quinta-feira, setembro 17, 2020

A oração por chuva (Al-Istisqaa)

A palavra Al-Istisqaa significa pedir água, e aqui é pedi-la de Allah por causa da seca.

Quando falta a chuva, e a terra se resseca, os muçulmanos recorrem a Allah, Todo-Poderoso, pedindo-Lhe a Sua clemência e as chuvas benéficas fazendo oração em uma das seguintes maneiras:

1-O Imam lidera uma oração de duas Rakaah de voz audível, em qualquer hora de dia que a oração é permitida. Na primeira Rakaah, ele recita Al-Fatihah e a Surata de Al-A'la, e na segunda Rakaah recita Al-Fatihah e Al-Ghachiyah. Em seguida, o Imam proporciona um sermão depois da oração, ou antes. Ao terminar o sermão, o Imam e os oradores devem inverter suas capas colocando o lado direito da capa para esquerda e o lado esquerdo para direito (virar pelo avesso) e se virar para o Qiblah, levantar as mãos e suplicar a Allah fervorosamente.

Ibn Abbas disse: “O profeta (SAW) saiu para fazer a oração de Al-Istisqaa humilde, submisso e vestindo a roupa de trabalho. Então, ele rezou duas Rakaah semelhantes as do Id, mas o sermão é diferente do sermão de Id.”

Aicha disse: As pessoas reclamaram para o mensageiro de Allah (SAW) de falta de chuva, então ele pediu para preparar um púlpito e marcou um dia para as pessoas se reúnem. Na manhã do dia marcado, o profeta (SAW) sentou-se no púlpito, fez o Takbir, louvou Allah e disse: “Vocês reclamaram da seca que atingiu vossas terras, e Allah vos ordenou a suplicá-Lo, e Ele prometeu atender vossas suplicas.” Então ele disse: “Louvado seja Allah, Senhor do Universo, Clemente, o Misericordioso, Soberano do Dia do Juízo, não há divindade além de Allah, Ele faz o que deseja. Ó Allah, não há divindade além de Ti, Tu és O Auto-Suficiente, e nos somos pobres, envia a chuva sobre nós e torná-la uma fonte de força, e satisfação para nós.” Então, ele levantou suas mãos até a brancura das suas axilas pode ser vista e suplicou fervorosamente. Depois disso, ele virou as costas ao povo e inverteu o seu manto, mantendo as mãos levantadas. Finalmente, ele virou-se para o povo, desceu do púlpito, e rezou duas Rakaah. Nessa hora, Allah produziu nuvem, trovão, relâmpago e choveu por Sua permissão, e antes que profeta (SAW) chegar à sua mesquita a água já estava correndo nas ruas. Então, quando ele viu as pessoas correndo para os seus abrigos, ele riu até que seus dentes molares podem ser vistos. Ele disse: "Eu testemunho que Allah tem poder sobre todas as coisas e eu sou servo e mensageiro de Allah."

Abdullah ibn Zaid Al-Mazini relatou que o mensageiro de Allah (SAW) saiu para fazer a oração de Al-Istisqaa, e ele orou conosco duas Rakaah de voz audível.

Abu Hurairah disse: Certo dia, o profeta (SAW) saiu para fazer a oração de Al-Istisqaa, ele rezou conosco duas Rakaah, sem Azhan e sem Iqamah, fez um sermão, suplicou a Allah, virou-se para o Qiblah, levantou suas mãos e inverteu o seu manto virando o lado direito do seu manto para o lado esquerdo, e o lado esquerdo para o direito.

2-O Imam suplica a Allah no sermão de sexta-feira e as pessoas falam Amin.

-Anas disse: "Numa sexta-feira, um homem entrou na mesquita enquanto o mensageiro de Allah (SAW) estava fazendo o sermão, e disse: Ó mensageiro de Allah, nossos bens se foram e não temos mais nada para comercializar, suplica a Allah para socorrer nos. Então, o profeta (SAW) levantou suas mãos e disse:

اللَّهُمَّ أغِثْنا، اللَّهُمَّ أغِثْنا، اللَّهُمَّ أغِثْنا

[Allahumma Aghithnaa, Allahumma Aghithnaa, Allahumma Aghithnaa.]

“Ó Allah, socorre-nos. Ó Allah, socorre-nos. Ó Allah, socorre-nos.” Anas disse: Por Allah, naquela hora não havia nuvens no céu e de repente, de trás da montanha veio uma nuvem parecendo um escudo. Quando chegou ao meio do céu, a nuvem se espalhou e começou a chover. Por Allah, nós não vimos o sol por uma semana.

Na sexta-feira seguinte, o mesmo homem entrou na mesquita, enquanto o Profeta (SAW) estava fazendo o sermão e disse: Ó mensageiro de Allah, nossos bens se foram e não temos mais nada para comercializar, suplica a Allah para parar a chuva. O Profeta (SAW) levantou as mãos e disse:

اللّهُمَّ حَوالَيْنا وَلا عَلَيْـنا، اللّهُمَّ عَلى الآكـامِ وَالظِّـراب، وَبُطـونِ الأوْدِية، وَمَنـابِتِ الشَّجـر

[Allahumma hawalaina wala alaina, allahumma alal-akaami wal dhirab, wa butuunil-awdiyah, wamanabit al chajar.]

“Ó Allah, deixa a chuva cair ao nosso redor e não sobre nós. Ó Allah, permita-a cair sobre os pastos, montes, no meio dos vales, e onde nascem as arvores.” Então, a chuva parou e saímos na luz do sol.

3-Suplicar a Allah sem que seja na sexta-feira, e sem fazer oração nem na mesquita e nem fora da mesquita.

Ibn Abbas disse: "Um beduíno veio ao Mensageiro de Allah (SAW) e disse: Ó Mensageiro de Allah, eu venho de um povo cujos pastores não têm mais nada para comer, e os animais não consigam mover seus rabos de fraqueza devido à seca." O Profeta (SAW) subiu ao púlpito, louvou a Allah e disse:

اللّهُمَّ اسْقِـنا غَيْـثاً مُغيـثاً مَريئاً مُريـعاً، نافِعـاً غَيْـرَ ضار، عاجِـلاً غَـيْرَ آجِل

[Allahumma asqina ghaithan mughithan mari-an muri-an, naf’ian, ghaira dhaar, ajilan ghaira ajil.]

"Ó Allah, envia-nos uma chuva abundante, irrigadora, produtiva, benéfica e que não cause dano, apressadamente e sem demora." Em seguida, ele desceu do púlpito, e as pessoas começaram vir de todas as direções dizendo que está chovendo.

Churahbil ibn Al-Samt disse ao Kaab ibn Murrah: "O Kaab, diga-nos algo do Mensageiro de Allah (SAW)." Kaab disse: "Certa vez, um homem veio até o Profeta (SAW) e lhe disse: Suplica para Allah enviar a chuva para a tribo de Mudhar." O Profeta lhe disse: "Você é um homem ousado, você quer que eu peça a chuva para a tribo de Mudhar?(eram inimigos do Islam) O homem disse: Ó Mensageiro de Allah, você buscou a vitória de Allah e Ele lhe deu a vitória, você suplicou a Allah e Ele atendeu-lhe. O Mensageiro de Allah (SAW) levantou as mãos e disse:

اللّهُمَّ اسْقِـنا غَيْـثاً مُغيـثاً مَريئاً مُريـعاً، نافِعـاً غَيْـرَ ضار، عاجِـلاً غَـيْرَ آجِل

[Allahumma asqina ghaithan mughithan mari-an muri-an, naf’ian, ghaira dhaar, ajilan ghaira ajil.]

"Ó Allah, envia-nos uma chuva abundante, irrigadora, produtiva, benéfica e que não cause dano, apressadamente e sem demora." Allah atendeu à súplica do profeta (SAW) e não demorou muito para as pessoas vieram reclamar da profusão de chuva, e os danos que a causou nas suas habitações. O Mensageiro de Allah (SAW) levantou as mãos e disse:

اللّهُمَّ حَوالَيْنا وَلا عَلَيْـنا

[Allahumma hawalaina wala alaina.]

"Ó Allah, deixa a chuva cair ao nosso redor e não sobre nós." Então, as nuvens começaram a dispersar para esquerda e para direita. "

Ach-Cha'bi disse: "Omar saiu para fazer a oração de Al-Istisqaa e ele não fez mais do que pedir o perdão de Allah. As pessoas lhe disseram: Nós não vimos você fazer Al-Istisqaa. Ele disse: Eu procurei a chuva implorando o perdão de Allah, pois Ele disse: “Dizendo-lhes: Implorai o perdão do vosso Senhor, porque é Indulgentíssimo; Enviar-vos-á do céu copiosas chuvas.” Alcorão (71:10-11) e disse: “Ó povo meu, implorai o perdão de vosso Senhor e voltai-vos arrependidos para Ele, Que vos enviará do céu copiosa chuva.” Alcorão (11:52)

Suplicas para Al-Istisqaa:

1-Salem Ibn Abdullah relatou que seu pai disse: Ao fazer a oração de Al-Istisqaa, o Profeta (SAW) dizia:

اللهم اسقنا غيثاً مغيثاً مريعاً غدَقاً مجلِّلاً عامّاً طبقاً سحّاً دائماً، اللهم اسقنا الغيث، ولا تجعلنا من القانطين، اللهم إن بالعباد والبلاد والبهائم والخلق من اللأواء والجهدِ، والضنك ما لا نشكوه إلا إليك، اللهم أنبت لنا الزرع، وأدرَّ لنا الضرع، واسقنا من بركات السماء، وأنبت لنا من بركات الأرض ، واكشف عنا من البلاء ما لا يكشفه غيرك، اللهم إنا نستغفرك، إنك كنت غفاراً، فأرسل السماء علينا مدراراً

 Allah, envia-nos uma chuva abundante, irrigadora, produtiva, e benéfica cobrindo a terra de vegetações e caindo sem parar, em vagas vigorosas e abundantes. Ó Allah, manda-nos a chuva e não nos deixes entre os desesperados. Ó Allah, os servos, as terras, os animais e todas as criaturas passam por perigo, fome, e miséria, e é por isso que nos dirigimos a Ti. Ó Allah, faça crescer as plantações, e os úberes ser recarregados. Ó Allah, envia as bênçãos do céu para brotar as bênçãos da Terra. Ó Allah, faça dissipar-se esta penúria, que mais ninguém pode dissipar. Ó Allah, imploramos-Te o perdão, pois Tu é Indulgentíssimo, enviar-nos-á do céu copiosas chuvas." Ach-Chaf'i disse: "Eu prefiro que o Imam faça essa suplica."

2-Amr ibn Chuaib relatou que seu avô disse: Ao fazer a oração de Al-Istisqaa, o Profeta (SAW) dizia:

اللّهُمَّ اسْقِ عِبادَكَ وَبَهـائِمَك، وَانْشُـرْ رَحْمَـتَكَ وَأَحْيِي بَلَـدَكَ المَيِّـت

[Allahumma asqi ibadak, wa bahaa-imak, wanchur rahmataka, wa ahyi baladakal-mayyit.]

"Ó Allah, provê água para Teus servos, e para Teus animais, espalha a Tua misericórdia, e revive a Tua terra morta."

É preferível para quem está fazendo súplica para Al-Istisqaa, levantar as mãos com o dorso de suas mãos para o céu. Anas disse que ao fazer suplica para Al-Istisqaa o Profeta (SAW) virou o dorso da suas mãos para o céu.

Também é preferível, ao ver a chuva, dizer:

اللّهُمَّ صَيِّـباً نافِـعا

[Allahumma sayyiban nafi’an.]

"Ó Allah, faça esta chuva ser benéfica." e descobrir uma parte do corpo para ser atingida pela chuva.

Se chover muito, a pessoa deve dizer:

اللَّهُمَّ سُقْيا رَحْمَة، ولا سُقْيا عَذاب، ولا بَلاء، وَلا هَدْم، وَلا غَرَق. اللّهُمَّ حَوالَيْنا وَلا عَلَيْـنا، اللّهُمَّ عَلى الآكـامِ وَالظِّـراب، وَبُطـونِ الأوْدِية، وَمَنـابِتِ الشَّجـر

]Allahumma suqia rahmah la suqia azaab, wala balaa, wala hadm, wala gharaq. Allahumma hawalaina wala alaina, allahumma alal-akaami wal dhirab, wa butuunil-awdiyah, wamanabit al chajar.]

"Ó Allah, faça ela uma chuva de misericórdia e não uma chuva de castigo, calamidade, destruição ou inundações. Ó Allah, deixa a chuva cair ao nosso redor e não sobre nós. Ó Allah, permita-a cair sobre os pastos, montes, no meio dos vales, e onde nascem as arvores. "

Fonte:http://www.luzdoislam.com.br/br/articles.php?article_id=575&rowstart=9

quarta-feira, setembro 16, 2020

PORQUE AS VEZES GRITAMOS?

Gritamos sempre que nos sentimos ameaçados, sempre que nosso indefeso ponto vista é colocado a prova, sempre que nosso padrão de vida está sujeito a mudança, sempre que estamos prestes a perder o controle sobre alguma coisa e ai deveríamos perguntar, quem nos deu o controle? 

Quem nos elegeu responsável por controlar alguma coisa ou a vida de alguém, se não somos capazes de controlar nem nosso temperamento, se não somos capazes de controlar a intensidade de nossa voz, se não somos capazes de ficar em silêncio e manter a calma e o controle de nossas emoções, esse sim é o único controle que não deveríamos abrir mão.

Recordamos as palavras de Lucman, o sábio, ao aconselhar o filho: “E modera o teu andar e baixa a tua voz, porque o mais desagradável dos sons é o zurro dos asnos”. Cur’ane 31:19.

Apesar de ser obrigação de todo o muçulmano de proibir o mal e de lembrar o bem, não podemos ultrapassar as nossas competências e humilharmos o próximo. Não existe o bem nas palavras excessivas.

Abu Huraya referiu: “O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Os piores da minha comunidade, são aqueles que falam muito, aqueles que vão longe demais no que dizem e que enchem a boca com palavras. E os melhores da minha comunidade, são os melhores em carácter”. Bhukari, in Al-Adab al-Mufrad.

Diz ainda Allah SW no Alcorão Sagrado: “E diga aos meus servos que falem com doçura, porque o cheitane (diabo), semeia a discórdia entre eles, Na verdade, o cheitane é um inimigo declarado do homem”. Cur’ane 17:53.

Tenhamos todos um lindo final de semana, repleto de barakas e respeitando o "Silêncio" e o direito individual de cada um. Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu!

terça-feira, setembro 15, 2020

Os acusadores do Alcorão, do Profeta Muhammad (p.e.c.e.) e do Islão

30 de agosto de 2020 às 13:14 | Publicado em: Europa & Rússia, Notícia, OCI, Organizações Internacionais, Suécia https://www.monitordooriente.com/20200830-organizacao-de-cooperacao-islamica-condena-queima-de-alcorao-nasuecia/

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum",(que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

No século VII (610-632 D. C.), nas cidades de Meca e Medina, um novo e verdadeiro Profeta de Deus, Muhammad صلى الله عليه وسلم, que em português alguns traduzem por Maomé, transmitia uma nova revelação que procedeu de Deus, o Sagrado Alcorão.
 
O uso incorrecto da palavra profeta, utilizado até mesmo para os adivinhos e inclusive para muitos que agora se autodenominam profetas – sem sê-lo - minimiza a importância deste termo.

Ser profeta é uma distinção honrosa para os escolhidos de Deus. O termo se aplica aos inspirados por Deus, ou Nabi, e para aqueles que não são inspirados por Deus; mas também, quando pregam a sua doutrina, Deus fala através deles, são chamados Rassules, ou seja, Mensageiros de Deus.

Daí a doutrina que pregam não é deles, mas de Deus. Deus fala através deles! A Torá de Moisés; os Salmos de David; o Evangelho  de Cristo e o Alcorão de Muhammad, são, ORIGINALMENTE,livros revelados por Deus, ou melhor, Deus fala neles.

Muhammad صلى الله عليه وسلم, Profeta e Mensageiro de Deus, pregou durante quase 23 anos: 13 anos na cidade de Meca e 10 anos na cidade de Medina. Para ler o Alcorão é necessário conhecer a cronologia – isto é, o tempo da revelação, para ver se são versículos gerais ou bem específicos de um determinado tempo.

Os acusadores do Alcorão, seja por ignorância ou mal-intencionados, sacam do contexto alguns versículos específicos que eram para o tempo e o lugar em que foram aplicados e, depois os generalizam, equivocando--se na sua interpretação e aplicação. Por isso, o correcto é estudar primeiro a doutrina islâmica e, depois, entrar no estudo do Alcorão.

Para aquelas pessoas bem-intencionadas que dessejam ler o Alcorão desde o início, ser-lhe-ia conveniente um Alcorão escrito em árabe — que se encontra intacto desde à época do Profeta Muhammad صلى الله عليه وسلم —, e com a tradução portuguesa e com notas explicativas em diferentes versículos. Embora não possam ler o árabe, é sempre desejável ter o original, inalterado, para poder confrontar, ainda que seja perguntando. Há muitas traduções, sobretudo em português, incorrectas.

Há que ter muito cuidado com isso. A Al Furqán, órgão para a divulgação do Islamismo em Portugal, ao longo dos últimos 40 anos já publicou uma série de livros para os leitores zelosos que gostam de examinar as Sagradas Escrituras, ou que têm um desejo de procurar e encontrar um novo caminho para Deus; ou que tenham um gosto especial - talvez genético - por tudo o que representa o arabismo e o Islão, já que os genes nos dão informações sobre os nossos antepassados; e a grande maioria dos portugueses têm sangue árabe nas suas veias, devido a permanência na Península Ibérica de muitos séculos, até 781 anos, no último reduto árabe - muçulmano em Andaluz.

Livros como “Para compreender o Islão e os Muçulmanos”, “A Misericórdia Divina”, “Reflectir alguns conceitos básicos do Alcorão”, “Fontes Islâmicas da Cultura Ocidental”, “Reflexões Islâmicas”, “Sobre o Alcorão”, “Mulheres no Islão” livros que, entre outros, recomendamos e é de leitura básica, para aqueles que querem conhecer a verdade sobre o Islão. Se desejar algum deles, pode adquiri-lo pelo email:alfurqan2011@gmail.com Os adoradores do poder e os fanáticos, que se autoproclamam antifanáticos, ainda que não sejam mais do que fanáticos de seu próprio antagonismo, dedicam-se aatacar o Islão sem o conhecer; confundindo intencionalmente ou por ignorância o que é o Islão, com os movimentos fanáticos violentos, que se autoproclamam islâmicos; muitas vezes, armados e treinados pelo Ocidente, e que não são verdadeiramente islâmicos.

Somos 1.800 milhões de muçulmanos no mundo, 99,9% pacíficos, que são as principais vítimas dos terroristas. Estes representam apenas 0,1% do Islão, ainda assim, uma cifra considerável: 1,8 milhões. A maioria de mortos são muçulmanos. Uma notícia correcta seria: uma minoria de terroristas fanáticos mata as comunidades islâmicas (ou muçulmanas) pacíficas. E não: muçulmanos matam inocentes.

Os movimentos religiosos são para ajudar, não para o lucro. Em tempos de crise, como agora, as igrejasdevem ajudar as pessoas pobres, não para que estes ajudem as igrejas e dirigentes religiosos.

Deus recompensa a quem dá com sentimento e amor. O exemplo da mulher idosa, cujos cêntimos diante de Deus valiam mais que as moedas de ouro dos adoradores de dinheiro e poder.

Isso não significa que não devemos fazer caridade. Precisamos de ajudar o próximo, começando com aqueles que nos são mais próximos, mas estendendo-o a outros sectores mais distantes.

Quando falamos sobre o Islão, fazemo-lo com conhecimento, porque nos consideramos sabedores da matéria e somos muçulmanos. Quando falamos de outras religiões, embora não sejamos versados nesses temas, já que temos o costume de não falar ou comentar sobre temas que desconhemos, devemos reconhecer que o fazemos a partir de uma perspectiva islâmica. Isso sim, a nossa conduta, ao comentar religiões irmãs, fazemo-la de acordo com os ensinamentos de nosso Profeta: de forma pacífica, com amor e tolerância.

O Judaísmo, o Cristianismo e Islão são religiões abraâmicas e provêm da mesma revelação. Existem diferenças fundamentais entre elas. Mas isso não nos deve levar a apontá-las negativamente, negligenciando o facto de que as semelhanças são consideravelmente muito maiores do que as diferenças. Nós não criticamos religião alguma, criticamos as actuações específicas, ou mensagens que contradizem a mesma doutrina.

No capítulo 29, versículo 46 se ordena no Alcorão: “E não disputeis com os adeptos do Livro, senão da melhor forma, excepto com os iníquos, dentre eles. Dizei-lhes: Cremos no que nos foi revelado (Alcorão), assim como no que vos foi revelado antes (Bíblia); o nosso Deus e o vosso é Um e a Ele nos submetemos”.

E no capítulo 5, segunda parte do versículo 82 do Alcorão lê-se: “E constatarás que aqueles que estão mais próximos do afecto dos fiéis (muçulmanos) são os que dizem: Somos cristãos! Porque possuem sacerdotes e não ensoberbecem de coisa alguma”.

Além disso, reconhecemos que padres e pastores são, na sua maioria, bons líderes; são negativamente assinalados apenas alguns milhares, dentro de um total de mais de 1 ½ milhões de líderes — a metade católicos. Além disso, a perfeição é somente de Deus.

Em Deuteronómio 18:22 da Sagrada Bíblia lê-se: “Quando o profeta tiver falado em nome do Senhor, se o que ele disse não se realizar, é que essa palavra não veio do Senhor. O profeta falou presunçosamente. Não o temas”. Mitra, Átis (Frígia), Dionísio (Baco); -Isis Osiris- Horus Seth, Hermes, todos desapareceram como cultos religiosos. Eram grandes pensadores, que deixaram ciência e boas mensagens por algum tempo e que ainda persistem, mas eles não eram mensageiros de Deus. Eles poderiam ser iluminados por Deus, mas a sua mensagem era deles. O Cristianismo e o Islão são mantidos com milhões e crescendo a cada dia. Eu sou um muçulmano, mas respeito todas as religiões e todos os Profetas e Mensageiros de Deus, com especial atenção, por causa de sua semelhança com o Islão, com o Povo do Livro (Ahl al Kitab) judeus e cristãos. (Alcorão 2: 4); mas a minha fé é o Islão.

Algo que devemos evitar é o confronto radical, que começa a ignorar a revelação de outro, considerando-a inclusive completamente falsa e afirmando que só anossa fé, nos leva à salvação eterna.

SOBRE O ALCORÃO

Dimensões: 14.5 × 20.5 cm Páginas: 100  Compilado por: M. Yiossuf M. Adamgy «Na verdade, Nós revelamos esta Recordação (Dhikr) [Alcorão] e, na verdade, somos o Seu Guardião». – (Alcorão, 15:9).

A pureza do texto do Alcorão, através de 14 séculos, constitui a prelibação do desvelo eterno com o qual a Verdade de Deus é guardada por todas as eras. Toda a corrupção, a invencionice e a criaçãopassarão, mas a Verdade pura e santa de Deus jámais será eclipsada, muito embora parte do mundo zombe dela e diligencie no sentido de destruí-la.

Poder ler o Alcorão é a maior recompensa que existe neste mundo. O ser humano ascende ao mais alto nível de comunicação com Deus, com a ajuda do Alcorão. Junto a esta grande recompensa, as virtudes e méritos de ler o Alcorão são únicos. A aprendizagem, a memorização, a recitação e o actuar com base no que indica o Alcorão fazem com que se ganhe inumeráveis vantagens neste mundo. Graças a ser um Livro de “dhikr” (recordação), de orações e de contemplação, o Alcorão ajuda-nos a conseguir recompensas e méritos sem par. Não são só aqueles que leem o Alcorão os que se beneficiam destas recompensas, mas também os seus pais e outros membros da família. Do mesmo modo que o doce odor da fruta faz felizes os que se encontram ao seu redor, aqueles que leem o Alcorão guiam as suas famílias até à felicidade e associam-nas às recompensas que obterão pela sua leitura. Os amigos de Deus, que mais anseiam a felicidade em ambos mundos, fizeram da leitura do Alcorão uma parte das suas vidas e consideram o ensinamento do mesmo aos seus filhos como o seu principal dever.

Não só desconhecemos o "contrário”, como até negamos o papel complementar das nossas boas obrase de que nenhum ser humano pode ser previamente condenado por outro, porque só a Deus competejulgar-nos.

O ideal da tolerância, não se contenta com "aceitar o outro", mas sim em compreender a sua doutrina,conhecê-la amplamente e aprofundar os seus ensinamentos, ainda que estejamos firmes nos nossos.

Se isso não for feito, o diálogo fecundo se transforma em confrontação. E isso deve ser evitado.

Por outro lado, como podemos discutir algo que desconhecemos? Além disso, devemos considerar o nosso "irmão", ainda que seja de outra religião, em igualdade de condições. 

Para que fique bem claro, a abordagem do Islão é detalhada em nossa proclamação, já publicado e que,hoje, novamente aqui mencionamos, ainda que de forma sumária.

- Afirmamos que o Islão é uma religião de paz. Seu nome provem da paz interior que é conseguido coma submissão à Vontade de Deus. A sua saudação permanente "Salam Alaikum", que significa a paz esteja consigo, é uma mensagem de harmonia, amor e ajuda aos outros. As sociedades islâmicas têm sido, historicamente, amplas e tolerantes; e mesmo quando houve violência, elas têm sido geralmente as agredidas e não, as agressoras; até mesmo pelos mesmos extremistas que dizem representá-las.

Como seres humanos, e como muçulmanos, somos contra a guerra e a favor da paz, pedindo a Deus, além de nossas cinco orações diárias obrigatórias, que a paz e a concórdia se estabeleçam no nosso Mundo, cada vez mais caótico. Que amemos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus, considerando que ninguém é um verdadeiro crente, se não desejar para o seu irmão, o que deseja para si mesmo. Que as diferenças entre nós sejam resolvidas pacificamentecomo irmãos, usando o diálogo e não a confrontação; paz, e não a guerra; tinta e sem sangue; harmonia, em vez de confrontação; que reine, entre nós, a justiça, amor, liberdade e verdade, de forma permanente.

Que o Deus Uno, o Deus de tudo, todos e todas, nos ilumine, nos guie e nos protege. Que a Sua paz, misericórdia e as bênçãos sederramem sobre toda a Humanidade. Amém. Quem não pretender continuar a receber estas reflexões, por favor dê essa indicação e retirarei o respectivo endereço desta lista.

Obrigado. Wassalam (Paz).

M. Yiossuf Adamgy

Director da Revista Islâmica Portuguesa AL FURQÁN

domingo, agosto 30, 2020

O Alcorão e a Ciência

Louvado seja Deus, Senhor do Universo, que a paz e as bênçãos de Deus estejam sobre seu Nobre Profeta, sua família, seus companheiros e sobre todos os muçulmanos até o dia do Juízo Final.

Queridos irmãos, no Alcorão Sagrado há duas suratas que começam com um louvor a Deus – a primeira é a surata 6: “Louvado seja Allah, que criou os céus e a terra (...)”; e a segunda é a surata 18: “Louvado seja Deus que revelou o Livro ao Seu servo, no qual não colocou contradição alguma”. Na primeira, o motivo do louvor é a criação do Universo e, na segunda, o motivo é a revelação do Alcorão Sagrado. Isso significa que tanto da Criação do Universo quanto da Revelação da Palavra tem a mesma importância.

No Alcorão Sagrado há mais de mil sinais científicos e, mesmo sendo revelado há mais de 1400 anos, a ciência moderna não consegue contradizer nenhum destes sinais, pois o Alcorão é a palavra de Deus e o Universo é a Sua criação.

Falaremos hoje a respeito de alguns desses sinais revelados no Alcorão.

Deus nos fala no Alcorão Sagrado: “Não! Em verdade, se ele não se detiver, o pegaremos pela naseyah (parte frontal da cabeça). Naseyah mentirosa e pecaminosa.” (96, 15-16)

Somente nos últimos sessenta e três anos os pesquisadores e cientistas descobriram que a parte frontal do cérebro é a responsável pelo planejamento e pela motivação, assim como pelo ato de falar uma verdade ou de mentir (Os milagres científicos na parte frontal da cabeça, Moore et al, p. 41). A área pré-frontal é considerada também como responsável pela agressividade. Por isso, durante as rezas, o muçulmano coloca sua parte frontal da cabeça no chão como sinal de obediência total para que suas decisões estejam de acordo com a vontade de Deus. A oração impede os maus atos sugeridos por essa parte da cabeça e em outro versículo, Deus nos diz: “(...) Por certo, a oração protege o homem contra a obscenidade e o ilícito” (29:45).

Deus disse no Alcorão: “Ó homens! É-vos proposto um exemplo, então, ouvi-lo: ‘Por certo, os que invocais, além de Allah, não criarão uma mosca sequer, ainda que, para isso, se juntem. E, se a mosca lhes tirar algo, não poderão recuperá-lo (...)”’. (22:73)

Cito a seguir um trecho do livro Os milagres científicos no Alcorão e na sunnah que justifica cientificamente o exemplo citado: “(...) este inseto é um ser que digere o alimento fora de seu organismo, liberando uma substância que dissolve a comida antes que seja por ele ingerida, e se ele tomar do homem algum alimento jamais poderá devolvê-lo na sua forma original, e isto foi revelado no Sagrado Alcorão, depois de mostrar a incapacidade das criaturas de criar este mosquito”.

O nosso terceiro exemplo na está na seguinte surata: “A quem Deus quer iluminar, dilata-lhe o peito para o Islam; a quem quer desviar, oprime-lhe o peito, como aquele que se eleva na atmosfera. Assim, Deus cobre de abominação aqueles que se negam a crer” (6:125). Nesse versículo Deus exemplifica a situação daquele que se desvia do Seu caminho, em outras palavras, ao sair do caminho de Deus a pessoa sente um sufoco como se estivesse solto na atmosfera. A ciência moderna prova que quanto mais o homem é elevado na atmosfera, maior será sua dificuldade em respirar até chegar ao ponto em que a respiração se torna impossível.
Queridos irmãos, convoco a todos para que sejam mais atenciosos com o Livro de Deus não somente com a recitação, mas também para aprender e entender porque é a mensagem de Deus para toda a humanidade.

Pedimos a Deus que nos ajude a acreditar no Alcorão Sagrado e que saibamos aplicá-lo corretamente em nossa vida.

Sheikh Mohamad Al Bukai
01/10/2010

O adultério

O adultério e a fornicação são considerados pecados em todas as religiões. A Bíblia decreta a sentença de morte para ambos os adúlteros (Levítico 20:10). O Islam, igualmente, pune tanto o adúltero como a adúltera (24:2). Contudo, a definição alcorânica é muito diferente da definição bíblica. O adultério, de acordo com o Alcorão, é o envolvimento de um homem casado ou uma mulher casada em um caso extraconjugal. A Bíblia somente considera adultério o caso extraconjugal de uma mulher casada. (Levítico 20:10, Deuteronômio 22:22. Provérbios 6:20/7:27).

"Se um homem é encontrado dormindo com a esposa de outro homem, ambos devem morrer. Deve-se expurgar o mal de Israel" (Deuteronômio 22:22).

"Se um homem comete adultério com a esposa de outro homem, ambos, adúltero e adúltera devem ser colocados para morrer" (Levítico 20:10).

De acordo com a definição bíblica, se um homem casado dorme com uma mulher solteira, isto não é considerado crime de forma nenhuma.

O homem casado, que tem relações extraconjugais com mulheres solteiras, não é um adúltero e as mulheres solteiras envolvidas com ele não são consideradas adúlteras. O crime de adultério é cometido somente quando um homem, seja casado ou solteiro, dorme com uma mulher casada. Neste caso, o homem é considerado adúltero, mesmo que ele não seja casado, e a mulher é considerada adúltera. Em resumo, o adultério é qualquer ato sexual ilícito envolvendo mulher casada. O caso extraconjugal de um homem casado não é, de per si, um crime na Bíblia. Por que este padrão moral duplo? De acordo com a Enciclopédia Judia, a esposa era considerada como posse de seu marido e o adultério constituía a violação do exclusivo direito do marido sobre ela; a esposa, como posse do marido, não tinha direito sobre ele (15). Quer dizer, se um homem tinha uma relação sexual com uma mulher casada, ele estaria violando a propriedade de outro homem e, assim, deveria ser punido.

Nos dias atuais em Israel, se um homem casado se entrega a um caso extraconjugal com um mulher solteira, seus filhos com esta mulher são considerados legítimos. Mas, se uma mulher casada tem um caso com outro homem, seja casado ou solteiro, seus filhos com este homem são considerados ilegítimos e bastardos e são proibidos de casar com qualquer outro judeu, exceto com os convertidos e com outros bastardos. Este impedimento cessa após a 10a. geração, quando se presume que a mancha do adultério enfraqueceu-se (16).

O Alcorão, por outro lado, nunca considera uma mulher como posse de qualquer homem. O Alcorão eloqüentemente descreve a relação entre os esposos dizendo:

"E entre os Seus sinais está que Ele criou para vós companheiros de entre vós mesmos, os quais vós podeis habitar em tranqüilidade com eles e Ele colocou amor e misericórdia em vossos corações: verdadeiramente, nisto há sinais para aqueles que refletem" (30:21).

Este é o conceito alcorânico de casamento: amor, misericórdia e tranqüilidade, não posse e padrões duplos.

Dr.Sherif Abdel Azeem Mohammed

O Alcorão e a sua Sabedoria

O Alcorão é a maior dádiva de Deus à Humanidade e a sua sabedoria é de uma espécie única. Exposto em termos breves, o propósito do Livro consiste em ser o repositório das revelações, o qual restaura a eterna verdade de Deus, como guia da humanidade no caminho certo.

O Alcorão é a palavra de Deus revelada a Muhammad através do Arcanjo Gabriel, a qual ultrapassa a imaginação humana para se produzir uma obra desta grandeza. Os contemporâneos do Profeta Muhammad foram, sem dúvida, os maiores mestres da língua árabe com motivos para produzir um texto sem rival. Mas eles não poderiam produzir nada como o Alcorão, em conteúdo e estilo.

O Profeta Muhammad não tinha preparação escolar formal, mas não fez segredo sobre isso. O seu maior crédito era que sendo iletrado, viveu entre seu povo para ensinar a Humanidade inteira, letrado ou analfabeto, a verdadeira Mensagem de Deus. Este é o primeiro fato acerca do Alcorão, ou seja, a Palavra de Deus.

O segundo fato acerca deste Livro é a autenticidade do seu conteúdo e a ordem em que estão distribuídas várias matérias. A autenticidade do Alcorão não deixa dúvidas pela sua pureza, originalidade e integridade de seu texto. Investigadores e estudiosos qualificados, muçulmanos e não muçulmanos, concluíram, já que o Alcorão de hoje é o mesmo Livro que Muhammad recebeu (41), ensinou, por ele viveu, e o legou à Humanidade há mais de quatorze séculos. Algumas observações podem ilustrar a autenticidade do Alcorão:

1) O Alcorão foi revelado em fragmentos. A palavra Alcorão significa “Livro por excelência”. A composição do Alcorão e as revelações graduais das suas passagens foram os planos e desejos de Deus, desejos pelos quais Muhammad e os seus companheiros lutaram.

“Os incrédulos dizem: Por que não lhe foi revelado o Alcorão de uma só vez? (Saibam que) assim procedemos para firmar como ele o teu coração, e to ditamos em versículos, paulatinamente.” (Alcorão Sagrado 25:32)

“Não movas a língua com respeito (ao Alcorão) para te apressares (para sua revelação). Porque a Nós incube a sua complicação e a sua recitação. E quando to recitarmos, segue a sua recitação. Logo, certamente, a Nós compete a sua elucidação.” (Alcorão Sagrado 75:16 ao 20)

“Eis o livro que é indubitavelmente a orientação dos tementes a Deus.” (Alcorão Sagrado 2:2)

“E crede no que revelei, e que corrobora a revelação que vós tendes; não sejais os primeiros a negá-los, nem negocieis as Minhas leis a vil preço, e temei a Mim, somente. E não disfarceis a verdade com a falsidade, nem a oculteis, sabendo-a.” (Alcorão 2:41-42)

2) Os árabes distinguiram-se pelo seu apurado gosto literário, pelo que conseguiram gozar e apreciar as boas peças de literatura, que o Alcorão lhes facultou. Sentiram-se movidos pelo seu tocante tom e atraídos pela sua extraordinária beleza, encontrando nele a maior satisfação e a mais profunda alegria, ao ponto de memorizar a maior parte do Livro. O seu estilo rítmico continua a ser admirado por todos os muçulmanos e por muitos não-muçulmanos.

3) Ainda hoje muitos muçulmanos, homens e mulheres, fazem a recitação diária de uma parte do Alcorão, em orações e durante a vigília noturna. A recitação do Alcorão é para os muçulmanos uma forma elevada de adoração e uma prática diária.

4) Os árabes admiram sempre bons poemas, distinguindo-se como amantes da boa literatura. Foram distinguidos pela sua privilegiada memória em que a literatura ocupou sempre o lugar de destaque. O Alcorão foi reconhecido por todo o povo árabe de gosto literário, como inimitável. Por isso, eles apressaram-se a memorizá-lo, mas da mais notável e respeitosa forma.

5) Durante a vida do Profeta Muhammad, houve escribas notáveis e compiladores nomeados para as Revelações. Quando o Profeta recebia um versículo ou uma mensagem, dava imediatamente instruções aos seus escribas para registrá-los sobre a sua supervisão. O que era registrado era verificado e autenticado pelo próprio Profeta. Todas as palavras eram revistas e cada passagem era posta na devida ordem.

6) Durante 23 anos, as Revelações completaram-se e os muçulmanos estavam de posse de registros completos do Alcorão. Foram recitados, memorizados, estudados, usados para todos os propósitos diários.

7) Depois da morte do Profeta Muhammad, o Alcorão estava à memória de muitos discípulos e em numerosas tábuas de registro. Mas isso ainda não satisfazia Abu Backar, o primeiro Califa (42) que receou que a morte de alguns memorizadores, pudesse trazer sérias confusões acerca do Alcorão. Por isso, ele consultou autoridades especializadas e depois encarregou Zaid Ibn Thabit, o escriba chefe das Revelações do Profeta Muhammad, de compilar um padrão e completar a cópia do Livro, tal como foi autorizado pelo próprio Profeta Muhammad. Ele o fez sobre a supervisão dos companheiros do Profeta e com a ajuda deles. A versão completa e final foi verificada e aproveitada por todos os muçulmanos que tinham ouvido o Alcorão do próprio Profeta e o guardavam na memória e no coração. Isso teve lugar, menos de dois anos após a morte de Muhammad. As revelações estavam ainda frescas e vivas na memória dos escribas, memorizadores e outros discípulos mais chegados.

8) Durante o califado de Uthman, cerca de quinze anos depois do falecimento do Profeta Muhammad, ficou completa a compilação de várias revelações recebidas pelo Profeta num Livro que ficou conhecido Mushaf Uthmania. Seguidamente, fez-se a primeira difusão de várias cópias do Alcorão, em diversos territórios. Muitos dos habitantes nunca tinham visto ou ouvido o Profeta Muhammad. Por razões geográficas e fatores regionais, conheciam alguns textos do Alcorão com elevadas distorções de acentuação.. Uthman atuou rapidamente para resolver esta situação. Depois de mútuas consultas com todas as autoridades especializadas, foi constituída uma comissão de quatro homens saídos dos anteriores escribas das Revelações. Todos os textos anteriores em uso foram recolhidos e substituídos por uma cópia padrão. E a partir dessa época em diante, a mesma versão padronizada esta um uso, sem a menor alteração em palavras ou ordem e mesmo de quaisquer sinais de pontuação.

Por estas observações, os investigadores sérios concluem que o Alcorão se mantém hoje, como a quando da sua revelação e assim se conservará para sempre. Nunca lhe foi acrescentado nada, nunca houve nele qualquer omissão ou corrupção. A sua história é tão clara como o dia; a sua autenticidade é inegável, e a sua completa preservação está fora de dúvida. O Alcorão está cheio de sabedoria sem exemplo, com respeito à sua origem, características e dimensões.

A sabedoria do Alcorão deriva da sabedoria do autor que não poderia ter sido qualquer outro senão o Próprio Deus. Também deriva da compulsória força do Livro que é inimitável, o qual é um desafio a todos os homens de letras e de conhecimentos. As soluções práticas que oferece para os problemas humanos e como sendo de natureza e características especiais.

Fonte: “O Islam em foco” – Hammudah Abdalati - CDIAL

O ZAKAT

Louvado seja Deus, Senhor do Universo, que a paz e as bênçãos de Deus estejam sobre seu Nobre Profeta, sua família, seus companheiros e sobre todos os muçulmanos até o dia do Juízo Final.

Meus queridos irmãos, nosso discurso de hoje trata do terceiro dos cinco pilares que temos no Islam, que é o Zakat. Quando falamos de um pilar temos que nos lembrar de seu valor como em um edifício que sem este pilar fica sem sustentação; o Zakat é muito importante para completar a nossa religião, ele é um pilar de sustentação e é obrigatório para os muçulmanos que tenham condições financeiras para pagá-lo.

Queridos irmãos, se nós pesquisarmos a palavra Zakat no dicionário da língua árabe encontraremos três significados: acréscimo, purificação e bênçãos.

Na realidade, são exatamente esses valores que há no Zakat. Quando um muçulmano separa e paga uma parte do seu dinheiro aos necessitados está aumentando sua própria renda. Mesmo que pareça estar diminuindo ou gastando seu dinheiro, Deus irá multiplicar e recompensar cada centavo em 700 vezes. Deus nos diz no Alcorão Sagrado: “O exemplo dos que gastam dos seus bens pela causa de Deus é como o de um grão que produz sete espigas, que irão produzir, cada espiga, cem grãos. Deus multiplica mais ainda quem Lhe apraz, porque é Munificente, Sapientíssimo.” (2:261)

Deus também vai abençoar o dinheiro daqueles que entreguem seu Zakat; é preciso entender que um pouco de dinheiro com a benção de Deus é muito e que muito dinheiro sem as bênçãos de Deus é pouco. O Zakat é uma purificação da alma das pessoas apaixonadas por dinheiro, isso as purifica assim como a alma dos necessitados para que não sejam tomados pelo sentimento de inveja por ninguém. Em outras palavras, o Zakat purifica quem pagou e quem o recebeu além da purificação do dinheiro que ainda ficou com ele.

Queridos irmãos, quando lemos o Alcorão Sagrado vemos que a reza e o Zakat estão intrinsecamente ligados: onde se faz referência à reza também se faz ao Zakat, isso significa que o Zakat tem a mesma importância que a reza; como a reza fortalece a ligação entre a pessoa e Deus, o Zakat fortalece a ligação das pessoas com a sociedade.

Deus falou no Alcorão Sagrado: “Praticai a oração, pagai o Zakat e inclinai-vos, juntamente aos que se inclinam.” (2:43)

Também lemos no Alcorão: “Homens, a quem não entretém nem comércio nem venda da lembrança de Deus e do cumprimento da oração e da concessão de az-zakah (...)”. (24:37)

Vejamos a surata Al-Hajj: “Esses são os que, se os empossamos na terra, cumprem a oração e concedem az-zakah (...)”. (22:41)

Vemos também a importância do Zakat nos ditos do profeta Muhammad quando este mandou um companheiro chamado Moa’aht para divulgar o Islam no Yemen e lhe disse: “Chame o povo para testemunhar que Deus é único e que Muhammad é seu mensageiro. Quando aceitarem, informe-lhes que Deus os obrigou a orar cinco vezes ao dia; quando aceitarem, fale que Deus ordenou o Zakat, que o dinheiro deve ser pago pelos ricos e entregue aos pobres”.

Queridos irmãos, o valor do Zakat a ser pago é de 2,5% e é obrigatório a todo muçulmano rico. É considerado rico aquele que tenha 85 gramas de ouro, no mínimo, e que tenha mantido esse valor durante um ano completo, bem como é devido também sobre qualquer mercadoria e sobre seus meios de comercialização. O Zakat não é devido sobre o patrimônio fixo que não gera lucro. As pessoas merecedoras de receber o Zakat são aquelas que Deus falou no Alcorão Sagrado, na surata At-Taubah: “As esmolas são tão-somente para os pobres, para os necessitados, para os funcionários empregados em sua administração, para aqueles cujos corações têm de ser conquistados, para a redenção dos escravos, para os endividados, para a causa de Deus e para o viajante*; isso é um preceito emanado de Deus, porque é Sapiente, Prudentíssimo”. (9:60).

Queridos irmãos, o Zakat é uma responsabilidade do rico e um direito do pobre; há algo que não deve ser esquecido na sociedade: o rico vai ser julgado no dia do Juízo Final por não ter pago esse direito aos necessitados. No Alcorão Sagrado, surata At-Taubah, Deus nos fala: “(...) E aos que entesouram o ouro e a prata e não os empregam na causa de Deus, anuncia-lhes (ó Muhammad) um doloroso castigo”. (9:34)

Wal-hamdu Lil-lah Rabil-'Alamin!

(*) Nesta ocasião, é considerado viajante aquele que está fora de seu país e não tem condições de regressar.

Sheikh Mohamad Al Bukai

sábado, agosto 22, 2020

Ano Novo Islâmico de 1442 da Hégira

Prezados Irmãos, Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

ANO NOVO ISLÂMICO: 01.Muharram.1442 / 20.Agosto.2020 Quarta-Feira, 19 de Agosto de 2020, ao pôr do sol, começou o Ano Novo Muçulmano, segundo o Calendário Islâmico (lunar), correspondente ao ano 1442 da Hégira (emigração do Profeta Muhammad [s.a.w.] de Meca para Medina), que teve lugar no ano 622 do Calendário Gregoriano (ano 1 do Calendário Islâmico Hegiriano). Portanto, o primeiro dia do Novo Ano Islâmico se inicia na manhã de Quinta-Feira, 20 de Agosto de 2020. Muharram é um mês abençoado, é o mês da libertação. Os muçulmanos têm duas datas nos dias de Murahham que ampliam os nossos corações e que entendemos o significado da vida. 

A primeira é a comemoração do início da HÉGIRA, a fundação de uma nova era na Comunidade Islâmica. O segundo é ASHURA, o 10º. Dia, um dia importante para os muçulmanos que estão cientes da grandeza de Allah. No Ano Novo Islâmico, que começa com o primeiro luar de Muharram, os Muçulmanos lembram todos os anos como o nosso amado Profeta (s.a.w.) migrou de Meca com os seus companheiros para a cidade de Medina. Sim, o nosso Profeta foi um refugiado, um migrante, sofreu dificuldades e dores, mas com essa experiência, a comunidade que olhamos todos os dias, nasceu como exemplo. Uma comunidade que mudaria o mundo. 01.MUHARRAM.1442 / 20.AGOSTO.2020 

OBRAS DISPONÍVEIS SOBRE O MUHARRAM, EDITADAS EM PORTUGUÊS, PELA AL FURQÁN Portanto, o primeiro de Muharram é um período resiliente. Não há celebração com grandes despesas, nem grandes festas. Pelo contrário, é a festa do silêncio, da memória da generosidade de Allah, que nunca esquece as Suas criaturas. O muçulmano é alguém que ama o quotidiano e não o excepcional. Pouco antes da lua cheia iluminar o céu, o Dia de Ashura acontece. Este dia é também especial, pois é o dia em que a resiliência se converte em acção, por isso se jejua, se recorda (zikr). É também o dia em que o neto de nosso amado Profeta (s.a.w.), Hazrat Hussayn (r.a.), lutou bravamente e foi assassinado. Ashura é uma data que a tradição islâmica contempla, simbolicamente, como cósmica. É o dia dos Profetas. Ibn Hibban, um dos maiores sábios do século VIII, no seu livro al-Taqasim wa al-Anwa relatou que o décimo dia do mês de Muharram é o dia em que Deus criou os céus e a terra. 

Também é o dia em que Ele expulsou e fez regressar o Profeta Adão (a.s.) e que fez desembarcar o Profeta Noé (a.s.). Foi também o dia em que o Profeta Yussuf [José] (a.s.) se libertou do poço onde os seus irmãos o arrojaram .... Enfim, é uma data de renascimento, aceitação e libertação de acordo com exemplos proféticos. Reunimos uma lista rápida de maneiras fáceis de aproveitar os benefícios do Muharram: — Diga mais Salaam! Esta é a saudação do Profeta (saw) e do povo do Paraíso, e uma acção tão simples pode colher inúmeras recompensas e perdão. — Sorria para todos. Esta acção simples vai pesar muito na balança durante o mês de Muharram. — Dê Sadaqah (Caridade) regular. Muharram é o início do Ano Novo islâmico, então é o momento perfeito para tomar decisões e estabelecer bons hábitos que você pode colher os frutos do ano todo. — Melhore a sua saúde comendo melhor, fazendo mais exercícios e tendo uma boa rotina de sono. Sim, cuidar da sua saúde também é uma acção recompensadora - o seu corpo é uma amanah (confiança) de Allah! Fazer algumas mudanças no estilo de vida pode gerar inúmeras recompensas. — Procure o perdão. Visto que os pecados são mais pesados no Muharram, você deve pedir perdão o mais rápido possível durante este mês. — Leia mais o Alcorão. 

É óbvio que sempre é colocado nessas listas - mas é a maneira perfeita de se aproximar de Deus durante este mês incrível! A melhor maneira de fazer isso é comprometer-se com apenas 10-15 minutos por dia; estabeleça um horário e seja disciplinado! Com sorte, você cumprirá a resolução de Ano Novo se estabelecer o bom hábito durante o Ramadão. Essas acções não são específicas do Muharram, mas são altamente recomendadas e faz sentido aumentá-las durante este mês abençoado! 

É altamente recomendável jejuar o máximo possível durante o Muharram (embora o jejum de todo o mês seja reservado apenas para o Ramadão). O Mensageiro de Allah (saw) disse: "O melhor jejum após o Ramadão é o Mês Sagrado de Allah (Muharram) ..." (Muslim) A Al Furqán, órgão para a divulgação do Islão em Portugal, deseja à Comunidade Muçulmana de Portugal e às Comunidades Muçulmanas ao redor do mundo, bem como à toda Sociedade Portuguesa BEM-ESTAR, PAZ E FELICIDADE. 

Obrigado. Wassalam (Paz). M. Yiossuf Adamgy Director da Revista Islâmica Portuguesa AL FURQÁN.

Fonte:Reflexões Islâmicas - nº. 420 - www.islao.pt /www.alfurqan.pt — alfurqan2011@gmail.com — tlm. 96 545 96 46

sexta-feira, agosto 14, 2020

O Muçulmano que descobriu o lugar onde Jesus foi batizado

Al Maghtas, onde Jesus foi batizado (Foto: Wikipedia)

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum",esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. O local que Jesus foi batizado ficou abandonado por cerca de 500 anos. 

Graças aos esforços do príncipe da Jordânia, o lugar, que é sagrado para os cristãos, foi redescoberto. Perto dali, também está o monte em que o Profeta Elias subiu aos céus.  Desde 2002, o espaço está aberto para visitantes.

Cristãos do mundo todo preservam o hábito de viajar até Israel para visitarem o Rio Jordão, onde pressupõem que Jesus foi batizado por João Batista. Alguns fiéis aproveitam a oportunidade para repetir o mesmo ato de consagração vivido pelo Messias naquelas águas.

No entanto, hoje é fato conhecido que o local onde Jesus teria sido batizado não está em domínios israelenses, mas em um ponto afastado do rio, em um território que pertence à Jordânia e que foi redescoberto há cerca de 25 anos, graças aos esforços do príncipe jordaniano Ghazi bin Muhammad,que é muçulmano e sobrinho do então rei da Jordânia, Hussein bin Talal.

De fato, a descoberta do local histórico contou com o envolvimento de diversas pessoas, mas foi o entusiasmo de Ghazi pela história das religiões que possibilitou as investigações em um terreno próximo às margens do Rio Jordão, que estava praticamente abandonado, mas guardava uma rica história com mais de 2000 anos de idade.

Construção

O local onde Jesus foi batizado possui uma estrutura rudimentar erguida no século I d.C. Durante a idade média, esta construção foi reconhecida inclusive por santos, monges e escribas católicos como o berço do cristianismo. Na Bíblia, o território é chamado de Betebara, descrito em João 1:28 como um lugar que estava localizado além do Jordão. Sua estrutura era a de um mikveh, uma piscina que os judeus usam para fazer banhos rituais. Mas a expansão do cristianismo transformou o lugar em um ponto de batismo e peregrinação.

As paredes do local, feitas em arenito, ainda possuem marcas de cruzes feitas pelos primeiros peregrinos que visitaram o local.

Peregrinação e declínio de Betebara Durante muito tempo, houve estruturas religiosas próximas ao local do batismo de Jesus. Estima-se que desde o século V havia presença de um mosteiro cristão na região e, entre o final do século V e início do VI, o imperador bizantino Anastácio construiu uma igreja dedicada a João Batista, que mais tarde foi destruída em uma inundação.

O local era amplamente visitado por peregrinos até a invasão persa em 614, que tirou o poder de Jerusalém da mão dos cristãos. Após vários desastres naturais e invasões, o território acabou ficando abandonado até ser completamente esquecido. Após a conquista islâmica de Jerusalém, os locais de adoração cristã passaram a se  concentrar na margem ocidental, do outro lado do rio, em um local conhecido como Qasr el Yahud. No século XIII, ainda houve outra tentativa de construir um templo ortodoxo onde ficavam as antigas estruturas bizantinas, mas não se sabe quanto tempo isso durou.

No final do século XV, a peregrinação cristã já havia declinado. Mais tarde, durante o século XX, uma comunidade agrícola ocupou a margem leste do Rio Jordão.

Um príncipe muçulmano no berço do cristianismo Em 1994, a Jordânia assinou um tratado de paz com Israel, após anos de conflito, o que permitiu novamente a exploração do Monte Nebo, que estava militarmente ocupado. Pouco tempo depois, o príncipe Ghazi visitou a região, que fica próxima ao Rio Jordão, quando conheceu o monge e arqueólogo franciscano Michele Piccirillo.

Piccirillo acreditava que aquele lugar era, de fato, onde Jesus havia sido batizado e convenceu o monarca a analisar a região. Após análises do local, foram descobertas evidências de habitações do período do Império Romano, o que foi suficiente para fazer com que iniciassem os processos de desminagem e escavação.

A escavação foi conduzida pelo Dr. Mohammad Waheeb e foi patrocinada pela Família Real da Jordânia. O processo se iniciou somente em 1997, seguindo as medidas primárias de conservação e restauração, até finalmente ser reaberto no ano de 2002.

Desde então, o lugar virou, novamente, um destino de peregrinação. O local chegou a ser visitado pelo Papa João Paulo II ainda no ano de 2000 e, quinze anos mais tarde, foi considerado pela UNESCO como Património da Humanidade.

O legado da descoberta

O parque hoje é conhecido como Al Maghtas que, traduzido para o português, significa “O Batismo”. Ali foram descobertas três igrejas, três piscinas batismais, um poço circular e um complexo externo ao redor da colina, onde há cavernas e túmulos de monges cristãos. Algumas dessas construções possuem cerca de 1400 anos de história.

A colina em questão também é um local sagrado não só para os cristãos, mas também para os muçulmanos e judeus, pois ali teria sido onde o Profeta Elias, que é aceito pelas três religiões, subiu aos céus.

Alguns questionaram a descoberta, como, por exemplo, o jornal americano Washington Post e o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), que afirmaram não haver evidências conclusivas de que ali era de fato onde ocorreu o batismo de Jesus. No entanto, 13 das principais instituições cristãs do mundo reconheceram a autenticidade do local.

Os ritos católicos romanos, gregos, armênios, sírios, etíopes, copta, maronita, romeno, russo e as igrejas anglicanas, luteranas e batistas enviaram cartas de autenticidade à Jordânia reconhecendo a legitimidade do local como sendo o lugar em que Jesus foi batizado por João Batista.

O local é aberto aos visitantes e recebe anualmente 100 mil visitantes em média, três vezes menos do que a margem israelense do Jordão. 

5 versículos do Alcorão Sagrado sobre a Paz  Inter-religiosa e Diálogo

«É possível que Deus restabeleça a cordialidade entre vós e os vossos inimigos, porque Deus é Poderoso, e porque Deus é Indulgente, Misericordioso». [Alcorão, 60: 7]

Para todos os nossos problemas, perguntas e dificuldades na vida, o Alcorão fornece-nos esperança, respostas e inspiração. As Palavras Sagradas de Deus devem e continuarão a inspirar-nos em mais maneiras do que possamos compreender - e na esperança de nos ajudar a entender a importância da comunidade, solidariedade e bondade. Aqui está o que o Alcorão nos diz sobre a paz inter-religiosa e diálogo:

1. As nossas diferenças são a Vontade de Deus «Na verdade, revelamos-te (ó Muhammad) o Livro corroborante e preservador dos anteriores.

Julga-os, pois, conforme o que Deus revelou e não sigas os seus caprichos, desviando-te da verdade que te chegou. A cada um de vós temos ditado uma lei e uma norma; e se Deus quisesse, teria feito de vós uma só nação; porém, fez-vos como sois, para testar-vos quanto àquilo que vos concedeu. Emulai-vos, pois, na benevolência, porque todos vós retornareis a Deus, o Qual vos inteirará das vossas divergências». [Alcorão, 5:48]

Aqui, o Alcorão lembra-nos que as nossas vidas e sociedades são projectadas e prescritas pela Vontade de Deus - o que significa que tudo que devemos fazer é ser o melhor que pudermos como muçulmanos, respeitar as nossas diferenças pacíficas e deixar Deus ser o único Juiz como Ele é.

2. Somos diferentes uns dos outros por um motivo

«Ó humanidade! Na verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sábio e está bem inteirado». [Alcorão, 49:13]

Aqui, o Alcorão explica que somos diferentes uns dos outros não para lutar e discutir, mas para compreender e até celebrar - devemos perceber que é necessário permanecer unidos como uma comunidade mais ampla, não a despeito de, mas por causa de nossa diversidade.

3. Não há compulsão na religião

«Não há imposição quanto à religião, porque já se destacou a verdade do erro. Quem renegar o sedutor e crer em Deus, ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo. E Deus éOmniouvinte, Omnisciente». [Alcorão, 2: 256]

A religião do Islão não permite que alguém seja forçado a seguir uma religião - não podemos forçar ou esperar que todos sigam a religião do Islão.

Devemos, portanto, respeitar e compreender que há muito a ser dito no julgamento do carácter de uma pessoa, perante a sua declarada religião.

4. Não devemos julgar uma pessoa pela sua comunidade

«... E que o ressentimento contra aqueles que trataram de impedir-vos de irdes à Mesquita agrada não vos leve a transgredir (os limites da conduta). Outrossim, auxiliai-vos na virtude e na piedade. Não vos auxilieis mutuamente no pecado e na hostilidade, mas temei a Deus, porque Deus é severo no castigo». [Alcorão, 5: 2]

Aqui, o Alcorão diz-nos para nos concentrarmos nacooperação com os outros, no caminho da retidão e da piedade - em tudo o que fazemos na vida.

Isso significa que devemos continuar a defender a moral da compaixão e da bondade acima de tudo.

5. Aqueles que vós considerais como inimigos  podem, na verdade, ser vossos maiores companheiros

«É possível que Deus crie afeição entre vós e aqueles dentre eles que são (vossos) inimigos. E Deus é Poderoso; e Deus é Indulgente, Misericordioso». [Alcorão, 60: 7]

Embora reconheçamos que Deus sabe melhor, é importante lembrar que não podemos viver as nossas vidas com estereótipos preconcebidos ou noções sobre aqueles que podem parecer diferentes para nós. Devemos continuar a ser osprimeiros a oferecer as nossas mãos de paz e solidariedade o resto é com Deus.
(Fonte: Redação de “iqara islam / Brasil”)

quarta-feira, agosto 12, 2020

59 PASSAGENS DO ALCORÃO QUE ORIENTAM BONS MODOS


O Alcorão contém excelentes recomendações para a humanidade.
 Pessoas de qualquer religião podem ser beneficiadas pelos seus ensinamentos.
As lições corânicas purificam a alma e educam a mente.
As palavras de Allah, registradas no Alcorão, contém ensinamentos para diversas ocasiões.

Elas instruem os muçulmanos a agirem com dignidade e respeito às outras pessoas, em ocasiões distintas, mesmo quando somos injustiçados.

Veja 59 exemplos presentes no Livro Sagrado Islâmico que orientam bons modos.

1. Não fale de maneira rude.
2. Contenha a raiva.
3. Seja bondoso.
4. Não seja arrogante.
5. Perdoe o erro dos outros.
6. Fale de maneira calma.
7. Não ridicularize os outros.
8. Não desrespeite seus pais.
9. Não siga ninguém cegamente.
10. Dê mais tempo para o devedor pagar, caso ele esteja passando por dificuldades.
11. Não suborne.
12. Não quebre promessas.
13. Seja justo.
14. Mulheres têm direito à herança.
15. Proteja os órfãos.
16. Não consuma a riqueza um do outro de maneira injusta.
17. Procure estabelecer paz e equidade entre as pessoas.
18. Evite suposições sobre os outros
19. Não espione e não faça calúnias.
20. Pratique caridade.
21. Procure pelos necessitados.
22. Fale com os necessitados de maneira gentil.
23. Receba bem os convidados
24. Obedeça seus pais.
25. Pratique aquilo que você prega.
26. Não pratique corrupção.
27. Lute apenas com quem lutar contra você.
28. Sempre se esforce.
29. Não há compulsão na religião.
30. Escolha os governantes pelo mérito.
31. Seja responsável por suas ações.
32. Não divida as pessoas.
33. Homens e mulheres serão recompensados da mesma forma.
34. Não recomende a avareza.
35. Não seja invejoso.
36. Não defenda os traidores.
37. Fique longe do pecado e da agressão
38. Seja justo.
39. Evite álcool e inebriantes.
40. Evite jogatinas.
41. Não insulte a fé dos outros.
42. Coma e beba, mas não em excesso.
43. Ajude aqueles que buscam por proteção.
44. Os que pecam por ignorância serão perdoados.
45. As pessoas conhecem Deus pela sabedoria e por boas instruções.
46. Não siga aquilo que você não conhece.
47. Não seja vaidoso.
48. Não entre na casa de alguém sem permissão.
49. Seja pacífico.
50. Julgue as pessoas com justiça.
51. Não esqueça dos seus deveres nesta vida.
52. Recomende o certo e proíba o errado
53. Não seja insolente.
54. Mulheres devem ser modestas.
55. Não se desespere da misericórdia de Allah.
56. Decida sobre um assunto através de consultas.
57. O mais nobre é o mais justo.
58. Seja justo com pessoas de todas as crenças.
59. Lembre-se: peça perdão a Allah, pois Ele é misericordiosíssimo.

Islam não critique sem conhecer! A paz esteja convosco.

sexta-feira, julho 31, 2020

Mensagem de Eid-al-Adha, fim da Peregrinação a Meca

Prezados Irmãos, Saúdo-vos com a saudação do Islão, Assalam alaikum", esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. Louvado seja Allah, o Altíssimo, o Criador, Quem inicia e molda as formas do visível e do invisível. A paz e bênçãos de Allah estejam sobre aquele que abre, sobre aquele que sela, e também sobre o seu povo e seus companheiros na excelência, até o dia do Juízo Final. Que a infinita grandeza de Allah, o Altíssimo, e a luz brilhante (nūr) de Seu Profeta صلى الله عليه وسلمse mostrem diante de todos nós, nesta abençoada manhã de Eid-al-Adha. 

A época do Hajj, que sempre foi acompanhada de um sentimento de dignidade, grandeza e florescimento no mundo islâmico, foi atingida, este ano, com tristeza, pois os crentes são submetidos a uma dura separação, devido ao covid 19. Os corações são atingidos pela dor decorrente da separação da Caabah e a promessa dos impedidos é acompanhada de lágrimas e suspiros. Esperemos, in cha Allah, que essa privação seja de curto prazo. Este ano, devemos sentir e deliberar de maneira tangível, mais do que nunca, o segredo da grandeza e poder da Ummah Islâmica, manifestada com a magnífica reunião de crentes no santuário da Caabah e no Santuário do Profeta Muhammad صلى الله عليه وسلم. 

Por um lado, os muçulmanos que, este ano, tiveram a sorte de fazerem a Peregrinação, observaram o seu vínculo de longa data com a história de Abraão, Hagar, Ismael (paz esteja com eles) e, por outro lado, o vínculo com a história do último Mensageiro de Deus صلى الله عليه وسلم, quando ele entrou vitoriosamente, em Meca, acompanhado por um grande número de seus companheiros – e, finalmente, também observam os seus irmãos contemporâneos, cada um dos quais pode estender a mão para ajudar e agarrar a corda que Allah providenciou para os crentes. Queridas irmãs e queridos irmãos: Hoje é um dia de festa, de felicidade, porque estamos num dia de ação de graças, de consciência com o absoluto e com a vida. Hoje é o dia do sacrifício, o dia da posição (maqām) do nosso amado Profeta Abraão (Ibrāhīm a.s.), como um exemplo de total confiança, de consciência e de triunfo sobre a escuridão. 

Um triunfo sobre a noite, uma noite débil porque é iluminada pela meia lua do dia 10 de Zulal-Hijja, que nos lembra da Omnipotência de Allah, a Misericórdia para com as suas criaturas, para com a sua Criação. Algo que excede as nossas mentes e racionalidades, algo que só é entendido do coração. O sacrifício que oferecemos hoje nesta festa é muito mais do que sacrificar um cordeiro. 

É um exercício de introspecção sobre quem somos, sobre o nosso ambiente e sobre o nosso estado interior. O cordeiro, se não há intenção de nos sacrificarmos diante de Allah, é de pouca utilidade, porque o verdadeiro sacrifício é do nosso coração. Allah, que o seu nome seja exaltado no céu e na terra, ditou em toda a sua Criação infinitas formas de sacrifício. Os seus Profetas e Mensageiros, que a paz esteja com todos eles, exerceram diligentemente, e todos sabiam o que era um sacrifício e a renúncia que implica mostrar que somos capazes de transcender. A tradição profética dá-nos um bom relato disso, convida- -nos a fazê-lo nas nossas vidas diárias, convida-nos a entregar algo valioso para perceber que é mais infinitamente valioso fazê-lo em nome de Allah. Mas entre todos esses Profetas, é Ibrāhīm (as) que nos deu o melhor exemplo. A Sunna do nosso amado Profeta Muhammad صلى الله عليه وسلم convida-nos, antes do sacrifício do cordeiro, a recordar o maqām de Ibrāhīm (as), a sentir a sua dúvida e o seu medo. E, no último momento, a ver salvos pelo anjo Jibrīl (as) que avisa que o teste foi superado. É uma experiência transcendente, muito forte é enfrentar todos os nossos medos e dúvidas, é acreditar acima de nossas possibilidades. Trata-se de uma purificação da cegueira que, às vezes, nasce no nosso coração, pois Allah, na sua infinita bondade, seria incapaz de nos fazer mal, incapaz de deixar o mal ocorrer em Seu nome. 

Nesse momento, nós transmutamos de Ibrāhīm para Ismail e ainda sentimos a plenitude de Allah, aquilo que nunca nos abandonará, ainda que tudo pareça obscuro e sem razão. Plena aceitação da realidade. O maqām de Ibrāhīm (as) nos convida, previamente, a reflectir sobre o acto, sobre nós e sobre a nossa confiança em Allāh. E assim, se produz uma vertigem natural sobre a nossa acção que um coração puro sabe, com certeza, que as ações em nome de Allah só conduzem ao triunfo. O Alcorão já diz: «(...) E nós o resgatamos através de um sacrifício magnífico, e assim o deixamos como uma memória para as gerações futuras: "A paz esteja com Abraão!" Assim, recompensamos aqueles que fazem o bem; na verdade, ele era um dos Nossos servos crentes». - (Alcorão 37: 107-111). Ó Allah! 

Ensina-nos o verdadeiro significado do sacrifício e leva-nos às posições (maqamāt) de Hajar e Ibrāhīm (as) neste dia de Eid-al-Adha, para que com taqwa possamos viver cada dia do ano até o próprio sacrifício. Além disso, deixa os cordeiros que sacrificamos hoje criar raízes na vida e ensinar aos nossos corações o valor da vida, morte e ressurreição quando chegar o dia em que somos julgados. 

Ó Allah! Vamos viver uma vida de tawakkul e taqwa, enquanto pronunciamos o Seu nome e recitamos elogios ao seu amado Profeta Muhammad صلى الله عليه وسلم. Queridas irmãs, queridos irmãos: devemos pedir a Allah que nos encha de bênçãos e raḥma a todos os seres humanos, especialmente aqueles que concluíram a Hajj e aqueles que têm que sacrificar. Devemos pedir força a Allah para aceitar as nossas responsabilidades e o mandato divino durante os sacrifícios de nossas vidas. 

Devemos pedir a Allah que, através da pureza, aumente a nossa fé (imán), purifique os nossos corações e os encha de luz muhamadiyya. Devemos pedir a Allah para purificar a alma dos nossos antepassados, a nossa, a dos nossos pais e a de todos os crentes. Dito isto, vamos pedir bênçãos a Allah para todos. Que as nossas palavras estejam sob a obediência do nosso Criador, o Senhor dos mundos. 

Fonte:Por: M. Yiossuf Adamgy