quarta-feira, janeiro 15, 2020

A Contribuição dos Muçulmanos as Ciências e as Artes

Quanto mais ciência há, tantos mais especialistas são necessários, entre os historiadores, para descrever adequadamente as contribuições muçulmanas a em cada ramo, e para colaborar, na compilação de uma análise em geral, sobre este vasto tópico, longe de pretender tratar dele adequadamente, faremos aqui, uma tentativa de fornecer informações de caráter geral, com relação ao papel desempenhado pelos muçulmanos, no desenvolvimento das diversas ciências e artes.


Atitude Geral


O Islam é uma concepção abrangente de vida, e não apenas uma religião, que descreve as relações entre o homem e o seu Criador, torna-se necessário, portanto, primeiramente, relatar, em linhas gerais, a sua atitude para com a ciências e as artes.

Longe de desencorajar uma vida de bem estar neste mundo, o Alcorão Sagrado expressa, repetidamente, fatos como este:
''Dize-lhes: Quem pode proibir as galas de Deus e o desfrutar os bons alimentos que Ele preparou para Seus servos? Dize-lhes ainda: Estas coisas pertencem aos que creem, durante a vida neste mundo; porém, serão exclusivas dos crentes, no Dia da Ressurreição. Assim elucidamos os versículos aos sensatos. '' (Alcorão Sagrado 7º surata, versículo 32)

Ele louva aqueles que:


''Ó Senhor nosso, concede-nos a graça deste mundo e do futuro, e preserva-nos do tormento infernal!''(Alcorão Sagrado 2º surata, versículo 201)



Ele ensina a humanidade:


''Mas procura, com aquilo com que Deus te tem agraciado, a morada do outro mundo; não te esqueças da tua porção neste mundo, e sê amável, como Deus tem sido para contigo, e não semeies a corrupção na terra, porque Deus não aprecia os corruptores.'' (Alcorão Sagrado 28º surata, versículo 77)

É essa busca pelo conforto que atrai o homem ao conhecimento, de maneira tão perfeita quanto possível, de tudo o que existe no universo, de modo a usufruir de todos os seus benefícios, e, por elas, ser grato a Deus, diz Deus no Alcorão Sagrado:

''Temo-vos enraizado na terra, na qual vos proporcionamos subsistência. Quão pouco agradeceis! '' (Alcorão Sagrado 7º surata, versículo 10)

''E nela vos proporcionamos meios de subsistência, tanto para vós como para aqueles por cujo sustento sois responsáveis. '' (Alcorão Sagrado 15º surata, versículo 20)

E ainda:

''Ele foi Quem vos criou tudo quando existe na terra; então, dirigiu Sua vontade até o firmamento do qual fez, ordenadamente, sete céus, porque é Onisciente.'' (Alcorão Sagrado 2º surata, versículo 29)

E também:

''Porventura, não reparais em que Deus vos submeteu tudo quanto há nos céus e na terra, e vos cumulou com as Suas mercês, cognoscíveis e incognoscíveis? Sem dúvida, entre os humanos, há os que disputam nesciamente acerca de Deus, sem orientação ou Livro lúcido algum.''
(Alcorão Sagrado 31º surata, versículo 20)

E diz:

''Deus foi Quem criou os céus e a terra e é Quem envia a água do céu, com a qual produz os frutos para o vosso sustento! Submeteu, para vós, os navios que, com a Sua anuência, singram os mares, e submeteu, para vós, os rios. Submeteu, para vós, o sole a luz, que seguem os seus cursos; submeteu para vós, a noite e o dia.'' (Alcorão Sagrado 14º surata, versículos 32 e 33)

E diz mais:

''E submeteu, para vós, a noite e o dia; o sol, a lua e as estrelas estão submetidos às Suas ordens. Nisto há sinais para os sensatos. '' (Alcorão Sagrado 16º surata, versículo 12)

E diz mais ainda:

''Não tens reparado em que Deus vos submeteu o que existe na terra, assim como as naves, que singram os mares por Sua vontade? Ele sustém o firmamento, para que não caia sobre a terra, a não ser por Sua vontade, porque é, para com os humanos, Compassivo, Misericordiosíssimo. ''
(Alcorão Sagrado 65º surata, versículo 12)

Por uma lado, o Alcorão Sagrado recorda aos homens o seu dever de adorar a Deus o Único:

''Que os provê contra a fome e os salvaguarda do temor! '' (Alcorão Sagrado 106º surata, versículo 4)


E, por outro, diz-lhes da necessidade de se esforçarem, num modo de causa e efeito:

''De que o homem não obtém senão o fruto do seu proceder?'' (Alcorão Sagrado 53º surata, versículo 39)

O Alcorão Sagrado não somente incita os homens a perseverar em suas buscas:

''Dize-lhes: Percorrei a terra e observai qual foi a sorte daqueles que vos precederam; sua maioria era idólatra.'' (Alcorão Sagrado 30º surata, versículo 42)

Mas também a tentar novas descobertas:

''Que mencionam Deus, estando em pé, sentados ou deitados, e meditam na criação dos céus e da terra, dizendo: Ó Senhor nosso, não criaste isto em vão. Glorificado sejas! Preserva-nos do tormento infernal! ''(Alcorão Sagrado 3º surata, versículo 191).

Quanto ao método de aumentar o conhecimento, é inspirador observar que já na primeira revelação, que veio ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), que nasceu entre gente iletrada, havia um mandamento para ler e escrever, em uma alegoria ao cálamo, que é o único meio do conhecimento humano:

''Lê, em nome do teu Senhor Que criou; Criou o homem de algo que se agarra. Lê, que o teu Senhor é Generosíssimo, Que ensinou através do cálamo, Ensinou ao homem o que este não sabia.''(Alcorão Sagrado 86º surata, versículos 1 ao 5 )

O Alcorão Sagrado nos lembra também:

''Antes de ti não enviamos senão homens, que inspiramos. Perguntai-o, pois, aos adeptos da Mensagem, se o ignorais!'' (Alcorão Sagrado 16 º surata, versículo 43)

''Antes de ti não enviamos nada além de homens, que inspiramos. Perguntai-o, pois, aos adeptos da Mensagem, se o ignorais!'' (Alcorão Sagrado 21º surata, versículo7 ).

Assim como:

''Perguntar-te-ão sobre o Espírito. Responde-lhes: O Espírito está sob o comando do meu Senhor, e só vos tem sido concedida uma ínfima parte do saber.'' (Alcorão Sagrado 17º surata, versículo 85)

E ainda:

''Nós elevamos as dignidades de quem queremos, e acima de todo o conhecedor está o Onisciente.'' (Alcorão Sagrado 12º surata, versículo 76)

E como é bela a oração que o Alcorão Sagrado nos ensina:


''Ó Senhor meu, aumenta-me em sabedoria!'' (Alcorão Sagrado 20º surata, versículo114 )

Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse:

O Islam está edificado sobre cinco pilares:

Crença em Deus;
A prática das orações;
Zakat.
Jejum;
A peregrinação à casa do Deus Único, a Kaaba;

Se a crença exige o cultivo das ciências teológicas, os demais exigem um estudo das ciências seculares, para a prática das orações, o rosto se volta para a direção de Makka, e a oração deve ser executada por ocasião do acontecimento de determinados fenômenos naturais.

Isto requer o conhecimento de elementos de geografia e de astronomia, o jejum também requer a compreensão de fenômenos naturais, tais como o surgimento da aurora, o por do sol e etc...

A peregrinação exige o conhecimento das rotas e dos meios de transporte para que se possa dirigir-se a Makka, o pagamento do zakat requer o conhecimento da matemática, e para se fazer o cálculo para a distribuição da herança dos mortos.

De modo semelhante, existem necessidades fundamentais para a compreensão dos Alcorão Sagrado à luz dos fatos históricos, citações e referências às ciências nele contidas.

Na verdade, o estudo do Alcorão Sagrado requer, antes de mais nada, um conhecimento da linguagem, na qual está compilado (ciências idiomáticas); as suas referencias aos povos exigem um conhecimento de história e de geografia, e assim por diante.

Lembremo-nos, da maneira como o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), começou uma vida independente, domiciliando-se em Madina, tendo sido o seu primeiro ato a construção de uma Mesquita, com uma parte reservada para o funcionamento de uma escola, a célebre Suffa, que durante o dia, servia como salão de palestras, e durante a noite, como dormitório para os estudantes.

Deus ajuda aqueles que ajudam a causa de Deus, e isto é reafirmando, freqüentemente, no Alcorão Sagrado, não é surpreendente que os muçulmanos tenham a boa sorte de possuir em abundância e a bom preço, papel suficiente para divulgar o conhecimento às massas, desde o século 2 da Hégira, começaram a ser implantadas fábricas de papel por todo o vasto império Islâmico.

Para os objetivos desta breve exposição, iremos fazer referencias somente a umas poucas ciências, para as quais as contribuições dos muçulmanos tem sido particularmente importantes, para toda a humanidade.

As Ciências Religiosas e Filosóficas

As ciências religiosas surgiram, como era natural, com o Alcorão Sagrado, que os muçulmanos receberam como a Palavra de Deus, a Mensagem Divina, endereçada ao homem, o seu exame e compreensão exigiram o estudo das ciências da lingüística, gramática, história, e até das ciências especulativas, entre muitas outras, que geralmente se transformavam em ciências independentes e de grande utilidade.

Enquanto a recitação do texto Sagrado deu origem ao desenvolvimento da ''música'' religiosa do Islam (assunto ao retornaremos mais adiante), a preservação do Alcorão Sagrado levou ao aperfeiçoamento da grafia arábica, não só do ponto de vista da precisão, mas também da beleza gráfica.

Com sua pontuação e vocalização, a escrita arábica é, incontestavelmente, amais precisa, para atender às necessidades desta língua, o caráter universal do Islam requeria o entendimento do Alcorão Sagrado por não árabes, e vemos surgir, aí, uma série de traduções, algumas já na época do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), Salman Al Farsi, traduziu trechos do Alcorão Sagrado para o Persa, que existem ainda nos dias de hoje, e o fim deste processo ainda está bem distante.

Deve-se ressaltar que essas traduções foram feitas, unicamente, com o propósito de tornar possível a compreensão do conteúdo, por aqueles que não conhecessem a língua árabe, jamais para o culto, pois, na prática da oração, só se usa a língua árabe.

E o método, adotado por ordem do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi perpetuado, ou seja, a transcrição por escrito e a memorização, ambos a serem feitos simultaneamente.

Cada processo destinava a ajudar o outro, para evitar o esquecimento ou que se cometesse erros, a instituição de métodos jurídicos de verificação aperfeiçoou ainda mais o sistema.

Assim, não bastava, somente, obter uma cópia do Alcorão Sagrado, mas também, lê-la do inicio ao fim, diante de um mestre reconhecido, para que se pudesse obter um certificado de autenticidade, essa prática continua, até os dias de hoje.

Como no caso do Alcorão Sagrado, os muçulmanos também se fixaram nos ditos do Profeta Muhammad, os relatos de seus ditos e atos, tanto público como privados, foram preservados, a preparação de tais memoriais começou já na vida do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), pela iniciativa pessoal de alguns dos seus companheiros, e foi continuada após a sua morte, por um processo de coletânea de conhecimentos de primeira mão.

Como no caso do Alcorão Sagrado, em todas essas transmissões fez-se questão da autenticidade, entretanto, os detalhes conhecidos da biografia do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ocupam centenas de páginas, tão grande foi o cuidado de se preservar para a [posteridade dados e documentos precisos.

O aspecto especulativo da fé, particularmente quanto a crença e dogmas, mostra que as discussões, que começaram quando Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), ainda estava vivo, tornaram-se, posteriormente, as raízes de diversas ciências, tais como o Kalam (dogmático-escolástica), e o Tsauwuf (místico-espiritualista).

As polêmicas religiosas com os não muçulmanos, introduziram elementos externos, a partir da filosofia grega e hindu, mais tarde, não faltaram aos muçulmanos os seus próprios e grandes filósofos, dotados de originalidade e erudição, como Al Kindi, Al Farabi, Ibn Sina (Avicena), Ibn Rushd (Averróis) e outros.

A tradução, para o árabe, de livros estrangeiros, resultou na feliz circunstâncias de centenas de obras gregas e sânscritos, cujos originais haviam sido perdidos, mas que ficaram preservados em suas versões em língua árabe.

As Ciências Sociais

O papel, desempenhado pelos muçulmanos, no desenvolvimento das ciências sociais têm sido muito importante, uma característica notável da ciência muçulmana é a rapidez com que se desenvolve, o Alcorão Sagrado, foi o primeiro livro, escrito na língua árabe.

Menos de dois séculos mais tarde, essa língua, de beduínos analfabetos, provou ser uma das mais ricas do mundo, tornando-se posteriormente, não só a mais rica do mundo, mas também um idioma internacional, para toda a sorte de ciências.


Sem parar de investigar a causa desse fenômeno, vale lembrar um outro fato, os primeiros muçulmanos foram, em sua maioria árabes; entretanto, com exceção do idioma, que era o repositório da Palavra de Deus e de Seu Mensageiro, eles apagavam muitas facetas da própria personalidade, sob a influência do Islam, de modo a receber, nele, todos os povos, em condições de absoluta igualdade.

Portanto, todos os povos participaram, no progresso das ciências ''islâmicas''; árabes, iranianos, gregos, turcos, abissínios, berberes, indianos e outros povos, que se converteram ao Islam, a sua tolerância religiosa era tão grande, e o apadrinhamento do saber tão perfeito, que cristãos, judeus, masdeístas, budistas e outros colaboravam, com o objetivo de enriquecer as ciências muçulmanas, no domínio literário das suas respectivas religiões, além de outros ramos do conhecimento.

A Lei

Por sua natureza abrangente, a ciência jurídica desenvolveu-se, entre outros muçulmanos, desde o princípio, foram eles os primeiros, no mundo a conceber uma ciência abstrata do direito, separada dos códigos de legislação geral do país.

Os antigos possuíam as suas lei, mais ou menos desenvolvidas e até codificadas, porém faltava, ainda, uma ciência que tratasse da filosofia e das origens do direito, do método de legislação, da interpretação e da aplicação das leis, etc...

E antes do Islam esta ideia nunca tinha se cristalizado, desde o segundo século da Hégira (século 8), começaram a surgir obras islâmicas desse gênero, chamadas de Usul Al Fiquih.

Antigamente, a lei internacional não era, nem internacional, nem era lei; fazia parte da política, e dependia da boa vontade e das intenções dos estadistas, além do que, as suas regras só se aplicavam a um número limitado de estados, geralmente os habitados pelos povos de uma mesma raça,, que seguiam a mesma religião e falavam a mesma língua.

Os muçulmanos foram os primeiros a dar-lhes um lugar definido no sistema jurídico, criando, tanto direitos, como deveres, isto poderá ser observado nas regras da lei internacional que formaram um capítulo à parte, nos códigos e tratados da lei muçulmana, desde o inicio.

O tratado mais antigo que possuímos é o Almajmú, de Zaid Ibn Ali, que morreu em 737, essa obra já contém o capítulo a que nos referimos, além disso, os muçulmanos desenvolveram este ramo de estudos como uma ciência independente, e já em meados do segundo século da Hégira existiam monografias sobre o assunto, todas sobre o título genérico de Siyar.

Um aspecto característico dessa lei internacional é o de que ele não faz qualquer discriminação entre estrangeiros; ela não se refere a interesses muçulmanos, e sim, somente, aos dos estados não muçulmanos de todo o mundo.

Outra contribuição, no domínio jurídico, é a Lei casuística comparada, o surgimento de diversas escolas de direito muçulmano tornou esse tipo de estudo necessário, para relevar as razões das diferenças de interpretação, bem como os efeitos das divergências de princípios sobre uma determinado ponto legal.

A constituição escrita do Estado também foi uma inovação do muçulmanos, alias o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi o seu autor, quando ele fundou uma Cidade Estado em Madina, dotou-a com uma constituição escrita, documento este preservado até os dias de hoje.

Ele menciona, em termos precisos, os direitos e as obrigações do chefe de estado, define as unidades constituintes, e também os respectivos setores em matéria de administração, legislação, justiça, defesa, entre outras, ela data do ano de 622 da era cristã.

Na esfera do direito, propriamente dito, aparecem os primeiros códigos, já no principio do segundo século da Hégira, estes dividem-se em três partes principais; culto ou práticas religiosas, relações contratuais de todos os tipos e penalidades.

De acordo com a sua visão abrangente da vida, não havia, no Islam, qualquer distinção entre a Mesquita e o capitólio, a doutrina do Estado ou a lei constitucional faziam parte do culto, uma vez que o chefe do estado era também o chefe do culto religioso.

A Lei internacional fazia parte dos direitos, sendo a guerra colocada no mesmo nível dos atos de pilhagem, pirataria e outras violações de direitos e tratados.

História e Sociologia

A parte muçulmana destas ciências é importante sobre dois aspectos:
da certificação da autenticidade;
da coleção dos detalhes mais variados.

Nascido à plena luz da história, o Islam não precisou depender de lendas ou de folclores, com referencia e informações sobre povos, cada narrativa recebia o valor merecido.

Mas a história corrente do Islam exigia medidas de confiabilidade total, para manter a sua integridade, através dos tempo, a certificação, por testemunhas, fora, antes, uma prerrogativa exclusivas dos tribunais de justiça, os muçulmanos aplicaram-na à história; exigia-se a comprovação de cada relato apresentado.

Se aparecia na primeira geração, após o acontecimento relatado, bastava que houvesse uma única testemunha confiável do evento, já na segunda geração, era necessário citar-se duas fontes sucessivas; ouvi ''A'' dizer que ouviu de ''B'', que viverá na época do evento, contar os detalhes do mesmo.

Na terceira geração, passavam a ser necessárias três fontes de testemunho, e assim por diante, estas referências exaustivas asseguravam a veracidade da corrente de fontes sucessivas, pois tornavam possível recorrer aos dicionários biográficos, que indicavam não somente o caráter dos personagens individualmente citados, mas também os nomes dos seus mestres e do seus principais pupilos.

Este tipo de comprovação existe, não somente em relação à biografia do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), mas para todos os ramos do conhecimento, transmitidos de geração para geração.

Os dicionários biográficos são um aspecto característico da literatura histórica muçulmana, os dicionários foram organizados por profissões, cidades, regiões, épocas, etc...

Também foi atribuída grande importância às árvores genealógicas, especialmente as árabes, e o rol de centenas de milhares de pessoas, de alguma importância, pesquisadas, facilita a tarefa do estudioso, que deseje penetrar nas causas subliminares dos acontecimentos.

Quanto a história, propriamente dita, a tendência características das crônicas é a sua universidade, At Tabari, por exemplo, que é um dos primeiros historiadores do Islam, não só inicia os seus volumosos anais com um relato da criação do universo e da história de Adão, mas também fala de outras raças que conheceu em seu tempo, tarefa essa que foi continuado, com ainda maior perseverança, pelos seus sucessores, Al Mas'udi, Ibn Miskhawaih Sa'id Al Andaluzi, Rachiduddin Khan e outros.

É interessante observar que estes historiadores, para começar com At Tabari, iniciaram as suas obras com a discussão de uma concepção do tempo, Ibn Khaldun mergulhou, mais profundamente nessas discussões sociológicas e filosóficas, em seu célebre; ''Prolegômenos à História Universal''.

Já no primeiro século da Hégira, dois ramos da história começaram a se desenvolver independentemente e forem, posteriormente combinados num todo composto.

Um era a história do Islam, que começava pela vida do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e continuava com o período dos califas, o outro, a história não muçulmana, quer a Arábia pré-islâmica ou a países estrangeiros, um claro exemplo disso é a história de Rachiduddin Khan, cuja maior parte falta ainda publicar.

Ela foi elaborada. Simultaneamente, em árabe e em persa, e fala com igual a familiaridade dos Profetas, dos califas, dos papas, bem como dos reis de Roma, da China, Índia, Mongólia, entre outros.

Geografia e Topografia

A geografia de Ptolomeu foi traduzida para o árabe, como também o foram as obras de autores hindus, relatos de viagens aumentavam diariamente, o conhecimento do homem comum, a própria diversidade de informações anulava qualquer possibilidade de chauvinismo, qualquer um era capaz de por tudo o que lhe interessasse à prova, por meios práticos.

O diálogo entre Abu Hanifa (716), e seus discípulos é célebre;

''Certo aluno o perguntou onde ficava o centro da terra e ele respondeu: Exatamente no lugar onde você está sentado.''

Está resposta comprova, sem margem de dúvida, que o orador queria dizer que a terra é redonda.

Os mapas múndi, mais antigos, elaborados pelos muçulmanos, representam a terra em forma circular. A cartografia de Ibn Haukai (975), por exemplo, não apresenta qualquer dificuldade para a identificação do mediterrâneo, próximo as nações do Oriente Médio.

O mapa de Al Idrisi, elaborado para o Rei Rogero da Sicília(1101-1154), surpreende por sua elevada precisão, nele consta até a nascente do rio Nilo, precisamos nos lembrar de que os mapas muçulmanos posicionam o Sul para cima e o Norte para baixo.

As viagens marítimas precisavam de escalas das longitudes e latitudes, tanto quanto do astrolábio e de outros instrumentos náuticos, milhares de moedas muçulmanas, foram descobertas em escavações na Escandinávia, atestam, conclusivamente, a atividade dos caravaneiros muçulmanos da Idade Média.

Ibn Majid, que serviu como piloto de Vasco da Gama até a Índia, fala da bússola como um objetivo já familiar.

Os marinheiros muçulmanos espantam-nos com a sua perícia e ousadia em viagens, de Basra (Iraque) até à China.

As palavras ''Almirante'', ''Cabo'', ''Monsoon" (monção), ''Alfândega'', ''Tarifa'', são todas de origem árabe, e são provas substanciais da influência muçulmana sobre a moderna cultura Ocidental.

Astronomia

A descoberta e o estudo do número de estrelas são reconhecidos como valiosas e inesquecíveis contribuições do muçulmanos, um grande número de estrelas continua a ser conhecido, na línguas ocidentais, pelos seus nomes árabes, e foi Ibn Rushd (Averróis), que reconheceu a existência de manchas na superfície do sol.

A reforma do calendário, feita por Ômar Al Khayyan, precede, de longe, a reforma gregoriana, os beduínos árabes pré-islâmicos já tinham desenvolvido observações astronômicas bastante precisas, não só para se orientarem, nas viagens noturnas pelo deserto, mas também para fazerem observações meteorológicas.

Vários livros conhecidos como Kitab Al Anwa, nos proporcionam provas suficientes da extensão do conhecimento muçulmano, posteriormente, com a tradução de obras hindus, gregas e outras para o árabe, a confrontação das informações divergentes exigiu novas experiências e cuidadosas observações.

Surgiram observatórios em todos os lados, muitos ficaram famosos como o de Ulugh Begh, no reinado do Califa Al Ma'mun, foi medida a circunferência da terra, cuja exatidão é incrivelmente espantosa, compilaram-se obras sobre as marés, o amanhecer, o anoitecer, o arco-íris, e principalmente sobre o Sol e a Lua, e seus movimentos.

Ciências Naturais

A faceta característica deste campo da ciência islâmica é a ênfase devotada à experimentação e à observação, sem prejuízo de idéias preconcebidas, o método muçulmano era bastante singular e formidável, os autores começavam o estudo das ciências preparando-se, através dos dicionários classificados de termos técnicos, que existiam em seus próprios idiomas.

Com extraordinária paciência, eles examinavam todos os livros de poesia e prosa, para extrair todos os termos, com as citações úteis, referentes a cada ramo separado, incluindo anatomia, zoologia, botânica, astronomia, mineralogia, etc...

Cada geração sucessiva revisava as obras dos seus predecessores, de maneira a acrescentar-lhes algo novo, estas simples listagens de palavras, algumas acompanhadas de observações literárias ou anedóticas, provavam ser de imenso valor, quando começava o trabalho de tradução; e raros eram os casos em que se tornava necessário adaptar a palavra ao árabe, ou conservar uma palavra estrangeira.

As palavras usadas na botânica, são características desse processo, exceto pelos nomes de certas plantas, que não existiam no Império muçulmano, não existe um único termo de origem estrangeira; encontravam-se palavras árabes para todos os termos.

A enciclopédia botânica de Ad Dinawari (895), em seis grossos volumes, foi compilada muito antes da primeira tradução, para o árabe, das obras gregas sobre o assunto, Ad Dinawari descreve não apenas o exterior de cada planta, como também as suas propriedades alimentares, medicinais e outras; classifica-as, descreve o seu habitat e fornece outros detalhes.

A medicina teve um extraordinário progresso com os muçulmanos nos ramos da anatomia, da farmacologia, da organização de hospitais e da preparação de médicos, que eram submetidos a exames antes de serem autorizados a exercer a profissão.

Mantendo fronteiras em comum com Bizâncio, com Índia, com a China, e outros países, a arte médica muçulmana e sua ciência, tornaram-se uma síntese do conhecimento médico mundial; os usos e costumes populares eram submetidos a experimentação e testes, gerando também nova contribuições.

As obras de Al Razi (Rhazes), Ibn Sina (Avicena) e Ibn Al Baitar, e de muitos outros, foram a base de todo o estudo da medicina, mesmo no Ocidente, sabemos agora que eles já conheciam a circulação do sangue.

Ótica

A ciência tem uma divida especifica para com os muçulmanos, possuímos um livro de raios, de Al Kindi, que já estava muito a frente do saber grego sobre os espelhos incendiários.

Ibn Al Haytam (Al Khazen 965), que o sucedeu, mereceu uma celebridade justa, Al Kindi, Al farabi, Ibn Sina, Al Biruni e outros, que representam a ciência muçulmana, não cedem o seu lugar a ninguém, na história mundial das ciências.

Mecânica e Mineralogia

Estes assuntos atraíram a atenção dos eruditos, tanto do ponto de vista médico, como com o propósito de distinguir as pedras preciosas, conhecimento tão almejado pelos reis e por outras pessoas abastadas, as obras de Al Biruni ainda são úteis nesses campos.

Ibn Firnas (888), invento um aparelho, no qual voava por grandes distâncias, morreu em um acidente, sem deixar qualquer sucessor, que continuasse e aperfeiçoasse o se trabalho.

Outros sábios muçulmanos inventaram instrumentos mecânicos, para içar a superfície navios submersos, ou para arrancar do solo, sem qualquer dificuldade, árvores de enormes dimensões.

Quanto aos acontecimentos do mundo submarino, existem numerosos tratados, escritos, sobre a pesca de pérolas e o tratamento das suas conchas.

Zoologia

A observação da vida dos animais selvagens e das aves sempre fascinou os beduínos da Arábia, Al Jahiz (868) deixou uma imensa obra, para a popularização do assunto, na qual tratava da evolução, tema que mais tarde foi desenvolvido por Ibn Miskawih, Al Kazwini, Ad Dumairi e outros.

Química e Física

O Alcorão Sagrado estimula os muçulmanos, repetidamente, a meditar sobre a criação do universo, e a estudar como os céus e a terra foram feitos, para serem subservientes ao homem.

Portanto, jamais houve qualquer conflito entre a fé e a razão, no Islam, foi assim, que os muçulmanos começaram muito cedo, um estudo sempre progressivo e sério, da química e da física.

Atribuem-se obras científicas a Khalid Ibn Yazid (704), ao grande jurista Ja'far Asiddik (765), e ao pupilo deles, Jabir Ibn Hayyan (776), cujo mérito tem sido celebrado através dos tempos.

A faceta característica das suas obras é a experimentação objetiva, ao ínves da simples especulação; era através da observação que eles acumulavam dados, por influência deles, a antiga alquimia foi transformada numa ciência exata, baseada em fatos, passíveis de demonstração.

Jabir Ibn Hayyan, já conhecia as operações químicas da calcinação e da redução, e desenvolveu, também os métodos da evaporação, sublimação, cristalização, e etc...

É evidente que, nesses caminhos do conhecimento humano, foi necessário o trabalho paciente de gerações e séculos inteiros, a existência de traduções em latim das obras de Jabir Ibn Hayyan e outros, usadas durante muito tempo como livros de textos básicos na Europa, é suficiente, para mostrar o quanto a ciência moderna deve às obras dos sábios muçulmanos, e como ela se desenvolveu rapidamente, graças à aplicação do método muçulmano da experimentação, em vez do método grego.

Matemática

A ciência matemática tem no seu desenvolvimento, traços que não podem ser apagados, da participação muçulmana, os termos ''Álgebra'', ''zero'', ''cifra'', são todas de origem árabe, os nomes de Al Khawarizmi, Ômar Al Khayyam, Al Biruni e outros, permanecerão tão famosos quanto os de Euclides, do autor hindu da Siddhanta, entre outros, a trigonometria era desconhecida pelos gregos, o crédito de sua descoberta pertence, indubitavelmente, aos matemáticos muçulmanos.

Finalizando

Os muçulmanos continuaram o seu trabalho, a serviço da ciência, até que se abateram grandes perdas, sobre os muçulmanos, seus principais centros intelectuais, como Baghdad, no Oriente, e Córdova e Granada no Ocidente, foram ocupados por bárbaros., para grande infelicidade da ciência, numa época em que a imprensa ainda não se tinha firmado, que queimaram as bibliotecas, com centenas de milhares de manuscritos, ocasionando perdas irreparáveis.

Os ''massacres por atacado'' não livraram os eruditos, o que havia sido construído, durante séculos, foi destruído, em poucos dias, e uma vez que uma civilização entra em declínio, devido a tais calamidades, leva alguns séculos, não só de tempo, mas também de recursos, inclusive de meios para estudar as realizações de outras civilizações, que deveriam ter assumido a bandeira da cultura, diante da queda dos vanguardeiros da civilização que os precedeu, antes de se poder as distância.

Além do mais, não se pode criar nobreza de caráter e grandes gênios apenas por querê-lo, estas qualidades são dadivas da graça do Todo Poderoso, que é Deus, para um povo.

E que homens de caráter nobre sejam reprimidos, ao invés de serem investidos na liderança dos seus conterrâneos, é mais uma tragédia que, freqüentemente, temos que lamentar.

Contribuição Islâmica para a Ciência

Durante o século VI, os muçulmanos herdaram a tradição e o conhecimento científico da antiguidade. Preservaram, elaboraram, fizeram uma releitura e, finalmente, passaram-na para a Europa. Foi nessa época que a dinastia omíada manifestou seu interesse pela ciência.

Foi o século que para os muçulmanos correspondeu às luzes da filosofia, da descoberta científica e do desenvolvimento, enquanto que a Europa mergulhava no que se convencionou chamar a Idade das Trevas. Os árabes desse tempo assimilaram o conhecimento persa e a herança clássica dos gregos, adaptando-os às suas próprias necessidades e formas de pensamento.

Pela primeira vez na história da humanidade, a teologia, a filosofia e a ciência puderam ser harmonizadas em um todo unificado, graças à capacidade islâmica de conciliar o monoteísmo com as provas da ciência, ou mais adequadamente, a fé com a razão. Talvez, um dos motivos que pode explicar esse desenvolvimento da ciência seja o mandamento de Deus para que as leis da natureza sejam exploradas. A ideia é admirar a criação por sua complexidade, admirar o Criador por sua habilidade. Talvez por causa dessa crença é que as contribuições do Islam à ciência alcançaram os diversos ramos do pensamento, inclusive a matemática, a astronomia, a medicina e a filosofia.

As culturas persa e hindu tornaram-se parte da herança islâmica no campo da Matemática. No século VII, durante a existência do Profeta, um matemático muçulmano hindu desenvolveu o símbolo "zero", que viria a revolucionar o estudo da matemática e tornar possível as grandes conquistas nesse campo, não só muçulmanas, mas de toda a humanidade.
Palavras como "álgebra" e "algorítimo" foram, na verdade, tiradas do vernáculo arábico e traduzidas para o latim. Foi um matemático muçulmano que formulou, explicitamente, a função trigonométrica. A palavra "seno" é uma tradução da palavra arábica "jayb". Al-Khwarizmi escreveu o mais antigo livro sobre matemática, conhecido somente na versão traduzida. Ele apresentou mais de 800 exemplos de cálculo de integração e equação, que viriam a ser adotados pelos neo-babilônios. Os muçulmanos introduziram os algarismos arábicos na Europa e ensinaram aos ocidentais as convenções mais adequadas ao conceito aritmético. O "zero" e os algarismos arábicos são a base da ciência dos cálculos, conforme é conhecida hoje.

Na primeira metade do século IX, os números exponenciais, incluindo o zero, foram usados por AL-Khwarizmi, para substituir as letras. Na segunda metade desse mesmo século, os muçulmanos da Espanha desenvolveram numerais ligeiramente diferentes na forma, huruf al-ghubar, originariamente usado em conjunção com um tipo de ábaco de areia. Leonardo Fibonacci, de Pisa, que havia sido discípulo de um mestre muçulmano, publicou um trabalho que permanece um marco na introdução dos numerais arábicos.

No início do século IX, cálculos matemáticos estimulavam o desejo de repostas para o movimento celeste. Esta curiosidade introduziu um novo campo no conhecimento humano, o da Astronomia. Uma das aplicações mais importantes da Astronomia é o cálculo para o horário das cinco orações diárias, que todo muçulmano faz. Ele é definido de acordo com a posição do sol, movendo-se de leste para oeste. As primeiras tabelas conhecidas, feitas para tal propósito, são datadas do século X, e são instrumentos importantes usados pelos muçulmanos.

O magnífico relógio do sol, que Ibn al-Shatir construiu no ano de 1371 para enfeitar o minarete principal da mesquita omíada de Damasco, confirma a exatidão dos cálculos. O relógio mostra as horas do dia relativas ao nascer do sol, ao meio-dia e ao por-do-sol. Há, também, curvas especiais para as horas relativas ao amanhecer e ao anoitecer. O relógio do sol mede o tempo para cada hora das cinco preces diárias.

Ibn al-Sarraj inventou uma série de astrolábios, quadrantes, grades trigonométricas e outros instrumentos que foram extremamente inovadores na época e que mais tarde foram utilizados pelos europeus quando iniciaram as grandes navegações para a descoberta de novos mundos.

Al Khwarizmi, o gênio matemático, aplicou suas descobertas ao novo campo, de onde ele compôs as mais antigas tabelas planetárias. Seu trabalho serve de referência e foi traduzido para o latim no século XII, por Gerard de Cremona. O primeiro observatório astronômico foi construído em Jundaysabur, sudoeste da Pérsia, sob a direção de Sind ibn-'Ali e Yahia ibn-abi-Mansur. Sendo o astrônomo do califa, ele elaborou uma carta dos movimentos celestes. Os astrônomos de Al-Mamun, o califa abássida, fizeram muitas observações originais. Uma das mais notáveis é a medida do meridiano, próximo a Mosul. O objetivo era determinar o tamanho da terra e a sua circunferência, na suposição de que ela fosse redonda.

Na Espanha, os estudos sobre Astronomia foram incentivados após a segunda metade do século X. O sistema aristotélico foi reproduzido, com a representação dos movimentos celestes. Abu al-Qasim Maslamah al-Majriti, de Madrid, o mais antigo astrônomo muçulmano espanhol, editou e corrigiu as tabelas planetárias de Al-Khwarizmi. Entre os títulos de Al-Majriti, estava o de ser al-hisab, isto é, o matemático, porque ele era considerado o mestre do conhecimento matemático. Cerca de quatorze anos mais tarde, as tabelas planetárias de al-Battani foram traduzidas para o latim, por Plato de Tivoli. Copérnico, mais tarde, iria citar Al-Battani em seu livro "De Revolutionibus Orbium Coelestium". Al-Zarqali, o mais notável observador astronômico de sua época, imaginou um tipo de astrolábio que comprova o movimento do apogeu solar em relação às estrelas. Al-Bitruji desenvolveu uma nova teoria do movimento estelar.

Os astrônomos árabes deixaram no céu os traços imortais de suas descobertas. São os nomes de estrelas, incorporadas às línguas europeias, uma infinidade de termos técnicos, como azimuth (as-sumut), nadir (nazir), zenith (as-samt), todos derivados do árabe, o que só vem comprovar o rico legado do Islam para a Europa cristã.

Ibn Sina, mais conhecido como Avicena, recebeu o título de "Príncipe da Medicina". Seu trabalho mais consagrado é Al-Qanun Fil-Tibb, o " Cânone da Medicina". Ele é um dos maiores nomes da história da Medicina. Aos dez anos conhecia de cor o Alcorão, e aos doze, discutia sobre Direito e Lógica. Ele achava que a medicina era um assunto fácil. "Quando eu estou em dificuldade", ele disse, "consulto minhas anotações e rezo ao Criador". Em seu livro, ele mostrou muitos aspectos da medicina. Classificou as causas e os sintomas das doenças. Dizia que as doenças são causadas por um desequilíbrio das quatro qualidades elementares do corpo: calor, frio, húmido e seco. Elas são provocadas por uma composição, ou conformação, defeituosa das partes do corpo, que provocam o trauma. A causa das doenças está ligada ao ambiente e à psicologia. Entre elas, está o tradicional esquema das doenças "não naturais", oriundas do ar, do excesso ou falta da alimentação e da bebida. Seu livro também discute os cuidados com a conservação da saúde em partes separadas, pediátricas, adultas e geriátricas.

A peste negra assolou a Europa em meados do século XIV, deixando os cristãos desamparados. Enquanto isso, Ibn-al-Khatib, um clínico de Granada, escreveu um tratado, no qual ele elabora uma defesa sobre a teoria do contágio:

"Para aqueles que dizem 'como posso admitir a possibilidade de infecção, quando a lei religiosa a nega', respondemos que a existência do contágio é constatada pela experiência, pela investigação e pela evidência de relatórios confiáveis. Estes constituem argumento sólido. O contágio se torna claro ao investigador, quando observa como ele, que está em contato com pessoas doentes, pega a doença, ao passo que aquele que não tem o contato fica a salvo, e como se dá a transmissão através de roupas e recipientes."

A circulação do sangue e a ideia da quarentena veio da indicação empírica sobre o contágio e foi descoberto por Ibn al-Nafis. Em 943, Ibn Juljul, de Córdoba, tornou-se um físico famoso com a idade de 24 anos, compilou um livro, que era um tratado especial sobre drogas, encontrado na Andaluzia, na península ibérica. Ibn Masawayh escreveu o mais antigo tratado sobre Oftamologia. O livro, entitulado al-Ashr Maqalat fi al-'Ayn é o mais antigo texto sobre a matéria. No uso curativo das drogas, alguns avanços fantásticos foram feitos pelos muçulmanos. Eles criaram as primeiras boticas e a mais antiga escola de Farmácia.

O Príncipe da Medicina, Avicena, também foi um filósofo. A Filosofia naquele tempo era definida como o conhecimento da causa verdadeira das coisas. Ele foi o primeiro árabe a criar um sistema filosófico que é completo. De seus estudos iniciais da Lógica ele se voltou para o estudo da Física e da Metafísica, por sua própria iniciativa. Tornou-se mentor de muitos físicos, e aos dezoitos anos dominava a Lógica, a Física e a Matemática, e não havia nada mais que ele pudesse aprender a não ser concentrar-se na Metafísica. Seu mais importante tratado filosófico é o Kitab al-Shifa, ou o Livro da Cura, conhecido em latim pelo título de Sufficienta. É uma enciclopédia sobre o saber greco-islâmico do século XI, que vai da Lógica à Matemática.

Um grande patrono da filosofia e da ciência da História do Islam é o califa al-Mamun. Filho do califa Harun al-Rashid, ele estimulou as discussões na corte sobre Lógica, Direito e Gramática. Construiu em Bagdá a sua famosa Bayt al-Hikmah, a Casa do Conhecimento, uma combinação de biblioteca e academia, e que em muitos aspectos é uma instituição educacional importante. Esta biblioteca contém livros sobre todos os assuntos, especialmente Ciências Islâmicas, Ciências Naturais, Lógica, Filosofia e muitos outros.

A maior figura na história da filosofia islâmica, e que representa uma reação ao neo-platonismo, foi Imam al-Ghazali, um jurista, teólogo, filósofo e místico. Ele dizia que o "fiqh" é o pão diário da alma crente, ao passo que a doutrina é valiosa da mesma forma que a medicina é para a doença. Também disse que foi tomado pelo desejo da verdade. Resolveu buscar um "certo conhecimento", além do qual o objeto conhecido não se abre para duvidar completamente. Fundamentalmente, Al-Ghazali afirmava seu agnosticismo sobre a natureza absoluta e final de Deus. Esta necessidade de uma certeza religiosa impulsionou Al-Ghazali para o misticismo e o remeteu à descoberta do conceito alcorânico de Deus, o que mostrou que a natureza de Deus é constituída pelos nomes e abributos divinos.

O primeiro filósofo autêntico a escrever em árabe foi Al-Kindi. Ele está relacionado de muitas formas aos mutazilas e aos filósofos naturais neo-pitagóricos . Foi um homem de extraordinária erudição, que relatou suas observações como geógrafo, historiador e físico. Kindi foi mais do que um filósofo. Era químico, oculista e teórico musical. A sua influência como autor e professor deu-se, principalmente, nos campos da matemática, geografia e medicina.


A história intelectual dos árabes, com o desenvolvimento da Filosofia e da Ciência no Oriente Próximo, começa com a ascensão do Islam. A primeira geração de muçulmanos eruditos dedicou-se completamente ao estabelecimento de um cânon baseado no Alcorão e isto por causa da santidade irresistível do Alcorão e das tradições do Profeta Mohammad. Para os estudiosos muçulmanos, cuja obra é mostrada, o Alcorão é a fonte de todo o conhecimento - a revelação de Deus.

Muitas sugestões foram apresentadas no Alcorão como uma prova da Onisciência de Deus. Tais sugestões estimularam a curiosidade do homem e provavelmente satisfizeram suas buscas do conhecimento. Com as raízes do conhecimento já estabelecidas, seus ramos e folhas cresceram em direção ao avanço tecnológico. Essas raízes não podem ser esquecidas jamais, porque sem uma fundação sólida nenhum pilar pode ser construído e sobreviver. A seguir, alguns nomes de muçulmanos eminentes, que deixaram seus nomes marcados para sempre a história da humanidade, pela enorme contribuição que deram.

História


Abu Raihan Muhammad al-Biruni, um sábio persa, foi contemporâneo do grande físico Ibn Sina (Avicena), com quem se correspondia. Com um talento especial para as línguas, inclusive o turco, o Persa, o sânscrito, o hebreu e o árabe, Al-Biruni despertou a atenção do governante ghazanavida Mahmud, cujo território incluía o norte da Índia. Mahmud muitas vezes levava Al-Biruni em suas campanhas pela Índia, e ele aproveitava para estudar a língua, a história e a ciência dos lugares por onde passava. Um de seus livros mais famosos, Kitab al-Hind (Livro da Índia), foi o resultado dessas viagens. Foi um estudo tão completo sobre a Índia que trabalhos posteriores sobre a história hindu tiveram como base esse livro de Al-Biruni.

Além de sua obra sobre cultura e história, Al-Biruni foi também um cientista notável. No campo da astronomia, ele foi pioneiro na noção de que a velocidade da luz era muito maior do que a velocidade do som, observou os eclipses solar e lunar e aceitou, muito antes do que qualquer outro, a teoria de que a terra girava em torno de um eixo. Na geografia, calculou a latitude e longitude corretas de muitos lugares e questionou a visão ptolomaica européia, de que a África se estendia infinitamente para o sul; Al-Biruni insistia que ela era circundada pela água. Em seu trabalho sobre a Índia, Al-Biruni apresentou a ideia controversa - mais tarde provada correta- de que o vale do Hindu tinha sido uma bacia de mar. Também desenvolveu uma teoria para o cálculo da qibla - a direção de Meca de qualquer lugar em que se esteja - tão importante para os muçulmanos, a fim de praticarem suas orações voltados para aquela cidade. Na física, ele determinou, de forma muito precisa, as densidades de 18 pedras preciosas e metais. Foi o primeiro a estabelecer a trigonometria como um ramo distinto da matemática. Por causa de sua obra em diversos campos do pensamento, Al-Biruni é considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos.


'Abd al-Rahman Ibn Khaldoun, é considerado o fundador da moderna sociologia e filosofia da história. Nasceu em Túnis, onde seus pais mais tarde morreram em decorrência da peste negra. Ibn Khaldoun passou a maior parte de sua vida no norte da África e Espanha. Teve uma vida política, trabalhando para inúmeras cortes reais norte-africanas, onde foi capaz de observar a dinâmica política e social da vida cortesã. Essas observações mais tarde influenciaram sua obra sobre a história das civilizações.

Seu livro mais famoso foi o Muqaddimah ("Introdução" ou Prolegômenos), que foi o primeiro volume do que pretendia ser uma obra sobre a história mundial. No Muqaddimah, Ibn Khaldoun expôs sua filosofia de história, e suas opiniões sobre como o material histórico devia ser analisado e apresentado. Concluiu que as civilizações surgem e desaparecem, como num ciclo, como resultado de fatores psicológicos, econômicos, ambientais, sociais e políticos.  Sua atenção voltada para aspectos mais do que simplesmente políticos foi revolucionária, porque ele buscou examinar também os fatores religiosos, sociais e econômicos para explicar a história mundial. Ele submeteu seu estudo da história à análise objetiva e científica, e lamentava o cunho eminentemente tendencioso da história escrita antes dele.

Além do Muqaddimah, Ibn Khaldoun escreveu sobre os árabes, judeus, gregos, romanos, persas, egípcios e bérberes, e sobre os governantes europeus e muçulmanos. Escreveu sua autobiografia, tornando-se um líder nessa nova forma literária. Sua atenção para os fatores sociais na ascensão e queda das civilizações, ajudou a criar a ciência do desenvolvimento social, conhecida, hoje, como sociologia. Sua influência nos campos da sociologia e da história foi enorme, principalmente porque sua ênfase na razão e racionalismo para o julgamento histórico deu um tom não religioso ao seu trabalho.

3.Ibn Hisham; 4. Ibn Ishaq; 5. Ibn Miskawayh; 6. Al-Tabari; 7. Abu Hamid al-Ghazali; 8. Al-Suyuti; 9. Ibn Qutaybah,

Medicina


Abu Ali al-Husayn Ibn Abdullah Ibn Sina, conhecido no ocidente como Avicena, nasceu em Bucara, em 980. Este físico persa tornou-se o mais famoso e influente de todos os cientistas e filósofos muçulmanos. Ele conquistou o favor real por tratar dos reis de Bucara e Hamadan, que tinham contraído doenças que os clínicos da época não diagnosticaram nem curaram. Embora treinado para ser um físico, Ibn Sina trouxe importantes contribuições para a filosofia, matemática, química e astronomia. Sua enciclopédia filosófica, Kitab al-Shifa ("O Livro da Cura"), aproximou as filosofias aristotélica e platônica da teologia islâmica, dividindo o campo do conhecimento em conhecimento teórico (física, matemática e metafísica) e conhecimento prático (ética, economia e política).

Seu legado mais permanente, no entanto, foi no campo da medicina. Seu livro mais famoso, Al-Qanum fi al-Tibb ("O Cânon da Medicina"), ainda é um dos mais importantes livros de medicina jamais escrito, e por 600 anos, serviu como referência médica em toda a Europa. Entre as contribuições do Cânon para a moderna medicina, estavam: o reconhecimento de que a tuberculose era contagiosa; as doenças podiam se difundir através da água e do solo; a saúde emocional influencia a saúde física. Ibn Sina também foi o primeiro clínico a descrever a meningite, as partes do olho e as válvulas cardíacas, e descobriu que os nervos eram responsáveis pela dor muscular. Também deu sua contribuição para os avanços na anatomia, ginecologia e pediatria. O Cânon foi traduzido para o latim no século XII e rapidamente tornou-se a referência médica predominante nas escolas de medicina europeias até o século XVII. Ainda é utilizado hoje nas escolas de medicina islâmicas do Paquistão e da Índia. Nenhum outro livro sobre medicina foi tão aclamado por tanto tempo. Quando o original árabe foi publicado em Roma, em 1593, tornou-se um dos primeiros livros árabes a ser produzido de acordo com a nova invenção do prelo. A Faculdade de Medicina da Universidade de Paris traz em sua entrada principal um retrato de Ibn Sina.

2. Abu al-Fath al-Chuzini Ibn Zuhr; 3. 'Abd al-Malik Abu Marwun Ibn Zuhr; 4. Abu al-Qasim; 5. Ibn Tufayl al-Razi; 6. Ibn al-Haytham.

Matemática


Abu Ja'far Muhammad Ibn Musa al-Khwarizmi nasceu em Khwarizm, atual Usbequistão. Ele viveu em Bagdá, sob o patrocínio de Al-Mamun, o califa abássida, entre 813 e 833, durante o período conhecido como a "Idade de Ouro" da ciência islâmica. Um matemático celebrado em seu tempo, assim como séculos mais tarde, Al-Khwarizmi é melhor conhecido por ter introduzido o conceito de álgebra na matemática. O título de seu livro mais famoso, Kitab al-Jabr wa al-Muqabilah ("O Livro da Integração e da Equação"), na verdade, apresenta a origem da palavra álgebra. No curso de sua obra, Al-Khwarizmi introduziu ouso dos numerais indo-arábicos que se tornaram conhecidos como algoritmos, um derivado latino de seu nome. Ele também começou usando o zero, que abriria o caminho para o desenvolvimento do sistema decimal.

A obra de Al-Khwarizmi teve uma tremenda influência sobre a matemática, não só no mundo islâmico mas também em outras culturas. Muitos de seus livros foram traduzidos para o latim no século XII e Kitab Al-Jabr wa al-Muqabilah foi a principal referência matemática nas universidades européias até o séculoXVI. Além disso, Al-Khwarizmi produziu trabalhos sobre astronomia e geografia, muitos dos quais foram traduzidos para línguas europeias e para o chinês. Em 830, uma equipe de geógrafos, trabalhando sob sua chefia, produziu o primeiro mapa do mundo conhecido. Os méritos científicos de Al-Khwarizmi continuam a produzir impactos nos dias de hoje.


Nascido Ghiyath al-Din Abul Fatah Umar Ibn Ibrahim al-Khayyam, em 1044, em Nishapur, uma cidade persa, Omar Kahyan foi também um famoso matemático, astrônomo, filósofo e poeta. Passou a maior parte de sua vida nos centros intelectuais persas, como Samarcanda e Bucara, e gozou da simpatia dos sultões seljúcidas que governavam a região.

As contribuições científicas mais conhecidas de Kayan foram na álgebra e na astronomia. Sua classificação das equações algébricas foi fundamental para o progresso da álgebra como uma ciência, da mesma forma que sua obra sobre a teoria das linhas paralelas foi importante para a geometria. Na astronomia, o maior legado de Kayan é um calendário solar fantasticamente preciso, que ele desenvolveu quando o sultão seljúcida Malik Shah Jalal al-Din, solicitou um novo programa para a coleta de impostos. O calendário de Kayan era muito mais preciso do que o calendário gregoriano, usado atualmente na maior parte do mundo: o dele apresenta um erro de um dia em 3770 anos, enquanto que o gregoriano tem um erro de um dia em 3330 anos. Kayan mediu a extensão de um ano em 365,24219858156 dias. Embora o calendário tenha sido abolido depois da morte de Malik Shah, em 1092, no entanto, ele ainda é utilizado em algumas partes do Irã e do Afeganistão.

Omar Kayan também foi poeta, e é assim que ele é melhor conhecido no ocidente, em detrimento de sua obra científica. Sua fama como poeta existe desde 1839, com a tradução para o inglês de seu livro Rubayat. Tornou-se um clássico da literatura mundial e é responsável pela influência que teve no conceito europeu sobre a poesia e literatura persas. Tendo em vista que em sua época ele foi mais conhecido por sua obra científica, duvidava-se que Kayan fosse realmente o autor de Rubayat. Mas, uma análise criteriosa efetuada por muitos estudiosos comprovou que ele é mesmo o autor da obra.

3. Kushyar Ibn Labban, 4. Ibn Turk, 5. Abda al-Hamid, 6. Ibn Qurra, 7. Thabit, 8. Al- Kashi, 9. Nasir al-Din al-Tusi, 10. Abu al-Wafa', 11. Ibn Yunus, 12. Al-Battani, 13. Ibn al-Haytham (Alhazen).

Astronomia

1. Ibn al-Muqtafi, 2. Abu al-Fadl Ja'far, 3. Nasir al-Din al-Tusi, 4. Muhammad ibn Musa al-Khwarizmi, 5.Abu al-Wafa', 6. Ibn al-Shatir; 7. Ibn Yunus, 8. Omar Khayyam, 9. Al-Battani, 10. Abu al-Abbas al- Farghani,

Geografia

Abu al-Abbas al- Farghani,

Filosofia


Abu'l-Nasr Al-Farabi, um muçulmano de origem persa, que estudou em Bagdá, foi considerado em seu tempo como o maior filósofo desde Aristóteles. Na verdade, ele era conhecido como o "Segundo Mestre", sendo Aristóteles o primeiro. Ele era fluente em diversas línguas e através de suas traduções de antigas obras gregas, ele foi um dos primeiros filósofos muçulmanos a introduzir a filosofia grega no mundo islâmico. Escreveu sobre diversos assuntos, inclusive lógica, sociologia, ciência política, medicina e música, mas seu legado mais importante foi sua obra sobre filosofia.

Ao escrever seus comentários sobre a obra dos antigos gregos, Al-Farabi procurou reconciliar os pensamentos aristotélico e o platônico com a teologia islâmica. Ao mesmo tempo, no entanto, ele tornou-se o primeiro filósofo muçulmano a separar filosofia da teologia, influenciando estudiosos de muitas religiões que o seguiam. Ele concluiu que a razão humana, o instrumento da filósofo, era superior à revelação, o instrumento da religião, resultando numa vantagem da filosofia sobre a religião. Ele afirmava que a filosofia era baseada na percepção intelectual, enquanto que a religião baseava-se na imaginação. Assim, ele atribuía características solenes ao filósofo e defendia a presença de um filósofo na chefia do estado. Ele achava que as revoltas políticas no mundo islâmico deviam-se ao fato de o estado não ser administrado por filósofos, cujos poderes superiores da razão e do intelecto determinavam a liderança ideal.

A obra de Al-Farabi influenciou enormemente os filósofos islâmicos que se seguiram a ele, principalmente Ibn Sina e Ibn Rushd. Também serviu de palco para debates acalorados entre os representantes da filosofia e da teologia, na medida em que pensadores muçulmanos buscavam harmonizar as disparidades entre esses dois campos.


Abu Hamid al-Ghazali nasceu em1058, na província persa do Corassã. Foi estudou teologia islâmica em renomadas instituições de Nishapur e Bagdá, e tornou-se professor em religião e filosofia na Universidade de Nizamiyah, em Bagdá, uma das mais importantes instituições islâmicas daquela época. Em 1095, no entanto, depois de um período de confusão interior a respeito de sua fé, Al-Ghazali deixou a universidade, abandonou seus bens materiais e tornou-se um ascético errante. Devotou-se ao sufismo, o ramo místico do Islam que se ocupa do conhecimento direto de Deus, e viajou a Meca, Síria e Jerusalém, antes de voltar para Nishapur, para escrever.

Sua obra a respeito da relação entre a filosofia e a religião contribuiu para uma discussão no mundo islâmico sobre como harmonizar esses dois campos. Ao adotar os princípios aristotélicos do humanismo dos antigos gregos, filósofos muçulmanos, como Al-Farabi e Ibn Sina, entraram em conflito com os teólogos que afirmavam que a filosofia aristotélica contradizia a doutrina islâmica. Al-Ghazali defendia firmemente a religião contra o ataque dos filósofos e assim fazendo ajudou a construir uma ponte entre essas duas correntes de pensamento. Ele também buscou prevalecer no que ele acreditava ser excessivo no sufismo e trazê-lo para uma linha mais compatível com o Islam ortodoxo. Continuou a salientar a importância do sufismo como um caminho para a verdade absoluta, mas procurou redefinir sua imagem extremista como uma desobediência aos ensinamentos básicos do Islam.

Al-Ghazali escreveu muitos livros a respeito desses assuntos, que ficaram famosos, um dos quais inspirou o filósofo Ibn Rushd a responder com um livro de sua autoria, depois da morte de Al-Ghazali. Em Tuhafat al-Falasifa ("A Incoerência dos Filósofos"), Al-Ghazali expôs alguns argumentos a respeito do por quê algumas vezes a filosofia soava herética ao Islam. Ele, particularmente, discordava dos argumentos apresentados pelos filósofos de influência grega, que questionavam a imortalidade da alma, a ressurreição do corpo, a recompensa e a punição depois da morte, o conhecimento de Deus de todas as coisas e a eternidade do mundo. Al-Ghazali aceitava o fato de que os filósofos questionassem alguns princípios da fé islâmica, mas repudiava-os por não provarem suas posições. Ao mesmo tempo, Al-Ghazali foi muito cuidadoso em não refutar tudo que os filósofos dissessem. Ele não rejeitou as descobertas dos cientistas-filósofos das ciências naturais, e admitia que muitos avanços científicos haviam sido feitos. Também repudiou os muçulmanos que, em nome da religião, rejeitavam toda ciência que estivesse ligada aos filósofos, afirmando que essa abordagem somente levaria os filósofos a concluírem que o Islam baseava-se na ignorância. Al-Ghazali defendia a aceitação das conquistas científicas válidas, e desafiava os filósofos a provarem suas objeções em relação à teologia islâmica. Ibn Rushd, um filósofo aristotélico e racionalista, respondeu ao livro de Al-Ghazali com um de sua autoria, Tuhafut al-Tuhafut ("A Incoerência da Incoerência"), no qual ele reproduziu e comentou seus argumentos, página por página.

Al-Ghazali é considerado um dos maiores teólogos do Islam. Seus argumentos influenciaram sábios religiosos judeus e cristãos e até Santo Tomás de Aquino usou muito dos temas de Al-Ghazali para fortalecer o cristianismo no Ocidente.


Abu'l Waleed Muhammad Ibn Ahmad Ibn Muhammad Ibn Rushd nasceu em Córdoba, em 1126, então parte da Espanha Muçulmana. Foi um dos maiores pensadores e cientistas do século XII. Conhecido no ocidente por seu nome latino, Averróes, Ibn Rushd influenciou a cultura do mundo islâmico e da Europa por séculos, e é melhor conhecido no Ocidente por seus comentários sobre a filosofia aristotélica.

Como muitos sábios famosos antes dele, Ibn Rushd gozava da simpatia da corte real e passou sua vida entre a classe dirigente de Marraquesh, Marrocos e das cidades espanholas de Sevilha e Córdoba. Embora suas opiniões sobre religião e filosofia ocasionalmente aborrecessem seus padrinhos, Ibn Rushd foi capaz de continuar seus estudos nesse campo, graças a sua amizade com os governantes muçulmanos. Ele foi fortemente influenciado pela filosofia grega e escreveu muitos comentários a respeito das obras de Aristóteles. Ele usava o racionalismo grego para questionar diversos princípios da teologia islâmica, ganhando a crítica de muitos religiosos muçulmanos eruditos, como Al-Ghazali, por exemplo. Apesar de sua defesa veemente da filosofia, Ibn Rushd era um muçulmano devotado que também tentou integrar a visão política de Platão ao moderno estado islâmico, harmonizando o pensamento grego e as tradições islâmicas.

Enquanto o mundo islâmico se dividia no apoio à obra filosófica de Ibn Rushd, ele ficou muito popular na Europa. Seus comentários sobre a obra de Aristóteles e Platão foram traduzidos para o latim, inglês, alemão e hebreu, e depois foram incluídos nas edições sobre as obras dos filósofos gregos. A idéia de que ele foi mais popular no Ocidente do que no mundo islâmico, foi também baseada no fato de que poucos de seus escritos sobreviveram em língua original, o árabe.

Além de filósofo, Ibn Rushd foi médico e astrônomo. Seu famoso livro sobre medicina, Kitab al Kulyat fi al-Tibb, discutiu vários diagnósticos e curas para as doenças, assim como a sua prevenção. Ele foi o físico pessoal de muitos dos califas almorávidas em Espanha e no Magrebe. Na astronomia, escreveu tratados sobre o movimento das esferas.

4. Abu Yusuf Ya'qub Kindi, 5. Ibn Bajjah, 6. Abu 'Ali al-Husayn Ibn Sina (Avicena), 7. Ibn Tufayl, 8. Nasir al-Din al-Tusi, 9. Ibn Miskawayh.

Teologia

1. Al-Tabari, 2. al-Zamakhshari, 3. al-Suyuti, 4. Ibn Qutaybah,

Alquimia

1. Abu Musa Jabir ibn Hayyan, 2. al-Razi,

FONTES:



O Papel dos Muçulmanos na Transmissão da Ciência Islâmica

No aparecimento e desenvolvimento das diferentes civilizações, a troca de idéias pertencentes a diversas culturas e nações teve, sem margem de dúvidas, o seu papel preponderante, assim sendo, é de estranhar o fato de uma parte do Mundo Ocidental não dar aos Muçulmanos o que lhes é devido, nem reconhecer o papel importantíssimo dos Muçulmanos na História da Ciência.

Os Muçulmanos absorveram ciências, desenvolveram-nas a um grau elevado e transmitiram-nas, posteriormente, aos Europeus. Não obstante, o ponto de vista que parece prevalecer é o de que os Muçulmanos tiveram um papel muito pequeno no desenvolvimento e transmissão das ciências.

Uma outra idéia, largamente difundida, refere-se ao fato de supor que as ciências foram acumuladas pelos Europeus, diretamente dos Gregos. Parece-nos que a maioria da bibliografia relacionada com esta temática, e com a história de autores Europeus, tem que ser, ou revista, ou escrita de forma a que a verdade venha à tona.

Foram muitos os caminhos através dos quais os Tesouros da Civilização Islâmica se propagaram e influenciaram a Europa, durante os séculos de escuridão, ou seja, durante a Idade Média, uma vez que "a Idade Média foi realmente uma época sombria, já que a grande maioria dos historiadores nos mostrou apenas o seu lado mais «cinzento»; na realidade, estes séculos nunca foram tão «escuros» quanto a nossa ignorância acerca deles".

Estes caminhos estavam concentrados em três locais na Europa, o primeiro deles encontrava-se no Ocidente, ou seja, na Espanha Muçulmana (o domínio Muçulmano iniciou-se em toda a Europa em 711, tendo terminado em 1492); o segundo localizava-se no Sul, ou seja, na Sicília e no Sudeste da Itália (os Muçulmanos dominaram esta região durante mais de 200 anos de mais ou menos 840 até 1060) ; e o terceiro encontrava-se no Oriente, ou seja, em Constantinopla (1096 a 1274). A maioria dos historiadores desta temática encontra-se de acordo com a idéia de que a Espanha, ou Andaluzia, teve um papel de elevada importância no processo de transmissão da cultura Muçulmana, bem como das suas ciências, à Europa .

Se a Espanha ficou com a maior parte neste processo de transmissão, então, quais foram os caminhos e meios, através dos quais a Cultura e Ciências Muçulmanas foram transmitidas à Europa? Este processo pode ter tido lugar de diferentes maneiras. Só o fato de os Muçulmanos, e o seu "modus vivendis", terem dominado uma parte da Europa durante, praticamente, 800 anos é, por si só, uma grande proeza e, consequentemente, devido a esta proximidade e presença na Europa, o processo de transmissão foi grandemente acelerado.

Se não fosse a presença Muçulmana na Espanha, e a sua contribuição para a Ciência, receio que o mundo Ocidental talvez nunca tivesse conseguido alcançar o estádio do pensamento moderno, nem tão pouco proezas científicas e tecnológicas, que foram obtidas durante o presente século.

Por outro lado, se os Muçulmanos não tivessem dominado a Espanha, ou qualquer outro país Europeu, provavelmente nós encontrar-nos-íamos alguns séculos atrasados, visto que o processo de transmissão das Ciências Muçulmanas à Europa teria levado, neste caso, muito mais tempo a ser efetuado.

O fato dos Muçulmanos terem estado presentes em Espanha, ajudou largamente os meios através dos quais as Ciências Muçulmanas foram transmitidas à Europa.

Após o fim do domínio Muçulmano na Espanha, no século XV, é um prodígio relativo, digamos assim, encontrarmos a Espanha e Portugal Cristãos a liderarem os denominados "Descobrimentos Marítimos", na América e no Oriente, através da navegação da costa Africana. Refiro-me a estas viagens, "assim denominadas", uma vez que a maioria destes caminhos, sulcados pelos Espanhóis e Portugueses, eram já do conhecimento dos muçulmanos.

De fato, as embarcações espanholas e portuguesas fizeram uso dos mapas geográficos muçulmanos e, até mesmo, de navegadores muçulmanos, como no caso de Ibn Majid, que foi o piloto de Vasco da Gama.

Por exemplo, marinheiros muçulmanos já tinham dobrado o Cabo da Boa Esperança, muito antes de Vasco da Gama, e até o batizaram de "Jabal al Nadam", que significa "Montanha do Arrependimento", por causa da sua linha costeira extremamente perigosa. Ao que parece, o famoso geógrafo muçulmano do século XIV, Al Idrissi(3) (493-560 da Hégira / 1100-1165 da Era Cristã) teria alcançado as Índias Ocidentais e, provavelmente, até a América.

Face a estes fatos, poder-se-á colocar a seguinte questão: se estes caminhos marítimos eram do conhecimento dos Muçulmanos, então porque não foi tal fato celebrado entre os próprios Muçulmanos? A resposta a esta questão encontra-se estritamente ligada com os princípios básicos da crença e da fé dos Muçulmanos.

Nós sabemos que no Islam toda a Glória e Poder pertencem a Deus Todo-Poderoso, e a mais ninguém. Consequentemente, verificamos que, em toda a História do Islam, os Muçulmanos nunca celebraram o fato de terem descoberto um local, esta coisa, ou aquela, do mesmo modo que os Europeus fizeram (e continuam a fazê-lo), se bem que os Muçulmanos realizaram inúmeras descobertas em muitos campos, incluindo os das Ciências.

Neste ponto, julgo que a grande maioria dos livros históricos europeus encontra-se extremamente necessitada de uma profunda revisão, ou mesmo de ser escrito de novo, por forma a revelar a verdade ao Mundo.

Por: M. Yossuf Muhamad Adamgy

terça-feira, janeiro 14, 2020

Os estágios da criação do homem (B)

O livro "O Desenvolver Humano", escrito pelo Professor Keith Moore, foi traduzido em oito línguas. Este livro é considerado uma referência científica e foi escolhido por um comitê especial dos Estados Unidos como o melhor livro escrito por uma pessoa. Encontramo-nos com o autor deste livro e apresentamos a ele muitos versículos do Alcorão e ahadith proféticos, que lidam com a sua especialidade em embriologia.

 Como o Professor Moore ficasse convencido de nossas evidências, fizemos-lhes a seguinte pergunta: "O sr. disse em seu livro que na Idade Média não havia um avanço na ciência da embriologia e que, naquela época, poucos detinham o conhecimento. Ao mesmo tempo, o Alcorão foi sendo revelado ao Profeta Mohammad (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele) e ele foi orientando as pessoas, de acordo com o que Deus ia-lhe revelando. Encontramos no Alcorão uma descrição muito detalhada do homem e dos diferentes estágios do desenvolvimento humano.

O sr. é um cientista de renome mundial, portando, por que não faz justiça e menciona estas verdades em seu livro?" Ele respondeu: "Você tem a prova e eu não. Assim, por que não fazê-lo você para nós?"

Nós o municiamos com fatos e o Professor Moore se mostrou ser um grande sábio. Na terceira edição de seu livro ele fez alguns acréscimos. Este livro foi traduzido, conforme dissemos anteriormente, em oito línguas, inclusive o russo, chinês, japonês, alemão, italiano, português e iugoslavo. O livro tem uma distribuição mundial e é lido por muitos dos mais avançados cientistas do mundo.

O Professor Moore afirma em seu livro, a respeito da Idade Média: o crescimento da ciência foi pequeno durante o período medieval e muito pouco se fez no campo da investigação embriológica que seja do nosso conhecimento. É dito no Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, que os seres humanos são produzidos de uma mistura de secreções do homem e da mulher. Muitas referências são feitas à criação do ser humano a partir de uma gota de esperma e também é sugerido que o organismo resultante se acomoda na mulher, como uma semente, seis dias após o seu começo. (O blastocisto começa a se implantar cerca de seis dias após a fertilização. V. fig. 4.1)

O Alcorão também afirma que a gota de esperma se transforma num coágulo de sangue (um blastocisto implantado ou um concebido, espontaneamente abortado, lembram um coágulo de sangue). Também há referências à semelhança do embrião com uma sanguessuga. Em sua aparência, o embrião não é diferente de uma sanguessuga, ou uma ventosa. O Alcorão também fala da semelhança com um pedaço mastigado de uma substância - como uma goma de mascar. (De alguma forma, às vezes lembra as marcas dos dentes na goma de mascar - V. fig. 4.2)

O embrião desenvolvido era considerado um ser humano a partir dos 40 ou 42 dias e não mais lembra um embrião animal nesta fase (V. fig. 4.3) (O embrião humano começa a adquirir características humans neste estágio). O Alcorão também afirma que o embrião se desenvolve - em três véus de escuridão. Provavelmente quer se referir à (1) parede abdominal materna anterior. (2) à parede uterina e (3) à membrana aminiótica (V. fig. 4.4) Este espaço não nos permite a discussão de muitas outras referências interessantes ao desenvolvimento pré-natal, que constam do Alcorão.

Isto foi o que o Dr. Moore escreveu em seu livro, louvado seja Deus, e que agora está sendo distribuído no mundo inteiro. O conhecimento científico considerou uma obrigação do Professor Moore citar isto em seu livro. Ele concluiu que a classificação moderna dos estágios do desenvolvimento embrionário, que foi adotado no mundo, não é facil ou abrangente e não contribui para a sua compreensão, porque aqueles estágios estão numa base numérica, isto é, estágio 1, estágio 2, estágio 3, etc. As divisões foram reveladas no Alcorão e não dependem de um sistema numérico, porque estão baseadas em formas distintas e facilmente identificáveis, pelas quais o embrião passa.

O Alcorão identifica os estágios do desenvolvimento pré-natal como se segue: nutfah, que quer dizer "uma gota" ou "uma pequena quantidade de água"; 'alaqh, que significa "estrutura semelhante a sanguessuga"; mudghah, que quer dizer "estrutura semelhante a coisa mastigada"; 'idhaam, que quer dizer "ossos" ou "esqueletos"; kisaa ul idham bil-laham, que significa vestir os ossos com carne ou músculo; e al-nash'a, que significa "a formação do feto". O Professor Moore reconheceu que estas divisões alcorânicas são, na verdade, baseadas nas diferentes fases do desenvolvimento pré-natal. Ele notou que estas divisões fornecem descrições científicas elegantes que são compreensíveis e práticas.

Em uma de suas conferências, o Professor Moore afirmou o seguinte: O embrião se desenvolve no útero da mãe, protegido por três véus, ou camadas, como mostrado no próximo slide (Nota: o slide não é mostrado). (A) representa a parede abdominal anterior, (B) a parede uterina e (C) a membrana aminiótica (V. fig. 4.5) Tendo em vista que o estágio do embrião humano é complexo, devido ao processo contínuo de mudanças durante o seu desenvolvimento, propõe-se que um novo sistema de classificação seja desenvolvido, usando os termos mencionados no Alcorão e na Sunna. O sistema proposto é simples, abrangente e está de acordo com o conhecimento embriológico atual.

Os estudos intensivos do Alcorão e dos ahadith nos últimos quatro anos revelaram um sistema de classificar os embriões humanos que é fantástico, se considerarmos que foram registrados no século VII d.C. Embora Aristóteles, o fundador da ciência da embriologia, em seus estudos sobre os ovos de galinha, no século IV, a.C., tenha percebido que os embriões de pintos se desenvolviam em estágios, ele não deu qualquer detalhe a respeito desses estágios. Até onde sabemos da história da embriologia, pouco era conhecido a respeito dos estágios e classificação dos embriões humanos até o século XX. Por este motivo, as descrições do embrião humano no Alcorão não podem estar baseados no conhecimento científico do século VII. A única conclusão razoável é que essas descrições foram reveladas a Mohammad por Deus. Ele não poderia saber de tais detalhes porque era analfabeto, sem qualquer treinamento científico.

Dissemos ao Dr. Moore "O que o senhor disse é verdade, mas é menos do que lhe apresentamos em termos das evidências do Alcoráo e da Sunna e que está relacionado com a ciência da embriologia. Assim, por que não fazer justiça e trazer à luz todos os versículos alcorânicos e ahadith que lidam com o seu campo de especialização?"

O Professor Moore disse que ele havia inserido as referências apropriadas nos lugares adequados para um livro científico. Contudo, ele nos convidou para fazermos alguns acréscimos islâmicos, citando todos os versículos alcorânicos relevantes e os ahadith proféticos, e salientando seus vários aspectos miraculosos, para serem incorporados nos espaços próprios do livro. Isto foi feito e, consequentemente, o Professor escreveu uma introdução a esses acréscimos e o resultdo foi este que o leitor pode ver. Em cada página que inclui fatos sobre a ciência da embriologia, citamos os versículos alcorânicos e os ahadith proféticos que provam a inimitabilidade do Alcorão e da Sunna. O que estamos testemunhando hoje é o Islam se deslocando para novos espaços dentro de mentes humanas imparciais e justas.

Por Abdullah M. Al-Rehaili, da série "Esta é a verdade". 

As fases do embrião

Vamos apresentar agora o Dr. G.C. Goeringer, Diretor e Professor Associado de Embriologia Médica do Departamento de Biologia Celular da Escola de Medicina de Georgetown, Washington, USA. Quando de nosso encontro com ele, perguntamos-lhes se na história da embriologia havia menção aos diferentes estágios do desenvolvimento do embrião e se, na época do Profeta Mohammad (que a paz e a bênção de Deus estejam com ele) ou mesmo depois, havia livros sobre embriologia que mencionassem os diversos estágios do desenvolvimento embrionário ou se essa divisão em diferentes estágios só veio a ser conhecida na metade do século XIX. Ele disse que os antigos gregos se preocuparam com o estudo da embriologia e que muitos deles conseguiram descrever o que acontece com o feto e como ele se desenvolve. Concordamos com ele que Aristóteles, entre outros, conseguiu expor algumas teorias a respeito, mas, teria ele feito qualquer menção a respeito desses estágios?

Sabemos que até a metade do século século XIX esses estágios eram conhecidos mas não haviam sido provados até o começo do século XX. Após uma longa discussão, o Professor Goeringer concordou que não havia menção a essas fases. Assim, perguntamos-lhe se havia qualquer terminologia específica aplicada a essas fases, da forma como é encontrada no Alcorão. Sua resposta foi negativa. De novo perguntamos-lhe: "Qual é a sua opinião a respeito dos termos que o Alcorão se utiliza para descrever as fases por que passa o feto?" Após longos debates, ele apresentou um estudo da 8ª Conferência Médica Saudita. Nesse estudo, ele se refere à ignorância básica a respeito dessas fases. Ele também discutiu a abrangência e precisão do Alcorão para descrever o desenvolvimento do feto, através de termos concisos e exatos que transmitem de longe a verdade. Vamos ouvir o Professor Goeringer explicando a sua opinião:

Em relativamente poucos versículos alcorânicos estão contidos uma descrição mais abrangente do desenvolvimento humano desde de a hora da chegada dos gametas por meio da organogêneses. Nenhum registro tão distinto e completo do desenvolvimento humano, ou uma tal classificação, terminologia e descrição existiu anteriormente. Na maior parte dos exemplos, se não em todos, esta descrição antecipa, em muitos séculos, o registro dos vários estágios do desenvolvimento embrionário e fetal existentes na literatura científica tradicional.

O debate com o Professor Goeringer nos levou a falar sobre um fato recentemente descoberto e que eliminou qualquer controvérsia. Embora o nascimento virgem de Cristo tenha sido uma crença cristã por séculos, alguns cristãos insistem em dizer que tem que haver um pai, porque uma virgem dar a luz é "cientificamente impossível". Eles questionam isto, e talvez eles não saibam que pode haver uma criação sem um pai. O Alcorão respondeu a eles e usou como exemplo a criação de Adão. Deus disse:

"O exemplo de Jesus, ante Deus, é idêntico ao de Adão, que Ele criou do pó; então lhe disse: Seja! e foi." (Alcorão 3:59)

Há três tipos de criação:

1. Adão, que foi criado sem pai ou mãe;

2. Eva, que foi criada sem mãe;

3. Jesus Cristo, que foi criado sem pai.

Consequentemente, o Único capaz de criar Adão sem um pai ou uma mãe, também foi capaz de criar Jesus de uma mãe, sem um pai. Apesar disto, os cristãos ainda continuam a questionar, ainda que Deus tenha enviado evidência após evidência e prova após prova. Assim, quando eles são indagados do por que persistem nesta controvérsia, respondem que nunca viram ou ouviram falar de alguém sendo criado sem pai ou mãe. Mas, a ciência moderna agora revela que muitos animais e seres neste mundo nascem e se reproduzem sem a fertilização masculina da espécie. Por exemplo, a abelha macho nada mais é do que um ovo que não foi fertilizado. As abelhas macho são criadas dos óvulos da abelha-rainha sem a fertilização masculina. Há muitos exemplos como este no mundo animal. Além do mais, o homem hoje tem os meios científicos de estimular o óvulo feminino de alguns organismo a fim de que este óvulo se desenvolva sem a fertilização masculina.

Leiamos as palavras do Professor Goeringer. Em outro tipo de abordagem, os óvulos não fertilizados de muitas espécies de anfíbios e mamíferos inferiores podem ser ativados por meios químicos, físicos (choque térmico) ou mecânicos (espetada de uma agulha), através de um sem número de diferentes substâncias químicas e prosseguem nos estágios de desenvolvimento. Em algumas espécies, este tipo de desenvolvimento partenogênico é natural.

Deus nos deu uma resposta definitiva e usou Adão, a quem eles acreditam, como um exemplo de um ser humano que não teve pai ou mãe. Os cristãos consideram um desvio o fato de que o ser humano possa nascer sem um pai. Portanto, Deus mostrou-lhes uma analogia de um ser humano que não teve pai nem mãe, isto é, Adão. O Alcorão diz:

"O exemplo de Jesus, ante Deus, é idêntico ao de Adão, que Ele criou do pó; então lhe disse: Seja! e foi." (Alcorão 3:59)

Deus quis que houvesse tais avanços e descobertas científicos, que dão sustentação à verdade que foi revelada no Alcorão. É desta forma que os versículos desse livro glorioso foi revelado com a passagem do tempo. Eles ficaram conhecidos pelos cientistas e sábios de nossa religião e das gerações que se seguiram. A ciência jamais esgotará as maravilhas do Alcorão.

"E os que foram agraciados com a sabedoria sabem que o que te foi revelado, por teu Senhor, é a verdade, e que isso conduz à sendo do Poderoso, Laudabilíssimo." (Alcorão 34:6)

"E certamente logo tereis conhecimento da sua veracidade." (Alcorão 38:88)

"Cada Mensagem terá um limite e logo o sabereis." (Alcorão 6:67)

De pronto lhes mostraremos os Nossos sinais em todas as regiões (da terra), assim como em suas próprias pessoas, até que lhes seja esclarecido que ele (o Alcorão) é a verdade. Acaso não basta teu Senhor, Que é Testemunha de tudo? (Alcorão 4l:53)

Por Abdullah M. Al-Rehaili, da série "Esta é a verdade".

sábado, janeiro 04, 2020

Frases de Ensinamentos Deixados pela Série ERTUGRUL

Prezados Irmãos, Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

A série Ertugrul, que no Brasil ganhou o nome de O Grande Guerreiro Otomano, deixou saudades em muitos fãs. Foram diversos momentos marcantes e frases impactantes, com muitos ensinamentos. 

Para relembrar alguns dos melhores momentos, fizemos uma compilação de algumas frases memoráveis da série: — EM NOME DE ALLAH “A vitória não é nossa, ela pertence a Allah. Enquanto seguirmos o caminho de Allah, ninguém nos colocará de joelhos. Mas se começarmos a acreditar que a vitória é nossa, se esquecermos o nosso propósito e o contaminarmos com o nosso desejo de fama, então o nosso Senhor nos envergonhará.” (Ertugrul) .

OBJETIVOS JUSTOS “O Todo-Poderoso nunca abandonará aqueles que estão do Seu lado. A vitória não nos levará à arrogância ou à preguiça. Nós preferimos ganhar um coração, ao invés de mil castelos. O nosso objectivo será reunir a humanidade.” (Ertugrul).

A GANÂNCIA NO MUNDO ISLÂMICO “O que levou o mundo islâmico a essa condição é a agitação, a ganância e a tentativa de tomar o poder. Os defeitos que podem prejudicar o mundo islâmico e enfraquecê-lo em benefício pessoal foram ignorados. E os pecados foram considerados permitidos.” (Ertugrul).

O VALOR DA DIGNIDADE “Quem vender a sua voz por ouro hoje, amanhã venderá a sua honra e moral”. (Ilbilge Hatun) . SOMOS INSTRUMENTOS DE ALLAH “O poder de Allah sempre se faz presente quando alguém faz um favor a alguém. 

O PODER DE NOSSAS LÁGRIMAS “As lágrimas que derramamos irrigam os jardins em nossos corações. Trazem sementes de flores no nosso coração para florescer. Como a pessoa é abençoada por derramar lágrimas por causa de Allah! As suas lágrimas apontam para a salvação de sua alma.” (Ibn Arabi).

A VERDADEIRA NOBREZA “Ertugrul não está interessado num punhado de terras, nem em qualquer posição de autoridade. Ele vai se curvar a Al-Haqq e serve apenas à causa de Al-Haqq.” (Halime Hatun) — A ÚNICA BÊNÇÃO É A PRESENÇA DIVINA “Não nos desesperemos. Ao invés de aproveitarmos sentados numa posição de autoridade, baseada na difamação e na traição, é muito mais valioso sermos jogados numa masmorra escura e estar com Al-Haqq”. (Ertugrul).

A FRAQUEZA DE UM SER HUMANO . “Não são as coisas que um ser humano tem que o tornam fraco, mas as coisas que ele deseja.” (Noyan)

A MORTE NÃO É O FIM “Se você acha que pode me assustar com a morte… não poderá. A morte é um momento de reunião, para mim.” (Turgut Alp) “A morte para os crentes é apenas uma passagem de um lugar para outro.” (Ibn Arabi).

O VERDADEIRO TESOURO “Você perdeu um castelo e um título. Mas o tesouro mais precioso de uma pessoa é o seu coração e alma. Os verdadeiros perdedores são aqueles cujos corações e almas são cegos.” (Ibn Arabi). 

Obrigado. Wassalam (Paz). M. Yiossuf Adamgy Director da Revista Islâmica Portuguesa AL FURQÁN

Fonte: iqaraislam 

Gratidão versos Ingratidão

Um famoso escritor estava em sua sala de estudo. Pegou a caneta e começou a escrever:

No ano passado precisei fazer uma cirurgia para a retirada da vesícula biliar. Tive que ficar de cama por um bom tempo.

Nesse mesmo ano, cheguei a idade de 60 anos e tive que renunciar ao meu trabalho favorito. Havia permanecido 30 anos naquele editorial.

No mesmo ano, experimentei a dor pela morte de meu pai e meu filho fracassou em seu exame médico porque teve um acidente de automóvel e ficou hospitalizado por vários dias. A destruição do carro foi outra perda.

Ao final escreveu:
“FOI UM ANO MUITO MAL!”

Quando a esposa do escritor entrou na sala, o encontrou triste em meio aos seus pensamentos. Por trás dele, leu o que estava escrito no papel.

Saiu da sala em silêncio e voltou com outro papel que colocou ao lado do papel de seu marido. 

Quando o escritor viu o papel, encontrou escrito o seguinte:

No ano passado finalmente me desfiz de minha vesícula biliar, depois de passar anos com dor.

Completei 60 anos com boa saúde e me retirei do meu trabalho. Agora posso utilizar meu tempo para escrever com maior paz e tranquilidade.

No mesmo ano, meu pai, com a idade de 95 anos, sem depender de nada e sem nenhuma condição crítica, conheceu seu Criador.

No mesmo ano, Deus abençoou o meu filho com uma nova oportunidade de vida. Meu carro foi destruído, mas meu filho ficou vivo sem nenhuma sequela.

Ao final, ela escreveu:
ESSE ANO FOI UMA GRANDE BENÇÃO!”

Eram os mesmos acontecimentos, mas com pontos de vista diferentes.

Se refletimos bem, temos inúmeras razões para ser gratos a Deus.

Não é a FELICIDADE que nos torna GRATOS,

mas, sim,a GRATIDÃO que nos faz FELIZES!

Sempre há algo para agradecer!

Você escolhe como escrever sua história!

Obrigado, Deus, por mais um dia...```(Autor desconhecido)