quarta-feira, fevereiro 01, 2017

Relações Sexuais no Islam

Bismillah!Em nome Deus, O Misericordioso. Louvado seja Allah, o Senhor dos mundos. Testemunho que não há divindade além de Allah e que Muhammad (saws) é seu servo e mensageiro.

Um assunto muito importante na sociedade no dias de hoje, as relações sexuais e por ventura o casamento. Esses assuntos são sérios e não devem ser tratados como brincadeiras. Tanto que em um relato em que o Profeta(saws) falava sobre caridade ele inclui as relações sexuais, então disseram-lhe: “Ó Mensageiro de Deus, o fato de que um satisfaça o seu desejo, isso também é merecedor de recompensa?” Respondeu o Profeta: “Porventura, se o tivesse satisfeito de modo ilícito, não teria cometido uma falta? Desse mesmo modo, será recompensado quando o satisfizer de modo legítimo.”
  1.   No Islam é proibido ter relações sexuais antes do casamento, E aqueles que guardam as suas partes privadas excepto com as suas esposas; nisso não serão censurados. Porém, aqueles que procurarem algo além disso, serão (considerados) transgressores.” (Cap. 23 Vers. 5 a 7),mas mesmo no casamento há algumas regras que devem ser observadas:
  • A relação entre o casal
A relação sexual é permitida em qualquer posição, sempre e quando a penetração se realizar por via vaginal. A respeito Allah disse:
Vossas mulheres são, para vós, como campo lavrado.  Então, achegai-vos a vosso campo lavrado, como e quando quiserdes.‘ (2:223) (Campo lavrado é o que está pronto para receber a semente da vida)
O campo lavrado é uma metáfora que alude ao lugar onde o feto cresce e se desenvolve, ou seja, o útero, por isso  o coito anal é proibido uma vez que não se trata de um lugar fértil. Daí a relação sexual não cumpriria sua principal função que é o da procriação da espécie. 
O Profeta (saws) disse:  De frente ou de espalda, sempre que seja pela vagina.’ (Bukhari, Muslim)
Narrou Khuzaima Ibn Zabit (ra) : ‘ Um homem perguntou ao Profeta (saws) sobre penetrar em sua mulher de espaldas, e ele respondeu : ‘ É licito ‘. E quando o homem deu meia volta para partir, o Profeta (saws) o chamou e lhe perguntou : ‘ O que disse ? A qual via se referia ? Se o que quis dizer foi de espaldas e por sua vagina, então sim, é licito. Mas se o que quis dizer foi de espaldas e por via anal, então não, não é licito. Por certo Allah não se envergonha da verdade ! Não penetreis as vossas esposas por via anal! ‘ (Ibn Majah 1924)
Também disse o Profeta (saws) :Allah não olhara a quem penetre a sua esposa pelo ânus. ‘ (Ibn Majah 1923)
  • A proibição de manter relações sexuais durante o período menstrual
Allah proibiu as relações sexuais durante o período menstrual. Disse no Quran Karim :
‘ E perguntam-te pelo menstruo. Dize : ‘ É moléstia. Então, apartai-vos das mulheres, durante o menstruo, e não vos unais a elas, até se purificarem. E, quando se houverem purificado, achegai-vos a elas por onde Allah vos ordenou. Por certo, Allah ama os que se voltam para Ele, arrependidos, e ama os purificados. ‘ (2 :222)
O Mensageiro de Allah (saws) também proibiu de maneira explicita. Em algumas ocasiões disse : ‘ Quem manter relações sexuais durante o período menstrual, ou penetrar sua mulher por via anal, ou consultar um adivinho e crer no que ele disse, haverá negado tudo o que foi revelado a Muhammad. ‘ (Ibn Majah) 

 2. A Masturbação

Uma das vias distorcidas pelas quais a juventude recorre para satisfazer os seus prazeres sexuais é a masturbação, ou seja, esfregar com as mãos os seus órgãos genitais.
A masturbação é proibida no Islam, tanto que em uma vez o Profeta (saws) listou um grupo de sete pessoas a quem ALLAH no Dia de Quiyámat, não lhes olhará, nem os purificará (salvo se eles arrependerem-se), e entre esses sete grupos ele inclui o daquele que se masturba.
O jejum é um modo de parar o impulso sexual, quando não se pode casar, a relatos de Al-Bukhari e Musslim em que o Profeta(saws) diz: ”Ó Assembléia de Jovens! Quem de entre vós puder casar que case, porquanto isso ajudar-vos-á a controlar os olhares e proteger-vos-á as partes privadas. E quem não puder casar, que torne para si o jejum compulsivo, porque isto quebra os prazeres."

  3. A Zina

Zina é palavra usada tanto para o adultério, como para a fornicação, os dois são atos proibidos"O adultério dos olhos é olhar para aquilo que é Harám; o adultério dos ouvidos é ouvir aquilo que é Harám; o adultério da língua é falar aquilo que é Harám ; o adultério das mãos é tocar aquilo que é Harám; o adultério dos pés é andar em direção ao Harám; o adultério do coração é desejar aquilo que é Harám; o adultério da parte íntima é quando ela pratica aquilo que é Harám."

"Deus não dirá (palavras de bondade e misericórdia) para três tipos de gente nem olhá-los-á (com olhares de misericórdia) nem purificá-los-á -, e para eles estará reservado um castigo doloroso--
     - O velho adúltero,
     - O rei ou líder mentiroso,
     - O necessitado arrogante”.
O velho adúltero é mencionado, pois ALLAH sabe que os jovens agem mais por impulsos, enquanto uma pessoa experiente estar com menos impulsos sexuais, e mais madura para resistir as tentações.
Pedimos a Deus que nos dê forças para resistirmos as tentações, e que nos conceda a paz.

ALLAH AKBAR


Asalamo Alaikom, 

  
Takir Abdullah

domingo, janeiro 22, 2017

Dr. Garry Miller: Um Importante Missionário Cristão - Converte-se ao Islão

O conhecimento do Profeta acerca das profecias passadas e futuras : «Acaso, não vos prolongamos as vidas, para que, quem quisesse refletir, pudesse refletir,e não vos chegou o admoestador? (Alcorão, 35:37). Dr. Garry Miller

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma,crença ou sociedade.

Um missionário Cristão deveras importante converteu--se ao Islão e tornou-se um arauto essencial para o Islão; trata-se de um missionário extremamente ativo e um grande conhecedor da Bíblia...

Este homem aprecia imenso a Matemática, motivo pelo qual aprecia também a Lógica. Um dia, decidiu ler o Alcorão, na esperança de encontrar alguns erros que o pudessem ajudar aquando do convite a Muçulmanos para converterem-se ao Cristianismo.... Esperava ele que o Alcorão fosse um velho livro escrito há 14 séculos, um livro que falasse sobre o deserto e assim por diante.... Ficou maravilhado com o que descobriu.

Descobriu que este Livro contém o que nenhum outro livro do Mundo possui...Ele esperava encontrar relatos sobre os difíceis tempos vividos pelo Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele), como a morte da sua esposa Khadijah (que Allah esteja satisfeito com ela) ou a morte dos seus filhos e filhas...todavia, ele não encontrou nada disso...e o que o confundiu ainda mais foi a descoberta de todo um Capítulo (Sura) inteiro no Alcorão denominado “Maria”, com imensa informação sobre Maria (que a paz esteja com ela), o que não é o caso em livros escritos por Cristãos e nem mesmo nas suas Bíblias.

Na sua pesquisa, ele não encontrou no Alcorão nenhum Capítulo denominado "Fatimah" (a filha do Profeta) ou um denominado “Amina” (a mãe do Profeta) ou "Aishah" (a esposa do Profeta), que Allah (Deus) esteja satisfeito com ambas as três. Descobriu também que o nome de Jesus (que a paz esteja com ele) é mencionado 25 vezes no Alcorão, enquanto o de Muhammad (que a paz esteja com ele) é mencionado apenas 4 vezes, o que o deixou ainda mais confuso. Ele começou a ler o Alcorão mais cuidadosamente, na esperança de encontrar um erro, mas ficou chocado ao ler um importante versículo, que é o versículo número 82 no Capítulo 4, Al-Nisa'a (As Mulheres), que diz: «Não meditam, acaso, no Alcorão? Se fosse de outra origem, que não de Deus, haveria nele muitas discrepâncias».

Relativamente a este versículo, o Dr. Miller diz o seguinte: “Um dos bem conhecidos princípios científicos é o de encontrar erros ou procurar erros numa teoria, até que a sua veracidade seja provada (Teste da Falsificação) ... o que é extraordinário é que o Sagrado Alcorão pede aos Muçulmanos e aos não Muçulmanos que procurem encontrar erros neste Livro e diz-lhes que nunca encontrarão nenhum”. Sobre este versículo, acrescenta também: “nunca nenhum escritor escreveu um livro e afirmou a sua isenção de erros; contudo, e pelo contrário, o Alcorão afirma-nos a não existência de erros e pede-nos que busquemos pelo menos um, sem que o encontremos”.

Um outro versículo sobre o qual o Dr. Miller reflete por muito tempo é o versículo 30 do Capítulo 21, "Al Anbiya'a" (Os Profetas)
«Não vêm, acaso, os incrédulos, que os céus e a terra eram uma só massa, que desagregamos, e que criamos todos os seres vivos da água? Não creem ainda?»

Diz ele: “este versículo é precisamente o tema da pesquisa científica que ganhou o Prémio Nobel em 1973, e que abordou a teoria da “Grande Explosão”.

Segundo esta teoria, o Universo foi o resultado de uma grande explosão que levou à formação do Universo, com Céus e Planetas”.

O Dr. Miller continua dizendo: “agora, chegamos à parte surpreendente relativamente ao Profeta Muhammad (que a paz esteja com ele) e à pretensão de que foi o diabo a ajudá-lo, ao que Deus diz:

«Quando leres o Alcorão, ampara-te em Deus contra Satanás, o maldito». (16:98): “Veem? Pode ser esta a forma do satanás escrever um livro? Como poderia ele escrever um livro e dizer depois para pedir a proteção de Deus contra o demônio antes 
de ler esse livro? Estes são versículos miraculosos neste livro miraculoso!”. E entre as histórias que maravilharam o Dr. Miller consta a história do Profeta (que a paz esteja com ele) com Abu-Lahab...O Dr. Miller diz: “este homem (Abu Lahab) odiava de tal forma o Islão que perseguia o Profeta (s.a.w.) onde quer que ele fosse, para o humilhar. Caso visse o Profeta (s.a.w.) a falar com estranhos, esperava até ele terminar e, depois, perguntava-lhes: o que foi que Muhammad vos disse? Se ele disse que é branco, então, é porque na verdade é preto, e se disse que é noite, é porque é dia”. A sua pretensão era a de falsear tudo o que o Profeta dissesse e fazer com que as pessoas desconfiassem dele. E 10 anos antes da morte de Abu Lahab, o Profeta foi inspirado por Um Capítulo, denominado "Al-Masad". Este Capítulo diz que Abu Lahab irá para o Inferno ou, por outras palavras, que Abu Lahab não se converteria ao Islão.

Durante 10 anos, Abu Lahab poderia ter dito: “Muhammad diz que não me tornarei Muçulmano e irei para o Inferno, mas digo-vos agora que pretendo converter-me ao Islão e tornar-me Muçulmano. O que pensam de Muhammad agora? Ele está a dizer a verdade ou não?

A sua inspiração provém de Deus?”. Mas Abu Lahab não o fez, embora desobedecesse ao Profeta de todas as formas, mas não nesta. Por outras palavras, era como se o Profeta (que a paz esteja com ele) estivesse a dar uma oportunidade a Abu Lahab de provar que ele estava errado! Mas ele não o fez durante 10 longos
anos! Não só não se converteu ao Islão, como não fingiu sequer ser muçulmano! Ao longo de 10 anos, ele teve a oportunidade de destruir o Islão num minuto! Mas isso não aconteceu, porque aquelas palavras não eram de Muhammad (que a paz esteja com ele), mas sim de Deus, que é Quem sabe o que está oculto e sabia que Abu Lahab não se tornaria Muçulmano.

Como poderia o Profeta (que a paz esteja com ele) saber que Abu Lahab confirmaria o que é dito nesta Sura, se esta não fosse inspirada por Allah? Como poderia ele ter a certeza que ao longo de 10 anos o que está presente no Alcorão é verdade, se não soubesse que a sua inspiração provinha de Allah? Para uma 
pessoa assumir tal risco, isto significa apenas uma coisa: que a sua inspiração provém de Deus. 
A Sura 111, Al-Masad:

1. Que pereça o poder de Abu Láhab e que ele pereça também!

2. De nada lhe valerão os seus bens, nem tudo quanto lucrou.

3. Entrará no fogo flamígero,

4. Bem como a sua mulher, a portadora de lenha,

5. Que levará ao pescoço uma corda de esparto.

O Dr. Miller fala de um versículo que o fascinou: um dos milagres no Alcorão é o de desafiar o futuro com factos que os humanos não podem prever e aos quais o “Teste da Falsificação” se aplica, teste que procura por erros até que aquilo que é testado prova ser verdadeiro. 

Por exemplo, vejamos o que o Alcorão diz quanto às relações entre Judeus e Muçulmanos. O Alcorão diz que os Judeus são os principais inimigos dos Muçulmanos, o que é verdade até aos dias de hoje, e que os maiores inimigos dos Muçulmanos são os Judeus.

O Dr. Miller prossegue: «isto é considerado um desafio enorme, visto os Judeus terem a possibilidade de arruinar o Islão simplesmente pela alteração do seu comportamento, tratando durante anos os Muçulmanos de forma amigável e dizer depois: “tratamos-vos como amigos e o Alcorão refere que somos vossos inimigos, pelo que o Alcorão não pode estar certo!” Todavia, isto 
não aconteceu durante 1400 anos! E nunca acontecerá, porque aquelas eram as palavras do Único que conhece o desconhecido (Deus) e não as palavras dos Homens.»

O Dr. Miller continua: “conseguem apreender como o versículo referente à inimizade entre Muçulmanos e Judeus representa um desafio para a mente humana?”: «Constatarás que os piores inimigos dos fiéis, entre os humanos, são os judeus e os idólatras.

Constatarás que aqueles que estão mais próximos do afeto dos fiéis são os que dizem: Somos cristãos! porque possuem sacerdotes e não ensoberbecem de coisa alguma. E, ao escutarem o que foi revelado ao Mensageiro, tu vês lágrimas a lhes brotarem nos olhos; reconhecem naquilo a verdade,dizendo: Ó Senhor nosso, cremos! Inscreve-nos entre os testemunhadores! E por que não haveríamos de crer em Deus e em tudo quanto nos chegou, da verdade, e como não haveríamos de aspirar a que nosso Senhor nos contasse entre os virtuosos? - (5:82-84).

Estes versículos aplicam-se ao Dr. Miller, uma vez que ele era cristão, mas, ao conhecer a verdade, acreditou e converteu-se ao Islão e tornou-se um arauto. Que Allah o ajude.

O Dr. Miller fala do estilo único do Alcorão, o qual considera maravilhoso: “sem dúvida alguma, existe algo único e surpreendente no Alcorão que não se encontra em mais lado nenhum, visto o Alcorão conceder-nos uma informação específica e diz-nos o que não sabíamos antes. Por exemplo: «Estes são alguns relatos do incognoscível, que te revelamos (ó Mensageiro). Tu não estavas presente com eles (os judeus) quando, com setas, tiravam a sorte para decidir quem se encarregaria de Maria; tampouco estavam presentes quando rivalizavam entre si». (3: 44).

«Esses são alguns relatos do incognoscível que te revelamos, que os não conhecias tu, nem o teu povo, antes disso. Persevera, pois, porque a recompensa será para os tementes». (11: 49). «Esses são alguns relatos do incognoscível que te revelamos. Tu não estavas presente com eles quando tramaram astutamente». (12: 102)

O Dr. Miller prossegue: “nenhum outro Livro Sagrado usa este estilo, todos os outros livros consistem em informações que vos referem de foram extraídas. Por exemplo, quando a Bíblia Sagrada (deturpada) fala das histórias das antigas nações, diz-nos que um rei viveu num determinado local e que combateu em tal batalha, e que certa pessoa era pai de um determinado número de filhos e que os seus nomes eram...mas este livro (a Bíblia deturpada) diz-nos sempre que, caso queiramos saber mais, podemos ler tal livro, visto a informação provir daí”.

Continuando, o Dr. Miller diz: “no Alcorão verifica-se o contrário: dá-nos a informação e diz-nos que é nova! E o que é surpreendente é que o povo da Meca de então – a era da inspiração – costumava ouvir aqueles versículos e o desafio que as informações nesses versículos eram novas e não eram conhecidas por Muhammad (que a paz esteja com ele) e, não obstante o facto, nunca disseram: sabemos isso e isso não é novo, e sabemos onde Muhammad encontrou esses versículos. Isto nunca aconteceu; o que aconteceu foi que ninguém se atreveu a acusá-lo de mentir-lhes, porque tratava-se de informação verdadeiramente nova, que provinha não da mente humana, mas de Allah, que conhece o invisível no passado, no presente e no futuro”.

Que Allah recompense o Dr. Miller por esta bonita reflexão sobre o Livro de Allah.
Por: M. Yiossuf Adamgy – 19/01/2017( Obs: Preservamos a grafia de Portugal).

sexta-feira, janeiro 20, 2017

AS MÃOS E OS DEDOS.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso), Alhamdulillah! Todos os Louvores para Allah Subhanahu Wa Taala, Criador de tudo o que existe. Allah criou o ser humano e o dotou de membros adequados para que possa ver, escutar, caminhar e muito mais. Deu aos seres humanos as mãos e os dedos. Se Ele quisesse, cada dedo seria composto por um único osso. Mas Allah com a Sua Misericórdia, dividiu os ossos dos nossos dedos em 28 partes para facilitar a mobilidade e a execução das nossas tarefas. Por isto e por muito mais, não deveríamos ser agradecidos? Bênçãos para o Selo da Profecia, Muhammad Mustafá (Salalahu Aleihi Wa Salam), o espelho do Islam, o Profeta da Misericórdia.

O dedo indicador direito é o dedo mais expressivo, o mais utilizado, que serve para apontar, indicar uma direcção, amostrar algo ou enfatizar algumas expressões. Durante as aulas ou conferências, levantamos o dedo indicador direito para pedir a palavra. Para escrever, utilizamos o mesmo com o apoio de outros dois dedos. É o dedo indicador direito o mais utilizado para as impressões digitais. É o mais importante e por isso chamado “o dedo do equilíbrio”. 

Nas orações, na posição de sentados - Tashahhud, recitando At-Tahiyyato, quando chegamos à declaração da fé, testemunhando a Unicidade de Allah, levantamos o dedo indicador direito e recitamos: Ash hadu alla ilaha illa Allah, wa ash hadu anna Mohammadan abduhu wa rasuluhu - Testemunho que não há outra divindade senão Allah e que Muhammad é o seu Mensageiro. Outros quando ouvem o Azan, quando o muezin diz a declaração de fé, olham para o alto e apontam o dedo direito indicador. Também o fazem quando dizem “Lá-iláha ilaAllah”, em sinal da existência de um só Deus. Ao fazer as nossas preces, levantamos as nossas duas mãos e pedimos ao Senhor da Soberania, o Criador dos mundos, para nos ajudar a encontrar o caminho da verdade e não o da perdição.

No entanto, o dedo indicador da mão direita é também utilizado para outros fins. Quando zangados, apontamos e enfatizamos o dedo em riste para as pessoas. Com a ajuda de outro dedo, apontamos dois dedos em sinal de vitória. Para simbolizarmos o “Like”, basta só um dedo. Apontamos dois dedos para mancharmos a reputação do outro! E também um só dedo pode servir para insultar o próximo. Levantamos o braço, com o punho cerrado ameaçando outros e até os agredimos. 

Com a palma da mão virada para baixo, referimos que fulano de tal é baixo, mas duma forma pejorativa. O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wa Saalam), chamava a atenção dos seus familiares quando utilizavam palavras e gestos para “ofender” alguém como foi o caso de Aisha (Radiyalahu an-há), ao falar de Saffiya, dizendo tal e tal e um terno que significa de que ela é duma estatura baixa. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) repreendeu-a, dizendo: “Você disse uma palavra que se fosse misturado no mar, o mesmo mudaria de cor”. Sunan Abu Dawood. 41/4857. Hadice.

Todos os órgãos do nosso corpo testemunharão a favor ou contra nós. Nesse dia, selaremos as suas bocas; porém, as suas mãos Nos falarão e os seus pés confessarão tudo quanto tiverem cometido.” Cur’ane 36:65. Depois de milhares / milhões de anos à espera da ressurreição, do pó do qual nos transformaremos, voltará a dar corpo aos nossos órgãos. Pelo Dia da Ressurreição!”. Cur’ane 75:1 No Surat “Quiámat”, Deus jura pelo Dia da Ressurreição, lembrando aos humanos, a sua importância. Através duma simples gota colocada no ventre da mãe, que se transforma num coágulo de sangue, Deus forma e molda os membros. A partir do coágulo, o Criador faz o masculino e o feminino. Será que Ele não terá poder para voltar a dar a vida aos mortos? Se Ele quisesse, teria colocado um só osso em cada um dos nossos dedos das mãos e dos pés, mas separou e dividiu cada osso, para facilitar a nossa mobilidade. E Ele não é capaz de reencontrar e reagrupar todos os ossos para voltar a formar as mãos e os pés? “Acaso pensa o homem que não reuniremos os seus ossos? Claro que sim! Somos capazes de fazer as extremidades dos seus dedos”. Cur’ane 75:3:4. Allahu Akbar!

Como forma de purificarmos os pecados cometidos pelas nossas mãos, em especial pelos nossos dedos, Muhammad ﷺ recomendou-nos quando estivermos a fazer o zikr (recordação do nosso Criador), para também contarmos com os dedos os números de Louvores a Allah, como por exemplo, quando dizemos Subhánallah, Al-hamduliláh e Lá-iláha ilaAllah. Porque os dedos também testemunharão a nosso favor. Abdullah Ibn Amr ibn al-As (Radiyalahu an-hu), referiu que viu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) contando com os seus dedos, quando glorificava a Deus, o Altíssimo.

“Uma mão lava a outra e as duas mãos lavam a cara”. Um provérbio Português bem conhecido entre nós. Significa a ajuda mútua, um momento de misericórdia entre os seres humanos. Mesmo com pouco, podemos ajudar a quem necessita. Um aperto de mão, um abraço e uma palavra amiga.

Para nos preparamos para as orações diárias, fazemos as abluções. Uma mão lava a outra e as duas mãos lavam a cara e a água que escorre durante o uzhú, é como os pequenos pecados que se esvaziam entre os nossos dedos. SubhanaAllah!

IYÁ HADI IHDINAS SIRARAATAL MUSTAQUIM - Ó nosso Guia, guia-nos para o bom caminho.
Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

18/01/2017

sexta-feira, janeiro 06, 2017

O fanatismo é divisão entre religiões Muitas vezes, a ignorância revestida de sabedoria é a primeira causa da intolerância

«Acaso, não vos prolongamos as vidas, para que, quem quisesse refletir, pudesse refletir, e não vos chegou o admoestador?»— (Alcorão, 35:37).
Prezados Irmãos,
Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que e representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.
O mundo inteiro – e o nosso querido país não é exceção – não é lugar de harmonia, compreensão e tolerância, mas o contrário.
É viveiro de divisão, de violência, de desunião, de guerra, de destruição, de injustiça, de intransigência. E estes afrontamentos não só se dão nos campos financeiros, econômicos ou políticos, se não inclusivamente, e ultimamente com maior incidência, no religioso. Às vezes atenta-se derramando sangue; mas outras vezes, utilizando tinta.
Por isso, bem se diz que “a palavra é mais poderosa que o canhão”. Daí é que há que ser muito cuidadoso na hora de destapar velhas feridas, sobretudo, quando se consideravam definitivamente superadas.
...Hans Küng, teólogo e historiador das religiões, colega e amigo durante anos do Cardeal Ratzinger (depois Papa Benedicto XVI) na Universidade Alemã de Tubinga, manifestam as suas famosas frases programáticas:
Não haverá paz entre nações sem paz entre as religiões. Não haverá paz entre as religiões sem diálogo entre as religiões. Não haverá diálogo entre as religiões se não se investigam os fundamentos das religiões. E a isso acrescenta: O problema que se apresenta é o fanatismo religioso, o qual se encontra em todas as religiões e eu acrescento, e também entre os que não crêem nelas”.
“Se estou sentado na mesma mesa - continua dizendo Hans Küng - com judeus e muçulmanos, tenho que partir de que cada uma das 3 religiões é para os seus seguidores uma religião verdadeira. Então tenho que aceitá-lo também como cristão”, e logo acrescenta:
 “Se se adota a perspectiva interna, está claro que cada um dos representantes destas religiões tem, do mesmo modo que eu, a sua própria convicção e fé, uma convicção que sob nenhum conceito queria sacrificar simplesmente por amor à paz. Para mim, como cristão, diz Hans Küng, Jesus cristo significa “o caminho, a verdade e a vida”, mas ao mesmo tempo reconheço que “o caminho, a verdade e a vida” são para o judeu, a Torá e para o muçulmano, o Alcorão. Desta maneira é possível uma convivência baseada no mútuo respeito “...
Pelo contrário, o fanatismo é causa de toda a violência. Os fanáticos que crêem unicamente na sua fé ou nos seus princípios e não toleram que outros pensem diferente deles, estão perdidos; e pelos seus métodos desproporcionados e violentos, estão fora do mesmo grupo religioso, que dizem representar.
Nesta espiral de negatividades, tanto mais necessário se faz, que os dirigentes religiosos orientem os seus seguidores num caminho de paz e tolerância; e antes disso, tratem de obter um sólido e adequado conhecimento mútuo; porque muitas vezes a ignorância revestida de sabedoria, é a causa primeira da intolerância. Fora disso, é necessário que os meios de comunicação informem com objetividade sobre as religiões e não de maneira tendenciosa, como por desgraça sucede hoje muitas vezes nos meios ocidentais, em especial no que respeita ao Islão; quem agora ocupa o lugar dos judeus, que antes eram acusados injustamente e inclusivamente perseguidos.
Agora, novamente, com a renovada tendência de aplicar aos judeus, o injusto apelativo de povo deicida, (mataram Deus) sem o ser, que no passado foi esgrimido, sobretudo na Europa cristã. Dessa forma, ao assinalar novamente os judeus, mantém a dupla de assinalados históricos: Judeus e Muçulmanos, dando passo a uma Europa, unida politicamente através de um “cristianismo” nominal, não religioso... Isto é perigoso e não se deve fomentar...
É necessário e mais do que isso, é essencial; evitar a intolerância religiosa; buscando os pontos de concórdia entre as nossas diferenças; começando com a aproximação, tolerância, solidariedade e irmandade entre os líderes religiosos das diferentes denominações; para que logo, como bom exemplo, se transladem os demais membros das nossas Comunidades. Deixando de um lado o sectarismo fanático e o dogmatismo cego; trazendo um pouco de união, no nosso mundo em crise, dividido e confrontado. Como uma demonstração manifesta de paz, para ser posta como exemplo e referência a nível mundial.
 Fora disso, estamos conscientes que o amor de Deus se complementa com o amor à Pátria; assim, melhorar as nossas relações internas não é suficiente. Devemos tratar de colaborar na solução da problemática nacional, com crítica construtiva e predicando com o exemplo.
A lei de Deus e dos profetas, base do Islão e do Judaísmo, indica-nos que temos que realizar boas obras. No Novo Testamento, base de todas as religiões Cristãs, incluindo a católica, lê-se em Filipe, que a fé sem obras, não vale nada.
A somatória das ações positivas em absoluta convergência dar-nos-ia um comportamento coletivo exemplar.
Pedimos a Deus, que a tolerância religiosa prospere e se fomente e se transmita a outros setores da vida nacional, incluindo a política.
 ...As igrejas de todas as denominações são para guiar a outra vida de forma positiva aos seus correligionários; mas também para velar por eles nesta e para ajudar todos os nossos irmãos necessitados, ainda que sejam de outras religiões; já que são também eles, o nosso próximo. Amin...

Fonte: Reflexões Islâmicas - no. 226 - www.islao.pt /www.alfurqan.pt - alfurqan2011@gmail.com / alfurqan04@yahoo.com