segunda-feira, maio 19, 2014

A L M A D I N A DIA INTERNACIONAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 05.05.2014

Comemorou-se recentemente, a 03.05.2014, o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa. É sobre o jornalismo que proponho, reflictamos. 

O jornalismo é uma profissão de grande importância, uma profissão que alberga dentro de si inúmeras obrigações e um vasto campo de acções. É uma actividade que exige coragem, força e capacidade mental, de argumentação e de redacção fora do vulgar. Para o seu exercício é importante que se seja verdadeiro, paciente e sempre pronto a consentir sacrifícios. Estes constituem os seus pilares fundamentais. 

Jornalismo é saber descrever o ambiente, a situação, os objectivos, o pulsar da opinião pública e as tradições e valores morais. 

Os jornalistas determinados, competentes e de pensamentos sublimes são aqueles cuja caneta é destemida e reportam a verdade sem temer eventuais perigos, e não são susceptíveis a pressões. 

Esta actividade enfrenta nos dias que correm, vários desafios. Contudo, é sua tarefa apresentar perante as pessoas as realidades do País e da sociedade. 

Para todos aqueles que estão ligados ao jornalismo nas suas várias vertentes, é importante que dominem com alguma profundidade as matérias que pretendem abordar. 

Se a reportagem versar por exemplo, matéria religiosa, legal, económica ou financeira, o jornalista deve ter profundos conhecimentos sobre a religião a que se propõe escrever, sobre as leis, sobre economia ou sobre finanças. 

É necessário que o jornalista, independentemente de pertencer a algum partido, grupo, religião, ou etnia, se abstenha de ser influenciado por esses factores, reportando com isenção, pois o verdadeiro jornalista deve ser destemido e imparcial. 

Infelizmente, o que nos é dado ver hoje em dia, salvaguardadas raras e honrosas excepções, deixa muito a desejar. O jornalismo de hoje é susceptível a pressões e muitos outros males, por enquanto no passado, era livre de mentiras, de falsas informações, de fanatismo, de parcialidade, de intolerância, de medo, de terror, etc. O profissional de comunicação social era uma pessoa apaixonada pela literatura, pela sua caneta e papel, abstendo-se sempre de se deixar arrastar pela propaganda barata. 

O jornalismo não é como qualquer outra profissão como por exemplo a de comerciante. Ele deve dedicar a sua vida a causas nobres. A profissão que abraçou obriga-o a denunciar a opressão e a injustiça, devendo sempre falar em nome dos oprimidos, e se necessário estar preparado para consentir sacrifícios pelas causas nobres. 

Infelizmente muitos jornalistas não têm isto presente. Ao invés de se sacrificarem, entregam-se a actos de desonra e menosprezo aos outros. Inventam estórias em que o opressor passa a oprimido, o mau passa a bom, o injusto passa a justo, o criminoso a vítima, o assassino a inocente, e vice-versa, e assim vai desvirtuando a justiça, as leis e a constituição, pois todos sabemos que o jornalismo é uma faca de dois gumes, pois ao menor descuido tudo acaba deturpado. 

Por isso, nessas circunstâncias é necessário que o jornalista seja fiel, honesto, veraz, corajoso, e cumpra com a sua missão sem ganância. 

Deve tratar a todos por igual, independentemente da sua religião, etnia, grupo ou filiação partidária, defender o direito de todos e insurgir-se contra a discriminação e contra as divisões na sociedade. 

Falar, escrever e publicar apenas a verdade, ainda que ninguém dê ouvidos ou preste a menor atenção. 

Os jornais, a rádio e a televisão devem ser o espelho da sociedade, contribuindo para a sua reforma, e promovendo as ciências e a tecnologia. 

Devido a pressões de vária ordem os jornalistas são levados a publicar notícias sem fundamento, boatos e enfim, matérias susceptíveis de criar desestabilização, confusão e cisões. Isso cria um impacto negativo no País e atenta contra a unidade nacional. 

O jornalismo não deve ser um meio para se acumular dinheiro, pois quando o jornalista pensa que com a sua profissão deve acumular dinheiro, acaba perdendo credibilidade e mancha o jornalismo. 

E o profissional de imprensa que se insurge contra os desequilíbrios sociais, acalenta alguma esperança aos desesperados. Ele acaba sendo a voz dos sem voz, pois denuncia as injustiças na sociedade, combate as falsas propagandas, contra a desordem, a imoralidade e a obscenidade, mostra e ensina o caminho recto, pois a verdade sempre é benéfica, enquanto a mentira sempre é prejudicial e destrutiva, devendo ser combatida. 

Os jornalistas devem desempenhar o seu papel tendo em conta a grandeza e nobreza da sua profissão. Caso se sintam incapazes de exercer a sua profissão com alguma verticalidade, então devem abandoná-la, evitando assim manchar esta nobre tarefa. 

O jornalista deve ser isento de egoísmo, deve escrever com seriedade, com o objectivo de beneficiar a sociedade e nunca com a intenção de prejudicar quem quer que seja, e esmerar-se no sentido de as suas reportagens serem de nível elevado, para que possam ser uma referência para os historiadores. 

Se se praticar esta profissão com honestidade e isenção, a caneta manter-se-á impoluta, a sociedade elogiará, o País progredirá, a profissão será respeitada, pois de contrário as pessoas perderão confiança e interesso na actividade jornalística. 

É triste e condenável o que ocorre em certos países, onde jornalistas são presos por exercerem com imparcialidade e profissionalismo a sua profissão, como se ser jornalista fosse sinônimo de criminoso. Há ainda casos noutros países, de jornalistas que são assassinados. Estas são práticas que todos nós devemos condenar, pois devemos respeitar esta nobre profissão, proporcionando aos jornalistas informações verdadeiras que permitam que eles cumpram com a sua missão de manter a sociedade informada.

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuhu!

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