quarta-feira, outubro 13, 2010

Biografia do Profeta Muhammad (s) Parte 7‏

A Conquista Pacifica de Macca.


Ramadan Ano 8.

Quando Deus pretende que qualquer coisa seja realizada, prepara o seu terreno afastando todos os impedimentos. O profeta sabia que não era possível subjugar os árabes enquanto não subjugasse os coraixitas que tinham a honra de serem os guardiões da Kaaba. E não era possível subjugar os países árabes enquanto não subjugasse Macca o centro de toda Arabia, por isso o profeta sempre teve o desejo de conquistá-la. Mas como havia um acordo entre ele e os coraixitas assinado em Hudaibiya, com duração de 10 anos, ele sempre foi fiel aos acordos e por conseguinte, não podia transgredir. Mas por outro lado os coraixitas pensaram que , depois da campanha de Muta, a força dos muçulmanos foi destruída, e a dignidade e o temor que no passado eles imprimiram-nos outros, já desaparecera. Eles julgaram que agora podiam atacar os muçulmanos porque estes seriam incapazes de se defender, ou de contra-atacar. E neste contexto que eles violaram o tratado de Hudaibiya.

Naquele tratado de paz existia uma clausula que dizia: Qualquer das tribos podia aliar-se com quem quisesse (com crentes ou descrentes), e essas automaticamente seriam abrangidas pelo pacto. Então Banu Khuza e Banu Bakr, que eram duas tribos rivais decidiram por suas inimizades de parte e aliaram-se, uma para cada lado, e assim serem abrangidos pelo tratado. Assim Banu khuza aliou-se aos muçulmanos, e Banu Bakr aos coraixitas, pondo fim a suas hostilidades. Todavia depois de algum tempo, um dos homens de Banu Bakr, levantou-se perante um homem de Banu Khuza e começou a cantar musica ofensiva ao profeta como ato de provocação. O homem de Banu Khuza quando ouviu, bateu-lhe, e isso ressuscitou a inimizade do passado que existia entre esses dois povos. Então os Banu Bakr prepararam-se para lutar contra os Banu Khuza. Os coraixitas que pensavam que o poder dos muçulmanos estava esmigalhado, ao invés de impedir-los de lutarem, os reforçaram com armamento e homens. Dentre os coraixitas, ikrimah Bin Abi Jahal, Safwan Bin Umaya, Suhail Bin Amr participaram ativamente no ataque contra os Banu Khuza. Eles eram considerado lideres dos coraixitas. Atacaram de surpresa a tribo de banu Khuza, a noite, quando todos estavam dormindo e massacraram muitos muçulmanos e ainda entraram nas casas de outros pilhando tudo. Muitos dos homens pertencentes a Khuza, refugiaram-se no Haram.

Os Banu Bakr ao vê-los no Haram, hesitaram em prosseguir a matança porque tinham noção da santidade do Haram, mas depois o seu líder Naufal disse:”Esta é uma oportunidade única”. Assim continuaram a matança dos Banu Khuza mesmo dentro dos limites do Haram. Estes, devido a isso, enviaram uma delegação, Amr Bin Salim e mais 40 homens, para ir ter com o Profeta (s) em Madina e informaram ao profeta sobre o ocorrido. Quando chegaram, o Profeta (S) estava orando na mesquita, e ouviu as seguintes palavras de fora da mesquita em forma de poesia:

“O Deus eu vim a Muhammad para recordar

o tratado que liga a nós com a antiga família dele.

O mensageiro de Deus Ajuda-nos,

e chama aos servos de deus para este objetivo (todos virão para ajudar)”.

O Profeta (s) ao ouvir a queixa deles ficou bastante triste e prometeu-lhes a ajuda, uma obrigação na base do tratado. Depois da delegação de Khuza já ter regressado a Macca, o Profeta Mandou um enviado seu com três condições para os coraixitas aceitarem uma delas:

1- Pagarem indenização por todos aqueles que foram mortos injustamente

2- Ou desistirem de ajudar Banu Bakr

3- Ou emitirem uma proclamação dizendo que o tratado foi dissolvido.

Os coraixitas só aceitaram a ultima, mas como isso implicava-os diretamente a culpa de violação. Eles arrependeram-se ao saberem da conseqüência possível que isso traria e enviaram Abu Sufiyan a Madina para renovar o tratado de Hudaibiya.

Abu Sufiyan em Madina e a Falha da sua Missão

Abu Sufiyan chegou em Madina, e foi a casa de Um Habiba, sua filha e esposa do Profeta (s), e quis sentar sobre o tapete onde o Profeta costumava sentar-se. A filha enrolou rapidamente o tapete e tirou-o dali, para o pai não se sentar nele. O pai, sentindo-se ofendido por essa atitude, perguntou a filha:” O minha filha, tu achas o teu pai indigno desse tapete, ou será que o tapete é indigno de teu pai?” A filha respondeu: “O tapete pertence ao profeta Muhammad (s), e tu, sendo um adorador de ídolos ès imundo, não mereces sentar nele”. O pai disse: “ O filha de certo que algum infortúnio aconteceu trazendo desordem na tua mente, desde o dia em que nos deixastes”. Por ter sido recebido daquela forma, apercebeu-se logo que ai não havia esperança nenhuma. Saiu e foi ter com o Profeta (s) na mesquita, expondo-lhe o objetivo que o levara ate lá. Mas daí também não teve resposta satisfatória. Então saiu e foi ter com Abu Bakr (r) para este interceder perante o Profeta (s), mas Abu Bakr recusou-se a fazê-lo. Então foi ter com Omar (r) que rejeitou com dura repreensão, dizendo: “ Tu esperas que eu intervenha perante o Mensageiro de Deus (s) a teu favor? Por Deus, mesmo que nada me reste exceto a areia do deserto eu lutarei contra vós”. Daí Abu Sufiyan foi ter com Ali e Fatima (filha do profeta) (r), mas ai também não teve êxito porque ninguém tinha coragem de falar nisso ao Profeta(s).

Quando Abu Sufiyan viu que todas as portas estavam fechadas a sua frente foi ter com Ali (r) pedindo uma opinião. Ali escarneceu dele, e ele caiu na teia, quando lhe disse: “Tú próprio ès o chefe de Banu Kinana (homens de Macca), vai para a mesquita e proclama sob a tua autoridade que estas a renovar (prorrogar) o tratado”. O que ele fez. Depois saiu dali, montou seu cavalo e foi-se embora para Macca. Quando chegou contou o ocorrido. Os coraixitas fartaram-se de tanto rir dele, e disseram-lhe: “ Ali zombou de ti! Ai de ti, tu só serves para ser escarnecido, alguma vez vistes tratados renovados dessa forma?” Abu Sufiyan ficou envergonhado por essa sua atitude.

O Profeta (s) prepara-se para a conquista de Macca

Depois do regresso de Abu Sufiyan, o profeta ordenou aos muçulmanos para se prepararem para a guerra e informou a seus aliados para se juntarem a ele dizendo-lhes: “ Aquele que acredita em Deus e no ultimo dia, que esteja presente no mês de Ramadan em Madina”. E assim apareceu uma grande multidão.

O Profeta informou a seus ministro Abu Bakr e alguns mais o rumo da sua campanha. Abu Bakr perguntou ao Profeta (s): “ Ó Profeta, afinal não há tratado de paz entre ti e Coraix? “Sim” respondeu o Profeta (s), “Mas eles traíram e violaram o acordo”.

O Profeta, como habitualmente, manteve em segredo máximo os planos e o rumo da tropa. Ele fez isso para surpreender os descrentes de Macca, e para não haver derramamento de sangue no recinto de Macca, subjugá-los sem atingir ou violar a santidade de Macca. Mas houve um dos crentes, pioneiro no Islam que tinha participado da batalha de Badr, chamado Hatib Ibn Abi Baltáa, que sabia dos planos do Profeta (s). Então ele escreveu uma carta para os coraixitas de Macca, informando-os da intenção do profeta (s), e enviou a carta com uma escrava sua chamada Sarah. O Profeta (s) foi informado sobre isso por Allah, então enviou Ali, Zubair e Mikdad para irem ao encontro dessa escrava e trazerem a carta. O Profeta (s) indicou-lhes o local onde apanhariam essa mulher: “Raudhat Khakh”. Estes três homens, enviados pelo Profeta (s), chegaram ao local indicado e apanharam a escrava. Revistaram a sua bagagem mas sem sucesso então disseram-lhe: Tira e entrega-nos a carta! A escrava respondeu :”Eu não tenho carta nenhuma”. Eles ameaçaram-na: “Entrega-nos a carta ou então revistar-te-emos o corpo todo”. Ela vendo que não tinha outra alternativa perante a exigência deles, tirou a carta do meio dos cabelos e a entregou. Seus companheiros teriam abandonado a busca se não fosse a confiança de Ali (r) em que o Profeta (s) de Deus não pode ser mal informado. A escrava e a carta foram levadas perante o Profeta (s). Quando abriram a carta viram que era de Hatib, o Profeta (s) o chamou e perguntou-lhe: “ O que é isto, ó Hatib?” Ele confessando ter enviado a carta, respondeu: “Como eu tenho familiares em Macca, quis fazer um favor aos coraixitas informando-lhes do ataque dos muçulmanos, para que em troca, eles sintam que me devem esse favor e assim não prejudicarem a minha família, pois eles não tem quem os proteja. Não fiz isso por traição a minha religião islâmica, nem por gostar da descrença depois de já estar no Islam”. O Profeta (s) disse que ele falou a verdade e perdoou-o. Omar (r) que estava presente impacientou-se e disse: “ O Profeta, permita-me que eu corte o pescoço deste hipócrita”. O Profeta (s) respondeu: “ O Omar, ele participou da batalha de Badr. E quem sabe, talvez Deus olha-se favoravelmente para todos aqueles que participaram naquela batalha dizendo-lhes: Fazei o que desejares, porque já fostes perdoados”, uma vez que Deus reconheceu o grande mérito deles, e foi nessa altura que Deus revelou o seguinte versículo:

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.

Ó fiéis, não tomeis por confidentes os Meus e os vossos inimigos, demonstrando-lhes afeto, posto que renegam tudo quanto vos chegou da verdade, e expulsam (de Makka) tanto o Mensageiro, como vós mesmos, porque credes em Deus, vosso Senhor! Quando sairdes para combater pela Minha causa, procurando a Minha complacência (não os tomeis por confidentes), confiando-lhes as vossas intimidades, porque Eu, melhor do que ninguém, sei tudo quanto ocultais, e tudo quanto manifestais. Em verdade, quem de vós assim proceder, desviar-se-á da verdadeira senda.

Se lograssem tirar o melhor de vós, mostrar-se-iam vossos inimigos, estenderiam as mãos e as línguas contra vós, desejando fazer-vos rejeitar a fé.

De nada vos valerão os vossos parentes ou os vossos filhos, no Dia da Ressurreição. Ele vos separará; sabei que Deus bem vê tudo quanto fazeis.

Tivestes um excelente exemplo em Abraão e naqueles que o seguiram, quando disseram ao seu povo: Em verdade, não somos responsáveis por vossos atos e por tudo quando adorais, em lugar de Deus, Renegamos-vos e iniciar-se-á inimizade e um ódio duradouros entre nós e vós, a menos que creiais unicamente em Deus! Todavia, as palavras de Abraão para o pai: - Implorai o perdão para ti, embora nada venha a obter de Deus em teu favor – foram uma exceção. (Dizei, ó crentes): Ó Senhor nosso, a Ti nos encomendamos e a Ti nos voltamos contritos, porque para Ti será o retorno; (cap 60)

Entrada do profeta em Macca

O Profeta (s) não se esqueceu da sua saída de Macca, anos atrás, perseguido.

Quando ele estava a entrar, com toda aquela majestade e grande multidão de combatentes a acompanhá-lo, lembrou-se disso e prestou gratidão a Deus repetidamente e até deitou lágrimas. Mesmo com Abu Sufiyan já convertido ao Islam ele não deixou tomar medida de precaução na sua entrada em Macca, sabendo que a vitória é uma dádiva de Deus, mas Deus só a concede para quem se prepara para isso na plenitude. O Profeta (s) chegou a Dhu- Tuwa,de onde se vê Macca e daí ele quis entrar vitoriosamente sem derramamento de sangue. Aí ele prestou gratidão a Deus, o poderoso, por esta vitória. Ele prostrou-se profundamente e depois dividiu a sua tropa em quatro divisões e deu-lhes ordens restritas para não lutarem e não derramarem sangue, a não ser que sejam forçados a isso.

A 1º Divisão, chefiada por Zubair Bin Awwan, responsável pelo flanco esquerdo, foi ordenada a entrar em Macca pelo norte.

A 2º Divisão, chefiada por Khalid Bin Walid, responsável pelo flanco direito, foi ordenada a entrar em Macca pelo flanco sul da cidade, do lado de Kadi.

A 3º Divisão, chefiada por Saad Bin Ubadah, composta pelos Ansar (naturais de Madina), foi ordenada a entrar em Macca pelo flanco oeste.

A 4º Divisão, chefiada por Abu Obaidah In Al-jarrah, composta pelo Mujajerin, em que estava o profeta Mohamad (s), também entrariam pela parte norte,perto do Jabal (monte) Hind.

Quando quatro divisões estavam prestes a marchar, o Profeta (s) ouviu Saád Bin Ubadan a dizer: “Não! Saad errou hoje é dia em que Deus engrandecerá Caaba,” e depois afastou Saad Bin Ubadah do posto de chefe e colocou em seu lugar seu filho, Kais. O Profeta (s) tomou esta medida porque, depois de ouvir isso, se deixasse continuar Saad Bin Ubadah no seu posto, decerto que esse comandante violaria o ordem do Profeta (s) de não derramar sangue no recinto de Macca.

Todas as divisões entraram em Macca pelos seus respectivos flancos, sem qualquer problema, exceto Khalid Bin Walid, que entrava pela parte sul da cidade, habitada por homens mais hostis dentre os coraixitas. Muitos dentre eles foram os que tinham atacados a tribo Khuzáa e violado o tratado de Hudaibiya. Mesmo depois do apelo de Abu Sufiyan, seu chefe, eles queriam impedir a entrada e prepararam-se para a batalha, liderados por Safwan, Suhail e Ikrimah Bin Abu Jahal. Quando a tropa de Khalid entrou na zona deles, os arqueiros, sem hesitação, atacaram, lançando setas contra eles a partir das rochas de Jabal Al-Khandama. Três homens dos muçulmanos foram mortos, nomeadamente Kurz Bin Achar e Salma Bin Almailá. Por essa razão, Khalid teve forçosamente que defender e atacando-os matou logo treze dos inimigos. Durante os encontros alguns fugiram para Caaba e outros para a direção do mar; em seguida Khalid continuou a sua marcha. O Profeta (s), nessa altura, já tinha chegado ao topo de Al-Hojun. Daí ele vira as espadas a brilhar e então perguntou: “O que é isto? Eu não vos tinha proibido toda a guerra?” Ele enviou logo um Ansar para ir chamar Khalid Bin Walid. Quando este chegou, o Profeta (s) perguntou-lhe o que se passara, e Khalid respondeu: “O inimigo agrediu-nos. Eu tentei evitar o máximo mas, em defesa, tivemos que responder e Deus concedeu-nos a vitória”. Então o Profeta (s) disse: “Aconteceu o que Deus queria”. O Profeta (s) já estava a preparar a sua entrada na cidade e assim a profecia da Bíblia vinha a ser cumprida:

“2 – Disse, pois o Senhor veio de Sinai e lhes subiu de seir, resplandeceu desde o monte Paran (ou Faran, antigo nome de Macca) e veio com dez milhares de Santos à sua direita, havia para eles o fogo da Lei”. Deuteronômio,33,2. O Profeta (s) não teve oposição nenhuma em sua entrada. Entrou montado no Al-Káswa (a sua camela), vestido de escarlate. Todavia, caminhava lentamente, pois os seus movimentos eram impedidos pela imensa multidão que se apinhava ao seu redor, consigo na mesma camela estava também montado Ussama Bin Zaid.

Ele entrou em Macca na manhã de uma sexta-feira, dia vinte do mês de Ramadan e mandou colocar a sua tenda em “Al-Hojun”. Estavam lá Umm Salma e Maimuna (suas esposas) que perguntaram ao Profeta se não queria descansar na sua casa antiga. “Não!” Respondeu o Profeta (s). “Eles não deixaram nenhuma casa para mim em Macca.” Ele descansou na sua tenda. O Profeta (s) recordou-se dos dias passados, quando começou a sua missão e quando era perseguido, sem qualquer apoio aparente. Deus prometeu-lhe dizendo:

“Na verdade, aquele que tornou obrigatório para ti o Alcorão (a sua recitação, transmissão e prática) far-te-á voltar para o primeiro lugar (Macca), terra natal, terra de origem. Cap. 28, versículo 85

Aqui, neste versículo, trata-se de mais um milagre do Alcorão.

Deus diz de antemão: “Esses que te obrigaram a abandonar a tua terra natal e cuja separação te aflige, tenha calma, porque aquele que tornou o Alcorão obrigatório para ti (a sua recitação, transmissão e prática) far-te-à chegar à tua terra natal. Nessa altura tu estarás livre, vitorioso e com autoridade”. Este versículo foi revelado quando o Profeta (s) estava a emigrar forçosamente para Madina.

Portanto, a promessa de Deus foi cumprida neste mundo mas ainda estavam para seguir o cumprimento de muitas outras promessas, noutro mundo, assim como Deus disse logo no início ao Profeta (s).

“Com efeito, a outra vida é muito melhor para ti do que a vida mundana (presente) e em breve o teu Senhor há-de-dar-te muitas graças e favores na outra vida, de maneira que fiques satisfeito”. Cap. 93, versículo 4-5

Aqui o Profeta (s) agradeceu prostrando-se, com os olhos cheios de lágrimas. Sabia que Deus é que era a verdade absoluta e o resto é uma pura ilusão.

A seguir o Profeta (s) levantou-se, montou a sua camela e entrou no Haram, cumpriu o Tawaf (circundou) e tocou à pedra negra com o seu cajado (bengala), reconhecendo-a como relíquia sagrada. Depois de acabar o Tawaf, chamou Osman Bin Tal-a, o guardião da Caaba, para abrir a porta da Caaba. Mas este recusou-se; então, Ali arrancou-lhe as chaves das mãos. Aí, o Profeta (s), por ordem de Deus, mandou devolvê-las ao vetusto funcionário e assim conquistou-o, com a sua bondade, tanto que não só as portas lhe foram abertas mas ele mesmo reconheceu o Islam e depois foi mantido no seu cargo.

O Profeta (s) parou junto à porta, com as pessoas aglomeradas no local e fez o seguinte discurso:

“Não há outra divindade senão Deus, Ele não tem parceiro nenhum.

Cumpriu a Sua promessa, ajudou ao Seu servo e sozinho derrotou os confederados. Todo o orgulho, todos os costumes antigos da época da ignorância, de vingança, derramamento de sangue, reclamações (reivindicações nas contas de guerra feudal) estão abaixo dos meus pés (estão abolidas), nenhuma coisa fica, exceto a custódia da Caaba e o abastecimento de água aos peregrinos.

Ó vós, gentes de Coraix! Realmente Deus aboliu de vós todo o tipo de orgulho da época da ignorância e todo o orgulho à base da raça, linguagem ou descendência, porque todos os homens são descendência, porque todos os homens são descendentes de Adão e Adão foi criado a partir da terra”

E depois recitou:

“Ó humanos, em verdade nós criamos de um macho e de uma fêmea e vos dividimos em povos e tribos para que vos reconhecêsseis uns aos outros; na verdade o mais nobre de vós perante Deus é o mais piedoso (temente), na verdade Deus sabe e está informado”. Cap. 49, versículo 13

O grande favor que o Islam fez para humanidade, foi estabelecer a igualdade entre todos os humanos, seja qual for a raça. Este grande documento foi dirigido há mil e quatrocentos anos atrás, mas nem hoje nem no futuro alguém conseguirá apresentar melhor.

Os inimigos cegos são injustos. Eles que vejam este discurso de Mohamad (s) e leiam-no várias vezes. Será que Mohamad (s) está pedindo para os homens se rebaixarem perante Ele? Para lhe pagar imposto, taxa ou ameaçá-los com alguma punição no caso de desobediência? Declarou alguma lei marcial nas terras conquistadas? O objetivo da guerra de Mohamad (s) não era glória nacional nem para a expansão territorial, mas apenas para elevação do nome de Deus, eliminar a tirania que impedia o acesso de alguns ao caminho reto de Deus e acabar com injustiça; por isso, não era lógico ele eliminar uma tirania e implantar outra. Pode-se comparar algum rei, presidente ou conquistador com Mohamad (s) ? Pelo contrário, nos momentos mais importantes e decisivos, em que Deus lhe deu poder sobre os seus inimigos,Mohamad(s) perdoava-os e assim dava um lição de bondade a toda humanidade.O discurso não acaba aí.Como estava presente também os líderes coraixitas a escutar o discurso, os piores inimigos, que quiseram eliminar Mohamad (s) e o islamismo e tudo fizeram para conseguirem o seu objetivo, o Profeta (s) olhou para eles e perguntou :

“Ò grupo de coraixitas ! O que é que vocês acham que vou fazer convosco?” Eles responderam: “O bem, porque tu és um irmão nobre e filho de um irmão nobre”.

Então, o Profeta disse ; “Não há censura nenhuma contra vós. Levantai-vos, pois, e ide ; estais livres”.

Perdão com Poder

Perdoar é uma bela virtude quando a pessoa é poderosa. De fato, o espírito de Mohamad (s) era muito elevado, acima de todos os ódios e vinganças. Entre os coraixitas estavam os que conspiravam contra ele para o matar, os que abusaram, apedrejaram, perseguiram e aos seus companheiros, expulsaram de Macca, lutaram contra ele em Badr e Uhud, cercaram Madina na batalha da trincheira, instigaram outros árabes contra ele e que, mesmo agora, se tivessem o poder, mutilavam-no como fizeram ao seu tio Hamza em Uhud: mas agora estavam todos abaixo dos seus pés, e por outro lado os crentes `espera da ordem para os aniquilar totalmente. Mas Mohamad(s) foi de fato Mohamad (s). Não há par para ele no mundo. O coração ele estava totalmente livre de todo o tipo de injustiça, maldade, tirania e orgulho. Ele não prendeu ninguém, não impôs nenhuma penalidade, não utilizou força nenhuma mas apenas disse : “Ide, estais livres”. Até as casas dos Muhajerin que tinham sido confiscadas em Macca pelos descrentes e que agora poderiam ser retomadas, o Profeta(s) disse (aos Muhajerin) para as deixarem e perdoarem-nos. De fato, na há exemplo igual,nem personalidade que possa igualar a Mohamad(s). Estas qualidades só podem ser dum mensageiro de Deus. Reparem a outra face da imagem. No Novo Testamento, Lucas, cap.19, vers.27, Jesus diz : “E quando àqueles meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai-os diante de mim”. E no Antigo Testamento, I, Samuel 15,3 : “ Vai, pois, agora e feri a Amalac e destrói, totalmente, tudo o que tiver e não lhe perdoes, porém, matarás desde o homem até a mulher, desde os meninos até aos de mama, desde os bois até as ovelhas e desde os camelos até aos jumentos”. E no Josué 6, vers.20-24, consta :” E tudo quanto na cidade havia destruíram totalmente, ao fio da espada, desde o homem até a mulher, desde o menino até o velho e até ao boi e o gado miúdo e ao jumento...Porém, a cidade e tudo quanto havia nela, queimaram a fogo; tão-somente a prata e o ouro e os vasos de metal e de ferro deram para o tesouro da casa do Senhor”.

E muitos outros versículos iguais no Antigo Testamento. Agora a questão é : Qual é a religião de amor e tolerância? Judaísmo, cristianismo ou islamismo?

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Assalamo Alaikom WA WB,

Por: Omar Hussein Hallak

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