo. E criou o cavalo, o mulo e o asno para serem cavalgados e para o vosso deleite, e cria coisas mais que ignorais." (Alcorão Sagrado, 16ª Surata, versículos 5-8)

E diz:

"Deus vos designou moradas e vos proporcionou tendas feitas de peles de animais, as quais manejais facilmente no dia de vossa viagem, bem como no dia de vosso acampamento; e de sua 15, de sua fibra e de seus pêlos elaborais alfaias e artigos que duram longo tempo". (Alcorão Sagrado, 16ª Surata, versículo 80)

Os corpos grandes chamam a atenção de qualquer um, queira ou não queira. Os pequenos, porém, são incógnitos para o homem e ele desconhece a sua perfeição, maravilha e organização que possuem, a menos que saiba algo de sua vida.

Se conhecermos um pouco da vida das abelhas, por exemplo, teremos a convicção de que este pequeno inseto clama, pelo que possui de organização, que todo este universo é a criação de um Deus, Harmonizador, Onisciente, Prudentíssimo.

Diz o Dr. Youssef Ezziddin Issa:

''As abelhas vivem em colmeias e cada colmeia tem uma rainha, além dos machos, obreiras e soldados. A função dos machos é fecundar a rainha. Esta tem como função a produção da larva. A função dos soldados é defender a colmeia. As obreiras porém, tem por função conseguir alimentos para o resta da colmeia, além de outras funções. Devido à importância da rainha, por ser a única fêmea fecundada, ela é alimentada com alimento especial, a geleia real. A maneira como conseguem o alimento é um fenômeno extraordinário. As abelhas dispõem de meios de comunicação muito precisos para indicar às companheiras os lugares onde há ricas provisões. Quando uma obreira descobre um campo, ou uma grande quantidade de plantas consideradas como fonte de alimento, ela retorna à colmeia para informar às outras obreiras sobre a sua descoberta. Isso é feito essencialmente por meio de danças. Essa dança tem vários tipos. Durante a dança o corpo executa movimentos que indicam o ângulo em relação ao sol, e a distância do lugar descoberto, se distante ou próximo. O número de voltas feitas dentro de determinado período de tempo indicam a distância. Quanto mais rápida a dança, mas próximo o local. Uma das obreiras repete a dança para informar às descobridoras que sua mensagem fora recebida. Em seguida, as obreiras voam para o local a fim de recolherem o alimento. Com a sua dança, a abelha descobridora transmite uma série de informação à colmeia que, se nós quiséssemos chegar ao ponto que as abelhas chegam, com um desenho demonstrativo, levaríamos não menos de um terço de hora para fazê-lo, com a condição de que tenhamos os conhecimentos matemáticos necessários para tal. As abelhas, porém, fazem-no instantaneamente, voando em linha reta para o local. Um fenômeno extraordinário que só pode ser explicado com a crença na existência de um alento divino proporcionado pelo Criador do Universo à essas minúsculas criaturas desprovidas de cérebro ou de poder de raciocínio que as capacitam a conseguir o que necessitam. É de estranhar também que as abelhas conseguem ver uma cor que nós, seres humanos, não vemos e nem podemos imaginária. É a cor ultravioleta que nós vemos como a cor negra. As abelhas vêem os raios ultravioleta e a inteligência nisso é que esses raios são os únicos que podem penetrar as nuvens, Como as abelhas vivem a maior parte do ano em zonas cobertas por nuvens, e a visão do sol é essencial para indicar os locais que possuem o alimento, por isso as abelhas vêem a cor ultravioleta, conseguindo assim ver o sol através das nuvens, não morrendo assim de fome, quando o sol se esconde atrás das nuvens. É um fenômeno extraordinário que prova a existência de um Criador Planificador e Harmonizador, Que sabe o que faz, pois este poder não pode ter sido adquirido pelas abelhas gradativamente através dos tempos. Tinha de estar presente desde o primeiro instante em que Deus criou as abelhas. De outra feita, as abelhas teriam desaparecido daquelas zonas há muito tempo. Por outro lado, não pode ter sido obra do acaso pelo que demonstramos acima.''

Podemos dizer que todo homem, em qualquer lugar, no oriente ou no ocidente, no norte ou no sul, que respeita o seu intelecto, tem a plena convicção e a crença firme que este Universo, com tudo que abrange de animais, vegetais e minerais; e que toda a vida, a precisão, a organização; e que todo o poder, magnitude e milagre; e que toda beleza, magia e majestade; e que tudo o que tem de segredos que as palavras são incapazes de descrever, e que tudo o que conhecemos e desconhecemos tudo isso clama, para aquele que tem razão, coração e visão, que este Universo é a Criação de Deus, Criador, Magnânimo, Harmonizador e Todo-Poderoso. Louvada seja Deus !


O Destino

O homem que não se olha, nem olha o que está ao seu redor, não pode conhecer a sua realidade nem a realidade do que o rodeia. E aquele que se desconhece a si próprio e ignora se Possui um papel determinado na vida, está na verdade morto, mesmo que esteja comendo e bebendo, a exemplo de seus semelhantes.

Para que o homem se conheça e se beneficie de sua existência nesta vida, deixando vestígios que provam a sua existência, deve analisar-se primeiramente, sem restringir seus pensamentos ao seu presente e ao seu futuro apenas, mas também deve pensar prolongadamente em sua família e em seu destino.

O pensamento sadio nos indica que cada alma tem um papel nesta vida, dentro de um limite prefixado, porque Deus não criou ninguém na face da terra para eternizá-lo nela.

A morte é inevitável e ninguém pode negá-la, Profetas, líderes, eminentes, reis, presidentes, chefes, ricos, pobres, fortes, fracos, sadios, doentes, todos, quando chega a sua hora, morrem, encerrando seu papel nesta vida. Diz Deus:

"Cada ser provará o sabor da morte." (Alcorão Sagrado, 3ª Surata, versículo 185)

E diz:

"Não é dado a nenhum ser morrer sem a vontade de Deus; é um destino prefixado." (Alcorão Sagrado, 3ª Surata, versículo 145)

E diz ainda:

"Jamais concedemos imortalidade a ser humano algum anterior a ti. Porventura, se tu morresses, seriam eles imortais." (Alcorão Sagrado, 21ª Surata, versículo 34)

A morte é uma verdade incontestável, que todos atestam, reconhecem e acreditam. Se a morte, que o homem presencia, encerra o papel dele nesta vida, qual é o seu destino após a morte?
Acabará a sua existência com a morte?
Ou a morte é o meio de transição do homem de uma vida para outra, diferente desta?
Devemos aqui pensar prolongadamente. A primeira coisa em que devemos pensar prolongadamente é a respeito, para chegarmos a uma conclusão neste assunto, é quem criou o homem?
Quem lhe criou a terra sobre a qual vive?
Quem lhe submeteu o que há nos céus e na terra?
E Quem lhe enviou os profetas?
Todos os sábios que fizeram da verdade o seu ideal, concordam que quem criou tudo isto e o aperfeiçoou é Deus. E se foi Deus Quem criou o homem e o agraciou com o intelecto, enviou-lhe os Profetas, deixou, acaso, Deus o homem com seu intelecto, de tal modo que ele possa traçar um determinado sistema, com a aplicação do qual o homem consiga a sua segurança?
Ou Deus traçou um determinado sistema, manifestado por intermédio de Seus Profetas, que o homem deve seguir?
Para descobrirmos a verdade, devemos conhecer a capacidade intelectual do homem e o limite do círculo em que ele pode atuar. Pode o intelecto apresentar um sistema que efetive a segurança e a prosperidade do homem ou não?

Sabemos que o cérebro tem um grande papel efetivo na vida do homem. E nós não podemos negar o fato de que sem cérebro, o homem perde a sua capacidade humana, deixando de ter as obrigações e responsabilidades que os outros têm.

Esse grande papel do cérebro, porém, tem limites. Se atuar além dos limites que lhe foram determinados, falhará indubitavelmente. O mesmo caso não se dá apenas com o cérebro. Acontece com tudo que Deus criou.

Se usarmos o olho, por exemplo, para a audição, estaríamos desviando-o da função que lhe foi traçada e estaria fadado a falhar. O mesmo se dá com qualquer órgão, se quisermos utilizá-lo fora de suas funções.

Para conhecermos as aptidões do cérebro, devemos saber que ele não possui autoridade absoluta sobre tudo. Sua função se restringe aos sentidos, porque ele nada pode resolver sem os nossos cinco sentidos.

Ele não consegue ver nenhuma cor sem o auxilio da vista; não consegue ouvir nenhum som sem o auxílio da audição; não consegue sentir se algo é liso ou fosco sem o auxílio do tato. Então, o campo do cérebro são os sentidos apenas, não podendo transgredi-los, porque ele adquire conhecimentos através desses sentidos.

Na incapacidade desses sentidos de fornecerem as informações ao cérebro, causada por uma anomalia qualquer, ele se torna incapaz de decidir algo.

As ciências, como a medicina, a engenharia, a agricultura, a indústria, etc., bem como as atividades materiais formam o escopo do cérebro e sua área de especialização.

Se transgredir esta área, se desencaminhará. Com base nisso, a religião, como crença, rituais, relacionamentos, moral, e leis, sendo o sistema que Deus traçou para Seus servos seguirem, está fora do escopo do cérebro, e não faz parte de sua especialização, e por isso, o cérebro não pode decidir sobre a ordem de Deus, ou sobre uma de Suas leis, porque a religião é de Deus, Que criou o homem e, sabe o que lhe é benéfico nesta vida e na outra. É inconcebível que o cérebro, sendo criado, julgue as leis do Criador.

A religião, como crença, porém, sendo a fé em Deus, em Seus anjos, em Seus Livros, em Seus Profetas e no Dia do Juízo Final, não é conhecida através do cérebro. Como pode ser conhecida então?

Dizemos que a crença em Deus, Seus Anjos, Seus Livros, Seus Profetas, e o Dia do Juízo Final é um mistério, cuja esfera o cérebro não pode penetrar. Para crermos nisso, porém, temos dois caminhos a seguir:

1 - Crermos por intermédio do cérebro, com a condição de o usarmos na sua área de especialização.

2 - Crermos por intermédio da transmissão ou da lei. Falaremos sobre o primeiro prolongadamente para esclarecê-lo. Tudo que interessa ao pesquisador, nos assuntos da crença, são duas coisas: A crença em Deus e a crença de que Muhammad é o Mensageiro de Deus.

Aceitar ambas as crenças é crer que a religião que Deus escolheu para Seus servos crentes é o Islam. Se o homem crer no Deus único, Criador e Harmonizador de tudo, e crer que Muhammad é o Mensageiro de Deus, e que tudo que ele apresentou é a verdade, deve, então, acreditar e se sujeitar a tudo que a doutrina prega, quer seja do lado da fé, dos rituais, dos relacionamentos, da moral, das leis e dos julgamentos.
A crença nos anjos, nos Livros, nos profetas e no Dia do Juízo Final é o complemento da crença em Deus e da aceitação do Profeta. Daí, devemos nos firmar na crença em Deus e na aceitação de que Muhammad é o Mensageiro de Deus.

1- A crença em Deus: Mostramos que o círculo de especialização do cérebro são as coisas materiais, não podendo ultrapassá-lo. Se o fizer, desencaminhar-se-á. Mostramos também que Deus está além da matéria, ''não possui semelhantes e Ele é o Oniouvinte, o Onividente".

Se Deus está além da matéria, círculo de especialização do cérebro, como o cérebro pode conhecer a Deus, que é único, que não possui semelhantes e é o Criador de tudo?

Não desejamos que o cérebro pesquise sobre a Identidade de Deus, nem sobre Seus atributos, pesquisar sobre isso é ultrapassar os limites do cérebro, e isto está além de sua capacidade e aptidão.

O que desejamos é que o cérebro pense nos sinais dos atributos de Deus, que vemos e tocamos: os céus, terra, astros, sol, luz, noite, dia, nuvens, água, rios, mares, seres humanos, animais, vegetais, etc...

Se o homem pensar em si ou no que o rodeia, chegará com seu cérebro à conclusão de que todas as criaturas, seres e coisas, com tudo que contêm de maravilhoso, preciso, organizado, devem ter um Criador, Poderoso, Onisciente, Prudentíssimo; Seus são os atributos mais sublimes, e não possui semelhantes.

É o Criador único. É isso que pedimos. O cérebro, apesar de ser o verdadeiro veículo para se conhecer e se crer em Deus, só pode ser usado, como vimos, nos limites de seu círculo de especialização: A pesquisa nos sinais do Poder de Deus, para alcançarmos a crença no Deus único, Poderoso, Onisciente, Prudentíssimo.

2- A aceitação de que Muhammad é o Mensageiro de Deus: O intelecto não pode aceitar a veracidade de uma proposição se não houver uma prova de sua veracidade. E a prova de que Muhammad é o Mensageiro de Deus é o Alcorão Sagrado, revelado por Deus a ele. O Alcorão é a palavra de Deus, onde foram desafiados gênios e humanos à comporem algo semelhante a ele.
Eles foram incapazes de fazê-lo. Foram desafiados a compor apenas dez Suratas iguais às dele, e também foram incapazes de fazê-lo. Foram desafiados a compor uma só Surata, e ainda assim foram incapazes. Diz Deus:

"E se tendes dúvida a respeito do que temos revelado a Nosso servo (Muhammad), componde uma surata semelhante às dele (o Alcorão), e apresentar vossas testemunhas independentemente de Deus se sois verazes. Porém, se não o fizerdes - e certamente não podereis fazê-lo - temei, então, o fogo infernal cujo alimento serão os idólatras e os ídolos; fogo que está preparado para os incrédulos."
(Alcorão Sagrado, 2ª Surata, versículos 23-24).

Se o homem foi incapaz de compor uma só Surata semelhante às do Alcorão, então isto confirma que o Alcorão é a palavra de Deus e que Muhammad é o Mensageiro de Deus.

Portanto, se é corroborado que Deus é Único, não possui semelhantes, Criador e Harmonizador de tudo, como mostramos acima, e é corroborado que Muhammad é o Mensageiro de Deus, então é dever do homem crer em Deus e em Seu Mensageiro, adotando tudo que deles provêm, quer seja no campo da crença, dos rituais, dos relacionamentos, ou no campo da lei, dos julgamentos ou da moral.

Tudo isto forma o sistema Divino que o homem deve seguir durante sua vida. Por isso, Deus não abandonou os homens com seus cérebros, devido à sua incapacidade de traçar um sistema propício com o qual o homem possa adaptar a liberdade, a igualdade, a estabilidade, o amor, a fraternidade neste mundo e a felicidade perene na outra vida.

Esta incapacidade resulta das seguintes causas:

1- A submissão do cérebro aos sentidas. E como o homem é formado de corpo e espírito, o cérebro é incapaz de traçar um sistema completo, material e espiritualmente, porque o lado espiritual no homem está fora do circulo de especialização do cérebro.

2- A diferença que existe entre os cérebros dos homens e a sua capacidade. Podem alguns considerar uma coisa certa, enquanto outros a consideram errada. Com isso se diferenciam as avaliações e cada grupo seguiria o rumo que achasse conveniente.

3- A falta de constância do cérebro ao julgar uma determinada coisa. Ele chega a urna conclusão, e então se retrai e muda o seu julgamento anterior.

4- A submissão do cérebro ao ambiente em que o homem vive. Assim, vemos aqueles que vivem em países comunistas considerarem o seu sistema ideal, o os que vivem em países capitalistas vêm que o seu sistema é o melhor.

5- O rápido insucesso experimentado pelos seres humanos ao abandonarem o sistema Divino e seguirem o que inventaram de códigos e leis faz com que, a todo instante, declarem a sua insuficiência. O que são, então, o medo, a instabilidade, as guerras, as destruições e a eliminação da personalidade, da liberdade e da dignidade do homem em todas as partes da terra, senão o resultado desse abandono?

Depois dessa exposição, podemos afirmar que o cérebro humano é a extraordinária dádiva que Deus deu ao homem. Com ele, Deus preferiu o homem à maior parte de Suas criaturas, dando-lhe um papel importante na construção e desenvolvimento material da terra. Porém, não possui nenhuma função na constituição do sistema Divino para a vida do homem neste mundo.

O sistema é o de Deus, Que enviou Seus profetas com ele. Disso concluímos que Deus não abandonou o homem com o seu cérebro, mas enviou para cada povo um mensageiro, com um sistema ortodoxo que deveriam seguir. Se o cérebro do homem fosse suficiente para traçar-lhe um sistema que lhe garantisse a sua segurança, Deus não teria enviado nenhum de seus profetas.

Com isso perguntamos: Adotaram, acaso, todos os homens, o sistema Divino?

A realidade atesta que a maior parte dos homens ignorou esse sistema, e não exageramos se dissermos que a maioria dos homens não é crente. Essa afirmativa não é nossa, mas é o testemunho de Deus sobre seus servos. Deus diz:

"Porém, a maioria dos humanos, por mais que anseies jamais crerá.''
(Alcorão Sagrado, 12ª Surata, versículo 103).

Se a maior parte dos homens ignorou o sistema Divino, quando Deus é o Criador, o Agraciante, Quem dá a vida e a morte, e Quem ressuscitará os mortos e Suas mercês para com os humanos são incomensuráveis, seria justo que Deus considerasse iguais aqueles que sequem o seu sistema e os que não o sequem?
Ou os benfeitores e os malfeitores?
Seria justo que Deus considerasse iguais os que sequem a verdade e os que sequem a falsidade?
Seria justo que a existência do homem se encerrasse após a morte, sem a punição do iníquo e sem a recompensa do benfeitor, sem julgar as divergências dos homens?

Todos os homens que possuem cérebros perfeitos, consciências vivas, visão penetrante confessam que deve haver um pagamento aos homens pelo que cometeram nesta vida, o bem com o bem e o mal com o mal. Deus diz:

"Poderá, acaso, equiparar-se ao crente o ímpio? Jamais se equipararão". (Alcorão Sagrado, 32ª Surata, versículo 18)

E diz:

"E não foi em vão que criamos os céus e a terra e quanto existe entre ambos! Esta é a conjectura dos incrédulos Ai, pois, dos incrédulos por causa do fogo (infernal)! Porventura, trataremos os crentes que praticam o bem como aos corruptores na terra? Ou então trataremos os tementes como aos ignóbeis?'' (Alcorão Sagrado, 38ª Surata, versículo 27-28)

E diz, ainda:

"A revelação do livro é de Deus, o Poderoso, o Prudentíssimo". (Alcorão Sagrado, 45ª Surata, versículo 2)

E se não é direita nem justa a igualdade entre o crente e o descrente, entre o obediente e o desobediente, entre o benfeitor e o malfeitor, então deve haver uma outra vida em que os direitos ou seus equivalentes serão devolvidos a seus donos, em que cada um terá os frutos de seus atos na vida terrena.

A outra vida, apesar de que todas as religiões e algumas filosofias a admitirem, é a demanda dos homens inteligentes. Nela é estabelecido o destino do homem. Os crentes terão os Jardins de Éden, onde permanecerão eternamente, e os incrédulos terão o inferno, onde permanecerão eternamente. Deus diz:

"E os incrédulos serão arrastados, em grupos, até o inferno, até que, quando chegarem a ele, abrir-se-ão suas portas e seus guardiãs lhos dirão: Acaso, não vos foram apresentados apóstolos de vossa estirpe, que vos ditaram os versículos de vosso Senhor e vos admoestaram do comparecimento deste dia? Dirão: Sim! Então, o decreto do castigo recairá sobre os incrédulos. Em troca os tementes serão conduzidos, em grupos, até o Paraíso e, lá chegando, abrir-se-ão suas portas e seus guardiãs lhes dirão: Que a paz esteja convosco ! Quão excelente é o que fizestes ! Adentrai-o, pois! Aqui permanecereis eternamente!"

Quando chegar a Hora e o Juízo Final for instituído, a eternização no Paraíso e no inferno, será o acontecimento mais importante da outra vida. E no Paraíso ou no Inferno estará o Destino do homem.

A Morte e a Aniquilação

A morte: é a separação do homem da vida.

A aniquilação: é a eliminação de algo, pondo fim à sua existência.

A morte do homem nesta vida terrena é a introdução à vida eterna no outro mundo. A morte, portanto, não é o fim da existência, mas é a introdução à eternidade. Por causa da existência da outra vida, deve-se aniquilar esta vida terrena. A aniquilação de tudo é uma realidade incontestável.

Tudo que Deus criou nesta vida leva o estigma de sua aniquilação. Nunca conhecemos um homem eterno, nem animal nem vegetal. Quantas nações decaíram após a sua glória; quantas civilizações desapareceram e quantos povos foram aniquilados.

Apesar de presenciarmos a morte e a aniquilação em nós mesmos e no que nos rodeia, não conseguimos desvendar as suas realidades. O nosso julgamento da morte do homem provém dos acontecimentos posteriores à morte, com a estagnação e a incapacidade de movimento, a paralisação das batidas do coração, do cérebro, e da respiração.

Se desconhecemos a realidade da morte que presenciamos em nós mesmos e nos que nos rodeiam, que diria com a aniquilação das plantas e dos animais e dos materiais e de tudo que nos rodeia neste mundo, conhecido e desconhecido?

Devemos, então, deixar a realidade da aniquilação dessas coisas com Quem as criou. Ele é o único Conhecedor de sua realidade e só nos resta crermos no fato de sua aniquilação. Deus disse:

"O prazer da vida terrena equipara-se à água que enviamos do céu, a qual mistura-se com as plantas da terra, de que se alimentam os homens e o gado; e quando a terra se enfeita e se engalana, a ponto de seus habitantes crerem ser seus senhores, açoita-a Nosso desígnio, seja à noite ou de dia, deixando-a desolada como se, na véspera, não houvesse sido verdejante. Assim elucidamos os versículos à aqueles que refletem." (Alcorão Sagrado, 10ª Surata, versículo 24)

Apesar do conhecimento da realidade de aniquilação ser de Deus, Ele nos apresenta pequenas amostras dessa aniquilação, perdição e destruição, em vista dos quais o homem não pode negar que a aniquilação e a destruição deste mundo esteja distante, e é inevitável. Eis algumas dessas amostras:

a)Os Terremotos:

Lemos muito a respeito dos terremotos destruidores; de como eles soterram cidades inteiras, apagando seus vestígios. O homem nada pode fazer para controlar os terremotos. Ele não sabe quando ocorrerá e onde ocorrerá a destruição.

Quem causa os terremotos numa parte da terra, pode fazê-los ocorrerem em todas as partes da terra e com isso causar a aniquilação. Esses terremotos são um minúsculo quadro que não pode ser comparado à convulsão da Hora. Deus diz:

"Ó humanos temei a vosso Senhor, porque a convulsão da Hora Será algo terrível. O dia em que a presenciardes, cada nutriente esquecerá o filho que amamenta; toda gestante abortará; tu verás os homens como ébrios, embora não o estejam, porque o castigo de Deus será severíssimo." (Alcorão Sagrado, 22ª Surata, versículos 1-2)

E diz:

"Quando a terra executar o seu predestinado tremor, e descarregar os seus fardos, o homem dirá: Que ocorre a ela? Nesse dia ela declarará suas notícias, porque teu Senhor lhas terá revelado." (Alcorão Sagrado, 99ª Surata, versículos 1-5)

Wadib Eddin Khan diz:

"O primeiro fenômeno que nos admoesta da possibilidade da Ressurreição é o terremoto. O bojo da terra possui elementos de alta temperatura que vemos quando das atividades vulcânicas. Esses elementos tem influência sobre a terra de várias maneiras. Há a ocorrência de estrondos aterradores; há a ocorrência de tremores de terra, que chamamos de terremotos, que continuam sendo a causa de terror do homem contemporâneo < > como eram a causa de terror na vida do homem antigo. Estes terremotos são a indignação da natureza para com o homem, que é incapaz de a eles se opor. O homem nada possui para combater os terremotos, que são uma advertência para admoestarem-no que ele vive sobre uma substância vermelha, infernal, incandescente, separada dele por uma fina camada de cinqüenta quilômetros de espessura, e que essa camada, em relação da terra, não passa de uma casca de maçã".

O geógrafo Jorge Jamuf diz:

"Ha um inferno natural, aceso sob os nossos verdes mares e cidades repletas de habitantes. Em outras palavras, estamos sobre uma mina formidável, de "dinamite" possível de explodir a qualquer hora, destruindo por completo o nosso sistema terreno.''

b)Os Meteoros e os Vulcões: Os Meteoros são corpos incandescentes, que descem do céu sobre algo, e o aniquilam. Os Vulcões são montanhas que despeja pelas suas bocas lavas e substâncias incandescentes. Os meteoros e os vulcões são pequenas amostras do que acontecerá no Dia da Ressurreição.

As lavas não sairão apenas das bocas dos vulcões, mas virão das estrelas, dos astros, dos cometas cujos sistemas se romperão. Se o sistema de um astro se romper, todos os outros se desintegrarão e o interlançamento deste Universo se romperá.

c) As Torrentes: As torrentes são formadas de uma quantidade enorme de água que, em sua marcha, destroem tudo que estiver em seu caminho. Quantas vezes lemos sobre torrentes que derrubaram viadutos e pontes, afogando pessoas, animais e vegetais, e destruindo cidades e vilas.

Elas não se desviam de nada e não avisam o homem de seu evento, nem o homem consegue pará-las. Se as torrentes aniquilam e destroem tudo, que aconteceria se os mares se transbordassem e toda a terra ficasse inundada?

Seria a aniquilação a destruição total. As torrentes que conhecemos não passam de urna gota, em relação aos oceanos, cujas ondas se elevam até alcançarem as nuvens. A visão do que acontecerá aterrorizará a todos, até aos animais. Deus diz:

"Quando o sol for encoberto, quando as estrelas se extinguirem, quando as montanhas estiverem dispersadas, quando as camelas com cria de dez meses forem abandonadas, quando as feras forem congregadas, quando os mares forem transbordados."
(Alcorão Sagrado, 81ª Surata, versículos 1-6).

E o que aconteceu a povos anteriores a nós são também pequenas amostras do Dia da Ressurreição. Quem quiser conhecer a verdade sobre isso, deve pesquisar, fazer escavações, percorrer a terra, para descobrir algo dessa verdade.
Se, por acaso, uma pessoa não viu uma cidade num determinado lugar, ou nunca ouviu dela falar, seria iniquidade patente basear a sua negação à existência dessa cidade nisso. Da mesma forma, se o Alcorão nos informa a respeito do que aconteceu aos povos antigos, o fato de não presenciarmos o ocorrido não é uma prova de sua não-ocorrência, nem a nossa negligência em procurar seus vestígios pode ser prova de sua não-existência.

Por isso o Alcorão nos estimula a pesquisarmos, adquirirmos conhecimento, percorrermos a terra para sabermos qual foi a sorte dos povos anteriores, de como foram aniquilados, juntamente com suas habitações. Deus disse:

"Dize-lhes: Percorrei a terra e observai qual foi a sorte daqueles que vos precederam; sua maioria era idólatra."
(Alcorão Sagrado, 40ª Surata, versículo 42).

E disse:

"Acaso, não percorreram a terra para ver qual foi a sorte de seus antepassados: Eram superiores a eles em força e traços (que eles deixaram) na terra; porém, Deus os exterminou por seus pecados e não tiveram ninguém que os salvasse dos desígnios de Deus." (Alcorão Sagrado, 40ª Surata, versículo 21)

O Alcorão, além de ser a Palavra de Deus, veraz por excelência, cuida sempre de apresentar prova patente daquilo que ele indica, para que os ensoberbecidos e os ímpios não possam negá-lo.

A aniquilação de alguns povos anteriores a nós, apesar de ser uma verdade que reconhecemos, porque Deus nos informa a seu respeito, suas habitações abandonadas e destruídas, os corpos mumificados daqueles que alegaram ser divindades, são provas materiais, que nenhum fanático ou ímpio pode negar. Deus diz a respeito do povo de Lot:

"Perguntou Abraão: Qual é, então, a vossa incumbência, ó mensageiros? Responderam-lhe: Em verdade, fomos enviados a um povo de pecadores. Para que lançássemos sobre eles pedras de argila, destinadas, da parte de teu Senhor, para os transgressores; e evacuamos os crentes que nela (Sodoma) havia. Porém só encontramos nela urna família de submissos. E deixamos lá um sinal para aqueles que temem o doloroso castigo." (Alcorão Sagrado, 51ª Surata, versículos 31-37)

As habitações do povo de Lot eram as cidades de Sodoma e Gomorra, próximas ao Mar Morto, conhecido pelo Mar de Lot, na Palestina e Jordânia. Quanto aos povos de Ad e Samud, disse Deus:

"E de quando Lot disse a seu povo: Verdadeiramente, cometeis obscenidades que ninguém no mundo cometeu antes de vós". (Alcorão Sagrado, 29ª Surata, versículo 29)

E disse a respeito do povo de Samud:

"Repara, pois, qual foi a sorte de sua conspiração! Exterminamo-los, juntamente com todo seu povo! E eis suas casas assoladas por causa de sua iniqüidade. Em verdade, nisto há sinal para os sensatos". (Alcorão Sagrado, 27ª Surata, versículos 51-52)

Ibn Al Kassir diz:

"O povo de Ad é o povo de Hud, que habitavam as dunas, localidade próxima de Hadramut, no lêmen.. O povo de Samud é o povo de Sáleh, que habitava Alhijr, próximo às terras de Alcurá, no Hijaz. Os árabes conheciam suas habitações e passavam por elas.'' (Ibn Al Kassir, volume 3, pag 413)

Disse Deus a respeito do Faraó:

"E fizemos atravessar o mar os israelitas; porém o Faraó, e seu exército perseguiram-nos iníqua e hostilmente até que, estando a ponto de afogar-se, o Faraó disse: Creio agora que não há mais deus que o Deus em que crêem os israelitas e sou um dos submissos! (E foi-lhe dito:) Agora crês, ao passo que antes havia-te rebelado e eras dos corruptores! Porém hoje salvamos tão-somente teu corpo para que sirvas de exemplo à tua posteridade. Em verdade há muitos humanos que estão negligenciando Nossos versículos". (Alcorão Sagrado, 10ª Surata, versículos 90-92)

O corpo do Faraó foi encontrado, com outros corpos, nos túmulos de Luxur, e está expostos hoje no museu do Cairo.

d) O Vento Assolador: Para aniquilar e destruir este Universo, Deus não necessita mais do que Sua vontade, pois Ele pode transformar algo que gera a vida em fonte de aniquilação e destruição. Os ventos, por exemplo, Deus os fez como fonte da vida para o homem, para os animais e para os vegetais. Os ventos carregam as nuvens, fazem ocasionar a chuva, e por seu intermédio as plantas são polinizadas. Deus diz:

"E entre Seus sinais está o de enviar ventos alvissareiros (prenunciantes de chuva) para agraciar-vos com Sua misericórdia, para que os navios singrem os mares com Seu beneplácito e para procurardes algo de Sua graça; quiçá o agradeçais". (Alcorão Sagrado, 30ª Surata, versículo 46)

E diz:

"Deus é Quem envia os ventos que agitam as nuvens, que as espalha no céu como Lhe apraz; logo as fragmenta, e observas a chuva manar delas, e quando a envia sobre quem Lhe apraz dentre Seus servos, eis que se regozijam."
(Alcorão Sagrado, 30ª Surata, versículo 48)

Esses ventos, que são uma das fontes da vida animal e vegetal, Deus pode transformá-los em causa da aniquilação e destruição. Foi o que aconteceu com Ad, povo de Hud, quando seus membros se ensoberbeceram e negaram os versículos de Deus, pensando que seu poder poderia protegê-lo de Deus. Deus, então, fez soprar sobre eles um vento assolador, que a tudo reduzia a cinzas. E a sua destruição foi causada por uma das fontes de sua vida. Disse Deus:

"Mas quando viram aquilo (o castigo), como nuvens, avançando sobre seus vales, disseram: Esta é uma nuvem de chuva! Retrucou-lhes. Qual! É a (calamidade) que desejasses fosse urgida; um vento que encerra um doloroso castigo! Arrasará tudo, segundo os desígnios de seu Senhor! E, ao amanhecer, nada se via, além (das ruínas) de seus lares. Assim castigamos os pecadores." (Alcorão Sagrado, 46ª Surata, versículos 24-25)

E disse:

"E, quanto ao povo de Ad, foi exterminado por um furioso e impetuoso furacão, que Deus desencadeou sobre eles durante sete noites e cito nefastos dias, em que poderias ver aqueles homens jazentes como se fossem troncos desmoronados de tamareiras". (Alcorão Sagrado, 69ª Surata, versículos 6-7)

E o que aconteceu ao povo de Hud é outra pequena amostra do que poderá acontecer quando Deus quiser aniquilar o Universo. É uma prova material, que demonstra que a aniquilação e a destruição do Universo acontecerá quando Deus quiser.

e) Os Estrondos e as Chuvas de Pedra: Deus açoitou muitos dos povos antigos com vários tipos de castigos por causa de sua incredulidade, sua negativa de obedecer aos profetas e sua soberbia. Foram açoitados com estrondos, chuvas de pedras e outros tipos de castigos. Alguns povos, como o povo de Lot, foram açoitados com todo tipo de castigos. A sua aniquilação e destruição foram causados por estrondo devastante, destruiu suas cidades e enviou sobre eles uma chuva de pedras. Disse Deus:

"Os anjos disseram-lhe: Ó Lot, somos os mensageiros de teu Senhor; eles jamais poderão atingir-te. Sai, pois, com tua família, no decorrer da noite, e que nenhum de vós olhe para trás, salvo tua mulher, porque lhe acontecerá o mesmo que a eles. Tal sentença se executará ao amanhecer, Acaso, não está próximo o amanhecer? E quando se cumpriu o Nosso desígnio, reviramos a cidade nefasta e desencadeamos sobre ela uma ininterrupta chuva de pedras de argila endurecida, estigmatizados por teu Senhor; e isso não está distante dos iníquos." (Alcorão Sagrado, 11ª Surata, versículos 81-83)

E disse:

"E adoram em vez de Deus os que não podem proporcionar- lhes nenhum sustento, nem dos céus, nem da terra, por não terem poder para isso. Não compareis ninguém a Deus, porque Ele sabe e vós ignorais". (Alcorão Sagrado, 15ª Surata, versículos 73-74)

E disse:

"Disseram-lhe: Se não desistires, ó Lot, contar-te-ás entre os desterrados! Asseverou-lhes: Sabei que me indigna a vossa ação. ó Senhor meu, livra-me, juntamente com minha família, de quanto praticam. E o livramos com toda sua família, exceto uma anciã, que foi deixada atrás; então, destruímos os demais. E desencadeamos sobre eles um impetuoso torvelinho; e que péssimo foi o torvelinho para os admoestados." (Alcorão Sagrado, 26ª Surata, versículos 167-173)

Outros povos foram aniquilados por estrondo ou por outro tipo de castigo, como aconteceu com Samud, o povo de Sáleh. Disse Deus:

"Mas quando se cumpriu o Nosso desígnio, salvamos Sáleh e os crentes que com ele estavam, por Nossa misericórdia, do aviltamento daquele dia, porque teu Senhor é o Poderoso, o Fortíssimo. E o estrondo fulminou os iníquos, e a manhã encontrou-os jazentes em seus lares." (Alcorão Sagrado, 11ª Surata. versículos 66-67)

E disse:

"Sem dúvida que os habitantes de Alhijr haviam desmentido os apóstolos, apesar de lhes termos apresentado Nossos versículos; porém, eles os desdenharam, e lavraram suas casas nas montanhas, crendo-se seguros. Porém, o estrondo os fulminou ao amanhecer." (Alcorão Sagrado, 15ª Surata, versículos 80-83)

E disse:

"Repara, pois, qual foi a sorte de sua conspiração! Extermina-mo-los, juntamente com todo seu povo! E eis suas casas assoladas por causa de sua iniquidade. Em verdade, nisto há sinal para os sensatos." (Alcorão Sagrado, 27ª Surata, versículos 51-52)

E disse:

"E orientamos o povo de Samud; porém, preferiram a cegueira à orientação. E fulminou-os a centelha do castigo ignominioso, pelo que lucraram." (Alcorão Sagrado, 41ª Surata, versículo 17)

O que aconteceu ao povo de Lot e ao povo de Sáleh, e o que aconteceu a outros povos, são amostras que nada são perante o acontecimento da Hora e do predestinado tremor.

Depois dessa nossa exposição, podemos dizer: A aniquilação do Universo e sua destruição são fatos que a mente não pode negar. São fatos atestados pelo sentido e pela razão. Deus diz:

"Tudo quanto existe na terra perecerá. E só subsistirá o Rosto de teu Senhor, Majestoso, Honorabilíssimo." (Alcorão Sagrado, 55ª Surata, versículos 26-27)

Contudo, será esse aniquilamento o fim da existência, ou a introdução à eternidade?

É sobre isso que pretendemos falar adiante.

A Ressurreição

A ressurreição é a revivificação do ser humano após a sua morte. Uma das crenças que os cépticos e ímpios negam é a ressurreição, eles juntamente com quem os seguem, basearam-se, para isso, entre outros motivos, em dois pontos principais:

1º- A suspeita e a conjectura, os cépticos dizem que o ser humano nasceu naturalmente, ou que a natureza e o tempo os criaram. Que os tempo o aniquilará e não há objetivo pôr trás de sua existência, nem de sua morte, e pôr isso não será ressuscitado.O Alcorão diz a respeito dessa opinião:

''E dizem! Não há vida, além da terrena. Vivemos e morremos, e não nos aniquilará senão o tempo! Porém, com respeito a isso, carecem de conhecimento e não fazem mais do que conjeturar.'' (Alcorão Sagrado, 45ª Surata, versículo 24)

Essa opinião não se baseia em provas, mas é o resultado de conjecturas, provamos nos capítulos anteriores que, quem criou, modelou e harmonizou o Universo não foi outro, senão Deus, Louvado Seja. E Ele não criou em vão, nem relegou o homem a ineficácia.

Se o homem tem uma missão que deve cumprir nesta vida, é indispensável que tenha um objetivo, que deve alcançar na outra vida, este objetivo, na outra vida, só pode ser alcançado através da ressurreição. O Alcorão diz sobre isto:

''Não criamos os céus e terra e tudo quanto existe entre ambos pôr mero passatempo. E se quiséssemos diversão, tê-la-íamos encontrado entre as coisas próximas de Nós, se fizéssemos tal coisa.'' (Alcorão Sagrado, 21ª Surata, versículo 16 e 17)

E diz ainda:

''Pensa, acaso, o homem, que será deixado ao léu? Não foi a sua origem uma gota de esperma ejaculada,Que logo se converteu em algo que se agarra, do qual Deus criou, aperfeiçoando-lhe as formas, Do qual fez dois sexos, o masculino e o feminino ? Porventura, Ele não será capaz de ressuscitar os mortos?'' (Alcorão Sagrado, 75ª Surata, versículo 36-40)

2º- Os idólatras não podiam imaginar que o corpo do homem, ao se decompor, após a morte, tornando-se pó fosse ter vida novamente.

Ibn Al Kassir narra:

''Umiah Bin Khalaf apresentou-se ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam com ele), levando na mão um osso decomposto que ele fragmentava e soltava ao vento e dizia:

''Alegas, ó Muhammad, que Deus ressuscitará isso? Muhammad respondeu-lhe: Sim ! Deus far-te-á morrer, então te ressuscitará, então te encurralará no inferno.''

Apesar da ressurreição ser o campo do incognoscível, Deus forneceu provas em muitas ocasiões, de que a ressurreição dos mortos é uma realidade, que deve ser aceita pôr todos, tais provas giram em torno do seguinte:

1- O homem foi criado a primeira vez da terra, e Aquele que o criou a primeira vez, pode ressuscitá-lo novamente, mesmo que o corpo se deteriore e se torne terra novamente.Diz Deus no Alcorão:

''E nos propõe comparações e esquecem a sua própria criação, dizendo: Quem poderá recompor os ossos quando já estiverem decompostos? Dize: Recompô-los-á Quem os criou a primeira vez, porque é Conhecedor de todas as criações.'' (Alcorão Sagrado, 36ª Surata, versículos 78 e 79)

E disse ainda:

''Estes possuem a orientação de seu Senhor e serão os bem aventurados. Quanto aos incrédulos, tanto se lhes dá que os admoestes ou não os admoestes; não crerão. Deus selou seus corações e seus ouvidos; seus olhos estão velados e sofrerão um severo castigo.'' (Alcorão Sagrado, 2ª Surata, versículos 5 ao 7)

2- O homem, sem dúvida foi criado, está patente que quem o criou, do nada, não foi outro senão Deus, Louvado Seja. Portanto, se Deus o criou a primeira vez, Ele é o Único que tem poder em ressuscita-lo após a sua morte terrena. Diz Deus no Alcorão:

''Porém, o homem diz: Que! Porventura, depois de morto serei ressuscitado? Pôr que não recorda o homem que o criamos quando nada era?'' (Alcorão Sagrado, 19ª Surata, versículos 66 e 67)

3- Os sinais da Onipotência de Deus, que vemos na terra plana, nas montanhas, na alternação do dia e da noite, na água que desce do céu, na germinação das plantas, tudo isso são sinais patentes de que Deus pode ressuscitar os mortos. Diz Deus no Alcorão:

''Acaso, não fizemos da terra um leito, e das montanhas estacas? E não vos criamos, acaso, em casais, nem fizemos vosso sono para descanso, nem fizemos a noite como um manto, nem fizemos o dia para ganhardes o sustento? E não construímos pôr cima de vós os sete firmamentos, nem colocamos um esplendoroso lustre, nem enviamos das nuvens copiosa chuva, para produzir, pôr meio dela, o grão e as plantas, e frondosos vergéis? Sabei que o Dia da Discriminação está com prazo determinado. Será o dia em que a trombeta soará e comparecereis em grupos.'' (Alcorão Sagrado, 78ª Surata, versículo 6 ao 18)

4- Nenhum ser humano pode alegar que criou os céus e a terra, mesmo os idólatras que adoram outras divindades, além de Deus, se lhes perguntarmos quem criou os céus e a terra responderam; que foi Deus! Diz Deus no Alcorão:

''Quem criou os céus e terra, e quem envia a água do céu, mediante a qual fazemos brotar vicejantes vergéis, cujos similares jamais podereis produzir? Poderá haver outra divindade em parceria com Deus? Qual! Porém, esses que assim afirmam, são seres que se desviam.'' (Alcorão Sagrado, 27ª Surata, versículo 60)

''Quantos profetas enviamos aos povos antigos! Porém, não lhes chegou profeta algum sem que o escarnecessem. Mas, aniquilamos aqueles que eram mais poderosos que eles, e o exemplo das primeiras gerações já passou.'' (Alcorão Sagrado, 43ª Surta, versículos 6 ao 8)

Se a criação dos céus e da terra é superior à criação humana, Deus , então, pode ressuscitar os mortos. Diz Deus no Alcorão:

''Que! Porventura vossa criação é mais difícil ou o é do céu, que Ele erigiu? Elevou sua abóbada e, pôr conseguinte, a ordenou. Escureceu a noite e, conseqüentemente clareou o dia; e depois disso dilatou a terra, da qual fez brotar a água e os pastos; fixou firmemente as montanhas.'' (Alcorão Sagrado, 79 Surata, versículo 27 ao 32)

5- É inconcebível submetermos o poder de Deus ao que alcançamos em ciência. O poder de Deus é ilimitado e não se submete a um determinado método, nem é resultado de um dos códigos da vida. Está acima de tudo isso.
Com que conhecimento podemos fazer de um esperma um ser humano, ou de uma semente uma rosa? Com que ciência podemos fazer um planeta, como a terra, com tudo que possui, girar no espaço, ao redor de si e ao redor do sol, fazendo com corpos maiores do que ela girassem em seu sistema, sem nenhum desvio?

Com que método podemos levantar o céu sem colunas aparentes, como o vemos? O poder de Deus está fora da nossa imaginação e de nosso conhecimento. E pôr mais que possamos dar asas a nossa imaginação não conseguimos conceber muitas coisas. Diz Deus no Alcorão:

''Sua ordem, quando quer algo, é tão somente: Seja! e é. Glorificado seja, pois, Aquele em cujas mãos está o domínio de todas as coisas, e a Quem retornareis.'' (Alcorão Sagrado, 36ª Surata, versículo 82-83)

O dono desse poder não poderia, acaso, ressuscitar os mortos? Sim! Ele é Onipotente!Diz Deus no Alcorão:

''Vossa criação e ressurreição não são mais que a de um só ser; sabei que Deus é Oniouvinte, Onividente.'' (Alcorão Sagrado, 31ª Surata, versículo 28)

Após essa nova exposição, podemos dizer; a ressurreição é verdadeira e nisso cremos, a outra vida é superior à está vida que vivemos, nela o ser humano colherá os frutos de suas obras nesta vida. Diz Deus no Alcorão:

''E a trombeta será soada, e hei-los que sairão de seus sepulcros e se apressarão para o seu Senhor.'' (Alcorão Sagrado, 36ª Surata, versículo 51)

E disse ainda:

''E a trombeta será soada; e aqueles que estão nos céus e na terra expiarão, com exceção daqueles a quem Deus queira conservar. Logo será soada pela segunda vez e, hei-los ressuscitados, pasmados.'' (Alcorão Sagrado, 39ª Surata, versículo 68)

E disse também:

''Nesse dia deixaremos alguns deles insurgirem-se contra outros e a trombeta será soada. E os congregaremos a todos.'' (Alcorão Sagrado, 18ª Surata, versículo 99)

O Juízo Final

Algumas pessoas pensam que suas obras não lhes serão registradas, e que o tempo se encarregará de apagá-las.

Nós, porém, temos a convicção de que não há registro tão perfeito quanto o Registro de Deus às obras do homem e o seu julgamento, as obras humanas são muitas e variadas. Elas se enquadram no seguinte:

1- Os atos dos homens. Disse Deus:

" Generosos e anotadores. Que sabem tudo que fazeis." (Alcorão Sagrado, 82ª Surata, versículos 11-12 )

2- Suas palavras. Disse Deus:

" Não pronunciará palavra alguma sem que junto a ele esteja presente uma sentinela que anotará."
(Alcorão Sagrado, 50ª Surata, versículo 18).

3- Os vestígios que aparecem nos rostos dos homens como riso e alegria, ira e tristeza.

Ibn Zar narra:

" Disse-me o Mensageiro de Deus: Não deprecieis nenhum benefício, mesmo o de encontrardes vossos irmãos com o semblante risonho.'' ( Tradição narrada pôr Muslim. "Riadu Assálihin", pag.131).

4- Os defeitos das palavras e dos atos das pessoas nas outras se o seguirem. Deus o Altíssimo diz:

"E lembra-lhes a parábola dos moradores da cidade, quando se lhes apresentaram os apóstolos." (Alcorão Sagrado, 36ª Surata, versículo 13).

Abu Huraira narra que o Profeta Muhammad, (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse;:

"Quem faz apelo para o bem, participará da recompensa daqueles que o seguirem, sem diminuir-lhes as recompensas. Quem convocar para o mal, participará dos castigos daqueles que o seguirem, sem lhes diminuir os castigos em nada." ( Narrada por Muslim. "Riadu Assálihin", pag.168).

Todos esses atos serão registrados, desde a sua maioridade, até a sua morte. Para que nada seja omitido, de palavras ou atos, Deus destinou a cada um anjos que o acompanham pôr todo tempo, registrando tudo o que faz. Disse Deus no Alcorão:

"E se lhes perguntas quem os tem criado, certamente dirão: Deus! Como, então, se desencaminham.'' (Alcorão Sagrado, 43ª Surata, versículo 87).

E disse:

"Este é o Nosso registro o qual depõe contra vós, porque anotávamos tudo quanto fazíeis."
(Alcorão Sagrado, 45ª Surata, versículo 29).

Abu Huraira narra que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse:

"Alternam-se, em vossa companhia, anjos que vos acompanham durante o dia e durante a noite. A hora da Oração da Alvorada e da Oração da Tarde se reúnem. Aqueles que estiveram convosco ascenderão aos céus, e Deus lhes perguntará: Como deixastes meus servos? Responderão: Deixamo-los orando e os visitamos orando.'' ( Riad Assalihim, pag. 621)

Tudo que os registrarem, de bem ou de mal, é conservado num Livro destinado a cada homem. Nada é omitido. Disse Deus o Altíssimo no Alcorão:

"Qual! Sabei que o registro dos ignóbeis estará preservado em Sijjin. E o que te fará entender o que é Sijjin? É um registro manuscrito" (Alcorão Sagrado, 83ª Surata, versículo 7-9)

E disse:

"Qual! Sabei que o registro dos piedosos está preservado em ll'lilin! E o que te fará entender o que é ll'lilin? É um registro manuscrito" (Alcorão Sagrado, 83ª Surata, versículo 18-20)

E disse:

"O Livro registro será exposto. Verás os pecadores atemorizados pôr seu conteúdo, e dirão: Ai de nós! Que significa este livro? Não omite nem pequena, nem grande falta, senão que enumera. E encontrarão registrado tudo quanto haviam feito. Teu Senhor não defraudará a ninguém.'' (Alcorão Sagrado, 18ª Surata, versículo 49)

E para que o homem não possa negar o que fez, Deus fará com que seus membros testemunhem contra ele. Diz Deus o Altíssimo no Alcorão:

''Dia virá em que suas línguas, suas mãos e seus pés testemunharão contra eles pelo que houverem cometido.'' (Alcorão Sagrado, 24ª Surata, versículo 24)

E disse ainda:

''E no dia em que os adversários de Deus forem congregados e desfilarão em direção ao fogo infernal, até que, quando chegarem a ele, seus ouvidos, seus olhos e seus pés testemunharão contra eles tudo quanto tiverem cometido. E perguntarão a suas peles: Pôr que testemunhas contra nós? Responderão: Deus foi quem nos fez falar; Ele faz falar todas as coisas! Ele vos criou anteriormente, e a Ele retornareis. E jamais podereis subtrair-vos a que vossos ouvidos, vossos olhos e vossos pés testemunhem contra vós. Não obstante, pensastes que Deus não saberia muito de tudo quanto fazíeis! E o pensamento, que vos fez duvidar de vosso Senhor, foi que vos aniquilou, e fez com que fizésseis parte dos desventurados.'' (Alcorão Sagrado, 41ª Surata, versículos 19-23)

O homem se apresentará para o julgamento com um registro acurado, sem dar possibilidade a que o ser humano negue ou esconda nada. Diz Deus o Altíssimo no Alcorão:

''Nesse dia sereis apresentados ante Ele, e nenhum de vossos segredos Lhe será ocultado.''
(Alcorão Sagrado, 69ª Surata, versículo 18)

E disse ainda:

''E a cada homem lhe penduraremos ao seu pescoço sua obra e, no Dia da Ressurreição, apresentar-lhe-emos um livro, que encontrará aberto; e lhe diremos: Lê o teu livro! Hoje bastarás tu mesmo para julgaste.'' (Alcorão Sagrado, 17ª Surata, versículos 13-14)

E disse também:

''Será no dia em que Deus os ressuscitará a todos e os inteirará de quanto tiverem feito. Deus o memoriza, enquanto eles o esquecem, porque Deus é Testemunha de tudo. Não reparas e que Deus conhece tudo quanto existe nos céus e na terra? Não há confidência entre três pessoas, sem que Ele seja a quarta delas; nem entre cinco, sem que Ele seja a sexta; nem que haja menos ou mais do que isso, sem que Ele esteja com elas, onde quer que se achem. Logo, no Dia da Ressurreição, os inteirará de tudo quanto fizerem, porque Deus é Onisciente.'' (Alcorão Sagrado, 58ª Surata, versículos 6-7)

E disse ainda:

''Em qualquer situação em que vos encontrardes, qualquer parte do Alcorão que recitardes, seja qual for a tarefa que empreenderes, seremos testemunha quando nisso estiverdes absortos, porque nada escapa a teu Senhor, nem do peso de um átomo ou algo menor ou maior que este, na terra ou nos céus, pois tudo está registrado num livro lúcido.'' (Alcorão Sagrado, 10ª Surata, versículo 61)

E disse Também:

''E instalaremos as balanças da justiça para o Dia da Ressurreição. Nenhuma alma será defraudada no mínimo que seja; mesmo se for do peso de um grão de mostarda, tê-lo-emos em conta. Basta-nos Nós pôr cômputo.'' (Alcorão Sagrado, 21ª Surata, versículo 47)

O mensageiro de Deus Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam com ele), disse:

''A todos vos Deus falará, sem a necessidade de um tradutor. Olhareis para a direita e vereis o que fizestes; olhareis para a esquerda e vereis o que fizestes; olhareis para a frente e vereis o inferno. Temei o inferno, nem que seja com o equivalente ao sulco de um caroço de tâmara. Quem não puder, que o faças com boas palavras.'' (Riad Assálihin, pág. 137)

Para que haja uma acurada justiça no julgamento do homem, vemos que outros expedientes, como a mocidade, a velhice, a riqueza, a pobreza, a sabedoria e a ignorância não serão negligenciados pôr Deus no julgamento do ser humano.

O pecado cometido pôr u moço, pôr exemplo, é diferente do cometido pôr um ancião, mesmo que seja o mesmo pecado, porque os estímulos e os incitamentos para a prática do pecado no moço são maiores que no ancião.
A caridade praticada, pôr exemplo, pelo pobre com a doação de um moeda, quando ele possui apenas três moedas, tem maior recompensa de que a caridade com dez moedas, praticada pôr um abastado, que tem cem moedas.

Isso porque uma moeda, para o pobre, representa um terço do que ele possui, e as dez para o rico representam um décimo do que ele possui, e quem doa um terço do que possui tem maior recompensa do que aquele que o faz com o décimo que ele possui.

O pecado cometido pelo sábio, é diferente do mesmo pecado cometido pelo ignorante, há outras coisas além dessas, como a intenção, o objetivo, que Deus conhece.

O mensageiro de Deus Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse:

''Todo servo, no Dia da Ressurreição, será perguntado sobre quatro coisas; sobre como despendeu a sua vida, como consumiu a sua mocidade, sobre a sua fortuna, como a conseguiu e em que gastou; e sobre o seu conhecimento e o que dele fez.''

O que devemos sempre ter na mente, sem negligenciá-lo um só instante, é que o os julgamentos das pessoas, em tudo nesta vida, não são definitivos, se não forem verdadeiros e justos e de acordo com o que foi enviado com os profetas.

Se usarmos de estratagemas, de mentiras e nos apossarmos de algo que não nos pertence, seremos julgados pôr isso e muito mais no Dia da Ressurreição.

Ummu Salma narra que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse:

''Sou muçulmano, quando trazeis vossas divergências a mim para eu julga-las, talvez alguns de vós saibam melhor apresentar seu argumento do que outros. Eu julgo de acordo com o que ouço, se eu conceder a alguém algo pertencente a seu irmão pôr direito, estarei lhe fornecendo um pedaço do inferno.'' (Riadu Assálihin, pág. 202)

Diz Deus o Altíssimo no Alcorão:

''Quem praticar o bem, fá-lo-à e benefício próprio; pôr outra, quem fizer o mal, será em prejuízo seu, porque o teu Senhor não é injusto para com os Seus servos.'' (Alcorão Sagrado, 41ª Surata, versículo 46)

E disse também:

''Os povos de Tamud e de Ad desmentiram a calamidade. Quanto ao povo de Tamud, foi fulminado pôr um furioso e impetuoso furacão, que Deus desencadeou sobre eles durante sete noites e oito nefastos dias, em que poderias ver aqueles homens jazentes como se fossem troncos desmoronados de tamareiras. Porventura, tens visto algum sobrevivente entre eles? E o Faraó, seus antepassados e as cidades nefastas disseminaram o pecado. E desobedeceram ao mensageiro de seu Senhor, pelo que Ele os castigou rudemente. Em verdade, quando as águas transbordaram, levamo-los na arca, para fazermos disso um memorial para vós, e para que o recordasse qualquer mente atenta. Porém, quando for soado um só toque da trombeta, e a terra e as montanhas forem desintegradas e trituradas de um só golpe, nesse dia acontecerá o inevitável evento. E o céu se fenderá, e estará frágil...Então, aquele a quem for entregue seu registro na destra, dirá: Hei-lo aqui! Lede meu registro; sempre soube que prestaria contas! E desfrutará de uma vida prazenteira, e um jardim sublime, cujos frutos estarão ao seu alcance. Comei e bebei com satisfação pelo bem que propiciaste em dias pretéritos! Em troca, aquele que for entregue seu registro na sinistra, dirá: Ai de mim! Oxalá não tivesse sido entregue meu registro; nem jamais conhecido o meu cômputo; oh! Oxalá a minha primeira morte tivesse sido a anulação! De nada me servem meus bens; minha autoridade se desvaneceu...!'' (Alcorão Sagrado, 69ª Surata, versículoss 4-29)

Que assunto pode ter tanto cuidado e apuro quanto o que Deus tem em relação às obra s dos humanos? E que justiça que desce às profundezas da alma e descobre o que ela oculta como essa justiça?

Só a justiça, o Registro e o Julgamento de Deus. Portanto, ó humano, fazei o que podes, pois a tua vida não se prolongará quanto queiras e nem serás deixado incólume. O Universo em que nasceste não te pertence, nem é a herança de teus pais e avós; nem mesmo nasceste nele por tua vontade, nem a vida nele depositada, nem os caminhos da sobrevivência foram traçados para ti ou para outrem!

Em que te baseias para deixares a doutrina de Deus, que Ele enviou com Seus profetas, e seques tuas paixões, desejos e instintos?

Pensaste algum dia que te apresentarás perante Deus, Que te deu a vida, e dela é o Senhor? Negas, acaso, que Deus enviou a cada povo mensageiros, e que o postermo deles é o Profeta Muhammad, Mensageiro de todo esse povo?

Se não sabias, sabes agora. Se sabias e não seguias o que Deus determinou, é problema teu. Nenhum humano pode obrigar-te a fazê-lo. O que deves saber é que Deus não te criou em vão e nem te deixará incólume. Ele te julgará pelo que cometeste. Disse Deus:

"Quem praticar o bem, fá-lo-á em benefício próprio; por outra, quem fizer o mal, será em prejuízo seu, porque teu Senhor não é injusto para com Seus servos" (Alcorão Sagrado, 41ª Surata, versículo 46)

Restou algo que devemos dizer: Quem te criou e te deu a audição, a visão e o coração (entendimento)? Quem criou os céus e a terra e o que há entre ambos? Quem te submeteu tudo que existe? Haveria outro criador além de Deus?

Se tudo o que há no Universo foi por Ele (Deus) criado, tu, ó humano, és uma minúscula parte. E se és criado por Deus, deves agir de acordo com a Sua vontade, e não de acordo com a tua. Por isso, o Seu julgamento de ti é uma realidade e é justo!

A Eternidade

A palavra "eternidade" é aplicada com o significado de longa duração, com o sentido de perpetuação, como quando dizemos: prisão perpétua. Deus diz:

"Quanto aos crentes que praticam o bem, introduzi-los-emos em jardins abaixo dos quais correm rios, onde morarão eternamente" (Alcorão Sagrado, 4ª Surata, versículo 57)

E diz:

"Quanto aos incrédulos, iníquos, Deus nunca os perdoará, nem os conduzirá por outro caminho, que não seja o do inferno, onde morarão eternamente, porque isso é fácil a Deus" (Alcorão Sagrado, 4ª Surata, versículo 168-169)

Quando empregarmos eternidade, aqui, será no sentido de para sempre. As pessoas, após serem julgadas, serão recompensadas pelas suas obras. Aqueles que haviam crido e praticado o bem, serão eternizados nos jardins do Éden; e aqueles que haviam descrido em Deus e Seus Mensageiros, serão eternizados no inferno e terão doloroso castigo.

A eternização das pessoas no Paraíso ou no inferno, após o seu julgamento, é um fato em que cremos, porque todo ato deve ter um objetivo que o homem procura alcançar. Se o ato for sem objetivo, a sua realização será em vão e desestimularão as pessoas a fazê-lo.

O comerciante, por exemplo, tem por objetivo o lucro. Se não alcançar lucros em seu trabalho, ele o trocará por outro para alcançar o seu objetivo. Por isso, algumas doutrinas filosóficas falharam em liderar a humanidade para o bem e para a virtude, apesar de sua insistência, porque essas doutrinas se fixaram no propósito, sem visarem o objetivo.

Todavia, o propósito por si só não afiança a permanência do homem na prática e na difusão do bem. É necessário um objetivo que o homem se esforça em alcançar. Explicaremos isso dizendo:

Algumas doutrinas filosóficas afirmam: É dever do homem praticar o bem, por ser apenas o bem, e por ser considerado uma virtude. Se o homem auxiliar um fraco, é-lhe suficiente a prática do bem.

Apesar da sublimidade desta opinião, se existir entre os homens, o praticante do bem, por si só, não possui um propósito nem objetivo para alcançar. Mesmo que o seu propósito seja a prática do bem, isso não é suficiente para afiançar a sua continuidade entre os homens.

A aceitação desse fato pelas pessoas não é rara, mas é impossível, principalmente quando a doutrina materialista desvirtuou, com suas instigações, a muitas mentes humanas, a ponto de as nações nada fazerem, sem uma restituição benéfica, com a esperança de serem pagas com algo maior e melhor do que forneceram.
O ponto de vista do Islam, porém, quanto à prática do bem, gira em torno de três fatores básicos, para que os homens aceitem praticá-lo e difundi-lo.

1º- A obrigação: o homem foi criado para agir em sua própria causa e na causa de sua comunidade. Se o homem puder praticar o bem para si e para os outros, tem a obrigação de fazê-lo. Disse Deus:

"E que surja de vós uma nação que recomende o bem, prescreva a retidão e proíba o ilícito. Esta será uma nação bem-aventurada." (Alcorão Sagrado, 3ª Surata, versículo 104)

E disse:

"Ó filho meu, observa a oração, recomenda o bem, proíba o ilícito e sofre pacientemente o quanto te suceda, porque isto é uma das predestinações eternas." (Alcorão Sagrado, 31ª Surata, versículo 1 7)

2º- O Estímulo à difusão do bem entre os muçulmanos para que o bem esteja em todos os atos das pessoas: Disse Deus:

"Uma palavra cordial e uma indulgência são preferíveis a caridades seguidas de agravos, porque Deus é por Si Tolerante, Opulentíssirno." (Alcorão Sagrado, 2ª Surata, versículo 263)

E disse:

"O exemplo daqueles que repartem sua fortuna pela causa de Deus é como o de um grão que produz sete espigas, contendo cada espiga cem grãos. Deus multiplica mais ainda a quem Lhe apraz, porque é Munificente, Sapientíssimo" (Alcorão Sagrado, 2ª Surata, versículo 261)

E disse mais:

"Que o ressentimento contra aqueles que trataram de impedir-vos de ir à Casa Sagrada não vos impulsione a provocá-los: outrossim, auxiliai-vos na benevolência e na piedade, e não vos auxilieis mutuamente no pecado e na hostilidade, mas temei a Deus, porque Ele é Severíssimo no castigo" (Alcorão Sagrado, 5ª Surata, versículo 2)

E disse ainda:

"Ó crentes, sede fiéis em cumprir os preceitos de Deus e prestai testemunho a bem da justiça; que o ódio aos demais não vos impulsione a serdes injustos para com eles. Sede justos, porque isto está mais próximo da virtude, e temei a Deus, porque Ele está bem inteirado de quanto fazeis" (Alcorão Sagrado, 5ª Surata, versículo 8)

E disse mais ainda:

"Ó crentes, sede justiceiros, fiéis testemunhas por amor a Deus, ainda que o testemunho seja contra vós mesmos, contra vossos pais ou contra vossos achegados, seja o acusado rico ou pobre, porque a Deus incumbe julgá-los. Por isso, não vos entregueis à concupiscência para não serdes injustos; e se falseardes vosso testemunho ou vos recusardes a prestá-lo, sabei que Deus está bem inteirado de quanto fazeis" (Alcorão Sagrado, 4ª Surata, versículo 135)

O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) disse:

"Não deprecieis nenhum beneficio, mesmo o de encontrardes vossos irmãos com o semblante risonho". (Tradição narrada por Muslim. "Riad Assálihin, pag. 131)

Abu Mussa narra que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) disse:

''Todo muçulmano deve praticar a caridade".
Perguntaram-lhe: "Se não puder?"
Disse: "Que trabalhe e se beneficie e pratique a caridade".
Perguntaram-lhe: "E se não puder?".
Respondeu: "Que auxilie o necessitado".
Perguntaram-lhe: "E se não puder?"
Respondeu: "Que pregue a prática do bem."
Perguntaram-lhe: "Se não puder?"
Respondeu: "Que se refreie da prática do mal, que isso é caridade." (Riad Assálihin, pag. 139)

3º- A Recompensa: é o objetivo que todo homem procura alcançar. Disse Deus:

"Emulai-vos em obter a indulgência de vosso Senhor e um Paraíso cuja amplitude é igual à dos céus e da terra e que está preparado para os tementes, que fazem caridade tanto na prosperidade como na adversidade; que reprimem a cólera; que indultam o próximo. Sabei que Deus aprecia os benfeitores." (Alcorão Sagrado, 3ª Surata, versículos 133-134)

E disse:

"Os crentes que praticarem o bem terão por abrigo os jardins do Paraíso, onde morarão eternamente e não ansiarão mudar de sorte." (Alcorão Sagrado, 18ª Surata, versículos 107-108)

O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) disse:

"Aquele que aliviar um muçulmano de um aperto mundano, Deus o aliviará de um aperto na outra vida. Quem facilitar uma adversidade, Deus lhe facilitará a vida neste mundo e no outro. Quem proteger um muçulmano, Deus o protegerá neste mundo e no outro. Deus auxilia o servo, enquanto o servo auxiliar a seu irmão." (Tradição narrada por Muslim, Riad Assálihin, pág. 212).

Podemos observar que o Islam, ao mostrar o bem, prima em difundi-lo entre todas as pessoas, considerando o refreamento do indivíduo da prática do mal, um bem.

Ao mesmo tempo, o Islam estabeleceu para a alma, por intermédio da prática do bem, tudo que anela desta prática: o propósito e o objetivo. É a eternização nos jardins do Éden.

Daí, a eternização, quer seja no Paraíso, quer seja no inferno, é incontestável, porque com ela o objetivo do homem nesta vida é alcançado.

Não podemos considerar a eternização dos incrédulos e dos idólatras no inferno como severidade extrema, porque foi o próprio homem quem escolheu a objetivo a ser alcançado. Não deve, então, o que escolheu o inferno, dizer que seu castigo é doloroso.

Quanto à escolha pelo homem de um dos dois caminhos, Deus diz:

"Pela alma e por Quem a aperfeiçoou, e lhe inspirou o que é o certo e o que é errado, que será venturoso quem a purificar, e desventurado quem a corromper". (Alcorão Sagrado, 19ª Surata, versículos 7-10)

E diz:

"E lhe indicamos os dois caminhos" (Alcorão Sagrado, 90ª Surata, versículo 10)

Algumas mentes incapazes de pensar devidamente, negam a eternidade na outra vida. Elas se baseiam na comparação do mundo incognoscível com o cognoscível. Esta comparação, é falsa, porque cada um deles tem uma organização e um sistema distintos, preparados por Deus.

Os anjos, por exemplo, pertencem ao mesmo incognoscível, e todo crente reconhece a sua existência. Eles não estão afeitos ao, que nós estamos aqui em nosso mundo, como a velhice, a doença, a dor; não geram, não se alimentam, não bebem, e indubitavelmente existem.

A existência dos anjos neste estado é uma prova da eternização do homem na outra vida. A história dos habitantes da caverna, ocorrida em nosso mundo, é um dos maiores portentos da Onipotência de Deus, que não se submete a um código, nem é limitada por tempo e espaço.

Os jovens da caverna permaneceram nela durante trezentos anos, sem comerem, nem beberem. Apesar do longo tempo, seus espíritos não os abandonaram, nem seus corpos se deterioraram. Esta é uma pequena amostra da eternização na outra vida, porque, Aquele que conservou o corpo da deterioração durante este longo tempo, apesar do ambiente propício à deterioração, pode eternizar as pessoas na outra vida. Disse Deus:

"Recorda-lhes quando um grupo de jovens se refugiou na caverna, dizendo: "ó Senhor nosso, concede-nos misericórdia de Ti e reserva-nos um bom êxito em nosso empreendimento! Adormecemo-lo na caverna durante muitos anos; então, despertamo-los para assegurar-Nos qual dos dois grupos sabia calcular melhor o tempo que haviam permanecido ali. Narramo-te sua verdadeira história: Eram jovens que criam em seu Senhor, pelo que lhes aumentamos em Orientação, e robustecemos seus corações quando se ergueram dizendo: Nosso Senhor é o Senhor dos céus e da terra; nunca invocaremos a nenhum outro deus em vez d'Ele; porque, com isso preferíamos extravagâncias. Estes povos adoram outras divindades em vez d'Ele, embora não lhes tenha sido concedido autoridade evidente alguma para tal Haverá alguém mais iníquo do que quem forja mentiras acerca de Deus? Quando vos afastardes deles, com tudo quanto adoram a par de Deus, refugiai-vos na caverna; então, vosso Senhor vos agraciará com Sua misericórdia e vos reservará um feliz êxito em vosso empreendimento. E verias o sol, quando se elevava, resvalar a caverna pela direita e, quando se punha, deslizar pela esquerda, enquanto eles ficavam no seu vasto espaço, Este é dos sinais de Deus. Aquele a quem Deus encaminhar estará bem encaminhado; por outra, aquele a quem desviar jamais poderás achar-lhe protetor que o guie. Se os houvesses visto, terias acreditado que estavam despertos, apesar de estarem dormindo, pois Nós os virávamos ora para a direita, ora para a esquerda, enquanto seu cão dormia com as patas estendidas na entrada da caverna. Sim, se os tivesses visto, terias retrocedido e fugido, transido de espanto! E eis que os despertamos para que se interrogassem entre si. Um deles disse: Quanto tempo permanecesses? Responderam: Estivemos um dia ou uma parte dele! Outras disseram: Nosso Senhor sabe melhor do que ninguém o quanto permanecestes. Enviai à cidade, alguém de vós com este dinheiro; que procure o melhor alimento e vos traga uma parte; que seja afável e não inteire a ninguém a vosso respeito, porque se vos descobrissem, apedrejar-vos-iam ou vos coagiriam a abraçar seu credo e, então, jamais prosperaríeis. Assim revelamos o seu caso ao povo, para que se persuadissem de que a promessa de Deus é verídica e que a Hora é indubitável. E quando estes discutiram entre si a questão, disseram: Erigi um edifício por cima deles; seu Senhor é o mais sabedor disso. Aqueles cujas opiniões prevaleciam, disseram: Erigi um templo por cima da caverna! ... E permaneceram na caverna trezentos anos e aumentaram nove." (Alcorão Sagrado, 18ª Surata, versículos 10-25).

Só falta termos uma ideia do que Deus preparou aos crentes e aos incrédulos na outra vida. Disse Deus:

"Existem dois antagonistas que disputam acerca de seu Senhor. Quanto aos incrédulos, serão cobertos com vestimentas de fogo e lhes será derramada sobre a cabeça água fervente, a qual derreterá tudo quanto há em suas entranhas, além da totalidade de suas peles. E terão clavas de ferro (para o castigo). Toda vez que dele (fogo) quiserem sair, por angústia, ali serão repostos e lhe será dito: Sofrei a pena da queimação! Por outra, Deus introduzirá os crentes que praticam o bem, em jardins abaixo dos quais correm os rios, onde serão enfeitados com pulseiras de ouro e pérolas, e suas vestimentas serão de seda." (Alcorão Sagrado, 22ª Surata, versículos 19-23)

E disse:

"Quanto àqueles que negam Nossos versículos, introduzi-los-emos no fogo infernal... Sabei que Deus é Poderoso, Prudentíssimo. Quanto aos crentes que praticam o bem, introduzi-los-emos em jardins abaixo dos quais correm rios, onde morarão eternamente." (Alcorão Sagrado, 4ª Surata, versículos 56-57).

Então, ó humano, ou ás crente, ou descrente. Pensaste, acaso, em teu destino?
Pensaste na tua eternização no Paraíso ou no inferno?

Nós não podemos obrigar-te a seguir qualquer caminho. Tu sozinho é que podes percorrer um dos dois, tudo que nos compete a teu respeito, é dizermos: Pensa prolongadamente em teu destino.

O sensato é aquele que julga a si próprio e trabalha para a outra vida; e o insensato é aquele que seque suas paixões e relega as leis de Deus ao abandono.

Um sábio disse:

''Fazei para o teu mundo de acordo com o tempo em que nele permanecerás; fazei para o outro mundo de acordo com o tempo em que nele permanecerás; fazei para o inferno, de acordo com teu poder de suportá-lo; e fazei pela causa de Deus, de acordo com a tua necessidade d'Ele."

É a Religião Necessária Para o Homem Nesta Vida?

Se sabemos que a religião é inata na humanidade que Deus criou, então todos os homens foram criados nesse estado de natureza real, que é o Islam. Disse Deus:

"Fixa o teu rosto na religião monoteísta. É a obra de Deus, sob cujo teor Deus criou a humanidade. A criação de Deus é imutável. Esta é a verdadeira religião; porém, a maioria dos homens o ignora."(Alcorão Sagrado, 30ª Surata, versículo 30)

E diz na tradição, narrada pelo Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), que Deus disse:

"Todos os Meus servos foram criados monoteístas. Os sedutores os desviaram de sua religião e os fizeram atribuir-Me semelhantes".

Ou seja, toda a humanidade foi criada na indubitável religião da verdade, que é o Islam. Sabemos disso, e sabemos que o homem não foi criado em vão, mas para cumprir uma extraordinária missão, que é adorar a Deus, seguir a doutrina trazida pelos Profetas, para que o bem, o amor e a paz e a felicidade prevaleçam para toda a humanidade.

Sabemos também que o homem não foi criado apenas para essa vida, mas também para uma outra mais importante e mais perene do que está. É a vida eterna.

Nela o homem será julgado pelo que cometeu nesta vida e recompensado pelas suas obras. Se fizer o bem, receberá o bem; e se fizer o mal, receberá o mal. Os crentes serão eternizados nos jardins do Éden e os incrédulos no fogo infernal.

Se soubermos de tudo isso, teremos a convicção de que a verdadeira religião, que Deus Se encarregou de resguardar, e que destinou a Seus servos, é necessária para a humanidade, não apenas na sua vida terrena, mas também na sua vida futura.

Todos os seres humanos, em todas as partes da terra, não necessitam apenas da religião, mas ela é, com sua crença e suas leis, uma das necessidades do homem e da vida real para o homem, sem a qual não conseguirá viver na retidão, desejando o bem para si e para o próximo, com sua vida exemplar, onde prevalecem a segurança, a felicidade e a paz.

A necessidade da humanidade pela religião é devida aos seguintes fatores:

1- A adequação da religião à natureza do homem, Deus criou o homem no estado da natureza de Sua religião. O homem religioso, devido à sua religiosidade, seque sua natureza, sem contrariá-la.

Se o homem harmonizar seu comportamento com a sua natureza, estará no caminho da retidão, com a alma em paz, o coração comprazido, a mente sossegada, a visão iluminada, sem choques entre ele e seu espírito, e entre a sua consciência e seus atos. Disse Deus:

"Que criamos o homem na mais perfeita proporção. Então a reduziremos à mais baixa das escalas, salvo os crentes que praticam o bem; estes terão urna recompensa infalível." (Alcorão Sagrado, 95ª Surata, versículos 4-6)

O homem possuirá a mais perfeita proporção se crer em Deus, único, e aceitar o que todos os profetas trouxeram, se fizer da prática do bem sua senda e seu método neste mundo. Se o homem se extraviar e atribuir semelhantes a seu Criador, passando a seguir suas paixões e vícios, será reduzido à mais baixa das escalas.

Said Qutub diz: "A verdade apresentada por esta Surata, "a do Figo", que diz: "Pelo figo e pela oliva, pelo monte Sinai, e por esta metrópole segura (Makka), que criamos o homem na mais perfeita proporção. Então o reduziremos à mais baixa das escalas, salvo os crentes que praticam o bem; estes terão uma recompensa infalível. Quem é, então, que depois disto te contradirá quanto ao Dia do Juízo? Acaso, não é Deus o mais prudente dos juizes?" (Alcorão Sagrado, 95ª Surata 1-8), é a realidade da natureza em que Deus criou o homem e a harmonização dessa natureza com a natureza da crença, alcançando com ela a mais perfeita proporção, ou ser reduzido à mais baixa das escalas, e se desviar da natureza da crença." (A Sombra do Alcorão, volume 3, pág. 608, 6ª Edição)

2- A harmonização entre o homem e a existência. Se o apego à religião verdadeira, que é a crença no Deus Único e o agir de acordo com o que o Seu Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), apresentou, por ser considerado o postermo dos Profetas, e quem nele crer, crerá em todos, se ajusta à harmonização entre o homem e a natureza em que foi criado, este apego também faz da harmonização e da similaridade entre este Universo em que o homem vive e o próprio homem, levando-se em conta que o homem é uma parte deste Universo, uma realidade incontestável e inexorável, pois tudo que Deus criou neste Universo, de sol, lua e estrelas, de montanhas, árvores, pássaros e animais, de outras coisas que conhecemos e que não conhecemos, está submetido, consagrado e prostrado perante Deus, seu Criador, e glorifica Seus louvores, de uma forma que só Deus conhece. Disse Deus:

"Não reparas, acaso, em que tudo quanto há nos céus e tudo quanto há na terra se prostra ante Deus? O sol, a lua, as estrelas, as montanhas, as árvores, os animais e muitos humanos? Porém, muitos merecem o castigo! E a quem Deus afrontar não achará quem o honre, porque Deus faz o que Lhe apraz." (Alcorão Sagrado, 22ª Surata, versículo 18)

E disse:

"A Deus se curvam aqueles que estão nos céus e na terra, de bom ou mau agrado, tal como acontece com suas sombras ao amanhecer e ao entardecer." (Alcorão Sagrado, 13ª Surata, versículo 18)

E disse ainda:

"Ante Deus se prostra tudo o que há nos céus e na terra, tanto os seres como os anjos, e não se ensoberbecem"(Alcorão Sagrado, 16ª Surata, versículo 49)

E disse mais ainda:

"Não reparas, acaso, em que tudo quanto há nos céus e na terra glorifica a Deus, inclusive os pássaros, ao estenderem suas asas? Cada um está ciente de sua oração com sua louvação. E Deus é Sabedor de quanto fazem" (Alcorão Sagrado, 24ª Surata, versículo 41 )

Se toda esta criação que citamos, que forma este Universo, prostra-se, com submissão, perante Deus, seu Criador, e glorifica Seus louvores, e se o apego do homem à verdadeira religião o capacita a prostrar e glorificar os louvores de Deus, então toda a existência, inclusive o homem, forma uma harmonia inegável entre o homem e o resto da criação.

Esta harmonia é necessária para o próprio homem e para a própria vida. Se o homem não tiver sossego num determinado lugar, estará agindo contra a vontade. Se encontrar paz e sossego num lugar, sentirá que tudo que o rodeia foi criado por sua causa; alegrar-se-á com ele e com a sua beleza, fará de tudo para conservá-lo.

Nisto reside o progresso da vida. Por outro lado, se desgostar do que o rodeia, destrui-lo-á ou o removerá; e nisso está a destruição da vida frutífera que o homem almeja.

A crença do homem na verdadeira religião e o seu apego à sua doutrina, cria entre o homem e o mundo em que vive uma harmonia e uma correspondência, onde ele visualiza a Onipotência de Deus no brotar da pequena planta, nas altas montanhas, nos mares, nos rios e nos riachos.

Vê a magnificência de Deus na terra que gravita no espaço, no sol, na tua, nele próprio e no que o rodeia. O religioso olha o que o rodeia com o olhar de meditação. E quando o homem medita prolongadamente numa coisa, aperfeiçoa a sua relação e correspondência com ela, e com isso, harmoniza-se com ela, vivendo em paz e sossego.

Por isso, a religião é necessária para o homem nesta vida, para se harmonizar com o que o rodeia, de beleza, majestade, harmonizando-se com a existência da qual ele faz parte.

3- A consolidação da relação entre o homem e seu Criador. Não exageramos se dissermos que o homem é a fonte desta vida. Por sua causa foi criada e com ele floresceu. Tudo nela é destinado para a sua sobrevivência e a ele foi submetido. Ele é o propulsor de sua civilização, o agente de seu desenvolvimento.

A vida, todavia, com sua majestade, esplendor, excitamento e beleza, com as mercês que a cobrem, com a civilização que tem, necessita de alguém que a revele, e o homem se encarregou de tudo isso.
O homem é uma dádiva de Deus para esta vida. Ele é a sua alma, sua alegria, sua beleza, sua bela melodia. O homem não é apenas matéria composta de sangue, carne e ossos, mas possui também alma. Apesar de ter sido criado da terra, seu espírito provém do Senhor do Universo. Disse Deus:

"Que aperfeiçoou tudo que criou e iniciou a criação do primeiro homem de barro; então formou-lhe a prole de essência de sutil sêmen; depois o modelou; então, alentou-o de Seu Espírito. Dotou-vos da audição, da visão e do coração (entendimento). Quão pouco Lhe agradeceis!" (Alcorão Sagrado, 32ª Surata, versículos 7-9)

O homem, apesar de ser animal, ele é racional, possui o livre-arbítrio de seguir o caminho que desejar, É verdade que não foi criado por seu desejo, nem morre quando deseja, porém, foi-lhe tudo preparado, nesta etapa da vida, ou seja, entre a vida e a morte, para que faça o que desejar.

Por isso, há nesta vida o diligente e o negligente, o ascendente e o descendente, o poderoso e o desprezível, o líder e o subserviente, e há ainda aquele que consegue mudar a face da vida e submetê-la ao que ele crê.
Há aquele que morre sem deixar vestígio de sua existência. Há aqueles que, por mais longo que seja o tempo que transcorreu entre nós e eles, suas marcas continuam visíveis nesta vida. E há aqueles que morrem como se nunca existissem.

O homem, por ser formado de corpo e alma, ao purificar a alma e desenvolvê-la, alcança a perfeição e galga os céus até às moradas celestiais. Ao se envolver com seus vícios e seguir as suas paixões, desce às piores escalas.
Ele terá a mais perfeita proporção se for guiado por sua alma, e será reduzido à mais baixa das escalas se envolver com seus vícios e paixões. A sua alma pode elevá-lo à perfeição e seus vícios podem empurrá-lo para o precipício. Disse Deus:

"Que criamos o homem na mais perfeita proporção. Então o reduziremos à mais baixa das escalas, salvo os crentes que praticam o bem; estes terão uma recompensa infalível." (Alcorão Sagrado, 95ª Surata, versículos 4-6)

O homem, quanto à sua formação de corpo e alma, não pode ser diferenciado de outro homem, se desejarmos julgá-lo como homem, com sua personalidade e dignidade. Por isso, em sua completa existência, ele necessita de um método correto que possa desenvolver seu corpo e purificar a sua alma, para que possa habitar a terra e se guie aos outros ao caminho do bem.

Foi por misericórdia de Deus para com o homem, que Ele depositou no corpo de cada ser vivo as necessidades do próprio corpo. Se ele tiver necessidades de alimento, sentirá fome; se estiver necessitando de água, sentirá sede; se estiver cansado, pedirá pelo descanso; se sentir frio, pedirá pelo aquecimento.

Observa-se que todas as necessidades do corpo, que o desenvolvem e conservam a sua vida, são da mesma espécie com que foi criado o próprio corpo. O alimento, a água, as vestimentas, etc., foram criados da água e da terra, substâncias das quais o corpo humano foi criado.

A alma é uma dádiva de Deus para esse corpo. Ele é o seu recipiente e ela é a sua essência. Sem ele, o corpo não passa de um amontoado de carne e ossos; com ela, é um homem, com sua personalidade e dignidade.

Para a conservação e o desenvolvimento da alma, é necessário purifica-la. Isto só pode ser conseguido por intermédio da instrução proveniente da Fonte que a doou, Que é Deus. A sua purificação só pode ser conseguida com as Mensagens de Deus, enviadas com os Profetas.

Se desejarmos conservar e desenvolver a alma, e se pretendemos guiar o homem para a mais perfeita proporção, devemos conservara em contato permanente com seu Criador, submetendo-se a Ele, e permanecendo dentro de Seus limites, executando Suas leis e mandamentos.

Isso demonstra que a religião é necessária para a vida, para consolidar a relação entre a alma e seu Criador, e a alma possa assumir todas as nuanças da vida do homem, guiando-o, constrangindo-o, dominando seus movimentos. Com isso o homem pode viver livre, digno, desprovido dos vícios e das paixões.

4- O controle do comportamento do homem para que possa viver em fraternidade. Se observamos os movimentos, as tendências, os desejos, o caráter e os comportamentos do homem em suas atividades, seus relacionamentos uns com os outros, com seus pais, parentes, vizinhos, amigos e com todos os membros da sociedade em que vivem, em suas ligações com a nação ou o povo a que pertencem, vemos que algumas pessoas são controladas, em todas as suas atividades, pelos costumes e tradições que adotaram; outras acrescentam a isso um código por elas constituído; e outras, ainda, acrescentam a tudo uma religião. Portanto, toda a humanidade, em todas as suas atividades, ou está submetida a costumes e tradições, ou a um código ou a uma religião, ou a todos ao mesmo tempo.

Cada um desses expedientes tem uma influência evidente nas relações e comportamentos humanos. Porém, qual desses expedientes serve para o controle do comportamento do homem na prática do bem, garantindo-lhe a segurança e a estabilidade, onde possa assegurar a sua própria integridade e de sua mente, de sua riqueza, de sua família, de sua liberdade de crença?

Para conhecermos o papel de cada um no controle do comportamento do homem, seu relacionamento e o alcance de sua utilidade ou nocividade, faremos um apanhado geral sobre cada um desses expedientes:

Os costumes e as tradições: Os costumes são um conjunto de atos que o homem se habitua a praticar, tornando-se exímio em seu manejo, sem necessidade de recorrer a nenhum esforço.

As tradições são os costumes herdados dos antepassados. Ambos formam um conjunto de leis que regem os comportamentos, quer seja de uma comunidade, de um povo ou de uma nação, em suas atividades civis e sociais.
Eles são o produto de uma necessidade causal ou temporal, e não o produto de um estado organizado. São seguidos sem se levar em conta a sua validade, ou se podem acarretar prejuízos aos outros ou não, ou se atrofiam a personalidade do homem ou não.

O homem, por exemplo, que sente necessidade de quem o proteja das forças da natureza, como o trovão, o relâmpago, os terremotos, etc., apela para as pedras e os ídolos, para se proteger daquilo que ele teme. Essa sua prática passa a ser um costume entre as pessoas. Isso elimina a liberdade e a dignidade do homem.

Entre algumas tribos, por exemplo, há o costume de que se uma moça quiser casar, tem de viver antes com o chefe da tribo. Se ele não aprová-la, ela permanecerá solteira pelo resto da vida.

Em muitos países ocidentais e orientais, a conservação da virgindade é considerada hoje uma prova de falta de feminilidade. Esse costume difundiu a prostituição e a imoralidade que todos conhecem.

Por outro lado, há pessoas que adotam costumes, quer sejam benéficos, quer sejam maléficos para a sociedade, quer sejam úteis, quer sejam nocivos ao indivíduo. O imitador se apega à imitação de quem o precedeu, mesmo que o costume seja para atrofiar sua personalidade humana.

Disso podemos concluir: Os costumes e as tradições são inadequados para controlar os comportamentos e as atividades do homem, quer seja individual, quer seja coletivamente. Eles privam o homem de desejar o bem a todos, roubam-lhe a segurança, a estabilidade, a segurança de seus bens, famílias, a liberdade de crença e de pensamento, as necessidades que os sábios reuniram e que devem ser alcançados para que o homem possa viver como homem.

A inadequabilidade dos costumes e das tradições é causada por vários motivos, entre os quais destacamos:

1º- Os costumes e as tradições não são baseados num estudo organizado. Os costumes e as tradições não são o resultado de um estudo ou de uma necessidade geral, abrangente, útil ao indivíduo e à sociedade.

São fruto de uma necessidade causal ou temporal. Seu introdutor não olha suas conseqüências em relação a ele próprio ou aos outros, porque visa apenas alcançar o seu objetivo. Aquele que se acostuma a ingerir bebidas alcoólicas, por exemplo, não vê a nocividade que está causando a si ou a seus filhos e à sociedade em que vive, porque deseja apenas suprir suas necessidades dessa bebida, sem nada levar em considerado.

2º- O afastamento dos costumes e das tradições, da lógica e da evidência. Já que os costumes e as tradições não se baseiam num estudo organizado, os seus adeptos não possuem objetivo, nem se guiam pela lógica e pela evidência.

Como exemplo, podemos citar a santificação de um determinado ídolo ou animal ou ser humano. Neste nosso século, considerado o ápice dos séculos anteriores, pela civilização alcançada e pela ciência e pensamentos conquistados, ao entrarmos em algumas casas, vemos um ou mais ídolos ali expostos.

Se perguntarmos a causa de sua adoção, o dono da casa alega que lhe dão sorte. Se lhe perguntarmos se ele está convicto de que lhe dão sorte, e se a dão de fato, ele não sabe responder. Se tentarmos nos aprofundar no assunto, perguntando-lhe sobre as graças recebidas, ele se esquiva e continua apegado a ele.
O mesmo caso acontece com muitos jovens muçulmanos ou não, que usam correntes de ouro ao redor do pescoço, como se quisessem demonstrar seu apego a um ato cujo objetivo desconhecem.

3º- Sua falta de abranger o homem na sua acepção transcendente. O pesquisador dos costumes e tradições conclui que os mesmos não convêm para o controle dos comportamentos e atividades do homem na sua acepção transcendente, ou seja, considerando-o corpo e alma, porque o que o homem introduziu no campo do relacionamento entre ele e o seu Criador, por intermédio dos costumes e das tradições, é ao mesmo tempo a aniquilação desse relacionamento.

Deus enviou Seus Mensageiros com missões determinadas, sem que o próprio mensageiro possa aumentar ou diminuir nada da mensagem. O apego às leis dessas mensagens é a verdadeira relação entre o Criador e Seus servos. O desapego a elas ou o desvio delas é a aniquilação dessa relação.

Se ela for rompida, aniquila-se o lado espiritual do homem, e os costumes e as tradições passam a governar apenas o lado material, apesar de sua incapacidade neste sentido, como demonstramos acima.

4º- A aniquilação das invenções e das criatividades que beneficiam o homem. Aqueles que sequem, em sua vida, os costumes e as tradições introduzidas pelos seus predecessores, destroem a maior dom que o homem possui nesta vida e o pensamento e a liberdade. Se o homem for desprovido do pensamento e da liberdade, em que se transformará?

5º- A insuficiência dos costumes e das tradições para a educação do homem em assumir sua responsabilidade.

É certo que aquele que procura aplicar os costumes e as tradições em qualquer sociedade, não é o homem como indivíduo, mas como a sociedade em que vive, porque esses costumes e tradições não são produto de um pensamento aceito por todos ou é uma opinião em que crêem, mas é o produto da necessidade daqueles que os introduziram, e uma imitação daqueles que as tomaram de outros.
Algumas pessoas, querendo agradar à sociedade, sequem aparentemente os costumes, às ocultas porém, fazem o que querem, contrariando esses costumes e essas tradições. E por falta de seu domínio do pensamento e da consciência do homem, não têm controle para obrigar o homem a respeitá-los e se apegar a eles. Na ausência desse domínio, o homem vive à sua sombra, muito distante de assumir suas responsabilidades.

6º- A fragilidade e a superficialidade dos costumes e das tradições perante outros costumes e tradições. É sabido que cada tribo ou sociedade, ou nação, possui costumes e tradições, aos quais se apegam e fazem de tudo ao seu, alcance para conservá-los.

Apesar disso, muitas pessoas abandonam seus costumes e tradições, adotando outros que, por algum tempo terão a liderança, até que outros costumes e tradições se oponham a eles e os eliminem.
Devido a essa fragilidade, eles são inadequados para o controle do comportamento e das atividades do homem, porque aquele que não puder subsistir, não pode controlar o comportamento de outros.

O Alcorão acusa aqueles que estagnam seus pensamentos e deixam de utilizar o seu intelecto, imitando os costumes dos outros, disse Deus:

"Quando lhes é dito: Segui o que Deus tem revelado! dizem: Qual! Só seguimos as pegadas dos nossos pais! Segui-las-iam ainda que seus pais nada compreendessem nem se guiassem?" (Alcorão Sagrado, 2ª Surata, versículo 170)

E disse:

"E quando lhes foi dito: Apegai-vos ao que Deus revelou, e (apegai-vos) ao Apóstolo! Disseram: Basta-nos seguir o que seguiam nossos pais! Como? Seguir-lhes-ão o exemplo, ainda que seus pais nada compreendiam nem se guiavam?" (Alcorão Sagrado, 5ª Surata, versículo 104)

E disse ainda:

"Do mesmo modo, não enviamos antes de ti qualquer admoestador a urna cidade sem que os abastados dentre eles dissessem: Em verdade, deparamo-nos com nossos pais a praticarem um culto, pelos rastros dos quais seguiremos. Disse-lhes: Que ! Ainda que eu vos trouxesse melhor orientação do que aquela que seguiam vossos pais? Responderam: Sabei que renegamos a vossa missão." (Alcorão Sagrado, 43ª Surata, versículos 23-24)

O Código

Antes de falarmos sobre o papel do código e sua adequabilidade ou não para o controle dos comportamentos e das atividades do homem, gostaríamos de dizer que os costumes e as tradições e o código possuem um papel inegável nesse controle.

Porém, esse papel é limitado e não possui relação com o lado espiritual do homem. Sua insuficiência quanto ao lado material é patente, como mostramos em relação aos costumes e tradições e iremos mostrar agora em relação ao código.

A força do código no controle de alguns comportamentos e atividades do homem não se baseia no próprio código, mas em outros fatores. Além da força legal da matéria do código, como a inexistência de exceções para que seja respeitado, ele deve abranger todos os membros da sociedade, sem diferença entre governante e governado, entre rico e pobre, entre o conhecedor das leis e o que as ignora.

Ela também reside na aplicação minuciosa de suas leis e sua rigorosa punição. O código de direito de passagem, por exemplo, a maior parte de sua matéria é reconhecida por todas as nações, pouco faltando para que sejam unificados num só código.

As poucas diferenças que existem são resultado do controle, em alguns países, e a anarquia, em outros. Todavia, o próprio código afirma que ele, por si só, não é suficiente para controlar os comportamentos, se não for aplicado minuciosamente, e com todo o rigor.

Apesar do respeito de algumas nações e sociedades às leis que lhes garantem o beneficio, o código é inadequado para controlar os comportamentos e as atividades do homem pelos seguintes motivos:

1- A insuficiência do código quanto às necessidades atuais e futuras. Se o homem, porém, conhece suas necessidades da época em que vive, ele desconhece as futuras. Por isso, nunca vemos um código permanente, inalterável, e isso é evidente, por causa de sua insuficiência em preencher as necessidades do homem nesta vida.

2 - A instabilidade do código. Se examinarmos o que os poderes legislativos produzem e anulam de códigos, verificamos a sua fragilidade, não apenas perante seus executores, mas também entre seus próprios legisladores. Portanto, a instabilidade do código afasta os homens de segui-lo e respeitá-lo.

3 - A falta de obediência e a falta de execução por parte das nações e dos indivíduos ao código, por mais que o homem alcance o conhecimento e a civilização, ele continua servo de seus benefícios e necessidades. Se o homem julgar que tem poder, e que, contrariando um dos artigos do código, aufere benefícios, ele é o primeiro a contrariá-lo, mesmo que tenha sido ele o seu autor.

Se olharmos acuradamente ao nosso redor, verificamos que, em todas as nações, em nível individual ou em nível governamental, ou em nível internacional, o poder é tudo e o código só é aplicado aos fracos.

Os tiranos, por exemplo - e quão numerosos são nesta época - aplicam, acaso, o código a favor da justiça, e em seu próprio detrimento?

Mesmo as nações, na maior parte das organizações mundiais, corno a Assembléia das Nações Unidas e o Fórum Internacional, não se apegam ao código. E se apegam, não o executam. Aquele que quiser presenciar a falência do código mundial, de como ele é dilacerado mais de uma vez por dia, que assista às sessões dessas organizações.

É, acaso, justo que um homem seja julgado por ter aumentado o som de seu rádio, perturbando assim o sossego dos outros, e um grupo poderoso não seja julgado por invadir um país, expulsando seus habitantes, com a ajuda das grandes potências?
Não é sarcástico dizer que o código serve para controlar os comportamentos e as atividades do homem?
É justo julgarmos um homem que deixou de limpar a calçada de sua casa, e não julgarmos uma grande nação por usurpar a liberdade, as terras e as produções de um povo?

Não estaria o homem se ridicularizando quando cria um código que só é aplicado aos fracos; e mesmo estes, só o respeitam por recearem uma série de punições. Se eles pudessem escapar dessas punições, seriam os primeiros a transgredi-lo.

4 - A inabrangência do código ao lado espiritual do homem. O homem não é apenas corpo, mas é corpo e alma. O lado espiritual do homem é a sua parte mais nobre. A negligência desse lado é a aniquilação da personalidade do homem.

Se esta personalidade for aniquilada, seus comportamentos passarão a se assemelhar aos comportamentos dos animais irracionais, talvez em plano inferior e estes, porque o animal irracional foi criado com consciência que se limita a seus instintos.

O homem, porém, que negligencia o seu lado espiritual não se submete a costumes, nem a tradições, nem a códigos, a menos que tema em incorrer em suas severas punições, se a incapacidade do código é evidente quanto ao controle do comportamento e da atividade do homem, ele nada consegue oferecer em relação ao lado espiritual do homem, porque esse lado não se fortalece, nem se desenvolve no homem, a não ser com as leis de Quem agraciou a alma ao homem, Que é Deus.

5 - A proliferação das guerras e dos crimes é prova da inadequabilidade do código para o controle do comportamento do homem.

O historiador americano, Will Durant, diz:

"Durante os últimos 3421 anos só conhecemos a paz durante 268 anos, e não foi uma paz completa, mas tentativas de cessar-fogo e negociações para se conseguir um armistício. Na verdade, se olharmos ao nosso redor, vemos que o fogo das guerras nem bem foi apagado em um lugar, é ateado em outro, corno se os homens fossem criados para a guerra e a destruição. Se analisarmos a coisa em nível nacional, vemos que o homem não está seguro de si, nem de seus bens, nem de sua família, nem de sua liberdade de opinião, nem de sua dignidade. O homem, nos países comunistas, por exemplo, não tem opinião, nem nada que demonstre que é ser humano. Foi-lhe tudo arrebatado, mesmo a expressão de sua existência. Os assaltantes e os criminosos abundam em todos os lugares, atacando a todos e, ocasionalmente, aterrorizando os próprios governantes. Os traficantes de entorpecentes tomaram o poder de alguns países e os crimes são cometidos perante as pessoas, sem que ninguém consiga fazer nada. Milhares de pessoas foram chacinadas em muitos países, por terem demonstrado a sua opinião."

Não é isso, prova, da inadequabilidade do código para controlar o comportamento e a atividade do homem?

A Religião

Literalmente, religião significa, o sentimento inerente ao ser humano que o liberta dás contingências imediatas e o induz a uma comunhão estreita com a Ser Supremo.

Podemos concluir também que tudo que o homem adotar, quer seja verdadeiro ou falso, é denominado de religião. Deus diz:

"Dize: Ó incrédulos, não adoro o que adorais, nem vós adorais o que adoro, e jamais adorarei o que adorais, nem vós adorareis o que adoro. Vós tendes a vossa religião e eu tenho a minha."(Alcorão Sagrado, 109ª Surata versículos 1-6)

Religião, doutrinariamente falando, significa: crer com o coração, confessar com a língua e agir de acordo com os princípios. O Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), denominou assim a religião que Deus destinou a Seus servos:

Umar lbn Al Khatab narra: "Certo dia, estando nós reunidos na casa do Profeta de Deus, apareceu um homem com trajes de brancura resplandecente e cabelos muitos negros. Não se lhe notava qualquer sinal de viagem, e ninguém o conhecia.

Tomou lugar diante do Profeta. Pôs os joelhos contra os deste, e pousou as palmas, das mãos nas suas pernas, e pediu: ''ó Muhammad faze-me conhecer o Islam.''

Então, o Profeta explicou: O Islam consiste em testemunhares que não há divindade além de Deus e que Muhammad é o Seu Mensageiro, praticar a oração, pagar o tributo (zakat) e observar o jejum do mês de Ramadan, e que peregrines à Casa de Deus se tiveres posses para tal.

O visitante comentou: Falaste a verdade !

Nós nos admiramos tanto pela pergunta como pelo assentimento.

Tornou a pedir: Faze-me conhecer a fé.

O Profeta disse: A fé consiste em creres em Deus, nos Seus anjos, nos Seus Livros, nos Seus Profetas e no Dia da Ressurreição. Deves também acreditar na predestinação.

O homem comentou: Falaste a verdade.

E continuou: Faze-me conhecer a virtude.

E o Profeta respondeu: A virtude consiste em adorares a Deus como se O visses, pois, na verdade, se não O vês, Ele te vê.

O homem pediu ainda: Faze-me conhecer a Hora (do Julgamento Final)

E o Profeta observou: Sobre a Hora, o consultado não sabe mais do que o interessado.

Nessa altura o homem insistiu: Mas conta-me quais os sinais precursores.

E o Profeta disse: Surgirão quando a serva gerar a senhora, quando os descalços, os nus, os miseráveis e os pastores levantarem construções cada vez mais altas.

Com isto o homem partiu.

Permanecemos ali por longo tempo, após o que o Profeta perguntou: ó Umar, sabes com quem estivemos?
Respondi: Não! Deus e o Seu Mensageiro são mais sábios.

Aquele homem era o arcanjo Gabriel. Veio até vós para ensinar-vos a religião." (Riad Assálihin, pag. 92)

A religião que visamos neste assunto e é adequada para o controle dos comportamentos e das atividades do homem é o Islam. Escolhemo-la por três fatores:

Primeiro: O Islam é a religião de toda a humanidade. Já que o Islam é a submissão e a obediência a Deus, todo aquele que obedecer a Deus e agir de acordo com que Seus apóstolos foram enviados, é muçulmano.

Os profetas e os mensageiros, por obedecerem e se submeterem a seu Senhor, são muçulmanos. Por isso, vemos os profetas, os mensageiros e os que os seguiram manifestarem publicamente que estão submissos a Deus, Senhor do Universo: Diz Deus a respeito de Noé:

"Caso contrário, sabei que não vos exijo retribuição alguma por isso, porque minha recompensa só virá de Deus; e foi-me ordenado que fosse um dos submissos." (Alcorão Sagrado, 10ª Surata, versículo 72)

E diz a respeito de Abraão:

"Abraão jamais foi judeu ou cristão; foi, outrossim, monoteísta, submisso, e nunca se contou entre os idólatras" (Alcorão Sagrado, 3ª Surata, versículo 67)

E diz a respeito de Abraão e de Ismael:

"E quando Abraão implorou: Senhor meu, faze com que esta cidade seja de paz, e agracia com seus frutos os seus habitantes que crêem em Deus e no Dia do Juízo Final i Deus respondeu: Também aos incrédulos agraciarei um pouco; mas depois serão condenados ao tormento infernal. Que funesto Destino! E quando Abraão e Ismael levantaram os alicerces da Casa, exclamaram: Ó Senhor nosso, aceita-a de nós pois Tu és Exorável, Sapientíssimo. Ó Senhor nosso, permite que nos submetamos a Ti e que surja de nossa descendência uma nação submissa à Tua vontade. Ensina-nos nossos ritos e absolve- nos, pois Tu és Remissório, Misericordiosíssimo"(Alcorão Sagrado, 2ª Surata, versículos 126-128).

E diz a respeito da legação de Abraão a seus filhos e a Jacó:

"Abraão legou esta crença a seus filhos, e Jacó aos seus, dizendo-lhes: ó filhos meus, Deus vos legou esta religião; apegai-vos a ela para que morrais submissos. Não estáveis presentes quando a morte se apresentou a Jacó, que perguntou a seus filhos: Que adorareis após a minha morte? Responderam-lhe: Adoraremos o teu Deus e o de teus pais: Abraão, Ismael e Isaac; o Deus único, a Quem nos submetemos." (Alcorão Sagrado, 2ª Surata, versículos 132-133)

E diz a respeito de José:

"Ó Senhor meu, já me agraciaste com a soberania e me ensinaste a interpretação das histórias! O Criador dos céus e da terra, Tu ás meu Protetor neste mundo e no outro. Faze com que eu morra submisso e junta-me aos virtuosos." (Alcorão Sagrado, 12ª Surata, versículo 101)

E diz a respeito de Lot:

"E evacuamos os crentes que nela (Sodoma) havia, Porém, só encontramos nela uma família de submissos" (Alcorão Sagrado, 51ª Surata, versículos 35-36)

E diz a respeito de Salomão:

"E quando (a rainha) chegou, foi-lhe perguntando: Era assim teu trono? Ela respondeu: Parece que é mesmo ! - e havíamos recebido a ciência antes dela e éramos submissos (à vontade divina)." (Alcorão Sagrado, 27ª Surata, versículo 42)

E diz do apelo de Salomão para que as pessoas adiram ao Islam: "Não vos ensoberbeçais; outrossim, vinde a Mim, submissos." (Alcorão Sagrado, 27ª Surata, versículo 31)

E diz a respeito da correspondência da Rainha de Sabá e seu povo, aderindo ao Islam:

"Foi-lhe dito: Entra no palácio! E quando o viu, pensou que fosse um lago; e (recolhendo a saia) descobriu suas pernas. (Salomão) lhe disse: É um palácio revestido de cristal. Ela disse: Ó Senhor meu, em verdade, fui iníqua; agora me consagro, com Salomão, a Deus, Senhor do Universo." (Alcorão Sagrado, 27ª Surata, versículo 44)

E diz a respeito dos profetas dos israelitas:

"Revelamos a Tora, que encerra Orientação e luz, com a qual os profetas submetidos a Deus julgam os judeus, bem como os rabinos e os escribas, aos quais estava recomendado a observância e custódia do Livro de Deus. Não temais, pois, os homens e temei a Mim e não chatineis Minhas Leis a vil preço. Aqueles que não julgarem conforme o que Deus tem revelado serão incrédulos." (Alcorão Sagrado, 5ª Surata, versículo 44)

E diz a respeito dos seguidores de Jesus:

"E de quando inspirei os discípulos, dizendo-lhes: Crede em Mim e no Meu apóstolo! disseram: Cremos! Testemunha que somos submissos." (Alcorão Sagrado, 5ª Surata, versículo 111)

E diz a respeito da comunidade do Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele):

"E combater denodadamente pela causa de Deus. Ele vos elegeu. E não vos impôs restrição alguma na religião, porque é o credo de vosso pai, Abraão. Ele vos denominou muçulmanos antes deste e neste (Alcorão), para que o Apóstolo seja testemunha vossa e para que sejais testemunhas dos humanos. Observai, pois, a oração, pagai o tributo e apegai-vos a Deus, Que é vosso Protetor. E que excelente Protetor! E que excelente Socorredor!" (Alcorão Sagrado, 22ª Surata, versículo 78)

E diz a respeito do Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele):

"Dize: Minhas orações, minhas devoções, minha vida e minha morte pertencem a Deus, Senhor do Universo, Que não possui semelhantes. Tal me tem sido ordenado e eu sou o primeiro dos muçulmanos" (Alcorão Sagrado, 6ª Surata, versículos 162-163)

O Islam, portanto, não é a religião de uma determinada comunidade, ou a religião de um determinado profeta ou apóstolo, mas é a religião de todos os profetas e apóstolos e de todas as nações. E não é exagero se dissermos que é a religião dos humanos.

Segundo: O Islam é a verdadeira religião. Mostramos, acima, que o Islam é a religião de toda a humanidade, e Deus não destina uma religião aos humanos sem que seja verdadeira e que todas as outras sejam falsas. Deus diz:

"Para Deus a religião é o Islam. E os adeptos do Livro só discordaram por inveja, depois que a verdade lhes foi revelada. Porém, quem nega os versículos de Deus, saiba que Ele é Destro em ajustar contas. E se eles te refutarem (ó Muhammad), diz-lhes: Submeto-me a Deus assim como aqueles que me seguem.Pergunta aos adeptos do Livro e aos iletrados: Tornaste-vos muçulmanos? Se tornarem, encaminhar-se-ão; se negarem, sabe que a ti só compete a proclamação da Mensagem. Deus vela por Seus servos." (Alcorão Sagrado, 3ª Surata, versículos 19-20)

Porém, alguns adeptos do Livro misturaram o que foi revelado a seus profetas com o que inventaram e deram a isso o nome de religião, e disseram que foi revelada por Deus. Deus negou-o e mostrou que o que revelou a todos os Seus profetas é uma só religião, que é o Islam. Deus diz:

"Disseram-vos: Sede judeus ou cristãos, que estareis bem iluminados. Responde-lhes: Qual! Seguimos o credo de Abraão, o monoteísta, que jamais se contou entre os idólatras. Dizei: Cremos em Deus, no que nos tem sido revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacó e às (doze) tribos; no que foi concedido a Moisés e a Jesus e no que foi dado aos profetas por seu Senhor; não fazemos distinção alguma entre eles, porque somos, para Ele, muçulmanos. Se crerem no que credes, iluminar-se-ão; se recusarem, estarão em cisma. Deus preservar-vos-á contra eles, porque é Oníouvinte, Sapientíssimo. Eis aqui a religião de Deus! Quem melhor que Ele para designar uma religião? Somente a Deus adoramos! Pergunta-lhes: Disputareis conosco sobre Deus, apesar de ser o nosso e vosso Senhor? Somos responsáveis por nossas ações assim como vós por vossas, e somos sinceros para com Ele. Podeis acaso, afirmar que Abraão, Ismael, Isaac, Jacó e as (doze) tribos eram judeus ou cristãos? Dize: Acaso, sois mais sábios do que Deus o é? Haverá alguém mais iníquo do que aquele que oculta um testemunho recebido de Deus? Sabei que Deus não está desatento a quanto fazeis" (Alcorão Sagrado, 2ª Surata, versículos 135-140)

E para acrescentarem ao que inventaram algo de reverência e santidade, os adeptos do Livro alegaram que é o único caminho da salvação. Os judeus, por sua vez, alegaram que o Paraíso é monopólio seu. Os cristãos também alegam o mesmo. Deus, então, revelou que só adentrarão o Paraíso os muçulmanos de todas as comunidades. Disse Deus:

"Disseram: Ninguém entrará no Paraíso, a não ser que seja judeu ou cristão, Tais são suas idéias fictícias. Dize-lhes: Mostrai vossa prova se sois verazes. Qual! Aqueles que se submetem à Deus e são caritativos obterão a recompensa em seu Senhor e não serão presas do temor, nem se atribularão." (Alcorão Sagrado, 2ª Surata, versículos 111-112).

Este caminho, porém, não é de todos os adeptos do livro, mas de uma par- te que, levada pelo egoísmo, pelo ensoberbecimento, trocou as leis humanas com as leis de Deus. Este extravio, porém, não conseguiu dissipar a luz da verdade dos corações daqueles que desejara percorrer a senda da retidão, crendo na Verdade que Deus enviou com todos os profetas e Mensageiros. Disse Deus:

"Eis que lhes fizemos chegar, sucessivamente, a Palavra, para que refletissem. Aqueles a quem concedemos o livro antes disso, nele crêem; e quando lhes é recitado (o Alcorão), dizem: Cremos nele porque é a verdade emana- da de nosso Senhor. Em verdade, já éramos muçulmanos antes disso." (Alcorão Sagrado, 28ª Surata, versículos 51-53)

E disse:

"Constatarás que os piores inimigos dos crentes, entre os humanos, são os judeus e os idólatras. Constatarás que aqueles que estão mais próximos do afeto dos crentes são os que dizem: Somos cristãos ! Porque possuem sacerdotes e monges e não se ensoberbecem de coisa alguma. E, ao escutarem o que foi revelado ao Apóstolo, tu vês lágrimas a lhes brotarem nos olhos; reconhecem naquilo a verdade, dizendo: ó Senhor nosso, cremos ! Inscreve-nos entre os testemunhadores ! E por que não haveríamos de crer em Deus e em quanto nos chegou, da verdade, e como não haveríamos de aspirar a que nosso Senhor nos compreendesse entre os virtuosos?" (Alcorão Sagrado, 5ª Surata, versículos 82-84).

Estes que creram naquilo que o Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele), apresentou, Deus os encaminhou e seus corações foram expandidos; terão a salvação neste mundo e a felicidade no outro. Disse Deus:

"A quem Deus quer iluminar, dilata-lhe o peito para o Islam; a quem quer desviar, oprime-lhe o peito, como aquele que se eleva na atmosfera. Assim Deus cobre de abominação àqueles que se negam a crer." (Alcorão Sagrado, 6ª Surata, versículo 125)

Adotaram aquilo que abrange a paz, a segurança, e o sossego. Adotaram as leis de Deus, em detrimento de tudo que é passageiro. Adotaram o caminho da sensatez. Disse Deus:

"E entre nós, há submissos, como os há também desencaminhados. Quanto àqueles que se submetem (à vontade de Deus) buscam a verdadeira conduta." (Alcorão Sagrado, 72ª Surata, versículo 14)

Aqueles a quem Deus encaminhou, e creram em Deus como Senhor, no Islam como religião e em todos os Seus profetas e Seus Livros, devem se apegar à sua crença, que é a verdade inquebrantável. Disse Deus:

"Mas quem se submeter a Deus e for caritativo ver-se-á apegado à verdade inquebrantável. E em Deus reside o destino de todos os assuntos." (Alcorão Sagrado, 31ª Surata, versículo 22)

Terceiro: O Islam é a religião que Deus escolheu para Seus servos. O Islam é a verdadeira religião de Deus. Ele não assinalou nenhuma outra religião para os humanos. Se o Islam é a religião da submissão e da obediência a Deus, ela, nesse sentido, não é a religião do homem apenas, mas é de toda a humanidade. Disse Deus:

"Anseiam, acaso, por outra religião que não a de Deus? Tudo o que há nos céus e na terra, quer queiram quer não, está-Lhe submetido, e a Ele retomará." (Alcorão Sagrado, 3ª Surata, versículo 83)

A magnitude desta religião não reside apenas na submissão do homem a seu Criador, mas é no poder de suas leis, que dignificam o homem, preferindo-o sobre a maior parte da criação de Deus e elevando-o à confidenciar a seu Senhor. Disse Deus:

"E quem professa melhor a religião do que quem se submete a Deus, é caritativo e segue a crença de Abraão, o monoteísta? (O Próprio) Deus elegeu a Abraão por fiel amigo." (Alcorão Sagrado, 4ª Surata, versículo 125)

E por ser o Islam a única religião escolhida por Deus, Ele não aceita outras, porque representam o extravio, o engano e a falsidade. Disse Deus:

''E quem quer que almeje outro culto que não seja o do Islam jamais será aceito e, no outro mundo, contar-se-á entre os desventurados.'' (Alcorão Sagrado, 3ª Surata, versículo 85)


O Papel Do Islam No Controle Dos Comportamentos e Atividades Do Homem

O Islam é a única religião adequada para controlar os comportamentos e atividades do homem. As causas de sua adequabilidade são muitas, entre as quais podemos destacar:

Primeira: A religião islâmica é indicada por Deus. Sem dúvida, quem originou a criação é Deus. Ele não a criou em vão, mas por uma justa finalidade. Diz Deus:

"Não criamos os céus e a terra e quanto existe entre ambos por mero passatempo. E se quiséssemos diversão, tê-la-íamos encontrado entre as coisas próximas de Nós, se Nós fizéssemos tal coisa." (Alcorão Sagrado, 21ª Surata, versículos 16-17)

E disse:

"E não criamos os céus e a terra e tudo quanto existe entre ambos, senão com justa finalidade. E sabei que a Hora é infalível; mas tu (ó Mensageiro) perdoa-os generosamente. Atenta para o fato de que teu Senhor é o Criador, Sapientíssimo." (Alcorão Sagrado, 15ª Surata, versículos 85-86)

Como Deus originou a criação com justa finalidade, Ele é o único que pode determinar as leis que conduzem os homens à senda do bem e da retidão. Ele os conhece bem e só Ele sabe o que é melhor para eles. Disse Deus:

"Como não haveria de conhecê-los o Criador, sendo que Ele é o Onisciente, o Sutilíssimo?"
(Alcorão Sagrado, 67ª Surata, versículo 14).

E como o Islam provém de Deus, ele é o único adequado para o controle dos comportamentos e atividades do homem.

Segunda: A religião educa o indivíduo a temer o seu Criador. A religião se distingue dos costumes e das tradições e do código pelo fato de educar o homem a temer a Deus, oculta ou manifestamente, pública ou privativamente.

Se o homem for dominado pelos seus vícios e cometer um erro, ele não descansa até purificar-se, porque tem a convicção de que será castigado pelo que cometeu; se não for nesta vida, será na outra.

Terceira: A estabilidade das leis religiosas desacreditam a reverência e a santificação. O que distingue ainda mais a religião é a perenidade e a estabilidade de suas leis, porque o Legislador é Deus e Ele está inteirado do que é benéfico para Seus servos.

Quando Deus determina uma lei, além da minuciosidade, da abrangência e da justiça, ela está ao mesmo tempo desprovida de falhas que determinam a sua mudança ou reforma. Quando as leis são estáveis, obrigam a seus seguidores a respeitá-las e nunca transgredi-Ias ou reformá-las, porque tal atitude néon é do interesse do objetivo a que foram destinadas a alcançar, como é inconcebível que alguém reforme o ato de seu Criador.

Quarta: A religião, com suas leis, abrange a acepção transcendente do homem. É indubitável que o Islam não se preocupa apenas com o lado espiritual do homem; preocupa-se também com o lado material, para que o homem seja merecedor da herança de Deus na terra.

Por isso, o Islam se preocupa com a educação; com o trabalho; com a moral; com o relacionamento entre o governante e o governado, entre a compra e a venda; o seu relacionamento com o seu Criador através dos rituais, o poder e a estabilidade na terra.

Quinta: A justiça das leis religiosas. Como a religião provém de Deus, Ele não encarregou o homem de fazer o que está acima de suas posses. Diz Deus:

"Deus não impõe a nenhum ser uma carga superior às suas forças." (Alcorão Sagrado, 2ª Surata, versículo 286)

O pagamento do tributo, por exemplo, uma das bases do Islam, não foi exigido do pobre, por não ter posses de fazê-lo. Ele destinou uma parte deste tributo aos pobres. Da prática da oração, o primeiro requisito do Islã, Deus isentou a mulher menstruada de praticá-la, bem como durante o período da dieta.

Se o homem estiver enfermo, ou em viagem, durante o mês de Ramadan (mês de jejum islâmico), ele tem o direito de não jejuar ao longo do período de sua enfermidade ou viagem, tendo de repô-lo após a sua convalescência ou término de viagem.

Ao mesmo tempo, o castigo do ladrão, com a decepação da mão, não se aplica àquele que rouba para comer.

Desta maneira, vemos a justiça religiosa patente e visível em tudo. Deus diz:

"E não vos impôs restrição alguma na religião." (Alcorão Sagrado, 22ª Surata, versículo 78)

Sexta: A igualdade. A distinção da religião é a igualdade entre os humanos. Não há distinção entre o rico e o pobre, entre o nobre o plebeu, entre o governante e o governado; todos são iguais ha sua natureza.Diz Deus:

"Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos homens e mulheres e vos dividimos em povos e tribos para que vos reconhecêsseis uns aos outros. Sabei que o mais honrado dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sapientíssimo e está bem inteirado". (Alcorão Sagrado, 49ª Surata, versículo 13)

Diz o Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus etejam sobre ele):

"Todos vós procedeis de Adão, e Adão foi feito da terra." Os homens são iguais na morte e na ressurreição: Diz Deus: "Dela vos criamos, a ela vos retomaremos e dela vos faremos surgir outra vez." (Alcorão Sagrado, 20ª Surata, versículo 55).

Todos os homens são iguais na sua devoção. Diz Deus:

"Sabei que tudo quanto existe nos céus e na terra comparecerá, como servo, ante o Clemente. Ele já os destacou e os enumerou com exatidão. Cada um deles comparecerá, solitário, ante Deus, no Dia da Ressurreição." (Alcorão Sagrado, 19ª Surata, versículos 93-95)

E se todos são iguais na sua devoção, então todos serão iguais na apresentação perante Deus no Julgamento. Diz Deus:

"Ó humanos, se Ele quisesse, far-vos-ia desaparecer e vos substituiria por outros seres, porque tem bastante poder para isso. Quem ansiar a recompensa terrena saiba que Deus possui tanto a recompensa deste mundo como do outro, pois é Oniouvinte, Onividente." (Alcorão Sagrado, 4ª Surata, versículos 133-134)

E diz:

"Porém, quando for soada a trombeta, nesse dia não haverá mais parentesco entre eles, nem perguntarão um pelo outro. Quanto àqueles, cujas ações pesarem mais, serão os bem-aventurados. Em troca, aqueles cujas ações forem leves, serão desventurados e permanecerão eternamente no inferno." (Alcorão Sagrado, 23ª Surata, versículos 101-103)

O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus etejam sobre ele), costumava dizer para sua filha, Fátima:

"Ó Fátima, realiza, porque em nada poderei te proteger de Deus."

Com tudo isso, concluímos que unicamente a religião é adequada para controlar os comportamentos e as atividades dos homens.

Após essa explanação, podemos afirmar que a religião é necessária para o homem nesta vida, para que possa viver em segurança, plenitude e paz.

Qual é o Caminho?

O caminho não está distante de ti; está sob teus pés; tu o estás trilhando. Ou estás no caminho do bem, ou estás no caminho do mal.

Tu Já percorreste uma parte dele. Inquiriste, acaso, alguma vez a ti próprio a este respeito?
Qual é o fim deste caminho que trilhas?
Todo caminho tem um fim. Perguntaste alguma vez na tua vida a respeito do fim do caminho que trilhas?

Convocamo-te a sentares sozinho, durante uma hora, e pensares prolongadamente em teu caminho e no seu fim. Os dias se sucedem, e o dia luminoso é sucedido pela noite tenebrosa. Os anos consomem os dias e tua vida diminui a todo instante. A mocidade é sucedida pela velhice, e a morte é indubitável.

Tens perante ti dois caminhos: o do bem que te foi preparado pelo teu Criador; quem o trilhar será eternizado nos jardins do Éden. E o caminho do mal, que te foi preparado pelo sedutor, auxiliado pelo envolvimento nos deleites e paixões; quem o trilhar, será eternizado no fogo do inferno.

Em que caminho estás?

Desde já, se estás extraviado, trilhando o caminho do mal, podes, antes que seja tarde, mudar para o caminho do bem. As portas do céu estão sempre abertas, quer seja de dia ou de noite. Diz o Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):

"Deus estende Sua mão à noite para que o pecador diurno se arrependa, e estende Sua mão de dia, para que o pecador noturno se arrependa."

Diz Deus:

"Dize: O servos meus, que se excederam e que queiram se converter! Não desespereis da misericórdia de Deus; certamente, Ele perdoará todos os pecados, porque Ele é o Indulgente, o Misericordiosíssimo. E voltai contritos a vosso Senhor e submetei-vos a Ele antes que vos açoite o castigo, porque, então, não sereis socorridos. E observai o melhor do que, de vosso Senhor, vos foi revelado, antes que vos açoite o castigo, subitamente, sem o perceberdes." (Alcorão Sagrado, 39ª Surata, versículos 53-55)

Portanto, abandona tua couraça e olha para ti e para o que te rodeia. Tinhas a mesma característica vinte anos atrás?

Tudo que te rodeia se transforma e tende a desaparecer. E tu és semelhante ao que te rodeia. Não te iludas contigo e volta para a verdade, para o acerto, para a senda reta.

Não pensas que o caminho tem necessidade de ti; muitos já o percorreram antes de ti; Profetas, mártires e eminentes. Tu é que tens necessidade dele, porque só nele te apercebes de tua existência, sentes a tua personalidade, sentes a tua verdadeira vida. Nele tu sabes que és humano.

Ó humanos, em nome da humanidade, convoco-te a continuar caminhando conosco, juntamente com os crentes, na caravana da luz, da unicidade, da luminosidade, da verdade e do bem; no caminho da fé. No caminho do Islam!
Fonte: http://www.religiaodedeus.net/a_religiao_e_a_vida.htm