quinta-feira, janeiro 02, 2014

Aperto de Mãos entre Sexos Opostos

Em nome de Allah o Clemente e Misericordioso!

Meus queridos irmãos e Caríssimos Leitores1

Para nós que nascemos e vivemos em um país ocidental, onde, um aperto de mão e até oscular o rosto de uma mulher faz parte da boa educação e uma demonstração de amizade, não é fácil entender isso como haram (Ilícito). No entanto esse ato é reconhecido como haram (ilícito) por todas as quatro escolas islâmicas e sábios consultados. Há muito tempo eu desejava colocar esse assunto em nosso blogger, mas, por falta de conhecimento e embasamento ainda não tinha o feito. Em fim, Allah SW me direcionou para uma página na qual eu encontrei um artigo formidável sobre o assunto, e agora sim, posso compartilhá-lo com vocês. Que Allah SW ilumine a vida da nossa irmã Cláudia Simões, tradutora do artigo e titular do site http://islamemportugues.blogspot.com.br, o qual convido a todos para visitar e tomar conhecimento dos excelentes artigos encontrados nessa brilhante página a serviço do Islam, em língua portuguesa.

Aperto de Mãos entre Sexos Opostos

Em primeiro lugar:

Não é admissível que um homem que acredita em Allah e no Seu Mensageiro coloque a sua mão na mão de uma mulher que não lhe é permitida ou que não é uma das suas mahrams. Quem fizer isso prejudicou-se a si mesmo (ou seja, pecou).

Foi narrado que Ma'qil ibn Yassaar disse: o Mensageiro de Allah (paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse:“Um de vocês ser apunhalado na cabeça com uma agulha de ferro é melhor para ele do que tocar uma mulher que não lhe é permitida.”

(Narrado por al-Tabaraani em al-Kabir, 486. Shaykh al-Albani disse em Sahih al-Jaami ', 5045, que este hadith é sahih)

Este hadith é suficiente para dissuadir e incutir a obediência exigida de nós por Allah, porque implica que tocar mulheres pode levar a tentação e imoralidade.

Foi narrado que 'A'isha, a esposa do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele), disse: “Quando as mulheres crentes migraram para o Mensageiro de Allah (paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele), elas seriam testadas de acordo com as palavras de Allah:

Ó Profeta, quando as crentes se apresentarem a ti, jurando-te fidelidade, afirmando-te que não atribuirão parceiros a Allah, não roubarão, não fornicarão...” (Qur'an 60:12)”

'A'isha disse: “Quem das mulheres crentes concordasse com isso passaria no teste, e quando as mulheres concordaram com isso, o Mensageiro de Allah (paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse-lhes: 'Ide, pois vós destes o vosso juramento de fidelidade'. Não, por Allah, a mão do Mensageiro de Allah (paz e bênçãos de Allah esteja com ele) nunca tocou a mão de qualquer mulher, pelo contrário, elas davam o seu juramento de fidelidade com palavras apenas”.

E 'A'isha disse: “Por Allah, o Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) só tomou o juramento de fidelidade das mulheres da forma prescrita por Allah, e a mão do Mensageiro de Allah (paz e bênçãos de Allah esteja com ele) nunca tocou a mão de qualquer mulher. Quando ele tomava o juramento de fidelidade delas, ele dizia 'Eu aceitei o seu juramento de fidelidade verbalmente.'” (Narrado por Muslim, 1866)

Foi narrado de 'Urwah que 'A'isha lhe contou sobre o juramento de fidelidade das mulheres: “O Mensageiro de Allah (paz e bênçãos de Allah esteja com ele) nunca tocou qualquer mulher com a sua mão. Ele explicava à mulher o que o juramento de fidelidade implica, e quando ela aceitava, ele dizia 'Vá, pois já deu o seu juramento de fidelidade'.” (Narrado por Muslim, 1866)

O melhor da humanidade, o líder dos filhos de Adão no Dia da Ressurreição, não tocou em mulheres. Isto apesar do facto de que o juramento de fidelidade era originalmente dado com a mão. Então como seria para outros homens além do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele)?

Foi narrado que Umaymah, a filha de Raqiqah, afirmou: "O Mensageiro de Allah (paz e bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse “Eu não aperto as mãos de mulheres”"

(Narrado por al-Nasaa'i (4181) e Ibn Maajah, 2874; classificado como sahih por al-Albani em Sahih al-Jaami ', 2513)

Em segundo lugar:

Não é permitido apertar as mãos, mesmo com uma barreira no meio, como apertar as mãos debaixo de uma roupa e afins. O hadith que foi narrado permitindo isso é da'if (fraco).

Foi narrado a partir de Ma'qal ibn Yassaar que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) costumava apertar as mãos de mulheres por baixo de uma roupa. (Narrado por al-Tabaraani em al-Awsat, 2855)

Al-Haythami disse sobre este hadith:

“Isso foi narrado por al-Tabaraani em al-Kabir e al-Awsat. A sua isnaad (corrente de narração) inclui 'Ataab ibn Harb, que é da'if (fraco).”

(Majma al-Zawaa'id, 6/39)

Wali al-Deen al-'Iraaqi disse:

“As palavras de 'A'isha 'Ele costumava aceitar o juramento de fidelidade das mulheres só por palavras' significam que ele o fez sem agarrar as mãos ou apertar as mãos delas . Isso indica que o bay'ah (juramento de fidelidade) dos homens era aceite agarrando as suas mãos e apertando as mãos deles, bem como por palavras, e assim era. O que 'A'isha mencionou era o costume.

Alguns dos mufassirin mencionaram que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) pediu por um recipiente com água e mergulhou a mão nele, e depois as mulheres mergulharam as suas mãos nele. E alguns deles disseram que ele não apertou as mãos com elas por trás de uma barreira e tinha uma capa Qatari sobre a sua mão. E foi dito que 'Umar (que Allah esteja satisfeito com ele) apertou as mãos com elas em seu nome. Nenhum destes relatos são autênticos, especialmente o último. Como poderia 'Umar (que Allah esteja satisfeito com ele) ter feito algo que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele), que era ma'sum (infalível), não faria?

(Tarh al-Tathreeb, 7/45)

Shaykh Ibn Baaz (que Allah tenha misericórdia dele) disse:

“A opinião mais correcta é que isto (ou seja, apertar as mãos de mulheres por trás de uma barreira) não é permitido de todo, por causa do significado geral do hadith, segundo o qual o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse “Eu não aperto as mãos de mulheres”, e de forma a afastar os meios que podem levar a um mal.”

(Adaptado de Hashiyat Majmoo'at Rasaa'il fi'l-Hijab wa'l-Sufoor, p. 69)

O mesmo veredicto aplica-se a apertar as mãos de mulheres mais velhas (e idosas), o que também é haram por causa do sentido geral dos textos sobre o tema. Os relatos que dizem que é permitido são da'if (fracos).

Al-Zayla'i disse:

“Quanto ao relato de que Abu Bakr costumava apertar as mãos de mulheres mais velhas, também é ghareeb (estranho)”.

(Nasab al-Raayah, 4/240)

Ibn Hajar disse:

“Eu não encontro este hadith (isto é, não existe).”

(Al-fi Diraayah Takhreej hadices al-Hidaayah, 2/225)

Em quarto lugar:

Com relação aos pontos de vista dos quatro imams, estes são os seguintes: 

1 - A madhhab Hanafi:

Ibn Nujaym disse:

“Não é permitido a um homem tocar a face de uma mulher ou mãos, mesmo que não haja nenhum risco de desejo, porque é haraam em princípio, e não há nenhuma necessidade que o permitiria.”

(Al-Bahr al-Raa'iq, 8/219) 

2 - A madhhab Maaliki:

Muhammad ibn Ahmad ('Ulaysh) disse:

“Não é admissível que um homem toque o rosto ou a mão de uma mulher não-mahram, e não é permitido para ele colocar a sua mão sobre a dela, sem uma barreira. 'A'isha (que Allah esteja satisfeito com ela) disse que: “O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) nunca aceitou o juramento de fidelidade de uma mulher apertando as mãos dela, pelo contrário, ele (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) costumava aceitar o seu juramento de fidelidade por palavras apenas”. De acordo com outro relato, “Não, por Allah, a mão do Mensageiro de Allah (paz e bênçãos de Allah esteja com ele) nunca tocou a mão de qualquer mulher, pelo contrário, elas davam o seu juramento de fidelidade com palavras apenas”.

(Manh al-Jaleel Sharh Mukhtasar Khaleel, 1/223) 

3 - A madhhab Shaafa'i:

Al-Nawawi disse:

“Não é permitido tocar numa mulher de qualquer maneira.”

(Al-Majmoo ', 4/515)

Wali al-Deen al-'Iraaqi disse:

"Isto indica que a mão do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) não tocou na mão de uma mulher para além das suas esposas e mahrams, seja no caso de aceitar o juramento de fidelidade ou em outros casos. Se ele não fez isso, apesar do facto de ele ser infalível e acima de qualquer suspeita, então é ainda mais essencial que outros cumpram esta proibição. É aparente pelos textos que ele se absteve de fazer isso porque era haram para ele fazer isso. Os fuqaha' entre os nossos companheiros e outros disseram que é haram tocar uma mulher não-mahram mesmo que esteja a tocar partes do seu corpo que não são 'awrah, como o rosto. Mas divergiram quanto a olhar quando não há desejo nem medo de fitnah. A proibição de tocar é mais forte do que a proibição de olhar, e é haram quando não há necessidade que o permitiria. Se for o caso de necessidade, por exemplo, tratamento médico, a remoção de um dente ou tratamento dos olhos, etc, se não há mulher que possa fazer isso, então é permitido que um não-mahram faça isso, porque é um caso de necessidade."

(Tarh al-Tathreeb, 7/45, 46) 

4 - A madhhab Hanbali:

Ibn Muflih disse:

“Abu 'Abd Allah-- ou seja, Imam Ahmad - foi questionado sobre um homem que aperta a mão de uma mulher. Ele disse não, e foi enfático ao dizer que isso é haram. Eu disse 'Ele pode apertar as mãos dela com a barreira da sua roupa?' Ele disse: 'Não'.”

O Sheikh Taqiy al-Deen também favoreceu a opinião de que é proibido, e deu a razão de que o toque é mais grave do que o olhar.

(Al Adaab al-Shar'iyyah, 2/257)

Fontes utilizadas: IslamQA - Traduzido por Cláudia Sofia Simões (Safyiah)

O Véu Islâmico e a Tradição Judaico-Cristã e a origem da Burka

Permita-me que lance algumas luzes a respeito do que, no Ocidente, é considerado o maior símbolo da opressão e da sujeição feminina, ou seja, o véu ou a cabeça coberta. Será verdade que não existe nada de semelhante ao véu na tradição Judaico-Cristã? Examinemos de seguida os registos que ainda existem:

No seu livro, "As mulheres Judias na Literatura Rabínica", o Rabino Dr. Menachem M. Brayer (Professor de Literatura Bíblica na Universidade Yeshiva) refere que era hábito das mulheres Judias apresentarem-se em público com as cabeças cobertas, cobertura essa que, por vezes, cobria mesmo toda a face, deixando apenas uma abertura para um dos olhos.

O Dr. Brayer cita alguns antigos Rabinos famosos, que referiram o seguinte:

"Não é próprio das Filhas de Israel apresentarem-se em público com as cabeças descobertas" e "Amaldiçoado seja o homem que permitir que o cabelo da sua esposa seja visto...a mulher que usar o cabelo como adorno causará a pobreza".

A lei Rabínica proíbe a recitação de bênções ou de orações na presença de uma mulher casada cuja cabeça se encontre descoberta, isto porque descobrir o cabelo de uma mulher é considerado "nudez".

O Dr. Brayer menciona também que «Durante o período Tanático, a recusa da mulher Judia em cobrir a sua cabeça era tida como uma afronta à 'suo recato'. Devido a esta ofensa, quando a sua cabeça se encontrava descoberta, a mulher podia ser multada em quatrocentos zuzim».

O Dr. Brayer explica também que o véu da mulher Judia nem sempre foi considerado um símbolo da 'suo recato'. Por vezes, o véu simbolizava mais um estado ou uma distinção e um luxo, do que propriamente recato. O véu personificava a dignidade e a superioridade da mulher nobre. Representava também a inaces-sibilidade da mulher enquanto posse sagrada do seu marido.

O véu representava o amor-próprio e o estatuto social da mulher.

Muitas vezes, as mulheres das classes mais baixas usavam o véu para darem a impressão de que pertenciam a um estatuto social mais elevado. Devido ao facto do véu ser o símbolo da nobreza, na antiga sociedade Judaica não era permitido às prostitutas cobrirem as suas cabeças. Contudo, e de modo a parecerem respeitáveis, era frequente as prostitutas usarem um véu especial a cobrir-lhes a cabeça. As mulheres Judias da Europa continuaram a usar véus até ao século XIX, altura em que as suas vidas se confundiram mais com a cultura secular que as rodeava. As pressões externas da vida Europeia do século XIX levaram a que muitas deixassem de cobrir a cabeça. Algumas mulheres Judias consideraram que seria mais conveniente substituir o véu tradicional por uma peruca. Actualmente, muitas das mulheres Judias devotas não cobrem o cabelo a não ser na sinagoga. Algumas delas, tais como as das seitas Chassídicas, continuam a usar a peruca. 

E quanto à tradição Cristã?

Sabe-se bem que desde há séculos as Freiras Católicas cobrem as suas cabeças. Mas isto não é tudo. No Novo Testamento, São Paulo teceu algumas considerações deveras interessantes a respeito do véu:

Mas toda a mulher que ora ou profetiza, tendo a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada. Portanto, se a mulher não se cobre com o véu, tosquie-se, também. Mas se, para a mulher, é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu. O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus; mas a mulher é a glória do homem». (I Epístola de São Paulo aos Coríntios, 11:5-7).

O argumento dado por São Paulo para a utilização do véu por parte das mulheres, é o de que o véu é um sinal da autoridade do homem, o qual é a imagem e a glória de Deus sobre a mulher, a qual foi criada a partir do homem e para o homem.

No seu famoso tratado "Sobre o Véu das Virgens", São Tertuliano escreveu o seguinte:

"Meninas, vós usais os vossos véus quando saem à rua, então, usai-os na Igreja; usam-nos quando se encontram entre estranhos, então, usai-os entre os vossos irmãos..."

Entre as Leis Canônicas da atual Igreja Católica, existe uma que exige que as mulheres cubram as cabeças quando estão na Igreja. Atualmente, em algumas seitas Cristãs, como por exemplo os Amish e os Manonistas, as mulheres continuam a usar o véu. A razão apresentada pelo líder religioso destas seitas, para a conservação do véu, é a de que "A cabeça coberta é sinal da sujeição da mulher ao homem e a Deus", o que segue a mesma lógica introduzida por São Paulo no Novo Testamento.

Com base nas provas atrás apresentadas, é óbvio que o ato de cobrir a cabeça não foi inventado pelo Islão. Contudo, o Islão apoiou este ato. O Alcorão incentiva os homens e as mulheres crentes a baixarem o olhar e a serem recatados e, em seguida, incentiva as mulheres crentes a cobrirem não apenas o cabelo, mas também o pescoço e o peito:

«Dize aos homens crentes que recatem os seus olhares e conservem os seus pudores, porque isso é mais benéfico para eles; e Deus está bem inteirado de tudo quanto fazem». (24:30).

«Dize às mulheres que recatem os seus olhares, conservem os seus pudores e não mostrem os seus atractivos, além dos que (normalmente) aparecem». (30:31).

O Alcorão é perfeitamente claro no que respeita ao facto do véu ser essencial para o recato. Mas, porque motivo é o recato essencial? O Alcorão continua a ser claro:

«Ó Profeta! Dize às tuas esposas e filhas e às mulheres dos crentes que se envolvam e fechem nos seus mantos (quando saírem); isso é mais conveniente para que se distingam das demais e para que não sejam molestadas...». (33:59).

É este o ponto central, o recato é prescrito para proteger a mulher de ser molestada ou, simplesmente, o recato representa proteção.

Consequentemente, o objectivo do véu no Islão é a proteção. O véu Islâmico, ao contrário do véu da tradição Cristã, não é um sinal da autoridade do homem sobre a mulher, assim como não é um sinal da sujeição da mulher ao homem. O véu Islâmico, ao contrário do véu da tradição Judaica, não é um sinal de luxo e de distinção de algumas mulheres casadas pertencentes à nobreza. O véu Islâmico é um sinal de recato, o qual tem como objectivo a proteção da mulher. A filosofia Islâmica é a de que mais vale prevenir do que remediar. De facto, a proteção do corpo e da reputação da mulher é de tal forma importante para o Alcorão que o homem que se atrever a acusar falsamente uma mulher de não ser casta, será severamente punido:

«E aqueles que difamarem as mulheres castas, sem apresentarem quatro testemunhas, infligi-lhes oitenta vergastadas e nunca mais aceiteis os seus testemunhos porque são depravados». (24:4).

Compare-se esta rígida atitude Alcorânica, com o castigo extremamente lasso que é dado na Bíblia aos casos de violação:

«Quando um homem achar uma moça virgem, que não for desposada, e pegar nela, e se deitar com ela, e forem apanhados, então o homem que se deitou com ela dará ao pai da moça cin-quenta siclos de prata: e ela tornar-se-á sua mulher, porque a violou. Não a poderá repudiar enquanto viver». (Deuteronómio, 22:28-29).

Podemo-nos aqui interrogar sobre quem verdadeiramente é castigado. Será o homem, que se limita a pagar uma multa devido à violação que cometeu, ou será a mulher, que é obrigada a desposar o homem que a violou e a viver com ele até que ele morra?

Uma outra questão que se pode colocar é a seguinte: quem é que protege mais a mulher? Será a rígida atitude Alcorânica, ou será a lassa atitude Bíblica?

Algumas pessoas, especialmente pessoas do Ocidente, tendem a ridicularizar a justificação do uso do recato para proteção da mulher. Estas pessoas argumentam que a melhor proteção consiste na disseminação da educação, de um comportamento civilizado e do auto domínio. A nossa resposta é a de que isso pode ser bom, mas que não é suficiente.Se a "civilização" fosse proteção suficiente, por que motivo as mulheres da América do Norte (e em alguns outros lugares) não se atrevem a andar sozinhas por uma rua não iluminada – ou mesmo a atravessarem um parque de estacionamento vazio? Se a educação é a solução, porque motivo uma respeitada universidade, como é o caso da Queen, tem um serviço de acompanhamento a casa dirigido principalmente às estudantes femininas que se encontram nos terrenos da Universidade?

Se o autodomínio fosse a resposta, por que motivo existem casos de assédio sexual no local de trabalho, casos esses que são noticiados todos os dias pelos “media”?

Uma amostra de pessoas acusadas de assédio sexual durante os últimos anos, inclui: Oficiais da Marinha, Administradores, Professores Universitários, Senadores, Juízes do Supremo Tribunal e até o Presidente dos Estados Unidos da América!

E que dizer das seguintes estatísticas, escritas num panfleto emitido pelo Deão do Gabinete para a Mulher da Universidade de Queen:

"No Canadá, uma mulher é atacada sexualmente a cada 6 minutos; num dado momento das suas vidas, 1 em cada 3 mulheres do Canadá será sexualmente atacada; 1 em cada 4 mulheres corre o risco de, em algum momento da sua vida, ser vítima de violação ou de tentativa de violação; 1 em cada 8 mulheres será sexualmente atacada enquanto frequenta o liceu ou a universidade e, um estudo revelou que 60% dos estudantes universitários masculinos cometeria um ataque sexual se tivessem a certeza de que não seriam apanhados". E isto está a alastrar-se a toda a Europa!

Algo se encontra essencialmente errado na sociedade em que vivemos. Torna-se absolutamente necessária uma mudança na cultura e no estilo de vida da sociedade, sobretudo ocidental. É grandemente necessária ma cultura do recato, do recato no vestir, no falar e nas maneiras, tanto para homens, como para mulheres. De outra forma, as sinistras estatísticas serão cada vez piores e, infelizmente, serão as mulheres a pagar o preço das mesmas. Na realidade, todos nós sofremos mas, como disse K. Gibran, "… para a pessoa que recebe, os golpes não são os mesmos que para a pessoa que os conta". Consequentemente, uma sociedade, como é o caso da sociedade Francesa, que expulsa as jovens da escola devido à sua roupa recatada pre-judica-se simplesmente a si mesma.

É uma das maiores ironias do nosso mundo actual, que o mesmo véu reverenciado como sinal de "santidade", quando usado pelas Freiras Católicas com o objectivo de mostrarem a autoridade do homem, seja insultado como sendo um sinal de "opressão", quando usado pelas mulheres Muçulmanas com o objectivo de se protegerem.

A maioria de eruditos do Islão diz que o véu é obrigatório. Mas isso não significa que se obrigue a mulher a levá-lo. O véu é um acto de fé. Obrigar a uma mulher a levá-lo não é islâmico, do mesmo modo que obrigá-la a deixá-lo não é coerente com a liberdade de consciência. O que é inaceitável para o Islão é forçar as consciências. Não há coerção em matéria de religião.


A origem da burca

A burka, traje islâmico que cobre o rosto e corpo da mulher, tem a sua origem num culto à divindade Astarte, deusa do amor, da fertilidade e da sexualidade, na antiga Mesopotâmia, muito anterior ao surgimento do islamismo.

Em homenagem à deusa do amor físico, todas as mulheres, sem exceção, tinham de se prostituir uma vez por ano, nos bosques sagrados em redor do templo da deusa.

Para cumprirem o preceito divino sem serem reconhecidas, as mulheres de alta sociedade acostumaram-se a usar um longo véu em proteção da sua identidade.

Com base nessa origem histórica, Mustapha Kemal Atatürk, fundador da moderna Turquia (1923 – 1938), no quadro das profundas e revolucionárias reformas políticas, económica e culturais, que introduziu no país, desejoso de acabar de uma vez por todas com a burka, serviu-se de uma brilhante astúcia para calar a boca dos fundamentalistas da época.

Pôs definitivamente um fim à burka na Turquia com uma simples lei que determinava o seguinte:

«Com efeito imediato, todas as mulheres turcas têm o direito de se vestir como quiserem, no entanto todas as prostitutas devem usar a burka».

No dia seguinte, ninguém mais viu a burka na Turquia.

Essa lei ainda se mantém em vigor.
Assalamu Aleikom

segunda-feira, dezembro 23, 2013

O Natal ... no Islão

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:

Nesta época, entre alguns internautas muçulmanos se suscita um debate recorrente a respeito de celebrar ou não o Natal com a família, especialmente entre aqueles que abraçaram o Islão na sua maturidade ou os envolvidos de casamentos com mulheres cristãs. As posições aqui, como em qualquer outra ocasião onde os valores e as culturas se vêem forçadas a conviver, são variadas e não há uma resposta definitiva.

Existem certas questões superficiais e simbólicas que são incompatíveis com o Islão, mas outras não. Entre as superficiais estão: o jogo (Lotaria de Natal), a carne de porco e o álcool (brindes com champanhe).

No simbólico já teríamos que colocar-nos muitos transcendentes para questionar aspectos como a divin-dade de Jesus, a paz esteja com ele, e a adequação de comemorar o seu nascimento, especialmente quando sabemos que é uma data herdada da festividade pagã do solstício de Inverno.

Se o Mawlid, ou a celebração do nascimento do último Profeta do Islão, Muhammad [Maomé], paz e bênçãos de Deus estejam com ele, é posta em questão por setores islâmicos mais rigoristas tachando-a de "idolátrica", a celebração do Natal por um muçulmano seria considerada por eles como "apostasia".

Não existe, pois, tal coisa como o “Natal Muçulmano”, porque no Islão não celebramos nem o nascimento de Jesus, nem o de qualquer Profeta ou Mensageiro de Deus. (1) Isso não significa, todavia, que Jesus, filho de Maria (Issa ibn Maryam, no Alcorão) não tenha qualquer significado no Islão. Jesus é o Messias, a palavra do Criador e um espírito proveniente d’Ele. Mencionado, pelo menos vinte cinco vezes no Alcorão, é tanto dos Muçulmanos como dos Cris-tãos. Os Muçulmanos acreditam nele, amam-no e honram-no.

Não se pode professar o Islão sem aceitar que o Messias nasceu da Virgem Maria, é um Mensageiro de Deus, devolveu a visão a cegos, curou leprosos e ressuscitou mortos, por intermédio de Deus. Também o muçulmano aguarda a segunda vinda (2) de Jesus (p.e.c.e.) como um prenúncio do Último Dia.

Para além destas considerações teológicas, o que realmente nos deve preocupar é como eles interagem com ambas as comunidades por ocasião de uma celebração tão íntima, afetuosa como o Natal e os dois Eids Islâmicos (o Eid al Fitr que finaliza o jejum de Ramadão e Eid al Adha, a Festa do sacrifício).

Para começar, convém recordar a ambas as comunidades que o que se celebra no Natal aconteceu na Palestina, há cerca de 2.000 anos e os seus protagonistas não eram brancos, europeus, cristãos e imperialistas, mas sim semitas que falavam aramaico, professavam o monoteísmo de Abraão e de Moisés e viviam no Médio Oriente. Ou seja, que eles tinham muito mais a ver com um palestino atual do que com um Pai Noel.

Naquela época, Palestina também era uma terra ocupada por um império pagão que reprimia com vigor qualquer ameaça aos seus interesses hegemó-nicos na zona. A religião também era manipulada pelos movimentos independentistas. Demasiadas coincidências com a actualidade.

Talvez o Natal possa ser um lugar de encontro entre cristãos e muçulmanos para reflectir sobre a Palestina. E fazendo isso é, em suma, reflectir sobre a humanidade, já que em 2.000 anos não temos sido capazes de modelar esses desejos de paz e boa vontade no mesmo cenário onde Jesus veio ao mundo e onde sofreu perseguição, expulsão e tortura.

Outro lugar comum para ambas as comunidades é a família. Acima de diferenças de credo ou de militância política, estas festividades, como acontece nas celebrações muçulmanas, são uma oportunidade para reunir-mo-nos com a família, amigos, vizinhos e colegas de trabalho. Isso tem as bênçãos de ambas as religiões. É uma oportunidade de compartilhar, estabelecer laços, cooperar e desembaraçar as dificuldades para a coexistência; o extremismo segregacionista míope é contrário a ambas as tradições, cristãs e muçulmanas.

Por conseguinte, se um muçulmano perguntar se é lícito ou não que ele e os seus filhos celebrem o Natal com os seus parentes cristãos, haveria de se responder: é recomendável e além disso, ele (esse muçulmano) deveria esforçar-se também por convidá-los (aos parentes cristãos) para comemorar os dois EIDS. É precisamente nas celebrações, ao esquecermos a amargura da vida e nos deleitarmos nas suas doçuras, quando ficamos mais predispostos a perdoar as ofensas, a ser generosos e a encurtar as distâncias das nossas diferenças.

E quanto à preocupação a respeito da carne de porco e do álcool, é simples: leve consigo algo de embutidos halal, ou melhor ainda uma boa pescada, chá, alguns torrões deliciosos e tâmaras que, pelo visto, essa sobremesa fora inventada pelos muçulmanos.

E Deus é Quem sabe melhor.

Boas Festas ao Povo Cristão.

Wassalam! (E Paz!) ■

(1) – Nenhum Profeta celebrou o seu nascimento. No entanto, há povo que tem celebrado o nascimento do seu respectivo Mensageiro, no sentido de recordar e transmitir a sua vida e obra no cumprimento da sua missão. A partir do séc. IX, alguns muçulmanos começaram a celebrar a semana do nascimento do Profeta Muhammad [Maomé] (p.e.c.e.) – Maulid-al Nabi naturalmente uma inovação, quiçá sadia, com palestras e colóquios alusivos à vida do Profeta para recordar, reflectir, compartilhar e passar à nova geração o melhor que há da tradição profética, o amor em relação ao último Profeta enviado por Deus – Muhammad (s.a.w.) – e em relação a todos os Profetas anteriores (p.e.c.e.).

(2) - Ver o livro: «Jesus Regressará», da autoria de Harun Yahya – edição portuguesa de Al Furqán. -   No século XXI...a caminho de Belém - Caminhos de Natal...na Palestina - Desenho do Basnky

Obrigado, boas leituras.

M. Yiossuf Adamgy

quinta-feira, dezembro 19, 2013

TEMA DA SEMANA: Ó Allah, lave o meu coração com água pura da neve e do granizo - 3ª. Parte.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Encontramos nas histórias dos nossos Profetas, muitas passagens onde é referida a importância da água , como fonte da vida e como purificadora . Outros referiram nas suas preces, duma forma directa ou no sentido figurado, a água como purificadora dos corações.

O Profeta Dawud (Aleihi Salam) – David (que a Paz de Deus esteja com ele), pediu a Deus para lhe lavar os seus pecados e para lhe purificar o seu coração: “Tem Misericórdia de mim, ó Deus, por Teu Amor, por Tua Grande Compaixão, apaga as minhas transgressões. Lava-me de toda a minha culpa e purifica-me (o meu coração) do meu pecado”. Salmo 51:1:2.

Issa (Aleihi Salam), outro Profeta de Deus aconselha o seu povo para serem regrados e preferirem as coisas simples da vida, já que as extravagâncias podem conduzir à arrogância e ao orgulho e esquecerem-se de agradecer ao Deus Sustentador: Issa, filho de Mariam (Aleihi Salam), Jesus, filho de Maria (que a Paz de Deus esteja com eles), referiu: “Ó Israelitas, bebam água pura e comam os produtos verdes da terra e o pão de cevada. Cuidado com o pão de trigo, porque vocês não vão ser suficientemente agradecidos por isso”. Malik’s Muwatta 49.10.27

Ibrahim (Aleihi Salam) – Abraão (que a Paz de Deus esteja com ele), testado por Deus, deixou a sua esposa o seu pequeno filho Ismael no deserto. Ao sentirem os efeitos da sede, enquanto a mãe procurava ajuda percorrendo os pequenos montes de Safa e Marwa, Ismael, com os seus pezinhos e com a ajuda de um anjo, abriu uma pequena cavidade na terra, donde começou a brotar Água de Zam Zam . Ibn Abass (Radyialahu an-hu) narra que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Que Allah tenha misericórdia da mãe de Issmail. Se ela não tivesse controlado o caudal, aquela teria sido uma fonte de água que escorreria como um rio!”. Ainda hoje existe essa fonte de água que é consumida todos os anos, por milhões de peregrinos e pelos residentes de Maka. É um verdadeiro milagre de Deus.

Também Deus foi generoso com o povo de Mussa (Aleihi Salam) Moisés (que a Paz de Deus esteja com ele), conforme o seguinte versículo: “E lembrai-vos quando Moisés pediu água para o seu povo; Nós dissemos-lhe: “Bate na rocha com o teu cajado”. Então brotaram da rocha doze nascentes. Cada tribo sabia da qual devia beber. Portanto comei e bebei do sustento proporcionado por Allah. E não deveis praticar o mal ou a corrupção sobre a (face da) terra”. Cur’ane 2:60.

O Cur’ane refere que encontraremos água no akhirat (vida futura):
a)- No inferno, como meio de castigo: “…quanto aos incrédulos……será derramada sobre as suas cabeças, água fervente”. Cur’ane 22:19; 
b)- E no paraíso para deleite e nosso sossego: “…No Paraíso, há rios de água não poluída e rios de leite de sabor inalterável e rios de vinho deliciosos para os que o bebem e rios de mel purificado…” Cur’ane 47:15.

No dia Ressurreição (e da Prestação de Contas), o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), aliviará a sede e a aflição dos seus seguidores, dando-lhes de beber a água da sua Fonte (Água de Kauçar) . Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Por Aquele em cujas Mãos está a minha alma, no Dia da Ressurreição, vou afastar os estranhos da minha fonte, como os camelos estranhos são expulsos de um bebedouro privado”. Bukhari 40:555.

Allahumaghfirli yá Arhama Ráhimin”. Ó Allah, perdoa-me e tenha pena de mim, ó Tu mais Misericordioso de todos os que mostram misericórdia!

In Sha Allah, este tema será concluído na próxima semana.

Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá 19/12/2013 abdul.manga@gmail.com

quinta-feira, dezembro 12, 2013

Esclarecimento de Fatwa (parecer jurídico) sobre a relação entre muçulmanos e não muçulmanos.

Publicado em 05/12/2013

Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso Conselho Superior dos Teólogos e Assuntos Islâmicos no Brasil Esclarecimento de Fatwa (parecer jurídico) sobre a relação entre muçulmanos e não muçulmanos.

Os muçulmanos no Brasil agradecem sobejamente por todas as regalias que o país lhes proporciona, como liberdade de professar, praticar e divulgar a sua religião, em completa paz e harmonia.

O povo brasileiro, mesmo com sua diversidade religiosa, durante décadas, vem convivendo em paz com os muçulmanos emigrantes, recebendo-os de braços abertos de vários países, com generosidade, e segurança.

Os muçulmanos fazem parte deste país, tanto na parte social, econômica, diplomática em diversos países islâmicos.

A base desta relação é a reciprocidade de gentileza, equidade, amor respeito e amizade.

O Conselho Superior dos Teólogos de Assuntos Islâmicos no Brasil confirma a publicação e publicará novamente a todos os muçulmanos e não muçulmanos que não é proibido manter boas relações com os não muçulmanos, e avisa a todos os irmãos brasileiros que o responsável pelas Fatwas islâmicos (pareceres jurídicos islâmicos) no Brasil é unicamente o Conselho Superior dos Teólogos e Assuntos Islâmicos no Brasil. Comunica a todos que a incitação ao ódio contra o povo brasileiro devido à sua diversidade religiosa não faz parte dos ensinamentos Islâmicos e quem faz esta incitação não representa o Islam, nem tem qualificação para emitir Fatwas. Quem faz isso não representa o Islam devido à sua falta de conhecimento, sua ignorância, ou somente para causar discórdia.

O Conselho dos Sábios no Brasil tem o imenso prazer de receber novos integrantes ao Conselho, depois de comprovadas as qualificações e os conhecimentos necessários para a finalidade, para que todos os nossos irmãos brasileiros, recebam os ensinamentos corretos do Alcorão e da Sunna (ditos e atos do Profeta Mohammad), e não traduzindo desejos pessoais, gerados por ignorância ou arrogância.

O Conselho Superior dos Teólogos e Assuntos Islâmicos no Brasil tem a grata satisfação de publicar novamente os pareceres (as Fatwas) dos Grandes Sábios: Cheikh Mohamed Saleh Ibn Uçaymin, Dr. Cheikh Youssef Al-Karadhawi e a Junta de Jurisprudência dos Sábios Muçulmanos da Europa:

O Significado da Amizade Para Com os Não Muçulmanos

Uma questão que preocupa algumas pessoas e que às vezes é discutida abertamente é a seguinte: Como podemos mostrar-lhes bondade, afeto, e tratar bem aos não muçulmanos quando Deus, o Altíssimo, Ele Próprio, proíbe aos muçulmanos de aceitar a amizade, a aliança ou o apoio de incrédulos:

"Ó crentes, não tomeis por confidentes os judeus nem os cristãos; que sejam confidentes entre si. Porém. quem dentre vós tomá-los por confidentes, certamente será um deles; e Deus não encaminha os iníquos. Verás aqueles que abrigam a morbidez em seus corações apressarem-se em ter intimidade com eles." (Alcorão Sagrado, 5ª Surata, versículos 51-52).

A resposta a isto está em que esses versículos não são incondicionais, a serem aplicados a todo judeu, cristão ou não muçulmano. Interpretá-los assim contradiz as injunções do Alcorão que urgem dispensar afeto e bondade aos povos bons e amantes da paz de todas as religiões, bem como aos versículos que permitem o casamento às do Povo do Livro, com tudo o que Deus diz sobre o casamento – "E vos vinculou pelo amor e pela piedade." (Alcorão Sagrado, 30ª Surata, versículo 21) – e o versículo sobre os cristãos:

"Constatarás que aqueles que estão mais próximos do afeto dos crentes são os que dizem: Somos cristãos!" (Alcorão Sagrado, 5ª Surata, versículo 82).

Os versículos citados acima foram revelados em relação àquelas pessoas que eram hostis para com o Islam e guerreavam contra os muçulmanos. Por isso, não é permissível ao muçulmano apoiá-los ou ajudá-los isto é, aliar-se a eles nem de confiar-lhes segredos a custa de sua própria religião e comunidade. Este ponto é explicado em outros versículos, nos quais Deus, o Altíssimo, diz:

"Ó crentes, não tomeis por confidentes outros que não sejam dos vossos, porque eles tratarão de vos arruinar e de vos corromper, posto que só ambicionam vossa perdição. O ódio já se tem manifestado por suas bocas; porém, o que ocultam em seus corações é ainda pior. lá vos elucidamos os sinais se sois sensatos. E eis que vós os amais; porém, eles não vos amam." (Alcorão Sagrado, 3ª Surata, versículos, 118-119).

Esse versículo esclarece o caráter de tais pessoas, que escondem enorme inimizade e ódio contra os muçulmanos nos seus corações e cujas línguas exprimem somente alguns efeitos dessa hostilidade.

Deus, Altíssimo, também diz:

"Não encontrarás povo algum que creia em Deus e no Dia do Juízo Final, que tenha relações com aqueles que contrariam a Deus e Seu Mensageiro, ainda que sejam seus pais ou seus filhos, seus irmãos ou parentes." (Alcorão Sagrado, 58ª Surata, versículo 22).

A oposição a Deus não é uma simples crença e inclui hostilidade para com o Islam e os muçulmanos.

"Ó crentes, não tomeis por confidentes a Meus e vossos inimigos, demonstrando-lhes afeto, posto que renegam o quanto vos chegou da verdade, e expulsam (de Makka) tanto o Mensageiro como vós mesmos, porque credes em Deus, vosso Senhor." (Alcorão Sagrado, 60ª Surata, versículo 1).

Esse versículo foi revelado em relação aos pagãos de Makka, que declararam guerra a Deus e ao Seu Mensageiro (Deus o abençoe e lhe dê paz), expulsando os muçulmanos de suas casas apenas porque estes disseram: "Nosso Senhor é Deus." Com esse tipo de gente, não se pode permitir nem amizade nem alianças. Mas, apesar disso, o Alcorão não descartou a esperança de algum dia poder haver uma reconciliação; ele não declarou um desapontamento definitivo com eles, mas encorajou os muçulmanos a nutrir a esperança de circunstancias melhores e relações melhoradas, pois na mesma surata Deus diz:

"E possível que Deus restabeleça a cordialidade entre vós e vossos inimigos, porque Deus é Poderoso, e porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo." (Alcorão Sagrado, 60ª Surata, versículo 7).

Essa afirmação alcorânica faz a afirmação de que essa amarga hostilidade e profundo ódio irão passar, como também foi afirmado na Tradição:

"Modere o seu ódio pelo seu inimigo, porque ele poderá vir a ser seu amigo."

A proibição de fazer amizade com os inimigos do Islam é ainda mais enfática quando eles são mais fortes que os muçulmanos, e arrasam as esperanças e geram o medo na mente das pessoas. Em tal situação, somente os hipócritas e aqueles que abrigam a morbidez em seus corações se apressam a fazer amizade com eles, fornecendo-lhes ajuda hoje com a intenção de se beneficiarem deles amanhã. Deus, Altíssimo, descreve essa situação como segue:

"Verás aqueles que abrigam a morbidez em seus corações apressarem-se em ter intimidades com eles, dizendo: Tememos que nos açoite uma vicissitude! Pode ser que Deus apresente a vitória ou algum outro desígnio Seu e, então, arrepender-se-ão de quanto haviam maquinado." (Alcorão Sagrado, 5ª Surata, versículo 52).

E também:

"Adverte aos hipócritas de que sofrerão um doloroso castigo. Aqueles que tomam por confidentes os incrédulos em vez dos crentes, porventura pretendem obter deles honra? Sabei que toda honra pertence integralmente a Deus." (Alcorão Sagrado, 4ª Surata, versículos 138-139).

Obter Ajuda de Não Muçulmanos

Não há mal nenhum se os muçulmanos, quer a nível particular quer a governamental, pedirem ajuda a não-muçulmanos em assuntos técnicos que não têm nenhuma relação com a religião – por exemplo, na medicina, indústria ou agricultura. Ao mesmo tempo é claro, é extremamente desejável que os muçulmanos se tornem autossuficientes em todos esses campos.

Vemos na vida do Profeta (Deus o abençoe e lhe dê paz) que ele empregava 'Abdullah Bin 'Uraiquit, um politeísta, como seu guia na fuga (hijra) de Makkah para Madina. Os eruditos concluíram daí que a incredulidade de uma pessoa não significa que ela é basicamente não confiável, pois o que seria mais arriscado do que depender de um guia para lhe mostrar o caminho, especialmente se em fuga de Makka para Madina?

Indo bem além disso, os estudiosos dizem que é permissível ao líder dos muçulmanos recorrer à ajuda de não-muçulmanos, especialmente do Povo do Livro, em assuntos militares, e de dar-lhes uma participação de parte igual dos despojos que couberem aos muçulmanos. Azzuhri relatou que o Mensageiro de Deus (Deus o abençoe e lhe dê paz) procurou a ajuda de alguns judeus em certa guerra e deu-lhes uma parte dos despojos, e de que Safwan Ibn Umaia lutou a lado do Profeta (Deus o abençoe e lhe dê paz) enquanto ainda era um idólatra. A condição para se procurar ajuda de não muçulmano é a de que ele seja confiável aos muçulmanos; de outro modo, não se pode recorrer à ajuda dele. Uma vez que é proibido procurar a ajuda de muçulmanos não confiáveis, tais como aqueles que espalham rumores e ansiedades, tanto isto é mais verdade no caso dos que não creem.

Ao muçulmano é permitido dar presentes a não muçulmano e a aceita-los deles. É suficiente aqui mencionar que o Profeta (Deus o abençoe e lhe dê paz) aceitou presente de reis não muçulmanos. Os estudiosos das tradições dizem que há muitas tradições que relatam que o Profeta aceitava presentes de não muçulmanos, e Ummu Salama, a esposa do Profeta, narrou que o Profeta lhe dissera:

"Enviei um manto e alguma seda para An Najachi."

De fato, o Islam respeita o ser humano só porque ele é humano; e quanto mais então se é um dos do Povo do Livro e ainda mais se ele for dos pactuados? Certa vez passava uma procissão funeral pelo Profeta, e ele ficou de pé. Então alguém observou, "Ó Mensageiro de Deus, este é o funeral de um Judeu." O Profeta (Deus o abençoe e lhe dê paz) respondeu: "Não era ele uma alma?" Assim, a verdade é que, no Islam, cada ser humano é digno e tem uma posição.

Fonte: Cheikh Dr. Youssef Al-Karadáwi - "O Lícito e o Ilícito no Islam" - tradução: Prof. Samir El Hayek

Ó Allah, lave o meu coração com água (pura) da neve e do granizo - 2ª. parte

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

O Cur’ane refere vários tipos de águas, de acordo com as suas características de pureza. Podemos dividir em dois grandes grupos. Uma é boa e doce, agradável ao nosso paladar, que pode ser encontrada em diversas qualidades. Outra é amarga e salgada, que não a conseguimos beber. No entanto, as duas trazem muitos benefícios para a humanidade, conforme é referido no seguinte versículo: “Jamais se equipararão as duas águas, uma doce, agradável para ser bebida e a outra que é salobra e amarga; porém tanto uma como da outra comeis carne fresca e extraís ornamentos com que vos embelezais. E vedes nela os navios sulcando as ondas, à procura da Sua Graça, para que Lhe agradeçais”. Cur’ane 35:12.

A água pura é a que vem directamente dos céus, através da chuva , da neve e do granizo . “Ele é Quem envia os ventos alvissareiros, mercê da Sua Misericórdia; e enviamos do céu água pura”. Cur’ane 25:48. 
Esta é a água que a consideramos como pura, porque não contém os sais minerais contidos na água potável, própria para consumo humano. Esta água pura tem uma maior capacidade de remover as sujidades da pela humana, porque está isenta de bactérias e de outros minerais. Lembra-nos a água destilada que era utilizada para manutenção das baterias dos automóveis. Porém, devido à poluição do meio ambiente (pela acção do homem e pelas catástrofes naturais) as chuvas podem tornar-se ácidas, fazendo com que as águas ao caírem, se misturem com as impurezas que pairam no ar.

A água potável é a que consumimos e que nos mantém vivos e saudáveis. Encontramos este tipo de água, nomeadamente nos rios e nos poços de água doce. A água que bebemos diariamente não é pura na acepção da palavra, pois contém diversos minerais e bactérias. Ela é tratada antes de chegar ao nosso consumo. É uma verdadeira dádiva de Deus para aqueles que com um simples gesto de abrir uma torneira, ficam com acesso directo a este líquido precioso. Já nos lembrámos de agradecer a Deus por esta facilidade? “… (são) poucos dos Meus servos que são agradecidos”. Cur’ane 34.13. Milhões de pessoas debatem-se com problemas de falta de água para matarem a sede, para cozinharem os parcos alimentos que vão obtendo e para a higiene pessoal. Outros têm de percorrer dezenas de quilómetros para obterem água, ainda que contaminada.

Sentimos a água do mar amarga, porque a concentração de sal excedeu os limites do nosso paladar, por isso o Cur’ane a refere como salgada e amarga. Mas não deixa de trazer benefícios para a humanidade, fornecendo-nos alimentos e servindo de “estradas” para os navios transportarem pessoas e bens para outros países distantes.

Allahumaghfirli yá Arhama Ráhimin”. Ó Allah, perdoa-me e tenha pena de mim, ó Tu mais Misericordioso de todos os que mostram misericórdia!

In Sha Allah, continua no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”.

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuh!

segunda-feira, dezembro 09, 2013

Judaísmo, Cristianismo e Islão... Não somos tão diferentes Assim..

Por: M. Yiossuf Adamgy, in Revista Islâmica Portuguesa Al Furqán, nº. 194, de Julho/Agosto.2013

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:

O princípio básico é amar a Deus acima de todas as coisas; mas para torná-lo completo deve-se continuar: e a seu vizinho como a si mesmo, por amor a Deus. Como resultado da crença em Deus e a irmandade dos seres humanos, a humanidade deve, necessariamente, viver uma vida de amor, paz, cooperação e harmonia. 
Todas as leis de Deus foram reveladas com o objectivo de enfatizar este tema. Os Profetas de Deus, paz esteja com eles, em épocas diferentes, mostraram à huma-nidade que a religião de Deus é sempre a mesma, que os homens são irmãos, sem qualquer inimizade ou conflito entre eles, que o objectivo de sua mensa-gem é sempre a mesma; que Quem os elevou foi UM e que o fundamento da sua religião é apenas um, sem possibilidade de contradição ou diferença entre eles. … O Alcorão diz:

«Da religião, Ele legislou, para vós, o que recomendara a Noé, e o que te revelamos, e o que recomendamos a Abraão e a Moisés e a Jesus: “Observai a religião e, nela, não vos separeis”». (Alcorão Sagrado, 42:13).

Este texto, sem dúvida algum, é um testemunho de que a religião de Deus é a mesma, em todos os tempos. No Alcorão há muitos exemplos a este respeito, tais como:

- «Na verdade, Nós te fizemos revelações (Muhammad, [em português Maomé]), como fize-mos a Noé e aos Profetas, depois dele. E fizemos re-velações a Abraão e a Ismael, e a Isac e a Jacob, e as tribos e a Jesus, e a Jó e a Jonas, e a Aarão e a Salomão; e concedemos os Salmos a David». (Alcorão Sagrado, 4:163).

- «Dizei: “Cremos em Deus e no que foi revelado para nós, e no que fora revelado para Abraão e Ismael e Isac e Jacob e para as tribos; e no que fora concedido aos Profetas, por seu Senhor. Não fazemos distinção entre nenhum deles. E, para Ele, somos muslimes (isto é, submissos à Sua Vontade) ”». (Alcorão Sagrado, 2:136).

Qualquer pessoa que leia o Alcorão, poderá ver que os Capítulos mais longos do Alcorão enobrecem e dignificam a Jesus e a Virgem Maria. O Alcorão também menciona e esclarece alguns dos milagres de Jesus AS e narra outros milagres que não encontram no próprio Evangelho, como por exemplo pássaros feitos de barro aos quais deu vida por meio de um sopro, com a permissão de Deus, e também menciona o facto de que Jesus falava às pessoas, desde o berço.

Outros dois longos capítulos no Alcorão referem-se a Jesus AS: o primeiro é "Maria AS" (Surata 19) e o segundo é "A família de Imran" (Surata 03), que era a família de Maria. Nesses capítulos é narrado como Maria AS,  que era imaculada, deu à luz a Jesus AS e como foi também uma concepção imaculada: «E (lembra-lhes, Muhammad, de) quando os anjos disseram: “Ó Maria! Na verdade, Deus te escolheu e te purificou, e te preferiu a todas as mulheres da humanidade!...Ó Maria! Na verdade, Deus te anuncia o Seu Verbo, cujo nome será o Messias, Jesus, filho de Maria, nobre neste mundo e no outro, e que se contará entre os diletos de Deus. E falará à hu-manidade, no berço e na maturidade, e será dos virtuosos”». (Alcorão Sagrado,3:42-46).

O Alcorão se dirige aos muçulmanos para mostrar claramente o alto grau que ocupa Jesus AS perante Deus: "... Certamente, o Messias, filho de Maria, é o Mensageiro de Deus, a Sua palavra depositada em Maria e um espírito procedente d’Ele..." (Alcorão Sagrado 4:171). Estas crenças que Deus ordenou aos muçulmanos acreditar sobre Jesus AS abrem os corações para os seus ensinamentos e facilitam a convergência e a cooperação entre muçulmanos e cristãos.

O Alcorão claramente mostra que os cristãos são os mais próximos aos muçulmanos devido a moral e as virtudes que eles compartilham com eles, nestes termos:

«Verificarás que os que estão mais próximos, em afeto, aos que creem, são os que dizem: somos cristãos. Isso é porque entre eles há sacerdotes e monges e não são soberbos».

O Profeta Muhammad (s.a.w) disse: "Ó muçulmanos! Conquistareis o Egipto; quando acontecer isso, sejais amáveis com os cristãos". E há inúmeros exemplos como esses. O próprio Profeta Muhammad (s.a.w.) fez da sua Mesquita em Medina, um lugar de culto para os hóspedes cristãos! Ou quando os muçulmanos fizeram da grande Mesquita Omíada, em Damasco, um templo comum para os muçulmanos e cristãos, que entravam pela mesma porta, mas tinham a Mesquita, dividida em dois, e costumavam fazer as orações juntos.

Este foi o resultado inevitável da compreensão, a proximidade e o respeito que existia entre estas duas religiões reveladas naqueles tempos. Eles coincidiam, nas metas e objetivos, e não havia nenhuma oposição na sua essência e origem. É bem sabido, a este respeito, que Omar (r.a.), o segundo califa, quando entrou em Jerusalém, recusou uma oferta para fazer a oração no Santo Sepulcro, para evitar que os muçulmanos, no futuro, tentassem em converter a Igreja ou parte dela, numa Mesquita.

Muhammad (s.a.w.) ordenou aos muçulmanos ser amáveis com os judeus e cristãos, pois eles eram segui-dores das duas anteriores religiões reveladas. Ele disse: "Quem fizer mal a um cristão ou a um judeu será meu inimigo no dia do Juízo e pagará por isso" e disse: "Sejais amáveis com os cristãos".

O Alcorão, nos diz, textualmente:

«Os fiéis, os judeus, os cristãos, e os sabeus, enfim todos os que creem em Deus, no Dia do Juízo Final, e praticam o bem, receberão a sua recompensa do seu Senhor e não serão presas do temor, nem se atribularão». (Alcorão 2:62).

«Enobrecemos os filhos de Adão e os conduzimos pela terra e pelo mar; agraciamo-los com todo o bem, e preferimos enormemente sobre a maior parte de tudo quanto criamos. Um dia convocaremos todos os seres humanos, com os seus (respectivos) imames (líderes). E aqueles a quem forem entregues os seus livros na destra, lê-los-ão e não serão defraudados no mínimo que seja. Porém, quem estiver cego (espiritualmente) neste mundo estará cego no outro, e mais desencaminhado ainda!» (Alcorão Sagrado,17:70-72).

Se a humanidade, em geral, não for capaz de livrar-se dos seus preconceitos e labutar pela tolerância religiosa, a situação será terrível e Deus nos repreenderá, na Outra Vida, para cada um de nossos erros, pelo nosso fanatismo e discórdia, pois são estas atitudes que incrementam a devastação, a agonia e o derramamento de sangue.

«E não nos cabe mais do que transmitir claramente a Mensagem».

Wassalam. ■

Obrigado, boas leituras.

M. Yiossuf Adamgy

IRMAMDADE NO ISLAM

Centro Islâmico de Brasília-DF - 06/12/2013
Khutuba : Sheikh Muhammad Zidan

Em nome de Allah , O Clemente, O Misericordioso. Louvado seja Allah , criador do céu e da terra. Nos recordamos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia.

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Mohammad (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem, zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT).

Não reparas em que Allah conhece tudo quanto existe nos céus e na terra ? não há confidência entre três pessoas, sem que Ele seja a quarta delas ; nem entre cinco, sem que Ele seja a sexta ; nem que haja menos ou mais do que isso, sem que Ele esteja com elas, onde quer que se achem. Logo, no Dia da Ressurreicão, os inteirará de tudo quanto fizerem, porque Allah é Onisciente.

Que Allah (SWT) abençõe e de paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final.

Meus irmãos e irmãs muçulmanos nosso assunto trata sobre a irmandade dentro do Islam, e como deve ser nosso comportamento com nossos irmãos muçulmanos. Assim devemos viver juntos com união e respeito para termos paz e confiança um com outro. Allah(SWT) criou duas pessoas, e com essa FÉ que devemos nos manter unidos . Disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL HUJURAT vers 13 : « Ó homens ! Por certo, Nós vos criamos de um varão e de uma varoa, e vos fizemos como nações e tribos, para que vos conhecais uns aos outros. Por certo, o mais honrado de vós, perante Allah é o mais piedoso.Por certo, Allah é Onisciente, Conhecedor. » 

A essência da irmandade é o conhecimento que as pessoas tem uma com a outra, e esse conhecimento influência na união ; e da mesma forma que acontece os conflitos e as divergências, no qual a influência no relacionamento delas como brigas por direitos, limites, etc... de cada um, que demostra as como brigas por direitos, limites, etc... de cada um, que demostra as diferenças entre o certo e o errado. Mesmo tendo essas diferenças não devemos nos esquecer a nossa origem e a nossa FÉ, e voltarmos ao caminho certo, que é a melhor decisão diante de Allah(Louvado Seja), pois Ele é o Todo Poderoso. O Islam veio com a mensagem da irmandade entre os muçulmanos, devemos nos dedicar e estudar para não desviar desse caminho que nos fortalesse e nos orienta ao caminho de Allah(SWT). Todos nos somos da mesma origem do mesmo pai e mãe, e somos da mesma família. Quando nos unimos no mesmo caminho do Islam, não importa se é do sul ou do norte, essa união dos da força para suprir todas as nossas necessidades materias espirituais. Essa irmandade é como uma árvore que os galhos que crescem e se espalham,saindo de um só tronco. Também existem as pessoas egoístas que so gostam deles mesmos, não se preocupando com os outros irmãos, desejando o bem só para eles mesmos. E esse tipo de pessoa só procura as outras pessoas atrás de seus interesses e desejando resolver só o seus problemas. 

O Islam combate esse tipo de pessoa, o egoísta, pois a vida foi feita não para esse propósito individualista. Pois Allah(SWT) nos deu responsabilidades a conciência para ajudar e matermos a irmandade entre nos muçulmanos um com outro. Não devemos desejar o mal ou coisas ruins para nossos irmãos, e sim desejar o bem, orientar ao caminho certo, ajuda-los nas dificuldades. No Hadith do Profeta Muhammad(que a paz de Allah esteja com ele) disse : « Como os crentes com seu amor mútuo, misericórdia e compaixão nos tornamos um corpo só, se um membro se queixar de dor, o resto sente febre como se fosse um só corpo. » Esse sentimento nos faz mantermos unidos e nos aproxima com intuito de resolver o problemas de nossos irmãos, essa ação nos engrandece e Allah(SWT) abençoa a nossas vidas. Num outro Hadith do Profeta Muhammad(SAAW) disse : « O muçulmano é irmão de outro Muçulmano. »

Um dos sinais que a irmandade é amar seu irmão e desejar o bem, da mesma forma que você deseja para si mesmo, devemos desejar esse bem para nossos irmãos, esse sentimento nos aproxima de Allah(SWT) e Ele o Todo Poderoso nos da graça de nossas ações. Num outro Hadith do Profeta Muhammad(SAAW) disse : « Meu amor é definitivo para aqueles que amam um ao outro por minha causa. E para aqueles que atendem a reunião por minha causa, e aqueles que visitam uns aos outros por amor de mim, e os que fazem o seu melhor para o outro por minha causa. Allah irá dizer no dia da ressurreição. Onde estão aqueles que amavam por causa da minha magnificência ? Hoje, vou dar-lhes a minha sombra, o dia não há outra sombra, exceto o meu. » 

Certa vez Abu Abass ao entrar na mesquita encontrou um homem e o saldou-o, percebendo que ele encostrava-se triste, questionou-o qual o motivo de sua tristeza ; respondendo que ele era um homem de grandes poderes junto do seu povo, e que Allah(SWT) havia tirado essa graça dele, por ele te-la usado de forma errada ; orientando se uma pessoa ou líder tiver esse poder deve saber usar com sabedoria em prol do povo e para a união do povo fazendo sempre o bem. Assim ao ter poder e ser humilde e ter o proposito de ajudar a unir as pessoas com objetivo de agradar a Allah(SWT). No Hadith do Profeta Muhammad(SAAW) : « Um lider deve fazer sua obrigação e Allah(SWT) o abençoa, caso ele não faça essa graça passa para outro. » 

Meus irmãos muçulmanos quem teme a Allah(Louvado Seja) e quem da prioridade a união dos muçulmanos esse é o caminho mais favorável, e desta forma se tornam irmãos de sangue e uma união permanente. Isso que fortalece a nação muçulmana. E o Profeta Muhammad(SAAW) enfatizou para essa irmandade para combater todas as ameaças que os muçulmanos estão recebendo no mundo e para que não sejamos perdedores. 
Como ocorreu e YATRIB atual Madina quando se tornou a primeira cidade muçulmana com a união de todos, esse fato só ocorreu com a união de todos os muçulmanos indepedente de raça cor ou língua, tudo isso para enfatizar que a unidade é um dos maiores objetivo dos Islam. Que Allah(SWT) nos ajude a estabelecer o verdadeiro espírito de irmandade e fraternidade por esquecer nossas diferenças e agirmos de acordo com os ensinamentos do Alcorão Sagrado e de nosso amado Profeta Muhammad(SAAW). Que nos guie para o caminho certo.

Ó fieis se arrependam, pois Allah(SWT) perdoa o pecado dos arrependidos.

Salamo Aleikom
SWT) SUBAHANA WA TAALA (LOUVADO SEJA ALLAH)

(SAAW) SALA ALLAHU ALEIREM WA SALAM ( QUE A PAZ DE ALLAH ESTEJA COM ELE)

ALLAH= DEUS

YATRIB=ATUAL CIDADE DE MADINA

HADITH=DITOS DO PROFETA MUHAMMAD(SAAW)

Estamos conscientes de que a tradução do sentido tanto da khutuba (Sermão) quanto do Alcorão Sagrado, seja qual for a precisão, é quase sempre inadequada para realçar o magnífico sentido do texto , a tradução pode conter falhas ou lapsos como todo ato humano. (Que Allah (SWT) nós perdoe).

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuh!

sexta-feira, dezembro 06, 2013

TEMA DA SEMANA: Ó Allah, lave o meu coração com água pura …- 1ª. parte

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Deus fez da água um bem essencial para a sobrevivência de todos os seres vivos. Deus fez também da água, um meio importante para a nossa higiene e purificação não só física, mas também espiritual. A água para os seres vivos é tão importante, que Deus a refere no Cur’ane, por muitas vezes. O corpo humano é composto por cerca de 70% de água . “… e criamos todos os seres vivos da água….” Cur’ane 21:30. A água é essencial para o bom funcionamento geral do nosso organismo, pois ajuda a dissolver e a transportar os resíduos de uns órgãos para outros, para depois ser eliminada através da urina e também por aquilo que chamamos de transpiração. E é um bom agente para controle da temperatura do corpo. O homem para além de beber a água “…E vos demos para beber água doce (potável)”. (Cur’ane 77.27), utiliza também a água para se lavar (purificar), saciar a sede dos animais e para irrigar a terra, donde vai obter a sua alimentação. “Ó gente, adorai o Vosso Senhor … que criou para vós a terra como leito e os céus como tecto; e fez cair a chuva dos céus e produz com ela, frutos para o vosso sustento….”. Cur’ane 2:21,22. Sem água não haveria vida. Os seres vivos podem suportar a falta de alimentos, por um determinado número de dias, mas para o mesmo número de dias, a falta de água seria fatal.

Como Deus não aceita a caridade dada através de bens de proveniência ilícita, também Deus não aceita a oração de um crente que não esteja limpo. A limpeza é a metade da fé. O crente utiliza a água para tomar banho completo (gussl) e para fazer as abluções. Liberta-se dos pecados (pequenos) e fica com o corpo e espírito purificados. Uthman Ibn Affan (Radiyalahu an-hu) referiu que o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “A pessoa que efectuar convenientemente a ablução, os seus pecados sairão do seu corpo, mesmo saindo debaixo das suas unhas”. Muslim 2:476. Ele estará assim limpo e purificado para, nas suas orações diárias, estar perante Deus, o nosso Criador. Ao efectuar a ablução, lavando partes do seu corpo, estará também a “lavar - purificar” os pecados cometidos por cada um dos membros do seu corpo. Os olhos vêm o que não devem, as mãos agarram o que não devem e os pés levam-nos para às más acções, distantes das mesquitas, das nossas famílias, dos doentes e dos necessitados.

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) relatou de que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quando um muçulmano ou um crente lava o seu rosto (durante a ablução), todos os pecados contemplados pelos seus olhos, serão lavados (retirados) do seu rosto ou com a última gota da água; quando ele lava as mãos, todos os pecados cometidos serão apagados das suas mãos com a água ou com a última gota de água; e quando ele lava os seus pés, todos os pecados por eles cometidos, serão lavados com a água ou com a última gota da água; ficará assim livre de todos os pecados”. Muslim 2:475.

Todos os filhos de Adão são pecadores. Mas o melhor dos pecadores, é aquele que se arrepende e pede perdão”. Tirmidi. A melhor maneira de pedir perdão, é fazer a ablução e efectuar uma oração facultativa (Salat Tauba) e depois levantar as mãos e pedir perdão a Deus. Conforme o ensinamento do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), o banho, a ablução, a oração e o duah (prece) “lavam” os pecados dos crentes: Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) perguntou aos seus companheiros: “Se houvesse um rio na porta de qualquer um de vós e que nela tomassem banho cinco vezes por dia, vocês iriam notar alguma sujidade nos vossos corpos?” Eles responderam: “Não ficaria nenhum rasto de sujidade”. O Profeta acrescentou: “Esse é o exemplo das cinco orações com as quais Allah Subhana Wataala apaga (anula) as más acções”. Bukhari 10:506.

Allahumaghfirli yá Arhama Ráhimin”. Ó Allah, perdoa-me e tenha pena de mim, ó Tu mais Misericordioso de todos os que mostram misericórdia!

In Sha Allah, continua no próximo Juma. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá 05/12/2013 abdul.manga@gmail.com

O Papel da Enfermagem no mundo Árabe-Islâmico

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:

A cultura islâmica, desde o princípio dos seus tempos (século VII d.C.), foi evoluindo até aos nossos dias, entre momentos de glória e esplendor, outros de decadência e pobreza, tecendo um tapete na ilustre história do Islão. Muitas destas mudanças, quem sabe por falta de informação, nem sempre resultaram claras para a Europa; ainda hoje, estas relações com o Oriente criam desconfiança, receio e enfrentamentos.

Ignora-se igualmente que, para além de umas escassas conquistas militares realizadas pela força, a crença no Islão difundiu-se basicamente por canais pacíficos. O que é sabido, é que um dos fenômenos mais surpreendentes e significativos da história produziu a aparição do Islão no mundo. A sua concepção religiosa alterou o destino de muitos povos, não só a nível espiritual mas também no que se refere a questões políticas, econômicas, culturais e científicas. Atualmente está a experimentar um momento de grande vitalidade, tendo um grande protagonismo a nível internacional e sendo objeto de estudo desde os diversos campos do saber.

Vários estudos trataram e investigaram a contribuição das mulheres muçulmanas em vários campos da sociedade, como a jurisprudência, a educação ou a literatura; até agora existem poucas fontes onde se encontre descrições do papel das mulheres no desenvolvimento da ciência, especialmente em medicina e enfermagem.

Após a profissão médica, a enfermagem foi o segundo tipo de trabalho praticado por mulheres muçulmanas em ciências. Um fator importante foi a descrição na lei islâmica, ou Sharia, com preocupações sobre a sociedade na qual mora e da importância de buscar conhecimento, o que levou muitas mulheres a cultivar a sua aprendizagem e conhecimento.

Sabemos o orgulho com que o mundo ocidental fala de Florence Nightingle Florencee, do seu trabalho na área de enfermagem, mas também é uma obrigação devolver o mesmo orgulho ao papel das mulheres muçulmanas que serviram, muito antes, como enfermeiras, cuidando de pacientes e cobrindo as necessidades a nível de prevenção, hospitalar e social. A enfermeira muçulmana desta primeira época participava de todos os serviços de saúde, de assistência de emergência, tanto em tempos de guerra e paz, para atendimento domiciliário para pacientes que não podiam mover-se por conta própria.

Há poucos documentos que contam o papel da enfermagem nos primeiros dias do Islão, mas a sua figura está relacionada com a atenção, especialmente das mulheres, a muçulmanos feridos durante as guerras que ocorreram entre tribos e clãs, quando foram feridos no campo de batalha.

"Desde os primeiros dias do Islão, as mulheres estavam envolvidas na guerra e comércio (Khadijah [r.a.], a primeira esposa do Profeta, era uma mulher de negócios que trabalhou para o Profeta Muhammad [s.a.w.] antes de receber a revelação), exerciam enfermagem e medicina, e davam aulas privadas nas mesquitas".

O nome pelo qual os árabes chamaram as mulheres que cuidavam das pessoas era assiya (derivado da palavra muassat, aliviar a dor mental ou física) ou awassi (tratamento de feridas). A função destas enfermeiras era fornecer água para os feridos, atender e cuidar dos ferimentos e administrar medicamentos que estavam disponíveis na época. Era tão importante e reconhecido o seu trabalho que há até mesmo um hadith que as autoriza a atuar como ajudantes e enfermeiras, curando os feridos no campo de batalha.

Também marchavam com os homens durante as batalhas transportando contentores de água e materiais para curar feridas (curativos) e tratar fraturas ósseas (material para gesso). Elas penetraram entre os soldados para atender emergências e tratar dos feridos caídos em combate, e até mesmo, algumas vieram a participar na luta. Encontramos uma referência no livro de Ahmad Chalabi Ach, o livro da história da educação islâmica em que ele menciona o trabalho dessas mulheres, especialmente Nuganán, semelhante ao que atualmente executam algumas organizações globais: "As mulheres muçulmanas executaram durante as guerras islâmicas o mesmo papel hoje realizado pela Cruz Vermelha. "

As mulheres também eram especializadas na assistência ao parto. As enfermeiras ajudavam os médicos no seu trabalho. O médico Azaharawi, explica como dava ordens através de uma cortina semitransparente para ensinar as enfermeiras que tinham de entregar os bebês recém-nascidos e executar a técnica por si dirigidas pelo médico. Aparece uma figura que corresponde à parteira, hoje.

Nos hospitais encontramos esta figura em vários textos de historiadores da época, como Ibn Jubayr, em que a profissão de enfermagem foi encarregada de cuidar 24 horas por dia de pacientes hospitalizados, bem como o fornecimento e controlo do tratamento e as dietas prescritas pelo médico:

"Ele designou um diretor homem, a quem confiou os armários de remédios e encomendou a elaboração de poções e administrar as variedades do seu gênero... Esse diretor tem com ele um subordinado cuja missão, de manhã e à noite, é verificar o estado dos pacientes e apresentar a comida e bebida que são adequadas para cada um. Ao lado deste edifício há um outro edifício separado para as mulheres doentes, e elas também têm quem as cuide. Em seguida a estes dois edifícios há outro edifício de grande extensão em que os quartos têm janelas com barras de ferro. Este é destinado a servir como células para a loucura. Também têm todos os dias de verificar o seu estado e trazer-lhes o que lhes convier".

De outro hospital escreveu:

“Um hospital para o cuidado de quem entre eles esteja enfermo. Procurou-lhes médicos que examinem o seu estado de saúde, e sob as suas ordens, criados a quem encarregam a inspeção do tratamento e do alimento que pelo bem deles é prescrito”.

Quanto ao pessoal nos hospitais que se descreve em vários relatos da época, encontramos a enfermagem. Entre eles, e por ordem de responsabilidade estava: O administrador (normalmente não formado em ciências médicas), o chefe de médicos, os médicos pagos para fazer guardas, visitar os pacientes e prescrever-lhes as suas terapias, farmacólogos e enfermeiros, homens e mulheres, que davam os cuidados básicos ao enfermo.

ENFERMEIRAS ILUSTRES

A primeira mulher muçulmana que realizou o papel de enfermeira e de quem se tem conhecimento é Koaiba Bint Saad Al Aslami, conhecida como Rufaida Al Aslamiya, da tribo de Bani Islam Khazraj. Nasceu em Yatrib antes da migração do Profeta e foi das primeiras de Medina a aceitar o Islão.

Seu pai, Saad Al Aslami, era médico e fez com que ela se interessasse desde o início na assistência ao paciente e trabalhou com ele como um atendimento de médico assistente. De acordo com esses documentos, tinha qualidades para ser uma boa enfermeira, era amigável, humana, tinha muita empatia com o paciente e facilidade de liderança para motivar outras pessoas a fazer um bom trabalho, era organizada, com boas habilidades clínicas. Além de ser uma boa enfermeira a nível assistencial, também se destacou no trabalho social para a prevenção e tratamento de doenças em casa, cuidou, deu comida e educação àqueles que não poderiam alcançá-los pelos seus meios para receber os cuidados de enfermagem, e os pobres, órfãos ou com deficiência. Definiram-na como uma enfermeira de saúde pública e assistente social.

Ela foi contemporânea do Profeta Muhammad (p.e.-c.e.) e ajudou no tratamento dos feridos caídos na bata
lha de Badr (624). Organizou e dirigiu grupos de enfermeiros para atender às vítimas no campo de batalha. Ela também participou nas batalhas de Uhud, Khandaq e Khybar. Era tão importante a sua atenção ao ferido que o Profeta se dirigia ao seu hospital de campanha de batalha para que os feridos fossem tratados e curados. Na Batalha de Khandaq, o Profeta (p.e.c.e.) deu ordens a Ibn Saad Maadh, que tinha sido ferido em batalha, para ser levado para o hospital de campanha de Rufaida a fim de ser atendido e acompa-nhado por ela. Ela cuidou dele, tirou a flecha do seu antebraço e fechou a ferida evitando a hemorragia.

O seu serviço durante as batalhas foi tão valorizado que o próprio Profeta Muhammad (p.e.c.e.) lhe deu o espólio delas em reconhecimento ao seu trabalho médico e de enfermagem, tornando-as equivalente em valor aos soldados que lutaram na linha de frente de combate.

Durante os tempos de paz, ela dedicou-se a cuidar dos doentes e montou uma tenda do lado de fora da Mesquita do Profeta em Medina, onde realizou os seus cuidados.

Há muitas semelhanças com Florence Nightingale. Ganhou aceitação como uma enfermeira cuidando de feridos no campo de batalha, é creditada como uma líder na área da saúde, estabeleceu as primeiras clínicas para o cuidado dos pacientes, perto da Mesquita, foi a fundadora da primeira escola de mulheres de enfermagem e desenvolveu, séculos antes de Florence Nightingale, o primeiro código de conduta e ética.

As atividades que organizou foram as seguintes:

• Formação de grupos de mulheres para cuidar dos primeiros socorros em feridos e cuidados de emergência e enfermagem.

• Deu muita importância às condições de higiene e ambientais para a cura e recuperação dos pacientes.

• Criou tendas especiais no campo de batalha, distribuídas por várias seções, uma para o cuidado dos muçulmanos feridos onde realizava os primeiros socorros e tratava das emergências e noutras proporcionava- -se a vigilância do processo de cura.

Outras enfermeiras que trabalharam como Rufaida foram: Ach Chifá Bint Al Abdalá, Umaima Bint Qais Al Afaria, Umm Senaán Al Aslamia, Um Salim, Um Aimán, Arrabia Bint Muauad e Nassiba Bint kaab Al Mazinia.

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuh!

A Proibição do Islão e a Demolição das Mesquitas em Angola

A OCI - Organização para a Cooperação Islâmica, investiga os factos contra os muçulmanos de Angola Os relatórios sobre a proibição do Islão em Angola transcenderam à imprensa há uns dias 02/12/2013 - Autor: Redacción - Fonte: Agencias/OnIslam

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:

Com todos os olhos postos na situação dos muçulmanos de Angola, o Secretário Geral da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) expressou a sua consternação e comoção pelas declarações sobre a decisão do Governo de Angola de proibir o Islão e demolir as Mesquitas, manifestando preocupações similares pelos muçulmanos da Birmânia e Filipinas.

Deixámos clara a nossa visão de que não podemos aceitar essa decisão", disse Ekmeleddin Ihsano-glu, através do canal de televisão Al Jazeera, numa entrevista transmitida na quarta-feira, 27 de Novembro de 2013.

Depois da negativa dos dirigentes angolanos, estamos a trabalhar no envio de uma equipa de investigação para recolher dados e elaborar um relatório aceite internacionalmente”, acrescentou.

Também lançamos uma campanha diplomática para pedir às Nações Unidas, à União Africana, à Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que tomem uma posição firme contra qualquer proposta de proibição".

Os relatórios sobre a proibição do Islão em Angola transcenderam à imprensa há poucos dias depois de as agências e jornais de África e Angola publicarem um relatório citando a Ministra Angolana da Cultura, Rosa Cruz e Silva, que disse que "o processo de legalização do Islão não foi aprovado pelo Ministério da Justiça e Direitos Humanos, as mesquitas estão fechadas até nova ordem".

Segundo consta, a Ministra disse que a decisão foi a mais recente de uma série de esforços para banir seitas religiosas "ilegais".

As declarações causaram enormes reacções de várias organizações muçulmanas, incluindo a Al-Azhar, a mais alta instituição de ensino no Mundo Muçulmano Sunita, que pediu para enviar uma equipe de investigação para Angola para estudar os factos e as circunstâncias que cercam esta decisão e condições da minoria muçulmana no país.

A União Internacional de Académicos Muçulmanos (IUMS), também pediu que Angola retire a sua decisão, pedindo a UA para condenar esta acção sem precedentes.

As declarações foram posteriormente negadas por funcionários angolanos, incluindo Manuel Fernando, Diretor do Instituto Nacional de Assuntos Religiosos.

No entanto, David Ja, Presidente do Conselho Muçulmano de Angola, confirmou em entrevista à AFP que num total de 60 mesquitas em Angola permanecem fechadas, atualmente, bem como oito mesquitas foram desmanteladas nos últimos dois anos.

O líder muçulmano acrescentou que as mulheres muçulmanas não estão autorizadas a usar véus em público.

Ja salientou que a ação contra as instituições islâmicas foi feita de acordo com o direito angolano, e não como resultado de perseguição religiosa de forma aleatória.

Todas as pessoas que praticam a fé islâmica correm o risco de serem condenadas por "desobediência qualificada", segundo o Código Penal de Angola, acrescentou. Birmânia e Filipinas também.

A milhares de quilómetros de Angola, na África, o chefe da OCI lamentou a perseguição dos muçulmanos Rohnigya, na Birmânia.

"Temos visto um ódio sem precedentes em relação ao Islão e aos muçulmanos no estado de Arakan," disse Ihsanoglu à Al Jazeera, referindo-se a uma recente visita da OCI à Birmânia.

"Até mesmo os funcionários do Governo estão relutantes ou mesmo com medo, do uso do termo Rohingya devido à enorme pressão política extremista exercida pelos budistas que preferem o termo Bengalis para se referir à minoria muçulmana. "

Mais de 200 pessoas foram mortas e milhares de muçulmanos foram deslocados de suas casas depois de ataques na Birmânia ocidental, no ano passado.

Mais de 42 pessoas foram mortas numa nova onda de violência contra muçulmanos no centro da Birmânia, em Abril.

Monges foram acusados de incitar o ódio contra os muçulmanos pregando o chamado "movimento 969", que representa uma forma anti-islâmica radical do nacionalismo que incentiva os budistas a boicotar lojas e serviços executados pelos muçulmanos.

O Boletim Humanitário das Nações Unidas, em Setembro, informou que 180.000 pessoas em acampamentos e segregados em comunidades do Estado Rakhine precisam de assistência básica para viver — quase todos são muçulmanos e a maioria, cerca de 103 mil, são crianças.

No entanto, as agências humanitárias encontram cada vez mais obstáculos para alcançar as pessoas em necessidade.

Desde que foi relatada uma onda de ataques em dezenas de lugares na Birmânia, a violência contra os Rohingya tem afetado outros muçulmanos no país em questão.

Em Setembro, uma multidão budista causou estragos num bairro muçulmano de Thandwe Kamein, uma cidade no estado de Rakhine. Entre os mortos estava uma avó de 94 anos de idade.

Os muçulmanos em Mindanao não estão muito melhores, uma vez que eles estão debaixo de olho devido aos seus ricos recursos naturais e econômicos, concluiu Ihsanoglu.

Não é Ato Isolado

Preocupado com a violação grosseira de direitos religiosos dos Muçulmanos em Angola, a revista Islâmica Portuguesa Al Furqán, vê esta etapa como parte de um esforço mais amplo para espalhar ódio contra o Islão: as notícias mais recentes sobre o governo de Angola a dar passos no sentido de proibir o Islão como uma religião é, no mínimo, preocupante.

Enquanto o mundo inteiro está sofrendo de intolerância religiosa e povos e nações de consciência estão se movendo em direção a mais inclusão e liberdade, Angola nada na direção oposta.

Infelizmente, tal movimento não é isolado; é parte de um esforço mundial para espalhar ódio e preconceito contra o Islão e os muçulmanos. No entanto, esse ato não conseguirá impedir que as pessoas escolham qual-quer religião que desejem abraçar. Em vez disso, só irá fazer o mundo um lugar tenso para se viver e só irá criar mais conflitos e violência, como se não tivéssemos o suficiente.

Liberdade religiosa é um direito que o Nosso Criador concedeu a todos: «não há compulsão na religião...». (Alcorão, 2:256).

Todos nós devemos enfrentar, pacifica, racional e pacientemente, tais atos se queremos ter um mundo onde vale a pena viver.

Sorte na Desdita

Por outro lado, embora a atitude hostil do governo de Angola lance uma sombra obscura, triste, sobre o futuro do Islão num país Africano, poderá, eventualmente, ver se luz no fim do túnel  quem sabe se isso não será o começo de espalhar a luz do Islão no país, porque as pessoas perguntarão POR QUÊ O ISLÃO? Daí que essas pessoas poderão começar a aprender sobre e, por conseguinte, conhecer melhor a realidade a respeito do Islão.

Os muçulmanos têm sido maltratados em Angola desde há muito, esta não é a primeira vez. Por isso o meu conselho aos Muçulmanos é ser firmes e pacientes. A ajuda de Deus está sempre perto!

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:
Obrigado, boas leituras.
M. Yiossuf Adamgy