quinta-feira, março 06, 2014

SURAT AL ASR – PELO TEMPO- 4ª. e última parte.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK 

Em nome de Deus, o Beneficente, o Misericordioso. “1 – Pelo Tempo; 2 – O homem está na perdição; 3 – Salvo os fiéis (ou aqueles) que praticam o bem, aconselham-se na verdade e recomendam-se uns aos outros, na paciência e na perseverança”. Cur’ane 103. 

Outra qualidade que o Surat Al Asr recomenda ao ser humano para se salvar da perdição, é o de realizar boas ações. Nenhuma ação é benéfica para o ser humano, se não estiver de acordo com as orientações contidas na Revelação e nas exortações do Seu Profeta. Também é verdadeiro se afirmarmos que as ações praticadas sem fé, não terão valor perante Deus, o Criador de todas as coisas. Imaginem uma semente, se não for plantada na areia e regada, não dará origem a nenhuma planta, tal como uma ação desprovida de fé. Mas também a fé sem a prática das (boas) ações, não irá salvar o homem da perdição. As ações praticadas com regularidade, (por exemplo, as orações, auxiliar os necessitados e ter um bom carácter), são o constante “adubar” da fé. 

Também não basta praticar as boas acções individualmente. Ninguém vive isolado e tudo o que aprendemos na vida, resulta duma troca de experiências. 

Um bebé recém-nascido, se for deixado ao abandono, não sobreviverá. As famílias sãs e tementes a Deus, formam uma sociedade equilibrada de valores morais. Como um chefe de família não pode ficar insensível à injustiça praticada aos seus, também uma sociedade não pode ficar indiferente à falsidade, à imoralidade e à corrupção. Uma sociedade sem valores estará desorientada e a maioria dos seus membros estará perdida. 

Mas Deus com a Sua infinita Misericórdia, através desta pequena Surat, chama a atenção dos Seus servos, exortando-os para a verdade, e para a prática das boas ações. Outro versículo do Cur’ane, refere este tema duma forma eloquente: “Sois a melhor nação que surgiu na humanidade, porque recomendais o bem, proibis o ilícito e credes em Deus…”. 3:110. Estas palavras não constituem um elogio, mas sim uma intimação a todos os muçulmanos para um comportamento exemplar perante toda a humanidade. 

Seremos todos questionados se o nosso procedimento imoral influenciar outros, para a prática do ilícito. Finalmente, o pequeno e grande Surat Al Asr, recomenda-nos “Sabr”, a paciência, difícil para aqueles que vacilam na fé. As dificuldades, as tristezas, as perdas, as privações, são também o constante das nossas vidas. As doenças, a perda dos nossos bens, dos nossos pais e dos nossos filhos, são testes constantes à nossa fé. “Sê paciente, que a tua paciência será levada em conta por Allah…”. 16:127. Quem tem fé e agradece a Deus pelos bons momentos, terá mais paciência em suportar os momentos de aflição. 

Recomendar-se-á a Deus, pedirá a Deus para lhe aliviar a dor e sentirá conforto no seu coração. Não se sentirá alheio à dor do próximo. Exortará os outros para a compaixão, para a misericórdia e para a paciência. Podemos considerar dois exemplos do Sabr: a resistência, com a paciência, aos problemas físicos (por exemplo, doenças, trabalhos árduos e a perda de familiares diretos); o espiritual, ter paciência quando se renuncia a impulsos naturais, como forma de se afastar das imoralidades. 

A paciência é uma qualidade difícil de manter ao longo das nossas vidas. 

Somos constantemente colocados à prova, e não resistimos. Ser paciente, requer um espírito de sacrifício e uma resistência aos dissabores da vida. É um exercício constante ao longo da nossa existência. Os que conseguem controlar os seus instintos e são constantes na paciência, são denominados de “Sabirun”. São os mais sensatos, os mais respeitados, perante a sociedade. 

São procurados para darem conselhos e para promoverem a reconciliação. Na verdade, têm como amigo, o Criador. “Ó fiéis, amparai-vos na paciência e na oração, porque Deus está com os perseverantes”. 2:153. 

E assim termino este importante tema, com as habituais preces a Deus, nosso Criador, Sustentador e Protetor

Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. "Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. 

Com os meus cumprimentos e votos de um bom dia de Juma. 

Abdul Rehman Mangá 

06/03/2014 

abdul.manga@gmail.com 

O Amor no Islão (III- Conclusão)

O amor para com o não muçulmano

A Misericórdia de Deus e os valores islâmicos, grandes e sublimes, fazem do amor um espaço amplo que abarca todas as pessoas. O primeiro passo que conduz a este amor é abrirem uns aos outros as portas do reconhecimento.

Deus, Enaltecido e Glorificado, diz o que podemos traduzir como: "Homens! Criamos-vos a partir de um varão e de uma fêmea e fizemos-vos povos e tribos diferentes para que os reconhecêsseis uns aos ou-tros. E é verdade que o mais Nobre de vós perante Allah é quem mais o teme. Allah é Conhecedor e está perfeitamente informado". (Alcorão, 49:13).

"E não te enviamos senão como misericórdia para todos os mundos". (Alcorão, 21:107).

E permitiu ao muçulmano casar com uma cristã ou com uma judia ainda que uma parte das suas crenças contradiga o Islão e os hábitos dos muçulmanos. E sublinha que os cristãos são  pessoas dignas de carinho.

"…. Entretanto encontrarás que os que estão mais próximos em afeto dos que acreditam são os que dizem: Somos cristãos". (Alcorão, 5:82).

Existem outros versículos que nos avisam que os casos de rejeição para com o outro (dos não muçulma-nos) não são comuns; também não se aplicam em todo o tempo.

Não se permite tratar como inimigos os que não exercerem inimizade contra os muçulmanos; também não se permite classificá-los como inimigos. Antes merecem outro tipo de tratamento: "Allah não vos proíbe que trateis bem e com justiça os que não vos tiverem combatido a causa da vossa crença nem vos tiverem feito abandonar os vossos lares. Certamen-te, Allah ama os equitativos". (60:8).

O Alcorão até abre as portas do bem, do carinho e do afeto perante os que se inimizam com os muçulmanos:

"Pode ser que Allah ponha afeto entre vós e os que deles tenhais tido como inimigos. Allah é Pode-roso e Allah Perdoa e é Compassivo".

E entre os comentários sobre este versículo está o seguinte: "O afeto Depois da rejeição, o carinho depois do ódio, e a concórdia depois da discórdia. Allah é Quem Pode unir as coisas espalhadas e dispersas. É Quem concilia entre os corações depois da inimizade e a dureza e os substitui pelo encontro e a concórdia”.

Shekîb Arsenal diz que o Ahmad Al Sharîf Al Senûsî disse-lhe que o seu tio, o professor Muhammad Al Mahdî Al Senûsî lhe dizia: "Nunca desprezes ninguém, seja muçulmano, cristão, judeu ou ateu. Talvez, por alguma coisa oculta, seja melhor perante Allah que tu. Tu não sabes qual será o seu fim".

Shekîb Arsenal comenta sobre estas palavras dizendo: "Sobre estas virtudes morais educaram os seus filhos e alunos, e de entre eles foram salientes personagens e heróis que enfeitam as páginas da História". Do Livro "O presente do mundo islâmico" – Parte 2 – Página 164.

A origem nas relações entre as pessoas, por diferentes que forem as suas nacionalidades e crenças, é o fato de se reconhecer, de ter misericórdia mútua, a cooperação, a amizade e a paz. A excepção é o estado de guerras e os combates, que são assuntos que produzem ódio. Esta excepção é temporal porque o ódio não permanece entre as pessoas, sejam quais forem as pegadas das guerras.

O mundo experimentou, quer nas passadas épocas quer nas recentes, muitos exemplos de guerras que tiveram lugar entre as tribos, os povos e as nações.

Entre um povo e outro, entre uma nação e outra numa certa época, mas foram seguidos por acordos de paz, pactos e cooperação…

Assim é a natureza da vida, uns ciclos consecutivos. O melhor das pessoas é utilizarem os ciclos do bem, dos acordos e da paz para o desenvolvimento dos factores do bem e do amor inculcando-os entre os indivíduos e os povos. Este é o caminho do Islão e este é o fundamento no Islão.

Allah é o Afetuoso, o Muito Misericordioso e Quem ama os equitativos e detesta os injustos. A justiça é o melhor pilar para o amor entre os povos.

O carinho entre o governante e o governado

Um dos pilares mais importantes do amor e da sua difusão entre a gente é a supremacia da justiça e da cultura da justiça. A justiça principia no círculo da família de dentro dos lares, entre todos os filhos e filhas, mulheres e homens, até atingir o cimo da pirâmide da sociedade.

Num dos ditos do Profeta (p.e.c.e.) vem: "Sede justos com os vossos filhos, sede justos com os vossos filhos, sede justos com os vossos filhos". O Profeta o repetiu três vezes sublinhando a importância da justiça, que contribui para divulgar o amor entre os pais e os filhos e logo entre os mesmos filhos.

O Profeta (p.e.c.e.) disse também: "Os teus filhos têm o direito de seres justo entre eles".

Uma vez o Profeta (p.e.c.e.) rejeitou testemunhar sobre as dádivas que alguns pais dedicaram a alguns filhos seus excluindo os outros. Disse-lhes: "Temei Allah e sede justos entre os vossos filhos".

Noutra ocasião disse: "Sede equitativos ao outorgar dádivas aos vossos filhos. Se eu tivesse preferido alguém, teria escolhido as mulheres". Fonte: Naylu-l-Awtar – Atingir a satisfação dos desejos - Por Al Shaw-kanî.

A justiça mais ampla é a justiça política. É a que diretamente conduz à justiça social, econômica e educativa. Quer dizer à justiça geral e global em todos os âmbitos da vida. Encarregam-se da responsabilidade deste tipo "os governantes" começando pelo cimo do país até o menor responsável na aldeia menor.

Na sociedade onde prevalece a justiça e funcionam as leis da equidade entre as pessoas predomina, por conseguinte, a cultura do amor e do afeto entre o governante e o governado, e entre os seus indivíduos em geral.

Neste contexto disse o Profeta (p.e.c.e.): "Os melhores governantes são os que amais e vos amam e lhes bendizeis e vos bendizem. Os piores são os que odiais e os odeiam e lhes maldizeis e vos maldizem". Os jardins dos Virtuosos- capítulo "O governante justo".

São palavras profundas e explícitas. Vislumbramos o seu efeito na relação que existe entre os povos com os seus governantes e no tratamento destes aos seus povos. A maioria dos povos islâmicos hoje odeiam e maldizem os seus governantes - salvo um número reduzido - porque são governantes que praticam a injustiça, a tirania e a corrupção. Consequentemente, o amor desaparece entre os dois lados e as relações convertem-se numa série de conflitos destrutivos. Não há esperança de sair deste labirinto enquanto não se faz a justiça política, social e econômica entre as pessoas.

"É verdade que Allah ama os equitativos". (Alcorão, 5:42). "Na verdade, Ele não ama os injustos". (Alcorão, 42:40).■

«Ó Deus! É de Ti que dependemos, é a Ti que recorremos, e é para Ti que todos nós regressaremos».— (Alcorão, 15:19).

Obrigado, boas leituras.

M. Yiossuf Adamgy

27/02/2014 - alfurqan04@yahoo.com

sexta-feira, fevereiro 28, 2014

O Amor no Islão (II)

O amor para com o Mensageiro de Deus. Depois do amor para com Deus, que é o cimo da pirâmide, vem o amor para o Mensageiro de Deus (p.e.c.e.). Quem ama Deus deve amar o Seu Mensageiro.

Segundo o Imame Shamsud-Dîn Ibnul Qayyem, "existem vários tipos de amor. O melhor e o mais virtuoso deles é o amor em Deus e para Deus. Isto requer amar o que Deus ama, e amar a Deus e o Seu Mensageiro."

No atrás (na I Parte) mencionado versículo da Sura At-tawba "O Arrependimento", 9:24, comprova-se o vínculo divino entre o amor para Deus e para o Seu Profeta.

Em relação a esse versículo, Ibn Kaçir, na sua famosa interpretação, mencionou o que foi dito por ‘Omar Ibn al Khattâb (r.a. = que Deus esteja satisfeito com ele) ao Mensageiro de Deus:"Por Allah, ó Mensageiro de Allah, tu és mais querido para mim que todas as coisas". Mas excetuou-se a si próprio.E o Mensageiro (p.e.c.e.) respondeu-lhe: "Não se cumpre a fé de alguém de vós até que seja mais querido para ele que o seu próprio ser".Respondeu ‘Omar (r.a.): "Por Allah, agora quero-te mais que a mim próprio".

A comunidade muçulmana, antigamente e atualmente, está de acordo em que o amor para com o Mensageiro de Deus é requerido para que se cumpra a fé, em conformidade com o Alcorão e com os ditos do Profeta (p.e.c.e.).

De entre esses ditos:

"Não se experimenta a doçura da fé até que a pessoa ame outra só por Deus, e até que ame Deus e o Seu Mensageiro mais que qualquer outra coisa".

Este dito vem mencionado nos Livros dos Ahadith e da Tradição em diferentes transmissões. Mas todas giram sobre esses significados.

Conta-se que ‘Amr Ibnu Al‘Âs (r.a.) disse: "Ninguém foi mais querido para mim que o Mensageiro de Allah, nem mais sublime, tanto que nem sequer podia fixar o olhar nele, por respeito. Se me pedis-sem para o descrever, não poderia fazê-lo".

Esta é uma das imagens do amor do muçulmano para com o seu Profeta (p.e.c.e.). Trata-se de uma imagem profunda nos seus significados, porque une o amor, a apreciação e a estimação do ser querido, pelas suas características de tamanho valor e grandeza, até tal ponto que ‘Amr Ibnu Al‘Âs (r.a.), o herói valente e inteligente, não podia fixar o olhar no Mensageiro de Deus (p.e.c.e.).

O nosso património cultural islâmico, com todas as suas formas criativas (prosa, poesia, história, romances) lançou luz sobre todos os pontos da personalidade do Mensageiro (p.e.c.e.) de forma detalhada: como Mensa-geiro, esposo, educador e líder.

Em todo este património manifesta-se o amor para com o Profeta (p.e.c.e.): é uma misericórdia para os mundos, é o dotado da grande moral, é o engenheiro d’ "A sociedade do amor", a sociedade de Medina. Essa sociedade que se fundou desde o Primeiro dia baseando-se no amor.

O amor entre os muçulmanos 

Num terceiro círculo figura o amor entre os muçul-manos. Este amor cristaliza-se na troca de sentimentos de afecto sincero e em traduzi-lo em ditos e factos, no mau e no bom…

É uma relação íntima e estreita na qual os corações e os espíritos se sentem atraídos mutuamente; deste mo-do, consegue-se a satisfação e o gozo do amor entre as partes que estão em harmonia. Ibn Al Qayyim enumera os tipos de amor no marco social dizendo: "Entre eles figura o amor que se manifesta num acordo acerca de uma maneira, uma religião, uma doutrina ou um método, uma proximidade, um produto ou um objectivo. Existe também o amor com o objectivo de lograr algum benefício do amado, da sua potência, riqueza, educação ou para satisfazer um desejo. Este tipo é efémero e acaba uma vez que se logrou o objectivo. Quem te ama para lograr uma meta, abandona-te ao conse-gui-la. O amor harmonioso ou o que emana de um acordo entre duas pessoas é duradouro e só acaba quando acontece algo que ponha fim a este amor. O amor de grande afecto é: "una aprovação espiritual e uma combinação entre as almas…" (La medicina profética y Zâd Al Ma’âd, de Ibn Al Qayyem).

A cultura do amor é um método essencial para a construção de uma sociedade muçulmana. O Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) fez dele um pilar básico para a construção da Primeira sociedade muçulmana em Medina, quando inculcou a irmandade e a fraternidade entre os emigrantes Mequeenses e os Medineenses. Estabeleceu uma fraternidade entre os que tinham os costumes e valores da sociedade da Meca, onde os muçulmanos foram perseguidos e se viram obrigados a emigrar, e os que tinham os costumes e valores de Yatrib (denominação antiga de Medina), a cidade que recebeu o Mensageiro de Deus e os seus companheiros. Ambos foram os pioneiros e os construtores da nova sociedade muçulmana. Nesta nova sociedade pôs-se de manifesto a gentileza do Profeta (p.e.c.e.) através do seu método de construção, método singular que foi considerado uma característica permanente na socieda-de de Medina.

O Mensageiro de Allah (p.e.c.e.) começou o processo da constrição com o anúncio do “pacto do amor" e utilizou palavras claras ao falar com os Medineenses: "Vós sois os que mais amo".

E disse: "Os Medineenses amam os crentes e odeiam os hipócritas. Allah ama quem vos ama e Allah odeia quem vos odeia".

Uma vez deteve-se perante um grupo de mulheres e crianças, no seu caminho de regresso de um casa-mento, e disse-lhes: "Por Allah! sois dos que mais amo", repetiu-o três vezes.

Noutra ocasião confirmou este amor tão puro e pródigo no coração do sincero Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) quando disse: "Se os habitantes de Medina optarem por um caminho ou por uma via, eu seguiria esse mesmo caminho. E, se não fosse pela emigração, teria sido um dos Medineenses".

O Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) não se contentou com estas belas palavras para manifestar a sua gratidão para os medinenses, mas também as traduziu num plano estratégico. O plano consistia no estabelecimento das normas de irmandade entre os emigrantes e os medinenses. Entre os fugidos da injustiça de Meca e os que acudiram na sua ajuda, os generosos de Medina.

Os Medineenses, perante a promessa de um futuro grande, demonstraram as virtudes morais da irmandade, a nobreza, a generosidade e a hospitalidade. Não só ofereceram as suas riquezas, palmeiras e tâmaras à hora de compartilhar com os emigrantes da Meca, mas também proporcionaram algo mais precioso e valioso que as riquezas e a comida. Nos Livros de "Sirah" e dos "Ahadith" (Tradição e ditos do Profeta) há um grande número de exemplos:

O Mensageiro de Deus (p.e.c.e.), o engenheiro da sociedade do amor, estabeleceu a base do amor entre todos os seus companheiros e deu-lhes exemplos con-cretos sobre como deve ser o amor. Exaltava sempre a sua sinceridade e valentia e proibia insultá-los: "Nunca insulteis os meus companheiros. Se alguém de vós gastasse ouro equivalente a Uhud (quer dizer, igual ao tamanho da montanha de Uhud) não poderia atingir a posição nem o mérito de um deles)". (Capítulo das Virtudes dos Companheiros do Profeta, do Livro de "Sahîh Al Bukhârî").

O seu amor para Usâma Ibn-Al Hâriz, que Deus esteja satisfeito com ele, foi conhecido e divulgado até tal ponto que chamaram a Usâma "O bem-amado do Mensageiro de Allah". Amava também o pai de Usâma. E dizia, as bênçãos e a paz de Allah estejam sobre ele, respondendo a todo aquele que impugnou a liderança de Usâma por ser menor de idade: "Se agora impugnais a sua liderança, antes impugnastes a do seu pai e quão digno era da liderança! E depois dele – o seu pai -, Usâma se converteu num dos mais queridos para mim".

O Mensageiro de Deus desenhou a imagem que reúne os significados de amor, união, solidariedade entre os indivíduos da sociedade muçulmana com palavras tão eloquentes que não se pronunciam senão em linguagem do Profeta: "Vês os crentes, na sua misericórdia, afeto e carinho como um só corpo. Se um dos seus membros se queixar – por alguma dor – o resto do corpo responderá com o desvelo e a febre".

O que hoje os indivíduos e grupos dos povos islâmicos necessitam é este tipo de amor... este tipo de cultura do amor. Este afecto e carinho perdido desde há muito tempo por vários factores; entre eles, ignorar a impor-tância da cultura do amor e o que significa de valor positivo na construção da família e da sociedade.■

(Continua, in cha Allah, na próxima reflexão)

«Ó Deus! É de Ti que dependemos, é a Ti que recorremos, e é para Ti que todos nós regressaremos».— (Alcorão, 15:19).

Obrigado, boas leituras.

M. Yiossuf Adamgy

27/02/2014 - alfurqan04@yahoo.com

SURAT AL ASR – PELO TEMPO- 3ª. parte.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)
Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

Em nome de Deus, o Beneficente, o Misericordioso. “1 – Pelo Tempo; 2 – O homem está na perdição; 3 – Salvo os fiéis que praticam o bem, aconselham-se na verdade e recomendam-se uns aos outros, na paciência e na perseverança”. Cur’ane 103.
 
A Fé é a primeira qualidade referenciada no Surat Al Asr. Quando temos tudo o que necessitamos e a vida nos corre bem, ficámos distraídos e esquecemos de agradecer a Deus pelos bons momentos. A fé dos Anjos é sempre estacionária. A fé dos Profetas estava sempre em ascensão. A nossa fé, sofre muitas oscilações, mais quedas do que subidas. Ter fé pode ser fácil. Difícil é a prática das ações que fortalecem a fé. Uma das formas de alimentarmos a nossa fé é o de praticar as cinco orações diárias. Nas nossas preces, agradecermos a Deus os bons momentos e sermos pacientes nos maus momentos. “Diz: Minhas orações, minhas devoções, minha vida e minha morte pertencem a Deus, Senhor do Universo, que não possui parceiro algum...”. Cur’ane 6.162. Os que adoram ídolos, olham e podem sentir nas suas mãos, os seus deuses talhados em madeira, ouro e outros materiais. Apesar de estarem na presença deles e os seus olhos os verem e as suas mãos os tocarem, tais divindades não têm quaisquer poderes e em nada os ajudarão. Outros rezam perante representações de santos e nas campas de pessoas piedosas. Pedem para que eles lhes intercedam perante Deus. Mas eles estão mortos, não ouvem e não poderão fazer nada. “A-unzu Bilahi – Procuro refúgio em Deus”. Seria melhor para eles, se acreditassem de que “não há outra divindade, senão Deus. “Huwa Allahu Ahad (Deus é Único).
 
No Isslam, ter fé é acreditar com sinceridade no Criador de todas as coisas e não O associarmos a nenhuma outra divindade. Apesar de não O vermos, acreditamos que Ele é Omnipresente e Omniouvinte. “Somente são fiéis, aqueles que creem em Deus e no Seu Mensageiro e não duvidam…” Surat Hujurat: 15.  
 
Ter fé, é ter temor em Deus, pois assim afastar-nos-emos dos caminhos que nos conduzem à perdição. É também ter esperança de que Ele é Misericordioso, de que perdoará as nossas falhas. Ter fé é acreditar no
oculto, no invisível. “ALIM LAM MIM. Este é o Livro, que não oferece dúvidas; nele está a orientação certa, para aqueles que temem Allah; Que crêem no oculto, cumprem as suas orações e gastam daquilo que Nós Lhes concedemos”. Cur’ane 2:1,2 e 3.  
 
Quando apreciamos uma obra de arte, por exemplo uma Mesquita que nos chama a atenção pela sua beleza, os nossos olhos apreciam e a nossa mente se interroga quem teria construído tal preciosidade? Claro que foi alguém com sabedoria que projetou e combinou os melhores materiais para produzir uma obra excepcional. Temos a noção de que esse alguém é um ser humano como  nós, com a particularidade de ser especializado na construção e decoração.

Mas quando olhamos para o céu, para o mar, para as montanhas e para a natureza em geral, temos a convicção de que um ser superior a nós, é responsável por tudo o que existe neste mundo. “Que criou sete céus em harmonia; Tu (Ó Muhammad) não acharás imperfeição alguma na criação  do Clemente! Volta, pois a olhar! Vês, acaso, alguma fenda?” (Cur’ane) 67.3)

Ter fé, é acreditar na existência dos anjos, dos gênios, do Iblis (e dos seus seguidores), do paraíso, do inferno e da vida após a morte, apesar de não os vermos. São as revelações que Deus nos enviou e os ensinamentos dos Profetas que nos ajudam a acreditar no oculto, no invisível. A fé tranquiliza os nossos corações, com a fé suportamos pacientemente as perdas e as doenças, porque “viemos de Deus e para Deus será o nosso regresso”. “Inna Lilahi Wa Inna Ileihi Rájiuna”. Cur’ane 2.156,
 
In Sha Allah, continua no próximo Juma.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.
Cumprimentos
Abdul Rehman Mangá
27/02/2014
abdul.manga@gmail.c

sexta-feira, fevereiro 21, 2014

O Amor no Islão (I)

Quem ler as fontes do Islão e, em primeiro lugar o Alcorão, numa leitura global e objectiva, descobrirá que o Islão, na sua essência e origem, é a religião da orientação, da crença, do amor e da beleza. É uma religião cujos principais objectivos se traduzem nas virtudes morais e nos seus valores humanos: educação, cultura e relações sociais. Entre estes grandes valores destaca-se o amor.

No nobre Alcorão e na Tradição do Profeta Muhammad [Maomé] (p.e.c.e. = paz esteja com ele), encon-tramos vários versículos e ditos que desembocam na consolidação dos valores da fé, a orientação, as virtudes morais, a cooperação e o carinho, que superam o número dos versículos e ditos do Profeta (p.e.c.e.) que tratam os assuntos políticos, militares ou econômicos, em-bora o Islão se interesse por todos os assuntos da vida.

A partir desta investigação comprova-se que estes valores ocupam uma grande parte nas duas fontes mais importantes da religião islâmica: o Alcorão e a Tradição correcta do Profeta (p.e.c.e.). Daí que toda a pessoa equitativa estará convencida de que o Islão, geralmente, com os seus objetivos e origens, é a religião da misericórdia, da irmandade, do amor, da beleza, da paz e da cooperação entre toda a gente… e que os outros casos como as guerras, os litígios e tudo aquilo que implica a discórdia, a inimizade, o ódio e a aversão, são excepções.

A entrada natural e correcta para dar a conhecer o Islão ao outro ou para chamar os outros ao Islão, é a da boa palavra e a boa obra. O Alcorão descreveu o efeito que tem a palavra de uma forma bela, profunda e vigorosa:

«Não reparas em como Deus propõe um exemplo? Uma boa palavra é como uma árvore benigna, cuja raiz está profundamente firme e cujos ramos se se alçam ao céu. Frutifica em todas as estações com o beneplácito do seu Senhor. E Deus propõe exemplos aos humanos para que meditem». (Alcorão, 14:24-25).

O amor em relação a Deus

O amor em relação a Deus vem no cimo da pirâmide destes círculos. É uma relação de significados compos-tos. Alguns são mentais, que se repercutem na reflexão sobre as criaturas de Deus nos céus, na terra e nos mares. São criaturas magníficas atrás das quais está o grande e o Primeiro Inovador: Deus, Glorificado e Enaltecido seja…; outros são existenciais e sentimentais, que se manifestam ao ler, escutar e refletir sobre o Alcorão.

A grande evidência sobre o amor do servo para o seu Criador é obedecer as Suas ordens, ser fiel em aplicá- -las e levá-las a cabo com perfeição, tanto quanto possível.

Quem é fiel no seu amor a Deus, Glorificado e Enaltecido seja – submetendo-se aos Seus princípios – na sua crença, atos de adoração e comportamento, aproximar-se-á ou chegará à meta do amor espiritual e existencial. Este amor que eleva o ser humano e os seus comportamentos de modo a que todos os seus ditos e atos se efetuem na obediência de Deus, conertese num sinal de devoção e de bem que se estenderá para abarcar os outros.

«Mas o amor por Deus dos que acreditam é mais forte». (Alcorão, 2:165).

Deus é Quem criou o ser humano, honrou-o com a mente, fez dele o Seu representante na terra, outorgou- -lhe as Suas graças, manifestadas e ocultas, e submeteu a ele muitos assuntos nesta vida mundana, tanto na terra como no céu.

Por todas estas graças, o servo agradecido deve amar o Seu Criador, traduzindo este amor em com-portamentos que confirmem a sua obediência, em conformidade com as Suas normas e com tudo o que ordenou através dos seus Livros e Mensageiros…

Pessoalmente, acho que o amor frutífero é aquele que o muçulmano (todo aquele que se submete à Vontade de Deus) adquire mediante a compreensão, a luta e o sofrimento através da viagem da vida. Com este amor ele converte-se num servo agradecido que ama Deus e o Seu último Mensageiro. 

No capítulo do Alcorão "O Arrependimento" há um versículo longo que confirma que a pirâmide do amor está baseada no amor para com Deus e para o Seu Mensageiro: "Dize: Se os vossos pais, filhos, irmãos, esposas, o vosso clã familiar, os bens que tendes obtido, o negócio cuja falta de benefício temeis, as moradas que os satisfazem, são-vos mais amados que Deus e o Seu Mensageiro e a luta no Seu ca-minho, então esperai até que Deus faça chegar a Sua ordem. E Deus não guia o povo perverso". (9:24).

Assim, o muçulmano que ama Deus aspira, constante-mente, à sublimidade e à devoção. Esta sublimidade e piedade conduzem também à perfeição ao realizar o trabalho, que é uma acção louvada por Deus: "E fazei o bem. Na verdade, Deus ama os que fazem o bem". (Alcorão, 2:195).

O Xeique Mohammad Hussein Fadlallah comenta este versículo Alcorânico dizendo: "Deus fala do amor dos benfeitores. Estes que viveram o bem nos seus pensamentos, um pensamento que apresenta o bem a toda a gente que busca soluções para os seus proble-mas em geral, e um acto que oferece à gente para melhorar a sua vida, essa vida que busca a força peran-te a sua debilidade, a riqueza perante a sua pobreza e a vitalidade para o seu movimento. Desta forma alça o seu nível fazendo-lhes muito bem em todos os seus assun-tos e estados… Isto é o que representa o seu apego a Deus e ao seu movimento com o objectivo de se aproxi-mar a Ele. Deus vê estas pessoas nos lugares onde se busca fazer o bem para si próprios, para a gente e para a vida através do seu amor a Deus e da sua aproxima-ção a Ele. Deus outorga-lhes um amor divino que os cobre de felicidade e de delícias e que os faz ascender os graus da Sua proximidade". — (No livro: Interpre-tação através da inspiração do Alcorão, por Mohammad Hussein Fadlallah. 

Num dito do Profeta (p.e.c.e.) lê-se: "Ó Deus, outorga--me o Teu amor, os atos que me façam amar-Te e o amor para os que Te amam. Ó Deus, faz com que o Teu amor seja mais querido para mim que o meu ser, a minha família e a água fria".■ 

(Continua, in cha Allah, na próxima reflexão) 

«Ó Deus! É de Ti que dependemos,  é a Ti que recorremos, e é para Ti que todos nós regressaremos». — (Alcorão, 15:19).  
Obrigado, boas leituras. 
M. Yiossuf Adamgy

A L M A D I N A P O R Q UE E U?

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 17.02.2014

Arthur Robert Ashe Jr., lendário tenista afro-americano, nasceu e cresceu nos E.U.A. tendo-se tornado famoso pelo seu talento na arte de jogar ténis. Era presença infalível em Wimbledon, a chamada catedral do ténis mundial, onde vencia todos os opens.

Apesar de toda a sua fama e glória, ele padecia de sida, doença que o levou à morte. Na fase mais aguda da sua enfermidade, chegavam-lhe cartas de simpatia e encorajamento dos seus inúmeros fãs, de todas as partes do Mundo. Numa dessas cartas, a dado trecho um dos seus fãs escreveu: “Porque é que Deus teve de escolher a ti para esta doença tão má”?

A isso, Arthur Robert Ashe Jr. respondeu:

“Em todo o Mundo, cinco milhões de crianças iniciam-se na prática do tênis. De entre esses cinco milhões, cinquenta mil evoluem para o tênis amador. Destes, cinco mil frequentam os courts mais assiduamente. Quinhentos atingem altos níveis de performance que lhes permitem ganhar títulos de grande visibilidade. Cinquenta chegam aos courts da chamada grande catedral do tênis – Wimbledon. Destes cinquenta, apenas quatro chegam às meias-finais, reduzindo-se depois para dois que disputam a final, e apenas um conquista o grande cetro. Quando triunfantemente eu levantava a taça cada vez que ganhava, nunca perguntei: “Porquê eu”?

Hoje, na dor, não posso perguntar à Deus: “Porquê eu”? Ao invés disso, devo aceitar pacientemente a vontade de Deus e orar pedindo força e coragem perante esta adversidade. Devo igualmente demonstrar gratidão pelos 99,99% das coisas boas que tive na vida.

Quando oiço alguém a lamentar-se dizendo “a vida é dura”, pergunto sempre “É dura comparada a quê”? Chame os outros para o bem com prudência e bondade. Quando a vida te dá 100 motivos para chorar, mostre à vida que tens 100 motivos para sorrir.

Aprende do teu passado, encara o teu presente com confiança, prepara-te para o futuro sem medo, tenha fé em Deus e mantenha-O próximo de ti”.

Para além destas passagens temos muitas outras narrações que inspiram alguma perseverança, alguma paciência, alguma confiança e fé em Deus perante as doenças e adversidades, como é o caso do profeta Job mencionado, tanto no Al-Qur’án, como na Bíblia.

O episódio atrás mencionado só pode ser visto com um olhar de admiração. São poucas as pessoas que foram abençoadas para atingirem tal nível de fé e confiança, e que tornam insignificante a mais dolorosa e debilitante situação.

Tais pessoas não são movidas nem abaladas por nada. Enfrentam os desafios da vida de forma corajosa. Contudo, isso só pode acontecer quando começarmos a crer, e aceitarmos de todo o coração, que tudo na vida vem da parte de Deus.

Para os que assim acreditam, tudo é igual, pois não encontram diferença em termos de proveniência entre a adversidade e a prosperidade.

O Profeta Muhammad (S.A.W.) diz, quando descreve as qualidades do crente que quando é fustigado por alguma adversidade ou é bafejado pela sorte: “ É espantoso o caso de um crente que, quando a prosperidade o atinge, ele é grato, e quando a adversidade lhe chega, é paciente e perseverante. E esta qualidade é encontrada somente num crente”.

A vida é assim, pois tem altos e baixos, e Deus testa-nos a todo o momento para distinguir os verdadeiros dos falsos.

Deus não sobrecarrega quem quer que seja com um fardo que não possa suportar. Nenhuma coisa na vida é insuportável.

Os que acharam que podiam escalar o Monte Evereste até ao seu cume, conseguiram lá chegar, enquanto que, os que acharam que não podiam, que jamais chegariam lá, ficaram sempre para trás.

Nunca diga “porquê?”, pois isso só serve para abrir a porta à dor e ao desespero. Ao invés disso, aceite a vontade de Deus e peça o Seu apoio e intervenção. O “porquê” não resolve nada aliás, isso é questionar a autoridade de Deus.

O “porquê eu?” é uma pergunta que muitos de entre nós fazemos quando enfrentamos alguma aflição. Outros acrescentam dizendo “que mal fiz eu?”, como se fossemos anjos isentos de pecados, como se nunca tivéssemos praticado mal algum. Mas quando tudo está a correr bem, nunca perguntamos: “porquê eu, que bem é que eu fiz”? 

Consta que um homem que trazia uma ligadura atada na testa foi ter com uma senhora santa, de nome Rabia, e esta perguntou-lhe: “Porque é que tens essa ligadura atada à cabeça”? O homem respondeu: “Sinto dores de cabeça desde ontem à noite”! Rabia perguntou-lhe. “Que idade tens”? Ele respondeu: “Tenho 30 anos”! Rabia perguntou-lhe: “Sofreste de dores de cabeça na maior parte da tua vida”? O visitante respondeu: “Não”! A visitada observou: “Deus manteve-te saudável ao longo de 30 anos. Porém, nunca amarraste uma ligadura de gratidão, mas só por causa de uma noite de dores de cabeça amarraste uma ligadura como sinal de lamentação”!

As bênçãos de Deus sobre os humanos são inúmeras, mas raramente nos lembramos disso, e só falamos das aflições, o que cria em nós um tipo de ingratidão para com Ele.

Geralmente, quando enfrentamos alguma aflição, ficamos desanimados e desesperados, mas quando Deus remove essa aflição, andamos como se nunca tivéssemos pedido algo à Deus. Em geral é esta a natureza do Ser Humano, salvaguardando claro, as excepções.
Jumua Mubaraka Inshallah!

SURAT AL ASR – PELO TEMPO- 2ª. parte

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

SURAT AL ASR – PELO TEMPO

Em nome de Deus, o Beneficente, o Misericordioso. 
“1 – Pelo Tempo;
2 – O homem está na perdição; 
3 – Salvo os fiéis (ou aqueles) que praticam o bem, aconselham-se na verdade e recomendam-se uns aos outros, na paciência e na perseverança”. Cur’ane 103.

O momento é o nosso tempo, que também passará, como o gelo colocado ao sol. Abençoado é aquele que no final de cada dia, se considera espiritualmente realizado.

O tempo que passaremos nas nossas sepulturas, aguardando o dia da ressurreição final. E finalmente, o tempo em que nos será ou não permitido ver o nosso Senhor. No Dia da Ressurreição, alguns rostos se apresentarão radiantes, brilhantes, esperando contemplar o Senhor. Algumas pessoas perguntaram ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) se na outra vida, no dia do Juízo Final, verão o rosto do Senhor, o Criador. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) respondeu afirmando, de que verão o Senhor, da mesma maneira como vêem o sol e a lua, quando não há nuvens abaixo deles.

A Surat Al Assr é uma advertência para todos os seres humanos. É uma crítica e uma chamada de atenção aos muçulmanos e não muçulmanos e para todas as nações.

Infelizmente, ao longo dos tempos da história, os homens exortam-se uns aos outros para a descrença, imoralidades e mentiras, afastando-se da Misericórdia e da Bondade de Deus. A orientação deste pequeno e grande capítulo do Cur’ane, ajuda a humanidade a refletir e a voltar a encontrar o caminho da verdade. YÁ HADI, HEHDINA SIRÁTUL MUSTAQUIM – Ó nosso Guia, guia-nos para o caminho da verdade.

Para referir que o homem está numa grande perdição, Deus jura pelo tempo. Deus não necessita de jurar por qualquer um dos objetos criados por Si. Neste caso, o “juramento” significa que o tempo é testemunha da perdição em que se encontra o ser humano. Esta Surat é como um relógio que se encontra mesmo à nossa frente, que nos adverte do tempo que se vai esgotando. Qualquer tempo desperdiçado ou aproveitado, já pertence ao passado. Este é o tempo que é dado a qualquer um de nós, que passa rapidamente, sem nos darmos conta. Um sábio referiu que o tempo é como o gelo, que se está derretendo. E referiu o comerciante que se dedicava à venda de gelo (na altura não havia condições de o conservar), que apregoava no bazar “tenham misericórdia daquele, cuja riqueza está a derreter”. Se não o conseguisse vender a tempo, perderia todo o dinheiro investido. E por isso, Deus jura pelo tempo, chamando a atenção da Sua Criação, que se encontra distraída com os prazeres da vida terrena. Pelo tempo, que testemunhará a favor ou contra nós!

A perda pode ser uma desgraça ou quando a morte atinge um amigo ou um ente querido. A perda pode ser um insucesso nos negócios, quando perdemos todo o capital investido e ficamos insolventes e falidos. Mas a Surat Al Asr alerta-nos p ara a perda dos valores morais e da religiosidade. Em contraste com aqueles que vão amealhando boas ações para a vida futura, verdadeiro sucesso para o ser humano.

Esta pequena e grande Surat, refere 3 qualidades que um crente deverá procurar obter e conservar: “Ter Fé, praticar boas ações e ser paciente”. 

In Sha Allah, continua no próximo Juma.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

20/02/2014

abdul.manga@gmail.com

sexta-feira, fevereiro 14, 2014

SURAT AL ASR – PELO TEMPO- 1ª. parte.

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Em nome de Deus, o Beneficente, o Misericordioso. “1 – Pelo Tempo; 2 – O homem está na perdição; 3 – Salvo os fiéis (ou aqueles) que praticam o bem, aconselham-se na verdade e recomendam-se uns aos outros, na paciência e na perseverança”. Cur’ane 103.

Esta é uma pequena Surat com uma abrangência muito ampla. Todo o significado foi condensado em poucas palavras, concisas e muito breves. Os versículos têm uma amplitude equivalente às advertências e conselhos contidos num grande livro. Por isso, o Imam Shafi (Rahmatulahi Aleihi) referiu que “se as pessoas considerassem só esta Surah, a mesma seria suficiente para a orientação deles”.

O significado das palavras contidas do Surat Al Asr, são tão elevadas, que no tempo do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) as pessoas recitavam a Surat uns aos outros, para se afastarem da descrença e da imoralidade. É referido no At-Tabarani, que Abdullah Bin Abi Hisn Madinah disse: “Sempre que duas pessoas dos companheiros do Profeta se encontravam, e que um deles tenha dado saudações de paz (ao outro) eles não se separavam, sem um deles ter recitado para o outro a Surat Al-Asr”.

Wal Assr. O tempo passa pela nossa juventude e pela nossa saúde. As horas passam sem nos apercebermos. O tempo passou pelos povos e deles ficaram as memórias. Ficaram as pirâmides, os monumentos, os castelos e os prédios. O tempo passou pelo nosso ente querido que há pouco o fomos enterrar. A Surat Al Asr lembra-nos que o tempo está passando e que nunca mais tem retorno. Saberemos aproveitar todas as horas da nossa vida?

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Aproveite cinco coisas, antes que outras cinco coisas te atinjam: 1- A tua juventude antes de envelheceres; 2- A tua saúde, antes de adoeceres; 3- A tua riqueza, antes de empobreceres; 4- O teu tempo livre, antes de te ocupares; 5- A tua vida, antes de morreres”. Relato de Al- Hákim, Al-Baihaqui e Ahmad.

Através dos Livros Sagrados, Allah Subhana Wataala lembram-nos o tempo que já passou e o tempo que ainda virá. O tempo em que Deus criou, através do barro, o nosso pai Adam (Aleihi Salam) – Adão, que a Paz de Deus esteja com ele. O tempo em que Ibliss (diabo) se tornou rebelde e a partir daí, passa o tempo a desencaminhar os inadvertidos. O tempo do Profeta Nuh (Aleihi Salam) - Noé, que a Paz de Deus esteja com ele -, cujo povo foi afogado, devido aos graves pecados cometidos. 

O tempo do Profeta Ibrahim (Aleihi Salam) e do seu filho Esmael (Aleihi Salam), enquanto reconstruíam a Casa Sagrada (Caaba), recitavam: “Senhor nosso! Faz surgir no seu meio, um Mensageiro saído entre eles, que lhes recite os Teus Versículos e lhes ensine a Escritura e a Sabedoria e os purifique; Tu és o Poderoso, o Sábio”. Cur’ane 2:129. A Casa Sagrada que que eles construíram e que é visitada por milhões de muçulmanos. A pé, de camelo e atualmente através diversos meios de transportes modernos, se deslocam à Peregrinação. Deus aceitou o pedido de Ibrahim e Esmael (Aleihi Salam): “Senhor nosso! Aceita (este serviço) de nós...” 2:127. A Caaba perdura no tempo e é um dos sinais de Deus.

O tempo do Profeta Mussa (Aleihi Salam) – Moisés, que a Paz de Deus esteja com ele – que pediu a Deus para lhe dar coragem a fim de enfrentar o faraó: “Rabbi Sharah li saodri.... ó Senhor meu, dilata-me o peito; facilita-me a tarefa; e desata o nó da minha língua; para que compreendam a minha fala”. Cur’ane 20:25 a 28.

O tempo de Issa (Aleihi Salam) – Jesus, que a Paz de Deus esteja com ele -, com a permissão de Deus, curou doentes e ressuscitou os mortos. O tempo do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) que sofreu perseguições e represálias durante vários anos, ao chamar as pessoas para o Deus Único: “LÁ ILALA ILALAH -

Não há outra divindade, excepto Allah”. E com ele, como último Profeta, o tempo da revelação do Cur’ane, que nos aconselha a praticar o bem, dizer a verdade e recomendar uns aos outros, na paciência e na perseverança.

In Sha Allah, continua no próximo Juma.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

13/02/2014

abdul.manga@gmail.com

O bom trato com os pais

E adorai a Deus e nada Lhe associeis. E tende benevolência com os pais”. - (Alcorão, 4:36)
Coord. por: M. Yiossuf Adamgy

Prezados Irmãos, 

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh: 

Temei a Deus e sabei que as almas têm uma predisposição natural por quem lhes faz bem, e os corações sentem-se unidos àqueles que nos amam. E não há ninguém, para além de Deus, que tenha maior preferên-cia por nós que os nossos próprios pais. Deus reuniu os direitos dos pais com os Seus direitos, o agradeci-mento a ambos junto com o Seu agradecimento. E aconselhou a ser benevolentes com eles para além de ordenar adorá-Lo a Ele: "E adorai a Deus e nada Lhe associeis. E tende benevolência com os pais " (Alcorão, 4:36). 

Deus, glorificado seja, concedeu duas graças que são:
 01)a criação e a nossa existência; e
02)além d’Ele os pais, por Sua permissão, são quem têm a graça de nos criar e dar-nos à luz. 

Ibn Abbas (r.a.) disse: "Existem três versículos Alcorânicos que estão relacionados com outros três; não se aceita um se não se cumprem os outros: 
01)"Obedecei a Deus e obedecei ao Mensageiro" (5:92); Quem obedeça a Deus e não obedeça ao Mensageiro não lhe serão aceites as suas obras. 
02)"Observai a oração e concedei az-zakat" (24:56); Quem faça a oração e não pague az-zakat, não lhe serão aceites as suas ações. 
03) E "Agradecei-Me e a vossos pais". Quem agradeça a Deus e não agradeça a seus pais, também não lhe serão aceites as suas ações. 

A complacência de Deus se alcança mediante a complacência dos pais, assim como o nojo de Deus é o resultado do nojo deles. 

Irmãos! A benevolência com os pais é algo grandioso. Recordemos a situação em que nos encontrávamos quando éramos pequenos e débeis: “Senhor Meu! Tem misericórdia deles, como quando eles cuidaram de mim, enquanto pequenino”. (Alcorão, 17:24). A tua mãe carregou-te no seu ventre durante nove meses, com incómodo, e deu-te à luz com dor. A tal ponto de sentir-se morrer, mas, no entanto, ao ver-te, imediatamente se esqueceu do sofrimento, e ocupou-se de ti, noite e dia. Cuidou-te e protegeu-te, foi capaz de passar fome para que tu estivesses saciado, de passar a noite acordada para que tu dormisses. Quanto ao pai, é quem se ocupa de procurar o sustento, de te proteger de todo o mal, de te educar, é quem se contenta e te abraça sempre que te vê e quando se ausenta te tem sempre presente. 

Estes são os nossos pais, esta é a nossa infância. Porquê negar estas graças? 

Al Bukhari e Muslim transmitiram que Abdullah bin Amr bin Al As (r.a.) narrou: Um homem apresentou-se peran-te o Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) e disse-lhe: “Vim jurar-te fidelidade para combater pela causa de Deus e para emigrar por essa causa, buscando a Sua recompensa por ela”. O Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) disse- -lhe: “Por acaso algum dos teus pais ainda está vivo?” Respondeu-lhe: “Sim, ambos”. O Profeta (p.e.c.e.) disse--lhe: “Regressa e trata-os sempre bem". Al Tabaráni transmitiu que um homem se apresentou ante o Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) para consultá-lo acerca de combater pela causa de Deus. O Profeta (p.e.c.e) disse-lhe: "Tens pais?" Respondeu-lhe que sim; então disse-lhe: “Apega-te a eles pois o Paraíso está sob os seus pés”. 

Irmãos! Os direitos dos pais são muito importantes; entre eles está o amar-lhes, obedecer-lhes, dizer-lhes sempre a verdade e ajudá-los no possível. Como disse o Profeta (p.e.c.e): “Tu e os teus bens pertencem aos teus pais". 

Protege-os de tudo o que é prejudicial, como eles fizeram contigo. Nunca os trates com rudeza nem lhes levantes a voz: “Não lhes digas ‘uf’, nem os maltrates” (Alcorão, 7:23). Deves ser humilde com eles e trata--los com muito carinho, pois alcançaram a velhice, e dedicaram os seus bens e os seus melhores anos a criar-te e educar-te. Deus disse: “Se alcançam a velhice junto a ti...” (Alcorão, 17:23). 

A palavra “junto a ti” indica a necessidade da tua proteção. Quer dizer que terminou o seu trabalho e agora começa o teu: “Não lhes digas ‘uf’ nem os maltrates. Dirige-te a eles com palavras boas" (Alcorão, 17:23). 

Um homem disse a Umar ibn Al Khattab (r.a.): “A minha mãe chegou à velhice e sempre que tem uma necessidade tenho as minhas costas à sua disposição. Por acaso estarei a compensar o que ela fez por mim?” Disse-lhe Umar (r.a.): “Não! Pois ela fazia-o com a esperança de que continuasses a viver, e tu faze-lo esperando o contrário. Mas estás a fazer uma obra de bem e Deus confirma as obras boas, sejam pequenas ou grandes”. 

Os seus direitos são muito importantes, pelo que recorrer a súplicas apesar de viverem e logo depois de desaparecerem é uma forma de reconhecer a nossa negligência e de manter a esperança em Deus: “Senhor Meu! Tem misericórdia deles, como quando eles cui-daram de mim, enquanto pequenino”. (Alcorão, 17:24). 

Irmãos! A mais aborrecida das situações é que os pais se vejam surpreendidos por uma atitude de ingratidão dos seus filhos, esquecendo-se da sua infância e da sua debilidade nos primeiros anos de vida. Eles querem que os seus filhos vivam, ao contrário dos filhos, que querem que os seus pais morram. 

Ó tu que desobedeces a teus pais! Por acaso considera-los o mais insignificante para ti? Dedicas tempo aos outros e esqueces-te deles? Por acaso não sabes que através do bom trato aos pais se espera que os filhos te tratem bem amanhã? E que se os tratas mal, um dia necessitarás dos teus filhos e eles farão o mesmo que fizeste com os teus pais. Conforme tratares os outros, assim serás tratado. A recompensa e o castigo são de acordo com a obra realizada. O Profeta (p.e.c.e) disse: “Não há falta que seja mais merecedora de ser castigada neste mundo e também no Outro do que a injustiça e o corte de laços familiares”. E o Profeta (p.e.c.e.) ainda disse que “entre as faltas mais graves está a idolatria e a desobediência aos pais”. 

Abdulah ibn Umar (r.a.) narrou que o Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) disse: "Há três tipos de pessoas que Deus não olhará no dia do Juízo: aos que desobedeceram aos seus pais, aos alcoólicos e aos que atiram na cara os favores que fazem". Jabir (r.a.) narrou que o Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) disse: "Ó, muçulmanos! Evitai desobedecer a vossos pais, pois o aroma do Pa-raíso sente-se a uma distância de mil anos. E por Deus! Que quem desobedeça aos pais não poderá senti-lo". 

Servos de Deus! Sabei que parte da benevolência com os pais é ter respeito pelos amigos de nossos pais, trata--los bem e procurar ajudá-los no possível. O Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) disse: "A maior benevolência do filho é ser piedoso com aqueles que os pais amavam". 

Apresentou-se um homem ante o Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) e perguntou-lhe: “Por acaso resta algo de benevolência com meus pais logo que faleçam?” Disse- -lhe o Mensageiro (p.e.c.e.): "Sim, rogar por eles, cumprir com os compromissos que tenham tomado, manter boas relações com os parentes e tratar bem as suas amizades, após o seu desaparecimento ". 

Tende a segurança que através da benevolência com os pais se conquista uma vida larga, um sustento próspero, e que os filhos sejam rectos. Em troca, a desobediência só acarreta o mal e a perdição. 

Irmãos! Devemos saber que a obediência aos pais é um dever, e uma forma de que o sustento se incremente, de que se leve uma vida óptima e de que as últimas obras neste mundo sejam boas. ́Ali Abu Talib (r.a.) narrou que o Profeta (p.e.c.e.) disse: "Quem deseje que a sua vida seja prolongada, o seu sustento seja folgado e que seja protegido de ter um mau final, que tema a Deus e mantenha boas relações com os seus familiares". E os pais são os familiares mais próximos. 

Deus disse: "E o Teu Senhor decretou que não ado-reis senão a Ele; e que trateis bem os vossos pais. Se um deles, ou a ambos, os alcance a velhice, junto de ti, não lhes digas "uf", nem os maltrates, e dirige- -te a eles com palavras boas. E sê humilde com eles por misericórdia. E dize: ‘Senhor meu! Tem miseri-córdia deles, como quando eles cuidaram de mim, enquanto pequenino". (Alcorão, 17:23,24). 

Que Deus, Altíssimo, nos abençoe através do Sagrado Alcorão e dos ensinamentos do Seu Mensageiro (p.e.- c.e.). Peço perdão a Ele por todos nós e pelo resto dos muçulmanos.■ 

Obrigado, boas leituras. 

M. Yiossuf Adamgy 

(13/02/2014 - alfurqan2011@gmail.com) _________________________________________________

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

A Poligamia na Visão Islâmica

A poligamia no islam é permitida para os homens e limitada por Deus num número de quatro mulheres, desde que o marido as trate com igualdade, no que se refere ao tempo gasto em sua companhia e benefícios materiais, é claro que não podemos controlar nossos sentimentos, podendo preferir uma à outra esposa mas devemos ser equitativo na maneira de tratá-las.

Aisha(raa) narra que o Profeta(saw) costumava dizer: Oh Deus, está é a minha divisão naquilo que eu posso controlar(coisas materiais mundanas). Por tanto não me censure naquilo que está nas Tuas mãos e que eu não posso controlar(assuntos sentimentais). (At-Tirmizi, Abu Daude, Ibn Majah).

Um homem só pode ter mais de uma esposa se for capaz de prover o sustento delas de forma igualitária. Essa prática era muito comum no passado, porém sem limite no número de esposas, cristãos e judeus já praticavam a poligamia, o islam apenas limitou o número de mulheres permitidas. 

Essa pratica só é estimulada em casos específicos como:

a)Guerra: onde o número de homens mortos é muito superior ao de mulheres, se o casamento com mais de uma mulher não fosse permitido isso geraria um caos social com a miséria de muitas famílias de viúvas e aumento da prostituição.

b)Incapacidade de procriação por parte da mulher: caso uma mulher seja estéril e seu marido deseje um filho, esse não precisa desampará-la para gerar seu filho, pode contrair outro matrimônio e continuar amparando sua primeira esposa.

c)Virilidade excessiva por parte do homem: existem períodos onde a relação sexual no islam é proibida para mulher como no caso da menstruação ou período pós- parto; em estado avançado de gravidez a relação sexual também é muito incomoda para mulher e o homem que tem um desejo exacerbado pode contrair legalmente outro matrimonio ao invés de recorrer a relações sexuais ilícitas, como é o caso do adultério.

Na verdade a poligamia no islam protege a mulher, quando dá ao marido insatisfeito a opção de casar-se com outra sem desamparar a primeira, também em lugares onde o número de mulheres é mais elevado do que o de homens a poligamia evita que muitas mulheres fiquem solteiras o que poderia acarretar em aumento da prostituição.Também protege as mulheres de idade avançada e que perderam o desejo sexual, estas permanecem amparadas por seus maridos enquanto eles podem satisfazer seus desejos sexuais de forma lícita com outra esposa. Na realidade na maioria dos casamentos monogâmicos houve ou há freqüentes casos de adultério, o que é aceito pelo ocidente, porém quando se fala da poligamia como forma licita de relacionamento isso é mal interpretado, isso porque a cultura ocidental acostumou-se a hipocrisia!Aceitam a relação escondida mas não a permitida por Deus!

Algumas mulheres se perguntam por que só é permitida a poligamia masculina, e isso pode ser explicado com base na estrutura familiar: um homem, mesmo tendo relação com mais de uma mulher sabe que o filho gerado é seu, agora uma mulher que tem relações com mais de um homem pode não saber a exata paternidade da criança, gerando um desconforto familiar.

Consta que um grupo de quarenta mulheres se juntou e perguntaram a Ali(raa): Por que o islam só permite a poligamia masculina?Não é isso uma discriminação injusta?.Ali(raa) pediu que trouxessem pequenos copos com água e os entregou a cada uma delas, depois pediu que despejassem os copos com água numa grande bacia que fora colocada no centro da assembléia, então pediu para que cada uma delas pegasse a sua própria água.Elas então perguntaram como aquilo seria possível se as águas tinham-se misturado. Ali(raa) disse-lhes então que se uma mulher tivesse vários maridos mantendo relações sexuais com todos eles como poderia distinguir o pai de cada criança?

Outro fator baseia-se em estudos que mostram que mulheres que mantém relações sexuais com vários homens ficam mais propensas a doenças sexualmente transmissíveis.

Uma mentalidade islâmica saudável consegue perceber as vantagens sociais que a poligamia trás. É normal existir ciúmes entre as mulheres mas a boa muçulmana sabe controlar esse sentimento pois é certo que Allah, o Sapiente age em benefício de uma sociedade saudável e justa para todos deixando nossos desejos pessoais, muitas vezes egoístas, em segundo plano.

Vemos nas sociedades onde a poligamia não é abertamente aceita um número cada vez maior de mães solteiras e jovens prostituindo-se, casamentos embasados em mentiras, mulheres vulgarizando-se ao acreditar na errônea promessa de liberdade sexual.

Ir contra a poligamia é rebelar-se contra Deus, o único que legisla com total justiça e sabedoria. A crente sabe que essa é uma vida passageira e que devemos ter paciência e obediência às leis de Deus para que Ele nos recompense na derradeira vida, insha Allah!

Fonte: A Mulher no Islam, Sheikh Aminuddin Mohamad!

Alguns dos Fatos Científicos do Nobre Alcorão Os Cientistas Confirmam


Allah enviou todos os profetas no sentido de transmitir à humanidade que Ele sozinho é o Criador de tudo o que existe. Muitos profetas foram enviados por Allah, cada um dos quais era portador de um milagre para provar junto do seu respectivo povo a veracidade/genuinidade da sua missão profética. Os tipos de milagres que cada um dos profetas trouxe correspondia com a arte ou a ciência prevalecente na época do seu aparecimento.

E o Profeta Muhammad –que Allah derrame as suas bênçãos e paz sobre ele, foi enviado para toda humanidade e foi o selo/derradeiro de todos os profetas. Allah fez com que o Al-Qur’an contivesse milagres para que cada um se submeta à verdade.

No nosso tempo moderno onde a ciência e tecnologia estão na linha da frente das/lideram as nossa vidas; Allah facilitou-nos as descobertas científicas, e ao depararmo-nos com os mesmos no Al-Qur’an, um indivíduo não terá outra escolha senão acreditar que o Al-Qur’an é a verdadeira palavra de Allah.

Neste pequeno texto, apresentamos algumas das descobertas científicas modernas com as suas partes/provas correspondentes no Al-Qur’an que tinha sido revelado ao Muhammad há mais de quatorze mil anos (quatorze séculos).

Dificuldade de respiração em altas altitudes

A pressão atmosférica diminui na medida em que nos elevamos acima da terra, e concomitantemente, o volume de oxigénio também decresce. Isto resulta na dificuldade em respiração e no aperto/constrangimento do peito. Ao continuarmos de nos elevar/ascender, esta condição piorará e ao atingir uma dada altitude, tornará a respiração impossível. Para sobrevivermos, torna-se necessário que haja um abastecimento suplementar do oxigénio e tenhamos uma roupa especial.

Este facto é claramente estabelecido no Al-Qur’an na seguinte afirmação de Allah no capítulo Al-Anaam:

A quem Allah quer encaminhar/guiar, Ele abra o seu peito para aceitar o Islam. A quem Ele quer desencaminhar/desviar, Ele faz com que o seu peito esteja fechado e constrangido como se estivesse a elevar-se na atmosfera. É desta forma que Allah cobre de abominação aqueles que recusam de acreditar.” (Capítulo 6, versículo 125)

Monstrá-los-emos os Nossos sinais no universo e assim com em suas próprias pessoas, até que lhes seja esclarecido de que (este al-Qur’an) é a verdade.” ( Capítulo 41, versículo 53)

No capítulo Hajj, versículo 5, Allah afirma:

Ó (vós) os humanos! Se tiverem dúvidas acerca da ressurreição, reparai que Criamo-vos a partir da terra, depois de esperma, logo convertemos vos em coágulo (de sangue), e posto isso, em feto, com forma ou amorfo, para demonstrar-vos (a Nossa Omnipotência).”

O embrião passa por muitas etapas (como vem demonstrado na gravura), da esperma (Nutfah)...posto isso ao coágulo (de sangue) (Ala’qah) e mais tarde passa para embrião (Mudhghah)...

Essas etapas foram descritas no livro intitulado “Developing Human” [Homem em desenvolvimento] que foi outorgado o prémio do melhor livro no mundo. Este livro foi redigido por Dr Keit L. Moor que anunciou que essas etapas estão em conformidade com o que se encontra descrito no Al-Qur’an e Sunnah. Ele não teve outra opção senão declarar que esses detalhes foram enviados ao Profeta Muhammad (as bênçãos e paz de Allah o cubra) por Allah e que Muhammad é o Seu verdadeiro Apóstolo.

(Esta declaração encontra-se gravada numa cassete de vídeo intitulado “It is the Truth” (É a Verdade) disponível na Associação dos Milagres Científicos de Sagrado Al-Qur’an e do Sunnah, com a sede em Cidade Santa de Makkah.)

As células da percepção de calor da pele

A pele contém células de percepção de calor e dor. Essas células chegam até onde as extremidade dos nervos transportam/acarretam uma corrente de sinais ao cérebro. Isto resulta no indivíduo sentir a sensação de calor sobre a sua pele. Demasiado calor destruí as extremidade dos nervos, o que dá lugar à perda do sentido de percepção de calor num indivíduo. Antes de um apóstata alegar que a sua percepção de calor resultante do fogo infernal pode ser perdido logo após a sua introdução ao fogo, ele deve considerar a exortação do Sagrado Al-Qur’an seguinte:

“Certamente! Quanto àqueles que negam as Nossas ayat (evidências, versículos) Introduzi-los-emos no fogo infernal. Sempre que a sua pele estiver queimada, Troca-la-emos por outra (pele), para que sintam mais e mais o castigo.” (Capítulo an-Nissa, versículo 56)

O Alto Mar

Os oceanógrafos descobriram recentemente que existem ondas internas centenas de metros no fundo do mar. Essas ondas constituem parte integrante de um mar que está abaixo do oceano que observamos sobre a superfície. Por isso é que se chamou de “Mar Alto.”

Este alto mar é completamente escuro. As criaturas que residem neste mar não têm olhos. No seu lugar, Allah providenciou-lhes com órgãos de percepção electromagnéticos para identificarem os seus alimentos e se defenderem dos seus inimigos.

Allah descreve-nos este facto do interior do mar descoberto apenas recentemente no Al-Qur’an no capítulo Al-Nur 24, versículo 40 como segue:

Ou a condição (do descrente/incrédulo) é semelhante às trevas de um profundo oceano, coberto por ondas, e ondas cobertas por nuvens escuras que se sobrepõem uma às outras. Se (um homem) estende a sua mão, será difícil de vê-la.”

“É deveras interessante encontrar estas informações no Al-Qur’an, por isso acredito que este livro é proveniente de Allah.” Dr. Heel: O eminente oceanógrafo Americano

Um aspecto da misericórdia de Allah sobre nos reside no fato de que ninguém jamais alegou haver criado algo em conjunto /em colaboração com Allah. Todos os profetas vieram para instruir as pessoas a proclamar o seguinte “todos os louvores e agradecimentos devem ser atribuídos só e tão somente a Allah...toda adoração/oração deve ser dirigida para Allah sozinho...e nenhum desses profetas pediu a seus respectivos povos para que lhes adorassem. Pelo contrário, eles pregaram o seguinte: “Adorem a Allah sozinho..não há mais divindade que merece adoração além d’Ele.”

O nosso Profeta Muhammad -que as bênçãos e paz de Allah o cubra, informou-nos que chegará uma altura em que as pessoas erguerão altos edifícios e que os mesmos terão uma altura extremamente elevada. Actualmente, observamos esta realidade ao nosso redor. O nosso Profeta -as bênçãos e paz de Allah o cubra, informou-nos o seguinte:

Quem afirmar: "Não há mais divindade que merece adoração além de Allah" com toda fé e sinceridade, entrará ao Paraíso.

A nossa aceitação desses factos significam que Allah aceitou-nos e desfrutaremos do prazer de paraíso eternamente. Pelo contrário, se não aceitarmos, na altura da morte, estaremos perante uma grande perda que se estenderá para toda eternidade. Que Allah nos proteja contra isto, amin.

Ó Allah! Criaste-me, e que sejas Tu a guiar-me para a senda reta.
Fonte: http://www.religiaodedeus.net/alguns_fatos_cientificos.htm

sexta-feira, fevereiro 07, 2014

A Poligamia no Judaísmo e no Cristianismo

A poligamia não é uma prática limitada à religião do Islam; ao contrário, ela também é bem conhecida na história do Povo do Livro, os judeus e cristãos. Apenas em tempos mais recentes ela foi desaprovada ou proibida pelos homens religiosos dessas religiões. Entretanto, quando se olha para a história primitiva das religiões, descobre-se que ela era pelo menos uma prática aceitável, se não encorajada.

A Poligamia no Judaísmo

A poligamia existia entre os israelitas antes do tempo de Moisés, que continuou a instituição sem impor qualquer limite no número de casamentos que um marido hebreu podia contratar. A Enciclopédia Judaica afirma, 

Embora não exista evidência de um estado poliândrico na sociedade judaica primitiva, a poligamia parece ter sido uma instituição bem estabelecida, datando dos tempos mais antigos e se estendendo até tempos comparativamente modernos.

Uma outra prática comum era tomar concubinas. Em tempos posteriores, o Talmude de Jerusalém restringiu o número pela habilidade do marido em manter as esposas de forma adequada. Alguns rabinos, entretanto, aconselharam que um homem não devia ter mais do que quatro esposas. A poligamia foi proibida no Judaísmo pelos rabinos, não por Deus. O rabino Gershom ben Judah recebeu o crédito da proibição da poligamia no século 11 marginalizando-a por mil anos (que terminaram em 1987) para os judeus da Europa Oriental (Ashkenazi). Os judeus do Mediterrâneo (sefaraditas) continuaram a praticar a poligamia. Conseqüentemente, de acordo com Will Durant, ‘a poligamia foi praticada por judeus ricos em terras islâmicas, mas era rara entre os judeus da Cristandade.’ De acordo com Joseph Ginat, professor de antropologia social e cultural na Universidade de Haifa, ela é comum e crescente entre os 180.000 beduínos de Israel. Também é freqüente entre os judeus mediterrâneos vivendo no Iêmen, com os rabinos permitindo que os judeus se casem com até quatro esposas. No moderno Israel, quando a esposa não é capaz de ter filhos ou é mentalmente doente, os rabinos dão ao marido o direito de casar com uma segunda mulher sem divorciar a primeira esposa.

A Poligamia no Cristianismo

Jesus, que ignorou a poligamia, é irrelevante como modelo para os costumes matrimoniais, uma vez que ele não se casou durante seu ministério terreno. De acordo com o padre Eugene Hillman, ‘Não existe em nenhum lugar no Novo Testamento qualquer mandamento explícito de que o casamento deve ser monogâmico ou qualquer mandamento explícito proibindo a poligamia.’ A Igreja em Roma baniu a poligamia de modo a se adequar à cultura greco-romana que prescrevia apenas uma esposa legal, embora tolerasse o concubinato e a prostituição.

O imperador romano, Valentiniano I, no século quatro, autorizou os cristãos a terem duas esposas. No século oito Carlos Magno, que mantinha o poder sobre a igreja e o estado, praticou a poligamia, tendo seis, ou de acordo com algumas autoridades, nove esposas. De acordo com Joseph Ginat, o autor de Polygamous Families in Contemporary Society (Famílias Poligâmicas na Sociedade Contemporânea) a Igreja Católica desaprovou a prática, mas ocasionalmente sancionou segundos casamentos para líderes políticos.

Santo Agostinho não parece ter observado nisso qualquer imoralidade ou pecado intrínseco, e declarou que a poligamia não era um crime onde fosse a instituição legal de um país. Ele escreveu em The Good of Marriage (O Bem do Casamento) (capítulo 15, parágrafo 17, que a poligamia era lícita entre os antigos patriarcas: se é lícita agora também, eu não me pronunciarei apressadamente. Porque agora não existe necessidade de ter filhos, como havia então, quando, mesmo quando as esposas tinham filhos, era permitido, de modo a ter uma posteridade mais numerosa, casar com outras esposas, o que agora certamente não é lícito.” 

Ele declinou de julgar os patriarcas, mas não deduziu de sua prática a aceitação em andamento da poligamia. Em outro trecho, ele escreveu, “Em nossa época, e de acordo com o costume romano, não é mais permitido tomar uma outra esposa, de modo a ter mais de uma esposa viva.”

Durante a Reforma Protestante, Martinho Lutero disse, “Eu confesso que de minha parte se um homem deseja se casar com duas ou mais esposas, eu não posso proibi-lo porque isso não contradiz a Escritura.” Ele aconselhou Felipe de Hesse a manter seu segundo casamento em segredo para evitar escândalo.[13] Um dos maiores poetas da língua inglesa e o famoso puritano inglês, John Milton (1608 – 1674), escreveu, ‘Eu não disse ‘o casamento de um homem com uma mulher’ porque por implicação eu acusaria os patriarcas sagrados e pilares de nossa fé, Abraão e outros que tiveram mais de uma esposa, ao mesmo tempo, de pecado; e eu seria forçado a excluir do santuário de Deus como espúrios, toda a descendência deles, sim, toda a descendência dos filhos de Israel, para quem o santuário foi feito. Porque é dito no Deuteronômio (xxii. 2,) “Um bastardo não deve entrar na congregação de Jeová até a décima geração.”[14] Em 14 de fevereiro de 1650, o parlamento em Nuremberg decretou que por causa da morte de muitos homens durante a Guerra dos Trinta Anos, todo homem tinha permissão de se casar com até dez mulheres.

As igrejas africanas reconhecem a poligamia há muito tempo. Elas declararam na Conferência de Lambeth em 1988, “Há muito foi reconhecido na Comunhão Anglicana que a poligamia em partes da África, e casamento tradicional, têm características genuínas de fé e retidão.” Mwai Kibaki, o presidente cristão do Quênia, cuja vitória foi atribuída ‘à mão do Senhor’ pela Igreja Presbiteriana da África Oriental, é polígamo. Sem estar mais sob a norma anterior dos brancos cristãos, a África do Sul pós-apartheid também legalizou a poligamia.

No início de sua história, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias praticava a poligamia nos Estados Unidos. Grupos que deixaram a Igreja continuam a prática após a Igreja a ter banido. A poligamia entre esses grupos persiste hoje em Utah, estados vizinhos, e colônias secundárias, e também entre indivíduos isolados sem filiação organizada à igreja.

Nos Estados Unidos a poligamia é ilegal, mas existe não-oficialmente, com uma estimativa de 30.000 a 80.000 pessoas vivendo como polígamo no Ocidente. Essas famílias são mórmons fundamentalistas ou grupos cristãos que mantém que a poligamia é uma prática das escrituras e honrada através dos tempos.

Antes que alguém aponte para o Islã e os muçulmanos ao discutir a poligamia, é necessário que tenha conhecimento do assunto e sua história. Não se deve julgar práticas consideradas aceitáveis ao longo da história através da mente limitada do tempo presente. Ao contrário, deve-se pesquisar o assunto extensivamente e, o mais importante, buscar orientação divina.
Fonte: http://www.islamismo.org/poligamia_judaismo_cristianismo.htm

quinta-feira, fevereiro 06, 2014

O bom modo, a afabilidade, a benevolência e a compaixão no Islão

"O muçulmano que mais tem aperfeiçoado a sua fé é quem tem melhores modos; Quantas pessoas se afastam do Islão devido a rudeza e a antipatia de alguns muçulmanos!"

Prezados Irmãos, 

Assalamu Alaikum Wa ráhmatullahi Wa barakatuh:

Uma ordem baseada na compaixão. Louvado seja Deus que diz:

“Dize (ó Muhammad): Acaso igualam-se os que sa-bem e os que não sabem? Na verdade, só meditam os dotados do intelecto”. (Alcorão, 39:9).

Prezados Irmãos: Estamos imersos numa crise que ameaça a inteligência e o respeito. Uma crise que afeta amigos; as pessoas ignorantes continuam na sua igno-rância, os poderosos oprimem com impunidade e as relações se desvalorizam, pois os filhos desobedecem os pais, os homens oprimem as mulheres e os estu-dantes insultam os seus professores; uma crise que tem desequilibrado a balança de valores. Esta é uma crise de comportamento, atitude e trato com os outros quan-do, paradoxalmente, o principal objectivo da religião do Islão é a purificação da alma, a educação de boas maneiras e bom tratamento. O Mensageiro de Deus (p.e.c.e.) disse: "Na verdade, tenho sido enviado para aperfeiçoar e corrigir os valores morais". E também disse: "O muçulmano que mais tem aperfeiçoado a sua fé é aquele que melhores modos tem". E o bom tratamento é o mais importante dos bons modos.

É por esta razão que o crente deve trabalhar persistentemente para educar a sua alma e aprender a ser afável com os seus semelhantes, não só em palavras que ele emprega quando se dirige a eles, mas também no tratamento. Deus diz: 

"O falar corretamente e o perdão são melhores do que a esmola seguida de uma queixa. Deus é Opulento, Clemente". (Alcorão, 2:263). 

"Não adorareis senão Deus; e tende benevolência para com os pais e os parentes, os órfãos e os necessitados e falai educadamente, cumpri a oração prescrita e pagai zakat..." (Alcorão, 2:83).

"Vai, tu (Moisés) e o teu irmão, com os Meus sinais, e de nada descureis, em lembrança de Mim. Ide ambos a Faraó. Por certo, ele cometeu transgressão. Então, dizei-lhe com um dito afável, na esperança de ele meditar ou recear a Deus". (Alcorão, 20:42-44).

Tratar bem as pessoas é uma atitude nobre de quem possui um coração sincero e fortemente ligado àquilo que satisfaz a Deus, e por certo que a Deus Lhe satisfaz que o Seu servo seja benevolente em todos os seus assuntos e compassivo para com as outras pessoas. Numa ocasião, o Profeta (p.e.c.e.) disse à Aisha (r.a.): "Aisha! Deus ama a benevolência e recompensa-a enormemente" E disse a respeito dos duros de cora-ção: "Deus não terá piedade de quem não são com-passivos com os outros".

Por conseguinte, deve-se ser afável com quem des-mente a Deus, e com mais razão se deve ter bom trato com os muçulmanos e com aqueles que não o são, mas demostram interesse especial em conhecer a religião de Deus. Quantas pessoas se afastaram do Islão devido a rudeza e a antipatia de alguns muçulmanos!

Irmãos na fé: Foi com bom tratamento que o Profeta Muhammad (p.e.c.e.) conquistou os corações das pessoas que convidou ao Islão e seguiram os seus ensinamentos. E Deus disse: 

"Pela misericórdia de Deus, foste (ó Muhammad) gentil para com eles([1]); porém, tivesses tu sido inso-ciável ou de coração insensível, eles se teriam afastado de ti. Portanto, indulta-os, implora o perdão para eles e consulta-os nas decisões (do momento). E se decidires algo, confia em Deus. Na verdade, Deus ama os confiantes n’Ele". (Alcorão, 3:159). 

O grau mais alto no bom tratamento é aprender a não responder as agressões; se uma pessoa for agredida, verbal ou fisicamente, deve esforçar-se por não responder com a mesma ação, mas sim, tentar ser paciente, tolerante e responder com respeito e educação. Pois Deus diz: 

"Que fazem caridade, tanto na prosperidade, como na adversidade; que reprimem a cólera; que indul-tam o próximo. Sabei que Deus aprecia os benfei-tores" (Alcorão, 3:134). 

"Jamais poderão equiparar-se a bondade e a mal-dade! Retribui (ó Muhammad) o mal da melhor forma possível, e eis que aquele que nutria inimizade por ti converter-se-á em íntimo amigo! Porém a ninguém se concederá isso, senão aos tolerantes, e a nin-guém se concederá isso, senão aos bem-aventura-dos". (Alcorão, 41:34-35).

Prezados Irmãos Muçulmanos: Devemos aprender a educação islâmica, as virtudes e seguir o exemplo do Profeta Muhammad (p.e.c.e.), que continuava a convidar as pessoas ao Islão, apesar de muitos deles o agredirem de muitas maneiras. E nós nos orgulhamos de pertencer ao grupo de seus seguidores, pois Deus diz: 

"Nun. Pelo cálamo e pelo que com ele escrevem, que tu (ó Mensageiro) não és, pela graça do teu Senhor, um louco! E, na verdade, ser-te-á reservada uma infalível recompensa. Porque és de nobilíssimo carácter. Logo verás e eles também verão, quem, dentre vós, é o aflito!" (Alcorão, 68: 1-6).

Deus nos abençoe com o Nobre Alcorão e nos guie. Que Deus nos perdoe os nossos pecados, pois Ele é o Perdoador, o Misericordioso.■ 

([1]) – A natureza extremamente cândida do Profeta Muhammad (p.e.c.e.) tornava-o caro a todos, e isso é reconhecido como uma das Misericórdias de Deus. Um dos títulos (nomes) do Mensageiro é “Misericórdia para a toda a Humanidade”. Em ocasião alguma tal candura, tal misericórdia, tal sofrimento prolongado, decorrentes da fraqueza humana, foram tão valiosas como depois do desastre da Batalha de Uhud. Era uma qualidade divina que, então, como sempre acontece, reatou neles os laços das almas de incontáveis homens e mulheres.
Obrigado, boas leituras.

M. Yiossuf Adamgy

(06/02/2014 - alfurqan2011@gmail.com)