A Paz é geralmente definida como um estado de calma ou tranquilidade, uma ausência de perturbações. Derivada do latim Pacem = Absentia Belli, pode referir-se-à ausência de violência ou guerra. Neste sentido, a paz entre nações e dentro delas, é o objectivo assumido de muitas organizações, designadamente a ONU...
No plano pessoal, paz designa um estado de espírito isento de ira, desconfiança e de um modo geral todos os sentimentos negativos. Assim, ela é desejada por cada pessoa para si próprio e, eventualmente, para os outros, ao ponto de se ter tornado, sobretudo no Islão, uma contínua saudação, (que a paz esteja contigo) e um objectivo de vida.
Sempre nos moverá a esperança de um mundo novo, melhor, mais humano, mais fraterno. As guerras deve-riam terminar, deveria melhorar-se a organização da sociedade, da economia, da política; algo anda mal, quando temos que usar as armas e matar, para solucionar os nossos conflitos.
As sombras da morte mancham-nos a todos, venham de onde vierem, como dizia o poeta John Donne: ─ “Nenhuma pessoa é uma ilha; a morte de qualquer uma me afecta, porque me encontro unido a toda a humanidade; por isso, nunca perguntes por quem dobram os sinos; dobram por ti”. Cada caído inocente, nessa guerra inútil, da chamada faixa de Gaza ou do país de Israel ou nas ruas de qualquer cidade do mundo, é uma bofetada na Paz, na humanidade.
E Albert Einstein dizia in 'Como Vejo o Mundo', “o mundo não está ameaçado pelas más pessoas, mas sim por aqueles que permitem a maldade. (...) Desarmamento e segurança só se podem alcançar se ambos forem considerados interdependentes. A segurança só estará garantida quando, todas as nações, se comprometerem a cumprir as decisões internacionais”.
Encontramo-nos, portanto, numa encruzilhada. De nós depende seguirmos o caminho da paz ou continuarmos trilhando o da força bruta, indigno da nossa civilização. Dum lado esperam-nos a liberdade dos indivíduos e a segurança das comunidades, de outro lado ameaçam-nos a servidão para os indivíduos e o aniquilamento da nossa civilização. O nosso destino será tal qual nós o merecermos. O aperfeiçoamento moral e estético é um objectivo a que a arte, mais do que a ciência, deve dedicar os seus esforços. É certo que a compreensão do próximo é de grande importância. Essa compreensão, porém, só pode ser fecunda quando acompanhada do sentimento de que é preciso saber compartilhar a alegria e a dor. Cultivar estes importan-tes motores de acção é o que compete à religião, depois de libertada da superstição. Nesse sentido, a religião toma um papel importante na educação, papel este que só em casos raros e pouco sistematicamente se tem tomado em consideração.
O terrível problema magno da situação política mundial é devido em grande parte àquela falta da nossa civilização. Sem «cultura ética», não há salvação para os homens.
O Papa Francisco viajou a Jerusalém, ao lugar onde agora caiem mísseis e mortos, procurando o caminho da Paz e da Unidade. Esta porção da terra é quem sabe o sítio que mais desejou estes dois dons, na qual mais sementes, que continham estes ansiados presentes, se polvilharam, na qual mais gritos os pediram…, e, quem sabe, também é o espaço de mais violência e destruição da História.
Agora que os noticiários se enchem das imagens das bombas, dos mortos sem sentido nessa terra bendita, onde viveram e caminharam grandes Profetas da paz — Abraão, Jesus, Muhammad — continuo a gostar mais da imagem desse homem chamado Francisco caminhando até ao muro das lamentações, para abraçar-se a um imame muçulmano e a um rabino judeu. Essa foto comove a alma de paz, de esperança. Apesar das sombras, o passo deste homem de Deus, certifica que a Paz e a Unidade são possíveis, para além das religiões. Benditos sejam os anúncios de paz, a Paz…!
Não me iludo. Sei que os homens da guerra não param. Move-os a cobiça, a ambição, a vingança, o rancor…, feridas profundas submersas na alma, muito difíceis de arrancar, e, das quais todos temos algo. As guerras não cessam, nunca cessaram, ao longo da história. As sombras da morte e as crueldades cumprem alguma missão que acabamos por não entender nesta evolução da sociedade até ao mundo melhor, até “os céus novos e a terra nova”.

Se a guerra avança, nada nem ninguém impedirão que continuemos unidos às pessoas de boa vontade, gritando do silêncio da oração, desde o nascer do sol até ao ocaso, PAUSA para Paz! Uma pausa interminável a favor da Paz!■
— «A paz é fruto da justiça» - Profeta Isaías, 32:7.
— «Não existe um caminho para a paz. A paz é o caminho». - Mahatma Gandhi.
— «Aquilo que se obtém com violência só se pode conservar pela violência». - Mahatma Gandhi.
— «A paz não pode ser mantida à força. Somente pode ser atingida pelo entendi-mento». - Albert Einstein.
Obrigado. Wassalam.
M. Yiossuf Adamgy - 22/07/2014.
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