sexta-feira, agosto 14, 2020

O Muçulmano que descobriu o lugar onde Jesus foi batizado

Al Maghtas, onde Jesus foi batizado (Foto: Wikipedia)

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum",esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. O local que Jesus foi batizado ficou abandonado por cerca de 500 anos. 

Graças aos esforços do príncipe da Jordânia, o lugar, que é sagrado para os cristãos, foi redescoberto. Perto dali, também está o monte em que o Profeta Elias subiu aos céus.  Desde 2002, o espaço está aberto para visitantes.

Cristãos do mundo todo preservam o hábito de viajar até Israel para visitarem o Rio Jordão, onde pressupõem que Jesus foi batizado por João Batista. Alguns fiéis aproveitam a oportunidade para repetir o mesmo ato de consagração vivido pelo Messias naquelas águas.

No entanto, hoje é fato conhecido que o local onde Jesus teria sido batizado não está em domínios israelenses, mas em um ponto afastado do rio, em um território que pertence à Jordânia e que foi redescoberto há cerca de 25 anos, graças aos esforços do príncipe jordaniano Ghazi bin Muhammad,que é muçulmano e sobrinho do então rei da Jordânia, Hussein bin Talal.

De fato, a descoberta do local histórico contou com o envolvimento de diversas pessoas, mas foi o entusiasmo de Ghazi pela história das religiões que possibilitou as investigações em um terreno próximo às margens do Rio Jordão, que estava praticamente abandonado, mas guardava uma rica história com mais de 2000 anos de idade.

Construção

O local onde Jesus foi batizado possui uma estrutura rudimentar erguida no século I d.C. Durante a idade média, esta construção foi reconhecida inclusive por santos, monges e escribas católicos como o berço do cristianismo. Na Bíblia, o território é chamado de Betebara, descrito em João 1:28 como um lugar que estava localizado além do Jordão. Sua estrutura era a de um mikveh, uma piscina que os judeus usam para fazer banhos rituais. Mas a expansão do cristianismo transformou o lugar em um ponto de batismo e peregrinação.

As paredes do local, feitas em arenito, ainda possuem marcas de cruzes feitas pelos primeiros peregrinos que visitaram o local.

Peregrinação e declínio de Betebara Durante muito tempo, houve estruturas religiosas próximas ao local do batismo de Jesus. Estima-se que desde o século V havia presença de um mosteiro cristão na região e, entre o final do século V e início do VI, o imperador bizantino Anastácio construiu uma igreja dedicada a João Batista, que mais tarde foi destruída em uma inundação.

O local era amplamente visitado por peregrinos até a invasão persa em 614, que tirou o poder de Jerusalém da mão dos cristãos. Após vários desastres naturais e invasões, o território acabou ficando abandonado até ser completamente esquecido. Após a conquista islâmica de Jerusalém, os locais de adoração cristã passaram a se  concentrar na margem ocidental, do outro lado do rio, em um local conhecido como Qasr el Yahud. No século XIII, ainda houve outra tentativa de construir um templo ortodoxo onde ficavam as antigas estruturas bizantinas, mas não se sabe quanto tempo isso durou.

No final do século XV, a peregrinação cristã já havia declinado. Mais tarde, durante o século XX, uma comunidade agrícola ocupou a margem leste do Rio Jordão.

Um príncipe muçulmano no berço do cristianismo Em 1994, a Jordânia assinou um tratado de paz com Israel, após anos de conflito, o que permitiu novamente a exploração do Monte Nebo, que estava militarmente ocupado. Pouco tempo depois, o príncipe Ghazi visitou a região, que fica próxima ao Rio Jordão, quando conheceu o monge e arqueólogo franciscano Michele Piccirillo.

Piccirillo acreditava que aquele lugar era, de fato, onde Jesus havia sido batizado e convenceu o monarca a analisar a região. Após análises do local, foram descobertas evidências de habitações do período do Império Romano, o que foi suficiente para fazer com que iniciassem os processos de desminagem e escavação.

A escavação foi conduzida pelo Dr. Mohammad Waheeb e foi patrocinada pela Família Real da Jordânia. O processo se iniciou somente em 1997, seguindo as medidas primárias de conservação e restauração, até finalmente ser reaberto no ano de 2002.

Desde então, o lugar virou, novamente, um destino de peregrinação. O local chegou a ser visitado pelo Papa João Paulo II ainda no ano de 2000 e, quinze anos mais tarde, foi considerado pela UNESCO como Património da Humanidade.

O legado da descoberta

O parque hoje é conhecido como Al Maghtas que, traduzido para o português, significa “O Batismo”. Ali foram descobertas três igrejas, três piscinas batismais, um poço circular e um complexo externo ao redor da colina, onde há cavernas e túmulos de monges cristãos. Algumas dessas construções possuem cerca de 1400 anos de história.

A colina em questão também é um local sagrado não só para os cristãos, mas também para os muçulmanos e judeus, pois ali teria sido onde o Profeta Elias, que é aceito pelas três religiões, subiu aos céus.

Alguns questionaram a descoberta, como, por exemplo, o jornal americano Washington Post e o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), que afirmaram não haver evidências conclusivas de que ali era de fato onde ocorreu o batismo de Jesus. No entanto, 13 das principais instituições cristãs do mundo reconheceram a autenticidade do local.

Os ritos católicos romanos, gregos, armênios, sírios, etíopes, copta, maronita, romeno, russo e as igrejas anglicanas, luteranas e batistas enviaram cartas de autenticidade à Jordânia reconhecendo a legitimidade do local como sendo o lugar em que Jesus foi batizado por João Batista.

O local é aberto aos visitantes e recebe anualmente 100 mil visitantes em média, três vezes menos do que a margem israelense do Jordão. 

5 versículos do Alcorão Sagrado sobre a Paz  Inter-religiosa e Diálogo

«É possível que Deus restabeleça a cordialidade entre vós e os vossos inimigos, porque Deus é Poderoso, e porque Deus é Indulgente, Misericordioso». [Alcorão, 60: 7]

Para todos os nossos problemas, perguntas e dificuldades na vida, o Alcorão fornece-nos esperança, respostas e inspiração. As Palavras Sagradas de Deus devem e continuarão a inspirar-nos em mais maneiras do que possamos compreender - e na esperança de nos ajudar a entender a importância da comunidade, solidariedade e bondade. Aqui está o que o Alcorão nos diz sobre a paz inter-religiosa e diálogo:

1. As nossas diferenças são a Vontade de Deus «Na verdade, revelamos-te (ó Muhammad) o Livro corroborante e preservador dos anteriores.

Julga-os, pois, conforme o que Deus revelou e não sigas os seus caprichos, desviando-te da verdade que te chegou. A cada um de vós temos ditado uma lei e uma norma; e se Deus quisesse, teria feito de vós uma só nação; porém, fez-vos como sois, para testar-vos quanto àquilo que vos concedeu. Emulai-vos, pois, na benevolência, porque todos vós retornareis a Deus, o Qual vos inteirará das vossas divergências». [Alcorão, 5:48]

Aqui, o Alcorão lembra-nos que as nossas vidas e sociedades são projectadas e prescritas pela Vontade de Deus - o que significa que tudo que devemos fazer é ser o melhor que pudermos como muçulmanos, respeitar as nossas diferenças pacíficas e deixar Deus ser o único Juiz como Ele é.

2. Somos diferentes uns dos outros por um motivo

«Ó humanidade! Na verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sábio e está bem inteirado». [Alcorão, 49:13]

Aqui, o Alcorão explica que somos diferentes uns dos outros não para lutar e discutir, mas para compreender e até celebrar - devemos perceber que é necessário permanecer unidos como uma comunidade mais ampla, não a despeito de, mas por causa de nossa diversidade.

3. Não há compulsão na religião

«Não há imposição quanto à religião, porque já se destacou a verdade do erro. Quem renegar o sedutor e crer em Deus, ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo. E Deus éOmniouvinte, Omnisciente». [Alcorão, 2: 256]

A religião do Islão não permite que alguém seja forçado a seguir uma religião - não podemos forçar ou esperar que todos sigam a religião do Islão.

Devemos, portanto, respeitar e compreender que há muito a ser dito no julgamento do carácter de uma pessoa, perante a sua declarada religião.

4. Não devemos julgar uma pessoa pela sua comunidade

«... E que o ressentimento contra aqueles que trataram de impedir-vos de irdes à Mesquita agrada não vos leve a transgredir (os limites da conduta). Outrossim, auxiliai-vos na virtude e na piedade. Não vos auxilieis mutuamente no pecado e na hostilidade, mas temei a Deus, porque Deus é severo no castigo». [Alcorão, 5: 2]

Aqui, o Alcorão diz-nos para nos concentrarmos nacooperação com os outros, no caminho da retidão e da piedade - em tudo o que fazemos na vida.

Isso significa que devemos continuar a defender a moral da compaixão e da bondade acima de tudo.

5. Aqueles que vós considerais como inimigos  podem, na verdade, ser vossos maiores companheiros

«É possível que Deus crie afeição entre vós e aqueles dentre eles que são (vossos) inimigos. E Deus é Poderoso; e Deus é Indulgente, Misericordioso». [Alcorão, 60: 7]

Embora reconheçamos que Deus sabe melhor, é importante lembrar que não podemos viver as nossas vidas com estereótipos preconcebidos ou noções sobre aqueles que podem parecer diferentes para nós. Devemos continuar a ser osprimeiros a oferecer as nossas mãos de paz e solidariedade o resto é com Deus.
(Fonte: Redação de “iqara islam / Brasil”)

quarta-feira, agosto 12, 2020

59 PASSAGENS DO ALCORÃO QUE ORIENTAM BONS MODOS


O Alcorão contém excelentes recomendações para a humanidade.
 Pessoas de qualquer religião podem ser beneficiadas pelos seus ensinamentos.
As lições corânicas purificam a alma e educam a mente.
As palavras de Allah, registradas no Alcorão, contém ensinamentos para diversas ocasiões.

Elas instruem os muçulmanos a agirem com dignidade e respeito às outras pessoas, em ocasiões distintas, mesmo quando somos injustiçados.

Veja 59 exemplos presentes no Livro Sagrado Islâmico que orientam bons modos.

1. Não fale de maneira rude.
2. Contenha a raiva.
3. Seja bondoso.
4. Não seja arrogante.
5. Perdoe o erro dos outros.
6. Fale de maneira calma.
7. Não ridicularize os outros.
8. Não desrespeite seus pais.
9. Não siga ninguém cegamente.
10. Dê mais tempo para o devedor pagar, caso ele esteja passando por dificuldades.
11. Não suborne.
12. Não quebre promessas.
13. Seja justo.
14. Mulheres têm direito à herança.
15. Proteja os órfãos.
16. Não consuma a riqueza um do outro de maneira injusta.
17. Procure estabelecer paz e equidade entre as pessoas.
18. Evite suposições sobre os outros
19. Não espione e não faça calúnias.
20. Pratique caridade.
21. Procure pelos necessitados.
22. Fale com os necessitados de maneira gentil.
23. Receba bem os convidados
24. Obedeça seus pais.
25. Pratique aquilo que você prega.
26. Não pratique corrupção.
27. Lute apenas com quem lutar contra você.
28. Sempre se esforce.
29. Não há compulsão na religião.
30. Escolha os governantes pelo mérito.
31. Seja responsável por suas ações.
32. Não divida as pessoas.
33. Homens e mulheres serão recompensados da mesma forma.
34. Não recomende a avareza.
35. Não seja invejoso.
36. Não defenda os traidores.
37. Fique longe do pecado e da agressão
38. Seja justo.
39. Evite álcool e inebriantes.
40. Evite jogatinas.
41. Não insulte a fé dos outros.
42. Coma e beba, mas não em excesso.
43. Ajude aqueles que buscam por proteção.
44. Os que pecam por ignorância serão perdoados.
45. As pessoas conhecem Deus pela sabedoria e por boas instruções.
46. Não siga aquilo que você não conhece.
47. Não seja vaidoso.
48. Não entre na casa de alguém sem permissão.
49. Seja pacífico.
50. Julgue as pessoas com justiça.
51. Não esqueça dos seus deveres nesta vida.
52. Recomende o certo e proíba o errado
53. Não seja insolente.
54. Mulheres devem ser modestas.
55. Não se desespere da misericórdia de Allah.
56. Decida sobre um assunto através de consultas.
57. O mais nobre é o mais justo.
58. Seja justo com pessoas de todas as crenças.
59. Lembre-se: peça perdão a Allah, pois Ele é misericordiosíssimo.

Islam não critique sem conhecer! A paz esteja convosco.

sexta-feira, julho 31, 2020

Mensagem de Eid-al-Adha, fim da Peregrinação a Meca

Prezados Irmãos, Saúdo-vos com a saudação do Islão, Assalam alaikum", esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. Louvado seja Allah, o Altíssimo, o Criador, Quem inicia e molda as formas do visível e do invisível. A paz e bênçãos de Allah estejam sobre aquele que abre, sobre aquele que sela, e também sobre o seu povo e seus companheiros na excelência, até o dia do Juízo Final. Que a infinita grandeza de Allah, o Altíssimo, e a luz brilhante (nūr) de Seu Profeta صلى الله عليه وسلمse mostrem diante de todos nós, nesta abençoada manhã de Eid-al-Adha. 

A época do Hajj, que sempre foi acompanhada de um sentimento de dignidade, grandeza e florescimento no mundo islâmico, foi atingida, este ano, com tristeza, pois os crentes são submetidos a uma dura separação, devido ao covid 19. Os corações são atingidos pela dor decorrente da separação da Caabah e a promessa dos impedidos é acompanhada de lágrimas e suspiros. Esperemos, in cha Allah, que essa privação seja de curto prazo. Este ano, devemos sentir e deliberar de maneira tangível, mais do que nunca, o segredo da grandeza e poder da Ummah Islâmica, manifestada com a magnífica reunião de crentes no santuário da Caabah e no Santuário do Profeta Muhammad صلى الله عليه وسلم. 

Por um lado, os muçulmanos que, este ano, tiveram a sorte de fazerem a Peregrinação, observaram o seu vínculo de longa data com a história de Abraão, Hagar, Ismael (paz esteja com eles) e, por outro lado, o vínculo com a história do último Mensageiro de Deus صلى الله عليه وسلم, quando ele entrou vitoriosamente, em Meca, acompanhado por um grande número de seus companheiros – e, finalmente, também observam os seus irmãos contemporâneos, cada um dos quais pode estender a mão para ajudar e agarrar a corda que Allah providenciou para os crentes. Queridas irmãs e queridos irmãos: Hoje é um dia de festa, de felicidade, porque estamos num dia de ação de graças, de consciência com o absoluto e com a vida. Hoje é o dia do sacrifício, o dia da posição (maqām) do nosso amado Profeta Abraão (Ibrāhīm a.s.), como um exemplo de total confiança, de consciência e de triunfo sobre a escuridão. 

Um triunfo sobre a noite, uma noite débil porque é iluminada pela meia lua do dia 10 de Zulal-Hijja, que nos lembra da Omnipotência de Allah, a Misericórdia para com as suas criaturas, para com a sua Criação. Algo que excede as nossas mentes e racionalidades, algo que só é entendido do coração. O sacrifício que oferecemos hoje nesta festa é muito mais do que sacrificar um cordeiro. 

É um exercício de introspecção sobre quem somos, sobre o nosso ambiente e sobre o nosso estado interior. O cordeiro, se não há intenção de nos sacrificarmos diante de Allah, é de pouca utilidade, porque o verdadeiro sacrifício é do nosso coração. Allah, que o seu nome seja exaltado no céu e na terra, ditou em toda a sua Criação infinitas formas de sacrifício. Os seus Profetas e Mensageiros, que a paz esteja com todos eles, exerceram diligentemente, e todos sabiam o que era um sacrifício e a renúncia que implica mostrar que somos capazes de transcender. A tradição profética dá-nos um bom relato disso, convida- -nos a fazê-lo nas nossas vidas diárias, convida-nos a entregar algo valioso para perceber que é mais infinitamente valioso fazê-lo em nome de Allah. Mas entre todos esses Profetas, é Ibrāhīm (as) que nos deu o melhor exemplo. A Sunna do nosso amado Profeta Muhammad صلى الله عليه وسلم convida-nos, antes do sacrifício do cordeiro, a recordar o maqām de Ibrāhīm (as), a sentir a sua dúvida e o seu medo. E, no último momento, a ver salvos pelo anjo Jibrīl (as) que avisa que o teste foi superado. É uma experiência transcendente, muito forte é enfrentar todos os nossos medos e dúvidas, é acreditar acima de nossas possibilidades. Trata-se de uma purificação da cegueira que, às vezes, nasce no nosso coração, pois Allah, na sua infinita bondade, seria incapaz de nos fazer mal, incapaz de deixar o mal ocorrer em Seu nome. 

Nesse momento, nós transmutamos de Ibrāhīm para Ismail e ainda sentimos a plenitude de Allah, aquilo que nunca nos abandonará, ainda que tudo pareça obscuro e sem razão. Plena aceitação da realidade. O maqām de Ibrāhīm (as) nos convida, previamente, a reflectir sobre o acto, sobre nós e sobre a nossa confiança em Allāh. E assim, se produz uma vertigem natural sobre a nossa acção que um coração puro sabe, com certeza, que as ações em nome de Allah só conduzem ao triunfo. O Alcorão já diz: «(...) E nós o resgatamos através de um sacrifício magnífico, e assim o deixamos como uma memória para as gerações futuras: "A paz esteja com Abraão!" Assim, recompensamos aqueles que fazem o bem; na verdade, ele era um dos Nossos servos crentes». - (Alcorão 37: 107-111). Ó Allah! 

Ensina-nos o verdadeiro significado do sacrifício e leva-nos às posições (maqamāt) de Hajar e Ibrāhīm (as) neste dia de Eid-al-Adha, para que com taqwa possamos viver cada dia do ano até o próprio sacrifício. Além disso, deixa os cordeiros que sacrificamos hoje criar raízes na vida e ensinar aos nossos corações o valor da vida, morte e ressurreição quando chegar o dia em que somos julgados. 

Ó Allah! Vamos viver uma vida de tawakkul e taqwa, enquanto pronunciamos o Seu nome e recitamos elogios ao seu amado Profeta Muhammad صلى الله عليه وسلم. Queridas irmãs, queridos irmãos: devemos pedir a Allah que nos encha de bênçãos e raḥma a todos os seres humanos, especialmente aqueles que concluíram a Hajj e aqueles que têm que sacrificar. Devemos pedir força a Allah para aceitar as nossas responsabilidades e o mandato divino durante os sacrifícios de nossas vidas. 

Devemos pedir a Allah que, através da pureza, aumente a nossa fé (imán), purifique os nossos corações e os encha de luz muhamadiyya. Devemos pedir a Allah para purificar a alma dos nossos antepassados, a nossa, a dos nossos pais e a de todos os crentes. Dito isto, vamos pedir bênçãos a Allah para todos. Que as nossas palavras estejam sob a obediência do nosso Criador, o Senhor dos mundos. 

Fonte:Por: M. Yiossuf Adamgy

quinta-feira, julho 23, 2020

Por que alguém deveria ser Muçulmano?

Não podemos seguir nenhuma religião que quisermos? Qual os benefícios de se converter ao Islam?

Há muitas pessoas que seguem os ensinamentos de uma religião da melhor forma que podem e outros que acreditam em Deus de alguma forma sem praticar nenhuma religião formal. Muitos abandonaram o pensamento de que poderia haver uma verdadeira religião, porque quase todas as religiões afirmam ser verdadeiras. E alguns permitem que todas as religiões sejam caminhos legítimos para Deus e sejam aceitáveis ​​para Ele. Então, como o islamismo é diferente de outras religiões?

O Islam tem várias características únicas que podem ser confirmadas através de um estudo mais aprofundado:

O Islam é a única religião cujas fontes permaneceram livres de alterações e interferências humanas.

Sua escritura divinamente revelada está em harmonia com fatos estabelecidos da ciência, trazendo claramente a assinatura do Criador deste universo.

O Islam fornece respostas às questões fundamentais que ocorrem na mente de cada pessoa inteligente. Essas respostas estão relacionadas ao propósito da criação e da vida também sobre o respeito de uma existência após a morte.

O Islam é a única religião que insiste na adoração do Criador sozinho e rejeita completamente o culto de qualquer aspecto da criação.

O Islam dispensa todos os intermediários entre o homem e Deus e permite que cada indivíduo entre em contato diretamente com Ele. Isso elimina hierarquias religiosas e outras fontes de exploração que caracterizaram a história das religiões ao longo dos tempos. O Islam dispensa a existência de um clérigo ou estabelecimento que possa interferir no contato entre uma pessoa e seu Criador.

Ao contrário de outras religiões e ideologias que enfatizam alguns aspectos da natureza humana às custas dos outros, o Islam adapta os aspectos físicos intelectuais e espirituais do homem. As crenças e práticas islâmicas são naturais e atraem o senso comum. Eles apresentam um programa equilibrado de vida que atende às necessidades físicas e espirituais.

O Islam proíbe o seguimento cego sem conhecimento e é baseado em evidências e lógica. A mente racional é a base para a prestação de contas e a responsabilidade religiosa. Todos os aspectos da crença islâmica são claros sem qualquer obscuridade ou ambiguidade. Não contém nenhum princípio que contradiz a razão ou a realidade observável e convida as pessoas a estudar e a contemplar como meio de fortalecer a fé.

A ética religiosa moral econômica política e social do Islam é permanente e permanece constante. Eles são governados por um conjunto de princípios imutáveis ​​que incluem valores tão universais como justiça, liberdade, igualdade fraternidade e responsabilidade social. A história fornece um exemplo notável na sociedade islâmica, um modelo estabelecido pelo Profeta Muhammad (Que a paz e bênçãos estejam com ele) e seus companheiros mantidos por décadas por muçulmanos dedicados onde a verdade e transparência justiça e compaixão foram implementadas como uma expressão vital da religião.

O Islam também declara que é a religião verdadeira, pois isso é declarado inequivocamente no Alcorão. No entanto, o Criador não força Sua preferência em ninguém. Ele quer que as pessoas aceitem a orientação certa por conta própria e livre vontade, porque é isso que as torna dignas de Sua aprovação e recompensa. O Alcorão afirma:

Não há compulsão na religião! Com efeito, distingue-se a retidão da depravação. Então, quem renega At-Tāghūt e crê em Allah, com efeito, ater-se-á à firme alça irrompível. E Allah é Oniouvinte, Onisciente.” (Alcorão Sagrado 2:256).

sábado, julho 04, 2020

Nossa Postagem de Número 1000 - Os Dez Mandamentos Alcorânicos

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

Os comentaristas do Alcorão referiram-se aos três versículos seguintes da Sura Al-An'am (6: 151-153) como "Os Dez Mandamentos do Alcorão”.

Em nome de Deus, Beneficente, Misericordioso. «Dize: Vinde, para que eu vos prescreva o que vosso Senhor vos proibiu: Nada associeis a Ele; sede bondosos com os vossos pais; não mateis os vossos filhos, por temor à pobreza - Nós vos sustentaremos, tão bem quanto aos vossos filhos; não vos aproximeis das obscenidades, tanto pública, como privadamente; e não mateis, senão legitimamente, o que Deus proibiu matar. Eis o que Ele vos prescreve, para que raciocineis. (151).

E não vos aproximeis da riqueza do órfão, senão com (um objectivo) que seja melhor, até que ele atinja a maturidade; dai a medida total e peso total com equidade - não sobrecarregue nenhuma alma com mais do que ela pode suportar; sempre que falardes, falai com justiça, mesmo que se trate de um parente próximo; e cumpri todos os vossos compromissos com Deus. É isso que Ele vos ordena, para que possais compreender (152).

E (dize-lhes que) de facto, este é o Meu caminho recto: segui-o e não sigais outros caminhos, que vos desviarão do caminho d'Ele. É isso que Ele ordena para que vós possais temer (153)».

Os versículos acima citados foram chamados de “Os Dez Mandamentos do Alcorão”, porque cada um dos três versículos terminou com Deus dizendo: “Eis o que Ele vos prescreve, para que raciocineis” (6: 151); “É isso que Ele vos ordena, para que possais compreender” (6: 152); e “É isso que Ele ordena para que vós possais temer” (6: 153).

Os Dez Mandamentos do Alcorão são divididos entre os três seguintes versículos: O primeiro versículo (6: 151) contém os cinco mandamentos a seguir (abreviados):

1. Não atribuais parceiros a Deus (Shirk);

2. Sede bondosos com os vossos pais;

3. Não mateis os vossos filhos, por temor à pobreza;

4. Não vos aproximeis das obscenidades, tanto pública, como privadamente;

5. Não mateis, senão legitimamente, o que Deus proibiu matar.

Esses cinco requisitos destinam-se a estabelecer os valores morais dos indivíduos para alcançar a sabedoria.  O segundo versículo (6: 152) contém os seguintes quatro mandamentos:

6. Não toqueis na riqueza do órfão, excepto para melhorar;

7. Dai a medida total e peso total com equidade;

8. Falai com justiça, mesmo que se trate contra um parente próximo;

9. Cumpri todos os vossos compromissos com Deus.

Estas são as avaliações morais básicas que um parceiro pode ter para lidar com os outros: “É isso que Ele vos ordena para que possais compreender”.

O terceiro versículo (6: 153) consiste no seguinte último mandamento:

10. Segui o Meu caminho recto e não segui outros caminhos.

Isso significa que os nove mandamentos anteriores constituem o caminho reto de Deus para Ele. Ele ordena que os crentes sigam o Seu divino caminho reto, e não seguir outros caminhos, que se desviem do Seu caminho. Para atingir esse objetivo, o crente deve sempre estar consciente de Deus em tudo o que está fazendo ou pretende fazer: “É isso que Ele ordena que façais para que possais permanecer conscientes d'Ele”.

Por: M. Yiossuf Adamgy

sexta-feira, abril 17, 2020

ALLAH AS SHAFÍ - QUE DÁ A CURA

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Allah)Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Allah, o Beneficente e Misericordioso).

lhamdulillah! Louvores para Allah, Criador de tudo o que existe na terra e nos céus, Senhor do Oriente e do Ocidente. Louvado é Allah - As Shafi, que criou a saúde, a doença e a cura para a doença. Allah é a Fonte de todas as curas. Bênçãos para o Mensageiro da Misericórdia, que foi enviado com o mais sublime carácter. A Paz do Allah esteja com todos os crentes. Amin.

A doença é um sintoma que preocupa toda a humanidade, desde o mais pobre até ao mais rico. As doenças causadas por patologias internas ou resultantes de ferimentos externos, causam dores e desconforto físico. As depressões causadas pelo medo, pelas reações emocionais e tristeza profunda, são também doenças que nos levam ao isolamento e que afetam o relacionamento familiar e social. A nossa fé é testada na felicidade e na desgraça.

Quando formos afligidos por doenças, recorremos aos hospitais para os médicos nos auscultarem e prescreverem medicamentos adequados. Mas devemos ter a convicção de que não ´são os médicos ou os medicamentos que irão curar os nossos sofrimentos. Tenhamos a confiança de que a cura virá através da vontade de Allah, porque foi ele que criou a doença e também a cura para cada doença. O Profeta Muhammah (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu: “Não existe doença que Allah tenha criado, sem que Ele, o Altíssimo, também tenha criado o seu tratamento. O Cur’ane é uma cura para as doenças e uma orientação para atenuar os problemas da humanidade. “E Nós enviamos o Cur’ane, que é uma cura e uma misericórdia para aqueles que acreditam”. Cur’ane 17:82.

O Capítulo de Abertura do Cur’ane, o Surat Fátiha, também chamado de Ash-Shifá e Ar-Ruqyah (a cura e o remédio), é um valioso meio para a nossa cura. Abdul Malik Ibn Umair (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “No Surat Fatiha, existe uma cura para todas as doenças”. Os três últimos capítulos do Cur’ane, contêm versículos milagrosos para nos protegerem da doença, do medo, do mau olhado e da depressão. Aisha (Radiyalahu an-há) relatou: “Quando o Profeta de Allah pretendia ir dormir, todas as noites recitava o Surat Ikhlas, Surat al-Falaq e o Surat an-Nas e depois soprava sobre as palmas das mãos e passava-os pelo rosto e pelo todo o corpo onde as mãos podiam alcançar. E quando ele ficou doente, ele pedia-me para assim fazer para ele”. Bhukari 71: 644.

As doenças graves, o desequilíbrio emocional e o desconforto provocado pela dor, podem colocar a nossa fé em causa. “Certamente que vos poremos à prova mediante o temor, a fome, a perda de bens, das vidas…” Cur’ane 2:155. O sofrimento um dia terminará. Mas enquanto nos faz companhia, não vale a pena revoltarmo-nos contra tudo e todos, inclusive contra o Criador de todas as coisas. Nada nos resolve, antes pelo contrário, lamentar e perguntar: “Porque eu?”. Com a paz, a tranquilidade e a paciência, devemos procurar encontrar soluções para as nossas doenças, pensando sempre que nada é eterno. A recordação de Allah, o nosso Criador e Prote]ctor, alivia o nosso sofrimento porque “Na verdade, a lembrança de Allah (dhikr - invocando-O, recitando o Seu nome), fazem o coração encontrar a tranquilidade e a satisfação”. Cur’ane 13:28. 

Disse o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): ”… O crente que for afligido por qualquer dano, causado por doença ou por qualquer outro inconveniente, Allah irá remover os seus pecados, como uma árvore que perde as suas folhas”. Bukhari 70:564. Os que têm fé em Allah e na Vida Futura, suportam melhor a dor, o sofrimento e a doença. Encontram em Allah, o bálsamo necessário para a dor do corpo e para a tranquilidade do espírito.

Ibrahim (Aleihi Salam) disse ao seu pai idólatra: “(Foi Allah) Quem me criou e é Ele que me guia. E é Ele que me alimenta e me dá de beber. E quando estou doente, é Ele que me cura. E é Ele que fará com que eu morra e depois me trará à vida. E a Quem eu espero, me perdoará os pecados no Dia da Recompensa”. Cur’ane 26: 78 a 82. SubhanaAllah!

O rancor, a inveja, a ingratidão, o orgulho e outros males equiparados, são doenças dos arrogantes, dos que pensam serem mais importantes que os seus semelhantes, quando na realidade não são nada, a não ser um conjunto de carne, ossos e de líquidos, mas que a Misericórdia Divina lhes deu forma e vida. Eles violaram os princípios da fraternidade e se afastaram do Criador. A estes Allah refere que “…poucos dos Meus servos são agradecidos”. Cur’ane 34.13. 

As doenças do espírito afetam uma parte significativa das pessoas que deixaram de acreditar de que não há outra divindade senão Allah. Têm posses e pensam ser intelectuais. Perderam a fé, vivem desafogadamente e convencidos que tudo lhes pertence, mas na realidade lhes foi dado por empréstimo. Um dia partirão desde mundo tal como vieram, isto é, nus, sem direito a levarem nada para a outra vida, senão acompanhados das suas reais ações. Porque A Allah pertence tudo o que existe nos céus e na terra e para Ele todos retornaremos.

Como seguir este Atributo de Allah? Sempre que possível, visitar os doentes que se encontram nos hospitais ou nas suas casas. Os anjos pedem bênçãos para os que visitam e confortam os doentes conhecidos ou desconhecidos. As visitas ajudam o doente a suportar a dor. Os visitantes devem fazer duahs para eles, recomendando-lhes a paciência e fé em Allah Subhanahu Wataala, lembrando-lhes que as doenças são uma forma de expiação dos pecados, como o fogo que queima a ferrugem do ferro e o tornam puro. Providenciar condições para que os doentes necessitados possam recorrer aos cuidados médicos e terem medicamentos. Se não tivemos condições financeiras para isso, recorramos a outros irmãos nossos conhecidos. No Dia do Julgamento, ficaremos surpresos por vermos tamanhas bênçãos que irão ajudar a cobrir as nossas falhas. A promessa de Allah é verdadeira.

Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17.

A paz, as bênçãos e misericórdia de Allah estejam com todos.

sexta-feira, abril 10, 2020

Não há compulsão

Ninguém deve ser forçado a acreditar no Islã  Deus o Altíssimo diz no sagrado Alcorão: "Não há compulsão no que diz respeito à religião." (Alcorão Sagrado: 2/25)

Como afirmado no versículo, ninguém pode ser obrigado a viver pela moral islâmica. Transmitir a existência de Deus e a moral do Alcorão a outras pessoas é um dever para os crentes, mas eles chamam as pessoas para o caminho de Deus com bondade e amor e nunca as forçam. Somente Deus é quem guia as pessoas para o caminho certo. Isso está relacionado no seguinte versículo: “Você não pode guiar aqueles que gostaria, mas Deus orienta aqueles que Ele deseja. Ele tem o melhor conhecimento dos guiados. (Alcorão Sagrado 28: 56)

● Liberdade de pensamento e religião são fundamentais

O Alcorão fornece um ambiente em que as pessoas podem desfrutar plenamente da liberdade de pensamento e de religião e permite que as pessoas vivam pela fé e pelos valores em que acreditam. Segundo o Islã, todos têm o direito de viver livremente de acordo com suas crenças, sejam elas quais forem. Quem quiser apoiar uma igreja, uma sinagoga ou uma mesquita deve estar livre para fazê-lo. Nesse sentido, a liberdade de religião, ou liberdade de crença, é um dos princípios básicos do Islã. Sempre existe liberdade religiosa onde quer que os valores morais do Alcorão prevaleçam. 

É por isso que os muçulmanos também tratam judeus e cristãos, descritos no Alcorão como "o Povo do Livro", com grande justiça, amor e compaixão.

Deus o Altíssimo diz no sagrado Alcorão:“Deus não proíbe que você seja bom com aqueles que não lutaram com você na religião ou o expulsou de seus lares, ou de ser justo com eles. Deus ama aqueles que são justos."(Surat al-Mumtahana, 8)

● Competir entre si em fazer o bem

Os muçulmanos que compartilham esses valores básicos acreditam na necessidade de agir em conjunto com cristãos e judeus. Eles, portanto, se esforçam para eliminar preconceitos decorrentes de provocações de incrédulos e fanáticos. Judeus, cristãos e muçulmanos devem se esforçar juntos para espalhar virtudes morais pelo mundo.

Deus afirma explicitamente que a existência de pessoas de diferentes crenças e opiniões é algo que devemos reconhecer e acolher de bom coração, pois foi assim que Ele criou e predestinou a humanidade neste mundo: “Nós designamos uma lei e uma prática para cada um de vocês. Se Deus quisesse, Ele faria de você uma comunidade única, mas queria testá-lo sobre o que aconteceu com você. Então, competem entre si em fazer o bem. Cada um de vocês retornará a Deus e Ele o informará sobre as coisas pelas quais você diferiu." (Surat al-Ma'ida, 48)

Em reconhecimento a esse fato, os muçulmanos têm um amor e compaixão interior por pessoas de todas as religiões, raças e nações, pois os consideram como criaturas de Deus neste mundo e os tratam com um sincero respeito e amor. Essa é a própria base das comunidades administradas pela moral islâmica.

Os valores do Alcorão consideram um muçulmano responsável por tratar todas as pessoas, sejam elas muçulmanas ou não muçulmanas, gentil e justamente, protegendo os necessitados e inocentes e "impedindo a disseminação do mal", e todas as formas de anarquia e terror que removem segurança, conforto e paz.

"Deus não ama a corrupção".(Surat al-Baqara, 205)

Fonte: Mesquita Sumayyah Bint Khayyat

terça-feira, abril 07, 2020

Momentos inspiradores de isolamento no Alcorão Sagrado

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum",(que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

O mundo parece estar quase completamente parado - sem fim à vista. O Coronavírus continua tirando vidas e perturbando as vidas de milhões em todo o mundo — os mais vulneráveis são perdidos, os meios de subsistência são tirados, pois muitos ficam sem emprego, e os bloqueios em todo o país têm muitos em desespero e assustados com o que o futuro pode trazer.

Estar ou sentir-se isolado pode ser mentalmente (e fisicamente) difícil - e pode, facilmente, levar a uma perda de saúde mental e espiritualidade. Num esforço para ajudar a reacender a esperança, a fé e a saúde, nós muçulmanos, devemos - como sempre - recorrer ao Alcorão Sagrado para obter orientação. Aqui estão apenas alguns exemplos do Alcorão Sagrado, quando Deus fornece um exemplo de profundo isolamento ou solidão, e como podemos usar esses exemplos para superar a nossa própria solidão ou isolamento: 

Profeta Jonas (Yunus a.s.) “E, de fato, Yunus era um dos Mensageiros. 

Quando ele fugiu para o navio carregado, ele foi sorteado (para apurar quem seria lançado ao mar) e ele foi dos perdedores. Então o (grande) peixe engoliu-o, enquanto ele se censurava culpado. E se ele não fosse daqueles que exaltam Deus, ele teria permanecido dentro de sua barriga (do peixe) até o Dia em que serão ressuscitados”.[Alcorão, 37: 139-144].

Nesta passagem do Alcorão, a história do Profeta Yunus é explicada - tendo sido engolido por um peixe grande (ou baleia), Yunus estava definhando dentro da barriga, pelo que lhe parecia uma eternidade. A parte mais importante dessa passagem, no entanto, é quando o Alcorão declara: "se ele não fosse daqueles que exaltam Deus, ele teria permanecido dentro de sua barriga até o dia em que serão ressuscitados". Isso é um lembrete para todos nós - nunca devemos esquecer Deus, mesmo em nossos momentos mais sombrios ou solitários - e só então podemos ser ajudados e salvos por Ele. 

Maria (Maryam) “Então ela [Maryam] concebeu-o e isolou-se com ele num lugar remoto (para esconder a gravidez). E as dores do parto levaram-na ao tronco de uma tamareira. Ela disse: ‘Tomara que eu tivesse morrido antes disto e ficasse completamente esquecida!’. Então, uma voz por baixo dela a chamou: ‘Não te aflijas! Sem dúvida, o teu Senhor providenciou debaixo de ti um riacho. E agita em tua direção o tronco da tamareira; cairão sobre ti tâmaras frescas, maduras. Então, come, bebe e refresca os teus olhos (ao veres o filho). E se vires vir alguém (te questionando), diz: 'Na verdade, fiz um voto de silêncio ao Misericordioso, por isso não falarei hoje com pessoa alguma'”. [Alcorão, 19: 22-26].

A história de Maryam, mãe do Profeta Jesus (Issa a.s.), sempre será uma inspiração para todos - e o Alcorão lembra-nos que mesmo ela, nos seus momentos de parto, sentiu as dores e o desespero de estar sozinha. Embora a comunidade à sua volta a castigasse por seu filho, Maryam permaneceu forte e com plena fé - mostrando que também nunca devemos desistir de esperança, mesmo que o mundo inteiro pareça estar dando as costas para nós.

Profeta José (Yussuf a.s.)

“E algumas mulheres da cidade comentavam: ‘A esposa do governador prendeu-se apaixonadamente ao seu servo e tentou seduzi-lo. Certamente, vemo-la em evidente erro ... . Então, quando ela se inteirou de tais falatórios, convidou-as à sua casa e lhes preparou um banquete, ocasião em que deu uma faca a cada uma delas (para cortar fruta); de seguida, disse (a José): Apresenta-te perante elas! E quando o viram, extasiaram-se, à visão dele, chegando mesmo a ferir as suas próprias mãos, e disseram: Glória para Deus! Este não é um ser humano; não é senão um anjo nobre. Então ela (a esposa do governador) disse: ‘Eis aquele por causa do qual me censuráveis; e eis que tentei seduzi-lo contra a vontade dele, mas ele resistiu. Porém, se não fizer tudo quanto lhe ordenei, juro que será encarcerado e será um dos vilipendiados. Disse (Yussuf): Ó Senhor meu! É preferível o cárcere ao que me incitam; porém, se não afastares de mim as suas conspirações, poderei ceder a elas e serei um dos néscios’. E o seu Senhor o atendeu e afastou dele as conspirações delas; na verdade, Ele é o Ouvinte, Sábio”. [Alcorão, 12: 30-34].

A história do Profeta Yussuf (a.s.) é uma das mais conhecidas - recusando os avanços da bela esposa do governador Al-Aziz, um dos ministros-chefes do antigo Egipto, Yussuf prefere ser jogado na prisão do que aceitar cometer um pecado. O Profeta Yussuf (a.s.) ainda pede a Deus, dizendo: "Se Tu não afastasses de mim o plano delas, eu poderia inclinar-me para elas e, portanto, ser um dos ignorantes" - o que significa que mesmo ele tinha medo de suas próprias tentações, e olhou para Deus e Deus salvou a ele e a sua fé. E isso continua sendo uma parte importante para todos os crentes - às vezes uma forma de prisão, isolamento ou solidão é o que é melhor para nós, afinal Deus é o único que pode nos salvar dos pecados e vícios deste mundo.

Devemos sempre lembrar a nós mesmos que Deus sabe melhor, mesmo se sentirmos que estamos numa prisão deste mundo.

Hajar (Hagar a Escrava Egípcia de Sara que coabitou com Ibrahim AS)

Na verdade, as colinas de As-Safa e Al-Marwa fazem parte dos rituais (estabelecidos) de Deus; e, quem peregrinar à Casa (Hajj), ou cumprir a Umrah, não cometerá pecado algum em percorrer a distância entre elas. E quem fizer espontaneamente além do que for obrigatório, saiba que Deus é Retribuidor, Sábio.” [Alcorão, 2: 158] ... “Ó Senhor nosso! estabeleci parte da minha descendência num vale inculto perto da Tua Sagrada Casa, para que, ó Senhor nosso, observem a oração; faz com que os corações das pessoas se inclinem afetuosamente para eles, e agracia-os com os frutos, afim de que Te agradeçam”. [Alcorão, 14:37].

Estes versículos do Alcorão Sagrado aludem à história de Hajar, a esposa do Profeta Abraão (Ibrahim a.s.), quando ela estava sozinha no deserto, procurando freneticamente água. A sua fé e determinação foram aprisionadas para sempre na corrida entre as duas colinas, realizada durante Hajj e Umrah. A explicação, ou tafsir, é a seguinte (The Study Quran, Seyyed Hossein Nasr, 2015): “Safa e Marwah são duas colinas próximas à Caaba, entre as quais os peregrinos passam ou "se apressam" sete vezes, uma prática que, segundo o relato islâmico tradicional, é dita voltar à história de Hajar e Ismael.

Depois que Ibrahim (a.s.), seguindo o Mandamento de Deus, os trouxe para aquele lugar e os deixou lá (Gênesis 21), Hajar correu, freneticamente, de uma colina para outra sete vezes, a fim de procurar água para Ismael. Chamado de Sa'i, esse movimento está no meio do percurso entre caminhar e correr. Embora essa tenha sido a ação de Hajar, os Muçulmanos consideram parte dos rituais da Peregrinação, porque se originou com Ibrahim (a.s.), que construiu a Caaba com Ismael (a.s.) depois que este se tornou adulto e a prática foi continuada pelo Profeta Muhammad (s.a.w.)”.

A história de Hajar, quando ela é deixada sozinha, sem nenhum conforto físico, permanece uma recordação importante para todos nós sobre a importância da fé e da determinação - não importa o quão isolados possamos nos sentir, nunca devemos desistir de nossa fé em relação a Deus e a Sua misericórdia.

Pessoas da Caverna

“Ou pensas, acaso, que os Companheiros da Caverna e a Inscrição formam algo extraordinário dentre os Nossos sinais? Recorda de quando um grupo de jovens se refugiou na caverna, dizendo: Ó Senhor nosso! Concede-nos a Tua misericórdia (especial), e reserva-nos um bom êxito no nosso assunto! Então, adormecemo-los na caverna durante anos. Depois, despertamo-los, para assegurar-Nos de qual dos dois grupos sabia calcular melhor o tempo que haviam permanecido ali.

Narramos-te a sua verdadeira história: Eram jovens, que acreditavam em seu Senhor, pelo que os aumentamos em orientação. E robustecemos os seus corações; e quando se ergueram, disseram: Nosso Senhor é o Senhor dos céus e da terra e nunca invocaremos nenhuma outra divindade em vez d'Ele; porque, com isso, proferiríamos extravagâncias. Este nosso povo adora outras divindades, em vez d'Ele, embora não lhes tenha sido concedida autoridade evidente alguma para tal. Haverá alguém mais iníquo do que quem forja mentiras acerca de Deus?” [Alcorão, 18: 9-15].

Embora este seja apenas um pequeno trecho da história mais longa do Povo da Caverna no Alcorão, isso sempre será um dos mais inspiradores dos milagres e da beleza de Deus. Mais tarde, o Alcorão declara: “E (uns dizem) eles permaneceram na sua caverna por trezentos anos, e (outros) aumentaram nove (309 anos do Calendário lunar)”. [Alcorão, 18:25]... (E se os houvesses visto), terias acreditado que estavam despertos, apesar de estarem dormindo, pois Nós os virávamos, ora para a direita, ora para a esquerda, enquanto o seu cão dormia, com as patas estendidas, na entrada da caverna. Se os tivesses visto, terias retrocedido e fugido, e ter-te-ias enchido de medo deles”. (Alcorão,18:18).

As pessoas da Caverna emergiram de seu sono com mais fé e conhecimento em torno da adoração a Deus, apesar do sono longo e assustador que durou centenas de anos.

O que podemos tirar disso é uma melhor compreensão da paciência e da fé - muitas vezes o que não gostamos na vida é o que é melhor para nós, pois Deus é o Melhor de todos os Planejadores.

Devemos lembrar que, apesar dos períodos de isolamento, desespero ou solidão, sempre teremos Deus - que é tudo o que precisamos na vida.

— «Todos os nossos males vêm de não podermos estar sós. Daí, o jogo, o luxo, a dissipação, o vinho, as mulheres,a ignorância, a maledicência, a inveja, o esquecimento de si mesmo e de Deus».

segunda-feira, março 30, 2020

Prepare-se sua Mente para o melhor - Comvida20

Queridos, a partir de hoje vamos parar de promover o nome do vírus da pandemia, da doença!  Utilizem o “comvida-20” como remédio eficaz da PNL. Antivírus para cura: *COMVIDA-20*. " criamos o antivírus “comvida-20”, que combaterá as trevas íntimas, as dores da alma, as loucuras do egoísmo, da vaidade e da perversão e todas as doenças.

O “comvida-20” o nome dado para que todos vibrem e se imunizem fortalecendo as suas resistências interiores.

O “comvida-20” será a base de renovação, onde ao pensar nele, você estará se higienizado, e consequentemente os que estiverem ao seu lado, e consequentemente os ambientes e os objetos ao redor.

Não queiras entender tudo, apenas falem, respirem e exalem o antivírus “comvida-20”.
...Expulsem qualquer temor, fobia, estresse, medo ou sensação de ansiedade e desprovimento.

Relaxem e aproveitem o momento de profunda transformação, onde o salto quântico das mentes será irrevogável.

*A partir do recebimento desta mensagem, não falem mais do vírus,( citar o nome) mas do seu antivírus,* *substitua no seu dicionário íntimo por “comvida-20”.* . Sejam médicos das vossas almas. Sejam governantes dos vossos passos.

*Todos os dias, o “comvida-20” terá um ápice de maior irradiação.*

Plasmem o pensamento com o antivírus *comvida-20*, que é energia de proteção, de amor, de saúde. Lancem esse mantra para todos na sua casa.

Diz Allah SW no Alcorão Sagrado: 

Jamais acontecerá calamidade alguma, senão com a ordem de Deus. Mas, a quem crer em Deus, Ele lhe iluminará o coração, porque Deus é Onisciente. Alcorão sagrado Surta 64 Aya 11.

Ele foi Quem infundiu o sossego nos corações dos fiéis para acrescentar fé à sua fé

Ele foi Quem infundiu o sossego nos corações dos fiéis para acrescentar fé à sua fé.

A Deus pertencem os exércitos dos céus e da terra, porque Deus é Prudente, Sapientíssimo. Alcorão sagrado Surta 48 Aya 4.

21 Emulai-vos, pois, em obter a indulgência do vosso Senhor e o Paraíso, cujas dimensões igualam as do céu e da terra, reservado para aqueles que cede a quem Lhe apraz, porque é Agraciante por excelência.

22 Não assolará desgraça alguma, quer seja na terra, quer sejam a vossas pessoas, que não esteja registrada no Livro, antes mesmo que a evidenciemos. Sabei que isso é fácil a Deus. Alcorão sagrado Surata 57 Aya 21 , 22.

A paz esteja convosco.

terça-feira, março 24, 2020

NÃO AMALDIÇOE O CORONAVÍRUS COVID-19


  • Pois, este minúsculo vírus trouxe de volta a humanidade.
  • Trouxe de volta as pessoas ao seu Criador e à sua moral.
  • Fechou bares, boates, bordéis, cassinos.
  • Reduziu as taxas de juros.
  • Reuniu famílias.
  • Travou o comportamento obsceno.
  • Travou de as pessoas comerem animais mortos e proibidos.
  • Até agora, transferiu um terço das despesas militares para a assistência médica.
  • Países árabes proibiram de fumar a "Shisha" vulgo "Narguilah".
  • Coronavírus está empurrando as pessoas a fazer preces.
  • Mina os ditadores e os seus poderes.

Os humanos agora estão adorando ao Criador, em vez de progresso e tecnologia. Está forçando as autoridades a olhar para as suas prisões e os prisioneiros. Está ensinando aos seres humanos como proceder ao espirrar, ao bocejar e ao tossir, como foi ensinado pelo Profeta Muhammad SAWS há mais de 1441 anos.

O coronavírus está nos fazendo ficar em casa, vivendo uma vida simples e agradecermos ao Criador, por nos acordar para a realidade e por nos dar a oportunidade de pedir o perdão e a ajuda do Criador.

HÁ UMA GRANDE LIÇÃO PARA AQUELES QUE RACIOCINAM.
Fonte: Whatsap: Mensagem de um ex-deputado do Egito

SERENIZE SEU CORAÇÃO

"Não é frieza, é confiança. É reverência ao Poder do Criador".

Quando Ele "fala" , faço minha parte e me calo..."Inimigos externos" pra mim são sinais que devo deixar as lutas materiais de molho para dialogar mais tempo com os "inimigos internos" como o medo, o egoísmo, a desesperança, o apego, a raiva, os julgamentos severos... e outros tantos.

O tempo não é de procurar culpados, nem teimosias imaturas e pirracinhas infantis, e sim de confiar, faxinar por dentro, equilibrar...Os sinais estão muito claros, e para mim, o momento atual não foi tão imprevisto assim.

Tem um ditado popular que fala que "pelo andar da carruagem" , já se sabe o que vem dentro".E com a humanidade não é diferente. Do jeito que estamos nos distanciando do outro e de nós,a possibilidade de uma " balançada " já era prevista para muitos de nós.

E a hora do" balanço" chegou. Cabe a nós mantermos os cuidados, a obediência sensata, a calma e esperar passar. Porque vai passar. Ficar se debatendo é lutar na areia movediça.
Não é nada fácil ? Não , não é! Mas esse é o verdadeiro Empoderamento ( para mim).Poder sobre sua mente,seus sentimentos, sobre o que lhe cabe, e nada mais! Nós não temos controle de nada. E talvez seja isso que esteja apavorando mais o homem....talvez!

As lições estão sempre sendo disponibilizadas pelo Universo...só não aprende quem não sentar no banquinho da humildade , olhar pra dentro e reorganizar as gavetas da alma...

Não reclame tanto por ficar um tempinho em casa. Agradeça! Muitos não tem nem casa pra ficar ...tem coisas muito" piores "por aí!

(Texto de Luciene Rosa)

domingo, março 22, 2020

O que os Muçulmanos (os submissos à Vontade de Deus) podem alcançar na Era do Coronavírus?

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

Alguém poderia argumentar que, entre coisas como enfatizar a compaixão, dar esmolas e atenção às necessidades dos pobres e incapacitados, o Islão pode oferecer um sentido especial do julgamento que estamos a enfrentar. Os bairros estão trancados, as fronteiras são fechadas e as escolas e os locais de trabalho são encerradas - essas são rupturas sísmicas à labuta usual da vida moderna que nos atingiu em cascata, de maneiras novas e profundas.

De repente, exposto diante de nós, está uma realidade com a qual temos sido tímidos demais para enfrentar: o modo como nós permitimos, passivamente, que as nossas vidas se tornem imersas e emaranhadas - ao ponto de dependência - numa ordem vasta e elaborada de instruções que diminuem a nossa humanidade. Abruptamente, apesar de nossa dependência infantil dessa ordem, somos instruídos a "ficar em casa" com as nossas famílias - e talvez mais detestadamente, com nós mesmos.

Enquanto muitos reagiram à imposição deste purgatório coletivo com angústia e apreensão, 'ficar em casa' é, de facto, uma enorme misericórdia.

Não sabemos por quanto tempo devemos suportar essa sentença - um mês, talvez três -, mas por um tempo, pelo menos, recebemos um "tempo de descanso" para retornar às nossas raízes e semear as planícies áridas de nossos cansados corações com as sementes da oração e da fé. Um tempo para retornar a Deus, contar as Suas bênçãos e valorizar, com pais e filhos, as medidas comuns de graça que compartilhamos. Al hamdulillah (Louvado seja Deus).

Um tempo para penitência e prostração, para dhikr (recordação) e invocação, e para agradecer.

Esse "tempo de descanso" é conhecido na nossa tradição como "khalwa" ou retiro espiritual. Foi praticado por nosso amado Profeta, paz e bênçãos sobre ele, que periodicamente se retirava da sociedade de Makkah (Meca) para retiro espiritual na caverna de Ḥirā, onde a primeira Revelação Alcorânica foi recebida.

O motivo da caverna aparece, novamente, em contexto semelhante na Surat al-Kahf (A Caverna), com os sete 'fityān' (jovens cavalheirescos): “Quando os jovens se refugiaram na caverna, disseram: ‘Ó Senhor nosso! Concede-nos uma misericórdia (especial) da Tua parte e prepara-nos a ter uma orientação recta acerca de nosso caso'.”(Alcorão, 18:10).

O simbolismo da caverna, que está alojado no ventre da terra, ainda é, de alguma forma, acessível (servindo como um refúgio conveniente para procurar retiro do mundo e permanecer próximo a ele) reflete o dualismo da vida espiritual, que tem sido descrito como a "interiorização do exterior".

Este Versículo Alcorânico tem dois conceitos, o retiro (khalwa) e a 'exteriorização do interior' (jalwa). O primeiro conota o retiro espiritual, onde pela oração e invocação interiorizamos e reconciliamos as impressões rebeldes do mundo sobre nós, reduzindo-as à unidade.

O segundo conota um florescimento subsequente do coração em paz com o seu Senhor, uma efusão externa de realidades interiores, iluminadas pelo Divino. Deus diz no Alcorão: "E distancia-te daqueles que tomam a sua religião por brincadeira e divertimento, e aos quais a vida mundana enganou". (6:70).

Desconectados da natureza como somos, o confinamento nos nossos lares vem como uma dispensação atual da caverna - alojada no meio do nosso contexto social, mas totalmente desconectada dela. Estamos em casa com as nossas famílias, nós mesmos e o nosso Senhor - um confinamento de morar com os dons da vida que Deus concedeu, enquanto desconectados das diversões das pessoas rebeldes e das distrações da vida moderna. Com sincera contemplação e oração, talvez a graça e o ser de Deus sejam revelados, mais uma vez, às nossas almas distraídas e auto-absorvidas.

Poderíamos dizer que é providencial, então, que o corona vírus tenha nos visitado este confinamento - este khalwa (retiro) - durante o mês sagrado de Rajab, o começo do nosso rejuvenescimento espiritual anual (até o mês sagrado do Ramadão) e um tempo em que as sementes da oração e devoção são semeadas na esperança de vendo-os florescer. Assim, talvez a nossa postura durante o tempo do corona vírus não deva ser de angústia e resignação, mas de alegria e esperança.

Que o nosso retiro seja um tempo de florescimento humano - de oração e contemplação, leitura e aprendizagem, reflexão e escrita, caridade e ação de esmolas, servindo aos pais, idosos e necessitados, ensinando e brincando com as crianças. E imerjamos de nosso confinamento - um mês, ou talvez três  com a luz de Deus firmemente empoleirada nos nossos corações. In cha Allah (se Deus quiser). 

Obrigado. Wassalam (Paz). - M. Yiossuf Adamgy

Diretor da Revista Islâmica Portuguesa AL FURQÁN

sexta-feira, março 20, 2020

Por que não se deve Monopolizar (sobretudo, durante o pânico do coronavírus)

Senhores Leitores: Esse artigo se refere a realidade portuguesa, mas, poderá se replicar aqui no Brasil precisamos estar atentos.

"As nossas ações têm consequências muito reais. Permitir-nos-emos ser consumidos por um individualismo voraz que prejudica os mais vulneráveis? Ou seguiremos o caminho da bondade?"

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

Verifica-se que dezenas de pessoas estão monopolizando alimentos, produtos sanitários e papel higiênico. Verifica-se, também, que algumas empresas exploraram os consumidores e aumentaram os preços.

Ambos os comportamentos, sobre o ponto de vista islâmico (e não só) são repreensíveis e prejudicam os mais vulneráveis numa situação já excepcionalmente difícil.

Monopolização e negócios injustos foram condenados pelo Islão e todas as outras religiões. As palavras fortes do Profeta Muhammad (p.e.c.e.) contra a acumulação devem ser suficientes para qualquer crente islâmico desistir de tal comportamento, sem falar nos danos muito graves que os mais vulneráveis enfrentam no meio de açambarcamento em massa.

O Profeta (s.a.w.) disse em termos claros: “Quem monopolizar  é pecador” (Muslim). Além disso, foi narrado por Umar bin Khattab (r.a.) que disse: “ouvi o Mensageiro de Allah (p.e.c.e.) dizer: ‘Quem quer que monopolizar comida (e não a guarde) para outros, Allah o afligirá por lepra e falência'” (- Sunan ibn Majah, capítulo sobre transações comerciais). O Profeta Shu'ayb (a.s.) aconselhou o seu povo sobre comércio e negócios honestos: "E não defraudeis as pessoas nos seus haveres, e não cometais abuso na terra, promovendo a desordem, e temei Àquele que criou a vós e as gerações do passado" (Alcorão, Surah Al-Shu'ara, 26: 183-184). O que se pode dizer das empresas que, deliberadamente, aumentam os preços e exploram as pessoas nos seus momentos de necessidade?(1)

De maneira mais ampla, os muçulmanos (e não muçulmanos) não devem causar danos a nenhum ser
humano. O Profeta Muhammad (p.e.c.e.) disse: “O muçulmano é aquele de cuja língua e mão o povo está seguro; e o crente é aquele de quem a vida e a riqueza das pessoas estão seguras” (Sunan an Nissai). Além disso, o Profeta (s.a.w.) disse que “o muçulmano é irmão do outro, ele não o  ilude, não mente, nem o engana ...” (Tirmidhi).

Quando a humanidade e a unidade têm sido grandemente enfatizadas na nossa religião, como é apropriado que (nós, muçulmanos) nos comportemos de uma maneira que prejudique os nossos semelhantes?

O monopólio  prejudica os mais vulneráveis

A acumulação prejudica os mais vulneráveis da sociedade. A oferta e a procura, a ferramenta analítica do pão com manteiga dos economistas, podem ser usadas para explicar isso. Quando as empresas veem maior procura por mercadorias, aumentam os preços para maximizar o lucro. Os ricos podem pagar por compra a granel; portanto, o aumento inicial de preços ocorre por causa dos ricos. Aqueles que não são abastados normalmente não conseguem comprar em grandes quantidades e agora precisam gastar ainda mais para comprar uma quantia padrão. A acumulação afeta, adversamente, os mais pobres.

As empresas, por sua vez, desejam comprar o máximo possível de ações de fornecedores, porque estão lucrando mais com os preços mais altos. Por esse motivo, os fornecedores, por sua vez, aumentam os preços para ganhar mais dinheiro com as empresas. Isso torna mais difícil para hospitais, instituições de caridade e bancos de alimentos comprar alimentos e produtos sanitários essenciais. Isso já aconteceu, com alguns bancos de alimentos relatando escassez.

Essa cadeia de eventos começa com a acumulação de consumidores. Mas isso não significa que as empresas estejam livres de culpa. Elas também enfrentam uma opção ativa de aumentar os preços. 

Felizmente, existe a respectiva Autoridade que, espera-se, agirá contra empresas que cobram preços excessivos.

É importante observar aqui que as prateleiras vazias não significam necessariamente que há uma escassez.

As lojas não são capazes de ter o estoque e montar, novamente, com rapidez suficiente para lidar com a intensa procura. Até o momento, as cadeias de fornecimentos não foram significativamente afetadas. As prateleiras vazias são causadas por mudanças na forma como os consumidores estão consumindo, e não na maneira como os produtores estão produzindo. Até o momento, não houve interrupções significativas nas cadeias de fornecimentos, e o Governo está a trabalhar no sentido para que o fornecimento de alimentos continue.

Se o monopólio continuar, os supermercados serão forçados a limitar quantas compras os indivíduos podem fazer. É por isso que todos devemos acordar para a realidade de nossas ações e parar de açambarcar, imediatamente. Estaremos a prejudicar ativamente os mais vulneráveis, situação essa que devemos evitar.

Observações finais : Como Muçulmanos, vemos toda a nossa vida como um teste. Para aqueles de nós abençoados com um estilo de vida exuberante, muito distante do medo e da fome que outros experimentam em países como o Iêmen ou a Síria, enfrentamos sérios distúrbios pela primeira vez nas nossas vidas. O nosso entendimento abstrato da vida, como teste, está sendo retificado em cancelamentos em massa, ações de risco e no medo constante de um vírus potencialmente mortal. As nossas ações têm consequências muito reais. Permitir-nos--emos ser consumidos por um individualismo voraz que prejudica os mais vulneráveis? Ou seguiremos o caminho da bondade? 

Observação: Com o coronavírus oficialmente declarado como uma pandemia, igrejas, templos e mesquitas estão avaliando as alternativas para proteger as suas congregações e impedir a propagação do vírus altamente contagioso.

Mesquita Central de Lisboa encerrada durante estado de emergência "Fechamos ontem à noite. A última oração foi às 20:00 e às 20:30 fechamos. Não abre mais", referiu o sheik Munir, em declarações à agência Lusa.

Na terça-feira, o líder religioso considerava encerrar a Mesquita Central de Lisboa caso fosse decretado o estado de emergência devido à pandemia de Covid-19.

"Se o Governo decretar alerta de emergência então fechamos mesmo. Caso decrete o alerta de emergência, vamos fechar mesmo a mesquita. Não haverá nenhuma oração", afirmou na ocasião.

Sobre a possibilidade de fazer orações via 'online', David Munir disse que isso não faz muito sentido e que as pessoas só vão à mesquita para orar em congregação.

"Nós podemos fazer orações em casa. As pessoas vêm à mesquita para fazer a oração em congregação, em conjunto, mas duas pessoas é o suficiente para fazer a oração em congregação, marido e mulher, por exemplo.

Praticamente todos nós temos alguém em casa", afirmou. O imã realçou ainda que metade da religião islâmica se baseia em higiene, lembrando que todos os cuidados são poucos em relação à pandemia de Covid-19.

«Na prática muçulmana é normal nós lavarmos as mãos antes de cada oração para fazermos a ablução [rito de purificação e higienização]. Lavamos as mãos, os braços, a face e os pés e antes de cada refeição também", disse, acrescentando que ao "acordar é recomendado" também lavar as mãos».

Obrigado. Wassalam (Paz).

M. Yiossuf Adamgy

Diretor da Revista Islâmica Portuguesa AL FURQÁN