quinta-feira, maio 14, 2015

A Viagem Nocturna e a Ascensão (Al-Isrâ wal-Mi‘râj) do Profeta Muhammad (s.a.w.) Por: M. Yiossuf Adamgy

Prezados Irmãos, 

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alai-kum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

No próximo dia 15 de Maio de 2015 /26 de Rajab de 1436, os Muçulmanos de todo o mundo celebrarão, in cha Allah, a Viagem Nocturna e a Ascensão (Al-Isrâ wal-Mi‘râj) do Profeta Muhammad (s.a.w.).

A vigésima sétima noite do mês lunar de Rajab é aproveitada pelos muçulmanos para comemorar um dos sucessos mais importantes e extraordinários na vida do Profeta Muhammad (s.a.w.): a sua Viagem Nocturna (Isrâ) que o levou, num instante, de Meca a Jerusalém e a Ascensão (Mi‘râj) ao mais elevado dos céus. 

Designa-se com o termo Isrâ a viagem nocturna que Allah fez empreender ao Profeta (s.a.w.) e que o levou desde a Mesquita Haram de Meca à Mesquita mais Remota (al-Másjid al-Aqsá), o Templo de Salomão em Jerusalém. Desde aí, o Profeta Mu-hammad (s.a.w.) ascendeu pelos diferentes céus alcançando alturas que não são dadas a imaginar nem a homens nem a génios. Esta segunda viagem na vertical recebe o nome de Mi‘râj. 

Nas suas Sahîh, al-Bukhâri e Muslim narram as linhas gerais de Isrâ e Mi‘râj: O Profeta (s.a.w.) montou sobre um animal de natureza mística (al-Burâq), maior que um asno mas menor que uma mula e cujo passo alcançava os limites da vista... Entrou na Mesquita al-Aqsá, e aí realizou Salât (Oração) de dois rak‘as. Seguidamente, o Anjo Gabriel (Jibril a.s.) deu-lhe a escolher para beber de dois recipientes, um continha vinho e o outro leite (o vinho ainda não tinha sido proibido), e Muhammad (s.a.w.) escolheu o que continha leite. Gabriel disse- -lhe: “Acertaste na natureza primordial (fitrat)”. Depois, Gabriel conduziu-o ao primeiro céu, logo ao segundo, ao terceiro... até ao Loto do Limite (Sidrat al-Muntahá), que marca o final do sétimo céu e é a fronteira para as criaturas. Muhammad (s.a.w.) avançou, e Deus (ár. Allah) “mostrou-lhe o que lhe mostrou”... 

Durante essa Noite, foi imposta aos muçulmanos a prática da Oração (Salât) cinco vezes ao dia. Num primeiro momento, foram ditados cinquenta Ora-ções, distribuídos ao longo da noite e do dia, mas o seu número foi reduzido finalmente a cinco, valendo cada um deles por dez. 

No dia seguinte, uma vez regressado a Meca, o Profeta (s.a.w.) descreveu às pessoas o que acabava de viver. Os idólatras transmitiram o relato e acolheram-no entre as burlas. Inclusivamente alguns desafiaram-no a descrever os restos do Templo de Salomão, já que havia estado nele. Durante a sua visita a Jerusalém, o Profeta Muhammad (s.a.w.) não se tinha fixado nos detalhes, e não pode responder ao princípio. Al-Bukhâri e Muslim continuam a sua narração com as seguintes palavras do próprio Profeta: “Quando os Coraixitas me desmentiram, fui ao interior do recinto da Caaba, e aí Allah fez-me ver de novo o Templo de Jerusalém. Saí e descrevi-o tal como tinha aparecido sob o meu olhar”. Apesar disso, os idólatras continuaram a afirmar que o Profeta Muhammad (s.a.w.) mentia ou tinha sido vítima de uma alucinação. 

Os idólatras foram ter com Abû Bakr, cuja sensatez e prudência valorizavam, e contaram-lhe o que andava a dizer Muhammad, de quem se tinha convertido em seguidor. Esperavam que ele se vol-tasse atrás e abandonasse o Profeta, mas em lugar disso, ele disse: “Eu digo que as suas palavras são verdadeiras, e sustinha-o ainda que fosse mais longe nas suas afirmações”. Por isso, Abû Bakr, que depois seria o primeiro califa do Islão, recebeu o sobrenome de as-Siddîq, o que confirma a Muham-mad (s.a.w.). 

Nesse mesmo dia, o anjo Gabriel voltou a mostrar- -se a Muhammad (s.a.w.) e detalhou-lhe os actos que deviam realizar-se durante a Oração (Salât) e o seu horário, ficando definitivamente estabelecido. Antes desta instituição, o Profeta Muhammad (s.a.w.), se-guindo a tradição do Profeta Abraão (Ibrahim a.s.), realizava dois rak‘as ao amanhecer e outros dois ao entardecer, voltado em direção a Jerusalém. Jeru-salém continuou a ser a Qibla (Orientação) dos muçulmanos durante ainda algum tempo, até que o Alcorão, depois da Hégira, ordenou a orientar-se para a Mesquita Haram Charif de Meca.
Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 07/05/2015

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