quinta-feira, junho 12, 2014

RECOMENDAR O BEM (MA’RUF) E PROIBIR O ILÍCITO (AL-MUNKAR) – 2ª. parte:

2 – O Munkar – As Más Acções – Como as Proibir.

Aos que seguem o Mensageiro, o Profeta iletrado, o qual eles encontram mencionado na Torah e no Evangelho, que possuem o que lhes recomenda o bem e proíbe o mal; e que lhes determina o que é puro e lhes proíbe o que é impuro, e alivia-os dos fardos e dos grilhões (uma coleira ou um colar de ferro) que os oprimem”. Cur’ane 7:157.

Um dos males “munkar” que perturba a sociedade é a suspeita, a desconfiança e a tendência das pessoas julgarem outros somente pelas aparências. Sem se aperceber, um crente começa a “sentir as orelhas quentes” porque estão a falar mal dele. Quando vem a saber, irá comportar-se pior que os outros, pois a sua reacção será desmedida e provocará ainda mais danos. Tão sensível é o coração humano! “Ó crentes, evitai tanto quanto possível a suspeita, porque algumas suspeitas implicam em pecado”. Cur’ane 49:12.

Quando um certo grupo se dedica ao “munkar”, espalhando a maldade e prejudicando a imagem da sociedade e até de um país, os crentes que praticam o bem mas que nada fazem para travar o mal, assumirão as suas responsabilidades perante Deus, quando chegar o Dia da Prestação de Contas. Lembremo-nos dos antigos povos que foram destruídos, apesar neles coexistirem pessoas de bem. Os pecados eram muitos e os piedosos, nada faziam para alterar o rumo da situação. “Não se reprovavam mutuamente pelo ilícito que cometiam. E que detestável o que cometiam”.

Conta-se que um dos anteriores profetas (Aleihi Salam) lamentou-se porque Deus castigou e destruiu povos inteiros, onde o mal era a prática corrente, mas onde também viviam pessoas piedosas. Na opinião do profeta, ele mesmo seria misericordioso com aqueles que nada tinham a ver com a maldade. O mesmo profeta certa vez estava dormindo debaixo duma árvore, quando formigas carnívoras começaram a subir pelas suas pernas. Ao sentir a primeira dentada, acordou apavorado e com a palma da mão bateu onde sentiu a dor e com este gesto, matou centenas de formigas, a maior parte delas que não lhe tinham feito qualquer mal. Deus em resposta à sua anterior “indignação”, perguntou-lhe os motivos de ter morto (também) Suas criaturas que não lhe tinham feito mal. Não se atreveu a responder ...

O Profeta (Salalhu Aleihi wassalam) referiu que aquele que vê algo abominável, deve corrigi-lo com a sua mão; se ele não tiver forças para isso, então deve fazê-lo com a língua; e se não o puder fazer, então deverá manifestar o seu desagrado através do coração e esta é a parte mais baixa da fé”. Bhukari 1:79.

Existe um consenso entre os nossos eruditos de que só um estado de direito é que deve utilizar a “força” para corrigir as situações mais graves. Os referidos Úlemas são os indicados para utilizarem a língua para emitirem as suas opiniões através de kutbas (sermões) ou fatwas (orientações). Os restantes crentes deverão utilizar os seus corações para reprovarem os males, sob pena de provocarem discussões com tons alterados (fitna), uma das facetas do munkar, cujas consequências são previsíveis. Cada um pensará que sabe mais do que o outro, mas na realidade nada sabem. Se não tivermos as qualidades necessárias, o melhor é recatarmo-nos e ficarmos silenciosos, não deixando de manifestar internamente o nosso desagrado. Podemos referir que a religião está assente em três princípios: 1) Cumprir com o que nos foi recomendado; 2) afastarmo-nos do que nos foi proibido; e 3) Aceitar com paciência o que nos foi predestinado.

Rabaná af-rig ãleiná sab-ran wa tawafaná muslimun: “Senhor Nosso, concede-nos a paciência e faze com que morramos submissos a Ti!”. Cur’ane 7:126

In Sha Allah, continua no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.


Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

12/06/2014

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