quinta-feira, março 01, 2012

As 7 pessoas que serão acomodadas na sombra da Misericórdia de Deus - TERCEIRA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalamo) disse: “Há sete tipo de pessoas que serão acomodadas por Deus, na sombra da Sua Misericórdia, no Dia em que não haverá mais nenhuma sombra, excepto a Sua: 
1) – O Rei justiceiro;
2) – O jovem que passou a sua juventude na adoração de Deus;
3) – A pessoa cujo íntimo esteja ligado ao Masjide;
4) – Aquelas duas pessoas que por Deus se amam, que se reúnem por Sua causa e por causa Dele se separam;
5) – A pessoa que foi exposta à tentação por uma mulher bela e recusou, dizendo: “Eu temo a Deus”;
6) – A pessoa que dá esmola e que a mão que dá (a direita), o faz com tanto secretismo, que a outra mão não sabe;
7) – A pessoa que recorda a Deus na solidão, deitando lágrimas.

3 ) – A pessoa cujo intimo está ligado ao Masjide (Mesquita)

O Masjide (Mesquita), é o local de adoração para os muçulmanos. “Sabeis que Almasjid são casas de Deus; não invoqueis, pois, ninguém, juntamente com Deus”. Cur’ane 72:18. Desde a antiguidade, é um lugar de muita importância espiritual para a humanidade. A primeira Casa de Deus (Caaba), foi construída pelo nosso pai Adam (Aleihi Salam), reconstruída pelo Profeta Ibrahim, com a ajuda do seu filho Esmael (Que a Paz de Deus esteja com eles). Mais tarde, purificada pelo Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Quando Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), se retirou de Maka para Madina, por causa da perseguição movida pelos idólatras de Maka, ao chegar na cidade de acolhimento, a sua primeira preocupação foi edificar um Masjid, tendo participado na respectiva construção. Foi o primeiro Masjid edificado, depois da era do Isslam. A importância do Masjid foi referido pelo Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), no seguinte hadice: “Quem construir um Masjid, com a intenção de obter recompensas por parte de Deus, Deus irá construir para ele, uma casa no Paraíso”. Bukhari e Muslim.

Um Masjid é um local de adoração a Deus, mas também de aprendizagem religiosa. 

Na Mesquita do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), havia um pequeno lugar, onde se reuniam os seus companheiros (Que Deus esteja satisfeito com eles), para receberem formação na interpretação do Cur’ane e de outros ensinamentos religiosos. A partir desta Mesquita, foram enviados para diversos locais, para transmitirem a mensagem do Deus Único. É meritório realizarem-se casamentos nos Masjids.

Todos os lugares limpos são locais dignos para adoração a Deus, No entanto, Deus conferiu às mesquitas um lugar de destaque para adoração. Várias são as exortações dadas pelo Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), referindo as virtudes de frequentarmos as Casas de Deus. Quanto entrarmos na Mesquita, antes de nos sentarmos, devemos efetuar duas rakates (ciclos de orações), de “Tahiatul Masjid” – “Saudação” ao Masjid”. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quanto aquele que fizer a ablução correctamente em sua casa, em seguida for a uma Casa de Deus para realizar uma das orações obrigatórias, saiba que, por cada passo que der, ser-lhe-á perdoada uma falta ou ele será elevado em um grau”. Muslim. Outra importância das Mesquita, é-nos transmitida pelo seguinte Hadice narrado por Abu Huraira (Radiyalahu an-hu): “Um cego (Ibn Ummu Mactum) (Radiyalahu an-hu) foi ter com o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) e pediu autorização para fazer as orações em casa, porque não tinha ninguém que o acompanhasse à mesquita. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) acedeu ao pedido. Mas quando o cego se estava a retirar, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) o chamou e perguntou se conseguia ouvir o Adhan (chamamento para a oração). O homem respondeu afirmativamente. Então foi-lhe dito para responder à chamada (dirigir-se à Mesquita). Muslim.

Nas orações em congregação, as recompensas são superiores a 25 ou 27 vezes mais, em relação às realizadas em casa. Os crentes ficam perfilados ombro a ombro, não interessando quem está ao lado de quem. As atenções estão viradas somente para o Criador. O crente cujo coração está ligado à Mesquita, preocupa-se em permanecer na Casa de Deus, aguardando a oração seguinte. Enquanto espera, recita o Cur’ane, faz o Zikr (recorda e louva a Deus). O crente sente uma satisfação quando se encontra dentro da Mesquita ao contrário do hipócrita que sente-se incomodado e enclausurado. Aproveita para ouvir dos Álimos, baianes (explicações religiosas) sobre diversos temas. Assim, é como se estivesse permanentemente em oração e também em constante alerta. Que grande mérito para o crente que assim procede, na certeza de que no Dia do Juízo Final, Deus o acomodará na Sua sombra e o destinará ao Paraíso.

Encontramos no seguinte hadice, a importância da oração em congregação na Mesquita e de a efetuarmos na primeira fila: “Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Apóstolo de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Se as pessoas soubessem a recompensa de se pronunciar (ouvirem) o adhan (chamamento para a oração) e de (se preocuparem em) ocupar a primeira fila (na oração em congregação). 

E se não conseguissem outra maneira de a encontrar (a primeira fila), senão por sorteio, eles o fariam por sorteio, e se eles soubessem as recompensas da oração do Zuhr (efectuada no momento exato do seu tempo), eles se apressariam a executá-la, e se eles soubessem que a recompensa das orações de Isha e de Fajr feitas em congregação (na mesquita), as cumpririam, mesmo que tivessem que (ir a) rastejando”. Bukhari 11:589.

In Sha Allah, continua na próxima semana. Um bom dia de Juma

Cumprimentos,

Abdul Rehman Mangá

01/03/2012

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

A L M A D I N A - A BONDADE INATA

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 27.02.2012

Certa vez, um santo estava sentado a beira de um rio, onde queria fazer ablução (wudhu) para cumprir uma oração (salaat). 

Ao estender a sua mão em direção à água viu um escorpião que tentava sair do rio, mas as pequenas ondas que se formavam na margem não lhe permitiam. 

Ao ver isso, sentiu alguma pena e pensou em ajudá-lo, pois tratava-se de uma criatura de Deus. Ato contínuo, meteu a mão na água, e assim que pegou o escorpião para o retirar, este ferrou-lhe. A dor do ferrão cravado no seu dedo foi tão forte, que o santo imediatamente o largou, e na tentativa de minimizar a dor que sentia, começou a massajar o local afetado. Em seguida estendeu de novo a mão para a água para fazer ablução, mas de novo viu o mesmo escorpião lutando com as ondas na tentativa de sair do rio. O santo, julgando ser sua obrigação fazer o bem sem olhar a quem, estendeu de novo a mão em direção ao escorpião para salvá-lo. Assim que pegou nele, o bicho voltou a ferrar-lhe, obrigando-o assim a largá-lo. A segunda ferroada foi mais dolorosa que a primeira. 

Depois de algum tempo voltou a estender a mão em direção à água para iniciar a ablução, e viu outra vez o escorpião naquela situação aflitiva. Preocupado com o bicho, fez uma terceira tentativa para tirá-lo da água, mas pela terceira vez voltou a sentir a forte dor da ferroada do lacrau. 

Entretanto, sentado a uma curta distância e assistindo àquela cena, estava um jovem, que não resistiu e foi ter com o santo e perguntou: “O que se passa consigo, está maluco”? O santo respondeu: “Qual é o problema”? O jovem retorquiu: “Então deixa que o escorpião lhe ferre repetidamente e insiste em querer salvá-lo”? O santo disse: “Tem razão, mas pensei que sendo este um escorpião, Deus pôs no seu instinto e na sua natureza o cravar o seu ferrão em todo aquele que constitua ameaça. Todavia, eu sou seguidor do Profeta Muhammad, S.A.W., que foi enviado como misericórdia para o Mundo, e Deus colocou no meu instinto, o servir e ajudar a criatura de Deus. E continuo a pensar que, se o escorpião não pode abdicar do seu instinto maldoso, porque razão terei eu que renunciar do meu instinto bondoso”? 

De fato, todo o mal e todo o bem no Mundo são praticados na base do instinto. Há pessoas que são más por instinto, pois só sabem fazer mal. Mesmo que sejam presas, passando anos na prisão, quando saem voltam ao mundo do crime, pois o mal está no instinto dessas pessoas. 

Certa vez o Profeta Jesus (que a paz esteja com ele) estava caminhando na companhia dos seus discípulos, e passou por algumas pessoas que por sinal eram suas inimigas. Essas pessoas começaram a insultá-lo, a dizer mal dele. Mas em troca, Jesus começou a orar a seu favor. Os seus discípulos, estranhando esta atitude do seu Mestre, disseram: “Senhor! Eles estão a insultá-lo”! Então Jesus disse: “Cada um gasta o que tem. Eles só têm o mal, e eu só tenho o bem”. 

Infelizmente, na nossa era, quer parecer que os maus é que detêm o domínio de tudo. É difícil ver nas nossas sociedades gente que seja capaz de amparar os destituídos, de se levantar em defesa dos injustiçados, de ajudar os fracos, de consolar os órfãos, de estender a mão às viúvas, de confortar os corações entristecidos, de compartilhar a dor dos pobres, de proporcionar tecto aos desprovidos de casa. 

Ao invés de se manietarem as mãos dos opressores e injustos, o que vemos é gente a dar-lhes apoio e cobertura no cometimento de mais opressão e injustiça. 

O Profeta Muhammad S.A.W. disse: “Ajude o seu irmão, seja ele opressor ou oprimido”. Então alguém observou: “Ó Mensageiro de Deus! Compreendemos que tenhamos que ajudar o oprimido. Mas como é que se pode ajudar o opressor”? O Profeta respondeu: “Ao impedi-lo de cometer opressão e injustiça. Isso é que é ajudá-lo”! (Al-Bukhari; Musslim) 

Hoje, no sistema ocidental, infelizmente destruiu-se o sistema familiar, criando-se no seu lugar uma barreira entre os velhos pais e seus filhos, degolando-se à luz do dia, o carinho paterno, e a ternura e afeto maternos. 

A sombra carinhosa dos velhos pais é uma grande bênção e um tesouro. É nela que os filhos angustiados se refugiam e resolvem muitos dos assuntos complicados com que se deparam, e onde as lanternas acesas encontram o caminho com os seus valiosos conselhos, e os nós complicados da vida se desfazem. 

Por outro lado, o pai e a mãe, quando ficam velhos, querem usufruir do fruto da árvore que plantaram. Precisam de companhia e os filhos são um escudo e apoio, para onde eles se podem inclinar. É claro que ninguém pode servir os pais melhor que os seus próprios filhos. 

Essa civilização ocidental eliminou e arrumou os pais velhos, fechando-os “enclausurando-os” em lares de idosos. Tudo isso atenta contra os ensinamentos islâmicos. 

No Al-Qur’án, em vários versículos, Deus ordena-nos a tratar com bondade os nossos pais, abstendo-nos de os maltratar. E considera a sua satisfação como se da satisfação de Deus se tratasse. Tomemos como exemplo o Cap. 23, Vers. 24: 

“O teu senhor decretou que não deveis adorar a ninguém, a não ser a Ele; E que deveis ser bondosos para com os vossos pais. Se a velhice atingir um deles ou ambos, em vossa companhia, não dizei ‘uff” por irritação. Nem os ralheis, mas falai-lhes com palavras generosas (com respeito). E, por misericórdia, submetei-vos perante eles com humildade e dizei: “Senhor meu! Tem pena deles, assim como eles tiveram pena de mim, ao me criarem quando eu era pequenino”. 

O Profeta Muhammad S.A.W. também nos ordenou a tratarmos bem os nossos pais, a falarmos com respeito com eles, abstendo-nos de lhes dirigir ofensas ou causar-lhes mágoa, nem desobedecer. Disse até, que o Paraíso está debaixo dos pés das mães. E mais. Ordenou-nos a tratar bem os nossos empregados (homens ou mulheres) alimentando-os com aquilo com que nos alimentamos, e vestindo-os daquilo com que nos vestimos. 

Quão bons são os ensinamentos que Deus e o Seu Mensageiro nos transmitem! 

Para onde, então, as pessoas se desviam? 

A prisão não são apenas as paredes, os cadeados, as portas e janelas gradeadas, e as restrições impostas ao recluso. A verdadeira prisão é envergonhar e humilhar o seu semelhante, e fazê-lo sentir que está a mais e que não tem nenhuma importância, esteja ele vivo ou morto, satisfeito ou zangado, perto ou longe

"A hereditariedade e a boa educação têm uma grande influência na bondade inata". 

domingo, fevereiro 26, 2012

O calendário islâmico

Os Árabes utilizam dois calendários: O islâmico: para o quotidiano e os propósitos religiosos; O gregoriano: para assuntos civis e comerciais.


Vejamos as diferenças e vamos conhecer o calendário islâmico.

O ano gregoriano, adotado também no Brasil, corresponde a um giro da Terra em torno do Sol, tem 365 ou 366 dias, divididos em 12 meses de 28 a 31 dias, e seu calendário tem início no ano de nascimento do Cristo.

O Calendário Islâmico, ou calendário da Hijra, ou Hégira, cujo significado é migração, é lunar, isto é, organizado com base na revolução da Lua em torno da Terra. Um mês equivale ao ciclo entre duas luas novas e realizado em 29 dias, 12 horas e 40 minutos. O calendário lunar tem 354 ou 355 dias, divididos em 12 meses, 6 de 29 dias e 6 de 30 dias e se inicia no dia em que o Profeta Muhammad (SAAS1) migrou da Meca para Medina, a fim de escapar às perseguições de seus adversários e continuar a proclamar as Revelações. O primeiro dia da Hijra corresponde ao dia 16 de julho de 622 DC no calendário gregoriano.

Assim, o ano islâmico é 11 dias mais curto do que o ano gregoriano, fazendo com que o calendário inicie mais cedo a cada ano, quando comparado ao gregoriano. Ele também precisa ser ajustado com um dia adicional nos anos “bissextos”. Nestes anos, chamados “anos abundantes”, o mês de Thu al-Hijjah, que normalmente tem 29 dias, passa para 30 dias no 2º, 5º, 7º, 10º, 13º, 16º, 18º, 21º, 24º, 26º e 29º ano a cada ciclo de 30 anos.



Os meses do calendário islâmico são:

Nome do mêsNº diasSignificado
Muharram30Mês sagrado
Safar29Mês da partida (viagem)
Rabi' al-Awwal301º mês da Primavera
Rabi' al-Thaani292º mês da Primavera
Jumada al-Awwal301º mês da seca
Jumada al-Thaani292º mês da seca
Rajab30Mês do respeito e da abstinência
Sha'bán29Mês da germinação
Ramadhán30Mês do grande calor
10ºShawwál29Mês do acasalamento dos animais
11ºThu al-Qa'dah30Mês do descanso
12ºThu al-Hijjah29Mês da peregrinação

O dia muçulmano começa no instante em que se distingue um fio de linha branca de um fio preto e termina com o pôr do Sol, no instante em que os dois fios se confundem. Nos países islâmicos, o dia consagrado ao repouso, equivalente ao domingo dos países ocidentais, é a sexta-feira. A maioria dos países islâmicos adotou a semana de cinco dias, e, portanto, não se trabalha sexta e sábado, na maioria deles, ou quinta e sexta em alguns, como na Arábia Saudita.

Embora os conhecimentos de hoje permitam determinar com exatidão o movimento dos astros, os muçulmanos preservam suas tradições e as datas importantes, como o início do mês de Ramadhán, são definidas pela observação direta dos astros celestes. Todo mês lunar começa quando uma tênue lua nova é percebida no céu, depois do pôr-do-sol. O Qur'an (Al Corão, livro sagrado dos muçulmanos) determina que os fiéis iniciem o jejum do mês sagrado de Ramadhán após observação, a olho nu, da lua nova que marca o inicio do nono mês do calendário. A tradição estabelece que tal observação deve ser feita por duas testemunhas idôneas e piedosas, que comunicam o fato às autoridades islâmicas que decretam, então, o início do jejum.

Cálculo aproximado

Para fazer um cálculo aproximado do ano da Hijra correspondente a um determinado ano gregoriano:

subtrai-se 622 (ano da Hijra) do ano gregoriano.

multiplica-se o resultado por 1,031, resultado do número de dias do ano gregoriano dividido pelo número de dias do ano lunar.

Por exemplo:

O ano de 2005 corresponde a 2005 - 622 = 1383 ? 1383 x 1,031 = 1425,873

Portanto o ano gregoriano de 2005 corresponde aos anos 1425 / 1426 islâmicos.

Principais feriados e suas datas no calendário gregoriano


Feriado (*)2007200820092010
Eid Ra’s as Sana (Ano novo)Jan 20Jan 1028 Dez (2008)17 Dez (2009)
Mawlid al-Nabi (Aniversário do Profeta)Mar 31Mar 20Mar 9Fev 26
Inicio do Ramadán (Início do mês de jejum)Set 13Set 2Ago 22Ago 11
Eid al-Fotr (Festa do desjejum)Out 13Out 2Set 21Set 10
Eid al-Adha (Festa do sacrifício)Dez 20Dez 8Nov 28Nov 17
*Nota: As datas listadas são projeções para efeito meramente ilustrativo. Para compromissos sociais ou comerciais, recomenda-se confirmá-las.

As datas mais importantes do ano islâmico 

Lailat Al-Miraj (27 de Rajáb): Nessa data se comemora a miraculosa viagem que o profeta Muhammad (SAAS1) efetuou, um ano antes da Hijra, montado em lendário animal trazido pelo Anjo Gabriel. Em uma noite, o Profeta viajou por diversos lugares, dos quais o mais relevante foi Jerusalém, onde, em rocha sobre a qual hoje se assenta célebre mesquita, ascendeu por uma escada ao Paraíso, onde teve o privilégio de falar com Deus. 

Mês do Ramadhán (1 a 30 de Ramadhán): Período de sacrifício em que os fiéis estão proibidos de comer, de beber e de quaisquer outras atividades carnais, do nascer ao pôr-do-sol, podendo fazê-lo somente à noite. Não é propriamente um feriado, mas nesse período os negócios sofrem sensíveis interrupções. 

Eíd Al-Fitr (1 a 3 de Shawwál): Feriados em que se comemora o término do mês de jejum. 

Período do Hajj (1 a 10 de Thu al-Hijjah): Período em que os muçulmanos, de todo o mundo, cumprem o dever de peregrinar à Meca. Obrigação a realizar, pelo menos uma vez na vida, como um dos cinco preceitos básicos de vida piedosa. A rigor, o período do Hajj (peregrinação) dura uma semana, mas a movimentação, na Meca, começa antes e termina depois dele. Nessa época, a Arábia Saudita recebe quase dois milhões de peregrinos, cessando todos os negócios com estrangeiros. 

Eid Al-Adha (10 de Thu Al-Hijjah): a mais importante data do calendário islâmico, quando os muçulmanos se congratulam, tal como os cristãos fazem entre si no Natal. A data lembra a ocasião em que o Profeta Ibrahím (Abrahão), cumprindo a ordem de Deus de sacrificar seu próprio filho, em demonstração de sua fé. Deus impediu o Profeta de consumar o ato, no último momento, lhe enviando um cordeiro para tanto. A pedra negra, sobre a qual Ibrahím ia executar o sacrifício do próprio filho, está na Meca, no centro da Kaabah, monumento em cuja direção todos os fiéis do mundo se voltam nas cinco orações diárias. 

Eid Ra's As-Sana (1 de Muharram): O dia de Ano Novo muçulmano. Achura (10 de Muharram): Dia do martírio do Imán Hussein Ibn Áli Ibn Abu Tálib, neto do Profeta Muhammad (SAAS1), comemorado pelos Shiítas. 

Eid-Al-Maulid An-Nabawi (12 de Rabi´ al-Awwal): Data do nascimento do Profeta Muhammad (SAAS1). 

Lailat al Miraj (27 de Rajab): Noite em que o Profeta Muhammad (SAAS1) viajou (Isra) da Meca à "mesquita distante" (al-masjid al-aqsa) em Jerusalém, acompanhado pelo Anjo Gabriel. De Jerusalém, Ele ascendeu ao céu (Miraj) onde dialogou com profetas anteriores antes de encontrar-se com Deus. 

Lailat al Qadr (27 de Ramadhán): Noite da glória e poder em que o Qur’an (Livro Sagrado) foi revelado ao Profeta Muhammad (SAAS1), “é melhor que mil meses” durante esta noite os anjos, incluindo o Anjo Gabriel, descem com a permissão de Deus, Noite de paz até o romper do dia. Estas são as principais datas e comemorações entre os muçulmanos. Existem ainda outras datas. Para compromissos sociais ou comerciais, recomenda-se obter maiores informações sobre os feriados religiosos do país de interesse. 

Detalhes 

Considera-se o começo de um novo mês quando um observador vê, pela primeira vez e a olho nu, o crescente lunar, depois de uma Lua Nova. Apesar do cálculo da Lua Nova ser bastante preciso, a visibilidade do crescente é muito mais difícil de predizer. Depende de fatores como as condições do tempo, as propriedades óticas da atmosfera e a localização do observador. Portanto, as datas podem variar de acordo com a cidade – e, normalmente varia - e é muito difícil fazer a previsão de quando um novo mês terá início. Este fato gera problemas, no mínimo, curiosos. Um deles é a impossibilidade de se imprimir calendários antecipadamente. 

O segundo Califa, sucessor do Profeta, Omar (RAA) , que governou de 634 a 644, estabeleceu como norma o dia 1º de Muhharram como 1º dia do ano e a contagem dos anos começando pela Hijra, como prescrevia o Qur'an (Corão ou Alcorão). Assim, a Era Islâmica começou no dia 16 de julho de 622, que é o dia 1 de Muhahham do ano 1 A.H (Anno Hegirae, ano da Hégira). 

Embora na vida diária o calendário gregoriano seja mais comum, bilhões de muçulmanos usam o calendário lunar islâmico (hijri) para determinar os principais dias de observância dos preceitos religiosos islâmicos, a exemplo do início e final do mês de Ramadhán, início e final de cada ano, ou o Dia do Sacrifício (Eid al-Adha). O calendário solar, que considera o tempo decorrido para que a Terra complete uma volta em torno do sol, está sintonizado com o ciclo das estações (primavera, verão, outono e inverno). Como o ano lunar é mais curto do que o ano solar, os meses acabam se deslocando em relação às estações do ano. Assim, há fases em que o Ramadhán cai no inverno, e outras em que ocorre na época mais quente do verão, o que torna a observância do jejum mais dura para os muçulmanos, em regiões onde a temperatura pode chegar aos 50ºC.1SAAS: Salaláhu Aleihi ua salam: que a paz, as bênçãos e a misericórdia de Allah estejam sobre ele. 

sábado, fevereiro 25, 2012

Suraca b. Málik - Mais um Sahaba do Rassulolah

Bismillah!
Suraca b. Málik

“Imagina-te, ó Suraca, usando os amuletos do Cosroé!’

Numa manhã, a tribo do Coraix despertou ao rumor de notícias que causou consternação a todos. Os chefes mal podiam acreditar no rumor de que Mohammad (SAAS) fugira de Makka sob o manto da noite. Primeiramente eles encetaram uma busca casa a casa, na vizinhança, ocupadas pelo clã dele, os Banu Háchim. Depois eles o procuraram nas casas de todos os companheiros dele. Quando chegaram a casa do Abu Bakr, a jovem Asmá b. Abi Bakr saiu para fora, e o Abu Jahl perguntou:

“Onde está teu pai, ó garota?”

“Não sei onde ele está neste momento”, foi a resposta dela. O Abu Jahl levantou a mão e deu-lhe um tamanho tapa no rosto, que arrancou-lhe o brinco da orelha.

Os líderes do Coraix ficaram fulos de raiva quando constataram que Mohammad (SAAS) deveras tinha deixado Makka. Escolheram, dentre os da tribo, os mais habilidosos rastreadores para pesquisarem que rota ele havia tomado, e se porem na perseguição dele. Quando chegaram à Caverna Çawr, os betedores disseram para os chefes:

“Aqui é onde a trilha termina. Eles não foram além daqui.” E eles não estavam errados, pois Mohammad (SAAS) e seu companheiro estavam na caverna, e os coraixitas estavam bem em cima deles(A maioria das cavernas, incluindo a de Çawr, são buracos subterrâneos, e não constituem cópias esteriotipadas de habitações domésticas com uma grande entrada). Abu Bakr Al Siddik podia ver os pés deles se mexendo, e ficou tão assustado, que quase chorou. O Profeta lançou-lhe um olhar de afetuosa e gentil desaprovação, e o Abu Bakr sussurrou para ele:

“Juro por Deus que não choro por mim, ó Mensageiro de Deus, mas temo que algo de ruim aconteça a ti!”

O Profeta (SAAS) disse, confortantemente:

“Não te entristeças, ó Abu Bakr; Deus está conosco!” E Deus fez com que a tranquilidade tomasse conta do Abu Bakr, que olhou para os pés dos perseguidores, e disse:

“Ó Mensageiro de Deus, se um deles olhar para baixo, para onde seus pés estão, ele poderá ver-nos!’

“Mas o que esperas, ó Abu Baker, sendo que há duas pessoas, e a Terceira, Que lhes faz companhia, é Deus?”

Então eles ouviram um dos jovens do Coraix dizer para os outros:

“Vamos descer até a caverna e ver o que há lá.”

Umayia b. Khalaf disse, zombeteiramente:

“Será que não vês que a entrada está coberta por teias de aranha, que são mais velhas que o próprio Mohammad?”

Então o Abu Jahl disse:

“Juro por Al Lat e Al Uzza que suspeito fortemente que ele está por perto, e pode ver tudo o que fazemos, e ouvir tudo o que dizemos, mas a mágica que ele pratica faz com que a nossa visão fique encoberta!”

No entanto, os coraixitas não abandonaram o empreendimento de procurarem por Mohammad (SAAS). Persistiram na sua determinação de o perseguirem, e anunciaram a todas as tribos localizadas nas áreas que se situavam nas estradas para Madina, que iriam dar cem dos mais finos cmelos a quem lhes levasse Mohammad, vivo ou morto.

Um dos mensageiros do Coraix foi à tribo dos Madlaj, que viviam numa área próxima a Makka, chamada Cudaid. O mensageiro foi para o local do encontro tribal e anunciou a notícia do prêmio oferecido pelo Coraix para a captura de Mohammad (SAAS), vivo ou morto. Na reunião estava um homem conhecido pelo nome de Suraca b. Málik.

Tão logo o Suraca soube dos cem camelos, seu coração se encheu de cobiça e ansiedade. Controlando-se, ele não disse uma palavra sequer que fosse aguçar semelhantes sentimentos de cupidez àqueles em torno dele. Antes que o Suraca pudesse levantar-se e deixar o local da reunião, um homem da sua tribo se acercou dele, e disse:

“Juro por Deus que três homens passaram por mim, há poucas horas, e eu suspeito que sejam Mohammad, Abu Bakr e o guia deles.”

“Não, eles são os filhos de fulano”, interrompeu o Suraca. “Eles estiveram fora todo o dia à procura de um dos seus camelos que se extraviou do seu rebanho.”

“Pode ser”, disse o homem, e ficou calado. Suraquah permaneceu sentado, para não levantar suspeita junto aos outros, no local da reunião. Logo que todos se envolveram em conversas sobre outros assuntos, o Suraca se desvencilhou deles. Rapida e silenciosamente, 

dirigiu-se para sua casa, e sussurrou para a sua criada que preparasseo cavalo para ele, sem que ningéum soubesse. Ela teria que amarrar o cavalo numa ravina por perto, onde ele o iria apanhar. Depois ordenou ao seu servo que tirasse sorrateiramente suas armas da casa, e as escondesse na ravina, perto do seu cavalo.

Suraca foi sozinho para a ravina, onde vestiu a sua cota de malha, amarrou as armas ao corpo, montou em seu cavalo, e se pôs, às pressas, à tarefa de apanhar a Mohammad (SAAS), antes que alguém mais pudesse capturá-lo e ganhar o prêmio oferecido pelo Coraix.

O Suraca era um dos mais notáveis cavaleiros dentre seu povo, e montava a mais fina égua árabe que podia ser encontrada. Era alto e atarracado, habilidoso no mister de restreamento, e possuía grande resistência ao enfrentar os rigores das viagens. Sobre tudo isso, era um aguçado e intuitivo poeta.

Suraca estava a ganhar terreno a grande velocidade, quando sua égua tropeçou e caiu ao chão.

“Caramba, que belo cavalo és!” ele explodiu, depois remontou, cheio de raiva. Não tinha ido muito longe, e sua égua tropeçou novamente. Sua apreensão pessimista aumentou, e estava a ponto de desistir da busca, quando se lembrou dos cem camelos, e foi esporeado pela sua ganância.

O Suraca tinha viajado uma curta distância, quando divisou a Mohammad (SAAS) e seu companheiro. Ia pegar o arco e a flecha, mas estancou ao ver que as patas da égua se estavam enterrando no chão. Na frente dela subia uma fumaça, obscurecendo a visão dele. Ele incitava a égua para a frente, mas sentiu que ela estava chumbada ao terreno, como se seus cascos estivessem pregados ao solo. Então ele olhou para o lugar onde havia divisado o Profete e seu companheiro, e gritou, suplicando:

“Ei, vós aí, orai para que o vosso Senhor liberte as patas da minha égua, e eu prometo que vos deixarei em paz!”

O Profeta (SAAS) orou, como lhe foi pedido, e Deus libertou as patas da égua. Porém, a ganância do Suraca falou mais alto. Ignorando a sua promessa, ele incitou a égua na perseguição do Profeta (SAAS). Imediatamente as patas dela mais uma vez se enterraram no chão, dessa vez, mais profundamente que entes. Suraca gritou em desespero:

“Dar-vos-ei a minha comida, bagagem e minhas armas. Pegai-as, e eu juro perante Deus que até evitarei que outros vos persigam!”

“Nós não precisamos das tuas provisões”, eles responderam, “mas vê se manténs os outros longe de nós.”

Assim, o Profeta (SAAS) fez uma oração, e a égua foi liberada. Quando o Suraca estava para voltar para casa, ocorreu-lhe chamar por eles:

“Espera, quero falar contigo; juro por Deus que nada farei que vos cause dano!”

“Que queres de mim?” perguntou o Profeta (SAAS).

“Ó Mohammad, juro por Deus que eu sei que a tua religião em breve irá prevalecer. Tu irás ser poderoso. Promete-me que quando eu for visitar-te no teu reinado, tu irás tratar-me com honra? e dá-me tua promessa por escrito!”

O Profeta (SAAS) disse para Al Siddik fazer o que o Suraca pedira; Al Siddik encontrou um osso chato no qual escreveu a promessa, e deu-o para o Suraca. Conforme este ia indo embora, o Profeta (SAAS) lhe disse:

“Imasgina-te, ó Suraca, a usares os amuletos do Cosroé!”

“O imperador da Pérsia!?” exclamou o Suraca.

“Sim, Cosroé, o filho de Hurmuz”, respondeu o Profeta (SAAS).

Suraca partiu em direção a sua casa, e no caminho encontrou pessoas do seu povo que vinham na sua direção à procura do Mensageiro de Deus (SAAS). Disse a eles:

“Voltai! já percorri cada decímetro quadrado de terreno, e bem sabeis o quão habilidoso sou no tocante a localizar rastros.” Assim, eles desistiram da busca e voltaram para casa.

O Suraca guardou, do que havia-se passado entre ele e o Profeta (SAAS), segredo, até certificar-se de que o Mensageiro de Deus (SAAS) e seu companheiro haviam chegado a salvo a Madina, onde não poderiam ser injuriados pelos coraixitas. Então ele tornou pública a estória. O Abu Jahl foi um dos que ouviram o que se passou entre o Profeta (SAAS) e o Suraca, e como este permitira que o Profeta (SAAS) seguisse livremente. Abu Jahl se pôs a repreender o Suraca, que respondeu:

“Ó Abu Hakam, juro por Deus, se visses como o meu cavalo se enterrava no chão, irias saber, por certo, que Mohammad é um

Mensageiro, com provas cabais a apoiá-lo! Como poderia alguém resisti-lo?”

O tempo passou, grandes eventos tiveram lugar, e Mohammad (SAAS), que tinha deixado Makka como um exilado perseguido que, na fuga, procurara cobrir-se com o manto da escuridão, voltava então para aquela cidade como herói conquistador, rodeado por milhares de apoiadores que portavam suas espadas cintilantes e escuras lanças. Os chefes do Coraix, que andavam livremente por toda parte, cheios de arrogância e orgulhosos do poder, agora iam, humilde e temerosamente, ter com o Profeta (SAAS), suplicando-lhe que os tratasse com misericórdia. Com a clemência de todos os profetas, ele dissera:

“Podeis movimentar-vos em liberdade, pois nada quero de vós!”

Foi neste comenos que o Suraca preparou a sua montaria e viajou para encontrar-se com o Profeta (SAAS), com o fito de declarar a sua crença no Islam. Levou consigo a promessa por escrito que tinha recebido do Profeta (SAAS), havia vinte anos. Suraca relata a estória com as seguintes palavras:

“Soube que o Profeta estava em Jiranah; fui até lá, e tentei passar através das fileiras dos seus apoiadores, que o circundavam. Batiam em mim com as traseiras das suas lanças, dizendo:

“Para trás, para trás, que queres?” Contudo, eu os ignorei, mas continuei me esforçando no meio deles, até chegar perto do Profeta (SAAS), que estava montado em seu camelo. Ergui minha mão com a promessa escrita, e gritei:

“‘Ó Mensageiro de Deus, sou eu, o Suraca b. Málik. Eis o que escreveste para mim!’ O Profeta (SAAS) respondeu:

“‘Aproxima-te, ó Suraca b. Málik! Esta é a hora do cumprimento da promessa e para a benevolência!’ Assim eu fui até ele, declarei a minha crença no Islam, e fui tratado benévola e caritativamente pelo Profeta Mohammad (SAAS).’”

Apenas uns poucos meses depois daquele encontro entre o Profeta (SAAS) e Suraca b. Málik, Deus chamou o Seu Profeta, que deixou este mundo para passar a eternidade ao Seu lado. Suraca ficou profundamente entristecido com a morte do Profeta (SAAS). Tinha frqüentes retrospectos do tempo em que tentou matar o Profeta (SAAS) por causa de cem camelos, e se conscientizava de que todos os camelos do mundo tinham então menos valor do que uma simples apara de uma das unhas do Profeta (SAAS). Repetia para si mesmo o que ele lhe dissera:

“Imagina-te, ó Suraca, a usares os amuletos do Cosroé!” e nunca lhe ocorreu duvidar de que iria deveras usá-los.

O tempo passou e, eventualmente, a liderança da comunidade muçulmana tornou-se o mister de Al Faruk Ômar b. al Khattab (que Deus esteja comprazido com ele). No abençoado tempo da sua liderança, os exércitos muçulmanos varreram o império persa feitos tornados. Os exércitos demoliram fortalezas, derrotaram forças inimigas, depuseram governantes despóticos, e tornaram-se donos do Estado e da riqueza da longa linha de imperadores, que chegara ao fim.

Um dia, durante os dias finais da liderança de Ômar, os mensageiros de Saad b. Abi Waccas chegaram a Madina portando a notícia da vitória do califa. Também levaram para o tesouro dos muçulmanos a quinta parte que lhe cabia da riqueza de que se haviam apossado aqueles que lutaram pela causa de Deus. Quando aqueles bens foram colocados à frente do Ômar, ele os olhou com espanto. Viu a coroa de ouro do Cosroé, juncada de pérolas, suas vestes, tecidas com tramas de ouro, sua precinta, com pedras preciosas como que tecidas nela, e seu par de amuletos, que não tinha comparação, juntamente com outros inúmeros objetos de valor.

O Ômar remecheu o monte das preciosiddades com uma vara que portava. Então voltou-se para aqueles que o acompanhavam, e argumentou:

“As pessoas que empunham preciosidades como estas e as entregam ao governo são verdadeiramente confiáveis!”

O Áli b. Abi Tálib calhou estar entre os presentes, e respondeu:

“Tu nunca demonstraste ganância por tais coisas; assim também as pessoas que tu comandas estão livres da ganância. Se tu te quisesses locupletar, eles, também, iriam querer locupletar-se.”

Lembrando-se da promessa do Profeta (SAAS), Al Faruk mandou chamar o Suraca b. Málik. Fez com que ele vestisse a roupa, as calças e a capa de Cosroé, até os seus chinelos. Depois Al Faruk abotoou o cinturão de espada de Cosroé no Suraca, e lhe pôs a coroa na cabeça. Por fim, enfiou os amuletos de Cosroé nos pulsos do Suraca, e o apresentou aos muçulmanos, que exclamaram:

“Allahu akbar! Allahu akbar!”(Allahu akbar! – Deus é o Maior!)

O Ômar perscrutou o Suraca com prazer, e disse:

“Eis que um dos nossos beduínos da tribo dos Madlaj usa agora a coroa e os amuletos do Cosroé!” Depois o Ômar ergueu os olhos para o céu, e continuou:

“Oh Deus, Tu não quiseste que o Teu Mensageiro recebesse esta riqueza, sendo que ele era mais digno do Teu amor e das Tuas benesses do que eu. Nem tampouco queiseste que o Abu Bakr os recebesse, sendo que ele, também, era mais merecedor do que eu. Rezo para que me protejas quanto a isso ser a causa do meu castigo!” E, antes de Ômar deixar o local, providenciou para que os bens fossem distribuídos entre os muçulmanos, nada restando para ele mesmo.
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"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)


يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Mohamad ziad -محمد زياد

A L M A D I N A O CASAMENTO DAS VIÚVAS E DAS DIVORCIADAS

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 20.02.2012 

Casar é uma das necessidades básicas, e uma exigência do Ser Humano. E se se tenta travar essa exigência natural, ou se tenta evitá-la, a consequência daí resultante, em muitos casos será a propagação e envolvimento em muitos tipos de pecados e imoralidades. 

O casamento é o único meio legal de satisfazer, da melhor forma, uma exigência necessária da natureza humana. Se se criarem impedimentos na satisfação desse meio lícito, o resultado infalível será o surgimento de desvios, e da vontade de se procurarem meios ilícitos, o que contribuirá para a degradação da sociedade. Por isso o Isslam, sendo uma religião natural, tomou em consideração essa natureza humana e declarou o casamento um ato de adoração, defendendo que quem se casa, completa uma metade da sua fé. (Mishkát) 

Certa vez o Profeta Muhammad, S.A.W. estando numa congregação, disse: “É pobre aquele que não tem mulher”. Os seus discípulos perguntaram: “Ainda que ele seja rico”? O Profeta responde ”Sim, ainda que ele seja rico”! 

A seguir o Profeta disse: A mulher que não tem marido é pobre”. Os seus discípulos voltaram a perguntar: “Ainda que ela seja detentora de imensa riqueza”? O Profeta respondeu: “Sim, ela é pobre, ainda que seja detentora de imensa riqueza”! (Jam’ul Fawáia) 

Isso demonstra como o Isslam atribui importância ao casamento e proíbe que as pessoas adotem uma vida solitária, encorajando os laços matrimoniais para que na sociedade não haja qualquer desvio e desequilíbrio, e se consiga passar uma vida tranquila através do casamento, salvaguardando-se assim a castidade. 

Qualquer homem religioso quando pensa em casar-se, procura na mulher que deseja desposar, quatro coisas: beleza, riqueza, religiosidade e filiação familiar prestigiada. O Isslam aconselha-nos a dar prioridade à religiosidade na escolha da mulher. 

É desejável que seja uma donzela, e da mesma faixa etária do homem, mas por outro lado, o Isslam encoraja-nos a despojarmos as viúvas e as divorciadas, considerando essa prática um ato altamente virtuoso, sob o ponto de vista religioso. E encoraja a sociedade a promover casamentos de viúvas e divorciadas. 

Nenhuma mulher deseja ser viúva ou divorciada, mas as coisas na vida vão acontecendo independentemente da nossa vontade. E porque a vida não acaba aí, temos é que olhar para frente. 

Consta no Al-Qur’án, Cap. 2, Vers. 32: “E tratai do casamento dos solitários (viúvos/as, divorciados/as) de entre vós......Se são pobres, Deus os enriquecerá com a Sua graça, porque Deus tem imensos recursos, sabe tudo”. 

E, dirigindo-se aos tutores das mulheres divorciadas, Deus diz no Cap. 2, Vers. 232 do Al-Qur’án: 

E quando tiveres divorciado as (vossas) mulheres e elas tiverem completado o seu termo fixo (iddah), não as impeçais de casar com os seus (antigos) maridos, se ambos concordarem (mutuamente) de uma maneira honrável”. 

E o Profeta Muhammad S.A.W. disse: “Quem se esforça em prestar apoio à viúva e ao pobre, é como aquele que está empenhado no caminho de Deus. É como aquele que jejua durante o dia e ora (faz swalaat) durante a noite”. (Al-Bukhari) 

É devido a esses motivos que o próprio Profeta e seus companheiros desposaram viúvas e divorciadas. Todas as esposas do Profeta, excepto uma, eram viúvas. 

Em algumas culturas por esse Mundo fora, por exemplo, na Índia, acha-se vergonhoso desposar viúvas, mas o Isslam é contrário a essa posição. 

Hoje em dia existem nas nossas sociedades isslâmicas muitas viúvas e divorciadas, que infelizmente são obrigadas a passar o resto das suas vidas na desgraça e solidão, tal como as mulheres não muçulmanas, pois apesar de se lhes fazerem boas propostas de casamento, já que há homens interessados em desposá-las, mas porque elas também foram influenciadas por outros costumes, recusam-se pensando ser vergonhoso e indigno para elas voltarem a casar-se. 

Isslamicamente não há diferença entre uma donzela e uma viúva ou divorciada, pois todas elas têm as mesmas necessidades aliás, em alguns aspectos há maior importância no casamento da viúva do que no da donzela. 

Por isso devemos encorajar as viúvas e as divorciadas a casarem-se, pois isso foi prática (sunnat) do nosso Profeta Muhammad S.A.W., sendo um meio de se alcançarem grandes recompensas da parte de Deus. É também um motivo para a viúva ou divorciada passar o resto da sua vida com honra e respeito. 

Todavia, nisso deve-se tomar em consideração tanto a sua idade como a dos homens. Por isso os juristas defendem que nunca se deve fazer casar uma menina jovem, mesmo que seja viúva ou divorciada, com um homem de idade já avançada, pois devido à diferença de idades, a relação é susceptível de conhecer derrapagens conjugais devido a alguns desequilíbrios de ordem sexual e até mesmo no companheirismo. 

Os homens que tenham ultrapassado os 50 anos de idade e que queiram casar-se, é recomendável que desposem viúvas ou divorciadas da mesma faixa etária, pois assim a relação fica mais facilitada e compatível, sendo um passo para o cultivo e desenvolvimento do amor e companheirismo. 

A mulher é mãe, esposa e irmã, pelo que deve ser valorizada e não explorada no prazer, recorrendo-se à imagens do seu corpo nu, tratando-as como simples objecto de prazer sexual. 

Há muitas mulheres viúvas e divorciadas que vivem abaixo do nível de pobreza, pois perderam o seu ganha pão. Porque razão as muitas organizações que reivindicam a defesa dos direitos da mulher não assumem a responsabilidade do seu sustento, se de facto são verdadeiras nas suas reivindicações? 

Muitos dos que reivindicam a defesa dos direitos da mulher não são sinceros, pois o que querem é usá-la para sua satisfação sexual, tirando assim proveito dessa bela criatura de Deus. 

Os casamentos devem ser facilitados, e quando se tratar de viúvas e divorciadas, deve-se dar ainda mais importância e facilidade. 

Infelizmente, por se criarem barreiras, existem hoje nas sociedades isslâmicas muitas mulheres viúvas e divorciadas, numa longa espera nas casas dos seus pais, reprimindo desejos e esperanças contidos nos seus peitos, passando dias e noites a relegar a sua vida ao destino, sem que ninguém tenha a coragem de resolver a principal questão da sua vida: arranjar parceiros de vida para elas. 

Nesses casos, se a mulher viúva ou divorciada não tiver uma educação moral sólida, é susceptível de se deixar cair na tentação satânica, e tornar-se em propriedade pública. 

A satisfação sexual também é uma necessidade, assim como o é a necessidade alimentar. 

Por isso o Isslam é contrário ao celibato, condenando todo aquele que na sociedade vive sem companheiro/a.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

As 7 pessoas que serão acomodadas na sombra da Misericórdia de Deus: SEGUNDA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)

Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalamo) disse: “Há sete tipo de pessoas que serão acomodadas por Deus, na sombra da Sua Misericórdia, no Dia em que não haverá mais nenhuma sombra, excepto a Sua:
1) – O Rei justiceiro; 
2) – O jovem que passou a sua juventude na adoração a Deus;
3) – A pessoa cujo íntimo esteja ligado ao Masjide; 
4) – Aquelas duas pessoas que por Deus se amam, que se reúnem por Sua causa e por causa Dele se separam; 
5) – A pessoa que foi exposta à tentação por uma mulher bela e recusou, dizendo: “Eu temo a Deus”; 
6) – A pessoa que dá esmola e que a mão que dá (a direita), o faz com tanto secretismo, que a outra mão não sabe; 
7) – A pessoa que recorda a Deus na solidão, deitando lágrimas.

2 ) – O jovem que passou a sua juventude na adoração a Deus:

Durante a juventude, temos forças físicas e intelectuais para estudar, trabalhar e cumprir com as nossas obrigações familiares e religiosas. No entanto, o ser humano, quando ainda está nessa fase da vida, preocupa-se mais com a vida terrena (haiet dúnia). Poucos se preocupam com as obrigações religiosas e até esquecem quase tudo o que aprenderam, quando pequenos. O jovem não se lembra de que todo o ser humano tem um tempo de vida limitado e que a morte está sempre à espreita. Por isso, o Profeta, demonstrando a misericórdia com o seu Umah, recomenda aos jovens para que desde novos, incluam nas suas tarefas diárias, a prática religiosa. “É de pequeno que se torce o pepino”. Quando somos mais novos, temos a capacidade de aprender e de armazenar todos os ensinamentos escolares e religiosos. 

Não é por acaso que os mais novos têm mais facilidade em decorar a totalidade do Cur’ane, tarefa muito difícil (mas não impossível), para os mais idosos.

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que um homem perguntou ao Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam): “Ó Mensageiro de Deus, qual a caridade que merece maior recompensa?”. Respondeu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “É quando entregas a tua caridade no gozo de plena saúde, com poucos meios e temendo a pobreza, mas com esperanças de enriquecer. Que não deixes a entrega da caridade para o momento da morte, quando então dirás:

Isto é para fulano, e isto para beltrano”, quando na realidade, tuas posses já foram passadas para os outros!.” – Bukhari e Muslim. Uma só moeda dada em caridade por um jovem, tem mais valor, do que 100 moedas dadas por um idoso, que ao longo da sua vida, nunca se preocupou com os necessitados.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalamo) aconselhou-nos a tomar iniciativa de praticarmos boas ações, antes que ocorram 7 acontecimentos na nossa vida e para termos cuidado com eles. Entre as referidas 7 situações, recordou a velhice senil  (Tirmizi).

Não podemos deixar para a velhice, o cumprimento das nossas obrigações religiosas e o pedido de perdão a Deus, pelos nossos pecados, porque inesperadamente, a morte pode alcançar-nos. Outros, durante a vida nada fizeram para agradar a Deus e quando lhes bate a hora da despedida, se apressam e se multiplicam em orações obrigatórias e facultativas, começando a praticar muita caridade. Se durante a vida, um homem der um dirhram como sadaqah (caridade) é melhor do que dar cem dirhrams como sadaqah no momento da sua morte. O mais virtuoso, é aquele que duma forma regular e consistente, foi cumprindo com as suas orações e com o resto das obrigações religiosas. Disse o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “….O mais agradável para Allah, são as ações feitas de forma contínua, mesmo que sejam pequenas…” Bhukari 76:469 e Muslim 04:1710.

O Melhor dos homens é aquele que pratica o bem, convida os outros a Deus e proclama com firmeza de que ele é muçulmano (submisso a Deus).

Se um jovem, desde cedo, começar a cumprir com as suas obrigações religiosas,estará também moldando o seu carácter. Aprenderá a amar e a respeitar os seus pais, terá boas maneiras, será de trato afável e defensor da verdade. Entre outras ações generosas, auxiliará os mais necessitados e sentir-se-á disponível para o voluntariado.

Abdullah Bin Amr (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Alaihi Wassalam) disse: “O melhor entre vós, são aqueles que têm boas maneiras e um bom carácter”. Bukhari 56:759.

In Sha Allah, continua na próxima semana. Um bom dia de Juma 

Cumprimentos,

Abdul Rahmen Mangá

domingo, fevereiro 19, 2012

Os últimos dias de Vida do Rassulolah SAAS

Louvado seja Allah. Nós O louvamos, pedimos Sua ajuda e diretriz. Pedimos refúgio junto a Ele contra os malefícios das nossas almas e as maldades das nossas ações. Prestamos testemunho de que não há outra divindade além de Allah, Único, sem parceiros. Prestamos testemunho de que Mohammad é Seu servo e Mensageiro. Que Allah o abençoe e lhe dê paz, bem como a seus familiares, seus companheiros e seus seguidores até o Dia do Juízo Final.

O Rassulullah (S) retornou da Peregrinação de Despedida, e antes de seu falecimento por nove dias foi revelado o versículo do Alcorão Sagrado: "E temei o dia em que retornareis a Allah, e em que cada alma receberá o seu merecido, sem ser injustiçada" (2:281).

A dor começou se manifestar no Rassulullah (S). Ele expressou o desejo de visitar os mártires de Uhud. Quando lá chegou, ele parou perante seus túmulos e disse: "Que a paz esteja com vocês ó mártires de Uhud. Vocês foram primeiro e nós, com a anuência de Allah, iremos segui-los". No caminho de volta, o Rassulullah (S) chorou. Perguntaram-lhe: "O que lhe fez chorar, ó Rassulullah?" Ele respondeu: "Fiquei com saudade dos meus irmãos". Perguntaram-lhe: "Não somos nós seus irmãos?" Ele respondeu: "Não, vocês são os meus companheiros. Os meus irmãos são pessoas que virão depois de mim, acreditarão em mim sem me verem."

Três dias antes de falecer, a dor começou a aumentar, enquanto estava na casa de Maimuna. Ele pediu: "Reunem as minhas esposas." Quando se reuniram, o Profeta (S) pediu: "Permitam-me que eu trate da minha enfermidade na casa de Aicha?" Responderam: "Todas nós permitimos, ó Rassulullah". Ele tentou se levantar, mas não conseguiu. Ali Ibn Abi Tálib (R) e Al Fadhl Ibn Al Abbas (R) carregaram-no e o levaram do aposento de Maimuna para o aposento de Aicha. Os companheiros viram pela primeira vez o Profeta sendo carregado. Eles se reuniram e começaram se perguntar: "Que aconteceu ao Rassulullah?" As pessoas começaram lotar Mesquita. O Rassulullah (S) começou a suar cada vez mais. Aicha (R) disse: "Durante a minha vida nunca vi alguém suar tanto." Ele pegou a mão do Rassulullah (S) e esfregou o suor com a mão dele. (por que ela fez aquilo?

Aicha disse: "A mão do Rassulullah é mais suave e mais generosa do que a minha. Por isso a utilizei para remover o suor e não utilizei a minha (em respeito ao Profeta). Aicha continua: "Eu o ouvi dizer: 'Não há outra divindade além de Allah. A morte tem suas angústias. Não há outra divindade além de Allah. A morte tem suas angústias." As vozes na mesquita começaram a se elevar. O Profeta (S) perguntou: "O que é isso?" Aicha disse: "São as pessoas que estão preocupados consigo, ó Rassulullah." Ele disse: "Carregam-me." Ele tentou se levantar e não conseguiu. Eles derramaram sete vasilhas de água para o despertar. Eles carregaram o Profeta e o colocaram no púlpito.


Foi o último sermão do Rassulullah (S)


O último sermão do Rassulullah (S), as últimas palavras e a última prece dele foram: "Ó gente. Parece que estão preocupados comigo." Disseram: "Sim, ó Rassulullah." Ele continuou: "Ó gente, o seu encontro comigo não será nesse mundo. Será na cisterna, por Allah. É como se eu o estivesse vendo daqui. Ó gente, por Allah, não temo por vocês a pobreza, mas temo que se digladiem pelos atrativos do mundo, como fizeram os que antecederam a vocês, e perecem como eles pereceram." Então, disse: "Ó gente, devem cuidar da oração, devem cuidar da oração." Ele continuou repetindo a mesma frase muitas vezes. Então disse: "Ó gente, cuidem bem das mulheres, cuidem bem das mulheres." Disse. Ainda: "Ó gente, Allah deu a um servo o poder de escolha entre esse mundo e o que há com Allah. Ele escolheu o que há com Allah." Ninguém entendeu quem era o servo que ele citou. Era ele próprio. Allah lhe deu o poder de escolha. Ninguém entendeu a não ser Abu Bakr Assidik. Os companheiros costumavam fazer silêncio total quando o Rassulullah (S) estava falando. Quando Abu Bakr ouviu as palavras do Rassulullah, não conseguiu se segurar, e o seu choro se elevou. Do meio da mesquita ele cortou as palavras do Rassulullah e começou a dizer: "Nós o resgatamos com os nossos pais, ó Rassulullah, resgatamos com as nossas mães, com os nossos filhos, com as nossas esposas, com os nossos bens." Ele começou repetir aquilo. As pessoas ficaram olhando com censura para Abu Bakr por ter interrompido o sermão do Rassulullah. Ele disse: "Ó gente, eu retribui os favores que devia a todos vocês menos a Abu Bakr que não consegui fazê-lo. Deixei a sua retribuição a cargo de Allah, exaltado seja. Todas as portas da mesquita podem ser trancadas, menos a de Abu Bakr que nunca pode ser trancada."

Ele, então, começou a fazer prece por eles, dizendo: "Que Allah os observe, que Allah os proteja, que Allah os fortaleça, que Allah os apóie, que Allah os conserve." As suas palavras finais, antes de descer do púlpito, foram: "Ó gente, transmitam a minha saudação aos que me seguirão até o Dia da Ressurreição." Então, foi levado de volta para o seu aposento.

Abdel Rahman Ibn Abu Bakr foi visitá-lo e estava com um siwak na mão. O Profeta ficou olhando para ele sem poder lhe dizer que queria utilizar o siwak. Aicha disse: "Percebi, de seus olhares, que ele queria utilizar o siwak. Peguei-o da mão do homem e coloquei na minha boca para suavizá-lo e dei-o a ele. A minha saliva foi a última coisa que entrou na boca do Profeta." Ela continuou: "Foi da graça de meu Senhor para comigo que Ele reuniu a minha saliva e a saliva do Profeta antes dele falecer."

Então, a filha do Profeta, Fátima, entrou chorando. Ela chorou porque quando ela entrava no aposento do Rassulullah, ele se erguia e a beijava entre os olhos. Dessa vez, porém, ele não conseguiu se erguer. Ele lhe disse: "Chegue perto de mim, ó Fátima." Ele, então, cochichou-lhe no ouvido, o que a fez chorar. O Rassulullah lhe disse novamente: "Chegue perto de mim, ó Fátima." Então, cochichou-lhe novamente no ouvido. Ela, então, sorriu. Após o falecimento do Rassulullah (S) foi perguntado a Fátima o que o Profeta havia cochichado e ela chorou e o que ele cochichou que a fez rir? Ela respondeu: "A primeira vez ele me disse iria morrer naquela noite. Por isso, chorei. Quando me viu chorar, me disse que eu seria a primeira a segui-lo. Por isso, ri."

O Rassulullah pediu: "Me deixem sozinho." E disse: "Chega perto de mim, ó Aicha." Então, encostou-se no peito de sua esposa, Aicha. Ela disse: "Ele ergueu a mão para o alto e disse: "Prefiro a companhia do Elevadíssimo Companheiro. Prefiro a companhia do Elevadíssimo Companheiro." Ela compreendeu, pelas suas palavras, que estava sendo lhe dado o poder de escolha entre a vida terrena e a companhia do Elevadíssimo Companheiro.

O Anjo Gabriel foi ter com o Profeta e lhe disse: "O anjo da morte está à porta e pede licença para entrar. Ele não pede licença a ninguém antes de você." O Profeta deu autorização. O anjo da morte entrou e disse: "Que a paz esteja consigo, ó Rassulullah. Fui enviado por Allah para lhe dar o poder de escolha entre permanecer no mundo ou ir para junto de Allah." O Profeta respondeu: "Prefiro a companhia de Allah." O anjo da morte se postou perante a cabeça do Profeta (como fará em relação a todos nós) e disse: "Ó Alma pura, alma de Mohammad filho de Abdullah, saia para auferir a satisfação de Allah, de um Senhor satisfeito e não zangado."

Aicha conta: "A mão do Profeta caiu e a sua cabeça ficou mais pesada sobre o meu peito. Por isso, soube que ele havia morrido." Disse mais: "Não sabia o que fazer. Vi-me sair de meu aposento e entrar na mesquita onde estavam os companheiros. Disse que o Rassulullah havia morrido. A mesquita explodiu em choro. Ali Ibn Abi Tálib sentou pela terrível notícia. Osman esfregava as mãos como criança. Omar Ibn Al Khattab ameaçava matar quem dissesse que o Rassulullah havia morrido. Dizia que o Rassulullah havia ido encontrar-se com o seu Senhor, como o fez Moisés. A pessoa mais firme era Abu Bakr (R). Ele entrou no aposento do Profeta, abraçou-o e disse: "Ó meu amigo, ó meu irmão, ó meu pai", e beijou o Profeta, dizendo: "Puro durante a vida e puro mesmo morto." Abu Bakr saiu e disse para as pessoas: "Quem de vocês adorava a Mohammad, ele está morto. Quem adorava a Allah, que fique sabendo que Ele está Vivo e não morre." Então, saí à procura de um local para ficar sozinha e chorar.

Esse foi o final. Quem ouviu essa narrativa e sentiu o amor pelo Profeta, ele deve cumprir quatro exigências:

1. Evocar muita paz e graça de Allah para o Profeta. Que Allah o abençoe e lhe dê paz e bênção, bem como a seus familiares e seus companheiros.

2. Visitar a sua cidade

3. Seguir o seu método, sua sunna

4. Estudar a sua biografia

Faz as quatro coisas e sentirá que o amor ao Profeta transforma o seu coração. Ele passará a ser mais amado para você do que o seu filho, os seus bens, a sua família, a mais querida de todas as pessoas.

Peço a Allah, abençoado e exaltado seja que nos faça reunir aos companheiros do Profeta (S) no Jardim do Eden.

Wassalamu Alikom Warahmatullahi wabarakátoh. 

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Omar Hussein Hallak

sábado, fevereiro 18, 2012

O ZAKAT

É um termo em árabe que não possui um equivalente no nosso idioma, por ter uma série de significados, dentre eles: crescer, aumentar e purificação. O Zakat foi ordenado por Deus no segundo ano da Hégira na cidade de Madina.

"E lhes foi ordenado que adorassem sinceramente a Deus, fossem monoteístas, observassem a oração e pagassem o Zakat; esta é a verdadeira religião." (Alcorão Sagrado98:5)

"Praticai a oração, pagai o Zakat e genuflecti, juntamente com os que genuflectem."(Alcorão Sagrado 2:43)

O Zakat fundamenta-se na tese de que o dinheiro, a riqueza e todos os bens materiais, pertencem, na verdade, a Deus. Deus é, portanto, o verdadeiro e o legítimo dono de tudo que existe no Universo.
"Seu é tudo o que existe nos céus, o que há na terra, o que há entre ambos, bem como o que existe sob a terra." (Alcorão Sagrado 20:6)

O dinheiro é uma dádiva de Deus que chega às nossas mãos como uma graça, uma bondade Divina e um favor, sendo o ser humano, dessa forma, apenas um depositário, um encarregado e um usuário destes bens, com os quais Deus nos agraciou.

"Crede em Deus e em Seu Mensageiro, e fazei caridade daquilo que Ele vos fez herdar. E aqueles que, dentre vós, crerem e fizerem caridade, obterão uma grande recompensa."(Alcorão Sagrado 57:7)

"Ele foi Quem vos designou legatários na terra e vos elevou uns sobre outros, em hierarquia, para testar-vos com tudo quanto vos agraciou. Teu Senhor é Destro no castigo, conquanto seja Indulgente, Misericordiosíssimo." (Alcorão Sagrado 6:165)

Logo, os bens materiais que dispomos deverão ser adquiridos, gastos e distribuídos da maneira pela qual Ele nos orientou. Dessa forma, o pagamento do Zakat é, antes de mais nada, uma forma de agradecimento a Deus por nos ter agraciado com esses bens.

"Suas são as chaves dos céus e da terra; prodigaliza e restringe a Sua graça a quem lhe apraz, porque é Onisciente." (Alcorão Sagrado 42:12)

O Islam também estabelece que o dinheiro de um muçulmano, seus bens e suas propriedades são patrimônio de toda a nação islâmica, pois estabeleceu a unidade da mesma através do seguinte versículo:

"E sabei que esta vossa comunidade é única, e que Eu sou o vosso Senhor. Temei-me, pois!" (Alcorão Sagrado 23:52)

Embora respeite a posse plena, garanta a legítima propriedade e resguarde todos os direitos daí decorrentes. O Zakat na realidade não é mais do que distribuir parte dos bens da nação Islâmica (representada pelos mais abastados) à mesma nação (representada pelos menos abastados), pois o Islam estabelece que todo muçulmano possuidor de uma posse dentro do limite estipulado para tal deve cumprir certas obrigações econômicas em benefício do bem comum.

O Zakat é um direito social do grupo junto ao indivíduo, não é um favor, mas um dever. Os bens de que dispomos não são apenas para serem gastos com o nosso próprio conforto e luxo.

"E em cujos bens há uma parcela intrínseca, Para o mendigo e o desafortunado." (Alcorão Sagrado 70:24-25)

Obriga-se a se pagar o Zakat sobre 4 categorias de bens: 1- Ouro, prata e dinheiro. 2- O comércio. 3- O que sai da terra como grãos e frutos. 4- Sobre os rebanhos dos animais como carneiros, camelos e gado.

O índice do Zakat varia de acordo com os bens citados acima, mas no geral corresponde a 2,5%7. E se paga o Zakat uma vez ao ano com exceção do Zakat sobre grãos e frutos que se paga a cada colheita.

O Zakat, dentro do conceito da jurisprudência Islâmica, significa a obrigatoriedade de todo muçulmano que tenha atingido a puberdade, seja livre e goze de plenas faculdades mentais e cujas condições financeiras estejam dentro ou acima do teto (nissab) especificado, que é o equivalente à 85g de ouro ou 595g de prata, retirar o correspondente a 2,5% do montante não movimentado durante 1 ano, após saldadas todas as dívidas e satisfeitas todas as necessidades indispensáveis do seu proprietário e da sua família, a distribuir aos seus legítimos beneficiários que são descritos nesse versículo do Alcorão Sagrado:

"As esmolas (do Zakat) são tão somente para os pobres, para os necessitados, para os funcionários empregados em sua administração, para aqueles cujos corações têm de ser conquistados, para a redenção dos escravos, para os endividados, para a causa de Deus e para o viajante; isso é um preceito emanado de Deus, porque é Sapiente, Prudentíssimo."(Alcorão Sagrado 9:60)

Que serão analisados abaixo:

1-Os muçulmanos pobres - São aqueles necessitados que não podem trabalhar ou não conseguem trabalho.
2-Os muçulmanos necessitados - O profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) caracterizou os necessitados dessa forma:
 
"Não é aquele que pede dos outros, satisfazendo-o um ou dois bocados, uma ou duas tâmaras."
 
Logo, o necessitado é aquela pessoa que não possui o necessário e não é lembrado para receber donativos e não procura pedir dos seus semelhantes. Ou seja, pode ser um chefe de família empregado, mas que o seu salário não dá para que ele satisfaça às necessidades da sua família, e por vergonha não sai por ai pedindo ajuda as pessoas.

3-Os coletores do Zakat (funcionários empregados em sua administração) - São as pessoas encarregadas de fazer a cobrança, a arrecadação e a distribuição do Zakat aos seus legítimos beneficiários. Logo, o seus salários são pagos com o dinheiro do Zakat. Isto só ocorre num Estado Islâmico que efetua esta cobrança, coleta e distribuição.
 
4-Os simpatizantes do Islam - São não muçulmanos que nutrem simpatia declarada pelo Islam ou recém convertidos ao Islam, que, em decorrência desta conversão, sofreram quaisquer dificuldades, como perda de bens, emprego etc..., lhes é dado do Zakat a fim de protegê-los.
 
5-Libertar escravos - É destinado o dinheiro do Zakat, a fim de se libertarem-se escravos ou prisioneiros de guerra.

6-Os endividados - São os muçulmanos que não dispõe de recursos para saldar as suas dívidas assumidas devido às pressões das necessidades.
 
7-Na causa de Deus - Abrange tudo que venha trazer benefício para os muçulmanos no campo social, econômico e religioso. Tanto aos interesses coletivos como públicos. Como por exemplo: construir escolas, hospitais beneficentes, mesquitas, bibliotecas, fornecer bolsas de estudos, investir em atividades de divulgação do Islam e etc.

8-Os viajantes muçulmanos - São aqueles muçulmanos que se encontram longe do seu domicílio, em um país estrangeiro por exemplo, e necessitam de ajuda para retornarem aos seus lares por terem ficado desprovidos de recursos que lhe possibilitem o retorno.
 
E dentro destas categorias, ao distribuirmos o Zakat nós devemos observar certas preferências. Por exemplo, caso tenhamos um muçulmano pobre e ao mesmo tempo enfermo ou inválido, é preferível dar-lhe do Zakat do que a um muçulmano pobre, mas apto a poder vir a ganhar alguma coisa.

É proibido destinar o Zakat para os nossos dependentes legais ou seja aquelas pessoas que temos a obrigação de sustentá-las caso não possuam meios para tal, como nossos pais, nossos filhos e nossa esposa.
 
Os detalhes quanto às percentagens, e ao método de distribuição e arrecadação, estão baseados na Sunna do profeta e na prática dos seus companheiros.

É obrigação do Estado Islâmico cumprir o seu papel fiscalizador, arrecadando o Zakat dos muçulmanos que atingiram o teto pré - estabelecido para tal, e fazer a sua distribuição para os seus legítimos beneficiários.
 
Dessa forma, ao ser distribuído o Zakat pelo Estado evita-se o constrangimento de quem o está recebendo, agora, na ausência de um Estado Islâmico que cumpra esse papel, essa obrigação recai sobre cada muçulmano, cabendo a ele a função de pagar e distribuí-lo diretamente aos legítimos beneficiários ou a instituições islâmicas ou mesquitas que se responsabilizem em fazer tais distribuições.

Ao fazermos a distribuição do Zakat diretamente às pessoas mais necessitadas, devemos ter o cuidado de não as humilharmos ou as ofendermos e seguirmos a recomendação de Deus

"Uma palavra cordial e uma indulgência são preferíveis à caridade seguida de agravos, porque Deus é, por si, Tolerante, Opulentíssimo." (Alcorão Sagrado 2:263)

O crente não deve cumprir a obrigação de se pagar o Zakat para satisfazer o seu orgulho ou alcançar fama, e sim terá que faze-lo o mais secretamente possível, para não se tornar vítima da hipocrisia ou da paixão pela vaidade, que anula todas as boas ações.

No entanto, se a revelação do nome da pessoa ou da quantia dada por ela, servir como uma forma de encorajar e estimular outras pessoas a pagarem o Zakat, este procedimento se torna louvável.

O Zakat deve ser distribuído na mesma localidade onde for arrecadado a fim de melhorar a situação dos menos favorecidos que ali residem.

Os diversos impostos que nós pagamos hoje em dia aos governos não substituem o pagamento do Zakat, pois este é um dever religioso.

Citaremos abaixo alguns benefícios do Zakat:
1º-O pagamento do Zakat por um lado, purifica o coração de quem o dá da avareza, da mesquinhez, do egoísmo e da sede de riqueza desenfreada e sem pudor.

E, por outro lado, purifica o coração daquela pessoa que a recebe da inveja, da cobiça e do ódio dos mais abastados. E por conseqüência, a sociedade, como um todo, purifica-se e se liberta do conflito de classes, da corrupção e de tantos outros males.
Além de imperar o amor, a felicidade, o bem estar e a cooperação entre ambas as partes. Que na verdade é a aspiração do Islam.
2º-O pagamento do Zakat purifica os nossos bens de algo que tenha sido incorporado a eles de forma ilícita, pois caso se tenha juntado algo ilícito no meio dos nossos bens e não se retirar a quantia do Zakat, os nossos bens se tornarão todos ilícitos.

Da mesma forma, se deixarmos de pagar o Zakat aquela parcela que deveria ser retirada e não foi, e que não é mais considerada como um bem nosso e sim um bem ilícito, pois legalmente já não nos pertence, é como se tivéssemos nos apossado de um bem alheio.

É como o exemplo de uma caixa de maçãs, onde tem uma maçã podre no meio das maçãs boas. Caso não se tire a maçã podre da caixa, após algum tempo todas as maçãs da caixa estarão podres. Também podemos fazer uma analogia com a poda das plantas, pois o corte equilibra e estimula novos crescimentos.

3º-O pagamento do Zakat é um instrumento eficaz de treinamento do espírito de responsabilidade social. Disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):

 "Não é homem de fé aquele que vai dormir saciado e se omite ficando indiferente mesmo sabendo que seu vizinho tem fome."

4º-O pagamento do Zakat reduz ao mínimo o sofrimento daqueles membros da sociedade menos favorecidos materialmente, aumentando assim o seu nível de bem estar, atuando também como instrumento de crescimento e estabilização econômica da sociedade.

Pois o pagamento do Zakat desencoraja fortemente os poupadores de entesourarem a manter os seus recursos parados fora do fluxo circular da renda, incentivando-os a empregarem seus recursos em algo produtivo, gerando com isso mais empregos. E promovendo com isso o fluxo de dinheiro dentro da sociedade. Dessa forma, o Zakat é mais efetivo do que a instituição capitalista dos juros. Disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) a esse respeito:

"Movimentem (no comércio) o dinheiro dos órfãos para que não seja corroído pelo Zakat."

 5º-A instituição do Zakat também é um meio de se garantir a segurança dentro da sociedade, pois a partir do momento que nós suprimos o básico em relação aos mais necessitados criamos uma harmonia dentro da sociedade.

6º-Com o pagamento do Zakat obtemos a multiplicação da recompensa como nos foi prometida por Deus.

 "O exemplo daqueles que gastam os seus bens pela causa de Deus é como o de um grão que produz sete espigas, contendo cada espiga cem grãos. Deus multiplica mais ainda a quem Lhe apraz, porque é Munificente, Sapientíssimo." (Alcorão Sagrado 2:261)

"Deus abomina a usura e multiplica a recompensa aos caritativos; Ele não aprecia nenhum incrédulo pecador." (Alcorão Sagrado 2:276)

7º- O pagamento do Zakat é um dos meios pelos quais podemos nos purificar dos nossos pecados e mal comportamentos.

"Recebe, de seus bens, uma caridade que os purifique e os santifique, e roga por eles, porque tua prece será seu consolo; em verdade, Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo." (Alcorão Sagrado 9:103)

Disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):

"A caridade (Zakat) apaga os pecados do mesmo modo que a água apaga o fogo."

 8º- O pagamento do Zakat é um dos motivos pelo qual obtemos a clemência de Deus.

"... e a Minha clemência abrange tudo, e a concederei aos tementes (a Deus) que pagam o Zakat, e crêem nos Nossos versículos." (Alcorão Sagrado 7:156)

O pagamento do Zakat contribui para o crescimento dos nossos bens.

"Dize-lhes: Em verdade, meu Senhor prodigaliza e restringe Sua graça a quem Lhe apraz, dentre os Seus servos. Tudo quanto distribuirdes em caridade Ele vo-lo restituirá, porque é o melhor dos agraciadores." (Alcorão Sagrado 34:39)

"Quanto emprestardes algo com usura, para que vos aumente (em bens), às expensas dos bens alheios, não aumentarão perante Deus; contudo, o que derdes em Zakat, anelando contemplar o Rosto de Deus (ser-vos-á aumentado). A estes, ser-lhes-á duplicada a recompensa." (Alcorão Sagrado 30:39)
E disse o profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):
"A caridade jamais diminui o patrimônio."

No Alcorão encontramos freqüentemente a menção do pagamento do Zakat no mesmo versículo que fala da observância da oração.
 
"Os fiéis que praticarem o bem, observarem a oração e pagarem o zakat, terão a sua recompensa no Senhor e não serão presas do temor, nem se atribularão." (Alcorão Sagrado2:277)

"Alef, Lam, Mim. Estes são os versículos do Livro da Sabedoria. Orientação e misericórdia para os benfeitores, Que observam a oração, pagam o zakat e estão persuadidos da outra vida. Estes são orientados por seu Senhor, e serão os bem-aventurados." (Alcorão Sagrado31:1-5)

Em função disso, o primeiro califa Abu Bakr combateu aqueles muçulmanos que se recusaram a pagar o Zakat após a morte do profeta, pois o recebimento e a sua distribuição não são tarefas individuais e sim responsabilidade da autoridade pública, que está incumbida de fazer cumprir a Lei islâmica, podendo intervir em nome da sociedade, para estabelecer e consolidar a instituição do Zakat, ainda que estes testemunhassem que eram muçulmanos e cumprissem as orações.

Pois ele disse que para ser um muçulmano não se pode seguir parte do Alcorão, aquilo que os interessa e deixar de seguir aquilo que não é dos seus interesses. Pois o Alcorão é um todo indivisível, e a partir do momento que se acredita ser a Palavra de Deus, ao deixarmos de seguir algo que ele nos ordena, por não estar de acordo com os nossos interesses, estamos nos colocando numa posição superior a Deus.

Logo, quem impedir o recolhimento do Zakat por negar sua obrigatoriedade, torna-se um descrente e quem impedir o recolhimento do Zakat por avareza, reconhecendo a sua obrigatoriedade, é um pecador, não deixando com isso de ser um muçulmano.

Citarei, agora, algumas implicações daqueles que não pagam o Zakat e impedem o seu recolhimento, conforme nos relata o Alcorão:

"Quanto àqueles que entesouram o ouro e a prata, e não os empregam na causa de Deus, anuncia-lhes (ó Muhammad) um doloroso castigo. '' (Alcorão Sagrado 9:34-35)

Temos relatos históricos que citam que em certos períodos da administração Islâmica, quando o Islam foi praticado integralmente, como na época do califa Omar Ibn Abd Al Aziz, não haver nenhuma pessoa dentre os beneficiários legais para receber o Zakat, pois a pobreza havia desaparecido do império Islâmico e as pessoas tinham o suficiente para satisfazer as suas necessidades básicas.
Assim, os bens recolhidos do Zakat eram depositados num fundo público ou tesouraria do Zakat, para que fossem utilizados em benefício público, como a construção de escolas, hospitais, pontes e etc. Isso demonstra que se a lei do zakat fôr corretamente aplicada, pode diminuir as necessidades dos cidadãos e enriquecer a tesouraria pública para que essa possa com o excedente aplicar em benefício público.
Isto também demonstra que a existência do Zakat não pressupõe necessariamente a existência de uma classe desfavorecida para recebê-la.
Deus, o Altíssimo, promete uma grande recompensa para aqueles que pagam o Zakat.

"Crede em Deus e em Seu Mensageiro, e fazei caridade daquilo que Ele vos fez herdar. E aqueles que, dentre vós, crerem e fizerem caridade, obterão uma grande recompensa."(Alcorão Sagrado 57:7)

"Por outra, o exemplo de quem gasta os seus bens espontaneamente, aspirando à complacência de Deus para fortalecer a sua alma, é como um pomar em uma colina que, ao cair a chuva, tem os seus frutos duplicados; quando a chuva não atinge, basta-lhe o orvalho. E Deus bem vê tudo quanto fazeis." (Alcorão Sagrado 2:265)

"É certo que prosperarão os fiéis, Que são humildes em suas orações. Que desdenham a vaidade Que são ativos em pagar o zakat." (Alcorão Sagrado 23:1-4)

Fonte:http://islamemlinha.com/index.php/artigos/5-pilares-do-islao/item/o-zakat