quinta-feira, março 07, 2013

Racismo, Guerra e Paz no Islamismo


O islamismo nunca pregou nenhum tipo de racismo, todos os homens são iguais para os muçulmanos, seja negro, branco ou o que for. Ao longo da história muitas pessoas têm utilizado o islam para alimentar sua fúria, seus sonhos de vingança e outras atitudes que só faz deturpar o islamismo. Na prática os muçulmanos pelo mundo afora sempre condenaram as práticas e a versão deturpada de tudo que vai de encontro ao Alcorão Sagrado e a Sunnah. 

Eu afirmo uma coisa qualquer ensinamento sob o rótulo de “Islã”, que contradiga, ou que sejam uma variação dos verdadeiros ensinamentos da crença e da prática do Islã, devem ser rejeitados e essa religião deve ser considerada um culto falso islâmico. Ou seja, o que nós chamamos de Bidar (Inovação). Vale afirmar que toda inovação leva a confusão e toda a confusão leva ao inferno. 

Vejamos o que fala o livro sagrado e a Sunnah do Profeta SAAS a esse respeito

A cor, o idioma e a diferença entre os povos é um sinal de Deus para os refletidos; 

E entre os Seus sinais está a criação dos céus e da terra, as variedades dos vossos idiomas e das vossas cores. Em verdade, nisto há sinais para os que refletem.” (Surata dos Bizantinos -22) 

Não reparas em que Deus faz descer a água do céu? E produzimos, com ela, frutos de vários matizes; e também há extensões de montanhas, brancas, vermelhas, de diferentes cores, e as há de intenso negro. E entre os humanos, entre os répteis e entre o gado, há indivíduos também de diferentes cores. Os sábios, dentre os servos de Deus, só a Ele temem, porque sabem que Deus é Poderoso, Indulgentíssimo.” (Surata do Criador 27-28) Al Fatr

”Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sapientíssimo e está bem inteirado.” (Surata dos Aposentos13) 

O Profeta Muhammad SWS, disse: “Ó povo! Vosso Deus é um e vosso antecessor (Adão) é um. Um árabe não é melhor do que um não-árabe e um não-árabe não é melhor do que um árabe, e um branco não é melhor do que um negro e um negro não é melhor do que um branco, exceto pela piedade”. (Narrado Musnad Ahmad, 22978). 

A palavra Islam significa "fazer a paz" 
Muito embora quase todos falem sobre o Islam nos dias de hoje, infelizmente muito poucos sabem o real significado dessa palavra. Para a maior parte das pessoas, é apenas o nome de uma religião. Entretanto, poucos ponderam sobre o fato de que o nome pode carregar os pontos essenciais da fé. De fato, a maioria dos preconceitos e dos erros de interpretação que existem em relação ao Islam, é na verdade baseados nessa propagada de ignorância sobre o significado básico do termo Islam. Em seu sentido literal, Islam significa "fazer a paz", Islam, é a religião e o modo de vida da construção da paz. Fazer a paz, exatamente como o nome sugere, é o objetivo do Islam. O Islam quer produzir a paz em todas as esferas de importância da humanidade. O homem existe para estabelecer a paz com Deus, consigo próprio, com seu semelhante e com a criação de Deus. Uma pessoa que tenta fazer isso, é um muçulmano "alguém que busca construir a paz". 

Guerra Santa 
Eis outro erro que os inimigos do islam sempre utilizam. Eu posso afirmar que não há nenhuma relação entre "guerra santa" e o Islam. Esse termo se quer encontra no Alcorão, ou nas Sunnah do Profeta SAAS. Na verdade foi criado na idade média, na época das Cruzadas, quando apelos foram feitos no ocidente cristão por uma campanha de guerra ao Oriente, e, naquela época, contra o Islam e os muçulmanos. Isso sim foi chamada de "guerra santa". Como sabemos hoje, aquelas cruzadas foram tudo, menos santas. Veja essa ironia, hoje o termo é aplicado para os muçulmanos, enquanto de fato foi um termo criado para combater os muçulmanos. 

Então, o que é Jihad? 
Alguém então poderia perguntar "Muito bem, o termo "guerra santa" não é encontrado no Alcorão, mas há o termo Jihad, é não é a mesma coisa?" Jihad é uma palavra do Alcorão, mas não significa nem "santa" tampouco "guerra". Não é muito fácil de ser traduzido. O melhor meio de expressá-la pode ser: "Fazer algo com todos os esforços" ou "empenhar-se totalmente". Portanto, tudo o que um muçulmano fizer "com todo seu empenho" é Jihad. Seu esforço por paz e justiça sem "jihad" seria sem sinceridade. 

“O Profeta Mohammad (S.A.A.S.) disse: “O melhor Jihad é falar a verdade diante de um governante injusto”.” Esse dizer “indica claramente que tipo de esforço completo” significa aqui: superação pessoal do medo, da omissão interessada e do egoísmo. Esse Jihad é também um esforço contra o próprio ego. Portanto, o dizer seguinte é atribuído ao Profeta Mohammad (S.A.A.S.), quando uma vez ele, com seus companheiros, retornavam de uma batalha: "Nós estamos retornando do jihad menor para o jihad maior.” Lutar com armas é aqui chamado "jihad menor" em comparação com a luta contra o próprio ego. Essa obrigação deve ser mantida em vista quando se fala de guerra e paz no islam. 

Islam oriente bem seus seguidores quanto ao Pacifismo 
O Islam não aprova um pacifismo cego, tampouco ordena a seus seguidores a sacrificar suas vidas ou a vida de outros, ou de alguém que seja responsável, por uma absoluta renúncia da violência. O Alcorão diz: 

Está-vos prescrita a luta (pela causa de Deus), embora o repudieis. É possível que repudieis algo que seja um bem para vós e, quiçá, gosteis de algo que vos seja prejudicial; todavia, Deus sabe todo o bem que fizerdes, Deus dele tomará consciência. (Surata AL Bakara 216)

Desse modo, o Alcorão reconhece que uma ordem de violência não é desejável, mas isso não é totalmente descartável e fornece claros princípios para tratar com a ameaça de violência, aplicação da violência e renúncia da violência. 

Em todos os tempos e situações o Islam mostrou-se tolerante 
O esforço prescrito aos muçulmanos no versículo alcorânico mencionado tem um objetivo claramente definido, é contra a compulsão na convicção religiosa e defende a liberdade de crença. O Alcorão diz: 
não há imposição quanto a religião, porque já se destacou a verdade do erro...” (Surata Al Bakara 256) .

Não conhecemos em nenhum outro Livro revelado uma declaração de tolerância religiosa como esta. Contudo o muçulmano poderá ser convocado para proteger seu direito de liberdade de crença em Deus por todos os meios, e se necessário pela aplicação da força, muito embora isso possa significar a quebra de algumas convenções existentes, como na Arábia antiga, quando lutar nos meses sagrados não era permitido diz Deus no Alcorão: 

“quando te perguntarem se é lícito combater no mês sagrado dize-lhes: a luta durante este mês é um pecado grave; porém, desviar os fiéis da senda de Deus, negá-lo, privar os demais da mesquita sagrada e expulsar dela (makka) os seus habitantes é mais grave ainda aos olhos de Deus, porque a perseguição é pior do que o homicídio. Os incrédulos, enquanto puderem, não cessarão de vos combater até vos fazerem renunciar a vossa religião...” (Surata AL Bakara 217).

Um muçulmano não apenas tem o direito, mas também a obrigação de defender a liberdade de crença em Deus mesmo por meios não convencionais contra aqueles inimigos, que impedem os que creem a viver de acordo com a senda impostas por Deus, a acreditar Nele, visitar seus lugares de adoração e permanecer ali em paz. Todos esses atos de transgressão contra os direitos humanos são resumidos em outras partes do Alcorão sob o termo de Dzulm, que significa opressão e violência injustificada. 

Combater a Opressão 
Empenho contra a compulsão na religião é ao mesmo tempo um empenho contra a violência injustificada e a opressão. Portanto, o Alcorão demonstra claramente essa ligação dizendo: 

“e o que vos impede de combater pela causa de deus e dos indefesos , homens, mulheres e crianças? que dizem: ó senhor nosso, tira-nos desta cidade (makka) cujos habitantes são opressores. designa-nos, de tua parte, um protetor e um socorredor.” (Surata das Mulheres 75), 

A um muçulmano não é apenas permitido, ele tem obrigação lutar pela proteção das pessoas, que pedem a ajuda de Deus contra a tirania. Isso é o que o Alcorão chama de "luta na senda de Deus". Luta ou guerra por objetivos mundanos é, no entanto, rejeitada pelo Islam. 

O Alcorão que ordena a luta contra a imposição religiosa e a opressão proíbe qualquer guerra por outras razões, seja, por poder político, influência econômica, recursos naturais, orgulho nacional ou tribal e tudo o mais que possa ser imaginado. Todas essas razões o Alcorão denomina com o termo coletivo de "bens deste mundo". De acordo com a perspectiva Islâmica, este mundo está em oposição ao além, "Ainda que a outra seja preferível, e mais duradoura! (Surata do Altíssimo 17), portanto o comportamento de um muçulmano não é determinado à guerra pelos bens deste mundo O Alcorão proíbe isso com este versículo: 

Ó fiéis, quando viajardes pela causa de Deus, sede ponderados; não digais a quem vos propõe a paz: Tu não és fiel - com o intento de auferirdes (matando-o e despojando-o) a transitória fortuna da vida terrena. Sabei que Deus vos tem reservado numerosas fortunas. Vós éreis como eles, em outros tempos; porém Deus voa agraciou (com o Islam). Meditai, pois, “porque Deus está bem inteirado de tudo quanto fazeis”. (Surata das Mulheres 94). 

Podemos afirma com isso que se um crente se envolver em algum conflito fora dos parâmetros definidos por Deus estaria agindo como um infiel, ou igualmente quando ainda não era muçulmano. Seu dever uma vez muçulmano é construir a paz. Empenho e guerra pelos bens deste mundo não produzem a paz. Portanto, o Alcorão sugere certas medidas para prevenir as guerras e assegurar a paz. 

Como o Islam Garante a Paz 
Quatro princípios para assegurar a paz e prevenir a guerra são mencionados no Alcorão. Esses podem também ser chamados de princípios da educação islâmica para a paz. Primeiramente, o Alcorão aplica o já mencionado princípio da "não compulsão na religião". Estabelecendo a liberdade das criaturas humanas de professar a fé em Deus como base para assegurar a paz. O segundo diz que o propagador da guerra deve ser punido severamente de acordo com o Alcorão e atentando para a consequência de seus efeitos maléficos. De acordo com o Alcorão, o que conspira para a guerra é para ser punido com a morte, ou ao menos com o banimento. Dessa maneira deve se prevenir a guerra. O terceiro princípio é o que o Alcorão exige dos que nele creem não apenas assegurar a paz por palavras, mas também por medidas visíveis, que expliquem para todos que o objetivo de posicionar-se contra a compulsão religiosa e a tirania e assegurar a paz não são apenas proclamar, mas também estar protegidos contra ameaças: 

Mobilizai tudo quando dispuserdes, em armas e cavalaria, para intimidar, com isso, o inimigo de Deus e vosso, e se intimidarem ainda outros que não conheceis, mas que Deus bem conhece. Tudo quanto investirdes na causa de Deus, ser-vos á retribuído e não sereis defraudados.” (Surata dos Espólios – v.60). 

Obs: O objetivo desta medida é claramente declarado: a prevenção da guerra. 

O quarto princípio: o Alcorão menciona em vários lugares a conclusão de tais tratados que garantem que a guerra não aconteça. Esse tratado é apenas anulado quando a outra parte rompe seus termos. Isso os muçulmanos não aceitarão, já que o Alcorão nos instrui: 

porém, se depois de haverem feito o tratado convosco perjurarem e difamarem a vossa religião combata os chefes incrédulos, pois são perjuros; talvez se refreiem." (Surata do Arrependimento 12). 

Auto Defesa um dom Natural defendido pelo Alcorão 
O Alcorão nos instrui para não começar uma guerra, mas se for inevitável concluí-la o mais rápido possível, isso também são meios de garantir a paz. Um muçulmano tem o sagrado direito de se defender, se atacado, mas ele é também é obrigado a terminar a luta quando o ataque cessar. A atitude do muçulmano no caso de guerra é sempre a atitude em resposta ao que aconteça a ele: “ 

“combatei pela causa de deus aqueles que vos combatem porém, não pratiqueis agressão porque deus não estima os agressores.” (Surata Al Bakara 190) 

"matai-os onde quer que os encontreis e expulsai-os de onde vos expulsaram...” (Surata AlBakara 191) 

"e combatei-os até terminar a perseguição e prevalecer a religião de deus. porém se desistirem não haverá mais hostilidades, senão contra os iníquos.” (Surata AlBakara 193) 

Aqui uma vez mais, as únicas razões permissíveis para a guerra são mencionadas: autodefesa contra a agressão e a expulsão. Ainda mais claramente o Alcorão declara em outra passagem: 

39.Ele permitiu (o combate) aos que foram atacados; em verdade, Deus é Poderoso para socorrê-los. 40.São aqueles que foram expulsos injustamente dos seus lares, só porque disseram: Nosso Senhor é Deus! E se Deus não tivesse refreado os instintos malignos de uns em relação aos outros, teriam sido destruídos mosteiros, igrejas, sinagogas e mesquitas, onde o nome de Deus é freqüentemente celebrado. Sabei que Deus secundará quem O secundar, em Sua causa, porque é Forte, Poderosíssimo.” (Surata da Peregrinação 39 e 40). 

No entanto o versículo “... porém se desistirem, não haverá mais hostilidades exceto contra os iníquos.” (Surata Al Bakara.193) instrui aos muçulmanos um esforço pelo restabelecimento da paz. 

Essa boa vontade para com a paz é exigida pelo Alcorão em qualquer caso “Se eles se inclinam à paz, inclina-te tu também a ela, e encomenda-te a Deus, porque Ele é o Oniouvinte, o Sapientíssimo.” (Surata dos Espólios 61). 

Concluindo não existe no verdadeiro islamismo espaço para qualquer prática de racismo. 

Quanto à guerra, única e exclusivamente, em favor da proteção contra a compulsão religiosa, proteção contra a opressão e a tirania, restabelecer paz e os direitos humanos, defesa contra o ataque e a agressão, o que também chamamos de autodefesa. 

Nosso objetivo principal esclarecer ao mundo o verdadeiro islamismo, aquele praticado na cidade de Medina, quando da migração do Profeta SAAS da cidade de Meca, e sermos permanentes agentes da paz, apesar das invasões de nossas terras e do uso de nossas riquezas naturais, em nome de pseudo-guerras contra o terrorismo.

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