domingo, dezembro 11, 2016

Rumo a uma sociedade e a uma educação multiculturais

Prezados Irmãos,

Assalamu Alaikum:

Há 1438 anos, Deus disse no Alcorão:

«Ó seres humanos! Na verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Por certo, o mais honrado dentre vós, perante Deus, é o mais temente. Na verdade, Deus é Omnipresente e Omnisciente». (49:13).

— «… A cada um de vós, Nós temos prescrito uma Lei e um caminho aberto. E se Deus qui-sesse tinha feito de vós um só Povo; mas fez-vos como sois, para vos testar por aquilo que vos concedeu; portanto, competi uns com os outros nas boas ações. Todos voltareis para junto de Deus, Que então vos esclarecerá a respeito das vossas divergências». (49:13).

A importância da interação na educação

As sociedades democráticas fortalecem-se através de princípios fundamentais, tais como a liberdade, a igualdade e a justiça. Manter a identidade de pessoas que produzem conhecimento e investigação parece bastante paradoxal numa sociedade democrática. Quando as variáveis, como a cultura, a etnia e a diversidade, são utilizadas para dar privilégios às pessoas de certos grupos e rejeitar outras, então a capacidade de oferecer igualdade de oportunidades converte-se num desafio importante para a sociedade. Significativamente, todo o ser humano procura reagir contra qualquer forma de dominação e tem um desejo intrínseco de liberdade. Por esta razão, mais do que nunca, a educação na e para a sociedade deve proporcionar o ensinamento que cada estudante necessita, para que possa desenvolver os seus próprios interesses e aprender a viver, se não em cooperação com os outros, pelo menos pacificamente. Dewey, provavelmente o filósofo e pensador mais influ-ente da educação progressiva, opõe-se firmemente a classificar os estudantes em categorias fixas ou a tratá- -los como membros de uma classe ou grupo.1 Noutras palavras, a escola deve proporcionar um bom equi-líbrio entre o plano de estudos, os professores e administradores, bem como garantir as condições físicas e morais.

O que é educação multicultural?

Uma boa maneira de começar é com uma definição construtiva do que se entende por “multiculturalismo” e “educação multicultural”. A educação multicultural é uma análise progressiva para a transformação da educação, à qual critica de uma forma holística, abordando as suas deficiências atuais, os erros e as práticas discriminatórias na educação.

2 Baseia-se na justiça social, na equidade educativa e no respeito pelo pensamento. Mais concretamente, os componentes necessários para garantir uma educação multicultural são: a integração dos conteúdos, o processo de construção do conhecimento, a redução dos preconceitos, a pedagogia da equidade e uma cultura escolar e social emanciadora.

3 Parece evidente que cada elemento se relaciona, de alguma maneira, com os outros. Cada um deles requer uma atenção considerável, sobretudo quando se pensa nos esforços pela resolução de conflitos no mundo. Neste paradigma, ser tolerante nas interacções sociais, valorizar cada opinião e não criticar, nem opor- -se aos outros, parecem ser os traços distintivos de uma sociedade multicultural.

Quando as pessoas são demasiado rígidas, o resultado é a destruição, ao passo que, quando as pessoas procuram ser construtivas proporcionam riqueza e reflexão. A ideia de “se não gostas de algo, faz algo melhor”, encaixa muito bem na ideia da educação multicultural, na qual a tarefa principal consiste em reduzir os moldes, os estereótipos, os preconceitos e a descriminação fora e dentro dos diversos grupos.

Por que é que a educação multicultural é necessária?

Vivemos num mundo em que os conflitos inter-raciais e as tensões parecem ter-se convertido num fenómeno inevitável da vida quotidiana. De um ponto de vista positivo, contudo, o último milênio tornou-nos mais capaz de adquirir conhecimentos sobre a natureza do reconhecimento global, a situação da igualdade de estados e as expectativas compartilhadas. Na sociedade atual, à medida que entramos no século XXI, o profundo fundo étnico das nações, a diversidade dentro das sociedades e uma percentagem, cada vez maior, de pessoas que falam uma segunda língua, fizeram da educação multicultural algo crucial. A educação multicultural é vista como uma oportunidade para melhorar as relações raciais e para ajudar a todos os estudantes a adquirir os conhecimentos, atitudes e habilidades necessários para serem partícipes das interações interculturais. As crianças aprendem a diferenciar quando jogam umas com as outras.4 O mesmo acontece na educação, pois o ensinamento converteu-se numa experiência multicultural. Em vez de temer ou ignorar a diversidade na aula (e na sociedade), os professores podem utilizar tal diversidade para enriquecer o ensinamento. A educação multicultural ajuda os professores a utilizar a variedade como um recurso que pode proporcionar mais significado, tolerância e oportunidades à aula multicultural.

Tanto os professores como os estudantes pertencem a diversos grupos que se distinguem por variáveis, tais como a idade, a classe social, o gênero, a raça e a etnia.

A educação multicultural é um mundo em mudança

Nas escolas públicas e colégios norte-americanos, cerca de 46% da população estudantil é formada por estudantes de origem étnica diferente. Cerca de 14% dos jovens em idade escolar vivem em lares em que o Inglês não é a língua nativa.5 Actualmente, o mais pro-vável é que a maioria dos professores tenha nas suas turmas estudantes de diversas origens étnicas e cultu-rais. Isso implica o problema de que muitos estudantes são assimilados nos processos de socialização e enfren-tam a assimilação cultural.

Para superar estas dificuldades, os educadores continuam a procurar movimentos de reforma educativa que sejam mais criativos, reflexivos e significativos. Neste sentido, a educação multicultural é capaz de ajudar os estudantes a desenvolver simpatia e compreensão para com cada grupo e ponto de vista. Dewey insiste na importância da interação na educação. Esta interação é um processo contínuo entre o indivíduo, os temas e outras pessoas. Dewey fala sobre uma pessoa que procura construir um castelo no ar; mesmo quando está empenhada nisso, não deixa de interagir com os objetos que constrói, na sua imaginação. Como seres humanos, somos criaturas mais complexas do que os animais. Cada ser humano é uma criatura especial, composta por sentimentos e características diferentes. A interação contínua, proposta por Dewey, entre o indivíduo e outras pessoas é verdadeiramente importante quando se pensa na existência de culturas dotadas da sua singularidade e peculiaridade. Tendo isto em conta, a escola é um lugar de interação social entre professores e alunos.

O ensinamento e a aprendizagem num ambiente escolar ocorrem principalmente através de interações sociais entre grupos. Ajudar os estudantes a desenvolver um sentido de identificação reflexiva e positiva com os seus grupos culturais não implica fechar-se à possibilidade de estabelecer um intercâmbio intercultural entre outros grupos. Isto quer dizer que, através do desenvolvimento e a clarificação dos limites das identidades culturais, se espera que os estudantes adquiram uma atitude mais positiva nos seus bairros e comunidades.

O aumento da educação multicultural

As mudanças democráticas ajudam a estimular o crescimento da educação multicultural. Proporcionar às pessoas a liberdade de agir, mais além das suas fronteiras étnicas e culturais, faz com que as sociedades sejam mais democráticas e livres. A aplicação dos princípios da educação multicultural (por exemplo, reduzir os preconceitos) pode ajudar os estudantes a desenvolver valores e atitudes democráticas. Além disso, melhorar os esforços de diálogo e tolerância, através deste tipo de educação, pode ajudar os estudantes a compreender, investigar e determinar como a igualdade de oportunidades pode conseguir-se quando se dá voz a todos. Os educadores de hoje enfrentam desafios inusuais e querem soluções rápidas para os problemas educativos. Em particular, os problemas relacionados com o racismo, a etnicidade e os preconceitos fazem com que a situação seja intolerável devido às grandes expectativas públicas. Considerando isso, a educação multicultural pode ser um fator promissor de incremento de intercâmbios culturais, ajudando os estudantes a obter valores e atitudes democráticas. Uma das maneiras mais eficazes de ensinar o respeito pela diversidade é a eliminação da ignorância. Se queremos entender outras culturas, quer seja de forma superficial ou pro-funda, é melhor adquirir um sentido de percepção que nos permita distinguir as coisas com mais clareza e com menos preconceitos.6 Por esta razão, o estabelecimento de programas de intercâmbio cultural demonstrou ter êxito na melhoria do entendimento, da compreensão, da tolerância e, finalmente, na aula. Ministrar lições que, direta ou indiretamente, conduzem a temas relaciona-dos com as comunidades multiculturais na aula é outra táctica importante que os professores podem adotar quando se trata de ajudar as crianças e jovens a compreender a importância do respeito da diversidade. Os professores que levam os seus bons valores e virtudes para a aula podem influir fortemente nas atitudes dos seus alunos.

Conclusão

A educação multicultural é uma nova tendência, e será integrada na maioria dos planos curriculares das escolas, nos próximos anos. Várias universidades de prestígio de todo o mundo exigem, atualmente, a todos os estudantes que frequentem aulas de estudos sociais. Deste modo, mediante o uso da educação multicultural, os professores, em particular, podem ajudar as crianças a valorizar a importância de gostar de todas as pessoas e de não julgar nenhum grupo pelas ações de algumas pessoas. Mais importante ainda, os professores devem modelar as suas palavras e comportamentos de forma tolerante e compassiva. Deveriam também incentivar as crianças a explorar os seus sentimentos sobre os pre-conceitos e o ódio. Ao fazerem isto, a sociedade disporia das melhores ferramentas para deter qualquer nova destruição e seria capaz de oferecer oportunidades potencialmente importantes para que a próxima geração possa aprender e integrar o respeito e a dignidade para com todas as pessoas.

Atualmente, muitas pessoas, mesmo aquelas que vivem numa sociedade multicultural, têm problemas relacionados com os “outros” e atacam-se umas às outras por determinados problemas ou por seguir diferentes caminhos. Culpar os outros por não terem as nossas origens e cultura não é a solução. Pelo contrário, procurar compreender e analisar as pessoas pelos seus valores pessoais e pela diversidade cultural contribuirá a mobilizar e construir uma sociedade solidária. É um fato que a religião nos ensina a tolerar os outros e a aceitar as pessoas que vivem em diferentes grupos e sociedades. A beleza e a singularidade da diversidade expressase no Sagrado Alcorão e no Novo Testamento:

Ó seres humanos! Na verdade, criamos-vos a partir de um homem e de uma mulher, convertemos-vos em tribos e famílias, para que possais conhecer-vos mutuamente (e assim estabelecer relações mútuas e cooperativas, não para que vos orgulheis das vossas diferenças de raça ou categoria social e façais inimigos). Por certo, o mais honrado dentre vós, perante Deus, é, certamente, aquele que é melhor na piedade, na retidão e na reverência a Deus. Deus é certamente Omnipresente e Omnisciente”. (Alcorão, 49:13).

“Ouvistes o que foi dito: Amarás ao teu próximo e odiarás ao teu inimigo. Mas eu digo-vos: Amai a vossos inimigos, bendizei os que maldizem, fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos ultrajam ou perseguem”. (Mateus, 5:43-44). ▀

1 - Dewey, J., Democracy and Education, Southern Illinois University Press Carbondale and Edwardsville, 1916. Edi-ção em castelhano: Democracia y Educación. Ed. Morata, Madrid, 1995.

2 - Gorski, P, Multicultural education and the internet: Intersections and integrations, McGraw-Hill, Boston, MA: 2000.

3 - Banks, J., Educating Citizens in a Multicultural Society, Teáceas College Press, New York and London, 1997.

4 - Dewey, J., Experience and Education, the Kappa Delta Pi Lecture Series Simon Schuster, 1938. Edição em Castelhano: Experiencia y educación. Biblioteca Nueva, 2004.

5 - http://www.census.gov/apsd/www/statbrief/ (U.S. Bureau of the Census).

6 - http://www.ncela.gwu.edu/practice/toleran-ce/3_stere-otypes.htm

Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 30/10/2014

RAMADAN, UM MÊS DE SACRIFÍCIOS E DE MUITO MAIS…

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e  s Bênçãos de Deus)Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso)- JUMA MUBARAK .
 Ramadan é um mês de sacrifícios. Para além de não ingerirmos quaisquer alimentos durante o dia e de continuarmos firmes nos nossos postos de trabalho, proveitamos todos os momentos livres para aumentarmos a nossa adoração a Deus. Aproveitamos para fazer muitas preces, orações facultativas, recitação do sagrado Cur’ane e louvores a Allah Subhanahu wa Ta’ala. É natural que o nosso corpo  fique cansado, mas em contrapartida, sentiremos uma satisfação com a nossa alma alimentada.

O Ramadan é o mês do conhecimento. É uma oportunidade para aumentarmos os nossos conhecimentos religiosos e a nossa fé. Para os que não compreendem a língua árabe, é o momento ideal para lerem e perceberem os versículos do Cur’ane  os ditos do Profeta (Salalahu Aleihi wassalam).

É um mês de reflexão. Uma altura que nos facilita mudar o rumo da nossa vida.

Entre este Ramadan e o anterior, o que fiz para o bem da minha alma? Alimentei a alma, ou só me preocupei com o aspecto e a saúde do meu corpo? O que posso daqui para a frente? É também o mês da oração. Os crentes incrementam as orações facultativas em congregação (tarawi) ou na solidão da noite (Tahajjud). No mês de Ramadan uma obrigatória é recompensada 70 vezes mais. As facultativas são recompensadas como se tratassem de acções obrigatórias.

Aproveite o mês da reconciliação, para fortalecer os laços familiares. Aproveite também para fazer as pazes com aqueles que nos ofenderam. “Perdoa-os generosamente”. Cur’ane 15:85. Sabei que os crentes são irmãos; reconciliai, pois, entre vossos irmãos”. Cur’ane 49:10

Este é o mês das preces, para pedirmos a Deus para nós, para os nossos pais, filhos, maridos/mulheres, familiares, amigos e para os que atravessam dificuldades.

Peça por aqueles que deste mundo já partiram, e que não têm possibilidades de pedirem perdão. “…Ó Senhor nosso, perdoa-nos, assim como também aos nossos irmãos que nos precederam na fé”. Cur’ane 59.10. Faça caridade em memória deles. Recite Surat Yacin e faça duá (prece). Lembre-se frequentemente deles nas suas preces.

É o mês da ajuda. Auxilie os irmãos muçulmanos que estão nas trevas e que têm vergonha de solicitar ajuda. Ajude-os, mas seja discreto. “Convoca (os humanos) ao caminho do teu Senhor, com sabedoria e bela exortação”. Cur’ane 16:125.

Descubra você mesmo o que pode fazer pelos outros. “Não descures praticar qualquer ato de benevolência, nem que seja o de receberes um irmão com semblante alegre”. Dito do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam). Muslim.

É o mês do arrependimento e da purificação do corpo e da alma, que nos incentiva a acabar com os vícios que diminuem a nossa fé, que prejudicam a nossa saúde e corrompem os nossos bolsos.

É o mês do auto controle, para treinarmos os nossos membros do corpo para se controlarem na altura de agirem. “… que controlam a sua cólera e são indulgentes para as pessoas – e Deus ama os benfeitores”. Cur’ane 3:134.

Arrefeça a fúria, a cólera. Controle a vista e a língua. Limpe a alma, limpe os seus pensamentos, limpe os seus sentimentos, torne-os mais puros, mais humildes. “Do teu ouvido, da tua vista e do teu coração, de tudo isto serás responsável”.Cur’ane 17:36.

Este é o mês da fraternidade e da caridade. Ajude os mais necessitados com a mão direita generosa. É o mês em que todos os muçulmanos devem ter o suficiente para o iftar e para o suhur. Participe na angariação de fundos e de gêneros alimentícios para distribuição a quem mais precisa. “Aqueles que (em caridade) gastam das suas riquezas, de dia e de noite, em segredo e em público, terão a sua recompensa junto do seu Senhor; e não sofrerão de temor, nem de preocupações”. Cur’ane 2:274.

É o mês de todas as oportunidades em que não podemos desperdiçar. Será que para o ano estaremos vivos? Será que teremos uma outra oportunidade para corrigirmos ou incrementarmos a nossa fé?

Ó Allah, só Tu é que dás a vida e a morte, rogamos para que alcancemos e completemos o mês de Ramadan com saúde e com a fé reforçada, para que possamos aliviar a carga dos nossos pecados. Ameen.

“Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. “Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17.

“Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. “E a conclusão das  suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.                  

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

11/06/2015

O Véu, Arma Contra a Islamofobia na Suécia 22/08/2013 - Autor: Amanda Figueras - Fonte: elmundo.es http://www.elmundo.es/elmundo/2013/08/20/internacional/1377009073.html (Tradução: M. Yiossuf Adamgy / Al Furqán)

Na Suécia, apresentadoras de televisão, cantoras, políticas e dezenas de mulheres e homens anônimos, não muçulmanos, decidiram pôr um véu como forma de protesto, depois de um suposto ataque racista (em apoio a muçulmana grávida agredida no país). A iniciativa provocou furor nas redes sociais. Usando o hijab, as mulheres publicaram as sus fotos 'veladas'. As fotos podem, igualmente, ser vistas no Instagram.

O acontecimento que despoletou a iniciativa ocorreu sexta-feira passada num parque de estacionamento em Estocolmo. Uma moça de 20 anos, grávida, foi agredida no subúrbio de Farsta. Um desconhecido bateu a cabeça dela contra um carro. Segundo o porta-voz da polícia, Ulf Hoffman, na imprensa local, diz não haver nenhuma dúvida de que isso é um crime racista.

Os organizadores dizem que não é um caso único, e que tais crimes estão crescendo na Suécia. "Queremos que as pessoas usem o lenço, na segunda-feira. Em primeiro lugar, porque queremos normalizá-los. As pessoas vêem os véus e os muçulmanos como algo estranho (impróprio). Esta poderia ser uma boa oportunidade para conhecer o que as mulheres muçulmanas estão passando", explicou Bilan Osman, um dos organizadores, ao Diário Göteborg.

Segundo um amigo da mulher atacada, que falou com a Radio Sveriges, resgaram o véu da vítima e depois bateu com a cabeça dela contra um automóvel até ela desmaiar, enquanto proferiram insultos racistas.

Num artigo de opinião publicado no jornal sueco 'Aftonbladet' no domingo, os organizadores do #hijabuppropet instaram a MinistrA da Justiça, Beatrice Ask, a tomar medidas para "garantir o direito à segurança pessoal e a liberdade religiosa muçulmana sueca, sem estar sujeita a ataques verbais e físicos", informou a  Al Jazeera.

A apresentadora da Televisão Gina Dirawi mudou a sua foto de Twitter e, juntou-se, também ao movimento da política Palma de Verônica.

«O princípio da liberdade religiosa é um princípio por todos partilhados. Contudo, será isto o que verdadeiramente se verifica?»«Governos e a Sociedade Civil devem reagir perante a ISLAMOFOBIA e diante de qualquer prática que fomente o ódio e a intolerância religiosa, incluídos os ataques aos lugares de culto;só o fomento da compreensão, da tolerância e do respeito em questões de liberdade cultural e religiosa poderão assegurar o futuro da convivência democrática».
Abu Hurairah narra que o profeta de Allah s.a.w. disse:

"As quatro melhores mulheres na terra são: Mariam Bint `Imran (A mãe de Jesus AS), 'Asiya Bint Muzahim – (esposa do Faraó Ramsés II), Khadija Bint Khuwailid (Primeira Esposa do Profeta SAAS e Fatima Bint Muhammad."(Filha do Profeta Muhammad e esposa do Khalifa Alī ibn Abī Ṭālib - o 4º Khalifa Probo). [Sunan Tirmidhi].

A grandeza de Asiya está no fato de que apesar de ser esposa de um dos governantes mais poderosos, arrogantes e tiranos do Egito, ela foi capaz de enxergar e aceitar a verdade na mensagem do profeta Moisés a.s. Para ela, beleza, riqueza ou status não eram os critérios principais para excelência humana; ela percebeu que sem fé em Allah, o ser humano não tinha nada. Allah a escolheu para abrigar o profeta Moisés a.s. quando ele era um bebê. Quando sua criada lhe trouxe a cestinha de Moisés a.s. do rio, ela insistiu junto ao Faraó de que ela queria adotar aquele bebê como filho.

E a mulher de Faraó disse: “Ele é para mim e para ti, alegre frescor dos olhos. Não o mateis. Quiçá nos beneficie, ou o tomemos por filho”. E não percebiam o que iria ocorrer. (28:9)

Asiya bint Muzahim declarou sua fé em Deus após testemunhar o milagre de Moisés a.s. na Corte do Faraó; e após testemunhar a morte de uma mulher crente sob tortura. Faraó tentou desviá-la do Deus de Moisés mas ela se recusou a rejeitar o Deus de Moisés a.s. Sob a ordem do Faraó, ela foi torturada até a morte.

E Allah propõe um exemplo para os que creem: a mulher de Faraó, quando disse: “Senhor meu! Edifica para mim, junto de Ti, uma casa no Paraíso, e salva-me de Faraó e de sua obra, e salva-me do povo injusto”. (66:11)

Nesta mulher, vemos um exemplo de sacrifício supremo: casando-se com Faraó, Asiya bint Muzahim se tornou Rainha do Egito, ganhou tudo que queria desta vida terrena do ponto de vista material: as melhores roupas, comida, palácios, jóias, servos e criadas etc. Mas ela sacrificou tudo isso para ficar mais perto de Allah. E é por isso que nós a vemos incluída pelo Profeta na lista das quarto mulheres que alcançaram o nível da perfeição. Ibn Kathir comentou sobre o versículo:

E Allah propõe um exemplo para os que creem: a mulher de Faraó, quando disse: “Senhor meu! Edifica para mim, junto de Ti, uma casa no Paraíso, e salva-me de Faraó e de sua obra, e salva-me do povo injusto”. (66:11)

Qatadah disse: "Faraó era a pessoa mais Tirana e incrédula na terra, e por Allah, sua incredulidade não afetou sua esposa quando ela decidiu obedecer ao Senhor.”

`Uthman an-Nahdi relatou que Sulayman disse: "A esposa de Faraó foi torturada sob o calor do sol. Quando seus torturadores paravam para descansar e se afastavam, os anjos a encobriam com suas asas e ela podia ver sua casa no Paraíso." al-Qasim bin Abi Bazzah disse: "A esposa de Faraó perguntou quem ganhou e foi-lhe dito: ‘Moisés e Aarão” Então ela disse: “Eu acredito no Senhor de Moisés e Aarão”. Faraó então disse aos que o rodeavam: “Procurem pela maior pedra que puderem encontrar. Se ela permanecer no que disse, joguem a pedra sobre ela. Se ela retirar o que disse, então permanecerá minha esposa. Quando eles vieram até ela, ela olhou para o céu e viu sua casa no Paraíso. Então, ela se ateve ao que disse e sua alma foi levada e a pedra caiu sobre seu corpo sem vida após sua alma ser levada”.

Os sábios dizem, sobre sua alegação:

“Senhor meu! Edifica para mim, junto de Ti, uma casa no Paraíso...” que ela escolheu seu vizinho (Allah s.w.t.) antes de mencionar que ela queria viver em uma casa no Paraíso. Abu al-'Aliyah disse: “A esposa de Faraó acreditou por causa da esposa do tesoureiro do Faraó. O que aconteceu foi que havia uma mulher escovando seu cabelo um dia e a escova caiu de sua mão. Então ela disse “Que qualquer um não creia em Allah seja destruído!” A filha do Faraó disse: “Você tem um senhor além de meu pai?” Ela respondeu: “O Senhor meu e seu e de tudo é Allah”. Então, a filha do faraó bateu nela e foi contar ao pai. Faraó a questionou: “Você adora outro deus além de mim?” Ela disse: “Sim, o Senhor de ti, de mim e de tudo é Allah, e eu O adoro”. Então Faraó a torturou colocando-a em uma estaca abrindo seus braços e pernas e espalhando cobras por cima de seu corpo. Um dia ela estava em tal estado que Faraó foi até ela e disse: “Vocês desiste?” Ela respondeu: “O Senhor de ti, de mim e de tudo é Allah”. Ele disse a ela: “Eu vou matar seu filho se você não retirar o que disse.” Ela disse: “Faça o que quiser” e então ele matou o filho dela e ela podia escutar a alma dele acalmando-a dizendo: “Fique feliz, minha mãe! Você tem tal e tal recompensa junto a Allah”.

Ela permaneceu paciente até que Faraó foi até ela outro dia e ela lhe disse o que havia dito antes. Então ele matou outro de seus filhos, e ela podia escutar a alma dele acalmando-a também. A esposa do Faraó escutou isso e isso a fez tornar-se uma crente. Allah levou a alma da esposa do tesoureiro do Faraó, e a esposa do Faraó logo percebeu a recompensa, o status e a honra que esta mulher tinha no Paraíso. Então, isso aumentou sua fé e certeza, até que Allah fez o Faraó descobrir sua fé, e ela disse a seus seguidores: “O que vocês sabem sobre Asiyah bint Muzahim?" Eles responderam elogiando-a e ele lhes disse: “Ela adora outro além de mim” e eles disseram: “Mate-a”. Então ele a colocou em um aparelho que esticava seus braços e pernas. Então Asiyah clamou por seu Senhor dizendo: “Senhor meu! Edifica para mim, junto a Ti, uma casa no Paraíso!”. Faraó estava entrando quando ela dizia isso e ela sorriu porque viu sua casa no paraíso, e Faraó disse aos que estavam observando: “Vocês não se impressionam com a insanidade dela? Ela sorri enquanto nós a estamos torturando?!” Então Allah levou sua alma para o Paraíso, que Allah esteja satisfeito com ela...”

[Tafseer al-Qur'an al-'Adheem: 4/504-505]

Rabana átina fidúnia hassanat ua fil arherat hassanat a qena a zarba nar... la haula wala kúata ila bilah Allah Azim! Jumua Mubaraka inshallah.