O Louvor é para Allah. Nós O exaltamos, imploramos Sua ajuda e rogamos pelo Seu perdão. Aquele a quem Allah orienta não se desviará, e aquele a quem Allah permite que se desvie ninguém poderá orientá-lo. Testemunho que não há outra divindade além de Allah, o Único, e que Ele não tem parceiros. E testemunho que Mohammad é Seu servo e mensageiro, que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele, com seus familiares e companheiros, e todos que seguirem seus passos até o Dia Derradeiro. Diz Allah em Seu Nobre Livro: Ó vós que credes! Temei a Allah como se deve temê-lO e não morrais se não como muçulmanos. A verdadeira palavra está no Alcorão. A melhor orientação é a do Profeta Mohammad (s). A pior coisa é A Inovação, e toda inovação é desorientação. E toda desorientação leva ao Inferno.
A palavra Califa em árabe quer dizer "SUCESSOR". Os sábios islâmicos consideram como sucessores probos os quatro Califas que sucederam o Profeta Muhammad (SAAS), são eles:
1º - ABU BAKAR
2º - OMAR KHATAB
3º - OSMAN E
4º - ALI IBN ABU TÁLIB
Louvado seja Allah, Protetor dos temente e Ajudante dos enfraquecidos. Que a paz e a graça de Deus esteja com o derradeiro dos profetas e dos mensageiros, nosso Profeta Mohammad(S), com os seus familiares e com todos os seus companheiros
Esta é a última jornada dos Califas probos e líderes dos orientados. Vamos viver com ela com o quarto califa probo, um dos dez auspiciados com o Paraíso, o primeiro menino a adotar o Islam, o califa mais próximo em parentesco do Rassulullah (S). É o seu primo, tendo o mesmo avô, Abdel Mutalib, marido da filha do Profeta (S) e pai do Hassan,
Ali Ibn Abi Tálib (R)
Um dos famosos sábios, dos ascetas conhecidos, os oradores lembrados, herói dos heróis, cavaleiro dos cavaleiros, forte, o mestre dos corajosos, o portador do estandarte no dia de Khaibar para educar todo covarde!
SOB A DOÇÃO DO PROFETA (SAAS)
Áli Ibn Abi Tálib (R) foi educado na casa do Profeta (S), isso antes do início da mensagem. Ibn Isaac relatou, com base em Mujáhid Ibn Jubair: “Foi da graça de Deus ao Áli Ibn Abi Tálib que uma crise se abateu sobre os coraixitas. Abu Tálib tinha uma família numerosa. O Profeta (S) pediu ao Abbás, um dos mais ricos entre o clã de Háchim, para aliviarem a carga familiar de Abu Tálib, adotando cada um deles um dos filhos dele. O Abbás aceitou e foram ter com Abu Tálib, expondo-lhe a questão. Este lhes disse: “Se vocês me deixarem ‘Aquil, podem fazer o que quiserem.”
O Rassulullah (S) levou Áli e o Abbás levou Jaafar. Áli permaneceu com o Profeta (S) até o início de sua mensagem. Ele o seguiu, acreditando e tendo confiança nele.
A SUA CONVERÇÃO
Áli (R) disse: “O Rassulullah (S) foi comissionado na segunda-feira, e eu adotei o Islam na quarta-feira.” Foi o primeiro menino a se tornar muçulmano. Estava com oito anos de idade.
Devido à sua pouca idade e a sua permanência na casa do Profeta (S), Áli Ibn Abi Tálib foi educado na boa conduta. Nunca foi pueril, nunca adorou ídolos, nunca ingeriu álcool, nem conheceu o caminho da diversão e da indecência.
DORMIU NO LEITO DO PROFETA (SAAS)
No dia da Hégira, Áli Ibn Abi Talib (R) dormiu no leito do Profeta (S), mesmo sabendo do perigo que estava correndo, uma vez que os politeístas estavam à espreita, do lado de fora, armados, querendo matar quem estavam dormindo no leito. A sua vida, porém, não era mais querida do que a vida do Rassulullah (S).
ENTRETA DOS DEPÓSITOS
Quando o Profeta (S) migrou para Madina, ordenou Áli (R) a permanecer em Makka para devolver os depósitos que estavam sob a guarda do Profeta (S), e então o seguisse junto com a sua família, e ele o fez.
SUAS PARTICIPAÇÕES
Áli (R) participou da batalha de Badr, e foi decisivo nela. Participou de Uhud, e estava do lado direito portando o estandarte depois de Mus’ab Ibn Umair. Participou da Batalha do Fosso e matou o herói dos árabes e um de seus famosos valentes, Amru Ibn Wad al Ámiri. Participou do pacto de Hudaibiya, da aclamação de Radhwan. Participou da expedição de Khaibar, tendo uma participação espantosa, conquistando a fortaleza e matando o seu comandante.
Participou de Umratul Cadhá. Nela o Profeta (S) disse: “Você é de mim e eu sou de você.” (Bukhári).
Participou da conquista de Makka, da campanha de Hunain, de Taif. Em todas essas batalhas lutou com coragem ímpar. Ele acompanhou o Rassulullah (S) na Umra à partir de Ju’rána.
O Rassulullah (S) o enviou como emir e governador do Iêmen, juntamente com Khálid Ibn al Walid. Acompanhou o Rassulullah (S) na Peregrinação de Despedida, levando as oferendas, cumprindo os rituais que o Rassulullah (S) cumpria. Acompanhou-o na oferenda, permanecendo com o ihram (veste da peregrinação) até sacrificarem as oferendas após o término dos rituais da peregrinação.
Será que o Profeta (S) Designou Áli Para a Sua Sucessão?
Quando o Profeta (S) adoeceu, o Abbás disse para Áli (R): “Pergunte ao Rassulullah (S) quem irá sucedê-lo?” Áli respondeu: “Por Deus que não irei perguntar. Se ele nos proibir, as pessoas não irão nos aceitar mais depois dele.”
As tradições verdadeiras e sinceras mostram que o Rasssulullah (S) não indicou a ele ou a ninguém para sucedê-lo, mas aludiu ao Siddik e indicou de forma compreensível e visível a ele.
O que muitos ignorantes e estúpidos alegam que ele indicou Áli para o califado, estão mentindo, proferindo calúnias e falsidades, e cometem um grave erro, acusando os companheiros de traição e de parcialidade, deixando de executar o seu testamento, desviando-o para outro, sem sentido nem causa.
Cada crente em Deus e no Seu Mensageiro confirma que o Islam constitui na verdade e sabe que essa alegação é falsa, porque os companheiros do Rassulullah (S) eram pessoas melhores depois dos profetas, as melhores gerações dessa comunidade, a mais nobre das comunidades neste mudo e no Outro, de acordo com o texto do Alcorão, do consenso dos antecessores e dos sucessores, com a graça de Deus.
Alegar, também, que o Profeta (S) designou Áli (R) para o califado e ele não o exigiu, mas exerceu a função de ministro e conselheiro dos califas anteriores, casou e concedeu sua filha em casamento, acusando-o de mudez e fraqueza, Deus está isento disso, pois ele foi o cavaleiro indomável, que não se furtava em pronunciar a verdade.
A Sua Posição Quanto ao Califado dos que o Antecederam
Quando o Rassulullah (S) faleceu, Áli participou da preparação, banho e amortalhamento e sepultamento do corpo. Quando o Siddik foi aclamado, em Saquifa, Áli fazia parte dos que o aclamaram na mesquita.
Estava ao lado do Siddik, com os outros líderes dos companheiros, consciente de seu dever de obedecê-lo e servi-lo.
Quando Abu Bakr faleceu e Omar assumiu o califado por designação de Abu Bakr, Áli participou de sua aclamação, e foi o seu fiel conselheiro.
Diz-se que Omar lhe pediu para sentenciar durante o seu califado, foi com ele e um grupo dos companheiros para a Síria, assistiu ao seu discurso em Jábiya.
Quando Ômar foi apunhalado, e tornou a sucessão numa questão de consulta entre seis candidatos, com Áli sendo um deles, e a escolha ficou entre Osman e Áli e a escolha ficou com Osman, ele acatou a escolha. Quando Osman foi assassinado, numa sexta-feira, as pessoas escolheram Áli e o acalmaram.
Áli negou-se atendê-los em aceitar o califado mesmo com a insistência no pedido. Ele se retirou para o pomar de Bani Ámru Ibn Mabdul e se fechou no local. As pessoas foram atrás dele, insistiram com ele, juntamente com Tal-há e Zubair. Disseram-lhe: “Não se pode ficar sem um governante.” Continuaram insistindo com ele até aceitar.
SUAS VIRTUDES
Áli Ibn Abi Tálib (R) teve muitas virtudes e muitos méritos. O Imam dos sunnitas, Ahmad Ibn Hanbal (que Deus tenha piedade dele), disse: “Nenhum dos companheiros do Rassulullah (S) teve os méritos de Áli.” Isso indica o amor dos sunnitas a Áli e os familiares do Profeta (S), pois eles conservaram essas tradições e as narraram como as ouviram do Profeta (S), sem omitir nenhuma delas. Entre as tradições a respeito de seus méritos (R), citamos:
1ª. Áli como Mártir: Abu Huraira (R) relatou que o Rassulullah (S) estava em Harrá juntamente com Abu Bakr, Omar, Osman, Áli, Tal-há e Zubair, e a rocha se moveu. O Rassulullah (S) disse: “Quita, está sobre você um profeta,ou Siddik ou mártir.”
2ª. Áli no Paraíso. O Rassulullah (S) disse: “Abu Bakr estará no Paraíso, Omar estará no Paraíso, Osman estará no Paraíso e Áli estará no Paraíso.” (Ahmad).
3ª. Só o ama o crente e só o odeia o hipócrita: Áli (R) disse: “Por Aquele que criou a semente e fez soprar a brisa, que o Profeta iletrado (S) me afiançou que só me amará o crente e só me odiará o hipócrita.” (Musslim).
4ª. Sua posição em relação ao Profeta (S): Saad Ibn Abi Waccas relatou que o Rassulullah (S) deixou Áli em Madina durante a expedição de Tabuk. Disse-lhe: “Ó Rassulullah, está me deixando junto com as mulheres e as crianças”? Respondeu-lhe: “Você não ficaria satisfeito ser para mim o que Aarão foi para Moisés? Fique sabendo que não haverá qualquer profeta depois de mim”? (Bukhári e Musslim).
5ª. Familiares do Profeta (S). Saad Ibn Waccas relatou que quando o seguinte versículo: “Vinde! Convoquemos os nossos filhos e os vossos” (3:61), o Rassulullah (S) convocou Áli, Fátima, Hassan e Hussein e disse: “Ó Deus, estes são os meus familiares” (Musslim)
6ª. Áli ama Deus e Seu Profeta (S), Deus e Seu Profeta (S) o amam. Sahl Ibn Saad (R) relatou que o Rassulullah (S) disse no dia de Khaibar: “Amanhã vou entregar o estandarte a um homem, por intermédio do qual, Deus irá conceder a vitória. Ele ama Deus e Seu Profeta (S) e Deus e Seu Profeta (S) o amam”. As pessoas foram dormir querendo adivinhar a quem daria o estandarte. Ao amanhecer, foram ter com o Rassulullah (S), cada um desejando ser escolhido. Ele perguntou: “Onde está Áli Ibn Abi Tálib”? Responderam-lhe: “Ele está se queixando dos olhos”. Pediu: “Mandem chamá-lo”. Áli chegou, o Rassulullah (S) pegou a sua saliva, passou nos olhos dele, fez uma prece e a vista de Áli ficou boa, sem dor. Deu-lhe o estandarte e Deus lhe concedeu a vitória. (Bukhári e Musslim).
7ª. Áli, como juiz. Áli (R) relatou: “O Rassulullah (S) me enviou ao Iêmen, como juiz. Perguntei-lhe: ‘Ó Rassulullah, está me enviando a pessoas mais velhas do que eu para ser juiz deles’? Respondeu: ‘Vai, Deus, Altíssimo, firmará a sua língua e orientará o seu coração’. (Ahmad e Nissá-i).
8ª. Você é meu e eu sou seu. Bará Ibn ‘Azib (R) relatou que o Profeta (S) disse a Áli: “Você é meu e eu sou seu”. (Bukhári).
Habachi Ibn Junáda relatou que o Profeta (S) disse: Áli é meu e eu sou dele e, só pagam as minhas dívidas, eu ou Áli”. (Ahmad e Tirmizi).
OS ELOGIOS DOS COMPANHEIROS E DE SEUS ANTECESSORES
Ômar Al Khattab (R) disse: “Áli é o nosso juiz”. Costumava pedir refúgio em Deus, quanto aos problemas em que não havia opinião de Abul Hassan, quer dizer Áli.
Ibn Abbás disse: “Quando era-nos apresentado um parecer de Áli, não objetávamos”.
Ibn Saad, baseado em Said Ibn Mussib relatou: “Nenhum dos companheiros se atrevia a dizer: ‘Perguntem-me’, a não ser Áli Ibn Abi Tálib”.
Ibn Mass’ud declarou: “O mais sensato e o maior juiz de Madina era Áli”.
Aicha (R) declarou: “Era o mais conhecedor do que restou dos companheiros quanto a Sunna”.
Massruk declarou: “O conhecimento dos companheiros do Rassulullah (S) terminou em Ômar, Áli e Ibn Mass’ud”.
Abdullah Ibn Abbás disse: “Áli possuía um conhecimento vasto, foi um dos primeiros muçulmanos, genro do Profeta (S), jurisprudente da Sunna, aliado nas batalhas e muito generoso”.
Ômar Ibn Al Khattab (R) disse: “Foram concedidas a Áli pelo Profeta (S) três características, se uma deles fosse concedida a mim, eu a preferiria às coisas mais valiosas”. Perguntaram-lhe: “Quais são”? Respondeu: “O casamento com a sua filha, a sua residência na mesquita e o estandarte no dia de Khaibar”.
Áli (R) disse: “Por Deus, nenhum versículo foi revelado sem que eu soubesse sobre o quê, onde e a respeito de quem foi revelado. Meu Senhor me concedeu um coração sensato e uma língua eloquente”.
A CONDUTA DE ALI (R)
Costumava varrer a casa da moeda, rezava nela, com a esperança de que Deus testemunhasse que não deixava de distribuir os bens entre os muçulmanos.
SEU ASCETICISMO
Quando Áli assumiu o califado, não mudou a sua conduta ascética quanto ao mundo. Recusou-se a morar no palácio do califado. Abandonou-o dizendo: “É o palácio dos insânos, nunca irei morar nele”.
Jarmuz relatou: “Vi Áli vestindo roupas rústicas, a calça até metade da canela, camisa curta, com bastão na mão, andando pelo mercado, ordenando às pessoas temerem a Deus e serem honestas no seu comércio, dizendo-lhes: “Pesem e meçam devidamente”.
SUA JUSTIÇA
Áli sentiu falta de um escudo quando estava em Siffin, encontrou-o na casa de um judeu. Queixou-se ao juiz Churaih, acusando-o de ter roubado o escudo.
O judeu negou. Churaih pediu a Áli para que apresentasse testemunhas. Áli apresentou o seu ajudante e Hassan. O juiz lhe disse: “Testemunho de filho não é aceito” e sentenciou a favor do judeu. Ali aceitou sem reclamar.O judeu então disse: “O emir dos crentes me levou perante o juiz e este o condenou, e o escudo é dele”. Por isso declaro: “Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah e de que Mohammad é seu Mensageiro. O escudo é seu, ó emir dos crentes”. Áli lhe deu o escudo de presente.
Dhirar Bin Dhamra Descreve ÁliMuáwiya pediu a Dhirar Ibn Dhamra: “Descreve-me Áli.” Respondeu-lhe: “Isente-me disso.” Pediu-lhe: “Peço-lhe por Deus que o faça.” Disse:
Era, por Deus, de longa visão, muito forte, falava com eloqüência e sentenciava com justiça. O conhecimento brotava de seus flancos, sua língua pronunciava sabedoria, negava o mundo e suas flores e tinha intimidade com a noite e suas trevas. Era, por Deus, de lágrima fácil, de pensamento longo, gostava as vestes curtas e os alimentos simples. Era como nós, respondia quando era perguntado, atendia ao nosso convite e nós, por Deus, apesar de sua proximidade não conseguíamos lhe falar por respeito e reverência. Ele valorizava os religiosos, se aproximava dos necessitados. O forte não cobiçava sua ilicitude e o fraco não se desesperava pela sua justiça. Presto testemunho que o vi em algumas situações, tarde da noite, segurando a barba, agitado como se tivesse sido picado, chorando de tristeza e dizendo: “Ó mundo, tente outro, não adianta se expor ou se enfeitar. Sei de três coisas a seu respeito: A sua vida é curta, o seu perigo é grande. Temo a pouca provisão, a longa jornada e a solidão do caminho.”
Muáwiya chorou e disse: “Que Deus tenha misericórdia de Abul Hassan. Por Deus, era realmente assim.”
SEU ASSASSINATO
Quando a disputa entre Áli e Muáwiya se agravou, três pessoas dos khawárij resolveram assassinar Áli, Muáwiya e Ômar Ibn Al ‘As (Que Deus esteja Satisfeito com todos eles).
Quanto ao encarregado de assassinar Áli, foi Abdul Rahman Ibn Muljim (Que Deus o deteste). Foi ajudado por Chubaib Ibn ‘Ajra Achja’i (Que Deus o deteste).
Na noite de sexta-feira, 17 de Ramadan do ano 40 da Hégira, Áli (R) acordou cedo para o Sahur, o muézin foi ter com ele e o avisou do horário da oração. Áli saiu, chamando as pessoas à oração. Os dois criminosos estavam de tocaia. Chubaib o segurou, Áli o golpeou com a espada. A espada atingiu a porta. Então, Ibn Muljim o golpeou com a espada, atingindo-o na fronte e fugiu. Chubaib voltou para casa e um homem de Bani Umaiya o matou.
Quanto a Ibn Muljim, foi perseguido, preso e levado até Áli que o olhou e disse: “Vida por vida. Se eu morrer, matem-no como me matou. Se eu escapar, vou estudar o seu caso”.
Ibn Muljim ficou preso, enquanto Áli permaneceu vivo na sexta e no sábado, faleceu na noite de domingo. Hassan ordenou que cortassem a cabeça de Ibn Muljim.
Que Deus esteja satisfeito com Áli Ibn Abi Tálib(R). Ó Senhor seja testemunha de que o amamos, a todos os califas probos e a todos os companheiros de Seu Profeta. Que
Deus abençoe e dê paz ao nosso Profeta Mohammad(S), aos seus familiares e a todos os seus companheiros.
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
Preparação: Dr. Ahmad Al Mazid
Dr. Ádel Ach Chadi
Compilado por Hajj Hamza Abdullah Islam - o menor dos servos de Allah SW.
Esse blogger tem por objetivo a divulgação da Religião de Allah(SW), o ISLAMISMO. Inshallah! Dar de graça o que de graça recebemos. Essa é nossa proposta. "Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.
segunda-feira, março 29, 2010
sexta-feira, março 26, 2010
QUESTÃO DO RELACIONAMENTO HOMEM E MULHERES QUE NÃO SÃO DA FAMILIA
O Louvor é para Allah. Nós O exaltamos, imploramos Sua ajuda e rogamos pelo Seu perdão. Aquele a quem Allah orienta não se desviará, e aquele a quem Allah permite que se desvie ninguém poderá orientá-lo. Testemunho que não há outra divindade além de Allah, o Único, e que Ele não tem parceiros. E testemunho que Muhammad (SAAS) é Seu servo e mensageiro, que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele, com seus familiares e companheiros, e todos que seguirem seus passos até o Dia Derradeiro.
Diz Allah em Seu Nobre Livro: Ó vós que credes! Temei a Allah como se deve temê-lO e não morrais se não como muçulmanos. A verdadeira palavra está no Alcorão. A melhor orientação é a do Profeta Muhammad (SAAS). A pior coisa é A Inovação, e toda inovação é desorientação. E toda desorientação leva ao Inferno.
Muitos irmãos me questiona sobre o relacionamento que devemos manter com as mulheres que não são de nossa familia. Eu digo, que não obstante vivermos no ocidente, especialmente no Brasil, e apesar de em nosso país existir costumes que até contemplam uma boa educação, com dar beijinhos, apertar as mãos, abraçar mulheres que não pertencemo ao nosso relacionamento familias,nós muçulmanos devemos seguir, em qualquer lugar do mundo e em qualquer situação o que prescreve o nosso Livro Sagrado o Alcorão e os ditos do Profeta Muhammad. Devemos no entanto usar o bom senso para não ferir e nem magoar as pessoas, o que também é um grande pecado no islamismo.
Para uma explicação mais teológica do assunto, já que sou leigo recorri a resposta de Sua Eminência Shaikh Muhammad Salih Al-Munajjid.
Foi perguntado a ele: É permitido um muçulmano beijar no rosto (amigavelmente) uma pessoa não-mahram (um pessoa com a qual é permitido o casamento, ou seja, alguém que não é irmão, esposo, pai, mãe, etc.) do sexo oposto? O pecado é da mesma magnitude se for feito quando se tem necessidade da companhia de amizade, a qual apenas aquela pessoa pode dar?
Veja sua resposta: O louvor é para Allah.
É haram um ter mulheres como amigas.
É preciso que a pessoa seja sensata, pois qualquer um que diz que um homem pode beijar sua amiga no rosto e abraçá-la de uma maneira amigável está dizendo algo que é considerado tolice e estupidez. É óbvio para qualquer pessoa sensata que este tipo de comportamento provoca desejo, e esse é o caminho que leva para a zina (fornicação, adultério). Não pode ser dito que a intenção dessa pessoa é pura, pois Allah criou os homens com uma inclinação a se sentirem atraídos pelas mulheres. Por isso Allah proibiu que os homens olhassem para as mulheres e ordenou a eles que baixassem seus olhares. Allah diz (interpretação dos significados):
"Dize aos crentes que baixem seus olhares (para não olharem para coisas proibidas), e que protejam suas partes íntimas (de atos sexuais ilícitos)" [An-Nur, 24:30]
O Profeta (que Allah exalte e lhe dê paz) disse: "O olho pode cometer zina, e sua zina é o olhar." (Narrado por Abu Dawud, An-Nikaah, 1840; classificado como sahih por Al-Albani em Sahih Sunan Abi Dawud, n. 1884).
Desta maneira é haram misturar-se com as mulheres ou ficar sozinho com uma mulher, mesmo se ela estiver usando hijab, o que dizer então de uma mulher que exibe seus atrativos? Há muitas ayat e ahadis que proíbem isso. Também é proibido trocar apertos de mãos com as mulheres; veja a questão n. 2459. Uma pessoa que se permite fazer essas coisas pode começar a cometer zina com ela a partir da amizade. Não pode ser dito que isso é por causa das circunstâncias difíceis, onde a pessoa está precisando de alguém que fique a seu lado como seu amigo. Tudo isso é haram e não é permitido. Todo aquele que cai em tais coisas deve apressar-se em arrepender-se sinceramente deste pecado, e deve voltar-se para Allah e sentir remorso do que fez.
O muçulmano precisa entender que se ele se volta para Allah buscando ajuda durante as calamidades e os problemas que recaem sobre ele neste mundo, Allah vai aliviá-lo desta dificuldade e concederá a ele alívio e uma saída, portanto ele deve temer Allah. Allah diz (interpretação dos significados):
"Mas, a quem temer a Allah, Ele lhe apontará uma saída." [At-Talaq, 65:2]
"Mas, a quem temer a Allah, Ele lhe aplainará o assunto." [At-Talaq, 65:4]
Allah sabe melhor, Shaikh Muhammad Salih Al-Munajjid
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
Diz Allah em Seu Nobre Livro: Ó vós que credes! Temei a Allah como se deve temê-lO e não morrais se não como muçulmanos. A verdadeira palavra está no Alcorão. A melhor orientação é a do Profeta Muhammad (SAAS). A pior coisa é A Inovação, e toda inovação é desorientação. E toda desorientação leva ao Inferno.
Muitos irmãos me questiona sobre o relacionamento que devemos manter com as mulheres que não são de nossa familia. Eu digo, que não obstante vivermos no ocidente, especialmente no Brasil, e apesar de em nosso país existir costumes que até contemplam uma boa educação, com dar beijinhos, apertar as mãos, abraçar mulheres que não pertencemo ao nosso relacionamento familias,nós muçulmanos devemos seguir, em qualquer lugar do mundo e em qualquer situação o que prescreve o nosso Livro Sagrado o Alcorão e os ditos do Profeta Muhammad. Devemos no entanto usar o bom senso para não ferir e nem magoar as pessoas, o que também é um grande pecado no islamismo.
Para uma explicação mais teológica do assunto, já que sou leigo recorri a resposta de Sua Eminência Shaikh Muhammad Salih Al-Munajjid.
Foi perguntado a ele: É permitido um muçulmano beijar no rosto (amigavelmente) uma pessoa não-mahram (um pessoa com a qual é permitido o casamento, ou seja, alguém que não é irmão, esposo, pai, mãe, etc.) do sexo oposto? O pecado é da mesma magnitude se for feito quando se tem necessidade da companhia de amizade, a qual apenas aquela pessoa pode dar?
Veja sua resposta: O louvor é para Allah.
É haram um ter mulheres como amigas.
É preciso que a pessoa seja sensata, pois qualquer um que diz que um homem pode beijar sua amiga no rosto e abraçá-la de uma maneira amigável está dizendo algo que é considerado tolice e estupidez. É óbvio para qualquer pessoa sensata que este tipo de comportamento provoca desejo, e esse é o caminho que leva para a zina (fornicação, adultério). Não pode ser dito que a intenção dessa pessoa é pura, pois Allah criou os homens com uma inclinação a se sentirem atraídos pelas mulheres. Por isso Allah proibiu que os homens olhassem para as mulheres e ordenou a eles que baixassem seus olhares. Allah diz (interpretação dos significados):
"Dize aos crentes que baixem seus olhares (para não olharem para coisas proibidas), e que protejam suas partes íntimas (de atos sexuais ilícitos)" [An-Nur, 24:30]
O Profeta (que Allah exalte e lhe dê paz) disse: "O olho pode cometer zina, e sua zina é o olhar." (Narrado por Abu Dawud, An-Nikaah, 1840; classificado como sahih por Al-Albani em Sahih Sunan Abi Dawud, n. 1884).
Desta maneira é haram misturar-se com as mulheres ou ficar sozinho com uma mulher, mesmo se ela estiver usando hijab, o que dizer então de uma mulher que exibe seus atrativos? Há muitas ayat e ahadis que proíbem isso. Também é proibido trocar apertos de mãos com as mulheres; veja a questão n. 2459. Uma pessoa que se permite fazer essas coisas pode começar a cometer zina com ela a partir da amizade. Não pode ser dito que isso é por causa das circunstâncias difíceis, onde a pessoa está precisando de alguém que fique a seu lado como seu amigo. Tudo isso é haram e não é permitido. Todo aquele que cai em tais coisas deve apressar-se em arrepender-se sinceramente deste pecado, e deve voltar-se para Allah e sentir remorso do que fez.
O muçulmano precisa entender que se ele se volta para Allah buscando ajuda durante as calamidades e os problemas que recaem sobre ele neste mundo, Allah vai aliviá-lo desta dificuldade e concederá a ele alívio e uma saída, portanto ele deve temer Allah. Allah diz (interpretação dos significados):
"Mas, a quem temer a Allah, Ele lhe apontará uma saída." [At-Talaq, 65:2]
"Mas, a quem temer a Allah, Ele lhe aplainará o assunto." [At-Talaq, 65:4]
Allah sabe melhor, Shaikh Muhammad Salih Al-Munajjid
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
HISTÓRIA DO PROFETA DAWUD- DAVI - TERCEIRA PARTE
A IDADE DE DAWUD (AS)
O Muhaddice Hákim narrou o seguinte Hadice: Abu Hurairah (r) narra que o Profeta (s) disse: “Quando os filhos de Ádam lhe foram apresentados, viu um homem de testa resplandecente, então perguntou: Ó ALLAH! Quem é esta pessoa? ALLAH respondeu que aquele era Dawud (as), um homem que apareceria muito mais tarde. Ádam perguntou qual seria a sua idade? ALLAH respondeu que a sua idade seria de sessenta anos. Ao ouvir isso Ádam disse à ALLAH que
daria quarenta anos da sua vida como prenda à Dawud (as).Porém, por altura da morte de Ádam, ele disse ao Anjo da Morte que dispunha ainda de quarenta anos de vida. Então, o Anjo da Morte recordou-lhe os quarenta anos que ele oferecera à Dawud (as).”
[Mustadrak Hakim]
Esta narração indica que Dawud (as) viveu cem anos. A Bíblia por outro lado, indica que ele faleceu numa idade avançada, após governar os israelitas durante um período de quarenta anos [1 Crónicas 29:26-28].
Jáfar Muhammad diz que Dawud (as) governou setenta anos [Musstadrak Hakim, Volume 2, Kitábul Tarikh].
Abudllah Ibn Abbass diz que Dawud (as) morreu repentinamente, num sábado, quando estava ocupado na adoração. Bandos de pássaros fizeram sombra sobre ele [Fathul Bari, Volume 2, Kitábul Ambiyá].
Consta na Bíblia que Dawud (as) foi enterrado na cidade de David [1 Reis 2:10].
LIÇÕES COLHIDAS
1. Quando ALLAH quer conceder honra e virtude a alguém, fá-lo resplandecer desde o princípio, apresentando-o dotado de uma sorte brilhante quanto uma estrela. Assim, quando ALLAH quis fazer de Dawud (as) um mensageiro Seu, dotou-o durante a sua juventude de uma coragem invulgar, de tal maneira que ousou confrontar e derrotar um tirano como Jalut (Golias), tornando-se assim muito querido para toda a nação, e ao revelar aquela coragem e bravura, todos o queriam como seu líder.
2. Por vezes nós consideramos que algo é insignificante, mas mais tarde tal se revela algo de valor inestimável. A diferença entre as condições em que Dawud (as) passou a juventude, o seu espírito perseverante na forma de assegurar a verdade e a sua profecia são um testemunho claro disso.
3. A diferença entre um khalifa de ALLAH e um governante vulgar, é que um khalifa demonstra humildade e serviço à Humanidade em todos os seus atos, enquanto que o governante vulgar demonstra arrogância e abuso do poder, considerando que a criatura é um meio para o seu próprio conforto.
4. A vida inteira de Dawud (as) testemunha que quem é grato a ALLAH depois de atingir os píncaros da honra e do prestígio, ser-lhe-ão concedidas graças em abundância, pois essa é a Lei Divina.
5. Apesar da religião estar mais relacionada à espiritualidade, a força material constitui um suporte. A religião garante a reforma da condição material e religiosa da pessoa. O Khalifa e o poder protegem o sistema de justiça traçado pelo Sharia’ah.
6. A seguinte afirmação de Ussmán é bem conhecida:
“Sem dúvidas que ALLAH defende através de um poderoso khalifa muito mais do que aquilo que Ele defende por meio do Al-Qur’án” [Al-BidáyaWan-Niháya, Volume 2, Página 10].
7. A história dos grandes reis deste mundo testemunham que dar e retirar o poder está nas Mãos de ALLAH:
“Diz, ó Deus, rei do reino, Tu concedes o reino a quem queres e retiras o reino de quem queres. Na Tua Mão está todo o bem. Na verdade, Tu tens o poder sobre todas as coisas.”
[Al-Qur’án 3:26]
Mas ALLAH decretou uma lei para conceder ou arrancar o poder. A Lei estabelece que as nações têm dois tipos de governo, sendo um por meios Divinos e outro por meios materiais e físicos.
No primeiro caso, é concedido o governo a uma nação quando esta cumprir com as exigências do Criador ao ter crenças corretas e ser piedosa e reta.
Tal nação merece que lhe seja concedido o khiláfat Divino.
ALLAH prometeu o Khiláfat à nação que tem crenças correctas e pratica boas ações, independentemente dos obstáculos que se possam interpor no seu caminho. ALLAH diz no Al-Qur’án:
“Temos prescrito, nos Salmos, depois da Mensagem (dada a Moisés), que a terra, herdá-la-ão os Meus servos virtuosos.”
[Al-Qur’án 21:105]
E diz:
“Na verdade a terra é de Deus. Ele a faz herdar a quem quer entre Seus servos.”
[Al-Qur’án 7:128]
Se alguma nação não possuir esta qualidade, não herdará a Terra, ainda que difunda muitos slogans gritando a prática do Islam. ALLAH não prometeu honra a tal nação. Contudo, tendo em conta a administração e operação do sistema do mundo, ALLAH, segundo a Sua Prudência, faz nações diferentes governar a terra. O Homem não pode perceber a prudência de ALLAH em
conceder o governo a alguns e arrancá-lo aos outros. A pior situação que pode ocorrer é quando uma nação muçulmana é escravizada e governada por um governo káfir.
Tal é um castigo de ALLAH à nação, pois esta está cheia de pecadores, tendo perdido a aptidão para o bem. O governante káfir não recebeu o governo por ALLAH gostar dele, mas porque os verdadeiros herdeiros do poder perderam o seu direito de governar devido às suas más ações.
Se os muçulmanos mudarem as suas vidas, resgatando uma vez mais o título de “piedosos”, a promessa de ALLAH reverterá a seu favor:
“ALLAH prometeu a esses que de entre vós crêem e praticam boas ações, dar-lhes a sucessão nesta terra, tal como deu a sucessão aos seus antecessores; e que por certo, estabelecerá para eles a Sua religião que escolheu para eles, e lhes dará em troca a segurança depois do medo. Eles Me adorarão e não Me associarão a alguém.”
[Al-Qur’án 24:55]
Talut (Saul) era um pastor e ALLAH colocou-o numa elevada posição. Um líder não é eleito na base da sua tribo ou família, mas sim na base da sua habilidade na assumpção das responsabilidades de Estado. No que respeita aos assuntos das nações, a qualidade tem maior peso que os números.
O poderoso pode cair pelas mãos dos que parecem ser fracos. Diz-se que o poder corrompe e a suspeita pode criar inveja e insegurança, especialmente aos que ambicionam o poder e a glória pessoal.
O ato de bravura de Dawud (as) e a sua bondade para com o seu inimigo Talut, fê-lo vitorioso e também mudou a vida de Talut. As pessoas quando se apercebem do seu erro, devem arrepender-se perante ALLAH.
O Profeta (s) disse: “Quem se candidatar a um cargo, sabendo de antemão que há outras pessoas merecedores desse cargo, então ele terá traído a ALLAH, a Seu Mensageiro e aos crentes”.
Alertou-nos também contra os que correm e disputam a ocupação de cargos.
Quando Abu Bakr (r) foi nomeado khalifa, ele disse às pessoas: Eu fui nomeado khalifa, não porque sou o melhor de entre vós. Se eu obedecer a ALLAH e Seu Mensageiro nos vossos assuntos então apoiai-me, e se eu desobedecer, corrigi-me.
Dawud (as) temia tanto a ALLAH que sendo rei, e dominando o tesouro do reino, ganhava o sustento com as suas próprias mãos.
Uma crença errada e sobre tudo prejudicial é que muita gente geralmente considera merecedoras de cargos governamentais apenas os ricos, os influentes e os que detêm uma posição distinta, mercê da sua riqueza e linhagem.
Essa crença era tão comum naqueles tempos que até as nações civilizadas e evoluídas acolheram-na. Nem mesmo os filhos de Israel estavam imunes aos efeitos dessa ideologia, daí que eles tenham posto objeções à governação de Talut, devido às mesmas razões.
Querer enganar a ALLAH é provocar a Sua ira. Assim como aconteceu com os pescadores, que depois de serem proibidos de pescar aos Sábados, transgrediram essa ordem inventando artimanhas e justificações.
Hoje também entre nós existem alguns que se intitulam de muçulmanos, mas transgridem as Leis de ALLAH e tentam justificar-se.
Por exemplo, alguns praticam a usura e dizem que isso é comissão e é semelhante ao comércio. Esses tentam enganar a ALLAH, mas que se cuidem pois o castigo d’Ele é muitíssimo severo.
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
O Muhaddice Hákim narrou o seguinte Hadice: Abu Hurairah (r) narra que o Profeta (s) disse: “Quando os filhos de Ádam lhe foram apresentados, viu um homem de testa resplandecente, então perguntou: Ó ALLAH! Quem é esta pessoa? ALLAH respondeu que aquele era Dawud (as), um homem que apareceria muito mais tarde. Ádam perguntou qual seria a sua idade? ALLAH respondeu que a sua idade seria de sessenta anos. Ao ouvir isso Ádam disse à ALLAH que
daria quarenta anos da sua vida como prenda à Dawud (as).Porém, por altura da morte de Ádam, ele disse ao Anjo da Morte que dispunha ainda de quarenta anos de vida. Então, o Anjo da Morte recordou-lhe os quarenta anos que ele oferecera à Dawud (as).”
[Mustadrak Hakim]
Esta narração indica que Dawud (as) viveu cem anos. A Bíblia por outro lado, indica que ele faleceu numa idade avançada, após governar os israelitas durante um período de quarenta anos [1 Crónicas 29:26-28].
Jáfar Muhammad diz que Dawud (as) governou setenta anos [Musstadrak Hakim, Volume 2, Kitábul Tarikh].
Abudllah Ibn Abbass diz que Dawud (as) morreu repentinamente, num sábado, quando estava ocupado na adoração. Bandos de pássaros fizeram sombra sobre ele [Fathul Bari, Volume 2, Kitábul Ambiyá].
Consta na Bíblia que Dawud (as) foi enterrado na cidade de David [1 Reis 2:10].
LIÇÕES COLHIDAS
1. Quando ALLAH quer conceder honra e virtude a alguém, fá-lo resplandecer desde o princípio, apresentando-o dotado de uma sorte brilhante quanto uma estrela. Assim, quando ALLAH quis fazer de Dawud (as) um mensageiro Seu, dotou-o durante a sua juventude de uma coragem invulgar, de tal maneira que ousou confrontar e derrotar um tirano como Jalut (Golias), tornando-se assim muito querido para toda a nação, e ao revelar aquela coragem e bravura, todos o queriam como seu líder.
2. Por vezes nós consideramos que algo é insignificante, mas mais tarde tal se revela algo de valor inestimável. A diferença entre as condições em que Dawud (as) passou a juventude, o seu espírito perseverante na forma de assegurar a verdade e a sua profecia são um testemunho claro disso.
3. A diferença entre um khalifa de ALLAH e um governante vulgar, é que um khalifa demonstra humildade e serviço à Humanidade em todos os seus atos, enquanto que o governante vulgar demonstra arrogância e abuso do poder, considerando que a criatura é um meio para o seu próprio conforto.
4. A vida inteira de Dawud (as) testemunha que quem é grato a ALLAH depois de atingir os píncaros da honra e do prestígio, ser-lhe-ão concedidas graças em abundância, pois essa é a Lei Divina.
5. Apesar da religião estar mais relacionada à espiritualidade, a força material constitui um suporte. A religião garante a reforma da condição material e religiosa da pessoa. O Khalifa e o poder protegem o sistema de justiça traçado pelo Sharia’ah.
6. A seguinte afirmação de Ussmán é bem conhecida:
“Sem dúvidas que ALLAH defende através de um poderoso khalifa muito mais do que aquilo que Ele defende por meio do Al-Qur’án” [Al-BidáyaWan-Niháya, Volume 2, Página 10].
7. A história dos grandes reis deste mundo testemunham que dar e retirar o poder está nas Mãos de ALLAH:
“Diz, ó Deus, rei do reino, Tu concedes o reino a quem queres e retiras o reino de quem queres. Na Tua Mão está todo o bem. Na verdade, Tu tens o poder sobre todas as coisas.”
[Al-Qur’án 3:26]
Mas ALLAH decretou uma lei para conceder ou arrancar o poder. A Lei estabelece que as nações têm dois tipos de governo, sendo um por meios Divinos e outro por meios materiais e físicos.
No primeiro caso, é concedido o governo a uma nação quando esta cumprir com as exigências do Criador ao ter crenças corretas e ser piedosa e reta.
Tal nação merece que lhe seja concedido o khiláfat Divino.
ALLAH prometeu o Khiláfat à nação que tem crenças correctas e pratica boas ações, independentemente dos obstáculos que se possam interpor no seu caminho. ALLAH diz no Al-Qur’án:
“Temos prescrito, nos Salmos, depois da Mensagem (dada a Moisés), que a terra, herdá-la-ão os Meus servos virtuosos.”
[Al-Qur’án 21:105]
E diz:
“Na verdade a terra é de Deus. Ele a faz herdar a quem quer entre Seus servos.”
[Al-Qur’án 7:128]
Se alguma nação não possuir esta qualidade, não herdará a Terra, ainda que difunda muitos slogans gritando a prática do Islam. ALLAH não prometeu honra a tal nação. Contudo, tendo em conta a administração e operação do sistema do mundo, ALLAH, segundo a Sua Prudência, faz nações diferentes governar a terra. O Homem não pode perceber a prudência de ALLAH em
conceder o governo a alguns e arrancá-lo aos outros. A pior situação que pode ocorrer é quando uma nação muçulmana é escravizada e governada por um governo káfir.
Tal é um castigo de ALLAH à nação, pois esta está cheia de pecadores, tendo perdido a aptidão para o bem. O governante káfir não recebeu o governo por ALLAH gostar dele, mas porque os verdadeiros herdeiros do poder perderam o seu direito de governar devido às suas más ações.
Se os muçulmanos mudarem as suas vidas, resgatando uma vez mais o título de “piedosos”, a promessa de ALLAH reverterá a seu favor:
“ALLAH prometeu a esses que de entre vós crêem e praticam boas ações, dar-lhes a sucessão nesta terra, tal como deu a sucessão aos seus antecessores; e que por certo, estabelecerá para eles a Sua religião que escolheu para eles, e lhes dará em troca a segurança depois do medo. Eles Me adorarão e não Me associarão a alguém.”
[Al-Qur’án 24:55]
Talut (Saul) era um pastor e ALLAH colocou-o numa elevada posição. Um líder não é eleito na base da sua tribo ou família, mas sim na base da sua habilidade na assumpção das responsabilidades de Estado. No que respeita aos assuntos das nações, a qualidade tem maior peso que os números.
O poderoso pode cair pelas mãos dos que parecem ser fracos. Diz-se que o poder corrompe e a suspeita pode criar inveja e insegurança, especialmente aos que ambicionam o poder e a glória pessoal.
O ato de bravura de Dawud (as) e a sua bondade para com o seu inimigo Talut, fê-lo vitorioso e também mudou a vida de Talut. As pessoas quando se apercebem do seu erro, devem arrepender-se perante ALLAH.
O Profeta (s) disse: “Quem se candidatar a um cargo, sabendo de antemão que há outras pessoas merecedores desse cargo, então ele terá traído a ALLAH, a Seu Mensageiro e aos crentes”.
Alertou-nos também contra os que correm e disputam a ocupação de cargos.
Quando Abu Bakr (r) foi nomeado khalifa, ele disse às pessoas: Eu fui nomeado khalifa, não porque sou o melhor de entre vós. Se eu obedecer a ALLAH e Seu Mensageiro nos vossos assuntos então apoiai-me, e se eu desobedecer, corrigi-me.
Dawud (as) temia tanto a ALLAH que sendo rei, e dominando o tesouro do reino, ganhava o sustento com as suas próprias mãos.
Uma crença errada e sobre tudo prejudicial é que muita gente geralmente considera merecedoras de cargos governamentais apenas os ricos, os influentes e os que detêm uma posição distinta, mercê da sua riqueza e linhagem.
Essa crença era tão comum naqueles tempos que até as nações civilizadas e evoluídas acolheram-na. Nem mesmo os filhos de Israel estavam imunes aos efeitos dessa ideologia, daí que eles tenham posto objeções à governação de Talut, devido às mesmas razões.
Querer enganar a ALLAH é provocar a Sua ira. Assim como aconteceu com os pescadores, que depois de serem proibidos de pescar aos Sábados, transgrediram essa ordem inventando artimanhas e justificações.
Hoje também entre nós existem alguns que se intitulam de muçulmanos, mas transgridem as Leis de ALLAH e tentam justificar-se.
Por exemplo, alguns praticam a usura e dizem que isso é comissão e é semelhante ao comércio. Esses tentam enganar a ALLAH, mas que se cuidem pois o castigo d’Ele é muitíssimo severo.
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
quinta-feira, março 25, 2010
HISTÓRIA DO PROFETA DAWUD - DAVI (AS) – SEGUNDA PARTE
A HONRA DO REINADO
Tanto o Al-Qur’án como a Bíblia e a História Universal prestam testemunho de que Dawud (as) era possuidor de qualidades valiosas, arbítrio correto, bem como aptidão organizativa. Ele sempre teve êxito em todas as campanhas, independentemente da dimensão do inimigo. Num período demasiado curto ele reinou na Síria, na Palestina, na Jordânia e também na região situada entre Aqabah e o Rio Eufrates. Foi durante o seu reinado que se uniram todos os povos semíticos. O seu grande exército e extenso reino apoiados pela Revelação Divina, aumentaram a sua honra e grandeza. Os seus súbditos tinham certeza de que ele fora informado com a realidade de todas as coisas, daí que ninguém ousasse desobedecer-lhe.
Abdallah Ibn Abbass (r) narra que certa vez duas pessoas foram ter com Dawud (as) devido a uma disputa relacionada com um touro. Cada um dizia que o bovino lhe pertencia, acusando o outro de ser ladrão. Dawud (as) adiou a decisão para o dia seguinte. Nesse dia, ele disse ao queixoso que ALLAH lhe revelara que aquele touro deveria ser morto, pelo que ele deveria aceitar a verdade. Então o queixoso disse: Ó verdadeiro Profeta de ALLAH! Neste meu caso eu sou completamente verdadeiro. Mas antes desta disputa, eu enganei e assassinei o pai do réu (demandado).
Ao ouvir isso, Dawud (as) ordenou que o queixoso fosse executado, como compensação pelo assassínio que cometera. Foram decisões daquele tipo que levaram a que as pessoas lhe obedecessem, submetendo-se às suas ordens e ao julgamento justo.
A grandeza do seu reino foi expressa no seguinte versículo do Al-Qur’án:
“Nós fizemos o seu reino forte, demos-lhe sabedoria (Al-Hikmah) e a arte de
julgar (Fasslul-Kitáb).”[Al-Qur’án 38:20]
A palavra Hikmah usada neste versículo, pode-se estar referindo à profecia assim como a maior parte dos comentadores escreveram, mas também pode estar referindo ao discernimento e capacidade mentais de tal calibre em que ninguém pode escolher qualquer parte desviada. Alguns Álimos são da opinião de que isso refere-se a Zabur (Salmos ou a Cânticos de David).
Da mesma maneira a frase Fasslul Khitáb pode-se estar referindo a dois fatores. Um relacionado ao fato de ele ter sido um excelente orador, pois expressava-se de tal forma que cada palavra e frase suas eram perfeitamente perceptíveis, o que fazia com que as suas palestras fossem belas e eloqüentes. O segundo relacionava-se ao fato de que a sua deliberação fosse de caráter decisório nas disputas entre o bem e o mal.
O ZABUR (SALMOS)
O Torah era a fundação para a orientação dos filhos de Israel. Mas devido às condições e à mudança de era, ALLAH deu a Dawud (as) _ o Zabur, mas que se manteve dentro dos limites das leis do Torah. Dawud (as) reavivou o Shari’ah de Mussa. Ele mostrou aos filhos de Israel o caminho reto. Tendo sido abençoado com a iluminação da Revelação Divina, ele apagava a sede dos sedentos que queriam o reconhecimento do Criador.
ALLAH concedeu a Dawud (as) uma voz tão melodiosa que ao recitar o Zabur, todas as pessoas, os Jinn’s até mesmo os animais ficavam estáticos ao ouvi-lo. Por isso, até hoje, a frase “A melodia de Dawud (as)”, é citada como um provérbio, para descrever alguém que tem uma boa e doce voz. Consta no Mussannaf Abdul Razaq, que o profeta Muhammad (s) quando ouvia a bela voz de Abu Mussa Al-Ash’ari dizia: “ALLAH deu a Abu Mussa o tom melodioso de Dawud (as)”.
Zabur que significa “uma parte”, foi revelado como complemento do Torah. Portanto, é como se fosse uma parte do Torah. O Zabur continha muitos poemas com cânticos de louvores a ALLAH, tópicos sobre o desamparo do Homem assim como tópicos sobre conselhos e admoestações.
No Mussnad Ahmad consta que o Zabur foi revelado no mês Ramadhán e em termos de prudência, continha tópicos bastante preciosos. Continha igualmente algumas boas novas, bem como previsões de eventos do futuro. Alguns comentadores mencionam que o seguinte versículo do Al-Qur’án em referência a um incidente de Zabur, na realidade refere-se ao Profeta Muhammad (s) e aos seus companheiros:
“E com efeito, escrevemos nos Salmos depois da recordação, que a terra
será a herança dos Meus servos justos.”[Al-Qur’án 21:105]
ALLAH menciona em vários versículos do Al-Qur’án que o Torah, o Evangelho) e o Zabur (Salmos) são Revelações Divinas. Ao mesmo tempo o Al-Qur’án também mencionou que os israelitas deliberadamente fizeram interpolações nesses livros sagrados. Eles alteraram-nos de tal maneira que se tornou difícil, se não impossível, distinguir o original da versão interpolada:
“Eles (os judeus) deturparam o sentido das palavras das escrituras.”
[Al-Qur’án 5:13]
Além do Torah e do Indjil, o Zabur é um testemunho vivo disso. O Atual Zabur contém cento e cinquenta (150) partes ou capítulos. Os nomes dessas partes claramente indicam que as mesmas não são Salmos de David, porque alguns contêm nomes de Corá, Sosanim, Gitite, etc., e alguns nem nomes têm. Alguns Salmos foram escritos séculos após a era de Dawud (as).
Por exemplo, o seguinte versículo refere-se à destruição de Jerusalém causada por Bukhte Nasr (Nabuchodonosor ou Nabuchodorosor) – Rei da Babilónia, 604-561 AC – que conquistou Jerusalém, destruiu-o e expulsou os judeus dali para a Babilónia:
“Ó Deus, as nações entraram na Tua herança; contaminaram o Teu santo templo; reduziram Jerusalém a montões de pedras.”[Salmos 79:1]
Este incidente sobre a destruição de Jerusalém, ocorreu séculos após a morte de Dawud (as).
O Al-Qur’án considera Dawud (as) um grande rei e também um mensageiro. Pelo contrário a Bíblia só se refere a ele como “Rei David”, não aceitando a sua profecia.
AS PARTICULARIDADES DE DAWUD (AS)
ALLAH abençoou todos os Profetas com nobreza e grandes favores. Contudo, entre eles existe uma diferença na categoria e grau.
“Entre Nossos mensageiros, temos preferido uns sobre os outros.”
[Al-Qur’án 2:253]
O Al-Qur’án também menciona algumas particularidades de Dawud (as). Mas isso não quer dizer que mais ninguém tivesse essa qualidade. Significa que essa qualidade existe nele num grau mais completo e perfeito. Quando se menciona essa particularidade, a mente de qualquer pessoa vai imediatamente para tal profeta, embora outros profetas também possam tê-la numa dimensão menor.
A RECITAÇÃO DO ZABUR
“E Nós preferimos a uns Profetas sobre outros; e a David demos o Salmos.”
[Al-Qur’án 17:55]
Consta no Al-Bukhari que Dawud (as) costumava recitar o Zabur num curto espaço de
tempo. Ele começava a recitar o Zabur quando aparelhava o seu cavalo. O período de tempo que decorria entre a colocação da sela no dorso do cavalo e a sua fixação, era o tempo que ele levava para a recitação integral do Zabur. O milagre da recitação de Zabur estava relacionado ao movimento da língua. ALLAH enrolava o tempo para Dawud (as), de tal maneira que em condições normais, isso poderia levar horas. Foi-lhe dada a habilidade de dizer palavras em tão curto espaço de tempo, o que outra pessoa levaria horas. Mesmo hoje é um princípio aceite que não existe limite para a velocidade de movimentos.
A SUBSERVIÊNCIA DAS MONTANHAS E DOS PÁSSAROS
Dawud (as) costumava cantar longamente os louvores de ALLAH. Tinha uma voz extraordinariamente melodiosa, ao ponto de que ao começar o seu tassbih, todos os animais, pássaros e mesmo as montanhas se lhe juntavam na recitação dos louvores.
O Al-Qur’án mencionou essa particularidade de Dawud (as) nos capítulos Al- Ambiyáh,
Sabá e Sád:
“E Nós demos a Dawud (as) uma graça da Nossa parte (e dissemos): Ó
montanha! Cantai com ele os louvores do Senhor. E vós, pássaros também.
E para ele, amolecemos o ferro. (E dissemos): Faz com ele cotas de malha e
adapta-as às malhas. E praticai o bem. Na verdade Eu observo tudo o que fazeis.”
[Al-Qur’án 34:10-11]
“Por certo, Nós submetemos as montanhas, para com ele glorificarem a
ALLAH, ao anoitecer e ao amanhecer. E também as aves reunidas à sua
volta. Cada um para ALLAH voltará arrependido.”[Al-Qur’án 38:18-19]
Alguns Álimos são da opinião que o cantar de louvores aqui aludido,
refere-se à maneira como cada coisa foi criada. A sua beleza e forma,
indicam claramente a existência de um Criador. Contudo, outros Álimos
são de opinião de que os animais, plantas e objectos inanimados também na
realidade cantam os louvores de ALLAH.
ALLAH diz:
“Glorificam-No os Sete Céus e a Terra e tudo o que neles existe. E não existe
nada que não glorifique os Seus louvores. Porém, vós não compreendeis as
Suas glorificações.”[Al-Qur’án 17:44]
Este versículo indica que todos os seres do Universo cantam os louvores de ALLAH e que o Homem não é dotado da capacidade de perceber o louvor cantado por esses seres. Ainda hoje existem provas suficientes que indicam que até mesmo as plantas têm vida. ALLAH manteve o Ser Humano desconhecido dos louvores cantados por outras criaturas. Não só os animais,mas também os insetos se regozijam com a religiosidade do Ser Humano e da bênção que disso resulta na terra. Por isso fazem duá, pedindo perdão a favor do Ser Humano.
Consta num Hadice, que o Profeta(s) diz: “ALLAH, seus anjos e todos os
habitantes dos Céus e da Terra, até mesmo a formiga no seu buraco, os peixes nos oceanos enviam bênçãos e oram a favor daquele que ensina o bem às pessoas”.
[At-Tirmizi]
E consta que os animais no dia de Jumu’ah (Sexta-feira) estão atentos, com receio de que o Quiyámah possa acontecer nesse dia [Ahmad].
E consta também num Hadice que indica que o galo adora ALLAH. O Profeta (s) disse: “Não insultai o galo, pois chama-vos para a oração (isto é, no Al-Fajr quando ele canta)”.
[Ahmad e Abu Dawud (as)]
E quanto às formigas, elas são uma comunidade de entre as outras que glorificam a ALLAH apesar do seu pequeno porte e à insignificância com que o Homem lhes encara.
O Profeta (s) disse: “Uma formiga mordeu a um profeta e então este ordenou que toda “vila” de formigas fosse queimada. Então ALLAH enviou-lhe uma revelação censurando-o por ter mandado queimar uma comunidade inteira que glorifica a ALLAH só porque uma formiga lhe mordera”.
[Al-Bukhari]
E quanto às árvores, ALLAH diz no Al-Qur’án:
“E as ervas e as árvores prostram-se em adoração.”
[Al-Qur’án 55:6]
E o Profeta(s) diz: “Ninguém recita o Talbiyah sem que este seja também
recitado por tudo o que está do seu lado direito e esquerdo, de entre árvores
e pedras”.
[Ibn Májah]
Contudo, era uma particularidade de Dawud (as) que ao começar a cantar os
louvores de ALLAH, as outras criaturas também se lhe juntassem.
O AMOLECIMENTO DO FERRO
Apesar de ser rei, Dawud (as) não tomou para si nenhum cêntimo do tesouro público para o seu uso pessoal. Não colocou o fardo das suas despesas e o dos da sua família sobre o Baitul-Mál (Tesouro Público). Ele ganhava o seu sustento de forma Halál com as suas próprias mãos.
Detinha uma boa experiência na arte de fabricar armas. Fabricava-as e vendia-as, vivendo da receita daí proveniente.
O Profeta _ mencionou esse aspecto num dos Hadices: “O melhor sustento que a pessoa pode ganhar é o proveniente do trabalho desenvolvido pelas suas próprias mãos. E o Profeta de ALLAH, Dawud (as), costumava ganhar, trabalhando com as suas próprias mãos”.[Al-Bukhari]
O Sheikh Badruddin Aini, um dos comentadores de Al-Bukhari, diz que Dawud (as) costumava suplicar a ALLAH para lhe dar uma forma fácil de ganhar o seu sustento, porque ele não quis sobrecarregar o Baitul-Mál [Sharah Al- Aini, Volume 7, Página 420].
Esta excelente postura de Dawud (as), fazia parte das características distintas,que foram dadas a cada profeta.
O Al-Qur’án diz que quando cada profeta pregava junto ao seu povo dizia:
“Não vos peço, por isso, recompensa (salário) alguma, porque a minha recompensa virá do Senhor do Universo.” [Al-Qur’án 26:109]
Ibn Hajar diz que embora seja permitido um salário do Baitul-Mál ao governante de um Estado Isslámico, a melhor e a mais preferida opção é a não sobrecarga do Tesouro Público de forma indiscriminada. Na altura da sua morte, o primeiro Khalifa Abu Bakr reembolsou ao Tesouro Público todo o dinheiro que havia tomado como salário [Fathul Bari, Volume 4, Página 243].
Dawud (as) dedicava-se ao fabrico de armaduras de ferro. ALLAH aceitou a súplica de Dawud (as) ao amolecer o ferro nas suas mãos como a cera. Ele facilmente moldava o ferro para qualquer forma que ele quisesse, sem ter que derretê-lo e nem precisar de usar martelo.
“E ensinamos-lhe a arte de fazer couraças para vós, para vos proteger das
vossas violências. Não estais agradecidos?”[Al-Qur’án 21:80]
Naquela era, o ferro com que se faziam as armaduras era muito pesado e tinha que ser carregado por homens de boa compleição física. O peso das armaduras criava também muitas dificuldades no campo de batalha.
Dawud (as) foi o primeiro homem a quem ALLAH dotou de arte e engenho para o fabrico de armaduras leves. A armadura leve permitia que o soldado facilmente se manobrasse no campo de batalha, o que se revelou muito benéfico na luta contra o inimigo.
A LINGUAGEM DOS PÁSSAROS
ALLAH abençoou Dawud (as) e Suleiman (s) com a habilidade de conversar com os pássaros. Eles podiam entender os pássaros assim como uma pessoa entende outra. Isto não era um mero exercício de adestramento e estudo, semelhante ao dos zoólogos, mas sim uma realidade com que ALLAH lhes agraciou.
DOIS EPISÓDIOS IMPORTANTES
Há dois episódios ocorridos na vida de Dawud (as), que são considerados importantes devido à discussão entre os mufasserin (comentadores) relacionados com esses versículos. É essencial saber a verdadeira realidade desses versículos do Al-Qur’án, em particular o segundo, que se tornou num assunto de acesos debates:
O primeiro episódio está reportado nos seguintes versículos:
“E Dawud e Suleiman, quando julgaram o caso de um campo cultivado onde rebanhos (cabritos) de certo povo, dispersos, pastaram durante a noite. Nós fomos testemunhas de seu julgamento. Então fizemos Salomão compreendê-lo e a cada um dos dois, demos sabedoria, e ciência. E submetemos com David as montanhas e os pássaros para Nos glorificarem. Fomos Nós que fizemos isto.”
[Al-Qur’án 21:78-79]
A maioria dos mufasserin cita a narração de Ibn Mass’ud e Ibn Abbass relacionada àqueles versículos:
Certa vez, um agricultor pediu a Dawud (as) que interviesse num conflito que o opunha a um vizinho que era armazenista de produtos agrícolas. Ele disse: Eu tenho uma extensão de terra onde plantei trigo, milho e fruta. A colheita estava bem crescida, mas antes de eu a colher, as ovelhas do meu vizinho, devido à negligência do seu pastor, entraram na minha propriedade, num campo cultivado, à noite, destruíram toda a minha colheita e comeram as plantas novas (brotos tenros), causando danos do montante talvez, da colheita de um ano.
O armazenista de produtos agrícolas, reconheceu o prejuízo que causara ao seu vizinho e disse que aquilo era verdade. Ao ouvir as duas partes, Dawud (as) que era rei, considerou o assunto tão sério, pelo que sentenciou de acordo com o seu conhecimento e prudência ao ordenar que, as ovelhas que causaram o prejuízo, deviam ser entregues ao agricultor como compensação pelo dano, porque o valor do rebanho era igual ao valor dos danos provocados.
Tal veredicto serviria de lição ao armazenista, por se ter negligenciado ao permitir que os seus animais vagueassem sem se fazerem acompanhar do respectivo pastor.
Seu filho Suleiman (as), que tinha apenas onze anos de idade, e estava sentado junto ao seu pai, levantou-se e pediu permissão para falar, tendo o pai anuído.
Suleiman (as) disse que embora a decisão do pai fosse correta, discordava dela por ser demasiado penalizante, sugerindo portanto, que se optasse por um outro veredicto mais consentâneo com as circunstâncias. A corte do rei ficou constrangida com a ousadia do rapaz, pois a sua contestação criou algum desconforto.
Então, o rei David, sorrindo, disse ao filho para explicar como ele poderia julgar o caso. Uma vez que o prejuízo foi a perda dos frutos ou do produto do campo; o “corpus” da propriedade não fora perdido, então a sugestão de Salomão foi de que o dono do campo não deveria tomar as ovelhas todas, mas sim estas deviam apenas ser colocadas sob o seu cuidado por um período fixo. E ele podia retê-las o tempo suficiente que lhe permitisse beneficiar-se dos seus produtos, até que recuperasse o prejuízo real, usufruindo do leite, da lã e eventualmente das crias. E paralelamente devia-se ordenar que o armazenista cultivasse a terra do agricultor por uma época (estação), até restaurá-la à sua situação original, mas antes de colheita deveria devolvê-la ao agricultor. No fim da época, só o número original de ovelhas deveria ser devolvido ao pastor, mas as crias não. Essa seria a penalização por não ter cuidado convenientemente das suas ovelhas. Assim, ele ao menos não se sujeitava a perder por completo as suas ovelhas. Em simultâneo, ele terá trabalhado sem pagamento, para restaurar a colheita perdida do agricultor até atingir a fase da ceifa. O agricultor teria que fazer a sua própria ceifa, pois essa era a situação antes das plantas serem devoradas pelas ovelhas.
Toda a sala de audiências da corte escutava em silêncio o adolescente Suleiman. Então o rei Dawud (as) declarou que ele iria revogar a sua sentença a favor da do seu filho, que era melhor, justa e baseada na prudência.
O mérito de Dawud (as) reside no fato de ter aceite a sugestão, apesar de ela provir de um moço.
O mérito de Suleiman (as) reside no fato de ter distinguido entre ‘corpus’ e produção, embora muito jovem, não tivesse vergonha de expôr o caso perante seu pai.
Os dois – agricultor e armazenista – expressaram a sua satisfação e deixaram a sala de mãos dadas.
O Al-Qur’án também indica que a decisão de Suleiman era a mais apropriada e a sua compreensão nesse assunto ultrapassou a de Dawud (as). Contudo, isso não significa que Suleiman tivesse mais virtudes que seu pai. Este episódio, retrata apenas um incidente isolado em que o filho tinha uma opinião mais apropriada que a do pai. No aspecto geral, as virtudes de Dawud (as) são maiores que as de seu filho.
O segundo episódio
É característica do Torah e da Bíblia nas versões adulteradas, menciona alguns incidentes acerca dos profetas, sem contudo fundamentá-los o que não é digno, nem para pessoas normais, muito menos para mensageiros escolhidos por ALLAH.
A Bíblia menciona um incidente acerca de Dawud (as) [2 Samuel 11:1-27]. Segundo a Bíblia, Dawud (as) envolveu-se com a mulher de Urias, um dos seus generais, de nome Bate-Sebá, resultando na sua gravidez. A seguir mandou o general para a frente de combate, num dos mais perigosos ramos do exército, na expectativa de que fosse morto, para que assim ele pudesse desposar a viúva.
Esta narração é deveras escandalosa, o que pode levar as pessoas menos esclarecidas a considerarem o Profeta David um vulgar criminoso, portanto, indigno de ser profeta de Deus.
Lançar um olhar lascivo para a esposa de alguém, cometer adultério e de seguida mandar matar um inocente, são atos criminosos que só podem ser perpetrados por gente desclassificada. Como então aceitar que se façam estas graves acusações contra um nobre Profeta?
A CONTRADIÇÃO NA BÍBLIA
Antes de provarmos a inocência de Dawud (as), vamos examinar como a Bíblia se contradiz ao mencionar a castidade de Dawud (as) noutros versículos:
“E disse Natã ao rei: Vai e faz tudo quanto está no teu coração, porque o Senhor está contigo.
Porém, sucedeu naquela mesma noite, que a palavra do Senhor veio a Natã dizendo: Vai e diz ao meu servo, a Davi: Assim diz o Senhor: Edificar-meias tu, casa para minha habitação? Porque em casa alguma habitei desde o dia em que fiz subir os filhos de Israel do Egito até ao dia de hoje, mas andei em tenda e em tabernáculo.
E, por todo lugar onde andei com todos os filhos de Israel, falei, porventura, alguma palavra com qualquer das tribos de Israel, a quem mandei apascentar o meu povo de Israel, dizendo: Por que me não edificais uma casa de cedros?
Agora, pois, assim dirás ao meu servo, a Davi: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eu te tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses o chefe sobre o meu povo, e sobre Israel.”
[2 Samuel 7:3-8]
“Livrou-me do meu possante inimigo e daqueles que tinham ódio, porque eram mais fortes do que eu. Encontraram-me no dia da minha calamidade; porém o Senhor se fez o meu esteio.
E tirou-me para o largo e arrebatou-me dali, porque tinha prazer em mim.
Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos me retribuiu.Porque guardei os caminhos do Senhor e não me apartei impiamente do meu
Deus. Porque todos os seus juízos estavam diante de mim e de seus estatutos me não desviei.
Porém fui sincero perante ele e guardei-me da minha iniqüidade.
E me retribuiu o Senhor conforme a minha justiça, conforme a minha pureza
diante dos seus olhos.”
[2 Samuel 22:18-25]
“E estas são as últimas palavras de Davi:
Diz Davi, filho de Jessé, e diz o homem que foi levantado em altura, o ungido do Deus de Jacó, e o suave em salmos de Israel: O Espírito do Senhor falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca.
Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de Deus.”
[2 Samuel 23:1-3]
“E disse Salomão: De grande beneficência usaste tu com teu servo Davi, meu pai, como também ele andou contigo em verdade, e em justiça, e em retidão de coração, perante a tua face; e guardaste-lhe esta grande beneficência e lhe deste um filho que se sentasse no seu trono, como se vê neste dia.”
[1 Reis 3:6]
“E, se andares nos meus caminhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como andou Davi, teu pai, também prolongarei os teus dias.”
[1 Reis 3:14]
“E ele disse: Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que falou pela sua boca a Davi, meu pai e, pelas suas mãos, o cumpriu, dizendo:
Desde o dia em que tirei o meu povo da terra do Egipto, não escolhi cidade alguma de todas as tribos de Israel, para edifi car nela uma casa em que estivesse o meu nome; nem escolhi homem algum para ser chefe do meu povo Israel.
Porém escolhi Jerusalém, para que ali estivesse o meu nome, e escolhi Davi, para que tivesse cargo do meu povo Israel.
Também Davi, meu pai, teve no seu coração o edifi car uma casa ao nome do Senhor, Deus de Israel.”[2 Crónicas 6:4-7]
“Agora, pois, Senhor, Deus de Israel, guarda ao teu servo Davi, meu pai, o que falaste, dizendo: Nunca faltará de ti varão de diante de mim, que se as sente sobre o trono de Israel; tão somente que teus filhos guardem seu caminho, andando na minha lei, como tu andaste diante de mim.”[2 Crónicas 6:16]
“Porém todo o reino não rasgarei, uma tribo darei a teu fi lho, por amor de Meu servo Davi e por amor de Jerusalém, que tenho elegido.”
[1 Reis 11:13]
“E há de ser que, se ouvires tudo o que Eu te mandar, e andares pelos Meus caminhos, e fizeres o que é recto aos Meus olhos, guardando os Meus estatutos e os Meus mandamentos, como fez Davi, Meu servo, Eu serei contigo, e te edificarei uma casa firme, como edifiquei a Davi, e te darei Israel.”
[1 Reis 11:38]
Estes versículos da Bíblia indicam claramente que Dawud (as) era um escolhido e querido servo do Criador. Ele falou diretamente com ALLAH. Ele obedeceu totalmente às Leis do Shari’ah de ALLAH, ele era reto e casto.
Ele era Khalifa de ALLAH e líder dos Filhos de Israel.
Por isso, temos sérias dúvidas sobre como é que os Ahl-Kitab (adeptos do livro) reconciliam esses versículos contraditórios da Bíblia e qual é o grau que Dawud (as) ocupa na sua perspectiva.
Se na sua opinião Dawud (as) é um Profeta ou possuidor de bom carácter, então que resposta é que eles têm acerca do incidente com Bathsheba (Bate-Seba) e Uriah?
E se o incidente de Uriah é verídico, então de que David é que falam quando tecem os elogios acima citados?
Pelo contrário, o Al-Qur’án indica que Dawud (as) foi um nobre Profeta, livre da mancha do pecado:
“E agraciamos a Dawud com Suleiman. Que excelente servo! Eis que foi contrito!”
[Al-Qur’án 38:30]
“E demos a ciência a David e a Salomão e ambos diziam: Louvado seja
Deus que nos elevou acima de muitos dos Seus servos crentes.”
[Al-Qur’án 27:15]
Todos estes versículos do Al-Qur’án rejeitam as interpolações feitas nas escrituras sagradas anteriores. Eles arraigaram-se às escuras cortinas da história ao revelar as características nobres dos dois mensageiros: Dawud (as) e Suleiman (as).
Contudo, nota-se com muita pena, que alguns mufasserin citaram sem provas o incidente engendrado de Uriah, o Hittite e sua mulher.
Deve-se evitar citar tais narrações. É mais surpreendente notar que alguns sábios tentaram provar a autenticidade desse incidente ao procurar um bom significado disso. Os comentadores narraram esse incidente no tafssir dosseguintes versículos:
“E chegou ao teu conhecimento a história dos disputantes, quando subiram o muro do santuário e entraram nos seus aposentos! Quando chegaram junto de Dawud (as), este assustou-se com a sua presença. Eles disseram: Não tenhas medo! Nós somos dois disputantes, um de nós cometeu transgressão contra outro. Portanto, julga entre nós conforme a verdade. Não sejas parcial, e indica-nos a senda da retidão. Por certo, este é meu irmão; ele tem noventa e nove ovelhas e eu tenho uma só. E ele disse-me: Deixa-me guardá-la! E ele convenceu-me com a sua fala! Dawud (as) disse: Com efeito, ele foi injusto para contigo ao te pedir para acrescentar a tua ovelha às ovelhas dele. Na verdade muitos sócios cometem transgressão uns contra outros exceto os que crêem e praticam boas ações; e esses são poucos.
E Dawud (as) percebeu que Nós o tínhamos posto à prova, então pediu perdão ao seu Senhor e caiu em prosternação. E arrependeu-se. Por conseguinte, Nós perdoámos-lhe isso. E, por certo, ele terá, junto de Nós um lugar próximo e excelente local de retorno. (E dissemos-lhe) ó Dawud (as)! Por certo, Nós fizemos de ti Khalifa na terra (nosso representante), portanto julga entre as pessoas com justiça e não sigas a paixão, pois ela te afastará do caminho de ALLAH.
Na verdade os que se afastam do caminho de ALLAH, terão um castigo severo, por terem
esquecido o Dia de prestação de contas.” [Al-Qur’án 38:22-26]
O TAFSSIR (EXPLICAÇÃO) INCORRECTO
Foi aqui mencionado um teste a que Dawud (as) foi submetido por ALLAH e ele não se apercebeu disso, mas de repente, ocorreu-lhe que isso era de fato um teste da parte de ALLAH. Imediatamente ele recorreu ao arrependimento indo em busca do perdão, tendo o seu arrependimento sido aceite, o que o fez aproximar mais à ALLAH.
Isto é tudo o que foi mencionado no Al-Qur’án, pois não foram fornecidos detalhes desse teste.
Alguns comentadores recorreram ao incidente entre Uriah e David, narrado na Bíblia, e aplicaram-no sem ponderarem no resultado. Ibn Kassir diz que a história de Uriah mencionada por alguns mufasserin, foi colhida das narrações israelitas, sendo a maior parte dela, uma fabricação deles. Por isso, ele acha que nem se deve mencionar essa história, pois taisnarrações não têm lugar na literatura islámica, devendo ser totalmente evitadas.
Abu Muhammad Ibn Hazam diz no [Kitábul Fassl], que a afirmação do Al- Qur’án é verdadeira, não indicando de forma alguma a narração inventada pelos judeus.
Da mesma maneira, Allama Khafaji, Qadi Iyád, Ibn Hayyan Andalusi, Imám Razi e outros Álimos rejeitaram tais lendas imaginárias e provaram que nenhuma afirmação desse tipo foi narrada pelo Profeta Muhammad (s).
O TAFSSIR CORRECTO
Deixando de lado todas as narrações fabricadas, os mufasserin autênticos explicaram esses versículos na base das afirmações dos Sahábas ou analisando minuciosamente o conteúdo e o contexto dos versículos do Al- Qur’án. Esta será, portanto, a interpretação correcta do tafssir.
1. Ibn Hazam diz que o incidente resume-se à entrada de duas pessoas no quarto de Dawud (as) onde se encontrava, ocupado na adoração a ALLAH. Eles saltaram o muro e entraram de rompante porque tinham uma disputa a resolver e estavam apressados. Dawud (as) ouviu a versão do queixoso, e tendo em conta o conselho e a admoestação, mencionou a corrupção dos tempos. Ele disse que os governantes e as autoridades sempre consideraram os menos privilegiados como instrumentos do seu próprio conforto. Contudo, esses que crêem em ALLAH e praticam boas acções, abstêm-se de tais formas de opressão e temem ALLAH. Pessoas desse tipo são de número reduzido. A seguir, Dawud (as) pronunciou a decisão justa, pondo termo ao caso. Quando os litigantes se foram embora, Dawud (as) ponderou nos favores de ALLAH sobre ele e perguntou a si mesmo como ele podia cumprir os direitos do Criador, que lhe fez arbitrar entre duas pessoas. Essa meditação teve um efeito tão grande sobre ele, que caiu em prostração, arrependendo-se. ALLAH gostou desse ato de David, tendo-o envolvido com a Sua Misericórdia.
Ibn Hazam diz que pedir perdão é um ato tão bom que dispensa a necessidade de antes ter tido lugar algum pecado.
E é por isso que consta no [Al-Qur’án 39:7], que os anjos também pedem perdão, estando eles completamente livres de pecado.
Para além disso, o Al-Qur’án não faz a mínima menção acerca de Dawud (as) ter cometido qualquer pecado. Só diz que ALLAH pô-lo em teste. E não é necessário que se tenha cometido algum pecado para que alguém seja submetido ao teste assim como aconteceu com Ayub(as) (Job). Esta passagem de Dawud (as) também não se deveu a algum pecado, mas sim a simples manifestação decorrente da percepção de uma obrigação, expressando assim a sua humildade de acordo com o grau profético que ele possuía.
Embora este significado do versículo sob discussão possa acomodar este tafssir (explicação), também indica o alto grau de Dawud (as). Porém, é uma explicação à qual se chegou por dedução, não estando mencionada em nenhum versículo do Al-Qur’án ou no Hadice.
2. Abu Musslim diz que quando os dois homens apresentaram o seu caso a Dawud (as) na forma de queixoso e demandado, Dawud (as) não deu ao demandado a oportunidade de se expressar e o conselho que ele deu, parecia que aparentemente apoiava o caso do queixoso. Em casos normais, isso é considerado injusto, portanto o conselho dado por ele, embora fosse um simples conselho e não uma decisão final no caso. Contudo, não ficava bem para o alto cargo que ele ocupava. Portanto, esse foi o teste a que Dawud (as) foi submetido. Em tais ocasiões, ALLAH imediatamente chama a atenção dos Seus servos próximos da situação e repreende-os.
Neste caso também, Dawud (as) imediatamente apercebeu-se que tinha errado e que isso constituía um teste para ele. Então, arrependeu-se e o seu arrependimento foi aceite. Não só, isso tornou-se num meio para ele alcançar um grau mais alto. Depois de tudo aquilo que aconteceu, ALLAH aconselhou a Dawud (as) o seguinte:
“Ó Dawud! Tu não és como os reis e governantes normais deste mundo
que não se interessam da justiça, fazem as suas vontades na criatura de
ALLAH e governam para motivos meramente pessoais. Tu foste nomeado
representante (Khalifa) de ALLAH na terra. Servir a Humanidade é a tua
característica distinta. Não deve haver nenhuma deficiência nesse aspecto.
Considere o caminho reto como o teu.”
Segundo as duas explicações (tafssir), os mufasserin disseram que o caso do tribunal foi real e as duas partes não eram anjos mas sim seres humanos. O texto aparente do Al-Qur’án indica isso.
Apesar de esta explicação ser uma dedução, mesmo assim está de acordo com o texto dos versículos e por isso os mufasserin, largamente aceitaram isso.
Contudo, uma objeção pode ser levantada nas duas explicações acima citadas. Se aceitarmos a primeira explicação, de Ibn Hazam, então o versículo 26 não terá qualquer relação com os versículos anteriores e a corrente de pensamento será interrompida. Qual foi a necessidade de mencionar tão grande virtude de Dawud (as) que só foi mencionada para Ádam (as)?
Segundo a explicação de Abu Musslim, aqui pode surgir a questão: se é um princípio aceite para o juiz escutar o queixoso e o demandado antes de pronunciar qualquer sentença, então como é que um mensageiro de alto grau deixou passar tal princípio?
Vamos mencionar um terceiro tafssir que confirma muito bem o texto dos versículos e está baseado numa afirmação de Abdallah Ibn Abbass:
Abdallah Ibn Abbass _ diz que Dawud (as) tinha dividido o seu dia de trabalho em quatro partes, de tal maneira que, uma parte era dedicada apenas para adorar ALLAH; outra para casos judiciais, para auscultação de problemas da sua gente, outra para tratar dos seus assuntos pessoais, ganho do sustento e descanso e uma outra parte para orientar os israelitas e pregar-lhes sermões.
A parte fixada para adorar ALLAH era muito importante, embora Dawud (as) O adorasse a todos os momentos. Mas nessa parte fixa, ele não fazia nenhuma outra coisa. O Al-
Qur’án diferencia isso ao enfatizar:
“Eis que ele (Dawud) foi contrito!”
[Al-Qur’án 38:30]
Consta também na história, que Dawud (as) costumava fechar o seu quarto e adorar ALLAH para que ninguém o incomodasse. Consta num Hadice em que o Profeta (s) disse: “O melhor Salát perante ALLAH é o Salát de Dawud (as); o melhor Jejum perante ALLAH é o Jejum de Dawud (as). Ele dormia metade da noite e fazia Ibádat num terço da noite e dormia um sexto da noite. E jejuava alternadamente (um dia sim, outro dia não)”.
[Al-Bukhari e Musslim]
Na distribuição dos tempos, esse era o único período em que era muito difícil para qualquer pessoa chegar a Dawud (as). Nesse tempo o seu contato com os israelitas estava completamente cortado.
Durante os outros períodos de tempo, em caso de emergência, Dawud (as) poderia ser contatado.
Não há dúvidas que adorar ALLAH e glorificá-Lo é o objetivo principal de um crente.
Mas para os que foram escolhidos para guiar e servir a Humanidade é preferível que cumpram com as suas obrigações no lugar de se dedicarem à adoração intensiva. Sem dúvidas, um místico (sufi ) alcançará graus muito altos ao dedicar-se exclusivamente na adoração à ALLAH. Pelo contrário, o objectivo da concessão de profecia ao Homem é fazer com que este guie e sirva a Humanidade. Portanto, o grau perfeito de cumprimento da missão incumbida por ALLAH, reside na exaltação das Suas ordens ao estar em contacto com a criatura e não na procura da exclusão, retiro e isolamento.
Não obstante a distribuição de trabalho executada por Dawud (as) ser digna de nota, a determinação de um período de tempo reservado unicamente à adoração, era incompatível com o seu grau da profecia, pois tal não era apropriado para um mensageiro do seu calibre. Ele foi escolhido para ser khalifa,
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
Compilado por Hajj Hamza Abdullah Islam – o menor dos servos de Allah
Tanto o Al-Qur’án como a Bíblia e a História Universal prestam testemunho de que Dawud (as) era possuidor de qualidades valiosas, arbítrio correto, bem como aptidão organizativa. Ele sempre teve êxito em todas as campanhas, independentemente da dimensão do inimigo. Num período demasiado curto ele reinou na Síria, na Palestina, na Jordânia e também na região situada entre Aqabah e o Rio Eufrates. Foi durante o seu reinado que se uniram todos os povos semíticos. O seu grande exército e extenso reino apoiados pela Revelação Divina, aumentaram a sua honra e grandeza. Os seus súbditos tinham certeza de que ele fora informado com a realidade de todas as coisas, daí que ninguém ousasse desobedecer-lhe.
Abdallah Ibn Abbass (r) narra que certa vez duas pessoas foram ter com Dawud (as) devido a uma disputa relacionada com um touro. Cada um dizia que o bovino lhe pertencia, acusando o outro de ser ladrão. Dawud (as) adiou a decisão para o dia seguinte. Nesse dia, ele disse ao queixoso que ALLAH lhe revelara que aquele touro deveria ser morto, pelo que ele deveria aceitar a verdade. Então o queixoso disse: Ó verdadeiro Profeta de ALLAH! Neste meu caso eu sou completamente verdadeiro. Mas antes desta disputa, eu enganei e assassinei o pai do réu (demandado).
Ao ouvir isso, Dawud (as) ordenou que o queixoso fosse executado, como compensação pelo assassínio que cometera. Foram decisões daquele tipo que levaram a que as pessoas lhe obedecessem, submetendo-se às suas ordens e ao julgamento justo.
A grandeza do seu reino foi expressa no seguinte versículo do Al-Qur’án:
“Nós fizemos o seu reino forte, demos-lhe sabedoria (Al-Hikmah) e a arte de
julgar (Fasslul-Kitáb).”[Al-Qur’án 38:20]
A palavra Hikmah usada neste versículo, pode-se estar referindo à profecia assim como a maior parte dos comentadores escreveram, mas também pode estar referindo ao discernimento e capacidade mentais de tal calibre em que ninguém pode escolher qualquer parte desviada. Alguns Álimos são da opinião de que isso refere-se a Zabur (Salmos ou a Cânticos de David).
Da mesma maneira a frase Fasslul Khitáb pode-se estar referindo a dois fatores. Um relacionado ao fato de ele ter sido um excelente orador, pois expressava-se de tal forma que cada palavra e frase suas eram perfeitamente perceptíveis, o que fazia com que as suas palestras fossem belas e eloqüentes. O segundo relacionava-se ao fato de que a sua deliberação fosse de caráter decisório nas disputas entre o bem e o mal.
O ZABUR (SALMOS)
O Torah era a fundação para a orientação dos filhos de Israel. Mas devido às condições e à mudança de era, ALLAH deu a Dawud (as) _ o Zabur, mas que se manteve dentro dos limites das leis do Torah. Dawud (as) reavivou o Shari’ah de Mussa. Ele mostrou aos filhos de Israel o caminho reto. Tendo sido abençoado com a iluminação da Revelação Divina, ele apagava a sede dos sedentos que queriam o reconhecimento do Criador.
ALLAH concedeu a Dawud (as) uma voz tão melodiosa que ao recitar o Zabur, todas as pessoas, os Jinn’s até mesmo os animais ficavam estáticos ao ouvi-lo. Por isso, até hoje, a frase “A melodia de Dawud (as)”, é citada como um provérbio, para descrever alguém que tem uma boa e doce voz. Consta no Mussannaf Abdul Razaq, que o profeta Muhammad (s) quando ouvia a bela voz de Abu Mussa Al-Ash’ari dizia: “ALLAH deu a Abu Mussa o tom melodioso de Dawud (as)”.
Zabur que significa “uma parte”, foi revelado como complemento do Torah. Portanto, é como se fosse uma parte do Torah. O Zabur continha muitos poemas com cânticos de louvores a ALLAH, tópicos sobre o desamparo do Homem assim como tópicos sobre conselhos e admoestações.
No Mussnad Ahmad consta que o Zabur foi revelado no mês Ramadhán e em termos de prudência, continha tópicos bastante preciosos. Continha igualmente algumas boas novas, bem como previsões de eventos do futuro. Alguns comentadores mencionam que o seguinte versículo do Al-Qur’án em referência a um incidente de Zabur, na realidade refere-se ao Profeta Muhammad (s) e aos seus companheiros:
“E com efeito, escrevemos nos Salmos depois da recordação, que a terra
será a herança dos Meus servos justos.”[Al-Qur’án 21:105]
ALLAH menciona em vários versículos do Al-Qur’án que o Torah, o Evangelho) e o Zabur (Salmos) são Revelações Divinas. Ao mesmo tempo o Al-Qur’án também mencionou que os israelitas deliberadamente fizeram interpolações nesses livros sagrados. Eles alteraram-nos de tal maneira que se tornou difícil, se não impossível, distinguir o original da versão interpolada:
“Eles (os judeus) deturparam o sentido das palavras das escrituras.”
[Al-Qur’án 5:13]
Além do Torah e do Indjil, o Zabur é um testemunho vivo disso. O Atual Zabur contém cento e cinquenta (150) partes ou capítulos. Os nomes dessas partes claramente indicam que as mesmas não são Salmos de David, porque alguns contêm nomes de Corá, Sosanim, Gitite, etc., e alguns nem nomes têm. Alguns Salmos foram escritos séculos após a era de Dawud (as).
Por exemplo, o seguinte versículo refere-se à destruição de Jerusalém causada por Bukhte Nasr (Nabuchodonosor ou Nabuchodorosor) – Rei da Babilónia, 604-561 AC – que conquistou Jerusalém, destruiu-o e expulsou os judeus dali para a Babilónia:
“Ó Deus, as nações entraram na Tua herança; contaminaram o Teu santo templo; reduziram Jerusalém a montões de pedras.”[Salmos 79:1]
Este incidente sobre a destruição de Jerusalém, ocorreu séculos após a morte de Dawud (as).
O Al-Qur’án considera Dawud (as) um grande rei e também um mensageiro. Pelo contrário a Bíblia só se refere a ele como “Rei David”, não aceitando a sua profecia.
AS PARTICULARIDADES DE DAWUD (AS)
ALLAH abençoou todos os Profetas com nobreza e grandes favores. Contudo, entre eles existe uma diferença na categoria e grau.
“Entre Nossos mensageiros, temos preferido uns sobre os outros.”
[Al-Qur’án 2:253]
O Al-Qur’án também menciona algumas particularidades de Dawud (as). Mas isso não quer dizer que mais ninguém tivesse essa qualidade. Significa que essa qualidade existe nele num grau mais completo e perfeito. Quando se menciona essa particularidade, a mente de qualquer pessoa vai imediatamente para tal profeta, embora outros profetas também possam tê-la numa dimensão menor.
A RECITAÇÃO DO ZABUR
“E Nós preferimos a uns Profetas sobre outros; e a David demos o Salmos.”
[Al-Qur’án 17:55]
Consta no Al-Bukhari que Dawud (as) costumava recitar o Zabur num curto espaço de
tempo. Ele começava a recitar o Zabur quando aparelhava o seu cavalo. O período de tempo que decorria entre a colocação da sela no dorso do cavalo e a sua fixação, era o tempo que ele levava para a recitação integral do Zabur. O milagre da recitação de Zabur estava relacionado ao movimento da língua. ALLAH enrolava o tempo para Dawud (as), de tal maneira que em condições normais, isso poderia levar horas. Foi-lhe dada a habilidade de dizer palavras em tão curto espaço de tempo, o que outra pessoa levaria horas. Mesmo hoje é um princípio aceite que não existe limite para a velocidade de movimentos.
A SUBSERVIÊNCIA DAS MONTANHAS E DOS PÁSSAROS
Dawud (as) costumava cantar longamente os louvores de ALLAH. Tinha uma voz extraordinariamente melodiosa, ao ponto de que ao começar o seu tassbih, todos os animais, pássaros e mesmo as montanhas se lhe juntavam na recitação dos louvores.
O Al-Qur’án mencionou essa particularidade de Dawud (as) nos capítulos Al- Ambiyáh,
Sabá e Sád:
“E Nós demos a Dawud (as) uma graça da Nossa parte (e dissemos): Ó
montanha! Cantai com ele os louvores do Senhor. E vós, pássaros também.
E para ele, amolecemos o ferro. (E dissemos): Faz com ele cotas de malha e
adapta-as às malhas. E praticai o bem. Na verdade Eu observo tudo o que fazeis.”
[Al-Qur’án 34:10-11]
“Por certo, Nós submetemos as montanhas, para com ele glorificarem a
ALLAH, ao anoitecer e ao amanhecer. E também as aves reunidas à sua
volta. Cada um para ALLAH voltará arrependido.”[Al-Qur’án 38:18-19]
Alguns Álimos são da opinião que o cantar de louvores aqui aludido,
refere-se à maneira como cada coisa foi criada. A sua beleza e forma,
indicam claramente a existência de um Criador. Contudo, outros Álimos
são de opinião de que os animais, plantas e objectos inanimados também na
realidade cantam os louvores de ALLAH.
ALLAH diz:
“Glorificam-No os Sete Céus e a Terra e tudo o que neles existe. E não existe
nada que não glorifique os Seus louvores. Porém, vós não compreendeis as
Suas glorificações.”[Al-Qur’án 17:44]
Este versículo indica que todos os seres do Universo cantam os louvores de ALLAH e que o Homem não é dotado da capacidade de perceber o louvor cantado por esses seres. Ainda hoje existem provas suficientes que indicam que até mesmo as plantas têm vida. ALLAH manteve o Ser Humano desconhecido dos louvores cantados por outras criaturas. Não só os animais,mas também os insetos se regozijam com a religiosidade do Ser Humano e da bênção que disso resulta na terra. Por isso fazem duá, pedindo perdão a favor do Ser Humano.
Consta num Hadice, que o Profeta(s) diz: “ALLAH, seus anjos e todos os
habitantes dos Céus e da Terra, até mesmo a formiga no seu buraco, os peixes nos oceanos enviam bênçãos e oram a favor daquele que ensina o bem às pessoas”.
[At-Tirmizi]
E consta que os animais no dia de Jumu’ah (Sexta-feira) estão atentos, com receio de que o Quiyámah possa acontecer nesse dia [Ahmad].
E consta também num Hadice que indica que o galo adora ALLAH. O Profeta (s) disse: “Não insultai o galo, pois chama-vos para a oração (isto é, no Al-Fajr quando ele canta)”.
[Ahmad e Abu Dawud (as)]
E quanto às formigas, elas são uma comunidade de entre as outras que glorificam a ALLAH apesar do seu pequeno porte e à insignificância com que o Homem lhes encara.
O Profeta (s) disse: “Uma formiga mordeu a um profeta e então este ordenou que toda “vila” de formigas fosse queimada. Então ALLAH enviou-lhe uma revelação censurando-o por ter mandado queimar uma comunidade inteira que glorifica a ALLAH só porque uma formiga lhe mordera”.
[Al-Bukhari]
E quanto às árvores, ALLAH diz no Al-Qur’án:
“E as ervas e as árvores prostram-se em adoração.”
[Al-Qur’án 55:6]
E o Profeta(s) diz: “Ninguém recita o Talbiyah sem que este seja também
recitado por tudo o que está do seu lado direito e esquerdo, de entre árvores
e pedras”.
[Ibn Májah]
Contudo, era uma particularidade de Dawud (as) que ao começar a cantar os
louvores de ALLAH, as outras criaturas também se lhe juntassem.
O AMOLECIMENTO DO FERRO
Apesar de ser rei, Dawud (as) não tomou para si nenhum cêntimo do tesouro público para o seu uso pessoal. Não colocou o fardo das suas despesas e o dos da sua família sobre o Baitul-Mál (Tesouro Público). Ele ganhava o seu sustento de forma Halál com as suas próprias mãos.
Detinha uma boa experiência na arte de fabricar armas. Fabricava-as e vendia-as, vivendo da receita daí proveniente.
O Profeta _ mencionou esse aspecto num dos Hadices: “O melhor sustento que a pessoa pode ganhar é o proveniente do trabalho desenvolvido pelas suas próprias mãos. E o Profeta de ALLAH, Dawud (as), costumava ganhar, trabalhando com as suas próprias mãos”.[Al-Bukhari]
O Sheikh Badruddin Aini, um dos comentadores de Al-Bukhari, diz que Dawud (as) costumava suplicar a ALLAH para lhe dar uma forma fácil de ganhar o seu sustento, porque ele não quis sobrecarregar o Baitul-Mál [Sharah Al- Aini, Volume 7, Página 420].
Esta excelente postura de Dawud (as), fazia parte das características distintas,que foram dadas a cada profeta.
O Al-Qur’án diz que quando cada profeta pregava junto ao seu povo dizia:
“Não vos peço, por isso, recompensa (salário) alguma, porque a minha recompensa virá do Senhor do Universo.” [Al-Qur’án 26:109]
Ibn Hajar diz que embora seja permitido um salário do Baitul-Mál ao governante de um Estado Isslámico, a melhor e a mais preferida opção é a não sobrecarga do Tesouro Público de forma indiscriminada. Na altura da sua morte, o primeiro Khalifa Abu Bakr reembolsou ao Tesouro Público todo o dinheiro que havia tomado como salário [Fathul Bari, Volume 4, Página 243].
Dawud (as) dedicava-se ao fabrico de armaduras de ferro. ALLAH aceitou a súplica de Dawud (as) ao amolecer o ferro nas suas mãos como a cera. Ele facilmente moldava o ferro para qualquer forma que ele quisesse, sem ter que derretê-lo e nem precisar de usar martelo.
“E ensinamos-lhe a arte de fazer couraças para vós, para vos proteger das
vossas violências. Não estais agradecidos?”[Al-Qur’án 21:80]
Naquela era, o ferro com que se faziam as armaduras era muito pesado e tinha que ser carregado por homens de boa compleição física. O peso das armaduras criava também muitas dificuldades no campo de batalha.
Dawud (as) foi o primeiro homem a quem ALLAH dotou de arte e engenho para o fabrico de armaduras leves. A armadura leve permitia que o soldado facilmente se manobrasse no campo de batalha, o que se revelou muito benéfico na luta contra o inimigo.
A LINGUAGEM DOS PÁSSAROS
ALLAH abençoou Dawud (as) e Suleiman (s) com a habilidade de conversar com os pássaros. Eles podiam entender os pássaros assim como uma pessoa entende outra. Isto não era um mero exercício de adestramento e estudo, semelhante ao dos zoólogos, mas sim uma realidade com que ALLAH lhes agraciou.
DOIS EPISÓDIOS IMPORTANTES
Há dois episódios ocorridos na vida de Dawud (as), que são considerados importantes devido à discussão entre os mufasserin (comentadores) relacionados com esses versículos. É essencial saber a verdadeira realidade desses versículos do Al-Qur’án, em particular o segundo, que se tornou num assunto de acesos debates:
O primeiro episódio está reportado nos seguintes versículos:
“E Dawud e Suleiman, quando julgaram o caso de um campo cultivado onde rebanhos (cabritos) de certo povo, dispersos, pastaram durante a noite. Nós fomos testemunhas de seu julgamento. Então fizemos Salomão compreendê-lo e a cada um dos dois, demos sabedoria, e ciência. E submetemos com David as montanhas e os pássaros para Nos glorificarem. Fomos Nós que fizemos isto.”
[Al-Qur’án 21:78-79]
A maioria dos mufasserin cita a narração de Ibn Mass’ud e Ibn Abbass relacionada àqueles versículos:
Certa vez, um agricultor pediu a Dawud (as) que interviesse num conflito que o opunha a um vizinho que era armazenista de produtos agrícolas. Ele disse: Eu tenho uma extensão de terra onde plantei trigo, milho e fruta. A colheita estava bem crescida, mas antes de eu a colher, as ovelhas do meu vizinho, devido à negligência do seu pastor, entraram na minha propriedade, num campo cultivado, à noite, destruíram toda a minha colheita e comeram as plantas novas (brotos tenros), causando danos do montante talvez, da colheita de um ano.
O armazenista de produtos agrícolas, reconheceu o prejuízo que causara ao seu vizinho e disse que aquilo era verdade. Ao ouvir as duas partes, Dawud (as) que era rei, considerou o assunto tão sério, pelo que sentenciou de acordo com o seu conhecimento e prudência ao ordenar que, as ovelhas que causaram o prejuízo, deviam ser entregues ao agricultor como compensação pelo dano, porque o valor do rebanho era igual ao valor dos danos provocados.
Tal veredicto serviria de lição ao armazenista, por se ter negligenciado ao permitir que os seus animais vagueassem sem se fazerem acompanhar do respectivo pastor.
Seu filho Suleiman (as), que tinha apenas onze anos de idade, e estava sentado junto ao seu pai, levantou-se e pediu permissão para falar, tendo o pai anuído.
Suleiman (as) disse que embora a decisão do pai fosse correta, discordava dela por ser demasiado penalizante, sugerindo portanto, que se optasse por um outro veredicto mais consentâneo com as circunstâncias. A corte do rei ficou constrangida com a ousadia do rapaz, pois a sua contestação criou algum desconforto.
Então, o rei David, sorrindo, disse ao filho para explicar como ele poderia julgar o caso. Uma vez que o prejuízo foi a perda dos frutos ou do produto do campo; o “corpus” da propriedade não fora perdido, então a sugestão de Salomão foi de que o dono do campo não deveria tomar as ovelhas todas, mas sim estas deviam apenas ser colocadas sob o seu cuidado por um período fixo. E ele podia retê-las o tempo suficiente que lhe permitisse beneficiar-se dos seus produtos, até que recuperasse o prejuízo real, usufruindo do leite, da lã e eventualmente das crias. E paralelamente devia-se ordenar que o armazenista cultivasse a terra do agricultor por uma época (estação), até restaurá-la à sua situação original, mas antes de colheita deveria devolvê-la ao agricultor. No fim da época, só o número original de ovelhas deveria ser devolvido ao pastor, mas as crias não. Essa seria a penalização por não ter cuidado convenientemente das suas ovelhas. Assim, ele ao menos não se sujeitava a perder por completo as suas ovelhas. Em simultâneo, ele terá trabalhado sem pagamento, para restaurar a colheita perdida do agricultor até atingir a fase da ceifa. O agricultor teria que fazer a sua própria ceifa, pois essa era a situação antes das plantas serem devoradas pelas ovelhas.
Toda a sala de audiências da corte escutava em silêncio o adolescente Suleiman. Então o rei Dawud (as) declarou que ele iria revogar a sua sentença a favor da do seu filho, que era melhor, justa e baseada na prudência.
O mérito de Dawud (as) reside no fato de ter aceite a sugestão, apesar de ela provir de um moço.
O mérito de Suleiman (as) reside no fato de ter distinguido entre ‘corpus’ e produção, embora muito jovem, não tivesse vergonha de expôr o caso perante seu pai.
Os dois – agricultor e armazenista – expressaram a sua satisfação e deixaram a sala de mãos dadas.
O Al-Qur’án também indica que a decisão de Suleiman era a mais apropriada e a sua compreensão nesse assunto ultrapassou a de Dawud (as). Contudo, isso não significa que Suleiman tivesse mais virtudes que seu pai. Este episódio, retrata apenas um incidente isolado em que o filho tinha uma opinião mais apropriada que a do pai. No aspecto geral, as virtudes de Dawud (as) são maiores que as de seu filho.
O segundo episódio
É característica do Torah e da Bíblia nas versões adulteradas, menciona alguns incidentes acerca dos profetas, sem contudo fundamentá-los o que não é digno, nem para pessoas normais, muito menos para mensageiros escolhidos por ALLAH.
A Bíblia menciona um incidente acerca de Dawud (as) [2 Samuel 11:1-27]. Segundo a Bíblia, Dawud (as) envolveu-se com a mulher de Urias, um dos seus generais, de nome Bate-Sebá, resultando na sua gravidez. A seguir mandou o general para a frente de combate, num dos mais perigosos ramos do exército, na expectativa de que fosse morto, para que assim ele pudesse desposar a viúva.
Esta narração é deveras escandalosa, o que pode levar as pessoas menos esclarecidas a considerarem o Profeta David um vulgar criminoso, portanto, indigno de ser profeta de Deus.
Lançar um olhar lascivo para a esposa de alguém, cometer adultério e de seguida mandar matar um inocente, são atos criminosos que só podem ser perpetrados por gente desclassificada. Como então aceitar que se façam estas graves acusações contra um nobre Profeta?
A CONTRADIÇÃO NA BÍBLIA
Antes de provarmos a inocência de Dawud (as), vamos examinar como a Bíblia se contradiz ao mencionar a castidade de Dawud (as) noutros versículos:
“E disse Natã ao rei: Vai e faz tudo quanto está no teu coração, porque o Senhor está contigo.
Porém, sucedeu naquela mesma noite, que a palavra do Senhor veio a Natã dizendo: Vai e diz ao meu servo, a Davi: Assim diz o Senhor: Edificar-meias tu, casa para minha habitação? Porque em casa alguma habitei desde o dia em que fiz subir os filhos de Israel do Egito até ao dia de hoje, mas andei em tenda e em tabernáculo.
E, por todo lugar onde andei com todos os filhos de Israel, falei, porventura, alguma palavra com qualquer das tribos de Israel, a quem mandei apascentar o meu povo de Israel, dizendo: Por que me não edificais uma casa de cedros?
Agora, pois, assim dirás ao meu servo, a Davi: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eu te tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses o chefe sobre o meu povo, e sobre Israel.”
[2 Samuel 7:3-8]
“Livrou-me do meu possante inimigo e daqueles que tinham ódio, porque eram mais fortes do que eu. Encontraram-me no dia da minha calamidade; porém o Senhor se fez o meu esteio.
E tirou-me para o largo e arrebatou-me dali, porque tinha prazer em mim.
Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos me retribuiu.Porque guardei os caminhos do Senhor e não me apartei impiamente do meu
Deus. Porque todos os seus juízos estavam diante de mim e de seus estatutos me não desviei.
Porém fui sincero perante ele e guardei-me da minha iniqüidade.
E me retribuiu o Senhor conforme a minha justiça, conforme a minha pureza
diante dos seus olhos.”
[2 Samuel 22:18-25]
“E estas são as últimas palavras de Davi:
Diz Davi, filho de Jessé, e diz o homem que foi levantado em altura, o ungido do Deus de Jacó, e o suave em salmos de Israel: O Espírito do Senhor falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca.
Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de Deus.”
[2 Samuel 23:1-3]
“E disse Salomão: De grande beneficência usaste tu com teu servo Davi, meu pai, como também ele andou contigo em verdade, e em justiça, e em retidão de coração, perante a tua face; e guardaste-lhe esta grande beneficência e lhe deste um filho que se sentasse no seu trono, como se vê neste dia.”
[1 Reis 3:6]
“E, se andares nos meus caminhos, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como andou Davi, teu pai, também prolongarei os teus dias.”
[1 Reis 3:14]
“E ele disse: Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que falou pela sua boca a Davi, meu pai e, pelas suas mãos, o cumpriu, dizendo:
Desde o dia em que tirei o meu povo da terra do Egipto, não escolhi cidade alguma de todas as tribos de Israel, para edifi car nela uma casa em que estivesse o meu nome; nem escolhi homem algum para ser chefe do meu povo Israel.
Porém escolhi Jerusalém, para que ali estivesse o meu nome, e escolhi Davi, para que tivesse cargo do meu povo Israel.
Também Davi, meu pai, teve no seu coração o edifi car uma casa ao nome do Senhor, Deus de Israel.”[2 Crónicas 6:4-7]
“Agora, pois, Senhor, Deus de Israel, guarda ao teu servo Davi, meu pai, o que falaste, dizendo: Nunca faltará de ti varão de diante de mim, que se as sente sobre o trono de Israel; tão somente que teus filhos guardem seu caminho, andando na minha lei, como tu andaste diante de mim.”[2 Crónicas 6:16]
“Porém todo o reino não rasgarei, uma tribo darei a teu fi lho, por amor de Meu servo Davi e por amor de Jerusalém, que tenho elegido.”
[1 Reis 11:13]
“E há de ser que, se ouvires tudo o que Eu te mandar, e andares pelos Meus caminhos, e fizeres o que é recto aos Meus olhos, guardando os Meus estatutos e os Meus mandamentos, como fez Davi, Meu servo, Eu serei contigo, e te edificarei uma casa firme, como edifiquei a Davi, e te darei Israel.”
[1 Reis 11:38]
Estes versículos da Bíblia indicam claramente que Dawud (as) era um escolhido e querido servo do Criador. Ele falou diretamente com ALLAH. Ele obedeceu totalmente às Leis do Shari’ah de ALLAH, ele era reto e casto.
Ele era Khalifa de ALLAH e líder dos Filhos de Israel.
Por isso, temos sérias dúvidas sobre como é que os Ahl-Kitab (adeptos do livro) reconciliam esses versículos contraditórios da Bíblia e qual é o grau que Dawud (as) ocupa na sua perspectiva.
Se na sua opinião Dawud (as) é um Profeta ou possuidor de bom carácter, então que resposta é que eles têm acerca do incidente com Bathsheba (Bate-Seba) e Uriah?
E se o incidente de Uriah é verídico, então de que David é que falam quando tecem os elogios acima citados?
Pelo contrário, o Al-Qur’án indica que Dawud (as) foi um nobre Profeta, livre da mancha do pecado:
“E agraciamos a Dawud com Suleiman. Que excelente servo! Eis que foi contrito!”
[Al-Qur’án 38:30]
“E demos a ciência a David e a Salomão e ambos diziam: Louvado seja
Deus que nos elevou acima de muitos dos Seus servos crentes.”
[Al-Qur’án 27:15]
Todos estes versículos do Al-Qur’án rejeitam as interpolações feitas nas escrituras sagradas anteriores. Eles arraigaram-se às escuras cortinas da história ao revelar as características nobres dos dois mensageiros: Dawud (as) e Suleiman (as).
Contudo, nota-se com muita pena, que alguns mufasserin citaram sem provas o incidente engendrado de Uriah, o Hittite e sua mulher.
Deve-se evitar citar tais narrações. É mais surpreendente notar que alguns sábios tentaram provar a autenticidade desse incidente ao procurar um bom significado disso. Os comentadores narraram esse incidente no tafssir dosseguintes versículos:
“E chegou ao teu conhecimento a história dos disputantes, quando subiram o muro do santuário e entraram nos seus aposentos! Quando chegaram junto de Dawud (as), este assustou-se com a sua presença. Eles disseram: Não tenhas medo! Nós somos dois disputantes, um de nós cometeu transgressão contra outro. Portanto, julga entre nós conforme a verdade. Não sejas parcial, e indica-nos a senda da retidão. Por certo, este é meu irmão; ele tem noventa e nove ovelhas e eu tenho uma só. E ele disse-me: Deixa-me guardá-la! E ele convenceu-me com a sua fala! Dawud (as) disse: Com efeito, ele foi injusto para contigo ao te pedir para acrescentar a tua ovelha às ovelhas dele. Na verdade muitos sócios cometem transgressão uns contra outros exceto os que crêem e praticam boas ações; e esses são poucos.
E Dawud (as) percebeu que Nós o tínhamos posto à prova, então pediu perdão ao seu Senhor e caiu em prosternação. E arrependeu-se. Por conseguinte, Nós perdoámos-lhe isso. E, por certo, ele terá, junto de Nós um lugar próximo e excelente local de retorno. (E dissemos-lhe) ó Dawud (as)! Por certo, Nós fizemos de ti Khalifa na terra (nosso representante), portanto julga entre as pessoas com justiça e não sigas a paixão, pois ela te afastará do caminho de ALLAH.
Na verdade os que se afastam do caminho de ALLAH, terão um castigo severo, por terem
esquecido o Dia de prestação de contas.” [Al-Qur’án 38:22-26]
O TAFSSIR (EXPLICAÇÃO) INCORRECTO
Foi aqui mencionado um teste a que Dawud (as) foi submetido por ALLAH e ele não se apercebeu disso, mas de repente, ocorreu-lhe que isso era de fato um teste da parte de ALLAH. Imediatamente ele recorreu ao arrependimento indo em busca do perdão, tendo o seu arrependimento sido aceite, o que o fez aproximar mais à ALLAH.
Isto é tudo o que foi mencionado no Al-Qur’án, pois não foram fornecidos detalhes desse teste.
Alguns comentadores recorreram ao incidente entre Uriah e David, narrado na Bíblia, e aplicaram-no sem ponderarem no resultado. Ibn Kassir diz que a história de Uriah mencionada por alguns mufasserin, foi colhida das narrações israelitas, sendo a maior parte dela, uma fabricação deles. Por isso, ele acha que nem se deve mencionar essa história, pois taisnarrações não têm lugar na literatura islámica, devendo ser totalmente evitadas.
Abu Muhammad Ibn Hazam diz no [Kitábul Fassl], que a afirmação do Al- Qur’án é verdadeira, não indicando de forma alguma a narração inventada pelos judeus.
Da mesma maneira, Allama Khafaji, Qadi Iyád, Ibn Hayyan Andalusi, Imám Razi e outros Álimos rejeitaram tais lendas imaginárias e provaram que nenhuma afirmação desse tipo foi narrada pelo Profeta Muhammad (s).
O TAFSSIR CORRECTO
Deixando de lado todas as narrações fabricadas, os mufasserin autênticos explicaram esses versículos na base das afirmações dos Sahábas ou analisando minuciosamente o conteúdo e o contexto dos versículos do Al- Qur’án. Esta será, portanto, a interpretação correcta do tafssir.
1. Ibn Hazam diz que o incidente resume-se à entrada de duas pessoas no quarto de Dawud (as) onde se encontrava, ocupado na adoração a ALLAH. Eles saltaram o muro e entraram de rompante porque tinham uma disputa a resolver e estavam apressados. Dawud (as) ouviu a versão do queixoso, e tendo em conta o conselho e a admoestação, mencionou a corrupção dos tempos. Ele disse que os governantes e as autoridades sempre consideraram os menos privilegiados como instrumentos do seu próprio conforto. Contudo, esses que crêem em ALLAH e praticam boas acções, abstêm-se de tais formas de opressão e temem ALLAH. Pessoas desse tipo são de número reduzido. A seguir, Dawud (as) pronunciou a decisão justa, pondo termo ao caso. Quando os litigantes se foram embora, Dawud (as) ponderou nos favores de ALLAH sobre ele e perguntou a si mesmo como ele podia cumprir os direitos do Criador, que lhe fez arbitrar entre duas pessoas. Essa meditação teve um efeito tão grande sobre ele, que caiu em prostração, arrependendo-se. ALLAH gostou desse ato de David, tendo-o envolvido com a Sua Misericórdia.
Ibn Hazam diz que pedir perdão é um ato tão bom que dispensa a necessidade de antes ter tido lugar algum pecado.
E é por isso que consta no [Al-Qur’án 39:7], que os anjos também pedem perdão, estando eles completamente livres de pecado.
Para além disso, o Al-Qur’án não faz a mínima menção acerca de Dawud (as) ter cometido qualquer pecado. Só diz que ALLAH pô-lo em teste. E não é necessário que se tenha cometido algum pecado para que alguém seja submetido ao teste assim como aconteceu com Ayub(as) (Job). Esta passagem de Dawud (as) também não se deveu a algum pecado, mas sim a simples manifestação decorrente da percepção de uma obrigação, expressando assim a sua humildade de acordo com o grau profético que ele possuía.
Embora este significado do versículo sob discussão possa acomodar este tafssir (explicação), também indica o alto grau de Dawud (as). Porém, é uma explicação à qual se chegou por dedução, não estando mencionada em nenhum versículo do Al-Qur’án ou no Hadice.
2. Abu Musslim diz que quando os dois homens apresentaram o seu caso a Dawud (as) na forma de queixoso e demandado, Dawud (as) não deu ao demandado a oportunidade de se expressar e o conselho que ele deu, parecia que aparentemente apoiava o caso do queixoso. Em casos normais, isso é considerado injusto, portanto o conselho dado por ele, embora fosse um simples conselho e não uma decisão final no caso. Contudo, não ficava bem para o alto cargo que ele ocupava. Portanto, esse foi o teste a que Dawud (as) foi submetido. Em tais ocasiões, ALLAH imediatamente chama a atenção dos Seus servos próximos da situação e repreende-os.
Neste caso também, Dawud (as) imediatamente apercebeu-se que tinha errado e que isso constituía um teste para ele. Então, arrependeu-se e o seu arrependimento foi aceite. Não só, isso tornou-se num meio para ele alcançar um grau mais alto. Depois de tudo aquilo que aconteceu, ALLAH aconselhou a Dawud (as) o seguinte:
“Ó Dawud! Tu não és como os reis e governantes normais deste mundo
que não se interessam da justiça, fazem as suas vontades na criatura de
ALLAH e governam para motivos meramente pessoais. Tu foste nomeado
representante (Khalifa) de ALLAH na terra. Servir a Humanidade é a tua
característica distinta. Não deve haver nenhuma deficiência nesse aspecto.
Considere o caminho reto como o teu.”
Segundo as duas explicações (tafssir), os mufasserin disseram que o caso do tribunal foi real e as duas partes não eram anjos mas sim seres humanos. O texto aparente do Al-Qur’án indica isso.
Apesar de esta explicação ser uma dedução, mesmo assim está de acordo com o texto dos versículos e por isso os mufasserin, largamente aceitaram isso.
Contudo, uma objeção pode ser levantada nas duas explicações acima citadas. Se aceitarmos a primeira explicação, de Ibn Hazam, então o versículo 26 não terá qualquer relação com os versículos anteriores e a corrente de pensamento será interrompida. Qual foi a necessidade de mencionar tão grande virtude de Dawud (as) que só foi mencionada para Ádam (as)?
Segundo a explicação de Abu Musslim, aqui pode surgir a questão: se é um princípio aceite para o juiz escutar o queixoso e o demandado antes de pronunciar qualquer sentença, então como é que um mensageiro de alto grau deixou passar tal princípio?
Vamos mencionar um terceiro tafssir que confirma muito bem o texto dos versículos e está baseado numa afirmação de Abdallah Ibn Abbass:
Abdallah Ibn Abbass _ diz que Dawud (as) tinha dividido o seu dia de trabalho em quatro partes, de tal maneira que, uma parte era dedicada apenas para adorar ALLAH; outra para casos judiciais, para auscultação de problemas da sua gente, outra para tratar dos seus assuntos pessoais, ganho do sustento e descanso e uma outra parte para orientar os israelitas e pregar-lhes sermões.
A parte fixada para adorar ALLAH era muito importante, embora Dawud (as) O adorasse a todos os momentos. Mas nessa parte fixa, ele não fazia nenhuma outra coisa. O Al-
Qur’án diferencia isso ao enfatizar:
“Eis que ele (Dawud) foi contrito!”
[Al-Qur’án 38:30]
Consta também na história, que Dawud (as) costumava fechar o seu quarto e adorar ALLAH para que ninguém o incomodasse. Consta num Hadice em que o Profeta (s) disse: “O melhor Salát perante ALLAH é o Salát de Dawud (as); o melhor Jejum perante ALLAH é o Jejum de Dawud (as). Ele dormia metade da noite e fazia Ibádat num terço da noite e dormia um sexto da noite. E jejuava alternadamente (um dia sim, outro dia não)”.
[Al-Bukhari e Musslim]
Na distribuição dos tempos, esse era o único período em que era muito difícil para qualquer pessoa chegar a Dawud (as). Nesse tempo o seu contato com os israelitas estava completamente cortado.
Durante os outros períodos de tempo, em caso de emergência, Dawud (as) poderia ser contatado.
Não há dúvidas que adorar ALLAH e glorificá-Lo é o objetivo principal de um crente.
Mas para os que foram escolhidos para guiar e servir a Humanidade é preferível que cumpram com as suas obrigações no lugar de se dedicarem à adoração intensiva. Sem dúvidas, um místico (sufi ) alcançará graus muito altos ao dedicar-se exclusivamente na adoração à ALLAH. Pelo contrário, o objectivo da concessão de profecia ao Homem é fazer com que este guie e sirva a Humanidade. Portanto, o grau perfeito de cumprimento da missão incumbida por ALLAH, reside na exaltação das Suas ordens ao estar em contacto com a criatura e não na procura da exclusão, retiro e isolamento.
Não obstante a distribuição de trabalho executada por Dawud (as) ser digna de nota, a determinação de um período de tempo reservado unicamente à adoração, era incompatível com o seu grau da profecia, pois tal não era apropriado para um mensageiro do seu calibre. Ele foi escolhido para ser khalifa,
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
Compilado por Hajj Hamza Abdullah Islam – o menor dos servos de Allah
domingo, março 21, 2010
A HISTÓRIA DE DAVID (Dawud) E GOLIAS (JALUT) 1ªPARTE
Quando dois exércitos, de um lado o do rei Talut (Saul) e do outro, o do rei Jalut (Golias) se confrontaram, Jalut lançou um desafio para que um soldado do exército do rei Talut, o enfrentasse num combate individual corpo a corpo (reptos deste tipo era tradição em batalhas naqueles tempos), para além de que o “bruto” queria tornar patente a força invulgar de que era dotado. Este repto criou algum pavor nas pessoas, pois ninguém sentia coragem suficiente para aceitar o desafio.
Para estimular um eventual voluntário, o rei ofereceu em casamento a sua bela filha ao homem que aceitasse confrontar Jalut. Mas nem mesmo essa atraente proposta logrou quebrar o silêncio gélido reinante entre os seus soldados.
Quando um jovem de entre os soldados ouviu o desafio lançado por Jalut e perante o qual os israelitas se revelavam hesitantes, não resistiu e para asurpresa de todos avançou, pedindo permissão à Talut para responder ao desafio de Jalut.
Uma forte e estrondosa gargalhada ecoou da parte da horda inimiga, e até mesmo os homens de Talut menearam as cabeças.
O jovem que se propunha aceitar o desafio era Dawud (as), da cidade de Betlehem (Belém). Seu velho pai tinha escolhido três dos filhos para se juntarem ao exército de Talut. Instruiu o mais novo – Dawud (as) – para não participar no combate, limitando a sua ação à ajuda ao exército noutras tarefas. Uma das suas
tarefas era a de diariamente informar seu pai sobre o que ia acontecendo na frente da batalha, bem como sobre as condições em que estavam os seus irmãos.
Não era ainda conhecida fama alguma sobre a bravura de Dawud (as), pois ele não fora enviado para a frente de batalha com a missão de combater.
Apesar de o rei estar deveras impressionado com a coragem patenteada pelo jovem Dawud (as), tentou dissuadí-lo: Eu admiro a tua coragem ó jovem, mas tu não te podes comparar àquele poderoso guerreiro. És muito novo e inexperiente. Não pode combater um gigante como ele. Deixe que algum homem forte avance.
Não obstante, Dawud (as) estava determinado, insistindo com o pedido de enfrentar o desafio que fora lançado. Orgulhosamente, disse ao rei que um dia antes ele havia morto um leão que ameaçara as ovelhas de seu pai e que numa outra ocasião matara um urso. Pediu a Talut para que não o julgasse pela sua aparência, pois ele não tinha medo de nenhum homem nem de qualquer besta selvagem, pois o que conta é a força e não a idade.
Talut, revelando-se surpreendido com a coragem demonstrada pelo jovem Dawud (as), aceitou, tendo dito: Meu jovem soldado, se tu queres então ALLAH que te proteja e te dê forças!
O rei vestiu Dawud (as) com a armadura de batalha e deu-lhe uma espada. Mas Dawud (as), não estando habituado àquelas vestes de combate, não se sentia confortável pois estas dificultavam-lhe os movimentos, pelo que despiu a armadura. A seguir juntou algumas pedrinhas com as quais encheu o seu alforge de pele, pendurando-o ao ombro.
Levando na mão um pau de madeira, começou a caminhar em direção ao inimigo. Talut estava preocupado, tendo-lhe perguntado: Como é que te vais defender de um gigante apenas com uma funda e algumas pedrinhas?
Dawud (as) respondeu: ALLAH que me protegeu das garras do urso e das unhas do leão, certamente que me protegerá desse bruto!
Ato contínuo, Dawud (as) avançou, desafiando Jalut.
Quando o gigante Jalut olhou para o jovem magro, que parecia um adolescente, riu-se às gargalhadas e gritou: Vieste brincar ao jogo de paus com um dos teus colegas, ou já estás cansado da tua vida? Eu simplesmente vou decepar a tua cabeça com um único golpe da minha espada!
Dawud (as) respondeu: Tu podes ter armas, escudo, espada e arco, mas eu vou te enfrentar em nome de ALLAH, O Deus dos filhos de Israel, de cujas Leis tu zombaste. Hoje vais ver que não é a espada que mata mas sim o poder de Deus!
Depois de dizer isso, tirou algumas pedrinhas do seu alforge e colocou-as na funda. A seguir, revoluteou-a lançando certeiramente as pedras contra Jalut. Projetadas a uma velocidade semelhante à de uma lança curta, as pedrinhas atingiram a cabeça de Jalut com tamanha força, que lhe fizeram brotar sangue.
Jalut caiu sem vida, antes sequer de ter oportunidade de desembainhar a sua espada. Dawud (as) avançou e degolou-o. Quando os restantes homens que compunham a sua tropa viram o seu poderoso herói morto, o cenário alterou-se, fugindo todos eles. Os israelitas perseguiram-nos, atacando-os sem piedade, vingando-se assim dos anos do sofrimento a que tinham sido sujeitos às mãos dos seus inimigos. Mataram o maior número possível de soldados inimigos, derrotando-os copiosamente.
Nessa batalha os filhos de Israel recuperaram a glória e a honra que há muito haviam perdido. Esse episódio tornou Dawud (as) famoso, distinto, amado e herói, numa única noite.
Talut cumpriu com a sua palavra, dando em casamento a sua filha Miquel ao jovem combatente. Tornou-o igualmente membro da corte, como um dos seus principais conselheiros.
Tanto o Al-Qur’án como a Bíblia são unânimes na afirmação de que foi Dawud (as) quem matou Jalut e que com a morte deste os israelitas saíram vitoriosos.
Consta no Al-Qur’án:
“Não refletiste (ó Muhammad) os chefes dos Filhos de Israel, depois (da morte) de Moisés? Quando disseram a um profeta seu: Designa-nos um rei, para combatermos no caminho de Deus.
Ele disse: Não achas que, se vos for imposto o combate, possais não combater? Eles disseram: Porque não combateremos no caminho de Deus, uma vez que fomos expulsos das nossas casas e separados dos nossos filhos.
Então quando lhes foi ordenado o combate, todos eles voltaram as costas exceto poucos deles. Deus, porém, conhece os injustos.
E o seu profeta (Samuel) disse-lhes: Certamente, Deus designou para vós Talut (Saul) como rei.
Eles disseram: Como é que ele pode reinar sobre nós, se nós somos mais merecedores de reinar do que ele, e nem lhe foi dada bastante riqueza. O profeta disse: Deus elegeu-o sobre vós e aumentou-lhe com abundância a sabedoria e a estatura. Deus dá o reino a quem quiser e Deus é Todo- Poderoso, Omnisciente.
E o seu profeta (Samuel) disse-lhes: O sinal da sua realeza será, chegar-vos a caixa (Arca), onde há tranquilidade do vosso Senhor, e os restos (relíquias) do que foi deixado pela família de Moisés e de Arão, transportada pelos anjos. Certamente, nisso há um sinal para vós, se sóis crentes.
Quando Saul partiu com a sua tropa, ele disse: Certamente, Deus pôr-vos-á em prova com um rio. Quem beber da sua água em estravagância não é dos Meus e quem dela não provar, esse é dos Meus, salvo aquele que a tomar só com a concha da sua mão. Então todos beberam do rio, exceto poucos deles.
Depois, quando ele e os crentes que estavam com ele o atravessaram (o rio), disseram: Hoje não temos força para combater (contra) Golias e a sua tropa.
Aqueles que sabem que se irão encontrar com Deus (no Dia Derradeiro), exclamaram: Quantos grupos pequenos derrotaram grupos grandes com a permissão de Deus! E Deus está com os que são firmes.
E quando enfrentaram Golias e a sua tropa no campo de batalha, eles disseram: Ó Senhor nosso! Dá- nos constância, mantém firmes os nossos pés e ajuda-nos contra o povo infiel.
E com a vontade de ALLAH os derrotaram; Dawud matou Jalut (Golias) e ALLAH concedeu-lhe o poder e a sabedoria e lhe ensinou tudo quanto Lhe aprouve (isto depois da morte de Saul e Samuel). E se Deus não repelisse certas pessoas uns pelos outros, a terra corromper-se-ia. Mas Deus é Senhor da bondade para as criaturas do mundo.” [Al-Qur’án 2:246-251]
Vide também a Bíblia [I Samuel 8]
O INVEJOSO REI
Dawud (as) _ combateu com bravura no caminho de ALLAH. Sempre que ele combatia, saía vitorioso. As pessoas elogiavam-no e gostavam dele, não obstante os corações de muitos deles serem inconstantes e as suas memórias fracas. Mesmo os grandes homens são susceptíveis de se sentirem inseguros.
Numa .ocasião, Dawud (as) encontrou Talut muito preocupado. Notou algo de estranho na sua atitude para com ele. À noite, partilhou com a esposa o que sentia. Ela começou a chorar e disse: Ó Dawud (as)! Eu jamais guardarei segredos sem te informar.
Acrescentou que seu pai se tornara invejoso devido à popularidade de Dawud (as), receando perder o seu reino a favor deste. Miquel aconselhou-o a estar sempre atento. Esta informação deixou Dawud (as) deveras chocado. Orou para que o bom carácter de Talut prevalecesse e que a vertente feia e ruim nele fossem removidos.
No dia seguinte, Talut convocou Dawud (as) e disse-lhe que Canaan havia mobilizado as suas forças com o intuito de marchar contra o reino. Ordenou que Dawud (as) mobilizasse o exército e avançasse contra eles, e que não regressasse enquanto a vitória não fosse alcançada.
Dawud (as) suspeitou tratar-se de um pretexto para se livrar dele. O inimigo iria matá-ló ou então na confusão da batalha os agentes de Talut poderiam apunhalá-lo traiçoeiramente. Mas mesmo assim, ele apressou-se na mobilização do exército para enfrentar as tropas de Canaan.
Os seus homens combateram com galhardia contra os cananeus, sem pensarem na sua segurança pessoal. ALLAH concedeu-lhes a vitória e Dawud (as) sobreviveu mais uma vez, regressando para junto de Talut.
Mas esta vitória só serviu para aumentar os receios de Talut, tendo conspirado para matar Dawud (as). Tal era a inveja que ele tinha, que não se importava sequer com o bem-estar da filha. Miquel soube do plano do pai e apressou-se a avisar o seu marido. Dawud (as) juntou alguns víveres e outros mantimentos, e montando o seu camelo, fugiu. Durante a fuga chegou a uma caverna, onde se manteve escondido por muitos dias. Decorrido algum tempo os seus irmãos e alguns cidadãos juntaram-se-lhe.
Esta atitude enfraqueceu bastante a Talut. Começou a maltratar a sua equipe de sábios e intelectuais, a torturar os recitadores de Talmud e aterrorizar os seus soldados, o que agravou a sua posição e a do seu séquito, cujos membros começaram-se a rebelar contra ele. Decidiu então declarar guerra contra Dawud (as). Quando essa notícia chegou a Dawud (as), este optou por marchar com o intuito de confrontar o exército de Talut.
As tropas de Talut tinham já marchado uma grande distância, pelo que revelavam algum cansaço. Decidiram descansar num vale onde adormeceram. Silenciosamente, Dawud (as) rastejou até junto de Talut que dormia. Removeu a sua lança e afastou-se sobre os bicos dos pés.
Quando Talut acordou e não encontrou a sua lança, ficou agitado. Mais tarde, chegou um mensageiro que lhe trazia de volta a lança dizendo: Dawud (as) podia matar-te, mas ele é um homem nobre.
Ao ouvir isto, Talut ficou profundamente comovido, começando a chorar devido à sua própria injustiça, e por ter traído Dawud (as), quando este não merecia tamanha atitude.
Então, ele ordenou que o seu exército regressasse ao reino. Enviou uma mensagem a Dawud (as), pedindo-lhe para que regressasse à corte onde iria ocupar uma posição privilegiada ao seu lado.
Quando Dawud (as) e os seus homens regressaram, Talut deixou a cidade à busca do perdão de ALLAH devido às suas más ações. Passou o resto da sua vida numa casa pequena no campo, orando a ALLAH. Após a sua morte, Dawud (as) tornou-se rei, e todos os israelitas prestaram-lhe juramento de fidelidade.
Segundo a história bíblica, Saul foi o primeiro rei dos hebreus, que morreu na Batalha de Gelboé.
Dawud (as) foi um rei justo, proporcionando paz e prosperidade à sua gente, tendo mais tarde sido escolhido por ALLAH como profeta para guiar os filhos de Israel.
Há unanimidade em todos os historiadores na descendência de Dawud (as). Ele era descendente de Yahuda. Consta na Bíblia que Iysha tinha vários filhos dos quais Dawud (as) era o mais novo.
Muhammad Ibn Iss’háq cita uma narração de Wahb Ibn Munabbih, segundo a qual Dawud (as) era de estatura baixa e de olhos azuis. Contrariamente a muitos israelitas, ele tinha muito poucos pêlos no seu corpo. A pureza do seu coração e a sua natureza meticulosa refletiam-se na sua cara.
Dawud (as) foi mencionado em vários capítulos do Al-Qur’án. O seu nome aparece em dezesseis suratas, com alguns pormenores em alguns versículos e abreviadamente noutros.
A PROFECIA
O resultado do amor que os israelitas nutriam por Dawud (as) fez com que este ascendesse ao poder, tornando-se rei com Talut ainda vivo ou imediatamente após a sua morte. ALLAH também favoreceu-lhe com a profecia durante esse período.
Antes da era de Dawud (as), uma ramificação dos filhos de Israel controlava o governo, enquanto que à outra foi concedido o pedestal da profecia. A profecia continuou na família de Yahuda, enquanto a liderança continuou na família de Efraim.
Dawud (as) foi a primeira pessoa a quem ALLAH agraciou simultaneamente com o reino e com a profecia, pois ele era rei e profeta. O Al-Qur’án faz alusão a esse favor sobre Dawud (as) da seguinte forma:
“E com a vontade de ALLAH os derrotaram; Dawud matou Jalut (Golias) e ALLAH concedeu-lhe o poder e a sabedoria e lhe ensinou tudo quanto Lhe aprouve.”
[Al-Qur’án 2:251]
“Então fizemos Salomão compreendê-lo. E a cada um dos dois, demos
sabedoria e ciência. E submetemos, com Dawud, as montanhas e os pássaros,
para Nos glorificarem. Fomos Nós quem fizemos isto.”
[Al-Qur’án 21:79]
“E dissemos-lhe: Ó Dawud! Por certo, Nós fizemos de ti Khalifa na terra (nosso representante). Portanto, julga entre as pessoas, com justiça, e não sigas a paixão, pois ela te afastará do caminho de ALLAH.”
[Al-Qur’án 38:26]
De entre os mensageiros, além de Ádam _, o Al-Qur’án apenas atribuiu o título de Khalifa à Dawud (as). A prudência neste fato provavelmente possa ser atribuída ao fato de terem sido dados a Dawud (as) a profecia e o reino, contra o costume que a Séculos prevalecia no seio dos israelitas, daí que se revelasse importante atribuir-lhe um título que explicitamente manifestasse os atributos da sabedoria e poder de ALLAH. Para esse objetivo, no Shari’ah não há melhor título do que o de Khalifa.
Nos versículos acima citados fala-se de Khalifa. O que é Khalifa? A palavra Khalifa tem três significados, nomeadamente:
1. “Esse que vem depois ou a seguir” [Al-Qur’án 7:169]. ALLAH é um Ser que não tem antes nem depois. Ele é infinito. Portanto, os seres humanos não são Seus Khalifas nesse sentido.
2. Khalifa pode significar “deputado” (vice-rei). ALLAH não tem deputados nem vice-reis. Os reis e presidentes têm deputados ou vice-reis nos países e locais de cujos assuntos eles não podem administrar diretamente, pois os seus poderes e conhecimentos são finitos e limitados. Por isso eles enviam seus deputados e vice-reis. No caso de ALLAH, Ele abrange tudo e tem poder sobre todas as coisas. Ele é Omnipresente e Omnisciente.
3. Portanto a melhor tradução é: “Esse que pode mudar as coisas”. Ou “Esse que pode interferir nas coisas”. Essa é que é a função da Humanidade.
ALLAH criou a Terra, mas não criou uma casa, estrada ou mobílias. Ele incumbiu-nos a função de khalifas. Ele enviou os seus Profetas que ensinaram o modo de vida, de cultura e civilização, medicina e qualquer
ramo de vida, por isso ALLAH diz:
“E ensinámos-lhe (a Dawud) a arte de fazer couraças para vos proteger das vossas violências.”
A função de Dawud (as) não era apenas transmitir ensinamentos espirituais e morais, mas também ensinar formas de cultura, civilização e também tecnologia.
Nestes versículos do “Surah Sád” há um que ordena o Sajdah, porém existe divergência entre os imámes neste Sajdah do “Surah Sád”, se é obrigatório ou facultativo (Sajdatus-Shukr). Uns acham que não é obrigatório por se tratar de Shukr e outros acham que é obrigatório.
Dawud (as) foi escolhido para guiar os filhos de Israel, monitorando em simultâneo a sua vida social.
--
“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24
Asalamo Alaikom WA WB,
Hamzah Abdullah Islam - o menor dos servos de Allah SW
quinta-feira, março 18, 2010
O MUÇULMANO PRUDENTE MANTÉM SEU TESTAMENTO EM DIA
O Testamento
Louvado seja Allah, o Senhor do Universo. Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah, Único, sem parceiros, e presto testemunho de que Muhammad é Seu servo e Mensageiro. Que Allah abençoe e conceda paz ao nosso Profeta, aos seus familiares e aos seus companheiros. Amém.
A vida terrena não constitui um local de permanência eterna para o ser humano, mas um local de provação. Por isso, o seu período é curto, o seu prazer é insignificante, se comparado com o prazer da Outra Vida. ‘Ali Ibn Abi Tálib (R) relatou que o Rassulullah (S) disse: “Gabriel (AS) veio ter comigo e disse: ‘Ó Muhammad, viva o quanto quiser, pois irás morrer; ame a quem quiser, pois irá deixar; faz o que quiser, pois será recompensado por ele. Fique sabendo que a honra do crente reside nas suas orações noturnas e a sua glória é não necessitar dos outros.” (tradição compilada pelo Al Albáni na série fidedigna.
O Dia do Juízo se aproxima das pessoas, apesar de estarem desatentos. Allah, exaltado seja, disse: “Em verdade, eles vêem (o Dia do Juízo) muito remoto, ao passo que Nós o vemos iminente” (70:6-7). Esse dia acontecerá certamente. Allah, exaltado seja, disse: “E se aproximar a verdadeira promessa.” (21:97) E disse: “A promessa de meu Senhor é infalível.” (18:98).,
É dever de todo muçulmano fazer um testamento antes da morte, esclarecendo nele as suas dívidas e obrigações, as coisas que ele deseja aconselhar a sua família. Allah, exaltado seja, diz: “Está-vos prescrito que quando a morte se apresentar a algum de vós, se deixar bens, que faça testamento eqüitativo em favor de seus pais e parentes; este é um dever dos que temem a Allah.” (2:180). O Rassulullah (S) disse: “Todo muçulmano deve, se tiver algo para deixar como testamento, fazê-lo no máximo em dois dias.” (Tradição compilada por Bukhári e Muslim) Abdullah (Ibn Ômar (R) disse a esse respeito: “Depois de ouvir esse hadiss do Rassulullah (S), não passava uma noite sem ter o meu testamento por escrito.”
O testamento demonstra que a pessoa está constantemente atenta, preparada para encontrar-se com Allah, e atingir a Outra Vida, desprezando esta. Ele a domina e não é dominado por ela; está em suas mãos e não no seu coração. O testamento constitui obediência a Allah, pois nele o indivíduo estabelece os direitos das pessoas, reconhecendo as suas dívidas.
O testamento deve fazer os familiares recordarem de Allah, adorarem somente a Ele, sem atribuir-Lhe parceiros, afastando-se de todo ato que contraria a religião do Islam após a sua morte da pessoa. Deve constar as suas dívidas, a sua vontade quanto aos seus bens, quem deve lavá-lo, colocar-lhe a mortalha, e fazer a oração fúnebre por ele.
É dever do muçulmano que seja justo entre seus filhos. Não pode legar fora da lei de Allah, porque isso está determinado por Allah. O Profeta (S) disse: “Não há testamento quanto ao herdeiro.” Não é permitido ao muçulmano, durante sua vida, preferir um filho a outro na concessão, porque isso causa ciúme e rancor entre os filhos. O Rassulullah (S) rejeitou ser testemunha de uma concessão que Bachir, um dos seus companheiros, queria fazer para um dos filhos, o Nu’man (R). O Rassulullah (S) lhe disse: “Você tem outro filho além deste?” Bachir respondeu: “Sim.” O Rassulullah (S) lhe perguntou: “Você está lhes dando o mesmo que está dando ao Nu’man?” Bachir respondeu que não. O Rassulullah (S) lhe disse: “Pede a outro testemunhar isso.” (tradição compilada por Bukhári e Musslim). Um muçulmano não deve beneficiar a um filho mais do que a outro.
O que algumas pessoas fazem privando as meninas da herança é contrário à lei de Allah e à sunnah de Rassulullah. Essa pessoa está sujeita à ira de Allah tanto neste mundo como no outro.
No que diz respeito ao testamento sobre doações, estas não podem exceder um terço do legado. Foi narrado que Saad Ibn Abi Waccas (R) disse ao Rassulullah (S): “Ó Rassulullah, tenho muitos bens e só tenho uma filha como herdeira. Posso doar em caridade dois terços do que tenho?” O Rassulullah (S) lhe disse: “Não.” Saad perguntou: “Posso doar a metade?” O Rassulullah (S) lhe disse: “Não, não pode.”
Então, acrescentou: “Pode doar um terço, é já é muito. É melhor você deixar os seus herdeiros ricos do que pobres necessitando das pessoas.” (Bukhári).
Modelo de testamento de pessoas piedosas:
1) Testamento de Abu Bakr Assiddik (R): Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso. Eis o que deixa por testamento Abu Bakr, filho de Abu Cuháfa, no final de sua vida terrena à qual está abandonado e no início de sua vida futura quando o desesperado crê, o rebelde se conscientiza, o mentiroso fala a verdade. Deixo como meu sucessor Omar Ibn Al Khattab. Ouvi-o e obedecei-o.”
2) Testamento de Ali Ibn Abi Tálib (R). Ele convocou o Hassan e o Hussein (R) e lhes disse: “Aconselho-os a temerem a Allah, a desejarem a Outra Vida, a desprezarem a vida terrena. Não devem sentir a perda de nada, pois irão deixar esta vida. Fazem o bem e sejam inimigos dos injustos e ajudantes dos injustiçados.”
3) Quando chegou a hora da morte de Omar Ibn Abdel Aziz, disse aos que estavam presentes: “Deixem-me.” Masslama Filho de Abdel Malik e Fátima filha de Abdel Malik (sua esposa) sentaram à porta e ficaram ouvindo-o dizer: “Sejam bem vindos vocês que não são nem humanos nem gênios. Seja bem vindo Adão (e começou a enumerar os profetas até chegar ao Rassulullah (S). Então disse: “Seja bem vindo, ó anjo da morte. Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah...” e exalou o seu último suspiro.
4) O Imam Ghazáli, ao terminar de praticar a oração da Alvorada disse aos familiares: “Hoje vou comparecer perante o rei e por isso devo me preparar. Pediu água para se banhar, um manto branco para vestir. Praticou a ablução e praticou uma oração de duas unidades e disse: “Deixem-me.” Os familiares saíram. Esperaram um tempo e entraram. Encontraram-no dormindo, deitado sobre o lado direito, com a mão debaixo do rosto, e viram um papel escrito:
Dizem aos meus irmãos que me viram morto, que me prantearam de tristeza: Pensem que estou morto? Esta não é a morte, mas sou um pássaro e esta vida foi a minha gaiola dela voei, esperando o que me foi prometido.
Que Allah tenha misericórdia de todos, esteja satisfeito com todos. Que Allah seja benevolente conosco. Peço-Lhe perdão por mim e por vocês.
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
POR:Sheikh. Khaled Taky El Din
Tradução: Prof. Samir EI Hayek
Louvado seja Allah, o Senhor do Universo. Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah, Único, sem parceiros, e presto testemunho de que Muhammad é Seu servo e Mensageiro. Que Allah abençoe e conceda paz ao nosso Profeta, aos seus familiares e aos seus companheiros. Amém.
A vida terrena não constitui um local de permanência eterna para o ser humano, mas um local de provação. Por isso, o seu período é curto, o seu prazer é insignificante, se comparado com o prazer da Outra Vida. ‘Ali Ibn Abi Tálib (R) relatou que o Rassulullah (S) disse: “Gabriel (AS) veio ter comigo e disse: ‘Ó Muhammad, viva o quanto quiser, pois irás morrer; ame a quem quiser, pois irá deixar; faz o que quiser, pois será recompensado por ele. Fique sabendo que a honra do crente reside nas suas orações noturnas e a sua glória é não necessitar dos outros.” (tradição compilada pelo Al Albáni na série fidedigna.
O Dia do Juízo se aproxima das pessoas, apesar de estarem desatentos. Allah, exaltado seja, disse: “Em verdade, eles vêem (o Dia do Juízo) muito remoto, ao passo que Nós o vemos iminente” (70:6-7). Esse dia acontecerá certamente. Allah, exaltado seja, disse: “E se aproximar a verdadeira promessa.” (21:97) E disse: “A promessa de meu Senhor é infalível.” (18:98).,
É dever de todo muçulmano fazer um testamento antes da morte, esclarecendo nele as suas dívidas e obrigações, as coisas que ele deseja aconselhar a sua família. Allah, exaltado seja, diz: “Está-vos prescrito que quando a morte se apresentar a algum de vós, se deixar bens, que faça testamento eqüitativo em favor de seus pais e parentes; este é um dever dos que temem a Allah.” (2:180). O Rassulullah (S) disse: “Todo muçulmano deve, se tiver algo para deixar como testamento, fazê-lo no máximo em dois dias.” (Tradição compilada por Bukhári e Muslim) Abdullah (Ibn Ômar (R) disse a esse respeito: “Depois de ouvir esse hadiss do Rassulullah (S), não passava uma noite sem ter o meu testamento por escrito.”
O testamento demonstra que a pessoa está constantemente atenta, preparada para encontrar-se com Allah, e atingir a Outra Vida, desprezando esta. Ele a domina e não é dominado por ela; está em suas mãos e não no seu coração. O testamento constitui obediência a Allah, pois nele o indivíduo estabelece os direitos das pessoas, reconhecendo as suas dívidas.
O testamento deve fazer os familiares recordarem de Allah, adorarem somente a Ele, sem atribuir-Lhe parceiros, afastando-se de todo ato que contraria a religião do Islam após a sua morte da pessoa. Deve constar as suas dívidas, a sua vontade quanto aos seus bens, quem deve lavá-lo, colocar-lhe a mortalha, e fazer a oração fúnebre por ele.
É dever do muçulmano que seja justo entre seus filhos. Não pode legar fora da lei de Allah, porque isso está determinado por Allah. O Profeta (S) disse: “Não há testamento quanto ao herdeiro.” Não é permitido ao muçulmano, durante sua vida, preferir um filho a outro na concessão, porque isso causa ciúme e rancor entre os filhos. O Rassulullah (S) rejeitou ser testemunha de uma concessão que Bachir, um dos seus companheiros, queria fazer para um dos filhos, o Nu’man (R). O Rassulullah (S) lhe disse: “Você tem outro filho além deste?” Bachir respondeu: “Sim.” O Rassulullah (S) lhe perguntou: “Você está lhes dando o mesmo que está dando ao Nu’man?” Bachir respondeu que não. O Rassulullah (S) lhe disse: “Pede a outro testemunhar isso.” (tradição compilada por Bukhári e Musslim). Um muçulmano não deve beneficiar a um filho mais do que a outro.
O que algumas pessoas fazem privando as meninas da herança é contrário à lei de Allah e à sunnah de Rassulullah. Essa pessoa está sujeita à ira de Allah tanto neste mundo como no outro.
No que diz respeito ao testamento sobre doações, estas não podem exceder um terço do legado. Foi narrado que Saad Ibn Abi Waccas (R) disse ao Rassulullah (S): “Ó Rassulullah, tenho muitos bens e só tenho uma filha como herdeira. Posso doar em caridade dois terços do que tenho?” O Rassulullah (S) lhe disse: “Não.” Saad perguntou: “Posso doar a metade?” O Rassulullah (S) lhe disse: “Não, não pode.”
Então, acrescentou: “Pode doar um terço, é já é muito. É melhor você deixar os seus herdeiros ricos do que pobres necessitando das pessoas.” (Bukhári).
Modelo de testamento de pessoas piedosas:
1) Testamento de Abu Bakr Assiddik (R): Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso. Eis o que deixa por testamento Abu Bakr, filho de Abu Cuháfa, no final de sua vida terrena à qual está abandonado e no início de sua vida futura quando o desesperado crê, o rebelde se conscientiza, o mentiroso fala a verdade. Deixo como meu sucessor Omar Ibn Al Khattab. Ouvi-o e obedecei-o.”
2) Testamento de Ali Ibn Abi Tálib (R). Ele convocou o Hassan e o Hussein (R) e lhes disse: “Aconselho-os a temerem a Allah, a desejarem a Outra Vida, a desprezarem a vida terrena. Não devem sentir a perda de nada, pois irão deixar esta vida. Fazem o bem e sejam inimigos dos injustos e ajudantes dos injustiçados.”
3) Quando chegou a hora da morte de Omar Ibn Abdel Aziz, disse aos que estavam presentes: “Deixem-me.” Masslama Filho de Abdel Malik e Fátima filha de Abdel Malik (sua esposa) sentaram à porta e ficaram ouvindo-o dizer: “Sejam bem vindos vocês que não são nem humanos nem gênios. Seja bem vindo Adão (e começou a enumerar os profetas até chegar ao Rassulullah (S). Então disse: “Seja bem vindo, ó anjo da morte. Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah...” e exalou o seu último suspiro.
4) O Imam Ghazáli, ao terminar de praticar a oração da Alvorada disse aos familiares: “Hoje vou comparecer perante o rei e por isso devo me preparar. Pediu água para se banhar, um manto branco para vestir. Praticou a ablução e praticou uma oração de duas unidades e disse: “Deixem-me.” Os familiares saíram. Esperaram um tempo e entraram. Encontraram-no dormindo, deitado sobre o lado direito, com a mão debaixo do rosto, e viram um papel escrito:
Dizem aos meus irmãos que me viram morto, que me prantearam de tristeza: Pensem que estou morto? Esta não é a morte, mas sou um pássaro e esta vida foi a minha gaiola dela voei, esperando o que me foi prometido.
Que Allah tenha misericórdia de todos, esteja satisfeito com todos. Que Allah seja benevolente conosco. Peço-Lhe perdão por mim e por vocês.
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu
POR:Sheikh. Khaled Taky El Din
Tradução: Prof. Samir EI Hayek
quarta-feira, março 17, 2010
PEQUENA EXPLANAÇÃO SOBRE A INFÂNCIA DE MUHAMMAD (SAAS)
Louvado seja ALLAH, Senhor do Universo. A ELE agradecemos, a ELE imploramos ajuda e solicitamos orientação. Testemunho que não há divindade a não ser ALLAH, Único e sem associados. E testemunho que Mohammad é Seu servo e mensageiro, que a paz e benção de ALLAH estejam com ele com seus familiares e companheiros.
Diz ALLAH O Altíssimo na surat An Nissaá: “64 - Jamais enviaríamos um mensageiro que não devesse ser obedecido, com a anuência de ALLAH. Se, quando se condenaram, tivessem recorrido a ti e houvessem implorado o perdão de ALLAH, e o Mensageiro tivesse pedido perdão por eles, encontrariam ALLAH, Remissório, Misericordiosíssimo.”
Caros irmãos e irmãs, vamos falar um pouco sobre a abençoada infância do Profeta Mohammad (s). ALLAH desejou que o profeta Mohammad (s) nascesse órfão de pai; e isto ocorreu para que Mohammad (s) sempre buscasse o auxilio e socorro do Criador O Altíssimo ao invés de seu pai. E por isso que mais tarde, durante a revelação da mensagem, na fase mais difícil e triste de sua vida foi revelada a surata :
"ADH DHUHA"
1. Pelas horas da manhã,
2. E pela noite, quando é serena,
3. Que o teu Senhor não te abandonou, nem te odiou.
4. E sem dúvida que a outra vida será melhor, para ti, do que a presente.
5. Logo o teu Senhor te agraciará, de um modo que te satisfaça.
6. Porventura, não te encontrou órfão e te amparou?
7. Não te encontrou extraviado e te encaminhou?
8. Não te achou necessitado e te enriqueceu?
9. Portanto, não maltrates o órfão,
10. Nem tampouco repudies o mendigo,
11. Mas divulga a mercê do teu Senhor, em teu discurso.
O Profeta Mohammad (s) foi amamentado nos primeiros dias de sua vida pela sua mãe (Amina), no entanto era costume daquele povo, como sinal de luxo da nobreza entregar o filho para uma senhora de alguma tribo distante de Meca para ser amamentado de forma permanente até o desmame final. O objetivo disto era, porque os coraixitas amavam a sua língua. Não era reconhecido como líder a pessoa que não fosse eloqüente na língua. Por isso, preocupavam em melhorar a sua língua logo durante a infância, mas isso não era possível na cidade, não só por causa dos estrangeiros que se deslocavam sempre para lá em negócios, como também por causa dos escravos não árabes que lá viviam, e as crianças residentes na cidade misturavam-se com eles. Dessa forma, era impossível melhorar a sua língua. Por isso os coraixitas escolheram certas tribos, cuja língua fosse eloqüente, para que as mulheres dessas tribos viessem a Macca buscar as crianças coraixitas a fim de viver com elas nas aldeias.
Aí, eram amamentadas por elas, aperfeiçoavam sua língua e viviam num ambiente impoluto. A questão não era só posta no caso da língua, mas também no caso da saúde. E Mohamad diria mais tarde aos seus companheiros numa narrativa: “Eu sou o mais influente entre vós, porque sou um dos coraixitas e porque foi nutrido em Banú Saád Bin Bakr”. Portanto a mãe de Mohamad (Amina) estava a espera da vinda das mulheres da tribo Banu Saad, a fim de entregar a alguma delas o seu filho. Quando elas chegaram, Mohamad, por ser órfão, não lhes traiu muito, porque elas esperavam sempre serem bem pagas pelos pais das crianças e ninguém aceitou Mohamad.
Uma delas, era a Halima Bint Abu Zuaib (de Banu Saad) que também recusou levar Mohamad. A Halima, por estar em circunstancias de pobreza a ser magra, mãe nenhuma quis dar seu filho para a amamentação, pois pensavam: Como é que ela poderia amamentar uma criança, se ela própria precisava de leite? Assim Halima ficou sem criança e Mohamad, o órfão, sem ama.
Então quando todas as mulheres da tribo (Banu Saad) estavam para regressar para as suas casas, Halima disse ao seu marido: “Haris, por Deus! Eu detesto ir embora com as minhas companheiras sem levar sequer uma criança para amamentar. Eu irei outra vez conversar com a mãe daquele órfão e aceita-lo”. O seu marido respondeu: “Se tu o levares não haverá censura de minha parte; talvez Deus nos abençoe por tu o levares conosco para o deserto”.
A própria Halima relatou que desde que ela aceitara Mohamad para amamentá-lo, eles começaram a ter chuva de bênçãos de todo o tipo, o seu gado cresceu mais forte e multiplicou-se e tudo a sua volta prosperou. Desta forma Mohamad foi amamentado dois anos completos por Halima e durante este período ela notou varias coisas milagrosas de Mohamad.
O ar puro do deserto e uma vida aberta fez bem a ele, desenvolvendo-o com saúde. Passados dois anos, ocasião de desmamar, Halima levou Mohamad para Macca, para entregá-lo a sua mãe. Mas devido a uma epidemia em Macca, a mãe dele (Amina) ordenou para que Halima voltasse a levá-lo para o deserto. Ela assim o fez como muito prazer, pois ela seu marido e seus filhos amavam muito Mohammad. Levou-o de novo para o deserto, onde permaneceu mais dois anos livre da poluição física e moral da cidade.
Já passavam pouco mais de quatro anos que Mohamad vivia com Halima.
Num certo dia estavam todas as crianças a brincar, quando viram que dois homens muito bonitos, com roupa branca e limpa, aproximaram-se e levaram Mohamad para um lado. Ao verem isso, as outras crianças assustaram-se e fugiram para casa onde narraram o evento aos pais e logo Halima e seu marido Haris correram para o local.
Quando lá chegaram viram que Mohamad estava sozinho e sorrindo, mas havia uma luz no seu rosto. E perguntaram-lhe o que havia ocorrido e quem eram aqueles homens.
Mohamad respondeu com tom inocente, contando toda a historia:
"Eram dois homens vestidos de branco, que me deitaram no chão e a seguir
cortaram-me ate aqui (mostrando o peito), e depois me tiraram uma coisa que eu não sei o que é”. Existem narrações nos livros de que, nessa altura, vieram dois anjos na forma humana, e um deles (Gabriel) abriu o coração de Mohamad, tirou dele o centro de maldades e tornou a fechá-lo. Halima e seu marido Haris decidiram levar a criança e entregar a mãe em Meca.
Malik Bin Saasaa narra que na noite em que ocorreu o Miraj, o Profeta estava nas proximidades do poço de Zamzam descansando. Era uma noite calma, ele estava quase a adormecer quando viu o Anjo Gabril com outros Anjos aparecerem, levaram-no para junto do poço de Zamzam, abriram seu peito, tiraram seu coração e lavaram-no com água de Zamzam. Em seguida encheram o seu peito de fé e de luz e depois o fecharam.
Diz ALLAH na surat Ax Xarah
1. Acaso, não confortamos o teu peito,
2. E aliviamos o teu fardo,
3. Que feria as tuas costas,
4. E enaltecemos a tua reputação?
5. Em verdade, com a adversidade está a facilidade!
6. Certamente, com a adversidade está a facilidade!
7. Assim, pois, quando estiveres livre (dos teus afazeres), continua a prédica,
8. E volta para o teu Senhor (toda) a atenção.
Abdul Muttalib tomou seu neto sob sua proteção e tornou no centro sua atenção. Na altura, o avô era chefe de Macca.
Mas a satisfação não durou muito. Amina já tinha saudades da sua família em Madina e quis levar o filho para apresentar aos tios e tias maternos. Para isso levou-o com a sua serva Umm Aiman (a serva deixada pelo pai de Mohamad, Abdallah).
Quando chegaram, Amina mostrou Mohamad a casa onde seu pai morreu e o lugar onde foi sepultado.
Depois de permanecerem um mês em Madina, Amina adoeceu e no caminho de volta para Meca antes de falecer pediu para seu filho se tornar um homem honrado desta forma Mohammad despediu-se de sua mãe. Amina foi sepultada num local Chamado Al Abwa’a entre Medina e Meca. E assim ALLAH começou a pôr em prova esta criança órfã antes mesmo de completar 7 anos de idade. Mohamad, agora, ficou só com Umm Aiman, a serva, que o levou a Macca para entregá-lo ao seu avô Abdul Muttalib. Durante o regresso Um Aiman chorava muito por tristeza e pena daquele menino que agora estava sob seus cuidados. Mohammad ao perceber seu sofrimento disse-lhe: Ó Um Aiman Você é agora a minha mãe.]
Seu avô Abdul Muttalib encontra-se muito velho e fraco. O avô cuidou do neto apenas dois anos e depois faleceu. E desta vez quem assumiu a guarda de Mohammad foi seu Tio Abu Talib. E assim foi a infância do ultimo dos mensageiros de ALLAH (s).
Caros irmãos e irmãs, mesmo com tantas dificuldades e sofrimentos, O Profeta Mohammad perseverou e lutou com coragem porque confiava em ALLAH e finalmente teve o sucesso.
Que ALLAH nos abençoe com o conhecimento da Sirah Annabawuiah “Vida do Profeta” e com o conhecimento de Seu Livro Sagrado O Alcorão.
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu(Que a paz, as Bênçãos e a Misericórdia de Allah estejam convosco)
Diz ALLAH O Altíssimo na surat An Nissaá: “64 - Jamais enviaríamos um mensageiro que não devesse ser obedecido, com a anuência de ALLAH. Se, quando se condenaram, tivessem recorrido a ti e houvessem implorado o perdão de ALLAH, e o Mensageiro tivesse pedido perdão por eles, encontrariam ALLAH, Remissório, Misericordiosíssimo.”
Caros irmãos e irmãs, vamos falar um pouco sobre a abençoada infância do Profeta Mohammad (s). ALLAH desejou que o profeta Mohammad (s) nascesse órfão de pai; e isto ocorreu para que Mohammad (s) sempre buscasse o auxilio e socorro do Criador O Altíssimo ao invés de seu pai. E por isso que mais tarde, durante a revelação da mensagem, na fase mais difícil e triste de sua vida foi revelada a surata :
"ADH DHUHA"
1. Pelas horas da manhã,
2. E pela noite, quando é serena,
3. Que o teu Senhor não te abandonou, nem te odiou.
4. E sem dúvida que a outra vida será melhor, para ti, do que a presente.
5. Logo o teu Senhor te agraciará, de um modo que te satisfaça.
6. Porventura, não te encontrou órfão e te amparou?
7. Não te encontrou extraviado e te encaminhou?
8. Não te achou necessitado e te enriqueceu?
9. Portanto, não maltrates o órfão,
10. Nem tampouco repudies o mendigo,
11. Mas divulga a mercê do teu Senhor, em teu discurso.
O Profeta Mohammad (s) foi amamentado nos primeiros dias de sua vida pela sua mãe (Amina), no entanto era costume daquele povo, como sinal de luxo da nobreza entregar o filho para uma senhora de alguma tribo distante de Meca para ser amamentado de forma permanente até o desmame final. O objetivo disto era, porque os coraixitas amavam a sua língua. Não era reconhecido como líder a pessoa que não fosse eloqüente na língua. Por isso, preocupavam em melhorar a sua língua logo durante a infância, mas isso não era possível na cidade, não só por causa dos estrangeiros que se deslocavam sempre para lá em negócios, como também por causa dos escravos não árabes que lá viviam, e as crianças residentes na cidade misturavam-se com eles. Dessa forma, era impossível melhorar a sua língua. Por isso os coraixitas escolheram certas tribos, cuja língua fosse eloqüente, para que as mulheres dessas tribos viessem a Macca buscar as crianças coraixitas a fim de viver com elas nas aldeias.
Aí, eram amamentadas por elas, aperfeiçoavam sua língua e viviam num ambiente impoluto. A questão não era só posta no caso da língua, mas também no caso da saúde. E Mohamad diria mais tarde aos seus companheiros numa narrativa: “Eu sou o mais influente entre vós, porque sou um dos coraixitas e porque foi nutrido em Banú Saád Bin Bakr”. Portanto a mãe de Mohamad (Amina) estava a espera da vinda das mulheres da tribo Banu Saad, a fim de entregar a alguma delas o seu filho. Quando elas chegaram, Mohamad, por ser órfão, não lhes traiu muito, porque elas esperavam sempre serem bem pagas pelos pais das crianças e ninguém aceitou Mohamad.
Uma delas, era a Halima Bint Abu Zuaib (de Banu Saad) que também recusou levar Mohamad. A Halima, por estar em circunstancias de pobreza a ser magra, mãe nenhuma quis dar seu filho para a amamentação, pois pensavam: Como é que ela poderia amamentar uma criança, se ela própria precisava de leite? Assim Halima ficou sem criança e Mohamad, o órfão, sem ama.
Então quando todas as mulheres da tribo (Banu Saad) estavam para regressar para as suas casas, Halima disse ao seu marido: “Haris, por Deus! Eu detesto ir embora com as minhas companheiras sem levar sequer uma criança para amamentar. Eu irei outra vez conversar com a mãe daquele órfão e aceita-lo”. O seu marido respondeu: “Se tu o levares não haverá censura de minha parte; talvez Deus nos abençoe por tu o levares conosco para o deserto”.
A própria Halima relatou que desde que ela aceitara Mohamad para amamentá-lo, eles começaram a ter chuva de bênçãos de todo o tipo, o seu gado cresceu mais forte e multiplicou-se e tudo a sua volta prosperou. Desta forma Mohamad foi amamentado dois anos completos por Halima e durante este período ela notou varias coisas milagrosas de Mohamad.
O ar puro do deserto e uma vida aberta fez bem a ele, desenvolvendo-o com saúde. Passados dois anos, ocasião de desmamar, Halima levou Mohamad para Macca, para entregá-lo a sua mãe. Mas devido a uma epidemia em Macca, a mãe dele (Amina) ordenou para que Halima voltasse a levá-lo para o deserto. Ela assim o fez como muito prazer, pois ela seu marido e seus filhos amavam muito Mohammad. Levou-o de novo para o deserto, onde permaneceu mais dois anos livre da poluição física e moral da cidade.
Já passavam pouco mais de quatro anos que Mohamad vivia com Halima.
Num certo dia estavam todas as crianças a brincar, quando viram que dois homens muito bonitos, com roupa branca e limpa, aproximaram-se e levaram Mohamad para um lado. Ao verem isso, as outras crianças assustaram-se e fugiram para casa onde narraram o evento aos pais e logo Halima e seu marido Haris correram para o local.
Quando lá chegaram viram que Mohamad estava sozinho e sorrindo, mas havia uma luz no seu rosto. E perguntaram-lhe o que havia ocorrido e quem eram aqueles homens.
Mohamad respondeu com tom inocente, contando toda a historia:
"Eram dois homens vestidos de branco, que me deitaram no chão e a seguir
cortaram-me ate aqui (mostrando o peito), e depois me tiraram uma coisa que eu não sei o que é”. Existem narrações nos livros de que, nessa altura, vieram dois anjos na forma humana, e um deles (Gabriel) abriu o coração de Mohamad, tirou dele o centro de maldades e tornou a fechá-lo. Halima e seu marido Haris decidiram levar a criança e entregar a mãe em Meca.
Malik Bin Saasaa narra que na noite em que ocorreu o Miraj, o Profeta estava nas proximidades do poço de Zamzam descansando. Era uma noite calma, ele estava quase a adormecer quando viu o Anjo Gabril com outros Anjos aparecerem, levaram-no para junto do poço de Zamzam, abriram seu peito, tiraram seu coração e lavaram-no com água de Zamzam. Em seguida encheram o seu peito de fé e de luz e depois o fecharam.
Diz ALLAH na surat Ax Xarah
1. Acaso, não confortamos o teu peito,
2. E aliviamos o teu fardo,
3. Que feria as tuas costas,
4. E enaltecemos a tua reputação?
5. Em verdade, com a adversidade está a facilidade!
6. Certamente, com a adversidade está a facilidade!
7. Assim, pois, quando estiveres livre (dos teus afazeres), continua a prédica,
8. E volta para o teu Senhor (toda) a atenção.
Abdul Muttalib tomou seu neto sob sua proteção e tornou no centro sua atenção. Na altura, o avô era chefe de Macca.
Mas a satisfação não durou muito. Amina já tinha saudades da sua família em Madina e quis levar o filho para apresentar aos tios e tias maternos. Para isso levou-o com a sua serva Umm Aiman (a serva deixada pelo pai de Mohamad, Abdallah).
Quando chegaram, Amina mostrou Mohamad a casa onde seu pai morreu e o lugar onde foi sepultado.
Depois de permanecerem um mês em Madina, Amina adoeceu e no caminho de volta para Meca antes de falecer pediu para seu filho se tornar um homem honrado desta forma Mohammad despediu-se de sua mãe. Amina foi sepultada num local Chamado Al Abwa’a entre Medina e Meca. E assim ALLAH começou a pôr em prova esta criança órfã antes mesmo de completar 7 anos de idade. Mohamad, agora, ficou só com Umm Aiman, a serva, que o levou a Macca para entregá-lo ao seu avô Abdul Muttalib. Durante o regresso Um Aiman chorava muito por tristeza e pena daquele menino que agora estava sob seus cuidados. Mohammad ao perceber seu sofrimento disse-lhe: Ó Um Aiman Você é agora a minha mãe.]
Seu avô Abdul Muttalib encontra-se muito velho e fraco. O avô cuidou do neto apenas dois anos e depois faleceu. E desta vez quem assumiu a guarda de Mohammad foi seu Tio Abu Talib. E assim foi a infância do ultimo dos mensageiros de ALLAH (s).
Caros irmãos e irmãs, mesmo com tantas dificuldades e sofrimentos, O Profeta Mohammad perseverou e lutou com coragem porque confiava em ALLAH e finalmente teve o sucesso.
Que ALLAH nos abençoe com o conhecimento da Sirah Annabawuiah “Vida do Profeta” e com o conhecimento de Seu Livro Sagrado O Alcorão.
BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.
Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.
Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).
"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24
Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu(Que a paz, as Bênçãos e a Misericórdia de Allah estejam convosco)
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