sábado, fevereiro 25, 2012

A L M A D I N A O CASAMENTO DAS VIÚVAS E DAS DIVORCIADAS

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 20.02.2012 

Casar é uma das necessidades básicas, e uma exigência do Ser Humano. E se se tenta travar essa exigência natural, ou se tenta evitá-la, a consequência daí resultante, em muitos casos será a propagação e envolvimento em muitos tipos de pecados e imoralidades. 

O casamento é o único meio legal de satisfazer, da melhor forma, uma exigência necessária da natureza humana. Se se criarem impedimentos na satisfação desse meio lícito, o resultado infalível será o surgimento de desvios, e da vontade de se procurarem meios ilícitos, o que contribuirá para a degradação da sociedade. Por isso o Isslam, sendo uma religião natural, tomou em consideração essa natureza humana e declarou o casamento um ato de adoração, defendendo que quem se casa, completa uma metade da sua fé. (Mishkát) 

Certa vez o Profeta Muhammad, S.A.W. estando numa congregação, disse: “É pobre aquele que não tem mulher”. Os seus discípulos perguntaram: “Ainda que ele seja rico”? O Profeta responde ”Sim, ainda que ele seja rico”! 

A seguir o Profeta disse: A mulher que não tem marido é pobre”. Os seus discípulos voltaram a perguntar: “Ainda que ela seja detentora de imensa riqueza”? O Profeta respondeu: “Sim, ela é pobre, ainda que seja detentora de imensa riqueza”! (Jam’ul Fawáia) 

Isso demonstra como o Isslam atribui importância ao casamento e proíbe que as pessoas adotem uma vida solitária, encorajando os laços matrimoniais para que na sociedade não haja qualquer desvio e desequilíbrio, e se consiga passar uma vida tranquila através do casamento, salvaguardando-se assim a castidade. 

Qualquer homem religioso quando pensa em casar-se, procura na mulher que deseja desposar, quatro coisas: beleza, riqueza, religiosidade e filiação familiar prestigiada. O Isslam aconselha-nos a dar prioridade à religiosidade na escolha da mulher. 

É desejável que seja uma donzela, e da mesma faixa etária do homem, mas por outro lado, o Isslam encoraja-nos a despojarmos as viúvas e as divorciadas, considerando essa prática um ato altamente virtuoso, sob o ponto de vista religioso. E encoraja a sociedade a promover casamentos de viúvas e divorciadas. 

Nenhuma mulher deseja ser viúva ou divorciada, mas as coisas na vida vão acontecendo independentemente da nossa vontade. E porque a vida não acaba aí, temos é que olhar para frente. 

Consta no Al-Qur’án, Cap. 2, Vers. 32: “E tratai do casamento dos solitários (viúvos/as, divorciados/as) de entre vós......Se são pobres, Deus os enriquecerá com a Sua graça, porque Deus tem imensos recursos, sabe tudo”. 

E, dirigindo-se aos tutores das mulheres divorciadas, Deus diz no Cap. 2, Vers. 232 do Al-Qur’án: 

E quando tiveres divorciado as (vossas) mulheres e elas tiverem completado o seu termo fixo (iddah), não as impeçais de casar com os seus (antigos) maridos, se ambos concordarem (mutuamente) de uma maneira honrável”. 

E o Profeta Muhammad S.A.W. disse: “Quem se esforça em prestar apoio à viúva e ao pobre, é como aquele que está empenhado no caminho de Deus. É como aquele que jejua durante o dia e ora (faz swalaat) durante a noite”. (Al-Bukhari) 

É devido a esses motivos que o próprio Profeta e seus companheiros desposaram viúvas e divorciadas. Todas as esposas do Profeta, excepto uma, eram viúvas. 

Em algumas culturas por esse Mundo fora, por exemplo, na Índia, acha-se vergonhoso desposar viúvas, mas o Isslam é contrário a essa posição. 

Hoje em dia existem nas nossas sociedades isslâmicas muitas viúvas e divorciadas, que infelizmente são obrigadas a passar o resto das suas vidas na desgraça e solidão, tal como as mulheres não muçulmanas, pois apesar de se lhes fazerem boas propostas de casamento, já que há homens interessados em desposá-las, mas porque elas também foram influenciadas por outros costumes, recusam-se pensando ser vergonhoso e indigno para elas voltarem a casar-se. 

Isslamicamente não há diferença entre uma donzela e uma viúva ou divorciada, pois todas elas têm as mesmas necessidades aliás, em alguns aspectos há maior importância no casamento da viúva do que no da donzela. 

Por isso devemos encorajar as viúvas e as divorciadas a casarem-se, pois isso foi prática (sunnat) do nosso Profeta Muhammad S.A.W., sendo um meio de se alcançarem grandes recompensas da parte de Deus. É também um motivo para a viúva ou divorciada passar o resto da sua vida com honra e respeito. 

Todavia, nisso deve-se tomar em consideração tanto a sua idade como a dos homens. Por isso os juristas defendem que nunca se deve fazer casar uma menina jovem, mesmo que seja viúva ou divorciada, com um homem de idade já avançada, pois devido à diferença de idades, a relação é susceptível de conhecer derrapagens conjugais devido a alguns desequilíbrios de ordem sexual e até mesmo no companheirismo. 

Os homens que tenham ultrapassado os 50 anos de idade e que queiram casar-se, é recomendável que desposem viúvas ou divorciadas da mesma faixa etária, pois assim a relação fica mais facilitada e compatível, sendo um passo para o cultivo e desenvolvimento do amor e companheirismo. 

A mulher é mãe, esposa e irmã, pelo que deve ser valorizada e não explorada no prazer, recorrendo-se à imagens do seu corpo nu, tratando-as como simples objecto de prazer sexual. 

Há muitas mulheres viúvas e divorciadas que vivem abaixo do nível de pobreza, pois perderam o seu ganha pão. Porque razão as muitas organizações que reivindicam a defesa dos direitos da mulher não assumem a responsabilidade do seu sustento, se de facto são verdadeiras nas suas reivindicações? 

Muitos dos que reivindicam a defesa dos direitos da mulher não são sinceros, pois o que querem é usá-la para sua satisfação sexual, tirando assim proveito dessa bela criatura de Deus. 

Os casamentos devem ser facilitados, e quando se tratar de viúvas e divorciadas, deve-se dar ainda mais importância e facilidade. 

Infelizmente, por se criarem barreiras, existem hoje nas sociedades isslâmicas muitas mulheres viúvas e divorciadas, numa longa espera nas casas dos seus pais, reprimindo desejos e esperanças contidos nos seus peitos, passando dias e noites a relegar a sua vida ao destino, sem que ninguém tenha a coragem de resolver a principal questão da sua vida: arranjar parceiros de vida para elas. 

Nesses casos, se a mulher viúva ou divorciada não tiver uma educação moral sólida, é susceptível de se deixar cair na tentação satânica, e tornar-se em propriedade pública. 

A satisfação sexual também é uma necessidade, assim como o é a necessidade alimentar. 

Por isso o Isslam é contrário ao celibato, condenando todo aquele que na sociedade vive sem companheiro/a.

Um comentário:

Danielle disse...

Muito bem explicado sou viuva 38 anos e sofro com falta de casamento