segunda-feira, outubro 13, 2014

Islão e os Direitos Humanos

Prezados Irmãos e Caríssimos Leitores!
Assalamu Alaikum:
Uma das questões polêmicas no diálogo entre a cultura ocidental moderna e o mundo islâmico é o tema dos direitos humanos. Há uma divergência fundamental no que se refere à concepção filosófica desses direitos. Neste artigo, naturalmente, não temos a pretensão de abordar o tema em toda sua amplitude. Pretendemos apenas explicar em linhas gerais a visão islâmica sobre os direitos humanos, esclarecendo as razões para o impasse conceitual estabelecido. 

Lamentavelmente, o tema em questão com frequência tem servido como instrumento de pressão política nas relações internacionais. Ao se aceitar o perigoso e falso pressuposto que contrapõe "sociedades modernas e democráticas" ou "a civilização contemporânea" ao mundo supostamente "incivilizado", "retrógrado" e não democrático, se elimina toda a possibilidade de diálogo sério. Ao se adjectivar as sociedades do mundo islâmico que optam por sua própria cultura e organização política, que não se pautam pelos modelos ocidentais, de "sociedades atrasadas" se escolhe uma solução reducionista que justifica o conflito. Na base desse conflito filosófico, a meu ver, se encontra o propósito do ocidente de fazer prevalecer "os seus valores", a "sua própria cultura" a todas as demais. Ao considerar os seus valores, sua própria cultura e sua visão particular sobre os direitos humanos, universais e superiores, o ocidente leva a discussão a um beco sem saída. 

O princípio humanista, que no decorrer dos últimos séculos no ocidente inspirou a formulação do que hoje chamamos de "direitos fundamentais do homem", não é algo surgido ou nascido no próprio ocidente; não pertence a uma construção histórica isolada que, segundo alguns, teria suas sementes na herança do chamado "berço da civilização ocidental", isto é, da civilização grega, e especificamente, no seu caráter político, na jurisprudência romana. Esta análise acadêmica da história nada mais é do que a visão eurocêntrica do mundo, a qual, não deveria mais ser considerada. A imensa riqueza nos campos da ética, da filosofia e do direito presente em outras civilizações antigas, dentre elas a civilização islâmica, foi simplesmente ignorada por essa visão eurocêntrica que, negando as evidências da própria história, pretendeu reivindicar para si a exclusividade sobre o conceito de "civilização". 

Portanto, a discussão sobre a divergência entre a cultura moderna ocidental e o Islão acerca do tema dos direitos humanos deve partir de um posicionamento livre de preconceitos ou pressupostos infundados. 

O Conceito de Direitos Humanos e o Islão 

Muito antes do renascimento europeu e das primeiras formulações filosóficas sobre os direitos do homem, o Islão estabeleceu princípios perfeitamente claros sobre os direitos fundamentais. Pelo menos seis séculos antes do pensamento europeu o Islão tratou dos direitos da mulher, por exemplo, negando a posição inferiorizada que a Igreja lhe destinou durante a Idade Média. A esse respeito, sabemos que enquanto a mulher no ocidente só adquiriu o direito de propriedade em fins do século XIX, este direito já fora especificado no próprio Livro Sagrado do Islão cerca de mil e quatrocentos anos antes. 

Entretanto, a concepção desses direitos não tem cor-respondência com a concepção clássica desenvolvida no ocidente sobre direitos humanos. 

O primeiro ponto a se destacar é que a expressão "direitos humanos" ou o termo "direito" não são encon-trados no Alcorão, na acepção a eles conferida na cultura ocidental. O termo “direito" nas fontes islâmicas, isto é, no Alcorão e nas tradições, possui o sentido de "aquilo que é devido ou que cabe a" em virtude de uma ordem hierárquica universal. O importante a ser entendido aqui é que, as duas concepções de direito (a islâmica e a ocidental) partem de fundamentos diversos. 

Quando falamos de "direitos humanos" na visão ocidental, falamos de um conjunto de direitos, desenvolvido a partir de diferentes ideias pelos teóricos políticos e sociais; o que na verdade constitui um conjunto em que há muita controvérsia. Podemos aceitar que muito do que há nessas ideias se origina das fontes clássicas greco-romanas, uma vez que, a partir dessas fontes todos os principais pensadores ocidentais, dentre eles Locke e Hobbes, desenvolveram o tema. Nesse sentido, é possível dizer que o conceito de "direitos humanos", tal como se desenvolveu no ocidente, não é um conceito islâmico. O que não quer dizer que a concepção islâmica de "direito" necessariamente seja contrária ao espírito de todos esses direitos. Em suma, nem todos os juízos de valor estabelecidos com base na visão ocidental de direitos humanos devem ser considerados não-islâmicos. 

No que diz respeito ao Islão, o conceito de direito, surge de uma Ordem Divina. E se estabelece como um conjunto de deveres. É precisamente esse princípio que diferencia o conceito islâmico de direito do conceito de direitos humanos desenvolvidos no ocidente. Toda a atribuição de "direito" no Islão tem origem nos preceitos e ordens de Deus, não numa condição natural de direito, tal como o pensamento clássico liberal interpreta. 

Assim, é possível dizer que no Islão, há o direito dos indivíduos, o direito da comunidade, o direito da criança, do idoso ou da mulher; o direito do trabalhador e do proprietário, etc. Porém, não há o reconhecimento do direito humano de forma genérica, justificado pela mera condição humana. 

A Vida Humana e a Escala de Valor dos Direitos na Concepção Islâmica 

A inviolabilidade da vida humana, no Islão, não é um conceito filosófico, mas uma ordem divina; expressa no Livro de Deus e na tradição profética. Como ordem divina, possui sua aplicação, suas condições e as circunstâncias de excepção. O seguinte versículo do Alcorão, por exemplo, apresenta implicitamente a inviolabilidade da vida humana e explicitamente duas circunstâncias de excepção: 

«...Quem matar uma pessoa, sem que esta tenha cometido homicídio ou semeado a corrupção na terra, será considerado como se tivesse assassinado toda a humanidade; quem a salvar, será reputado como se tivesse salvo toda a humanidade...». (5:32.) 

Dois pontos podem ser prontamente inferidos do que é dito no versículo: 

1. O reconhecimento do valor da vida humana. 

2. A evidência de que o valor da vida humana não é absoluto; que como valor, está inserido numa ordem hierárquica de valores. 

Qualquer concepção sobre direitos depende do critério sobre o valor da vida humana. Ainda que não exista uma divergência sobre esse ponto, há um entendimento diferente entre o pensamento liberal do ocidente e o Islão sobre as deduções possíveis disso. Para o pensamento liberal, o reconhecimento do direito a vida justifica automaticamente o reconhecimento de todos os demais direitos constantes nas declarações universais de direitos humanos. 

Para o Islão, porém, não há, no reconhecimento do direito a vida uma dedução implícita dos demais direitos. Da mesma maneira que não há um carácter absoluto no valor da vida, todo e qualquer direito é condicional e limitado. Ambas as afirmações, naturalmente, são inaceitáveis para os proponentes da causa dos direitos humanos, tal como são entendidos no mundo ocidental. 

Entretanto, o facto de o Islão não reconhecer que o direito a vida forneça um suporte automático aos direitos e proteções reconhecidas no ocidente, nada impede que a jurisprudência islâmica atue no sentido de inferir, a partir da shari'ah (lei divina) os direitos autênticos. Ou seja, os direitos que se conformem às condições da lei islâmica. O mesmo ocorre no que diz respeito ao não-reconhecimento de direitos absolutos. Há uma vasta gama de direitos que o pensamento liberal defende, que são perfeitamente reconhecidos pelo Islão, sem que com isso sejam considerados absolutos ou incondicionais. 

Direitos Individuais e Direitos Coletivos 

Não há no Islão, base ou evidência jurídica para que se estabeleçam direitos individuais de forma precedente aos direitos colectivos. De facto, a principal razão para os direitos individuais serem considerados condicionais e limitados se encontra na importância dada, no Islão, aos direitos colectivos. Tomemos por exemplo, o direi-to a propriedade privada. A jurisprudência islâmica afirma o direito a propriedade. No entanto, esse direito não significa total liberdade; o indivíduo não tem o direito de utilizar sua propriedade para lesar os direitos colectivos. 

Essa prioridade do espírito colectivo impede que ocorra, numa sociedade regida pela shari'ah, a ascensão de uma mentalidade radicalmente individualista. Na qual, cada indivíduo ou grupo pleiteia os seus próprios interesses, quer sejam legítimos ou não, em nome de "direitos". A confusão entre "interesses" e "direitos" produz imediatamente o possível desvirtuamento do próprio sentido da noção de direito, permitindo muitas vezes que, por vias legais e políticas, um grupo se beneficie lesando os direitos de toda a sociedade. 

O Islão e a Crença Numa Escala de Valor Suprema 

Mencionamos a existência de uma ordem hierárquica de valores. Falamos do carácter condicional e limitado do valor dos direitos. Por conseguinte, a rejeição do Islão à noção do pensamento liberal de direitos absolutos ou universais. A base para essa rejeição são as fontes da lei e da fé islâmica: o Alcorão e a Sunna profética. 

O Alcorão afirma o direito de Deus sobre as criaturas, e este direito ocupa a posição superior na escala de valores que deve ser acatada por todos os muçulmanos. Trata-se de um direito incondicional, pois Deus, Exaltado Seja, é o Supremo Legislador, o Único Dono de todas as coisas, Criador de todas as coisas. Sua Palavra é a fonte da Lei divina e Ele é Quem confere direitos e de-veres. 

Todos os direitos mencionados ou inferidos das fontes islâmicas, no sentido expresso de "o que é devido à" e não no sentido dado pelos filósofos políticos do ocidente, seguem essa ordem hierárquica de valor. Ou seja, não se estabelecem por si mesmos, mas pela determinação de Deus. Logo, não existe o direito legítimo que contrarie a vontade de Deus. 

Enquanto na perspectiva dos defensores contemporâneos dos direitos humanos, reivindicações diversas ocupam o mesmo status, valor e legitimidade, para o Islão, a medida básica de avaliação para as reivindicações de direitos é a sua conformidade com a Lei Divina. 

Do ponto de vista islâmico, a avaliação homogênea do vasto conjunto de garantias e direitos reivindicados no mundo moderno, artificialmente rotulados de "direitos humanos", é absurda e inaceitável. Se por um lado, o Islão, por exemplo, acata como legítima a reivindicação dos trabalhadores por um trabalho dignamente remunerado, com garantias legais de segurança no exercício de suas funções, por outro, rejeita inteiramente reivindicações como a de grupos organizados em vários países de reconhecimento da prostituição como pro-fissão legalizada. 

Enquanto o primeiro exemplo se trata de uma reivindicação legítima para o Islão, o segundo é absoluta-mente ilegítimo, pois não há direito para a transgressão da Lei Divina. 

O Desafio da Nação Islâmica 

A crescente pressão política e diplomática das potências e das organizações humanitárias do ocidente sobre o mundo islâmico, para que o programa ideológico dos direitos humanos seja implementado nos seus países, faz parte da lógica de ampliação de uma visão de mundo particular. A ideia de uma globalização econômica naturalmente é acompanhada de uma globalização cultural, que não significa outra coisa senão a imposição de valores e crenças convenientemente nomeados de "universais". 

Os valores e crenças consagrados pelo pensamento liberal são exatamente aqueles que asseguram a continuidade da grande máquina do Mercado. O pensamento humanista e as inclinações humanitárias que são apresentadas como bases para a causa dos direitos humanos, não dão as cartas nas relações políticas e nas decisões de poder, nem no mundo político, tampouco no sistema econômico mundial. Na realidade, é a visão e o interesse do Mercado que determina até que ponto uma reivindicação deve ser consagrada como "direito." 

As nações que se apresentam como líderes na defesa dos direitos humanos, são as primeiras a violá-los, sempre que seus interesses estejam em jogo. Não faltam justificativas práticas para calar as vozes contrárias que se levantam nos seus próprios países. Não raro a causa dos direitos humanos é grosseiramente posta a serviço de interesses geopolíticos. Governos são estigmatizados como "regimes inimigos da liberdade" pela simples razão de se oporem aos interesses das potências mundiais. Campanhas mediá-ticas são desencadeadas, não somente contra países muçulmanos, com o intuito de alimentar o descrédito contra esses governos. Ao mesmo tempo, regimes que colaboram com os interesses das potências, ainda que cometam desmandos ainda mais graves, são tolerados e seu desrespeito aos direitos humanos passa a não merecer a atenção da grande mídia internacional.

Uma nação poderosa economicamente como a China supera com facilidade as críticas a seu sistema penal rigoroso; a pena de morte praticada em trinta e cinco estados norte-americanos ou na Arábia Saudita, uma tradicional aliada dos EUA, não desperta grande indignação da mídia, quando o mesmo não pode ser afirmado sobre o regime islâmico do Irão. Um regime aliado dos EUA na América Latina como o colombiano, pode aplicar políticas de eliminação e perseguição de populações indígenas, em nome da luta contra o narcotráfico, sem que desperte a mínima atenção da grande mídia do ocidente. No entanto, os seus vizinhos não aliados aos interesses norte-americanos estarão constantemente na mira da mídia internacional, não importando realmente até que ponto respeitem as liberdades individuais ou não. 

Entretanto, esta crítica não significa em absoluto que discordar do conceito ocidental de direitos humanos seja concordar com a violação dos direitos legítimos em qual-quer parte do mundo. 

Nota:  Os Direitos Humanos e a Justiça no Islão 

O Islão fornece muitos direitos humanos para o indivíduo. A seguir alguns desses direitos humanos que o Islão protege: 

A vida e propriedade de todos os cidadãos num estado islâmico são consideradas sagradas, seja essa pessoa muçulmana ou não. O Islão também protege a honra. Portanto, no Islão, insultar outras pessoas ou zombar delas não é permitido. O Profeta Muhammad (p.e.c.e.) disse: «Na verdade, o sangue, a propriedade e a honra de um ser humano são invioláveis». (Sahih Muslim, #1739, e Musnad Ahmad, #2037). 

O racismo não é permitido no Islão, porque o Alcorão fala de igualdade humana nos seguintes termos: «Ó humanos! Nós vos criamos de um macho e uma fêmea e vos separamos em nações e tribos para que conhecessem uns aos outros. Na verdade, o mais nobre entre vós para Deus é o mais piedoso…» (Alcorão, 49:13). 

O Islão rejeita que certos indivíduos ou nações sejam favorecidos por conta de sua riqueza, poder ou raça. Deus criou os seres humanos como iguais, que são para serem distinguidos uns dos outros apenas com base na sua fé e piedade. O Profeta Muhammad (p.e.c.e.) disse: «Ó povo! Seu Deus é um e seu pai (Adão) é um. Um árabe não é melhor que um não-árabe e um não-árabe não é melhor que um árabe, e uma pessoa branca não é melhor que uma pessoa negra e uma pessoa negra não é melhor que uma pessoa branca, exceto em piedade». (Musnad Ahmad, #22978). 

Um dos maiores problemas enfrentados pela humanidade hoje é o racismo. O mundo desenvolvido pode enviar um homem à lua mas não pode impedir o homem de odiar e combater o seu semelhante. Desde os dias do Profeta Muhammad (p.e.c.e.), o Islão forneceu exemplos vividos de como o racismo pode ser terminado. A peregrinação anual (Hajj) à Meca mostra a irmandade islâmica real de todas as raças e nações, quando em torno de mais de três milhões de muçulmanos de todo o mundo vão à Meca fazer a peregrinação. 

O Islão é a religião da justiça: «Na verdade, Deus ordena que devolvais o que lhes foi confiado a seus donos, e que quando julgardes entre as pessoas, que julgueis com justiça...». (Alcorão,4:58) E Ele disse: «E sede justos. Na verdade, Deus ama aqueles que são justos». (Alcorão, 49:9). 

Nós devemos ser justos inclusive com aqueles que odiamos, como Deus disse: «...E que o ódio para com um povo não vos induza à injustiça. Sede justos: isso é o mais próximo da piedade...». (Alcorão, 5:8). 

O Profeta Muhammad (p.e.c.e.) disse: «Ó Povo! Cuidado com a injustiça, porque a injustiça deve ser a escuridão no Dia do Juízo». (Musnad Ahmad, #5798 e Sahih Al-Bukhari, #2447). 

E aqueles que não receberam os seus direitos (isto é, que têm uma reclamação justa) nessa vida, os receberão no Dia do Juízo, conforme o Profeta (p.e.c.e.) disse: «No Dia do Juízo, os direitos serão dados a quem de direito (e os erros serão corrigidos». (Sahih Muslim, #2582, e Musnad Ahmad, #7163). — in Revista Al Furqán.
Obrigado. Wassalam.
M. Yiossuf Adamgy - 09/10/2014.

Por: Ahmed Ismail 

sexta-feira, outubro 10, 2014

Carne de Porco é Proibida Seu Consumo é Ilícito em Todas as Leis Divinas

O Consumir a Carne de Porco é Proibido por Todas as Leis Divinas

O consumir carne de porco é ilícito em todas as leis divinas. Nenhum profeta tornou a carne de porco lícita, nem Jesus (AS), pois um dos primeiros atos que será praticado por Jesus, no seu retorno, como um dos grandes sinais do acontecimento da Hora do Juízo Final, como nos foi informado pelo Mensageiro de Allah é: “Jesus, filho de Maria, irá voltar, como árbitro justo. Ele quebrará a cruz e eliminará o porco.”
Nem Moisés, nem Jesus, nem Noé, nem Adão, nem Mohammad (AS) permitiram o consumo da carne de porco.

Allah, exaltado seja, o Soberano, de Cuja Lei a humanidade se desviou, estando agora sorvendo todo tipo de copos de fel: “Estão-vos vedados: a carniça, o sangue, a carne suína.” (5:3). É a Lei de Allah. Alguém pode dizer: Não comemos carne de porco, porque nos vedam usufruirmos dela? As pessoas estão aflitas. Por que não nos permitem criar porcos e os vendermos para melhorar a nossa economia. O Mensageiro de Allah (S) disse: “Allah vedou a venda das bebidas inebriantes, a carniça e o porco”. Portanto é ilícito vender, comer, aproveitar a gordura, a pele e as patas.

Os interesses são de três tipos:
1. Interesse legal: De acordo com a Sunna profética. Onde houver lei há interesse.
2. Interesse supérfluo ou anulado ou proibido: É o interesse contrário ao interesse legal. Entre ambos os interesse, há
3. O interesse livre: É o interesse que é restituída aos fundamentos da nossa religião, ao Livro e à Sunna, ao consenso e à analogia, conhecido pelos sábios, os especialistas que distinguem entre as provas e suas extensões gerais, evidentes, particulares, ab-rogadores e suprimidos, dentre as regras fundamentais.

Não nos é permitido vender bebidas alcoólicas aos turistas com a alegação que não são muçulmanos. Não é permitido nem é lícito, porque quando Allah proíbe algo, proíbe também o seu preço. Não é lícito alguém dizer que não sabe. A religião não é capricho, nem opinião própria, nem é combinação para que cada um se apresente na hora que quiser e fale a respeito da religião de Allah como quiser.

É ilícito consumir e vender carne de porco. É ilícito consumir e vender bebidas alcoólicas, como nos é dito por Mohammad (S). Por Allah, Que não ha outra divindade além d’Ele, desejo com cada átomo de meu corpo que a humanidade desperte para o sistema de seu Senhor, o sistema de seu Profeta para ser feliz neste mundo e no Outro. Peço a Allah, exaltado seja, que nos conserve firmes na verdade.

Eu não sou designado em analisar a gripe suína, pois isso é função dos médicos especialistas. Mas desejo expor a questão de forma legal vinculado ao Alcorão e à Sunna.
A gripe suína é uma das enfermidades gripais cujos sintomas são iguais à gripe comum. A Organização Mundial de Saúde anunciou que elevou o nível de combate à enfermidade ao nível 5 entre 6. É a penúltima etapa que se for ultrapassada será anunciado que temos uma epidemia mundial. Peço a Allah que nos livre disso.

Quero lembrar o perigo da doença. Em 1918 essa enfermidade surgiu na Espanha e agora surgiu no México. Muitas pessoas morreram por causa dela por ter a enfermidade passado do porco para o ser humano. Os especialistas afirmavam que era impossível a doença passar do porco para o ser humano. Porém, o desenvolvimento do vírus fez com que contagie o ser humano.

Quero mostrar a vocês o perigo dessa doença. Em 1918, quando surgiu na Espanha e foi denominado naquele tempo de gripe espanhola, em apenas 18 meses ceifou aproximadamente cinqüenta milhões de vidas. Estou citando isso para que ninguém imagine que a Organização Mundial de Saúde, quando elevou o nível de preparação ao nível 5 está brincando. O problema é grave. O governo americano destinou um bilhão e meio de dólares para combater a enfermidade. O Egito ordenou a matança dos porcos. Não é certo mandar matar os porcos, mas não se deve permitir a criação deles, a sua venda, além de seu consumo, alegando questões econômicos nem políticos.

É a lei de Allah que nos proibiu: “A carniça, o sangue, a carne de suíno e tudo o que tenha sido sacrificado com a invocação de outro nome que não seja o de Allah; os animais estrangulados, os vitimados a golpes, os mortos por causa de uma queda, ou chifrados, os abatidos por feras, salvo se conseguirdes sacrificá-los ritualmente;(441) o (animal) que tenha sido sacrificado nos altares.” (5:3).

A questão é grave e a humanidade só consegue se livrar da enfermidade que pode chegar à epidemia – Que Allah nos proteja e aos países muçulmanos de todo mal – a não ser com o retorno a Allah. A humanidade não conseguirá acabar com a AIDS, da vaca louca, da gripe suína e de outras enfermidades que ouvimos falar a não ser com o retorno a Allah, ao Seu sistema, à Sua Lei. A humanidade deve dizer e repetir sempre: “Escutamos e obedecemos. Só anelamos a Tua indulgência, ó Senhor nosso! A Ti será o retorno!” (2:285).

Termino esclarecendo um mal entendido de algumas pessoas. Alguém pode dizer: “O que você disse do início ao fim do sermão não é contrário ao que vemos que muitos incrédulos não muçulmanos vivem afundados no bem-estar?” Não pode dizer que temos culpa e somos desobedientes porque eles vivem bem.” Respondo a isso, dizendo que se prestaram atenção às minhas palavras terão a resposta.

Fonte: http://www.luzdoislam.com.br/br/carne-de-porco-%C3%A9-proibida-a165.htm

quinta-feira, outubro 09, 2014

ALGUNS HADITHS E VERSÍCULOS QUE FALAM DOS DIREITOS DA MULHER NO ISLAM

Hajji Sheikh Muhamad Ragip al-Jerrahi

Algumas referências a partir do Sagrado Alcorão e das tradições do Profeta Muhammad (saws), os Hadiths, que permitem compreender como a mulher é considerada no Islam.

Exaltação da posição de mãe:

Hadiths:
Paraíso repousa aos pés de vossas mães
Al-Bukhari: Perguntaram ao Profeta (saws) a obra que mais agradava a Deus. Ele respondeu: "O culto da oração nas horas certas". Então perguntaram: "E depois disso?", o Profeta respondeu: "Ser generoso com seu pai e sua mãe.
Frequentes referências no Alcorão, recordando que sua mãe o carregou no ventre e sofreu por sua causa. Ex: 31:14-15

Prioridade nas relações e serviço.

Perguntaram ao Profeta (saws) com que prioridade um fiel deveria cuidar e servir às pessoas, e o Profeta definiu::
Em primeiro lugar a mãe, em segundo lugar a mãe, em terceiro lugar a mãe,
Depois o pai,
Depois as filhas
Depois os filhos
Depois a esposa
Depois os parentes, vizinhos, a comunidade, a natureza.

Tratamento da esposa:

Hadiths:
Os melhores dentre vós são os que tratam melhor as suas esposas.
Sermão da despedida: "O humanos, em verdade, vossas mulheres têm direito sobre vós como vós tendes direitos sobre elas"
O crente perfeito é aquele que tem um carater perfeito e é bondoso para com a esposa.
Que nenhum homem crente desgoste de uma mulher crente. Se algo nela o desagrada, alguma coisa há de agradá-lo.

Alcorão:
E harmonizai-vos com elas; pois se as menosprezardes podereis estar depreciando um ser que Deus tem dotado de muitas virtudes." 4-19
Elas são vossas vestimentas e vós sois delas 2-187
E entre Seus sinais está o de haver-vos criado companheiras da vossa mesma espécie para que com elas convivais; e vos vinculou pelo amor e pela piedade.

Delitos contra a mulher:
Foram postos no mesmo nível, tendo a mesma gravidade, daqueles praticados contra o homem, independente de dizerem respeito à pessoa, à propriedade ou à honra.
Se um homem acusar uma mulher de imoralidade sem provar, fica sujeito à pena prescrita para a falsa acusação além de ser declarado permanentemente indigno de testemunhar perante um tribunal. 24:4-5
A acusação de imoralidade contra uma mulher requer a apresentação de no mínimo quatro testemunhas. Alcorão 24-4.
A acusação, sem apresentação de quatro testemunhas, sujeita o acusador à pena de oitenta vergastadas e nunca mais seus testemunhos serão aceitos.

Direitos
A mulher tem direito inalienável à sua propriedade, podendo dela dispor sem interferência de quem quer que seja, mesmo pai, irmão, marido ou filho.
A propriedade da mulher não pode ser tocada mesmo que seu marido ou pai ou qualquer outro parente tenha dívidas que excedam seu próprio patrimônio.
Têm os mesmos direitos dos homens para aquisição de propriedades, pode herdá-las, recebê-las em doação ou como presente, ganhá-las como remuneração de seu trabalho e esforço.
Pode dispor de seus bens de forma absoluta.
Direito a dote ao casar.
Direito à manutenção pelo marido: alimentos, vestuário, moradia, etc.
Pode, se quiser, trabalhar para aumentar a renda da família, ou para diminuir a despesa que se teria se ela não trabalhasse.
Se não quiser amamentar seu filho é dever do pai contratar uma ama de leite.

Poligamia
Para que o homem case com uma segunda esposa, a primeira esposa deve consentir, bem como a futura esposa. Ambas devem concordar.
Não é permitida a poligamia se as leis do país não permitirem.
Todas esposas têm direito a mesma condição material e afetiva, é dever do marido. Alcorão: "Mas se temerdes não poder ser equitativos para com elas, casai, então, com uma só."4-3
Nenhuma mulher pode ser forçada ao casamento.
Ao casar a mulher pode exigir a inserção de cláusula no contrato de casamento assegurando que o marido não se case com uma segunda esposa.

Este instituto da poligamia obriga o homem a dar tratamento igualitário às mulheres e a todos os seus filhos, além de assegurar a todos eles a respeitabilidade de pertencerem a uma família. O concubinato é proibido no Islam, sendo considerado adultério. Observe-se que no concubinato os direitos da mulher não estão garantidos e seus filhos não têm o amparo e a respeitabilidade de pertencerem a uma família reconhecida socialmente.

Relações conjugais:
Hadith: ... Caridade são as boas obras. Caridade é evitar os atos maus. Cada ato sexual entre marido e esposa é caridade.
Têm direito ao prazer, podendo solicitar na justiça a anulação do casamento se o marido durante três meses não cumprir seus deveres conjugais, inclusive o sexual.
Omar proibiu a prática do coitus interruptus sem o consentimento da esposa.
A pratica anticoncepcional deve ter o consentimento da esposa.
Deve concordar livremente cm seu casamento, ninguém, nem os pais, pode obrigá-la a casar com alguém, contra sua vontade.

Recato

Estabelecido para o homem e para a mulher:
Surata 24-30 Dizem aos fiéis que recatem seus olhares e conservem seus pudores, porque isto é mais benéfico para eles,..
Surata 24-31 Dize às fiéis que recatem seus olhares, conservem seus pudores e não mostrem seus atrativos, além dos que normalmente aparecem; que cubram o colo com seus véus e não mostrem seus atrativos, a não ser aos seus esposos, seus pais, seus sogros, seus filhos, seus enteados, seus irmãos, ...

Não exclusão da mulher:
Surata 33:35
Quanto aos muçulmanos e às muçulmanas, aos fiéis e às fiéis, aos consagrados e às consagradas, aos verazes e às verazes, aos perseverantes e às perseverantes, aos humildes e às humildes, aos caritativos e às caritativas, aos jejuadores e às jejuadoras, aos recatados e às recatadas, aos que se recordam muito de Deus e às que se recordam d'Ele, saibam que Deus lhes tem destinado a indulgência e uma magnífica recompensa.

Como se vê não permite a exclusão da mulher. Adicionalmente, observe-se que uma preocupação atual, de citar explicitamente a mulher nos textos, já era adotada pelo Sagrado Alcorão no século VII.

Divórcio:
Tomai-as em termos equitativos ou separai-vos delas em termos equitativos 65-2
Proporcionar o necessário às divorciadas (para sua manutenção) é um dever dos tementes."2-241
Divórcio só se consuma após um período de espera de três menstruações ou três meses. Podem se reconciliar neste período sem necessidade de novo casamento. Após o período de espera só com novo casamento.
Se se divorciarem três vezes não podem mais casar a não ser que a mulher se case com outro homem com intenção de permanecer com ele e depois dele se divorcie.

Benevolência nas devoções
Durante suas regras está dispensada das orações obrigatórias, e do jejum do mês de Ramadan.
Não é obrigatório que compareça às mesquitas para a oração das sextas-feiras, mas pode fazê-lo se quiser.
Para o cálculo do zakat, esmola obrigatória para os pobres, não se leva em conta suas jóias e adornos.

Liderança exercida por mulheres

Desde o princípio do Islam a mulher tem sido alçada a posições de liderança em função de sua competência, tanto em assuntos materiais, exercendo funções importantes na administração, quanto liderança espiritual. Como exemplo, pode-se citar Aicha, esposa do Profeta (saws), que foi eminente mestre das tradições, contando centenas de alunos.
Fonte: http://www.masnavi.org/jerrahi/A_Mulher_no_Islam/a_mulher_no_islam.html

quinta-feira, outubro 02, 2014

KHUTBA DO DIA DE IDUL- ADHÁ

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

 Alhamdulillah! Todos os Louvores são para Allah, nosso Senhor, nosso Sustentador, que criou os céus e tudo o que existe na terra, sem ajuda de ninguém. Pedimos a Sua ajuda e pedimos o Seu perdão. Pedimos a Allah Subhana Wataala, para que derrame bênçãos no Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), o selo da profecia e que Allah esteja satisfeito com todos os seus familiares e companheiros. Que a Paz de Allah esteja com todos os restantes Profetas, que vieram para nos trazerem sempre a mesma mensagem da Unicidade Divina de que não há outra divindade, senão Allah.

Testemunhamos de que toda a adoração é para Allah, o Único, que não tem parceiros e que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) é Seu servo e Seu Mensageiro.

ALLAHU AKBAR, ALLAHU AKBAR; LÁILAHA IL-LALLÁHU-WALLÁHU AKBAR. ALLÁHU AKBAR WALIL-LÁHIL-HAMD. Deus é o Maior. Deus é o Maior. Não há outra divindade excepto Deus. Deus é o Maior, Deus é o Maior e todos os louvores pertencem só a Deus.

 O Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu: “Não há dias que são melhores perante Allah e durante os quais são mais amados por Ele do que os 10 dias (os primeiros dias de Dhul Hijja). Então durante os referidos dias recitem com frequência “La ilaaha illa Allah, Allahu Akbar e Al Hamdulillah”.

 Ibn Umar e Abu Huraira tinham por hábito irem ao mercado durante os primeiros 10 dias de Dhul Hijja e repetidamente diziam o Takbeer e as pessoas repetiam as palavras com eles.

ALLAHU AKBAR, ALLAHU AKBAR; LÁILAHA IL-LALLÁHU-WALLÁHU AKBAR.ALLÁHU AKBAR WALIL-LÁHIL-HAMD. Deus é o Maior. Deus é o Maior. Não há outra divindade exceto Deus. Deus é o Maior, Deus é o Maior e todos os  louvores pertencem só a Deus.

 Aisha (Radiyalahu an-ha) referiu: “Abu Bakr veio à minha casa, no dia de Id enquanto duas meninas Ansari estavam ao meu lado cantando histórias dos Ansar relativas ao Dia de Buath. E elas não eram cantoras. Abu Bakr disse protestando: “Instrumentos musicais do satanás na casa do Mensageiro de Deus!” E o Apóstolo de Deus disse: Ó Abu Bakr! Há um dia de Id para cada nação e este é o nosso Id”.  Jabir bin Abdullah referiu que no dia de Id, o Profeta tinha por hábito retornar à casa (depois de efectuar o Salat de Id) através de um caminho diferente por qual ele veio”.

Jabir b. Abdullah al-Ansari disse: “Não há qualquer Adhan ou Iqama ou qualquer outro tipo de chamamento (para a oração) nos dois dias de Id. Abdullah Ibn Umar (Radiyalahu an-hu), referiu que o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) efetuava as duas orações de Id antes de transmitir os Khutbas (sermão).
Ibn Abbas (Radiyalalhu an-hu) disse que o Profeta saiu da casa e efetuou duas Rakats no dia de Idul Fitr e não efetuou nenhuma outra oração antes nem depois e isto no tempo em que o Bilal (Radiyalahu an-hu) o acompanhava.
ALLAHU AKBAR, ALLAHU AKBAR; LÁILAHA IL-LALLÁHU-WALLÁHU AKBAR.

ALLÁHU AKBAR, WALIL-LÁHIL-HAMD. Deus é o Maior. Deus é o Maior. Não há outra divindade excepto Deus. Deus é o Maior, Deus é o Maior e todos os louvores pertencem só a Deus.

 Al Bara (Radiyalahu an-hu) ouviu no Khutba do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam): “A primeira coisa a ser feita neste dia (Dia de Idul Adha), é para efetuarmos a oração; depois de regressarmos da oração nós efetuamos os sacrifícios (em nome de Allah) e quem fez assim, ele agiu de acordo com a nossa Sunna (tradição)”.
 E Allah Subhana Wataala refere no Seu Livro Sagrado: “Faça Salah (oração) para o teu Senhor e faça Curbani (Sacrifício)”. 108.2.
 Jundab (Radiyalahu an-hu) referiu que no dia de Nahr (Idul Adhá) o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) efectuou a oração e depois fez o khutbá e depois do abate do sacrifício disse: “Aqueles que abateram (os animais) em sacrifício antes da oração, devem sacrificar outro animal no lugar dele e aqueles que ainda não o fizeram, devem efectuar o sacrifício, mencionando o nome de Allah sobre ele”.
Allah Subhana Wataala refere no Seu Livro Sagrado acerca da carne do Curbani “…Comei, pois, dele e alimentai o indigente e o pobre”. 22:28.
Jabir (Radiyalahu an-hu) relatou que o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Sacrificai apenas um animal adulto, a menos que seja difícil para vocês, nesse caso podem sacrificar um cordeiro (com menos de um ano, mas com idade superior a seis meses). E Jabir b. Abdullah (Radiyalahu an-hu) refere também:
No ano de Hudaibiya (6 da Hegira), nós, na companhia do Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam), sacrificámos camelo para 7 pessoas e vaca para 7 pessoas”.
 ALLAHU AKBAR, ALLAHU AKBAR; LÁILAHA IL-LALLÁHU-WALLÁHU AKBAR.

 ALLÁHU AKBAR, WALIL-LÁHIL-HAMD. Deus é o Maior. Deus é o Maior. Não há outra divindade exceto Deus. Deus é o Maior, Deus é o Maior e todos os louvores pertencem só a Deus.
 Anas (Radiyalahu an-hu) referiu que o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) sacrificou com as suas mãos dois carneiros com chifres, que eram brancos com manchas pretas e recitou o nome de Allah, Glorificando-O dizendo (Allahu Akbar). Ele colocou o seu pé sobre os seus flancos dizendo “Bismillah Allahu Akbar)”.
Allah Subhana Wataala refere no Seu Livro Sagrado: “Allah vos proibiu carne de animais mortos (que morreram por si), o sangue, a carne de porco e o que foi imolado sob a invocação de qualquer outro nome, que não seja o de Allah…” 2.173.
 Certa vez os Sahabas (Radiyalahu an-huma), quiseram saber o significado do Curbani (Sacrifício) e o Profeta (Salalahu Aleihi Wassam) respondeu: “É Sunnat (tradição) do vosso pai Ibrahim.” Então eles perguntaram: “Que recompensa obteremos pelo sacrifício?” O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Por cada pêlo do animal, tereis uma recompensa.”
 Abu Huraira (Radyiallahu an-hu) narra que o Profeta (Sallalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quem tem capacidade financeira para fazer o curbani (sacrifício), mesmo assim não o faz, esse que fique longe e não se aproxime do nosso idegáh (local da oração de Ide).
 ALLAHU AKBAR, ALLAHU AKBAR; LÁILAHA IL-LALLÁHU-WALLÁHU AKBAR.

ALLÁHU AKBAR, WALIL-LÁHIL-HAMD. Deus é o Maior. Deus é o Maior. Não há outra divindade exceto Deus. Deus é o Maior, Deus é o Maior e todos os louvores pertencem só a Deus.

 O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Ofereçam prendas uns aos outros, porque a prenda remove o rancor do peito”. Aicha (Radiyalahu an-há) disse que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) aceitava prendas e em troca também dava prendas.
ALLAHU AKBAR, ALLAHU AKBAR; LÁILAHA IL-LALLÁHU-WALLÁHU AKBAR.

 ALLÁHU AKBAR, WALIL-LÁHIL-HAMD. Deus é o Maior. Deus é o Maior. Não há outra divindade exceto Deus. Deus é o Maior, Deus é o Maior e todos os louvores pertencem só a Deus.

 E Allah Subhana Wataala refere no Livro Sagrado: “Inna Laha wa mala-i-katahú yu-çalúna ãlá nabi-í. Yá a-yu-al lazina amanú sallú ãleihi wa sallimu taslíman.
 “Na verdade, Allah e os Seus anjos derramam bênçãos sobre o Profeta. Ó vós que credes! Pedi bênçãos para ele e saudai-o com respeitosa saudação”.

Ó Allah derrame bênçãos sobre Muhammad e sobre a sua progénie (família), como derramastes bênçãos sobre Ibrahim (Abraão) e sua progénie. Ó Allah abençoa Muhammad e sua família como abençoaste Ibrahim e sua família, sem dúvida Tu ês Possuidor do Louvor e da Glória”.
 “Ó Allah, lave o nosso coração com a água da neve e granizo e limpe o nosso coração de todos os pecados, como uma peça de roupa branca é limpa da sujidade”.

Ó Allah, perdoa-nos e tenha pena de nós, ó Tu mais Misericordioso de todos os que mostram misericórdia!

 Ó Allah, faça-nos entrar no Paraíso e livra-nos dos tormentos da sepultura e do inferno!” Ó Transformador de corações, mantenha-nos firmes na Tua religião.

Yá Allah, Yá Rahman, Yá Rahim, Yá Haiú, Yá Kaiiúm.
RABBANÁ ÁTINA FI DDUNIA HASSANATAM WUAFIL ÁHIRATI HASSANATAM WUAQUINA ÃZÁBAL NNAR” - Nosso Senhor, conceda-nos o bem neste mundo e na vida futura e salve-nos dos castigos do fogo do inferno.
 “Alhahhuma Ajirna Miná Nari” - “Ó Allah, salvai-nos do castigo do fogo (do inferno)”.
Rabaná af-rig ãleiná sab-ran wa tawafaná muslimun: “Senhor Nosso, concede-nos a paciência e faze com que morramos submissos a Ti!”.
 - Rabbaná Wuatakabbal Duãí - “Senhor nosso, aceitai as nossas preces”.

Abdul Rehman Mangá 02/10/2014 abdul.manga@gnail.com

segunda-feira, setembro 29, 2014

A Barba do Muçulmano

Ela usa hijab! E você, por que não usa a barba?

Em muitas ocasiões sou perguntado (relata o xeique) do hijab por alguns irmãos querendo que eu ensine a suas esposas, mostrando-as a obrigatoriedade do hijab. Se bem que é certo que o hijab é obrigatório, que queira Allah conceder a todas as irmãs no Islam a força e a fé para usa-lo como correspondem, esses mesmos irmãos enviam mensagens contradizendo as mulheres, e também sua fé, quando eles mesmos não cumprem com uma obrigação que Allah lhe impôs, “a barba”. Exato, a barba!

Quando Allah ordena as mulheres vestirem o hijab no Alcorão, justifica a causa dizendo: “Ó Profeta! Diga a tuas mulheres, tuas filhas e as mulheres dos crentes que se cubram com seus mantos; é melhor para elas, para que sejam reconhecidas e não molestadas. E Allah é Perdoador, Misericordioso”. (Alcorão 33: 59); quer dizer, que ao identificar-las como muçulmanas não sejam molestadas nem tentadas, porque o hijab demonstra que são pessoas religiosas, onde buscam a complacência de Allah e não se misturam nem procuram os prazeres passageiros desta vida através da fé, do coração e da recompensa na outra vida.

A barba tem o mesmo significado: Dar a nós uma identidade como muçulmanos, evidenciando aos homens que somos religiosos e para as mulheres, que não queremos ser tentados. Para esses irmãos que exigem de suas mulheres o uso do hijab, porem ao mesmo tempo, nem pensam em deixar crescer a barba, lhes dedico esse pequeno esclarecimento sobre a obrigatoriedade (sim, disse obrigatório, não disse “Sunna” – recomendado) da barba.

Provas sobre a obrigatoriedade da barba no Alcorão e na Sunna

Abu Huraira (que Allah se compraza com ele) narrou que o governante do Iêmen, nomeado pelo imperado Persa Kisra, enviou dois emissários ao Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele). Quando chegaram perante a ele, advertiu-lhes que haviam sobre terem se barbeado e deixaram crescer o bigode. Detestando essa aparência, virou o rosto e disse: “Ai de vocês! Quem lhes disse para fazer isso?” Eles responderam: “Nosso amo Kisra.” O Mensageiro respondeu: “Porem meu Senhor, Exaltado e Glorificado seja, me ordenou a deixar crescer o a barba e aparar o bigode”. (Registrado por IbnJarir At-Tabarani, IbnSa’ad e IbnBishran. Verificado como hásan (bom) por Al-Albani (FiqAs-Sira de Al-Ghazali, pág: 359).

Ibn ‘Umar (que Allah se compraza com ele) narrou que o Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele) disse: “Aparem o bigode, porém deixem crescer a barba”. (Registrado por Al-Bukhari e Muslim).

Allah estabeleceu no Alcorão que seguir o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele), em suas ordens é uma obrigação: “Quem obedece ao Mensageiro, com efeito, obedece a Allah. E que te dá as costas, saiba que não te enviamos sobre eles como um guardião”. (Alcorão 4: 80).

Definição linguística

Em árabe, é utilizado a palavra “lahia” para dizer barba, que é derivado da “lahi” que significa mandíbula; por tanto, é definido a barba como o pelo que cresce no rosto sobre os ossos das mandíbulas. (Al-QamusAl-Muhit de Al-Fairuzabadi e Lisan Al-‘Arab de IbnMandur).

Veredicto legal

Deixar crescer a barba é uajib (obrigatório) para todos os homens que possam fazer-lo.

A posição dos sábios sobre o tema

Todos os sábios Salaf As-Salih (as primeiras gerações de muçulmanos), incluindo os quatro Imames (Hanafi, Maliki, Shafi’i, Hambal), sustentam que é haram (proibido) se barbear.

• Hanafis

IbnAbidin disse: “Esta proibido que o homem faça a barba (barbear-se)”. (RaddAl-Muhtar – 2: 418).

• Malikis

Abu Al-Hasan: “Barbear-se é proibido, pois ao corta-la provoca uma clara renuncia de uma obrigação”. (Shah Ar-Risala de Abu Al-Hasan, com os comentários por Al-Adui).

Al-Adui disse: “Fui reportado que Malik odiava barbear tudo aquilo que estivesse sobre as mandíbulas”. E também disse: “Isso é o que fazem os Zoroastras”. (Shah Ar-Risala de Abu Al-Hasan, com os comentários por Al-Adui).

Ibn Abdul Al-Barr disse: “Esta proibido se barbear”. (At-Tamhid).

• Shafi’is

O ImamShafi’i expressou em seu livro Al-‘Umm que o ato de se barbear esta proibido.

Al-Ajur’i disse: “Esta proibido barbear-se a menos que tenha um problema médico com ela”. (ShahAl-Ubab).

• Hambalis

Meu sábio favorito, IbnsTaimia disse: “É proibido fazer a barba”. (Al-IjtiyaraAl-Ilmia – pág.: 6).

As-Saffarini disse: “Em nosso mahdab (escola), estamos de acordo que é proibido barbear-se”. (GhizaAl-Bab – 1: 137).

O literalista IbnHazmAl-Andalusi disse: “Todos os sábios estão de acordo em que o ato de se barbear, é uma anulação do obrigatório e por tanto, esta proibido”. (MaratibAl-Ijm’a – pág.: 147; e Al-Muhalla – 2: 189).

O tamanho da barba

Não existem relatos autênticos que indicam que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele), fez sua barba (barbeou-se). Sem duvida, existem alguns relatos autênticos de certos sahabas (companheiros) – como Ibn ‘Umar, Abu Huraira, e Ibn ‘Abbas, que indicam que somente era aparada a barba quando esta excedia o comprimento de um punho. Existem também relatos similares de outros Salaf As-Salihim como Ibrahim An-Naja’i, Malik e Alhamd.

Todos esses relatos autênticos foram compilados pelo grande sábio de hadith Muhammad NasrudinAl-Albani, em seu livro Ad-Da’ifa logo do hadith nº.: 2355).

Também é narrado no SahihAl-Bukhari, que quando ‘AbdullahIbn ‘Umar realizava a peregrinação maior ou menos, somava sua barba com a mão e aparava tudo o que ultrapassava um punho.

Quer dizer que se seguirmos o entendimento que tiveram os sahabas (companheiros) sobre a vida do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele), a barba excedente a um punho que existe abaixo do queixo pode ser aparada.

Algumas desculpas que se ouve

Algumas pessoas dizem: “É só uma Sunna!”. Confundindo uma obrigação estabelecida pela Sunna com aquilo que é Sunna (uma recomendação) como veredicto na jurisprudência. Porem com a luz das provas que citei anteriormente, esse argumento é facilmente derrubado.

Alguns homens sustentam que a barba lhes provoca irritação e uma pele áspera. Se um médico dermatológico lhes aconselha a fazer a barba (barbear-se) por uma enfermidade em sua pele, nesse caso terá um desculpa aceitável. Caso contrario, a irritação é causada pelo constante ato de se barbear, e não pela própria barba e/ou por não realizar uma correta higienização do local mediante ao ud’u (ablução), tal como é indicado na Sunna.

Outros homens alegam que o trabalho exige fazer a barba, ou que perderiam o emprego se não a fizessem. Na maioria dos casos isto não é correto. Se alguém oferece evidencia de que a barba é um requisito religioso, o empregador não pode obrigar um homem a retirá-la a menos que seja um requisito de higiene como a preparação de alguns químicos e alimentícios.

Conclusão

Irmãos, o uso da barba é parte da identificação obrigatória que temos como muçulmanos, da mesma forma que o hijab é para as mulheres.

E Allah sabe mais!
Fonte: http://www.islamhouse.com/328233/pt/pt/articles/Ela_usa_Hijab!_E_voc%C3%AA,_por_que_n%C3%A3o_usa_a_Barba?

sexta-feira, setembro 26, 2014

Sobre a Metodologia da Compreensão do Alcorão

Já houve numerosas interpretações do Sagrado Alco-rão. Isto por si, mostra o grande significado desta Extraordinária Escritura revelada ao sagrado Profeta do Islão, Muhammad (p.e.c.e.), há 1400 anos.

O Alcorão inspirou milhões de pessoas à volta do globo e continuará a fazê-lo enquanto existirem seres humanos neste planeta. Muitos inimigos do Islão atacam esta Extraordinária Escritura e tentam “provar”, à sua maneira, que ela “destila ódio contra os não crentes … providenciando um rígido e fanático sistema de crenças … que fazem com que os muçulmanos sejam fanáticos e derramem tanto sangue na terra”.

Infelizmente, também muitos racionalistas, embora não inspirados pelo ódio do Alcorão, mas pela sua aversão à religião, têm acreditado, frequentemente, nestes argumentos, pois abordam o Alcorão com uma perspectiva pré-concebida que irá apenas atrasar o seu progresso e deturpar a compreensão da sua verdadeira mensagem, o que redunda num impacto confuso.

É tendo em conta estas objecções e interpretações erradas do Alcorão que é necessário desenvolver uma metodologia adequada, para entender a Escritura de imenso significado.

A primeira questão importante neste contexto é saber se será possível haver apenas um único tipo de interpretação?

Em segundo lugar, pode qualquer interpretação particular do Alcorão ser obrigatória para as gerações posteriores, ou mesmo para o povo da mesma geração, por mais eminente que seja o intérprete?

Em terceiro lugar, os companheiros do Profeta (p.e.c.e.) fizeram algum acordo sobre uma determinada interpretação ou significado de um versículo do Alcorão? Se não, por que eles não concordam com os outros?

Em quarto lugar, qual é o papel dos ahadith na compreensão do Alcorão? Pode-se compreender o Alcorão sem a ajuda dos ahadith?

E em quinto lugar, se aqueles ahadith usados para explicar o significado do Alcorão são unanimemente aceites pelos intérpretes e comentadores?   

Estas são questões cruciais para desenvolver a metodologia adequada para compreender o Alcorão.

Uma interpretação, por vezes, pode não ser a única interpretação. Isto é fundamental para entender os vários aspectos dos pronunciamentos do Alcorão. Um comentador poderia ter essencialmente uma perspectiva teológica, outro, uma perspectiva sociológica, um terceiro pode olhá-lo do ponto de vista científico e assim por diante. Cada um terá uma contribuição a dar a partir das próprias perspectivas. A este respeito, é importante notar que o Alcorão usa palavras que podem ter vários significados ou linguagem simbólica …

Nós, como muçulmanos, acreditamos que o Alcorão é eterno em sua relevância e vai direto à nossa alma se o deixarmos, pois fala a língua do coração humano, seja onde for que o ser humano se encontre ou seja qual for a era em que viva. Está escrito numa língua universal, profundamente enraizada na constituição natural do ser humano.

Os problemas e desafios enfrentados pelos muçulmanos, no passado, podem não ser os mesmos que enfrentam as gerações presentes.

Assim, a fim de obter orientação e inspiração do Alcorão, as pessoas pertencentes às novas gerações, vão ter de interpretar alguns aspectos Alcorânicos sob a perspectiva contemporânea.

É absolutamente verdade que o hadith desempenha um papel importante na compreensão do Alcorão, mas há alguns problemas com a literatura dos ahadith, que precisam de ser revistos, a fim de ponderar o seu papel na interpretação do Alcorão. O primeiro e mais importante problema é, naturalmente, o da autenticidade do hadith. Há algumas controvérsias sobre diferentes ahadith que são utilizados nas interpretações de vários versículos do Alcorão. E estes ahadith fazem uma diferença crucial para a compreensão dos versículos Alcorânicos. Aqui também há duas coisas que merecem destaque: primeiro, se os versículos pertencem ao que chamamos de crenças metafísicas (‘aqa’id e ibadát), então as eventuais controvérsias não terão qualquer impacto social; segundo, se os versículos dizem respeito a questões socioeconómicas e a leis pessoais, aquilo a que chamamos mu'amalaat, então a interpretação destes versículos terá grande impacto social e afetará a vida das pessoas aqui na terra.

Assim, o nosso próprio sistema de conhecimento e de bagagem cultural é crucial para a compreensão dos versículos do Alcorão. O texto religioso é sempre complexo, rico, multifacetado e multidimensional. Outra coisa que deve ser ressalvada é que os versículos do Alcorão podem ser divididos em cinco categorias:

1) - Os versículos referentes a 'ibadat que incluem a oração (salah), jejum (saum), peregrinação a Meca (hajj), taxa contributiva para o pobre (zakat) e outras práticas semelhantes que pertencem a esta categoria;

2) - Os versículos relativos à mu’amalat que incluem, entre outras coisas, casamento, divórcio, herança, testemunho, negócios, contrato de imóveis, agricultura e assim por diante.

3) - Os versículos referentes a crenças metafísicas como a unicidade de Deus, o Dia do Juízo, o inferno e o céu, os anjos e assim por diante;

4) - Os versículos relativos à orientação geral;

5) - Os versículos referentes a valor como justiça, igualdade, honestidade, etc.

 Os versículos relativos à ibadát, conforme atrás referidos, podem ser entendidos à luz do hadith autêntico. O Profeta (p.e.c.e.) explicou como rezar, como realizar a peregrinação a Meca, questões relacionadas com o jejum, etc. Não há necessidade de qualquer nova interpretação ou de repensar estes versículos. Eles devem ser entendidos como explicados pelo Profeta. É o conceito de ibadát e os rituais a eles associados que fornecem a singularidade de qualquer religião. Cada religião tem desenvolvido o seu sistema espiritual e sistema de oração, adoração, etc. Meditação para repensar sobre estas questões é como mexer com essa singularidade estética e destruir a sua espiritualidade, se assim se pode dizer. Portanto, a compreensão dos versículos referentes a ibadát não pode mudar. Mas é claro que as diferenças sectárias, neste contexto irão persistir. Há muitas diferenças, algumas vezes até mesmo de natureza significativa, em matéria de Salah, etc. Entre as várias escolas de jurisprudência no Islão Sunita (Hanafitas, Chafiítas, Malikitas, Hanbalitas, Zahiritas) e no Islão Chi'ita (Ithna-Asharis, Zaiditas, Ismailitas, etc., essas diferenças permaneceram e permanecerão no futuro também. De certa forma, essas diferentes práticas sectárias também fornecem a singularidade de cada grupo e tornam-se em significação de identidade. Estas diferenças também são baseadas nos ahadith aceitáveis para todas as escolas de pensamento. Algumas escolas de pensamento (madhahib) aceitam alguns ahadith como autênticos quando outros aceitam os outros como autênticos e duvidam da autenticidade de outros ahadith.

Quanto aos versículos relativos à mu'amalat que incluem, como já foi referido, assuntos como casamento, divórcio, herança, negócios e assim por diante, há quem, entre os eruditos contemporâneos, quem discuta se re-pensar nesses versículos é necessário tendo em conta os problemas e desafios emergentes. Por exemplo, a permissão Alcorânica para casar com quatro mulheres tem necessidade de ser repensada. Os versículos do Al-corão relacionados com a pluralidade de esposas foram compreendidos sob o espírito medieval e as práticas hebraicas e arábicas vigentes da época. Há, portanto, modernistas que afirmam a necessidade de releitura desses versículos. As mulheres, que se tornaram muito mais conscientes dos seus direitos islâmicos, também estão na vanguarda desta demanda. A mesma coisa po-de-se dizer dos versículos referentes ao divórcio.

Quanto à terceira categoria de versículos ou seja, aqueles referentes a crenças metafísicas como a Unicidade de Deus, o Dia do Juízo, Céu e Inferno, anjos, etc., estes são parte do que podemos chamar de "fé (aqa'id e imán). Estes versículos também, como os pertencentes à primeira categoria, estão fora de qualquer mudança e dizem respeito aos fundamentos da religião. A crença na Unicidade de Deus (Tawhid) é fundamental para o ensino islâmico. Da mesma forma as crenças no Dia do Juízo Final, na Profecia, nas Escrituras, nos Anjos, etc., também pertencem aos ensinamentos básicos do Islão. A crença de que o Profeta Muhammad (p.e.c.e.) é o último Profeta é igualmente fundamental para a crença islâmica e é parte integrante dos ensinamentos do Alcorão. Estas crenças estão fora de qualquer reinterpretação e devem ser aceites sem qualquer questão, pois são parte da singularidade do Islão e fazem a distinção de outras religiões.  

A quarta categoria dos versículos do Alcorão dizem respeito à orientação geral para difundir o que é bom (o termo Alcorânico para isso é Ma'ruf) e conter o que é mau (o termo Alcorânico para isto é unkar) e não têm necessidade de mudança. Estas são verdades universais compartilhadas por outras religiões também. É claro que o entendimento do que é e o que é ma'ruf e munkar pode variar ao longo do tempo e de lugar para lugar e, nessa medida, pode haver pequenas diferenças de opinião.

A quinta categoria dos versículos do Alcorão ou seja, aqueles referentes a valores como a justiça, a igualdade, a compaixão, a criação de justa ordem social, etc., são, evidentemente, de natureza eterna. O Alcorão coloca grande ênfase nesses valores. Pode-se dizer que estes valores são fundamentais para o Islão. Não há mais nenhuma questão para repensar porque esses valores são universais e eternos. Além disso, houve completo acordo entre os teólogos e juristas muçulmanos acerca desses valores e que refletem-se em todas as formulações teológicas e jurídicas do Islão. No entanto, pode haver, e há, diferenças acerca do que é justo e do que não é e o que constitui a igualdade e em que sentido. Por exemplo, o versículo Alcorânico 4:129, acerca do tratamento de mulheres era assim interpretado, pois que o tratamento igual para todas as quatro esposas foi pensado ser o suficiente para cumprir o sentido de justiça.

Assim, o que parece ser justo hoje poderá já não ser justo amanhã. Mas o que é mais importante é a justiça, não a sua compreensão em determinadas circunstâncias. Assim, a interpretação dos juristas islâmicos dos versículos do Alcorão relacionados com a justiça, ou quaisquer outros valores semelhantes, terá que mudar de acordo com o espírito do tempo/conjuntura. Este é um elemento importante da metodologia a ser utilizada para compreender os versículos do Alcorão. Em outras palavras, tem de haver um elemento de dinamismo na compreensão dos versículos do Alcorão.

A literatura de hadith também requer abordagem semelhante. Mesmo o mais autêntico hadith em que há unanimidade completa, não deve impor restrição à descoberta de novos significados ou potencialidades do determinado versículo do Alcorão. O Profeta (p.e.c.e.) não podia ter ignorado as limitações do seu próprio tempo em relação a certas práticas, embora com relutância. Por exemplo: ainda que, pessoalmente, tenha emancipado escravos, não poderia ter abolido a escravidão. O Islão foi provavelmente a primeira religião a pregar a igualdade de todos os seres humanos, com a proclamação do Alcorão de que todos os filhos de Adão são iguais e honrados, mas a instituição da escravatura estava tão profundamente enraizada na estrutura social da época que não podia ser totalmente abolida. Mas isso não significa que deveria ser perpetuada, por se citarem alguns versículos do Alcorão ou hadith.

Aqui devemos considerar outro elemento importante da metodologia do Alcorão que é colocar versículos normativos acima de versículos contextuais. Alguns versículos do Alcorão proclamam normas e valores, enquanto outros permitem determinadas práticas ou instituições dentro daquele contexto. Em outras palavras, os versículos normativos são mais importantes do que os versículos contextuais, porque são eternos na sua aplicação.

Ao desenvolver a metodologia para a compreensão adequada do Alcorão devemos sempre que ter em men-te que o Islão era muito mais que um conjunto de cren-ças ou rituais — era a proclamação da revolução social, criando uma nova sociedade humana baseada na igual-dade, justiça e dignidade humana. Acreditava em derru-bar qualquer "status quo" com base na hierarquia, a dis-criminação com base na tribo, casta, credo, raça ou nacionalidade. Há uma dimensão transcendental nos ensi-namentos islâmicos que nunca pode ser ignorada. Mas, como se viu, alguma interpretação do Alcorão que her-dámos está mergulhada em alguns valores medievais. Temos, assim, de juntar esforços para resgatá-la a partir deste medievalismo, mas reconhecendo a sua importân-cia histórica. Temos de voltar ao Alcorão e aos versícu-los normativos para criar uma nova ordem justa e huma-na no século XXI. A nova metodologia de compreensão do Alcorão deveria permitir-nos agitar a actual estrutura injusta de nossa sociedade, deveria permitir-nos ultra-passar a nossa situação social, dar uma nova esperança e construir um novo futuro para a humanidade.
Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 23/09/2014.

O DIA DE ARAFAH – O IDUL- ADHÁ – O SACRIFÌCIO (QURBANI).

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) JUMA MUBARAK

LABBAIKA, ALLAHUMMA LABBAIK… Abdurrahman Bin Yamur Ad-Dail (Radiyalahu an-hu – Que Deus esteja satisfeito com ele), referiu que ouviu do Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) dizer: “O Haj é Arafah, O Haj é Arafaf”. Relato de Baihaque. Ainda referiu o Profeta: “O melhor dia, é o dia de Arafah”.

O Dia de Arafah é o dia 9 de Dhul Hiija. Em Arafah, os muçulmanos que se encontram a cumprir o Haj, ouvem falar línguas que nunca tinham ouvido falar. É uma prova de que o Islam é uma religião universal. Vemos irmãos e irmãs da mesma fé, de todas as raças e nacionalidades, trajando o mesmo tipo de vestuário (os homens embrulhados em panos brancos) e todos movidos pela mesma causa que é de obter o perdão de Deus, nosso Criador e Sustentador. Faz-nos pensar o dia da Ressurreição, em que todos seremos levantados das nossas sepulturas e reunidos para a derradeira prestação de contas.

Nesse dia em Arafah, o Haji (peregrino) deverá estar o mais tempo possível de pé, com as mãos levantadas fazendo duás (preces), com muita humildade e sinceridade, pedindo a Deus que lhe perdoe e que o encaminhe para o caminho daqueles que ganharam a Sua satisfação. Deve também aproveitar o tempo fazendo o Zikr (recordando e louvando a Deus) e lendo o Cur’ane.

Há algumas décadas atrás, muitos pensavam que a importância do Dia de Arafah era só para os que se encontravam a cumprir com o Haj. Graças a Allah, os muçulmanos começam agora a aperceber-se de que o dia Dia de Arafa, que acontece na véspera do dia do Idul Adhá, beneficia também os muçulmanos que se encontram nos seus países de residência. Ao longo do ano, existem dois dias muito especiais para o muçulmano. Os álimos referem que nos 10 últimos dias do mês de Ramadan são muito importantes porque neles existe uma noite abençoada, a Noite de Lailatul Kadr. Também afirmam que que 10 primeiros dias do mês de Dhul Hijja, existe um dia importante para todos os muçulmanos que se encontram em peregrinação (Haj) e para todos aqueles que se encontram nos seus países. É o Dia de Arafah. Aisha (Radiyalahu an-há) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Em nenhum outro dia, Allah livra tantos servos do inferno, como no dia de Arafa”. Muslim.

Dada a importância do Dia de Arafa, o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) deixou a recomendação para que os muçulmanos que não se encontram em peregrinação (Haj), para jejuarem no dia de Arafah. Abu Catada (Radiyalahu an-hu), referiu que foi perguntado ao Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) acerca do jejum no dia de Arafah; respondeu: “Isso permite emendarem-se as faltas (cometidas) durante o ano anterior e o ano seguinte”. Muslim.

Deve ser recitado o Takbir, após cada oração farz, começando no dia 9 de Dhul-Hajja, na hora de Al Fajr, até ao dia 13 do mesmo mês, depois da oração de Assr. ALLAHU AKBAR, ALLAHU AKBAR; LÁILAHA IL-LALLÁHU-WALLÁHU AKBAR. ALLÁHU AKBAR WALIL-LÁHIL-HAMD. Deus é o Maior. Deus é o Maior. Não há outra divindade excepto Deus. Deus é o Maior, Deus é o Maior e todos os louvores pertencem só a Deus.

Os Muçulmanos têm dois dias festivos. O Idul Fitre, depois de terminado o mês de Ramadan e o Idul Adhá, no dia 10 de Dhul Hiija, em comemoração do final do período de Haj, em que todos os que não participam nos rituais do Haj, celebram o dia, fazendo a oração e depois o Curbani (sacrifício). Abu Huraira (Radyiallahu anhu) narra que o Profeta (Sallalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quem tem capacidade financeira para fazer o curbani (sacrifício), mesmo assim não o faz, esse que fique longe e não se aproxime do nosso idegáh (local da oração de Ide).

Para manter viva a tradição de Ibrahim (Aleihi Salam), foi instituído que todo o muçulmano, após a oração do Idul Adhá (festa religiosa em comemoração do final da peregrinação a Makka), deve sacrificar um carneiro, uma vaca, um camelo, etc..

Uma galinha não serve para o curbani. Um carneiro dá para uma pessoa e uma vaca para 7 pessoas. Jabir b. Abdullah (Radiyalahu an-hu) referiu: “No ano de Hudaibiya (6 da Hegira), nós, na companhia do Mensageiro de Deus, sacrificámos camelos para 7 pessoas e vaca para 7 pessoas”. Muslim. É recomendável que a carne seja distribuída em 3 partes iguais. Uma para seu consumo próprio, uma parte para os necessitados e outra parte para os amigos e vizinhos, de modo que todos possam passar o dia de festa, convivendo em harmonia.

O Curbani é obrigatório para todo o muçulmano, adulto, financeiramente capaz. O Curbani pode ser efectuado nos dias 10 11 e 12 de Dhul Hijja. Mas é recomendável que seja efectuado no dia 10, dia de Ide, mas só depois da oração do Idul Adhá.

Acerca da carne do Curbani, Allah refere no Cur’ne: “…Comei, pois, dele e alimentai o indigente e o pobre”. 22.28. O Curbani que é feito no dia de Idul Adhá, não tem nada a ver com os sacrifícios que alguns povos ainda fazem, invocando espíritos ou ídolos. “Deus vos proibiu carne de animais mortos (que morreram por si), o sangue, a carne de porco e o que foi imolado sob a invocação de qualquer outro nome, que não seja o de Deus…” 2.173.

Certa vez os Sahabas (Radiyalahu an-huma) - companheiros do Profeta, quiseram saber o significado do Curbani (Sacrifício) e o Profeta (Salalahu Aleihi Wassam) respondeu: “É Sunnat (tradição) do vosso pai Ibrahim.” Então eles perguntaram: “Que recompensa obteremos pelo sacrifício? O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Por cada pêlo do animal, tereis uma recompensa.” Relato de Ibn Majah.

O Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) fez o curbani durante todos os anos que permaneceu em Madina.

Dar prendas no dia de Ide, aumenta ainda mais as nossas amizades. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Ofereçam prendas uns aos outros, porque a prenda remove o rancor do peito”. – Relato de Tirmizi. As prendas devem ser úteis e não necessariamente dispendiosas. Devemos ter em atenção a utilidade das mesmas. Também é uma prenda o cumprimento, um abraço efusivo entre amigos, uma visita de cortesia, um sorriso, um telefonema para os familiares e amigos que se encontram distantes. Aicha (R.T.A.) disse que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) aceitava prendas e em troca também dava prendas. - Relato de Al- Bukhari.

Nos dias de Ide, devemos dar prendas, em especial às nossas crianças, de modo que não fiquem constrangidas ao verem as outras crianças a receberem prendas na altura do natal. Assim compreenderão os motivos porque temos prendas nos nossos dias de festa. A orientação de dar prendas, surgiu há mais de 1.400 anos...

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

25/09/2014


OS DEZ PRIMEIROS DIAS DO MÊS DE DHUL HIJJAH

Centro Islâmico de Brasília-DF -  Khutuba : Sheikh Muhammad Zidan

Em nome de Allah , O Clemente, O Misericordioso. Louvado seja Allah , criador do céu e da terra. Nos recordamos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia.

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Muhammad (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem, zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT).

Que Allah (SWT) abençõe e de paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final.

Meus irmãos e irmãs muçulmanos, estamos entrando nos dez primeiros dias do Mês de Dhul Hijjah, o 12º mês do calendário lunar islâmico. E da graça de Allah(SWT), que estabeleceu épocas para a obediência durante as quais muito se faz de beneficio, e que os aproxima de seu Senhor. Esse mês que é o mês do HAJJ(da perigrinação), e no qual ficamos no Monte de Arafah, louvando, recordando o nome de Allah(Louvado Seja) lendo o Alcorão Sagrado e Súplicando-O. Disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL-FAJR vers 2 : « E pelas dez noites ! » referindo-se as 10 noite do mês Dhul Hijjah. Também disse Allah no Alcorão Sagrado na Surat AL-HAJJ vers 28 : « ...Mencionar em dias determinados, o nome de Allah,.... »

Como sabemos o mês de Dhul Hijjah é o mês da perigrinação o HAJJ, um dos pilares do Islam que é um dia no qual devemos recordar de Allah(SWT), deixando de lado as coisas mundanas, materiais, e sim recordar e lembrar de Allah(SWT) e dizermos : « Eis-me aqui Senhor. »,

O dia de Arafah e nono dia do mês Dhul Hijjah esse é o melhor dia em que nasce o sol. No Hadith Kudisi disse Allah(SWT): « Não há um dia melhor que o dia de Arafah, Allah(SWT) desce ao primeiro céu, vangloriando o povo da terra com os do céu. E diz vê meus servos vieram de todas as partes aleatoreamente para o sacrifício, pedindo a Minha Misericordia e os afastar do Meu castigo. »

Disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL-MAI’DA vers 3 : « É –vos proibido o animal encontrado morto e o sangue e carne de porco e o que é imolado com a invocação de outro nome que o de Allah ;... »

No dia de Arafah todos os servos se unem de todas as parte do mundo indepedente da cor, raça, lingua todos com o mesmo proposito indepedente de ser rico ou pobre , branço ou negro, pois todos somos iguais perante Allah(SWT) e todos em louvor a Ele. Assim meus irmãos muçulmanos o Dia de Arafah é o HAJJ disse o Profeta Muhammad(SAAW) : « O HAJJ é Arafah, o HAJJ é Arafah »

Os peregrinos se reunem nesse dia no Monte da Misericordia, para louvor, súplicas e recordar de Allah(O Todo Poderoso), nesse Dia o nosso amado Profeta Muhammad (SAAW) fez um sermão no Monte de Arafah, e esclareceu a nossa religião proibindo a mantaça, o roubo, e que respeitassemos a honra, e proibindo o juros, e defendendo os direitos das mulheres. Os que não se encontram na perigrinação devem jejuar esse dia, súplicar a Allah(SWT) recordar de Seu nome, louva-Lo, ler o Alcorão Sagrado, orar e pedir perdão de nossos pecados. Pois quem jejuar o Dia de Arafah Allah(SWT) expia o pecado do ano anterior e do ano seguinte.

Devemos nos preparar para EID ADHA (Festa do Sacrifício), e uma das melhores ação nesse dia é o sacrifício do animal em nome de Allah(SWT), é um ato de adoração, uma forma de se aproximar de Allah(SWT). que deve ser feita no período de comemoração do EID ADHA (festa do sacrificio), só podendo ser feita após a oração do EID, não sendo aceita antes da oração esse sacrificio.

Disse Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL-KAWTHAR vers 2 : «Então, ora a teu Senhor e imola as oferendas »

Meus irmãos muçulmanos o sacrifício é uma SUNNA verdadeira. E é aconselhado que se sacrifíque um animal por família, ou pelos moradores da mesma casa. Então para cada residência de um muçulmano é recomendado o sacrifício de um animal.

E quando a pessoa que realizar o sacrifício, deve ter condição financeira para tal, e não afete suas despesas famíliares, caso não tenha dinheiro para tal não é obrigado, e não podendo cortar as unhas e o cabelo durante os dez dias do mês Dhul Hijjah, isso para se assemelhar aos que estão fazendo a perigrinação, e que tenha condições físicas e espiritual e consiência sã para faze-lo, caso não tenha condição para realizar o sacrifício pode nomear outra pessoa capaz desde que ele testemunhe o sacrifício do animal. Pois a primeira gota de sangue que desce do animal, Allah(SWT) perdoará os pecados de cada pessoa que testemunha esse ato. Abu Huraira(R.A) relatou que o Profeta Muhammad(SAAW) disse : « Quem tem capacidade financeira para fazer o sacrifício, mesmo assim não faz, esse que fique longe e não se aproxime do nosso local de oração. » Também disse Anas(RA) relatou que : « O Mensageiro de Allah(SAAW) sacrificou com suas próprias mãos, dois carneiros saudável com chifres e com manchas pretas, recitando o nome de Allah e glorificando-O dizendo «BISMI ILLAH. ALLAH AKABAR ». Ele colocou seu pé em seus lados ao sacrificar. »

O animal sacrificado deve ser saudável e sem defeitos, se for camelo que tenha no mínimo cinco anos, vaca dois anos, cabrito um ano, ovelha seis meses, os animais deficientes, como cego ou zarolho. deformados e aleijados ou muito magro, não são permitidos para o sacrifício. É permitido à pessoa que faz o sacrifício comer a carne ou oferecer a quem desejar pobre ou rico ; no entanto, é recomendável dividir a carne em três partes iguais sendo uma para o seu uso, outra para os familiares, vizinhos, amigos e a terceira parte para os pobres. Porém o melhor é doa-lo todo, para se aproximar mais de Allah(SWT). Muitos muçulmanos sacrificam os animais para se mostrarem para outras pessoas mas Allah(SWT) Que Allah(SWT) aceite nosso HAJJ e o nosso esforço, e tenha insha Allah nos escrito dentre os salvos do fogo do inferno e dentre o Povo do Paraíso.

Ó Allah conceda gloria ao Islam e aos muçulmanos, proteja a unidade de sua religião, destrua os inimigos do Islam. Ó Allah conceda a vitória a sua religião e do seu Livro e a Sunna do Profeta Muhammad (SAAW) Ó Allah conceda piedade a nossas almas. Ó Allah cure aqueles que estão doentes. Ó Allah abençoe as almas daqueles que já morreram. Ó Allah nos pedimos que nos perdoe e tenha misericórdia de nós. Ó Allah nos faz pacientes tanto na dificuldade como na facilidade da vida. Ò Allah socorra nossos irmãos muçulmanos em todo mundo. Que a Paz e as bênçãos estejam com nosso amado Profeta Muhammad sua família, companheiros . 

E Todo o Louvor a Allah, O Senhor do Universo!

(SWT) SUBAHANA WA TAALA (LOUVADO SEJA ALLAH)

 (SAAW) SALA ALLAHU ALEIRI WA SALAM ( QUE A PAZ DE ALLAH ESTEJA COM ELE)

ALLAH= DEUS

AS=ALEIRI SALAM ( QUE A PAZ ESTEJA COM ELE)

 HAJJ= PERIGRINAÇÃO A CAABA EM MEKKAH ARABIA SAUDITA, PELO MENOS UMA VEZ NA VIDA, O 5 PILAR DO ISLAM.

 EID ADHA= FESTA DO SACRIFÍCIO. SERÁ REALIZADA A ORAÇÃO DIA 15/10/2013 AS 8 :30H DA MANHÃ. DE TERÇA-FEIRA.

HADITH KUDISI= DITO DIRETO POR ALLAH AO MENSAGEIRO E RELATADO PELO PROFETA..

DIA DE ARAFAH= UM DIA ANTES DO EID ADHAH SERÁ O DIA DE ARAFAT ACONSELHA-SE JEJUAR NESTE DIA 14/10/2013.

INSHA ALLAH= SE DEUS QUISER

 BISMI ILLAH= EM NOME DE ALLAH

 ALLAH AKBAR= DEUS É MAIOR

 SUNNA= EXEMPLO E DITOS DO NOSSO PROFETA MUHAMMAD(SAAW)

 DHUL HIJJAH= DECIMO SEGUNDO MÊS DO CALENDÁRIO LUNAR MUÇULMANO

 HADITH=DITOS DO PROFETA MUHAMMAD(SAAW)

 Estamos conscientes de que a tradução do sentido tanto da khutuba (Sermão) quanto do Alcorão Sagrado, seja qual for a precisão, é quase sempre precisa para destacar o magnífico sentido do texto , a tradução pode conter falhas ou lapsos como todo ato humano. (Que Allah (SWT) nós perdoe).

quarta-feira, setembro 24, 2014

O Islão e a Violência

"Os meios de comunicação converteram-se em aliados dos extremistas muçulmanos"

O dramático desenvolvimento, dia a dia, de acontecimentos mundiais, serviram para reforçar a percepção, amplamente compartilhada, de que o Islão está, de alguma maneira, especialmente ligado com a violência terrorista. 

Para poder discernir sobre a veracidade da afirmação que se faz comummente de que o Islão tem uma especial propensão para a violência necessitaríamos de analisar esta questão fazendo referência aos ensinamentos morais do Islão contidos na escritura sagrada do Islão, o Alcorão, e na conduta do Profeta Muhammad (p.e.-c.e.), assim como também ao atual contexto geopolítico mundial. 

Seria o mais conveniente começar esta análise com uma simples formulação maniqueísta. Como já se disse, a violência terrorista nunca está longe da compreensão popular do Islão. Inclusivamente desde a perspectiva académica convencional que se considera que o projeto político dos Islamitas (ou melhor "fundamentalistas islâmicos", como pejorativamente são denominados na bibliografia) tem uma especial predileção pela violência como instrumento para realizar a mudança social. 

Segundo esta visão, é a dimensão religiosa, o Islão, a fonte primária da violência terrorista contemporânea. No pólo oposto estariam os muçulmanos apologéticos que negam profundamente que o Islão tenha alguma relação com a violência terrorista. Segundo eles, toda a violência na qual se veem envolvidos muçulmanos não é senão uma vil distorção e uma corrupção dos autênticos e nobres ensinamentos do Islão. 

Como ocorre sempre nestes casos, há elementos de verdade em ambas as formulações. A primeira delas subestima em grande medida as condições sociopolíticas e económicas sob as quais o Islão se vê implicado na violência, e a segunda ignora o facto de que prati-camente a totalidade dos muçulmanos aceita que o Islão não é uma tradição pacifista e que o Islão permite e legítima o uso da violência sob certas condições, cuja definição varia de um jurisconsulto muçulmano para outro. Aqui radica grande parte do problema. 

Sob que condições admite o Islão o uso da violência? 

Este crítico dilema não é exclusivo do Islão. Todas as grandes tradições/religiões sentem grande preocupação por saber quais são as características de uma "guerra justa", preocupação que se acentua em tempos de mortífero conflito. 

O ponto central que devemos ter em conta é que dita justificação religiosa da violência não se produz num vazio sócio histórico. O ex-vice-presidente do Conselho de Inteligência Nacional da C.I.A., Graham Fuller, num recente artigo na revista "Foreign Affairs", ilustra poderosamente este extremo ao dizer: "Se uma sociedade e a sua política são desgraçadas e violentas, o seu modo de expressão religiosa provavelmente também o será." (Fuller: 2002) 

● A violência e a vida de Muhammad (p.e.c.e.) 

Para entender corretamente as normas morais do Islão acerca da violência contidas na escritura sagrada, o Alcorão, e na conduta do Profeta Muhammad (p.e.c.e.), é necessário analisar o meio histórico em que se desenvolveram. 

Quando o Profeta Muhammad (p.e.c.e.) [570-632 d.C.] trouxe o Alcorão aos árabes no começo do século VII, a Arábia pré-islâmica era socialmente opressiva e encontrava-se envolvida num círculo vicioso de violência. A mensagem igualitária que Muhammad (p.e.c.e.) trazia consigo converteu-se rapidamente numa ameaça para a elite de Meca, que se opôs aos seus ensinamentos com grande veemência. Muhammad (p.e.c.e.) viu-se obrigado a mandar uma parte dos seus primeiros seguidores refugiar-se em Abissínia, e ele próprio, mais tarde, teve que emigrar para Medina em 622 d.C. 

Durante o período de Meca os primeiros muçulmanos fizeram frente à angústia, aos insultos e às ameaças de morte com uma resistência passiva. Unicamente aos treze anos da sua missão profética foi permitido a Muhammad (p.e.c.e.) e aos primeiros muçulmanos a re-sistência armada, e sob umas condições muito restritas: 

"Aqueles que lutarem por ter sido vítimas de alguma injustiça é-lhes permitido lutar, e, na verdade, Allah tem poder para ajudá-los. Os que foram expulsos, injustamente, dos seus lares, só porque disseram: Nosso Senhor é Deus. E se Deus não tivesse refreado os instintos malignos de uns em relação aos outros, teriam sido destruídas ermidas, sinagogas, oratórios e mesquitas, onde o nome de Deus é frequentemente celebrado …" (Alcorão, 22, 39-40). 

É interessante ressaltar que os versículos do Alcorão acima citados dão precedência à proteção de ermidas e sinagogas sobre a das mesquitas, para sublinhar a sua inviolabilidade e o dever do muçulmano de protegê-las de todo o ataque ou abuso, assim como o dever do muçulmano de proteger a liberdade de crença. O propósito da violência, segundo estes versículos, é a defesa, não só do Islão, mas da liberdade religiosa em geral. 

Na década seguinte (622-632 d.C.), Muhammad (p.e.-c.e.) e os seus seguidores, cada vez mais numerosos, ver-se-iam envolvidos numa série de batalhas contra a agressão militar por parte dos seus adversários, incluindo as críticas batalhas de Badr, Uhud e Khandaq. Como o Alcorão também foi revelado em tempos de mortal conflito, contém diversas disposições sobre a ética da guerra (5: 49; 7: 61; 11: 118-9; 49: 9; 49: 13). O Alcorão deixa bem claro, no entanto, que os conflitos só podem ser evitados mediante a justiça, que transcende os interesses pessoais e sectários (4: 13; 7: 29). 

«Ó vós que credes! Sede firmes na justiça, como testemunhas de Deus, ainda que seja contra vós mesmos, contra os vossos pais ou parentes, e quer se trate de uma pessoa rica ou pobre; pois que a Deus incumbe protegê-los (a ambos). Não sigam, portanto, as vossas paixões, para não serdes injustos. E se alterardes (o testemunho) ou vos recusardes a testemunhar, sabei que, na verdade, Deus conhece de quanto fazeis». (4: 135). 

A guerra justa é sempre má, mas às vezes há que lutar para evitar a perseguição que Meca infligiu aos muçulmanos (2: 191; 2: 217), ou para a defesa de valores que merecem ser preservados (4: 75; 22: 40). A guerra era um assunto desesperado na Arábia do século VII. Não se esperava que um chefe mostrasse debilidade ante o inimigo durante a batalha, e algumas disposições Alcorânicas parecem compartilhar este espírito (4: 90) No entanto, outros versículos incluem exortações à paz: «E se se retiram e não vos combatem e vos oferecem a paz… Allah não vos dá nenhum meio para ir contra eles». 

O Alcorão cita a Tora, a escritura judaica, que permite às pessoas represálias mediante a lei de Talião, mas da mesma forma que os Evangelhos, o Alcorão sugere que é muito meritório renunciar à vingança num espírito de caridade (5: 45). As hostilidades hão de terminar tão brevemente quanto seja possível, e devem cessar no momento em que o inimigo peça a paz (2: 192-3). 

Durante a sua estadia em Medina, Muhammad (p.e.c.e.) tentou resolver o conflito com os chefes de Meca e os seus aliados mediante um tratado assinado num lugar chamado al-Hudaibiyyah. O tratado chegou a ser conhecido como Sulh al-Hudaibiyyah. Sulh é um termo importante em Direito Islâmico (Shari’a). O propósito de sulh é terminar com os conflitos e as hostilidades entre adversários de modo a que possam relacionar-se em paz e amizade (49: 9). A palavra em si foi utilizada para se referir tanto ao processo de justiça restauradora e de pacificação como ao próprio resultado do processo. Apesar de Sulh al-Hudaibiyyah nunca ter chegado a conseguir a sua finalidade devido ao incumprimento das suas disposições por parte dos habitantes de Meca, permanece como um exemplo instrutivo de estratégia de intervenção em conflitos. 

No ano 630 d.C., os muçulmanos obtiveram a sua vitória mais significativa ao conquistar a cidade de Meca, sem derramamento de sangue. Isto deu a Muhammad (p.e.c.e.) uma segunda oportunidade para estabelecer um genuíno processo de sulh. Num espírito de magnanimidade, perdoou os seus inimigos e estabeleceu um processo de reconciliação. Promulgou-se uma amnistia geral que pôs fim a todas as reivindica-ções de vingança das tribos. Três anos mais tarde, Muhammad (p.e.c.e.) morreu em Medina com a idade de 63 anos. 

O conceito islâmico de jihad e a sua relação com a violência 

O termo Alcorânico mais associado com a violência é o de jihad. A palavra jihad muitas vezes é incorretamente traduzida como "guerra santa" e tida por tal e, em consequência, para muitos no Ocidente chegou a repre-sentar o Islão como uma religião de violência e terrorismo. A insistência dos académicos ocidentais em usar categorias de pensamento como "guerra santa" e "fundamentalismo", que estão enraizados nos paradigmas cristãos ocidentais, não ajuda a interpretar os movimentos que atualmente se dão no Islão. De fato obscurece ainda mais a realidade e é mais um obstáculo à hora de iniciar a crítica tarefa com que se enfrentam cristãos e muçulmanos, depois do 11 de Setembro, a de construir pontes de entendimento entre as duas comunidades. 

Os acadêmicos muçulmanos sempre puseram objeções à estupidez que supõe confundir os termos "jihad" e "guerra santa". Mais recentemente, um jurisconsulto islâmico americano, Khalid Abou-el-Fadl, manifestou este contrassenso quando disse: "O conceito islâmico de jihad não deve ser confundido com o conceito medieval de ‘guerra santa’ uma vez que esta última expressão (al-harb al-muqaddasah, em árabe) jamais é utilizada nem no texto do Alcorão nem pelos teólogos muçulmanos. Na teologia islâmica a guerra pode ser justificada ou não, mas nunca é ‘santa’." (Boston Review 25/2/2002). 

"Jihad" é um amplo conceito que designa um esforço de qualquer tipo para a consecução de um fim louvável, e que compreende a persuasão pacífica (16:125), a resistência passiva (13:22; 23:96; 41:34), assim como a luta armada contra a opressão e a injustiça (2:193; 4:75; 8:39). 

Para além disso, a "jihad" não se dirige contra outras religiões. Numa afirmação que em árabe resulta determinante, o Alcorão diz: «Não há coerção em matéria de fé» (2: 256). Inclusivamente, a protecção da liberdade religiosa e de culto para os seguidores de outras religiões é uma obrigação sagrada para os muçulmanos. 

Esta obrigação foi instituída simultaneamente à concessão da autorização para a luta armada ["jihad al-qital"] (22:39-40). Na tradição mística do Islão, o sufismo, a mais importante forma de jihad, a jihad pessoal, consiste em purificar a alma e refinar a própria maneira de ser. Esta é considerada a luta mais importante e urgente, e está baseada numa tradição profética (hadith). Enquanto voltavam de uma batalha, o Profeta (p.e.c.e.) disse aos seus companheiros: "Regressamos da pequena jihad (a luta física) à grande jihad (a auto-disciplina)". 

Tradicionalmente, os sufistas entenderam esta forma maior de jihad como uma luta espiritual para submeter os impulsos primários e os baixos instintos da natureza humana. O célebre sufista do século XIII, Jalal ud-Dín Rumi, expôs esta noção de jihad ao escrever: “Os Profetas e os santos não iludem a luta espiritual. A primeira luta espiritual que empreendem é a aniquilação do ego e o abandono dos caprichos pessoais e os desejos sensuais”. Nisto consiste a "grande jihad". 

● O que diz o Islão sobre o terrorismo? 

O Islão, uma religião de misericórdia, não permite o terrorismo. 

Deus diz no Alcorão: «Deus não vos proíbe de tratar bem e com justiça os que não tenham combatido a causa da vossa crença nem vos tenham expulsado dos vossos lares. E, na verdade, Deus ama os equitativos». (60:8) 

O Profeta Muhammad (p.e.c.e.) costumava proibir os soldados de matar mulheres e crianças (Sahih Muslim, #1744, e Sahih Al-Bukhari, #3015) e ele os avisava: “...Não traiam, não sejam excessivos, não matem um recém-nascido” (Sahih Muslim, #1731, e Al-Tirmidhi, #1408). E ele também disse: “Quem quer que mate uma pessoa que fez um tratado com os muçulmanos não deve sentir a fragrância do Paraíso, embora a sua fragrância seja sentida por um período de quarenta anos” (Sahih Al-Bukhari, #3166, e Ibn Majah, #2686). O Profeta Muhammad (p.e.c.e.) também proibiu a punição com o fogo. (Abu-Dawud, #2675). 

Numa ocasião qualificou o assassinato como o segundo dos pecados grandes [capitais] (Sahih Al-Bukhari, #6871, e Sahih Muslim, #88). E advertiu que, os primei-ros casos a serem ouvidos, entre as pessoas, no Dia do Juízo, serão os de derramamento de sangue. (Sahih Muslim, #1678, e Sahih Al-Bukhari, #6533). 

Os muçulmanos também são encorajados a serem gentis com os animais e são proibidos de feri-los. Uma vez, o Profeta Muhammad (p.e.c.e.) disse: “Uma mulher foi punida porque aprisionou um gato até que ele morresse. Por causa disso, ela foi enviada ao Inferno. Para além de o ter encerrado não lhe deu de comer nem beber e não o deixou livre para que pudesse caçar”. (Sahih Muslim, #2422, e Sahih Al-Bukhari, #2365). Ele também disse que uma pessoa deu de beber a um cão muito sedento, e Deus perdoou-lhe os seus pecados por essa atitude. Perguntaram ao Profeta: “Ó Mensageiro de Deus! Nós somos recompensados pelo bom tratamento dispensado aos animais?” Ele disse: “Existe uma recom-pensa para a gentileza com qualquer animal ou criatura viva”. 

Para além disto, Deus ordena aos muçulmanos que quando tomem a vida de um animal para alimentar-se dele, o façam de maneira que lhe cause o mínimo sofrimento possível. O Profeta Muhammad (p.e.c.e.) disse: “Quando degolarem um animal, façam-no da melhor maneira. Deverão afiar (antecipadamente) as vossas facas para reduzir o sofrimento do animal”. (Sa-hih Muslim, #1955, e Al-Tirmidhi, #1409). 

À luz destes e outros textos islâmicos, o ato de incitar o terror nos corações de civis indefesos, a destruição desenfreada de prédios e propriedades, o bombardeio e mutilação de homens, mulheres e crianças inocentes são todos atos proibidos e detestáveis de acordo com o Islão. Os verdadeiros muçulmanos seguem uma religião de paz, misericórdia e perdão, e a vasta maioria não tem nada a ver com os eventos violentos que alguns associaram aos muçulmanos. Se um muçulmano cometer um acto de terrorismo, essa pessoa será culpada de violar as leis do Islão. 

Conclusão: Para retornar à nossa questão central: como se explicam os muitos conflitos violentos do mundo atual onde se veem implicados o Islão e os muçulmanos? A minha resposta honesta é a seguinte: A ordem mundial que impera não é precisamente justa, por muita imaginação que se queira ter. O Islão põe grande ênfase na justiça social. Os extremistas têm uma influência desmedida no âmbito muçulmano. Os meios de comunicação converteram-se "inadvertidamente" em aliados dos extremistas muçulmanos. 

A finalizar, apesar da imagem violenta do Islão gerada pelos meios de comunicação e da muito real violência que existe em algumas zonas do mundo islâmico, há que recordar que, certamente, a história do Islão não foi mais violenta que a de outras religiões.■ 

"O uso da religião para justificar o ódio e a violência para dar uma aparência de santidade que não tem, é um recurso popular dos grupos cujo objetivo não é, em caso algum, honrar a Fé. 

Se assim fosse, apresentariam a sua conduta para a paz, não para a morte. Rancores pessoais, interesses culturais, estratos políticos e econômicos, estão no fundo dessas atrocidades que em nada representam os muçulmanos em geral, e não são expressão do papel que Deus nos deu na terra. 

O confronto entre muçulmanos e cristãos não faz parte da nossa ética e devem ser rejeitados pelos verdadeiros crentes. O "ódio cego" não é islâmico, é um pecado mortal. A violência não é religiosa; é criminosa; é como se tivesse assassinado toda a Humanidade.".

Por: M. Yiossuf Mohamed Adamgy