sexta-feira, janeiro 23, 2015

Sabemos que não existe imagem do Profeta Muhammad ﷺ Mas há alguma Descrição das suas Feições?

Prezados Irmãos, 

Assalamu Alaikum (A paz esteja convosco):

Respondendo à pergunta que me foi colocada, direi o seguinte:

Deus, Todo-Poderoso, adornou ao Profeta Muhammad (s.a.w.) com as Suas Luzes Divinas e os Seus Modos. A seguir, acrescentou mais, dizendo-lhe: “És certamente de uma natureza sublime” (Alcorão, 68:4).

Os biógrafos do Profeta Muhammad (p.e.c.e.) descrevem que ele não era nem alto nem baixo, mas sim de estatura média. Os ombros eram robustos. Tinha a pele clara, nem escura, nem branca. Tinha uma fronte larga, com sobrancelhas espessas, afastadas, mas com uma chama prateada que brilhava no meio delas. Os olhos eram grandes. Os dentes eram brancos como pérolas. Os cabelos não eram encaracolados, nem lisos, mas entre ambas as coisas. Tinha um pescoço comprido. Tinha um peito robusto, mas delgado. Tinha o peito claro e tinha um linha de pelos entre o peito e o umbigo. Não tinha mais pelos sobre o peito além dessa linha. Tinha ombros largos e peludos. Sobre os ombros, tinha dois selos de profecia.

Todos os seus companheiros costumavam contemplá- -los. O ombro direito tinha um sinal preto e, à volta, alguns pelos grossos como os pelos de um cavalo. Os antebraços eram compridos, os punhos largos. As palmas das mãos eram mais suaves que a seda. Quando colocava a mão sobre a cabeça de uma criança ou de um homem, emanava dele um cheiro agradável a almís-car. Quando se movia, uma nuvem acompanhava-o, pro-tegendo-o do calor do sol. A sua transpiração era seme-lhantes a pérolas brancas e o seu odor semelhante a almíscar e âmbar. Os Companheiros disseram que ja-mais tinham visto algo parecido.

O Profeta Muhammad ﷺ costumava baixar a cabeça em vez de a levantar. Quem o via de longe ficava espan-tado na sua presença. Quem o conheceu intimamente, amou-o. Era o mais belo, tanto no seu aspecto exterior como interior.

Amar ibn al-As (r.a.) disse: “Ninguém era mais querido para mim do que o Sagrado Profeta ﷺ nem aos meus olhos havia alguém mais glorioso do que ele. Tão brilhante era a sua glória que jamais pude contemplar o seu rosto durante muito tempo. Desta forma, se alguém me pedisse que o descrevesse, não seria capaz de o fazer, pois, nunca pude fixá-lo tempo suficiente para isso”. 

O Profeta ﷺ era a pessoa mais corajosa, mais justa e mais generosa. Costumava caminhar entre os seus inimigos, sozinho e desprotegido. Não temia nada deste mundo. Era o homem mais modesto, o mais sincero e o mais piedoso. Nunca falou apenas para passar o tempo, preferia o silêncio à palavra. Nunca mostrou orgulho, embora fosse o orador mais eloquente.

Deus deu ao Profeta Muhammad ﷺ mestria em política e mestria em conduta privada. Embora não soubesse nem ler, nem escrever, Deus elevou-o da terra da ignorância e ensinou-lhe as melhores maneiras e o melhor da ética.

Era o mais gentil dos homens, o mais tolerante e o mais misericordioso, como Deus, ele mesmo, o chamou: “… e é o mais amável e misericordioso” (Alcorão, 9:128). Sorria para todos e a todos dizia brin-cadeiras, mas decentes. Sozinho, chorava e a Deus pedia perdão pela sua Comunidade. Estava continua-mente num estado de contemplação e de meditação. Muitas vezes, costumava sentar-se e rememorar Deus recitando o dhikr. Costumava caminhar, acompanhando as viúvas e os órfãos. Mostrava-se humilde na presença dos descrentes, desejando que estes se convertessem em crentes. Um dia, alguém pediu-lhe que rezasse a Deus para que amaldiçoasse os incrédulos, ao que ele respondeu: “Não fui enviado como maldição, mas sim como misericórdia. Orarei para que sejam guiados porque eles não sabem”.

Convocou todos perante Deus. Nunca humilhou o pobre. Nunca temeu nenhum rei. Sempre elegeu o caminho menos complexo, segundo a vontade de Deus. Sorria-se sem emitir nenhum som, nunca o fazia em voz alta. Dizia sempre: “Ajuda o teu povo”. Costumava mun-gir as suas cabras, ajudar a sua família, remendar as suas roupas. Caminhava descalço para visitar os po-bres, apesar destes serem incrédulos ou hipócritas. Visitava as sepulturas dos crentes e saudava-os. Apren-deu a esgrimir, treinou com o arco e as flechas, andava a cavalo, no dorso dos camelos e dos burros. Comia com os pobres. Aceitava sempre os presentes com gratidão, mesmo que fosse apenas uma colher de sobremesa, e recompensava quem lhos dava. Nunca se alimentou da caridade, mas entregava imediatamente esses alimentos aos pobres. Nunca guardou um dinar ou um dirham em casa, a não ser que fosse para dá-los aos pobres. Nunca regressava a casa antes de ter gastado em caridade tudo o que Deus lhe dera.

Era muito bom para com os familiares e amigos. Incentivava os amigos para que caminhassem à sua frente e caminhava ele atrás. Dizia: “Que nas minhas costas caminhem os anjos”. 

O seu companheirismo era o companheirismo da paciência e da modéstia. Aquele que discutia com ele via nele paciência. Não respondia àqueles que o insul-tavam. Nunca se voltou contra alguém irado e nunca usou uma linguagem rude. Nunca se zangava por si mesmo, mas pelo seu Senhor. Costumava comer com os seus servos. Nunca bateu em ninguém com a mão. Nunca castigou por um erro, sempre perdoou. O seu servo Anas (r.a.) disse: “Em toda a minha vida, jamais ele me questionou ‘por que fizeste isto, ou por que não fizeste aquilo?”

O Profeta Muhammad ﷺ era um exemplo vivo do seguinte versículo Alcorânico:

«Não se equiparam obrar o bem e obrar o mal. Se fores maltratado, responde com uma boa atitude [sabendo desculpar], e então verás que aquele com quem tinhas uma inimizade se converterá no teu amigo fervoroso». (41:34).

Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 22/01/2015.

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