segunda-feira, setembro 23, 2013

As Boas Maneiras nos Cortejos Fúnebres

Um Cortejo Fúnebre passou pelo Rassulullah (r) e os companheiros elogiaram o morto. O Rassulullah (r) disse: “Ele merce.” Então passou outro Cortejo Fúnebre e os companheiros falaram mal do morto. O Profeta (SAAS) disse: “Ele merce.” Omar Ibn Al Khattab (t) perguntou ao Profeta (r) o que ele queria dizer com as suas palavras. O Profeta (SAAS) respondeu: “O primeiro foi elogiado e merece o Paraíso, o segundo foi mal falado e ele merece o Inferno. Vocês são as testemunhas de Allah na terra.” (Muttafac alaih). 

O Rassulullah (r) incentivou seguir os Cortejos Fúnebres mostrando a virtude disse, dizendo: “Quem presenciar o Cortejo Fúnebre até a oração terá um quilate. Quem o presenciar até o sepultamento terá dois quilates.” Foi-lhe perguntado: “Que são dois quilates?” Respondeu: “Como duas enormes montanhas.” (Muttafac alaih).

Cortejo Fúnebre possui boas maneiras que todo muçulmano deve seguir em relação ao morto. As mais importantes, são:
Fazê-lo pronunciar os dois testemunhos na hora da morte: Quem estiver presente na hora da morte de alguém deve lhe dizer: Diga: Lá iláha illal láh (não há outra divindade além de Allah), devido às palavras do Rassulullah (SAAS): “Fazem o moribundo dizer: lá ilaha illal Allah.” (Musslim).

O Profeta (SAAS) também disse: “Quem forem suas últimas palavras lá iláha illal Allah entrará no Paraíso.” (Tirmizi e Hákim).

Fechar-lhe os olhos e cobrir-lhe o rosto: A primeira coisa que o muçulmano deve fazer, ao presenciar a morte de alguém é fechar-lhe os olhos e cobrir-lhe o rosto. “Quando a alma sai, a visão vai junto.” (Musslim).

A paciência, a conformação e a repetição da fórmula de retorno a Allah: O muçulmano é paciente quando morre algum ente querido. Ele fica repetindo: “Somos de Allah e a Ele retornaremos. Ó Allah, protege-me nessa calamidade que me ocorreu e a substitua com algo melhor.” (Musslim). E diz: “Não há força nem poder a não ser em Allah.” Então, invoca a Allah pelo morto. O Profeta (SAAS) entrou na residência de Abu Salama que estava moribundo. Ele fechou-lhe os olhos e disse: “Quando a alma é retirada a visão vai junto.”

Alguns de seus familiares se agitaram. Ele lhes disse: “Não invoquem a não ser o bem, pois os anjos são encarregados do que dizem.” Então, disse: “Ó Allah, perdoa a Abu Salama, eleve a sua posição entre os servos orientados e cuide de seus familiares que ele deixou para trás. Ó Senhor do Universo, perdoa-o e a nós, amplie o seu túmulo e coloque luz nele para ele.”

O chorar nessa hora não contraria a paciência e a submissão à determinação de Allah. O Rassulullah (SAAS) chorou quando morreu o seu filho Ibrahim. Ele disse: “O olho chora, o coração está triste, e não dizemos a não ser o que agrada ao nosso Senhor. Estamos tristes pela tua partida ó Ibrahim.” (Bukhári e Abu Daúd).
O que se deve evitar é o que acompanha o choro com coisas contrárias à lei islâmica, como esbofetear o rosto, rasgar as roupas, e dizer palavras da época pré-islâmica.

A pressa em preparar o morto: Deve-se apressar em banhar, perfumar e amortalhar o morto. Não há necessidade para isso se morto for um mártir, morto por incrédulos em batalha. Ele não precisa ser lavado nem amortalhado. É enterrado com as roupas com que foi morto. Allah, glorificado seja, irá ressuscitá-lo, no Dia da Ressurreição com o cheiro de almíscar exalando dele.

O praticar a oração fúnebre: É direito do morto que os muçulmanos presentes ao seu sepultamento praticarem a oração fúnebre por ele.

O levar o morto para o enterro e se apressar com isso: O Rassulullah (SAAS) costumava acompanhar os mortos e aconselhava os outros fazê-lo. Aconselhava não se sentar a não ser após o enterro. O Rassulullah (SAAS) disse: “Ao verem a passagem de um Cortejo Fúnebre  fiquem de pé. Quem o acompanhar não deve sentar até ser enterrado.” (Bukhári).

A proibição de lamentos e o bater nos rostos: O Profeta (r) proibiu isso veementemente. Ele disse: “Não pertence a nós quem esbofeteia o rosto e rasgas roupas e pronunciar palavras da época pré-islâmica.” (Muttafac alaih).

Cumprir o testamento do morto: é dever dos familiares do falecido cumprirem o seu testamento, se não deixar testamento ilegal. Omar Ibn al ‘Ass (RAA), ao falecer não quero ser acompanhado por nenhum lamento nem fogo. Ao ser enterrado, joguem a terra sobre o túmulo com delicadeza. Então permaneçam ao redor do meu túmulo o tempo de sacrificarem animais e distribuírem sua carne. Dessa forma eu me sociabilizo com vocês e vejo o que dizer aos mensageiros de meu Senhor.” (Musslim).

O Invocar a Allah pelo Morto: É recomendável que os muçulmanos permaneçam ao redor do túmulo após   o enterro, invocando a Allah, glorificado seja, que o perdoe e seja misericordioso com ele. Entre as preces do Profeta (r) para o morto: “Ó Allah, perdoa-o e tenha misericórdia dele, sê generoso com ele, fortalece-o. Que a sua entrada seja ampla e confortável, lave-o com a mais pura e limpa água. Purifique-o dos pecados como o roupa branca é lavada da sujeira. Concede-lhe um lar melhor do que o lar dele (na terra) e uma família melhor do que a família dele, uma esposa melhor do que a esposa dele, e protégé-o do tormento do túmulo ou do tormento do Inferno.” (Musslim, Tirmizi e Nassá-i).

A Oração pelo morto ausente: Se morrer um muçulmano em local distante e nenhum dos muçulmanos consegue praticar a oração fúnebre por ele, os muçulmanos fazem a oração fúnebre onde estiverem e isso se chama: “a oração pelo morto ausente”. O Rassulullah (SAAS) fez a oração fúnebre pelo Négus, imperador da Abissínia, com o corpo ausente ao saber da morte dele.

Enviar comida aos familiares do morto: Isso por amizade e a cooperação para aliviar a aflição deles. Quando Jaafar Ibn Abi Tálib faleceu, o Rassulullah (r) disse: “Preparem comida para os familiares de Jaafar, porque eles estão ocupados com os seus problemas.” (Tirmizi e Ibn Mája).

Pagar as dívidas do morto: O pagamento das dívidas do morto é obrigatório. O Profeta (r) ordenava o pagamento da dívida do morto antes da oração fúnebre. (Tirmizi).

As condolências: O muçulmano presta condolências aos aflitos e os incentiva a terem paciência e aceitarem a determinação de Allah. É desaconselhável ficar sentado para as condolências, o fazer sala, o contratar recitadores do Alcorão, como é desaconselhável prestar condolências após o terceiro dia, a não ser ao ausente. Também é desaconselhável o que chamam de sétimo dia ou de quarenta dias. Tudo isso constitui em inovações que não ajudam o morto nem os seus parentes por motivo de orgulho e de vaidade.

Aproveitar as lições: O muçulmano tira lições do acompanhamento dos Cortejos Fúnebres  prendendo-se a Allah, lembra-se muito de Allah, obedece a Ele e afasta-se das desobediências, porque sabe que terá o mesmo destino. O seu enterro será preparado, o corpo será transportado, será enterrado em seu túmulo e deixado sozinho. Quem quiser um admoestador, a morte lhe é suficiente.

O muçulmano ignorante não entende sua religião e é extremista na sua ignorância e escuridão, ele é  mais perigoso para o Islam do que os seus inimigos... 

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

"Desejam em vão extinguir a Luz de Allah com as suas bocas; porém, Allah nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!" (41:33)

Mohamad ziad -محمد زياد

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