quinta-feira, abril 02, 2015

O Islão e a Tolerância Religiosa Coord. por: M. Yiossuf Adamgy

Prezados Irmãos, 

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

Mal-entendidos comuns acerca do Islão

Gostaria de começar falando sobre algumas ideias erróneas que obscureceram o caminho do entendimen-to, de muitos cristãos e ocidentais, sobre o Islão. Muitos creem que o Islão se estendeu por meio da espada e que o Islão é sinónimo de opressão, coerção e ausência dos direitos e liberdades básicas. Ainda mais, muitos países ocidentais fazem valer como sinónimos de Islão a intolerância e o extremismo e, inclusivamente, muitos in-telectuais de países não muçulmanos, os seus políticos, os jornalistas e autoridades religiosas, insistiram em seguir agarrados a esta visão negativa e errónea.

Este estereótipo deve desaparecer e deve-se mostrar aos ocidentais, de forma clara e sincera, o que é o Islão.

O Islão exige examinar qualquer assunto com atenção antes de chegar a uma conclusão. Deus disse, textual-mente, no Alcorão:

«Ó crentes! Se alguém, que não é digno de con-fiança, chega com uma notícia, assegurem-se antes; não vá a ser que, por ignorância, causem dano a alguém e tenham logo que se arrepender do que fizeram». (49:6).

O Islão e o Espírito da Tolerância Religiosa

Assim como o monoteísmo é a base do Islão, a tole-rância é uma das suas características mais importantes. O Islão significa, literalmente, submissão a Deus e paz. A tolerância religiosa foi sempre uma lei necessária para a vida, uma lei que não se pode recusar sem ameaçar a existência da humanidade; permitam-me oferecer-vos só uns quantos exemplos do espírito de tolerância que resi-de no coração do Islão.

Primeiro: O Islão estabelece de forma clara, que toda a humanidade não é senão uma grande família e que a sua origem é uma, já que todos os seres humanos foram criados de uma só alma. Deus disse no Sagrado Alcorão:

«Ó humanos! Temei a vosso Senhor, que vos criou de um só ser, do qual criou a sua companheira e, de ambos, fez descender inumeráveis homens e mu-lheres. Temei a Deus, em nome do Qual exigis os vossos direitos mútuos e reverenciai os laços de parentesco, porque Deus é vosso Observador». (4:1).

Na medida em que todo o mundo faz parte da família de Deus, o Islão insiste em que deve haver igualdade e respeito absoluto entre todos os seres humanos. A raça, a cor, a etnia ou os privilégios terrenos não podem ser a medida de valor no Islão, esta medida é só a rectidão. No Sagrado Alcorão, Deus dirige-se à humanidade com estas palavras:

«Ó humanos! Na verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Conhecedor e está bem inteirado». (49:13).

A variedade de seres humanos e a diversidade é vista no Islão como parte das bênçãos e a generosidade de Deus. O que todos devemos fazer é ir mais além da mera coexistência buscando, de forma activa, o entendi-mento mútuo e a cooperação. O Profeta Muhammad ﷺ ensinou-nos que toda a humanidade deve ser consi-derada como parte da família de Deus e que quem mais ama Deus é quem é mais beneficente para os membros da sua família.

Segundo: O Alcorão insiste neste conceito de justiça que não está limitado pela raça, cor ou nacionalidade. Deus disse:

«Deus manda restituir a seu dono o que vos está confiado; quando julgardes os vossos semelhantes, fazei-o com equidade. Quão excelente é isso a que Deus vos exorta! Ele é Omniouvinte, Omnividente». (4:58).

Deus vai mais além quando disse:

«Ó crentes! Sede perseverantes na causa de Deus e prestai testemunho a bem da justiça; que o ódio aos demais não vos impulsione a serdes injustos para com eles. Sede justos, pois isso está mais próximo da piedade, e temei a Deus, porque Ele está bem inteirado de tudo quanto fazeis». (5:8).

Terceiro: O Islão é universal por natureza e abarca todas as mensagens divinas e religiões anteriores. Assim, tal como Deus é Uno, também o é a mensagem de fé essencial que Ele enviou a todos os Seus profetas e mensageiros. O Sagrado Alcorão disse:

«Prescreveu-vos a mesma religião que havia insti-tuído para Noé, a qual te revelamos, a qual havíamos recomendado a Abraão, a Moisés e a Jesus, (dizen-do-lhes): Observai a religião e não discrepeis acerca disso». (42:13).

No Islão, a unicidade de Deus implica a unidade entre a verdadeira crença e a religião. A mensagem básica que se confiou a todos os profetas é intemporal e universal: chamar a humanidade à adoração de Deus unicamente. Deus disse claramente no Alcorão que os adeptos da fé, aqueles que se submetem a Deus e à Sua verdade, verão claramente a unidade dos mensa-geiros de Deus, das suas respectivas revelações e as aceitarão todas:

«O Mensageiro (Muhammad) crê no que foi reve-lado por seu Senhor, assim como os crentes; todos creem em Deus, nos Seus Anjos, nos Seus Livros e nos Seus Mensageiros. (E dizem:) "Não fazemos dis-tinção alguma entre os Seus Mensageiros". E dizem: "Ouvimos e obedecemos; queremos o Teu perdão, ó Senhor nosso! E para Ti será o nosso retorno». (2:285). 

A tolerância religiosa é uma parte constituinte do próprio Alcorão: no coração do Alcorão estão todos os ensinamentos essenciais da Torah de Moisés e do Evangelho de Jesus (incluídos alguns milagres seus que não aparecem nos evangelhos). Deus disse no Sagrado Alcorão:

«Na verdade, revelamos-te o Livro corroborante e preservador dos anteriores. Julga-os, pois, conforme o que Deus revelou e não sigas os seus caprichos, desviando-te da verdade que te chegou. A cada um de vós temos ditado uma lei e uma norma; e se Deus quisesse, teria feito de vós uma só nação; porém, fez-vos como sois, para testar-vos quanto àquilo que vos concedeu. Emulai-vos, pois, na benevolência, porque todos vós retornareis a Deus, o Qual vos inteirará das vossas divergências». (5:48).

O Alcorão contém os conselhos e as histórias das vidas de muitos profetas bíblicos, que Deus descreve assim:

«Nas suas histórias há um exemplo para os sen-satos. É inconcebível que seja uma narrativa forjada, pois é a corroboração das anteriores, a elucidação de todas as coisas, a orientação e misericórdia para os que creem». (12:111)

Quarto: O Islão afirma que existe um laço especial entre os muçulmanos, os judeus e os cristãos. Os judeus e os cristãos são mencionados como "Adeptos do Livro" Alcorão, fazendo referência à gente da Torah e do Evan-gelho. Os judeus, os cristãos e os muçulmanos são vis-tos como familiares, cujas crenças estão baseadas nas escrituras reveladas e que compartilham a tradição profética. Em particular, o Alcorão faz ênfase na proxi-midade entre os seguidores do Cristianismo e do Islão:

«Constatarás que aqueles que estão mais próxi-mos do afecto dos fiéis são os que dizem: Somos cristãos». (5:82)

No Alcorão Deus ordena aos muçulmanos (e de facto a todos os crentes sinceros) crer em Jesus, Moisés e todos os profetas bíblicos enviados:

«Dizei: “Cremos em Deus, no que nos tem sido revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacó e às tribos; no que foi concedido a Moisés e a Jesus e no que foi dado aos profetas por seu Senhor; não fazemos distinção alguma entre eles, e nos submetemos a Ele”». (2:136).

A tolerância do Islão não se limita aos "Adeptos do Livro", mas estende-se a todos os crentes sinceros e amantes da verdade. Deus afirma no Sagrado Alcorão:

«Os fiéis, os judeus, os cristãos e os sabeus, enfim todos os que creem em Deus, no Dia do Juízo Final, e praticam o bem, receberão a sua recompensa do seu Senhor e não serão presas do temor, nem se atribularão». (2:62).

Os crentes sinceros de todas as religiões, de facto, formam a comunidade dos justos, e Deus estende a Sua graça, sobre eles, com justiça:

«Quanto aos muçulmanos e às muçulmanas, aos fiéis e às fiéis, aos obedientes e às obedientes, aos verazes e às verazes, aos perseverantes e às per-severantes, aos humildes e às humildes, aos cari-tativos e às caritativas, aos jejuadores e às jejua-doras, aos recatados e às recatadas, aos que se recordam muito de Deus e às que se recordam d’Ele, saibam que Deus lhes tem destinado a indulgência e uma magnífica recompensa». (33:35).

Quinto: O Islão afirma, inequivocamente, o direito de cada individuo à liberdade de pensamento e religião. Se alguém tiver o tempo necessário para ler o Alcorão e estudar a vida do Profeta Muhammad, a paz esteja com ele, e à dos seus companheiros, descobrirá que eles construíram uma sociedade baseada no amor, misericór-dia, justiça e irmandade. Também encontrará que a sua aceitação do Islão foi resultado do uso da sua razão e convicção, e não da violência, compulsão ou opres-são. O Sagrado Alcorão ordena:

«Não há compulsão na religião: o caminho verda-deiro já está distinto do errado; aquele que rejeita o mal e crê em Deus terá lançado mão de um susten-táculo firme, inquebrantável». (2:256).

O Islão insiste que as pessoas, não só as muçul-manas, devem desfrutar da liberdade de religião e ado-ração; considera os lugares de adoração sagrados, sejam estes judeus, cristãos ou muçulmanos, e pede aos muçulmanos que defendam esta liberdade de culto para todos. O Islão busca o estabelecimento de uma sociedade livre e universal na qual todos possam viver desfrutando da liberdade religiosa, a salvo e em igual-dade. Deus disse no Alcorão:

«E se Deus não tivesse refreado os instintos ma-lignos de uns em relação aos outros, teriam sido destruídos mosteiros, igrejas, sinagogas e mesqui-tas, onde o nome de Deus é frequentemente celebra-do. Na verdade, Deus secundará quem O secundar, em Sua causa». (22:40).

Sexto: Outro ponto importante dentro da tolerância religiosa do Islão é a ideia de que, onde existam diferenças de credo, os seus seguidores devem relacionar-se uns com os outros sobre a base do respeito mútuo e da amabilidade. O Islão convida os muçulmanos a conduzir este diálogo, e também os debates, sobre assuntos religiosos, com um espírito de amabilidade, sensibilidade e boas intenções e nunca com hostilidade ou violência. Deus disse no Sagrado Alcorão:

«E não discutas com os adeptos do Livro, senão da melhor maneira». (29:46).

O reconhecimento de que Deus é o Senhor de tudo, o Único Juiz e o Conhecedor de tudo, é a razão pela qual os muçulmanos levam as suas discussões com amabi-lidade:

«Convoca à senda do Teu Senhor com sabedoria e uma bela exortação». (16:125).

Inclusivamente quando se enfrentam pessoas que são hostis à sua fé e a eles mesmos, os muçulmanos devem tomar o caminho da bondade, paz e unidade e res-ponder com paciência e amabilidade. Deus dirige-se aos crentes da seguinte maneira:

«Jamais poderão equiparar-se a bondade e a maldade! Retribui (ó Mohammad) o mal da melhor forma possível, e eis que aquele que nutria inimizade por ti converter-se-á em íntimo amigo!» (41:34).

A tolerância do Islão na prática: alguns exemplos históricos

Inclusivamente um olhar superficial sobre a história antiga do Islão descobrirá exemplos marcantes da tolerância islâmica. Vou apresentar aqui só uns poucos, como exemplos úteis de harmonia inter-religiosa. Durante a sua vida como homem de religião e chefe de estado, o Profeta Muhammad, a paz esteja com ele, mostrou uma grande sensibilidade e respeito no seu trato com os "Adeptos do Livro", ou seja, com os judeus e os cristãos. Seguindo o espírito da revelação do Sagrado Alcorão que lhe havia sido confiado, o Profeta Muhammad, paz esteja com ele, proibiu os muçulmanos de maltratar os não muçulmanos, dizendo: "quem maltrate um cristão ou um judeu será meu inimigo no Dia do Juízo".

O que primeiro fez o Profeta Muhammad, paz esteja com ele, depois de entrar em Medina, onde havia sido convidado como seu líder, foi fazer um pacto entre os muçulmanos e os "Adeptos do Livro" dessa cidade. Nes-se tratado acordou-se que os muçulmanos lhes garan-tiriam a liberdade de crença e os mesmos direitos e deveres que aos muçulmanos. Quando uma delegação de cristãos de Abissínia chegou a Medina, o Profeta, a paz esteja com ele, levou-os à mesquita e encarregou- -se pessoalmente deles. Logo depois de lhes servir a comida disse-lhes que tinham sido tão amáveis e gene-rosos com os seus companheiros, que tinham emigrado anteriormente para Abissínia, que não podia fazer me-nos que honrá-los ele mesmo.

Assim como, quando chegou a Medina a delegação cristã de Najran, no sudoeste da Arábia, o Profeta recebeu-os na mesquita e convidou-os a fazer as suas orações na mesquita. Os muçulmanos, junto ao Profeta, rezaram numa parte da mesquita e os cristãos na outra; durante a sua visita, o Profeta debateu muitas ideias com eles, de forma educada e amável.

Os sucessores do Profeta continuaram aplicando esta política Alcorânica de tolerância religiosa. Quando Umar ibn Al-Khatab, o segundo califa, libertou Jerusalém da ocupação Romano-bizantina, aceitou as condições que lhe pediam os habitantes cristãos; inclusivamente, du-rante a sua estadia nessa cidade, uma vez, em que Umar estava dentro da igreja mais importante de Jeru-salém, chegou o tempo da oração da tarde, os cristãos ofereceram-lhe fazer as orações na igreja; mas ele recusou, por receio de que os muçulmanos de gerações futuras confiscassem a igreja para fazer uma mesquita.

Quando uma mulher copta, uma seita cristã do Egipto, veio a Umar queixando-se de que o governador muçul-mano Amr ibn al-As tinha tomado a sua casa para acrescentar o seu terreno a uma mesquita que se estava a construir ao lado, Umar indagou ao governador sobre a questão e Amr disse-lhe que o número de muçul-manos tinha crescido tanto que necessitavam de ampliar a mesquita. Amr explicou-lhe que tinha oferecido à mulher uma grande quantidade de dinheiro, mas que ela o tinha recusado e, por isso, tinha deixado o respectivo dinheiro num fundo, para que ela o tomasse quando quisesse. E actuou dessa forma, pois as leis modernas permitam este tipo de procedimento. Umar não aceitou essa justificação por ir contra os princípios islâmi-cos e ordenou aos muçulmanos que detivessem a expansão e reconstruissem a casa da mulher cristã, tal como era antes.

A Jizya, o imposto que os não muçulmanos deviam pagar nos territórios muçulmanos em troca de proteção militar e de outros benefícios que lhes oferecia o estado, foi outro tema que causou mal-entendidos. Quando os muçulmanos se deram conta que tinham sido ven-cidos na cidade de Homs e que não podiam garantir por mais tempo a proteção aos cristãos, devolveram-lhes a Jizya. Os muçulmanos, de facto, “pagam um imposto” chamado Zakat, destinado aos mais necessitados, que é muitas vezes maior que a Jizya.

Um dia Umar ibn al-Khatab viu um homem pedindo esmola na rua e tendo perguntado quem era esse homem, disseram-lhe que era um judeu. Umar tomou-o na sua mão e levou-o a sua casa, alimentou-o e deu-lhe dinheiro e mandou-o ao Tesouro dos muçulmanos, di-zendo: “deem a este homem do dinheiro dos necessita-dos muçulmanos. Por acaso está permitido tomar o seu dinheiro (de Jizya) quando ele era jovem e negá-lo ago-ra, na sua necessidade? Isso não é possível no Islão”.

O filho do governador do Egipto correu numa corrida de cavalos com um cristão copta e o cristão ganhou. Enfadado, o filho do governador golpeou-o com o seu chicote. O homem levou o seu caso a Umar no período de Hajj (a peregrinação anual dos muçulmanos a Meca) e, em frente de todos os muçulmanos, Umar ibn al-Khatab deu um chicote ao cristão copta, dizendo-lhe: "golpeia o homem que te golpeou". Depois, Umar dirigiu--se a Amr, o governador do Egipto, dizendo-lhe: "Como se pode fazer escravo a alguém que nasceu livre?".

Os cargos nos estados islâmicos davam-se aos me-lhor qualificados, independentemente das suas cren-ças ou origens. Por exemplo, ibn Athal, o médico cristão, foi médico privado de Mu’awiya, o fundador do estado Omíada. Outro califa Omíada, Abdul Malik ibn Marwan, pôs dois cristãos, Atanásio e Isaac, nas posições mais altas de Egipto. Adud al-Dawla, o califa Abássida, fez de Nasr ibn Harun, um cristão, o seu primeiro-ministro e deu-lhe autoridade sobre o Ira-que e o sul da Pérsia.

O Islão garante aos não muçulmanos os seus direitos, junto aos dos muçulmanos, entre eles o direito à vida, à liberdade e à propriedade. O Profeta Muhammad, a paz esteja com ele, disse: "Quem maltrata um não muçul-mano ou lhe impõe cargas superiores às que pode suportar, encontrar-me-á como seu inimigo". O Islão permite aos não muçulmanos viver em terras muçul-manas com respeito e honra, longe de impor segrega-ção, permite-lhes participar completamente na socieda-de islâmica e participar nas actividades dos muçulma-nos, de acordo com o que estabelece Deus no Alcorão:

«Hoje, estão-vos permitidas todas as coisas sa-dias, assim como vos é lícito o alimento dos que receberam o Livro, da mesma forma que o vosso é lícito para eles. Está-vos permitido casardes com as castas, dentre as fiéis, e com as castas, dentre aquelas que receberam o Livro antes de vós». (5:5)

Esperanças no Futuro

Os dias em que a humanidade podia simplesmente aceitar a ignorância e a imitação cega foram-se para sempre. É o tempo do conhecimento, da luz e da verdade. Um tempo em que a humanidade só aceita as coisas de acordo com a razão, a lógica e a evidência científica. A humanidade chegou a um alto nível de progresso científico e luxos materiais, longe do ima-ginável pelas gentes de tempos passados. No entanto, a humanidade está ameaçada pela destruição de duas perspectivas: a espiritual e a física. Em último termo, os problemas da civilização moderna se devem à sua indiferença frente a Deus e frente à orientação espiritual que Ele oferece a todos. Deus enviou os Seus mensa-geiros e profetas através dos tempos como um presente da Sua parte, para guiar a humanidade à felicidade e ao êxito. No Alcorão, Deus disse ao Profeta Muhammad:

«E não te enviámos senão como misericórdia para toda a humanidade». (21:107).

As mensagens de Deus, através dos séculos, aconselharam a gente a viver como uma família, em amor e tolerância. Esta é a única forma de vida através da qual a humanidade se pode assegurar e desfrutar das graças de Deus e, ao mesmo tempo, dos frutos do progresso moderno. Se a humanidade tivesse levado no seu coração a essência das revelações divinas, não teria sofrido o inferno das duas últimas Guerras Mundiais e não estaria à beira do desastre nuclear ou da destruição do meio ambiente.

Os homens e as mulheres de fé devem despertar, abrir os seus olhos, e começar a olhar uns aos outros através de lentes que aproximem as coisas e não das que as afastem. A paz verdadeira só se pode conseguir se estivermos unidos sob o estandarte de Deus e dos Seus mensageiros, e nos unirmos em irmandade e co-operação, para construir uma fé racional para a gente do presente e das gerações futuras. Se pudéssemos en-contrar a coragem suficiente para o fazer, os seres hu-manos poderiam viver num paraíso terreno enquanto esperam pelo Paraíso Eterno.

É o momento para que as nossas nações do mundo cooperem com amor e generosidade e se unam na adoração do Único Criador do Universo, o Mais Com-passivo, o Mais Misericordioso. Ao fazê-lo, reviveremos e realizaremos os ensinamentos dos profetas, de uma forma consistente com as realidades da civilização mo-derna, cooperando nas coisas em que estamos de acordo e debatendo de maneira fraternal nas que dife-rimos.

Que Deus nos guie até ao bem, para buscar a verdade, sem prejuízos nem ambições terrenas, com o espírito do amor, da tolerância e da irmandade. 

Todos os louvores e graças são para Deus, o Senhor do Universo. Que a Paz esteja convosco.

Quem não pretender continuar a receber estas reflexões, por favor dê essa indicação e retirarei o respectivo endereço desta lista.

Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 02/04/2015

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