quinta-feira, setembro 09, 2021

Algazali - Máximas de Sabedoria do Islam

Estudo Introdutório

Aida Rámeza Hanania

A célebre sentença moderna que afirma a identidade entre meio e mensagem encontra aplicação com total propriedade no caso do Oriente com as máximas de sabedoria.

Valem aqui, para as máximas de sabedoria, as mesmas considerações que temos já feito alhures para seus irmãos, os provérbios. O sistema língua/forma de pensamento, para usar o conceito de Lohmann ( [1] ), com relação ao árabe, encontra, nessas sentenças, sua mais perfeita correspondência.

Em vez de longos e articulados discursos, a língua árabe (o pensamento árabe) expressa-se de modo muito mais natural e autêntico por rápidas sentenças de caráter incisivo, que atingem o íntimo do interlocutor por condensarem séculos (ou milênios...) de uma sabedoria mais do que humana.

Os ergo e os demonstrandum do Ocidente dão lugar ao qala (disse). "Disse Junaid...", "Disse Abu al-Qasim..." "Disse Hassan al-Basri..." não expressam uma adesão cega à autoridade de um sujeito particular, mas, à milenar voz da sabedoria que, por eles, fala. É a verdade das coisas que se deixa ver na trouvaille do dito. Este fato é apontado precisamente em uma das sentenças preferidas de Algazali: "Disse 'Ali ben Abi Talib: Não reconheças a verdade na boca das pessoas; antes, reconhece a verdade. E assim, poderás reconhecer quem diz a verdade".

Por detrás de cada sábio, a sabedoria. Sabedoria que, por sua vez, remete, de modo mais ou menos mediato, à sua Fonte: O Altíssimo. E a Seu enviado. E a Seu livro.

Algazali é um polêmico pensador muçulmano; um místico em constante e angustiada busca da união com Deus, como revela sua extensa obra. Por mais interessante e original que seja seu pensamento filosófico-teológico, interessa-nos, neste estudo, somente o Algazali fiel depositário de sua tradição.

Se as sentenças são uma constante nos autores árabes, em Algazali são especialmente importantes. Assim, quando surgiu a idéia, consubstanciada neste livro, de apresentar, em paralelo, as bases "medievais" de sabedoria sentencial do Ocidente e do Oriente (cabendo-me a edição de um contraponto árabe para os autores e sentenças de Defensor de Ligugé), Algazali pareceu-me o mais adequado.

Tanto no campo formal, quanto no conceitual, Algazali é um mestre na apresentação dos autores e sentenças mais representativos da alma islâmica. Procuramos preservar essa representatividade na seleção e na classificação temática das sentenças que escolhemos a partir do exame de diversas obras do autor.

Alguns dados biográficos. Abu Hamid Muhammad ibn Muhammad al-Ghazzali, conhecido simplesmente como Algazali (1058-1111), nasceu em Ghazal, na Pérsia. Iniciou sua educação em Tus, com um sufi, amigo de seu pai. Estudou Direito em Jarjan, transferindo-se depois para Nissapur, onde foi discípulo (1079-1085) de Abu-l-Maali al-Juwaym. Nessa época, passou por profunda crise de ceticismo, que descreve em seu Munqid. Atribuiu a uma iluminação divina, a superação dessa crise. Em 1091, é nomeado reitor da madrassa nizamyyah de Bagdad, com enorme êxito como professor, estudando intensamente o aristotelismo e o kalam. Em 1095, gravemente doente, sofre forte crise moral, que durou seis meses: deixa Bagdad e refugia-se em Damasco, onde se dedica plenamente ao sufismo (cujos excessos virá a criticar depois). Em 1097, vai a Jerusalém, aprofundando-se, cada vez mais, em seu ascetismo. Retorna a Bagdad, como pregador de vida espiritual e conclui sua obra Vivificação das ciências da religião e o Munqid.

As sentenças selecionadas procedem de autores e personagens clássicos do Islão, do Alcorão e dos hadiths ( [2] ). Nos dois últimos casos, são precedidas pelas fórmulas: "Disse o Profeta...", "Disse o Altíssimo..." ou "Diz o hadith...".

Após cada sentença, indica-se, por abreviaturas, como segue, a obra de Algazali ( [3] ) da qual ela procede: AW (Ayyuha al-walad - Ó filho); MQ (Al-Munqid min al-dalal - O salvador do descaminho); IU (`Ihya 'Ulum ad-dyn - Vivificação das ciências da religião); MA (Mishkat al-anwar - Tabernáculo das Luzes); DF (Ad-durra al-fakhira - A pedra preciosa); KM (Kitab al-mahabba...); HH (Kit b al halal wa al-haram) e KZ (o livro dos bons costumes em relação ao casamento, parte de `Ihya 'Ulum ad-dyn ).

Máximas de Sabedoria - Algazali  -(seleção, tradução e notas de ARH)

1. Servir a Deus

1. Disse o Profeta: "Quando um homem tem o espírito preocupado com o que não lhe compete, este é o sinal de que o Altíssimo abandonou seu servidor. Aquele que perde uma hora de sua vida em algo distinto do serviço de Deus para o qual foi criado, merece que Deus prolongue sua pena no dia do juízo. E aquele que chegue aos quarenta anos sem que suas boas ações ultrapassem as más, já pode se preparar para o fogo" (AW).


2. A vã erudição

2. Disse o Profeta: "O pior suplício no dia da Ressurreição será o do estudioso, que não aproveitou seu saber diante de Deus" (AW).

3. Disse Abu al-Qasim ( [4] ): "Os belos discursos foram vãos e as fórmulas eruditas provaram-se estéreis; nada nos foi útil, a não ser algumas prostrações, realizadas no meio da noite" (AW).

3. As boas obras

4. Disse o Altíssimo (LIII, 40): "Apenas seus próprios atos contarão ao homem" (AW).

5. Disse o Altíssimo (XVIII, 110): "Aquele que espera encontrar-se com seu Senhor, que pratique boas obras" (AW).

6. Disse o Altíssimo (XVIII, 107): "Os que crêem e praticam o bem, terão por morada eterna o paraíso, que não quererão trocar por nenhuma outra" (AW).

7. Disse o Altíssimo (XIX, 60-61): "Deixaram de orar para se abandonarem a suas inclinações pessoais. Um triste destino lhes está reservado. Exceção será feita àqueles que se arrependerem, acreditarem e praticarem boas ações. Entrarão no paraíso e não serão privados de nenhum de seus méritos" (AW).

8. Disse Hassan al-Basri ( [5] ): "No dia do juízo, dirá o Senhor a seus servos: `Entrai no Paraíso, vós que me adorais, por minha misericórdia; participai dele conforme vossas obras'" (AW).

9. Disse 'Ali: "Quem pensa que vai chegar ao Paraíso sem se esforçar, é um homem de desejos ineficazes; quem pensa chegar apenas com suas próprias forças, sem contar com a graça divina, é um presunçoso" (AW).

10. Disse o Altíssimo (LV, 60): "Não será o próprio bem a recompensa do bem?" (KM).

4. A palavra

11. Disse o Profeta (XIV, 24): "Deus propõe um mathal para a boa palavra: ela é comparável a uma boa árvore cuja raiz é sólida e sua ramagem toca o céu" (KM).

12. Disse o Profeta (XVIII, 109): "Se o mar fosse tinta para as palavras de meu Senhor, esgotar-se-ia o mar antes das palavras de meu Senhor, mesmo que a ele juntássemos outro mar de tinta" (KM).

13. Disse Ibn Mas'ud: "Tomai a luz do Alcorão e penetrai em seu sentido oculto: nele está a ciência dos princípios e dos fins" (KM).

5. A fé

14. Diz o hadith: "O Islão foi construído sobre cinco fundamentos: Atestar que não há outra divindade senão Deus e que Muhammad é o profeta de Deus; rezar; dar esmola; jejuar no mês de Ramadan e, para aqueles que têm possibilidade, fazer a peregrinação a Meca" (AW).

15. Diz o hadith: "A fé é, ao mesmo tempo, a palavra, a sinceridade e as obras" (AW).

16. Disse Ubayy Ibn Ka'b: "A luz do coração de quem crê é como a de um tabernáculo" (MA).

17. Diz o hadith: "A alma de quem crê é um pássaro que se alteia por sobre as árvores do Paraíso" (DF).

18. Disse o Profeta (XXXIX, 22): "Aquele, cujo coração Deus abriu ao Islão, acaso não se encontra numa luz vinda de seu Senhor?" (KM).

19. Disse o Profeta (LXXXIII, 21): "Os que estão próximos de Deus, dEle são testemunhas" (KM).

20. Disse Abu al-Darda': "A plenitude da fé está em suportar com paciência aquilo que ela impõe (hukm) e em sentir-se contente com o destino que ela reservou para ti" (KM).

6. Vaidade e humildade.

21. Disse Jesus no Evangelho ( [6] ): "Desde o momento em que o morto é colocado no caixão até que o depositem no sepulcro, Deus, em sua grandiosidade, faz-lhe quarenta interpelações. A primeira delas é: `Meu servo, durante muitos anos procuraste ficar bem aos olhos dos homens e, nem sequer por uma hora, cuidaste de ficar bem a meus olhos. Todos os dias olhava Eu para teu coração e te dizia: `Estás coberto de favores meus e aplicas-te a agradar aos outros?' Mas, estavas surdo e não ouvias'" (AW).

22. Disse 'Ali ben Abi Talib ( [7] ): Não reconheças a verdade na boca das pessoas; antes, reconhece a verdade. E assim, poderás reconhecer quem diz a verdade (MQ).

23. Disse o Profeta: "Õ Deus, não permitas que eu me encha de orgulho" (IU).

24. Disse Huthaifa, companheiro do Profeta: "Irmãos, busquem outro para guia de oração ou façam-na sem guia, porque eu começo a sentir-me vaidoso com este cargo" (IU).

25. Diz o hadith: "Ao que é humilde, Deus eleva; ao orgulhoso, Deus humilha. E aquele que se lembra incessantemente de Deus, Deus o ama" (KM).

7. A oração.

26. Disse o Altíssimo (LI,18): "Ora de noite" (XVII,81) e "Na madrugada, implora o perdão" (AW).

27 Disse o Profeta: "Três vozes são gratas a Deus: o canto do galo, a recitação do Alcorão e a voz dos que suplicam perdão de madrugada" (AW).

28. Disse Sufyan al-Thawri ( [8] ): "Deus criou um vento que sopra ao amanhecer, levando à presença do Rei soberano os pedidos de perdão e adhkár ( [9] ) (AW).

29. Disse o Profeta sobre Abdallah ben-'Umar ( [10] ): "Que graça este homem teria, se orasse de noite" (AW).

30. Disse Luqman ( [11] ): "Filho, não seja o galo mais consciencioso do que tu: ele já está de manhã desperto, enquanto tu dormes" (AW).

31. Disse Qatada: "Destacam-se entre as palavras do Altíssimo: `Aqueles que crêem, repouse seu coração no dhikr ( [12] ) de Deus, pois é somente no dhikr de Deus que seus corpos encontrarão repouso" (KM).

8. A tolice

32. Disse Jesus no Evangelho ( [13] ): "Impossível para mim não foi ressuscitar mortos, mas curar os néscios" (AW).

9. Retidão e sinceridade para com Deus

33. Disse o Profeta: Deus não olha para o exterior nem para vossas ações, mas sim para o coração e a intenção (AW).

34. Disse Abu Huraira: "O Profeta disse que, no dia da Ressurreição, três serão os primeiros a serem interrogados - de início, o homem culto, a quem se indagará sobre o uso que fez de seus conhecimentos. E ele responderá: `Fiz o possível para propagá-los'. Deus e os anjos, porém, dirão: `Falas com falsidade. Teu único propósito (e o atingiste!) era o de ser considerado sábio pelos outros'. O segundo será o rico a quem se indagará sobre suas riquezas. E ele responderá: `Dia e noite distribuí-as como esmola'. Deus e os anjos, porém, dirão: `Falas sem verdade. O que querias (e o conseguiste!) era simplesmente ser considerado generoso'. O terceiro será o mártir a quem também se indagará sobre seus atos. E ele responderá: `Õ Senhor, Tu ordenaste a jihad ( [14] ), e eu Te obedeci: caí em combate!'. Deus e os anjos, porém, repicarão: `Mentes. Teu objetivo (e o alcançaste!) era apenas o de ser louvado como herói'. E o Profeta concluiu: `Estes três serão os primeiros a serem lançados às chamas do Inferno'" (IU).

35. Disse Yaqub, o sufi: "Reto é quem oculta suas virtudes como se costuma ocultar os vícios" (IU).

36. Disse Junaid: "Há alguns servos de Deus que são sábios, que agem como sábios, que são sinceros em seu agir; a sinceridade, então, os leva à virtude" (IU).

37. Disse Ruyam: "Sincero é quem não atenta para a recompensa de suas ações: nem neste mundo, nem no outro" (IU).

10. O amor

38. Disse o Profeta: "Aqueles dentre vós, que tendes boa disposição e vos amais uns aos outros, afetuosa e ternamente, sois meus companheiros chegados" (IU).

39. Disse Rabi'a: "Não permita Deus que eu O sirva como um mau empregado, pensando só no salário; estou inundada pelo amor" (IU)

40. Disse Hassan al-Basri: "Aquele que conhece seu Senhor, ama-O; aquele que conhece este mundo terreno, desdenha-O" (KM).

41. Disse Junaid: "O sinal do amor é um ardor durável e assíduo que leva a buscar a paixão que enfraquece o corpo e não enfraquece o coração" (KM).

42. Disse Junaid: "Todo amor existe para ser correspondido; se a correspondência cessa, cessa também o amor" (KM)

11. O caminho para Deus

43. Disse o Profeta (II, 142): "Ele desencaminha quem Ele quer e orienta quem Ele quer" (MQ).

44. Diz o hadith: "Verdadeiramente, o desejo dos virtuosos é ter comunhão comigo e eu anseio por vê-los" (IU).

45. Diz o hadith: "A quem dá um passo em direção a Mim, Eu lhe estendo a mão" (IU).

46. Diz o hadith: "Não fosse pelos diabos que rondam seus corações, os homens teriam visto as glórias do Reino dos Céus" (IU).

47. Diz o hadith: "Ninguém dentre vós será um crente, a menos que ame, sobre todas as coisas, a Deus e a Seu enviado" (IU).

48. Disse o Altíssimo (LXI, 4): "Deus ama aqueles que cerram fileiras, como se fossem um sólido edifício, para lutar por Sua causa" (KM).

49. Diz o hadith: "Deus faz Sua morada na casa de seu servo, na medida em que Seu servo Lhe tenha preparado uma morada em sua alma" (KM).

12. Felicidade

50. Disse o Profeta: "A felicidade que ultrapassa todas as outras é uma longa vida transcorrida em obediência a Deus" (KM).

13. A vida eterna

51. Disse o Profeta (XXIX, 64): "Na morada do outro mundo é que está verdadeiramente a vida. Se eles soubessem..." (KM).

52. Disse Abu Sulayman al-Darani: "Se os servos de Deus não se desviam de Deus pelo medo do inferno e pela esperança do Paraíso, como pode este mundo desviá-los de Deus?" (KM).

53. Disse o Altíssimo (XVII, 21): "Há, na vida futura, categorias mais e menos elevadas e distinções" (KM).

54. Disseram Thawri e Bishr al-Hafi: "Não há aversão pela morte, senão para o cético, que duvida; pois, os por Ele amados, desejam reencontrar seu Amado" (KM).

14. Amizade, solidariedade e companhias

55. Disse o Profeta: "Deus, quando quer mostrar Sua bondade a uma pessoa, dá-lhe um bom amigo" (IU).

56. Disse o Profeta: "As almas são como soldados combatentes: da proximidade dos que se conhecem, surge a amizade; da distância dos que se desconhecem, a oposição" (KM).

57. Sahl disse: "Evitai a companhia de três tipos de pessoas: os tiranos, que se esquecem de Deus; os ulemás que praticam simulação e os sufis ignorantes" (IU).

58. Disse Ibn Mas'ud: "Se um homem (servo de Deus) foi morto no Oriente e outro, no Ocidente, se alegra, este é cúmplice do assassino" (KM).

59. Disse Abu Darr: "Quem se junta a certas pessoas, torna-se um deles" (HH).

15. A tribulação

60. Disse o Profeta: "Quando Deus ama a um de seus servos, envia-lhe tribulações. Se ele as suporta pacientemente, é favorecido. E enfrentá-las alegremente é sinal de que é eleito de Deus" (IU).

61. Disse o Profeta (IV,45): "Deus conhece bem vossos inimigos. Deus vos basta como protetor. Deus vos basta como defensor" (KM).

16. Grandeza de Deus

62. Disse o Profeta: "Deus tem setenta véus de luz e de trevas; se Ele os tirasse, as glórias fulgurantes de Sua face consumiriam todo aquele que fosse atingido por Seu olhar" (MA).

17. Avareza e usura

63. Disse o Profeta: "Ai daquele que é escravo do dinheiro; ai daquele que é escravo do ouro!" (MA).

64. Disse o Profeta: "Um dirham proveniente da usura é mais grave aos olhos de Deus que trinta adultérios cometidos entre os muçulmanos" (HH).

18. O arrependimento

65. Disse o Profeta: "Arrepender-se de um pecado é como não o ter cometido" (DF).

19. A justiça

66. Diz o hadith: "Deus disse: `A injustiça de um injusto não prevalecerá. Com efeito, se ela prevalecesse, Eu é que seria injusto'" (DF).

67. Disse o Profeta (VI, 164; XVII, 16 etc.): "Nenhuma alma pecadora arcará com o fardo de outra" (KZ).

20. Deveres e proibições

68. Disse Ibn Mas'ud: "A busca do conhecimento, disse o Profeta, é um dever de estrita obrigação para todo muçulmano" (HH).

69. Disse o Profeta: "Quando uma carne é alimentada do que é ilícito, ela não merece senão o fogo" (HH).

70. Disse o Profeta: "Quando alguém não se preocupa em saber por que meios adquire seus bens, Deus também não se preocupa em saber por qual dos caminhos Ele o fará entrar na fornalha" (HH).

71. Disse o Profeta: "Quem chega ao final do dia, cansado por ter procurado o lícito, passa a noite perdoado e, pela manhã, Deus está satisfeito com ele" (HH).

72. Disse o Profeta: "Quando alguém adquire bens em situação de pecado e, depois, os distribui como esmolas e gastos pelos caminhos de Deus, Ele reúne tudo em bloco para arremessar à fornalha" (HH).

73. Diz o hadith: "Há o que claramente é lícito e o que claramente é ilícito e, entre os dois, há casos duvidosos, ignorados por muitos. Guardar-se do duvidoso é preservar a honra e a religião incólumes; acolher o duvidoso equivale a fazer pastar seu rebanho à beira de um recinto reservado, a um passo de incorrer no proibido" (HH).

74. Disse Ibn Mas'udi: "Viveis num país onde os açougueiros são, em grande maioria, zoroastrianos: cuidai vós, pois, de distinguir entre animal puro e animal morto" (HH).

75. Disse o Profeta: "Não há, aos olhos de Deus, pecado maior que os de deixar os de sua casa na ignorância" (KZ).

21. A prática religiosa

76. Disse o Profeta: "A melhor parte de vossa prática religiosa é a probidade sensível" (HH).

77. Disse o Profeta: "Àquele que se apresenta diante de Deus, tendo praticado a probidade sensível, Deus dá a inteira recompensa do Islão" (HH).

78. Sahl at-Tustari disse: "Quatro condições devem ser observadas para que se atinja a verdadeira fé: cumprir os deveres de estrita obrigação, conforme a Suna; alimentar-se do que é lícito, segundo a probidade sensível; abster-se do que é proibido aos foros externo e interno e, nisso, perseverar até a morte" (HH).

79. Disse o Profeta: "Assim como Deus não aceita a oração sem as abluções, tampouco aceita a esmola que vem da fraude" (HH).

22. A temperança

80. Disse Abu Hurayra: "O estômago, no ventre, disse o Profeta, é bebedouro: nele, as veias vêm beber. Se o estômago é são, dele retiram saúde; se corrompido, corrupção. Entre alimento e prática religiosa dá-se a mesma relação que há entre fundações e construção: se as fundações são sólidas, a construção ergue-se retamente; se as fundações são fracas e inadequadas, o edifício desmorona e cai" (HH).

81. Disse Ibrahim ben Adham: "A sensibilidade de percepção só é dada àquele que tem discernimento sobre o que ingere" (HH).

82. Disse Yahya ben Mu'ad: "A obediência (o seguimento de Deus) é um tesouro de Deus. Para abri-lo, porém, a chave é a invocação e os dentes dessa chave são os bocados de alimento lícito ( [15] )" (HH).

23. A adulação

83. Disse Abu Hurayra: "Aos olhos de Deus, disse o Profeta, os mais odiosos leitores do Alcorão são os que freqüentam os príncipes" (HH).

84. Disse Abu Darr: "Não te apresses a ir às portas dos príncipes; não conseguirias tirar algo de seus bens, senão à custa de desprender-te de tua religião" (HH).

85. Disse Sufyan: "Na gehena, há um vale inteiramente povoado por leitores do Alcorão que freqüentaram os reis" (HH).

86. Disse Al-Awza'i: "Nada é mais odioso a Deus que um teólogo-jurista em visita a um governador" (HH).

87. Disse Al-Fudayl: "Ninguém se aproxima do príncipe, sem se afastar de Deus" (HH).

24. A Prudência

88. Disse Ibn Sirin: "Não te encarregues de levar uma carta ao príncipe, sem saber o que ela contém" (HH).

25. A mulher, o casamento

89. Disse o Profeta: "Aquele se casa põe em segurança a metade de sua religião" (KZ).

90. Disse 'Umar: "Não há obstáculos para o casamento, exceto a incapacidade de sustentar a família e a libertinagem" (KZ).

91. Disse Ibn Abbas: "A devoção do devoto não é completa, enquanto ele não for casado" (KZ).

92. Disse Abu Sulayman al-Darani: "Uma mulher virtuosa não é deste mundo, pois ela te põe a caminho da bem-aventurança da vida futura" (KZ).

93. Disse o Profeta: "Que cada um de vós garanta a posse de três coisas: um coração agradecido, uma língua que invoque a Deus e uma mulher piedosa e virtuosa, que o ajude a obter a salvação eterna" (KZ).

94. Disse o Profeta: "Desposa-se uma mulher em razão de sua fortuna, de sua beleza, de sua linhagem e de sua fé. Procura, pois, aquela que tem a fé. De outro modo, que caias na miséria" (KZ).

95. Disse 'Ali: "Três defeitos no homem, são, na mulher, virtudes: a avareza, o orgulho e o medo" (KZ).

96. Disse o Profeta: "A melhor de vossas mulheres é aquela que se regozija quando seu marido a olha, que obedece suas ordens, que, estando ele ausente, guarda preciosamente sua lembrança e sua fortuna" (KZ).

97. Disse o Profeta: "Deveis desposar uma mulher fecunda e amorosa" (KZ).

98. Disse o Profeta: "Não vos caseis com parentes muito próximos, pois o filho terá constituição fraca" (KZ).

99. Disse o Profeta: "O crente mais perfeito é aquele que mostra melhor caráter aos olhos das mulheres e é o mais doce com sua família" (KZ).

100. Disse o Profeta: "Deus deu ao marido o mando sobre sua mulher. Entretanto, se ele permitir que a mulher mande, inverterá a ordem estabelecida, aplicando os princípios às avessas, cumprindo o propósito de Satanás, que diz (IV, 118): `Eu lhes ordenarei mudar a criação de Deus'" (KZ).

Assalamu Aleiko wa Ramatulahi wa Baraketuh

sexta-feira, agosto 20, 2021

A ESPADA DA BONDADE.


A arrogância cega pessoas ao ponto de pensarem que não dependem de ninguém, por terem poderes absolutos e muita riqueza. “E não vires o rosto às pessoas com vaidade, nem andes com insolência (falta de respeito) pela terra, porque Allah não estima os arrogantes.” Cur’ane 31:18. A vaidade, o orgulho e a arrogância, para além de anularem todas as nossas boas ações, ainda nos colocam em situação de pecados e de extrema fragilidade quando chegar a hora de prestarmos contas perante o Rei dos reis - Allah Al Malik-ul-Mulk, que perguntará nesse dia: “Eu sou o Senhor. Onde estão (hoje) os altivos, onde estão os orgulhosos?”. Muslim 39:6704.

A melhor caridade é aquela que é dada secretamente, sem que ninguém o saiba. “E aqueles que por amor a Allah, alimentam o pobre, o órfão e o prisioneiro, dizendo: nós vos alimentamos somente para agradar a Allah. Não exigimos recompensa nem agradecimentos da vossa parte”. Cur’ane 76:8 e 9. Dar com a mão direita, sem que a mão esquerda o saiba.

Era uma vez uma pessoa poderosa e com uma imensa riqueza. Rei e senhor na localidade. Auxiliava as pessoas necessitadas. Mas completava com o orgulho e vaidade, de ser o mais generoso e publicitava tudo o que fazia. O seu poder era imenso e ninguém se atrevia a contrariá-lo. Dizia com “boca cheia” que ele era o mais generoso e que ninguém o conseguia superar. “E abundante era a sua produção. Ele disse ao seu vizinho: “Sou mais rico do que tu e tenho mais poderio”. Cur’ane 18.34.

Teve conhecimento através dos seus séquitos, que numa aldeia remota havia uma pessoa ainda mais generosa. Esta suposta concorrência o enfureceu e fez-lhe perder a razão, porque isso diminuía a sua reputação de ser o mais generoso. Incumbiu o chefe da sua guarda pessoal, temido pela sua espada afiada, para se deslocar à referida aldeia, a fim de matar o concorrente.

Ao chegar na aldeia, foi recebido pelo homem, que ofereceu a sua casa e o alimentou. Passaram depois longas horas na conversa. Já era longa a noite e o dono da casa cedeu o seu quarto para o viajante passar a noite. Na solidão do quarto, o chefe da guarda, agarrado à sua espada, não conseguia dormir. Pensando por um lado (i) como cumprir com a missão que lhe foi imposta e (ii) ao mesmo tempo, na imensa generosidade e cordialidade do homem.

Após o nascer do sol e depois da pequena refeição que lhe foi oferecida, regressou ao palácio. O rei ansioso perguntou-lhe se tinha cumprido com a ordem. Respondeu: “o homem me “matou” com a sua espada da bondade. Não conseguiu utilizar a sua espada afiada, a espada da vingança, para matar o homem que lhe comoveu com a sua bondade, generosidade e também por ser muito amado na localidade.

Entre as duas espadas, da vingança e da fraternidade, escolha a espada da bondade para mudar a mentalidade e o coração das pessoas, ajudando a estabelecer diálogos pacíficos e fraternos. Seguindo o exemplo do teu Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), perdoa-lhes abundantemente, mesmo que sejam agressivos e insultuosos. Abra a mão e o seu coração para os necessitados. Seja um Abdur Rahman, um servo do Beneficente. “Certamente que a razão pela qual muitas pessoas entrarão no Paraíso, será pela piedade e pelo bom comportamento”.

E façam o favor de ter um bom dia de Juma. Até ao próximo, In Sha Allah!

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

sábado, julho 17, 2021

A festa de Eid-Al-Adha (1442-2021) foi marcada para terça-feira, 20 de Julho de 2021!

Um grande momento de partilha num contexto que exige extrema vigilância  Prezados Irmãos:  Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

A festa do Eid-Al-Adha, que começará, in cha Allah, na terça-feira, 20 de Julho de 2021, comemora a obra e o sacrifício do Profeta Abraão (Ibrahim a.s.) e seu filho Ismail (a.s.), tocado pela Divina Misericórdia após um julgamento manifesto.

O jejum dos dias que antecedem a festa e, em particular, o dia de ARAFAT na véspera do Eid, 19 de Julho de 2021, dá-nos a oportunidade de medir o sofrimento e a angústia de quem sofre diáriamente as dores da pobreza.

Como a maioria dos ritos, o acto sacrificial de abater uma ovelha (um por membro de família) ou um bovino (um para sete membros de família), que é uma recomendação ou mesmo uma obrigação para algumas escolas, não é um fim em si mesmo: “Nem a carne nem o sangue desses animais é importante para Deus. A única coisa que conta para Ele é a vossa piedade. Por isso, Ele colocou esses animais ao vosso serviço, para que vós pudésseis glorificá-Lo por vos ter conduzido no caminho certo. (E, ó Profeta!) Anuncie para aqueles que fazem o bem.” - (Alcorão 22-37).

A tradição prevê que um terço do animal sacrificado por ocasião da festa seja dado aos pobres, um terço servido a amigos e parentes e o último terço para consumo familiar: “Invocai o Nome de Deus aos que estão prontos para o sacrifício. E uma vez que o animal for abatido, podereis se alimentar de sua carne e distribuí-la aos pobres e necessitados discretos. É com esse propósito que vos submetemos esses animais, para que possais agradecer.» (Alcorão: 22. 36).

O acto de sacrifício deve ser realizado por pessoas autorizados, nos matadouros permanentes ou temporários aprovados pelo Estado, em conformidade com os regulamentos relativos à segurança alimentar, saúde e protecção dos animais.

Dada a capacidade limitada das estruturas de abate aprovadas, o acto sacrificial pode ocorrer ao longodos três dias de Eid-Al-Adha. Da mesma forma, o sacrifício por delegação é autorizado por unanimidade. A delegação pode ser entregue a uma pessoa física ou a uma ONG humanitária reconhecida.

A festa de Eid-Al-Adha, momento de partilha e solidariedade, é ocasião para muitos encontros nasmesquitas e nas famílias. O contexto de uma pandemia que vivemos exige a maior vigilância. 

Saiba como será a Peregrinação a Meca este ano Por causa da pandemia, haverá capacidade máxima de peregrinos limitada a 60 mil pessoas e apenas residentes e cidadãos sauditas poderão participar.

A Peregrinação a Meca, também conhecida como Hajj, será diferente, novamente, este ano. Por causada pandemia de covid-19, haverá capacidade máxima de 60 mil peregrinos e apenas residentes e cidadãos sauditas poderão participar. Pela primeira vez, mulheres muçulmanas podem fazer a peregrinação sem a permissão de um tutor masculino.

As informações são do jornal saudita Arab News. No ano passado, a Peregrinação também foi feita somente por cidadãos e residentes e foram apenas mil peregrinos, em média.

Os Ministérios da Saúde e do Hajj fizeram os anúncios no sábado (12). O Hajj este ano começará em meados de Julho. Há exigência de vacinação dos peregrinos contra a covid-19 e as pessoas inscritas não devem ter doenças crónicas. É necessário ter entre 18 e 65 anos para peregrinar. A decisão sobre o tamanho do público e respectivos requisitos foi tomada visando a saúde e a segurança dos peregrinos e de todos os envolvidos no Hajj em primeiro lugar, segundo o governo. Uma autoridade disse que a Arábia Saudita encontrou grande compreensão dos países muçulmanos sobre a decisão de limitar os participantes da peregrinação deste ano.

O Hajj é o 5o. pilar do Islão. Os muçulmanos saudáveis e com condições financeiras devem fazer a peregrinação pelo menos uma vez na vida. A peregrinação é feita a Meca, cidade sagrada do Islão.

Eid Mubaraka para todos! Assalamum Waleikom Wa Ramatulahi Wa Baraketuh.

terça-feira, julho 06, 2021

Saladino "tem algo que qualquer líder pode aspirar", diz historiador

Saladino "tem algo que qualquer líder pode aspirar", diz historiador O professor de história JONATHAN PHILLIPS traça o perfil de uma figura considerada de "esperança" no Próximo Oriente com caraterísticas que "qualquer líder pode aspirar", no livro "A vida e a lenda do sultão Saladino". In: Notícias ao Minuto - 12/06/21 POR LUSA.

Prezados Irmãos: Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. Saladino, cujo nome resulta da corruptela latina de Salah Al-Din (digno da fé), curdo, nasceu em 1137 em Tikrit e morreu em 1193, sendo conhecido pela sua conquista de Jerusalém em 1187, logo a seguir à batalha de Hatim, sendo um herói para os muçulmanos e respeitado por cristãos. 

Ao longo da história o seu nome tem sido invocado por vários líderes - desde Nasser (Egito), passando por Saddam Hussein (Iraque) ou Assad (Síria) - e até nos mais recentes confrontos em Jerusalém, frente à mesquita de Al-Aqsa. "Ele tem algo que qualquer líder pode aspirar", afirma, em declarações à Lusa Jonathan Phillips, professor de História das Cruzadas no Royal Holloway (Universidade de Londres), a propósito da tradução em português do seu livro sobre Saladino, disponível em Portugal. Saladino é sagaz, é alguém "que aprende muito rapidamente", percebe o que é necessário para resolver ou lidar com uma situação de forma muito rápida, aponta. Em certa medida, é ainda hoje uma "figura de esperança" no Próximo 

Oriente. Já muito se escreveu sobre Saladino - livros de história, de viagens, documentos religiosos, sobre governo e filmes, só para citar alguns exemplos -, mas nesta obra "o que tentei fazer de forma diferente foi dar um contexto rico para a época em que ele viveu e falar sobre a sua carreira e um pouco mais sobre as pessoas em seu redor, a sua corte - o fantástico departamento de publicidade dos seus secretários, que foram tão instrumentais" para descrever os seus feitos - "e é por isso que sabemos hoje tanto sobre ele", explicou. "Se houvesse 'spin doctors' no século XII, media modernos, Saladino estaria no topo disso", salienta, apontando que na génese do livro esteve também o objetivo de perceber como a memória de Saladino sobreviveu através dos séculos. 

Saladino "foi um homem que aproximou pessoas e expulsou invasores da cidade sagrada de Jerusalém" e isso é um legado que ficou, prossegue, sublinhando que foi "um bom governante", não apenas por remover os invasores, mas também pelas suas "qualidades pessoais, que são admiráveis". "Ele é claramente muito bom com as pessoas, tem uma família muito leal que o apoia, em comparação com Henrique II de Inglaterra, no mesmo período, ou com os monarcas ibéricos, que estavam sempre a lutar uns contra os outros", destaca. Além disso, "é também muito bom a escolher pessoas", está rodeado de "talento" e, portanto, "tem um núcleo fiel junto de si e acho que isso é, em grande parte, o seu sucesso".

Saladino é também "ambicioso", conduzido pela religião e "compulsivamente generoso, que é uma das coisas que transparece sobre a sua personalidade", salienta o historiador. Questionado sobre se é preciso um novo Saladino para resolver os conflitos a Oriente, Jonathan Phillips considera natural que muitas pessoas "aspirem a ser como ele pelas admiráveis qualidades pessoais e a capacidade em unir pessoas", citando o exemplo do líder do Egito Nasser, que tentou "unir o mundo árabe sob a sua liderança". Na atualidade, quem conseguisse assumir o estatuto de Saladino seria "alguém extraordináriamente influente e muito admirado", mas trata-se de algo "impossível" pela sua grande dificuldade. Jonathan Phillips relata que numa palestra perto de Detroit, quando estava a acabar o livro sobre o sultão, uma estudante de Hama, Síria, lhe relatou que os jovens daquele país tinham "Saladino no 'screensaver'" dos seus telemóveis. "O facto dela ter dito que muitos tinham Saladino no 'screensaver' mostra que ele tem uma ressonância ampla como líder, como figura de esperança". 

O eco das ações de Saladino sobreviveu ao longo dos séculos: "o contraste entre as histórias de banho de sangue em 1099 e das milhares de vidas cristãs poupadas em 1187" foram utilizadas pelos autores muçulmanos "para demonstrar as qualidades do seu soberano, ao passo que para os cristãos se tornou motivo de admiração e [...] é em parte o motivo para o sultão ter uma reputação tão favorável em toda a cristandade", lê-se no livro. Vários séculos depois, Jerusalém continua a ser palco de um longo conflito. 

Questionado sobre se, da perspetiva de historiador, será possível alcançar a paz, Jonathan Phillips salienta que "o diálogo é necessário e crucial". Sem querer aprofundar o conflito entre Israel e a Palestina, o historiador refere que o "diálogo" foi um elemento "importante" entre Saladino e Ricardo, Coração de Leão, na Terceira Cruzada, como também o envolvimento entre pessoas. "Por isso, tem de haver diálogo, diálogo de confiança, é a única forma que pode fazer funcionar" a paz na região. Sobre se há algo a aprender com a vida de Saladino, Jonathan Phillips salienta o facto de ele conseguir "unir as pessoas". Saladino "tem essa ressonância poderosa no Oriente Próximo e está lá como uma figura de esperança, alguém que se admira e se aspira em muitos aspetos. Ele não é perfeito", mas alcançou um feito "notável". 

Por isso, espera que "as pessoas consigam perceber um pouco porque é que ele é tão importante no Oriente Próximo e porque é que o seu nome sobreviveu através dos séculos". Relativamente ao próximo livro, ainda sem nada fechado, o historiador aponta para a Terceira Cruzada, desta feita na Europa Ocidental, no sentido de compreender o impacto na sociedade. "Estou interessado em olhar para o legado das Cruzadas, compreender quão amplo é e todas as  diferentes maneiras em que é invocado no Ocidente", recordando que a "extrema direita usa um pouco isso" neste momento, e como é lembrado ao "longo dos séculos em diferentes contextos"
Obrigado. Wassalam (Paz). M. Yiossuf M. Adamgy

sexta-feira, maio 07, 2021

Allah SW e suas Provas

 *A misericórdia de Allah está incorporada nas dificuldades da vida*

▪️ *Objetivo:*

_Entender o porquê de depois da conversão ao Islam parecer que muitos são testados com grandes testes e tribulações. 

_Geralmente, a conversão ao Islam é contada como um dos melhores dias na vida de uma pessoa. A vida assume um otimismo, você se sente maior, melhor e mais forte._

*Muitos de nós só querem gritar pra todo mundo ouvir.*

_Mas agora você é muçulmano, parte de uma irmandade mundial; parte de uma família. Para muitos, pode ser a primeira vez que se sentem parte de alguma coisa. Por um momento fugaz ou por um prelúdio mais longo até uma nova vida real, tudo está perfeito. Algum tempo depois, e isso é diferente para cada um de nós, a realidade vem._

_Juntamente com os triunfos, vêm as provações e tribulações. É claro que é um grande passo, uma mudança monumental, não apenas para a pessoa que aceita o Islam, mas também para seus amigos, familiares e colegas. Às vezes, pode parecer que tudo está acontecendo muito rapidamente, outras vezes e para outros, pode parecer que você não pode aprender rápido o suficiente e as provações e tribulações parecem estar esmagando sua nova felicidade._

_Alguém pode perguntar por que Allah continua a testá-lo quando finalmente viu a realidade da vida e abraçou-Lhe e ao Islam de todo coração. Nessa situação, ajuda a entender porque um crente é atormentado por provações e tribulações, e porque, juntamente com a alegria avassaladora, podem surgir tristezas e problemas inesperados._

*Nossa existência aqui na terra nada mais é do que uma parada transitória no caminho para nossa morada eterna.*

_Allah mencionou claramente que este mundo pelo qual ansiamos não é senão um lugar de provações e testes e não apenas isso, no grande esquema da vida é por um tempo muito curto._

📜 *“E, em verdade, pomo-vos à prova, com algo do medo e da fome e da escassez de riquezas e de pessoas e de frutos. E alvissara o Paraíso aos perseverantes.”* (Alcorão 2:155)

📜 *“E esta vida terrena não é senão entretenimento e diversão. E, por certo, a Derradeira Morada é ela, a Vida. Se soubessem!”* (Alcorão 29:64)

_Existe sabedoria por trás das provações e tribulações com as quais Allah nos testa, e é reconfortante saber que elas não são atos aleatórios de um universo cruel e desorganizado. Nossa existência faz parte de um mundo bem ordenado, um mundo que Allah criou para nosso prazer._

_No entanto, é mais do que um lugar de prazeres mundanos. *É aqui que cumprimos nosso verdadeiro propósito, que é adorar a Allah, através dos bons e maus momentos.* Portanto, é importante entender que Ele não decreta para um crente nada além do bem. O que uma pessoa considera ruim, pode, de fato, conter muito bem._

▪️ O Profeta Muhammad, que a misericórdia e as bênçãos de Allah estejam sobre ele, disse: 

📃 *“Quão maravilhosos são os assuntos do crente, pois todos são bons. Se algo bom lhe acontece, ele é grato por isso e isso lhe é bom. Se algo ruim lhe acontece, ele aguenta com paciência e isso também lhe é bom.”*

_Allah nos prova com as provações e tribulações da vida, e se as suportarmos pacientemente, obteremos uma grande recompensa. Através de mudanças nas circunstâncias e tempos difíceis, Allah testa nosso nível de fé e determina nossa capacidade de ser paciente e apaga alguns de nossos pecados._

*Allah é Todo Amoroso e Onisciente e nos conhece melhor do que nós mesmos.*

_Não alcançaremos o Paraíso sem Sua misericórdia, e ela se manifesta nos testes e provações desta vida. Allah quer nos recompensar com a vida eterna, e se a dor e o sofrimento puderem ajudar a alcançar o Paraíso, as provações e tribulações são uma bênção. Elas não são exclusivas dos recém-convertidos, nem são um indicador do prazer ou desagrado de Allah._

_Ele sabe o que cada pessoa pode suportar e o que cada uma precisa para maximizar suas chances de uma recompensa celestial._

▪️ Existem muitos exemplos que explicam as razões pelas quais somos afligidos por provações e tribulações. O Profeta Muhammad que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele disse:

📃 *“Se Allah quer fazer o bem a alguém, Ele o aflige com provações.”*

▪️ Ele também disse: 

📃 *“Um homem será provado de acordo com o nível de seu compromisso religioso, e as provações continuarão afetando o servo de Allah até que ele ande pela face da terra, sem nenhum fardo de pecado.”*

_Devemos aceitar as provações e tribulações como parte de estarmos vivos, da mesma forma os momentos de alegria e triunfos. Do começo ao fim, a condição humana é uma bênção de Allah, projetada exclusivamente para cada pessoa. Na lição seguinte, nos inspiraremos nos Profetas e nos sahabah e aprenderemos como eles reagiram diante de grandes provações e tribulações. 

Ramadã Karim- 1442 hegira. 

segunda-feira, abril 05, 2021

O significado do Islã

O Islam é derivado da raiz árabe "Salema": paz, pureza, submissão e obediência. No sentido religioso, Islam significa submissão à vontade de Deus e obediência à Sua lei.

Tudo e todos os fenômenos no mundo, que não o homem são administrados totalmente por leis feitas por Deus, isto é. Eles são obedientes a Deus e submissos a suas leis, eles estão no Estado do Islã. O homem possui as qualidades da inteligência e da escolha, assim ele é convidado a submeter-se à boa vontade de Deus e obedecer a Sua lei, isto é, tornar-se muçulmano.

A submissão à boa vontade de Deus, juntamente com a obediência à Sua benéfica Lei, ou seja, tornar-se muçulmano, é a melhor salvaguarda para a paz e harmonia do homem.

O Islam data da era de Adão e sua mensagem foi transmitida ao homem pelos profetas e mensageiros de Deus, incluindo Abrahim, Moisés, Jesus e Muhammad.

A mensagem do Islã foi restaurada e aplicada na última etapa da evolução religiosa pelo último profeta e mensageiro de Deus, Muhammad.

A palavra Allah na língua árabe significa Deus, ou mais precisamente, O Único Deus Eterno, Criador do Universo, Senhor de todos os senhores, Rei de todos os reis, Compassivo, Misericordioso. A palavra Allah para significar Deus também é usada por judeus e cristãos que falam árabe. (Que a paz esteja com todos eles).

O Significado do Islam II

A palavra Islam deriva da raiz árabe “Salam” que significa paz, pureza, submissão, obediência, etc. no sentido, religioso, a palavra Islam significa “Submissão voluntária à vontade de Deus e Obediência à sua Lei” A relação entre o sentido original e o religioso da palavra é forte e evidente. Só através da submissão voluntária à vontade de Deus e da obediência à sua lei pode desfrutar-se da verdadeira paz e da pureza duradoura.

Há os não muçulmanos que chamam a nossa religião “Maometismo” e tratam os que crêem no Islam Por “Maometano”. Os muçulmanos devem rejeitar esse conceito. Se a nossa fé fosse classificada de “Maometismo” e se fossemos designados por “maometanos” tal fato nos traria implicações gravíssimas. Esse erro implicaria que a religião teria o seu nome de um mortal, que é Muhammad, e que o Islam não é mais do que um outro “esmo”, tal como Judaísmo, Hinduismo, Marxismo, etc.

Uma outra implicação incorreta de tal denominação é que os não avisados poderiam pensar que os muçulmanos, que eles tratam por maometanos, adoram Muhammad ou crêem nele da mesma maneira como os cristãos que crêem em Jesus (como filho de Deus). Uma outra implicação errônea é o fato da palavra Maometismo ser capaz de induzir em erro os incautos e dar-lhe a entender que a religião foi fundada por Muhammad e, portanto deriva o seu nome do nome do fundador. O Islam não é pura e simplesmente um outro “ismo” nem os muçulmanos adoram Muhammad ou olham para ele da mesma maneira como os cristãos, judeus, hindus, marxistas, etc., olham para os respectivos lideres.

Os muçulmanos só adoram Deus, Muhammad era só um ser mortal encarregado por Deus de divulgar a palavra de Deus e levar uma vida exemplar. Ele aparece na história como melhor modelo de um homem que vive na piedade e perfeição. É uma prova eloqüente do que pode ser um homem e do que pode realizar no reino da excelência e da virtude. O fundador original do Islam não é outro senão o próprio Deus e Muhammad (conhecido entre nós por Maomé, do galicismo “Mahomet”) foi o seu ultimo mensageiro.

O verdadeiro nome da religião é o Islam, e os seus adeptos chamam-se muçulmanos. Contrariamente às concepções populares errôneas, o Islam ou submissão á voluntária vontade de Deus, juntamente com obediência à Sua Lei, não significa de maneira nenhuma perda da liberdade individual ou rendição perante o fatalismo. Segundo a doutrina islâmica, Deus é o mais clemente e bondoso; Ele ama e preocupa-se com o bem-estar do homem, e toda a Sua sabedoria e cuidado dirigem-se às Suas criaturas. A Sua vontade é, portanto expressão da Benevolência e da Bondade, e todas as leis que Ele outorga tem que servir o interesse da humanidade.

Quando as pessoas obedecem às leis do seu país, são consideradas como bons cidadãos e membros honestos da respectiva sociedade. Nenhum individuo responsável dirá que tais pessoas perdem a sua liberdade por obedecer à Lei de Deus. Nenhum ser racional pensaria ou acreditaria um momento só que tais cidadão que respeitam as leis do seu país sejam fatalistas e fracos. Da mesma maneira, quem se submeter à vontade de Deus. Nenhum ser racional pensaria ou acreditaria um momento só tais cidadãos que respeitam as leis do seu país sejam fatalista e fracos, Da mesma maneira, quem se submeter a vontade de Deus, que é uma vontade benéfica, é uma pessoa sã e honesta. Ela ganha a proteção dos seus direitos, mostrando sinceros respeito pelos direitos dos outros e desfrutando em grande medida de uma liberdade responsável e criadora. Portanto, a submissão à vontade de Deus não elimina nem diminui a liberdade individual. Antes pelo contrario, confere um alto grau de liberdade através de numerosas medidas, Liberta a mente das superstições e enche-a de verdade. Liberta a alma do pecado e do mal e enche-a de bondade e pureza. Liberta o ser da vaidade e cobiça, da inveja e da tensão, do medo e da insegurança. Liberta o homem da subjugação por falso deuses e desejos vis, enquanto lhe abrem os encantadores horizontes da bondade e excelência.

A submissão à boa vontade de Deus, ao lado da obediência à Sua benéfica Lei, é a melhor salvaguarda da paz e harmonia. Ele dá ao homem a possibilidade de conciliar-se com os seus semelhantes, por um lado, e de conciliar a comunidade humana com Deus, por outro lado. Ela cria a harmonia entre os elementos da natureza. Tudo no mundo obedece às Leis de Deus. O mundo físico, não humano, não tem possibilidade de escolha por si só. Ele não tem nenhum caminho voluntário a seguir por sua própria iniciativa. Mas sim obedecer à Lei do Criador. Excepcionalmente, ao homem é dadas toda a inteligência e capacidade de escolha. E visto que o homem possui as qualidades de inteligência e opção, é convidado a submeter-se voluntariamente á Vontade Boa de Deus e a obedecer às Suas Leis. Se ele escolher o caminho da submissão voluntária a Lei de Deus, Fará harmonia entre ele próprio e todos os outros elementos da Natureza, que necessariamente obedecem a Deus. Ele será coerente com a Verdade e estará em harmonia com todos os outros elementos do Universo. Mas se escolher a desobediência, desviar-se-á do bom caminho e será incoerente. Alem disso, arriscará o desagrado e castigo do Legislador.

Para resumirmos esta argumentação, será útil a reprodução dum nosso artigo que apareceu no “Observer Dispach” (O, D.) de Utica, em 4 de dezembro de 1972. O Artigo refere-se às distorções e confusões que se fazem a respeito. As justaposições parciais e as repetições são justificadas pelo fato de o assunto ser muito sensível e pela necessidade de acentuação do ponto de vista Islâmico.

Uma noticia especial ( O D, Nov. 25) é alarmante Ela nos faz sentir pena pelo publico mal informado, assim como por muitos professores e homens do púlpito. É um apelo a todos os homens conscientes e de boa vontade para cumprirem com as suas obrigações morais.

Marcus Eliason salientava, ainda recentemente que, na parte Jordânia ocupada por Israel, “os muçulmanos, entre outras coisas, adoram Abraão como Ibrahim...”.Nesta época e neste dia, neste pequeno mundo nosso, é incrível ler-se preto sobre branco que “ os muçulmanos adoram Ibrahim”. É ainda mais incrível quando esta noticia vem de fonte suposta conhecedora e é destinada a um publico que tem direito, a saber. Há séculos que muitos ocidentais têm adotado e propagado a idéia de que os muçulmanos adoram Muhammad, cuja religião foi chamada Maometismo, e cujo adeptos eram conhecidos no Ocidente como “maometano”. Logo, pareceu evidente àqueles ocidentais que os muçulmanos adoram Allah “uma espécie de divindade...” E agora, eis a nova descoberta: “só muçulmanos adoram Abraão como Ibrahim...”.

A verdade é que os muçulmanos nunca adoraram Muhammad, nem qualquer outro ser humano. Eles têm sempre acreditado que Muhammad era um ser mortal, como os outros Profetas anteriores a ele, e que o supremo tributo à humanidade era um homem poder chegar ao mais alto estatuto de profecia.

Os muçulmanos crêem que muhammad foi o ultimo e não o único Profeta, que reforçou e imortalizou a eterna mensagem de Deus à humanidade. Esta mensagem foi revelada por Deus e muitos Profetas de varias nações em época diferentes, incluindo Abraão, Ismael, Isaac, David, Moisés, Jesus e Muhammad ( a paz esteja com eles). O que é ainda mais importante é que os muçulmanos crêem neles sem nenhuma discriminação.

Por causa da sua concepção universalista e da sua orientação cosmopolita, os muçulmanos lamentam tão infeliz denominação de “Maometano” e de “Maometismo” que foi dada à sua crença. As implicações são desagradáveis, e com justa razão. Os muçulmanos não se consideram como um grupo racial ou étnico com algum, monopólio exclusivo. A sua religião não deriva de algum homem ou lugar; é transcendente, eterna e universal.

A paz esteja convosco.

sábado, março 20, 2021

Orientações para o 8º. mês do Calendário Islâmico

Xa’ban é o mês que antecede o mês de Ramadan e é considerado uma preparação para o período mais sagrado do calendário islâmico.

Prezados Irmãos,
Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.
Neste mês (de Xa’ban), Deus (ár. Allah) envia presentes ao Seu servo.
Vamos começar por ver o significado das 5 letras que formam à palavra Xa’ban.
A palavra Xa’ban, na escrita árabe, se soletra com cinco letras:
O xin, ‘ain, ba, alif e nun. Xin representa xaraf (nobreza), ain representa ‘uluww (sublimidade), o ba’representa birr (devoção), alif representa ulfa (privacidade harmoniosa), e nun representa nur (a luz radiante).
E estes são os presentes de Allah a Seu servo neste mês. É um mês em que os tesouros são exibidos e abertos, em que as bênçãos são enviadas, em que as faltas são perdoadas, os pecados expiados, e é o mês em que se multiplicam as bênçãos sobre o Profeta Muhammad (s.a.w.), o melhor dos seres humanos.
Este é o mês das bênçãos sobre o Profeta escolhido.
Allah disse:
Inna ‘llaha wa mala’ikata-hu yusalluna ‘ala ‘nNabiyy ya ayyuha ‘lladhina amanu sallu ‘alai-hi wa sallimu taslima .
Na verdade, Allah e os Seus anjos abençoam o Profeta.
Ó crentes, abençoai-o e saudai-o reverentemente! (33: 56)
A bênção de Allah é misericórdia; a dos anjos, é mediação e pedido de perdão; e a dos crentes, é súplicas e agradecimentos.
Segundo Mujahid (que Allah esteja satisfeito com ele), “A benção de Allah é prosperidade e virtude; a dos anjos, ajuda e sustento; e a dos crentes, a submissão e respeito”.
Ibn Ata disse:
“A bênção de Allah sobre o Profeta Muhammad (s.a.w.) é ligação; a dos anjos é o atencioso cuidado, e a dos crentes é o segui-lo com amor”.
Ainda há quem disse:
“A bênção de Allah sobre o Profeta (s.a.w.) é engrandece-lo com respeito. A bênção dos anjos sobre o Profeta (s.a.w.) é a realização de seu favor atencioso.
A bênção da sua comunidade, isto é da sua Ummah sobre o Profeta (s.a.w.) é a súplica para a intercessão”.
Como o Profeta Muhammad (s.a.w.) disse: “Quando alguém pronuncia uma só bênção sobre mim, Allah o abençoa dez vezes”.
Por isso, longe de sermos negligentes durante este mês, cada crente, cada momin, consciente, deve aplicar-se a si mesmo e preparar-se para a chegada do mês de Ramadan, utilizando os dias que ainda faltam para limpar os seus pecados e arrepender-se do que tenha feito no passado. Deve-se suplicar a Allah neste mês de Xa’ban. Deve-se pedir a Allah através do dono deste mês, Muhammad (s.a.w.), até que a corrupção do nosso coração esteja corrigida e a doença esteja curada.
Isto deve ser feito sem demora e sem retardá-lo para amanhã, porque os dias só são três:
Ontem, que é uma data passada (ajal); hoje, que é o momento para a acção (`amal); e amanhã, que é uma expectativa da esperança (amal). Deste forma, o ontem é um aviso, o hoje é uma oportunidade e o amanhã é um risco.
Da mesma forma, os meses são três: Rajab, que já passou e não se sabe se voltaremos a ver; Ramadan, que esperamos chegar no futuro que, talvez, nem todos possam ver; e no meio, Xa’ban, que é hoje uma oportunidade para realizarmos as nossas devoções
e adorações.
O Profeta Muhammad (s.a.w.), uma vez, deu um conselho a uma pessoa:
“Aproveita estas cinco coisas antes de esperar as outras cinco: a juventude antes da velhice, a saúde antes da doença, a riqueza antes da pobreza, o descanso antes das ocupações e a vida antes da morte”.
O mês de Xa’ban é, portanto, um dos meses abençoados que antecedem o Ramadan, no qual os muçulmanos se preparam para o período mais sagrado do ano. Neste mês de Xa’ban, é comum que os muçulmanos intensifiquem as suas acções devocionais, especialmente na noite do dia 15, que também é conhecida como Metade do Xa’ban ou Lailatul Baraa.
Esta noite é a mais importante do mês e, muitas vezes, se torna a razão deste ser um mês tão aguardado. Nos países do mundo islâmico, este evento é celebrado com orações, zikr e até discursos, que normalmente são uma forma de reflectir sobre as bênçãos desta data e também sobre o Profeta Muhammad (s.a.w.) e a revelação do Alcorão.
A Oração na noite do dia 15 Também existem relatos de que a oração na noite da Metade de Xa’ban é um momento em que Allah perdoa todos os pecados da humanidade, excepto se ele for cometido por um idólatra ou uma pessoa brigadora.
Abu Musa al Ashari relatou que o Mensageiro de Deus (s.a.w.) disse: "Deus altíssimo olha para baixo no meio da noite de Xa’ban e perdoa todas as Suas criaturas, excepto um politeísta ou aquele que é hostil." Ibn Majah transmitiu e Ahmad transmitiu de Abdallah bin Amr bin al As. A sua versão diz: “… excepto dois: o que é hostil e o assassino”. (Mishkat alMasabih,1306, 1307).
Com base nesses ahadith, muitas pessoas fazem súplicas pedindo por perdão, praticam lembrança de Allah (zikr) e leem a 36ª surah do Alcorão, Yá Sin. Todos os actos devem ser feitos com profunda
adoração, na certeza de que Allah escutará aqueles que recorrerem a Ele e os que O exaltam. Este ano, a noite do dia 15 de Xa’ban recai na noite do dia 28 de Março (do calendário gregoriano).
Obrigado. Wassalam (Paz). M. Yiossuf M. Adamgy
Director da Revista Islâmica Portuguesa AL FURQÁN

terça-feira, fevereiro 16, 2021

O que acontece depois da morte, segundo os ensinamentos do Islão?

Prezados Irmãos, Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. 

Há um pequeno capítulo no final do Alcorão Sagrado intitulado “Al Asr”, que traz um significado muito forte e que pode resolver muitos dos problemas relacionados aos assuntos da vida e da morte do ser humano. Vejamos a respectiva tradução. “Pelo tempo! Na verdade, o ser humano está em grande perdição, excepto os que creem, praticam actos virtuosos, aconselham, mutuamente, a verdade, e aconselham, mutuamente, a paciência.” [Alcorão, 103:1-3]. 

Desta citação Alcorânica, os sábios muçulmanos concluíram o seguinte: Todos nós nascemos com um propósito a ser cumprido antes da morte - adorar unicamente o Deus verdadeiro, de acordo com os Seus termos e condições. Todos nós nascemos com um propósito a ser cumprido antes da morte – adoração do único Deus verdadeiro, sozinho e em seus termos e condições. “E não criei os jinns (génios) e os seres humanos senão para Me adorarem.” [Alcorão, 51:56]. Todos nós morreremos e estaremos no túmulo. “Cada alma experimentará a morte…”. [Alcorão, 29:57]. Todos nós (crentes e não crentes) seremos recriados (ressuscitados) no Dia do Julgamento. O Alcorão diz: “…Na verdade, proviemos de Allah e, na verdade, a Ele retornaremos.” [Alcorão, 2:156] “Acaso esses não pensam que serão ressuscitados, para um Grande Dia? O Dia em que os seres humanos se levantarão, para estarem diante do Senhor dos Mundos?” [Alcorão, 83:4-5-6].

Cada pessoa receberá o seu “Livro do Registro” (lista de todos os seus actos). “Em absoluto, não pensam! Por certo, o livro dos ímpios está no Sijjīn (registro inscrito).” [Alcorão, 83:7] E Deus diz: “Então, aqueles, cujos pesos em boas obras estiverem pesados, esses serão os bem-aventurados. E aqueles, cujos pesos forem leves, esses se perderão a si mesmos e no Inferno permanecerão, eternamente.” [Alcorão, 23: 102-103]. 

Cada pessoa será responsável pelo que ele ou ela fez, pois Deus diz: “Então, quem houver feito um peso de átomo de bem o verá. E quem houver feito um peso de átomo de mal o verá.” [Alcorão 99:7-8]. Ninguém levará os pecados ou as punições por outra pessoa. “Allah não impõe (um fardo) a alma alguma senão o que é de sua capacidade. A ela, o que logrou de bom e, contra ela, o que cometeu de mau…” [Alcorão, 2:286]. Ninguém poderá interceder com Deus, exceto se Ele quiser. “Quem poderá interceder junto a Ele, sem a Sua anuência? ” [Alcorão, 2:255]. O destino final, o Paraíso ou o Inferno, logo será conhecido. “Na verdade, vereis o Inferno!” [Alcorão, 102:6].

Ninguém entrará no Paraíso, excepto pela Misericórdia de Deus. O Profeta Muhammad صلى الله عليه وسلم disse: «Ninguém entrará no Jannah (Paraíso) excepto pela Misericórdia de Deus. Quando perguntado por seus companheiros: “inclusive o senhor, ó Profeta de Allah?” E ele respondeu: “inclusive eu”». Ninguém entrará no fogo, excepto aqueles que o ganharam. “Então, admoesto-vos de um Fogo que flameja. Nele, não se queimará senão o mais infeliz.” [Alcorão, 92:14-15].

A morte é como uma viagem para uma terra de onde não há retorno. Então, antes de morrer, certifique-se de levar consigo três coisas: - Identificação adequada – I.D. - Alimento suficiente para durar a eternidade. - Agasalho e vestimentas suficientes. - O I.D. adequado para antes da morte: (O livro de registro da vida de uma pessoa) Isso abrange duas categorias muito importantes: Fé (crença); Acções (práticas). Ambas devem estar correctas, para assegurar uma transição fácil para a próxima vida e um bom lugar no Paraíso. Comecemos pelo compromisso de fé com o Único Deus Verdadeiro e a dedicação dos Actos de adoração à Ele Sozinho, sem parceiros. Isso significa que: “não é apenas o Único e verdadeiro Deus, é o único Criador, Sustentador e o Deus de tudo o que existe”.

Isso é entendido como “Unicidade” ou Tawhid do Islão. Pode ser melhor entendida quando a dividimos nas seguintes três categorias: Unicidade da Senhoria [Tawhid Al-Uluhiyyah] Unicidade na Adoração [Tawhid Al-Uluhiyyah] Unicidade dos Nomes e Atributos [Tawhid Al-Asma’ was-Sifat]. Crenças correctas Três coisas são perguntadas no momento da Morte: Pergunta: Quem é o seu Senhor? Única Resposta Aceitável: Allah (Deus). Pergunta: Qual é a sua religião? Única Resposta Aceitável: Islão (Submissão voluntária à Vontade de Deus). Pergunta: Quem é o seu Profeta? Única Resposta Aceitável: Muhammad صلى الله عليه وسلم .Imediatamente encontrar-se-ão aqueles que argumentam que isso não é justo. Afinal, Muhammad صلى الله عليه وسلم , foi enviado por Allah com a Mensagem do Islão apenas 1.400 anos atrás. Então, o que dizer de todos aqueles que viveram antes dele? E quanto aos que vieram depois e nunca ouviram falar de Deus, do Islão e de Muhammad صلى الله عليه وسلم? E a resposta é bastante simples. O Islão é a única verdadeira religião trazida por todos os Profetas de Deus Todo-Poderoso [Allah]. 

Todos pregavam uma mensagem de rendição total ao Único e Verdadeiro Deus do Universo. Se a pessoa viveu a vida de “Rendição, submissão e obediência ao Todo-Poderoso, com sinceridade e paz”, então, de facto, viveu como verdadeiro muçulmano sem saber os termos islâmicos. Isso significa que todos os seguidores de todos os Profetas do Deus Todo-Poderoso, desde Adão até Moisés, Jesus e Muhammad - que a paz esteja com todos eles -, acharão que foram fornecidas as respostas correctas para essas perguntas, quando solicitadas. - Alimentação: O Profeta Muhammad صلى الله عليه وسلم ,ensinou a seus seguidores: “NÃO É UM CRENTE AQUELE QUE VAI DORMIR A NOITE COM O ESTÔMAGO CHEIO, ENQUANTO O DO VIZINHO PERMANECE VAZIO”

O Profeta Muhammad صلى الله عليه وسلم também disse: “A caridade é uma necessidade para todos os muçulmanos”. E então foi-lhe perguntado: “E se uma pessoa não tem nada?” O Profeta respondeu: “Ele deve trabalhar com as suas próprias mãos para o seu benefício e depois dar algo de tais ganhos em  Não é correcto atribuir os acontecimentos à natureza por si só, sem fazer referência a Deus, aludindo a que tais acontecimentos são simplesmente naturais, e ocorrem fora do Decreto Divino. caridade”. Os Companheiros do Profeta perguntaram: “E se ele não conseguir trabalhar?” O Profeta صلى الله عليه وسلمdisse: “Ele deve ajudar os pobres e carentes”. Os Companheiros ainda perguntaram: “E se ele não puder fazer isso também?” O Profeta صلى الله عليه وسلمdisse: “Ele deve pedir aos outros que façam o bem”. Os Companheiros disseram: “E se ele não fizer isso?” O Profeta صلى الله عليه وسلمdisse: “Ele deve se abster da prática do mal. Isso também é um acto de caridade”. O Profeta Muhammad صلى الله عليه وسلمdisse: “O CORPO TEM 360 ARTICULAÇÕES E CADA UMA DELAS EXIGE UM ACTO DE CARIDADE TODOS OS DIAS”. E disse: “ATÉ ENCONTRAR-SE COM SEU IRMÃO COM UM ROSTO ALEGRE É UM ACTO DE CARIDADE”. 

Atos de caridade e bondade são praticados únicamente pelo bem do Todo-Poderoso. Essas boas acções acompanharão a pessoa ao longo de sua vida e no túmulo, até o Dia do Julgamento. Nesse Dia, todos verão as suas acções com clareza. Há dois anjos que registram todas as acções e actos do indivíduo, desde o nascimento até a morte. O anjo à direita registra todas as boas acções, enquanto o anjo à esquerda registra todas as más. 

Assim que a pessoa pretende fazer uma coisa boa, uma boa acção é registrada para ele ou ela. Depois de fazer a boa acção, dez boas acções completas são registradas para essa pessoa. Se uma pessoa encoraja os outros a fazer uma boa acção, então uma recompensa correspondente é registrada para quem está incentivando a boa acção. 

Outro anjo à esquerda, registra todas as más acções da pessoa da seguinte forma: Se a pessoa pretende fazer uma acção ruim, mas se abstém porque ele ou ela sabem que é errado, então uma boa acção completa é registrada para ele. Se a pessoa pretende fazer um mal ou uma acção ruim, mas não tem os meios para cometê-lo, então nada é registrado, de qualquer maneira. Se a pessoa comete uma acção ruim, o anjo da esquerda começa a registrar uma ação ruim em seu ‘Livro dos Registros’, mas o anjo à direita o pára e pede que ele espere para ver se a pessoa irá se arrepender. Depois de um tempo, o anjo à esquerda novamente começa a registrar a acção ruim, mas novamente o anjo à direita o pára com o mesmo argumento. Isso continua por um tempo e se a pessoa se recusar a buscar o perdão do Todo-Poderoso, então uma acção ruim completa é registrada na sua conta. 

A qualquer momento que uma pessoa cometer uma acção ruim, ele ou ela devem imediatamente buscar o perdão do Todo-Poderoso e acompanhar a má acção com uma boa. Além disso, quando uma pessoa realiza as orações obrigatórias no tempo determinado de acordo com os ensinamentos do Islão, todos os pecados cometidos entre após a última oração praticada e a mais recente são perdoados. Quando uma pessoa comparece à oração da sextafeira de acordo com os ensinamentos do Islão, ele / ela é perdoada por todos os pecados praticados durante a semana anterior. Quando uma pessoa faz a peregrinação obrigatória a Meca durante o mês de Zu-al-Hijjah do calendário islâmico, todos os pecados desde o nascimento são perdoados e o registro é limpo para um novo começo. Todas as boas acções anteriores permanecem registradas. No caso daquele que abraça Islão, todos os seus pecados são perdoados e limpos e todas as boas acções anteriores são mantidas no seu lugar. 

A pessoa é considerada tão pura e inocente como um bebê recém-nascido, mas com a excepção de que todos os actos anteriormente cometidos, sejam ruins ou bons, sejam purificados, para se tornarem assim montanhas de boas ações para o recém-chegado ao Islão. - Vestuário: (Moral e Comportamento) O Profeta Muhammad صلى الله عليه وسلمdisse - num relato Qudsi - que Allah disse: “Aquele que hostiliza um dos Meus servos, está em guerra comigo. Jamais o Meu servo se aproximará (tanto) de Mim com algo que Eu goste, como quando se aproxima com o que lhe prescrevi como obrigatório. E se Meu servo continuar se aproximando de Mim através de práticas facultativas (orações, jejum, caridades), chegará o momento que o amarei. E, ao amá-lo, serei seus ouvidos com os quais ele ouve, a vista com a qual ele enxerga, suas mãos com as quais opera, e suas pernas com as quais anda e, se ele Me pedir algo, darlhe-ei; e se em Mim buscar refúgio, conceder-lho-ei. 

Obrigado. Wassalam (Paz). M. Yiossuf Adamgy Director da Revista Islâmica Portuguesa AL FURQÁN

A Gestão de Desastres no Islão!

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

A gestão de desastres no Islão pode, pelo menos, ser explorada a partir de histórias escritas no Alcorão e no Hadith (ditos do Profeta Muhammad (s.a.w. = paz e bênçãos de Deus estejam com ele):  

PRIMEIRO, o desastre do Dilúvio durante o tempo do Profeta Noé (a.s. = paz esteja com ele), que durou 40 dias e 40 noites e matou todos os seres vivos, excepto aqueles a bordo da Arca de Noé, conforme citado no Alcorão: «(Noé) disse: Ó Senhor meu! Certamente o meu povo rejeitou-me. Então, julga equitativamente entre mim e eles (i.e., castigando-o) e salva a mim e aqueles crentes que estão comigo! E o salvamos, juntamente com os que, com ele, estavam a Arca, completamente cheia.

Depois, afogamos os demais». (Ash-Shu'ara [Os Poetas], 26:117-120). «Enviamos Noé ao seu povo, ao qual disse: Sou para vós um elucidativo admoestador. Não deveis adorar senão a Deus, porque temo por vós o castigo de um dia doloroso». (Hud, 11:25–27).

SEGUNDO, a catastrófica chuva de pedras na época do Profeta Lot (Lut a.s.), nomeadamente na cidade de Sodoma (agora conhecida como fronteira de Israel com a Jordânia). Este desastre ocorreu como um castigo de Deus porque o povo do Profeta Lot tinha orientação sexual do mesmo sexo: «E quando se cumpriu o Nosso desígnio, reviramos a cidade nefasta e desencadeamos sobre ela uma ininterrupta chuva de pedras de argila endurecida». (Hud,11: 82).

TERCEIRO, a fome que durou 7 anos consecutivos, que é narrada no Alcorão, na Sura Yussuf (José), 12: 47-49: «Respondeu-lhe: Semeareis durante sete anos, segundo o costume e, do que colherdes, deixai ficar tudo em suas espigas, excepto o pouco que haveis de consumir. Então virão, depois disso, sete (anos) estéreis, que consumirão o que tiverdes colhido para isso, menos o pouco que tiverdes poupado (à parte). Depois disso virá um ano, no qual as pessoas serão favorecidas com chuvas, em que espremerão (os frutos)».

O Profeta Yussuf a.s. (José) não apenas mostrou o que aconteceria, mas ainda, sem isso lhe ser solicitado, sugeriu as medidas a serem tomadas para o trato com a calamidade, se ela chegasse.

Haveria sete anos de abundantes colheitas. Com um cultivo diligente e racional conseguir-se-iam espigas colossais. Destas, tomar-se-ia o estritamente necessário para o sustento, e armazenar-se-ia o esto na própria espiga, constituindo isto a melhor medida para preservá-lo das pestes que costumavam atacar as medas, quando passavam pela eira.

QUARTO, desastres de saúde na forma de surtos de doenças infecciosas (Tha’un) que ocorreram na terra de Shams, nos anos 638-639 DC (17-18 Hégira). Este desastre matou mais de 30% da população de Shams, incluindo o governador e os companheiros do Profeta (s.a.w.), Muadz bin Jabal e Suhail bin Amr, cuja devoção estava fora de dúvida.

Dos quatro desastres acima mencionados, apenas os desastres de Tha'un são relevantes para Covid-19, porque ambos são desastres de saúde. A pandemia “Tha’un” e Covid-19 têm muitas coisas em comum. O Profeta Muhammad (s.a.w.) disse: “Se você ouvir sobre a praga que assola um país, não entre nele; e se você estiver nessa área, não saia para fugir dela”. (Narrado por Bukhari & Muslim). Este hadith é muito relevante para a mitigação de Covid-19, como o confinamento, a auto-quarentena, o auto-isolamento, o ficar em casa, manter distância, lavar as mãos e assim por diante.

O Alcorão e os Ahadith têm o conceito de desastres que são ricos em significado, como Mussibah (eventos que se abateram sobre os seres humanos); Bala' (testes ou provações bons ou ruins); Fitnah (miséria devido a eventos sociais); 'Az ̇ab (tormento); Fassad (ruim e disputa); Halak (morte, perecimento e aniquilação); Tadmir (destruição); Tamziq (destruição para a humanidade); 'Iqab (represália ou punição) e Nazilah (trazendo punição).

Por um lado, o desastre pode causar sérias perturbações à vida humana, (muṣsibah), e também resulta em perda, dano, destruição (tadmir e tamziq) ou paralisia das funções sociais da sociedade (halak e fassad), bem como conflito e caos (fitnah). Desastres não acontecem apenas com aqueles que são culpados ou pecadores, mas também com aqueles que são bons e justos e têm fé. Se um ser humano pecador é atingido por um desastre, então isso pode ser visto como iqab, nazilah, ou mesmo az ̇ab, devido às suas acções.

Considera-se que, para pessoas boas e verdadeiras afetadas pelo desastre, significa bala' ou testes para melhorar a qualidade de sua fé. Quanto àqueles que morreram como resultado de um desastre, mas eram boas e inocentes, morreram como mártires (gloriosos aos olhos de Deus).

A gestão de desastres no Islão é muito determinada pela perspectiva de interpretar os desastres. No Alcorão, na Sura Al-Baqarah, 2: 155,afirma-se que um desastre é uma forma de amor de Allah SWT (Deus) e um meio de introspecção.

Portanto, os desastres devem ser tratados como um teste, que abre oportunidades para as pessoas melhorarem a qualidade de sua fé e devoção. Assim, os desastres no Islão devem ser superados com o espírito de uma vida melhor, não fatalista e pessimista.

A gestão de desastres deve ser realizada em três etapas, a saber: medidas preventivas, medidas deemergência e recuperação.

Em primeiro lugar, medidas preventivas, nomeadamente analisar as causas dos desastres e compreender o papel dos seres humanos como representantes de Deus na terra. Essa etapa foi inspirada na história do Profeta Yussuf (a.s.), na Sura Yussuf do Alcorão, versículos 47–49, acima mencionados. Deus ordenou que o povo do Profeta Yussuf fizesse plantações por sete anos consecutivos e a colheita fosse armazenada, excepto um pouco para ser consumido, porque iria haver uma fome que duraria 7 anos.

Em segundo lugar, a resposta de emergência a desastres, que é uma série de actividades realizadas imediatamente no momento de um desastre para lidar com os efeitos adversos, que incluem actividades de resgate e evacuação de vítimas, bens, atendimento de necessidades básicas, protecção de grupos vulneráveis, gestão de refugiados e recuperação de emergência. Esta etapa é inspirada na Sura do Alcorão al-Maidah, 5: 32, que afirma que quem cuida da vida de um ser humano é como se salvasse a vida de todos os seres humanos.

Em terceiro lugar, a recuperação é a reabilitação dos serviços públicos e a reconstrução da infraestrutura pós-desastre.

Esta etapa foi extraída da Sura do Alcorão Ar Ra'd, 13:11, que afirma: «Na verdade, Deus não muda o destino de um povo, a menos que este mude a sua própria condição (de pecadores, injustos e ingratos). Equando Deus quer castigar a um povo, ninguém pode impedí-Lo e não tem, em vez d’Ele, protector algum». 

Obrigado. Wassalam (Paz).

M. Yiossuf Adamgy

Director da Revista Islâmica Portuguesa AL FURQÁN

sábado, janeiro 16, 2021

Tudo sempre foi virtual!

Outro dia fiquei impressionado com a realidade virtual de um Leão rompendo uma jaula de vidro, acredito eu, ser em Hong Kong. Tudo isso resultado de uma ilusão lógica utilizando-se de Internet 5G. A coisa foi tão real, que as pessoas que passavam pelo local se assustaram pensando que poderiam se tornarem vítimas de um Leão Feroz. Foi ai, que me veio à mente.
Bem, se o homem com uma Internte 5G pode fazer tudo isso, imagina Deus que utiliza uma Internet 100G! Logo concluí, que esse mundo nunca foi real. Sempre foi virtual. E o homem vem provando isso há milhões de anos.Com o evento da Internet, a coisa ficou clara. É por isso que eu nunca vi ninguém levar nada depois que morre. O possuir, ser milionários, coleções de carros... tudo isso não passa de uma ilusão virtual, utilizada por um Web Designers que utiliza uma Internet 100G, daí a impressão tão real do ter e sentir. A esse Web Designers, nós os crédulos damos o nome de Deus, Louvado seja o Seu nome.

Os grande sábios da humanidade sempre foram desprovidos de desejos carnais. E buscaram incessantemente o Paraíso, um local real, de onde saiu o homem original.
Tudo isso aqui, é claro, um jogo de palavras. Mas, imaginem, o que o homem está fazendo com uma Internet 5G e o que poderá fazer quando atingir 10G?

QI (“Quociente de Inteligência”) 10 é o limite da coinciência humana até hoje liberada pelo Criador. Se com QI 10 o homem já teve esse progresso imagina o Quociente Maior(Deus) 100%? Ele pode com certeza brincar de dar e tirar do Ser Humano o que Ele desejar e tirar a hora que Ele quiser.
Veja como esse tempo já era previsto na Escritura Sagrada>

"Porém tu, ó querido Daniel, tranca em segredo, mediante um selo, as palavras do Livro, até o tempo próprio do fim. Muitos farão de tudo e correrão de uma parte a outra em busca do maior saber; e o conhecimento se multiplicará muitas e muitas vezes!”Dn 12:4

A paz esteja convosco.

sábado, dezembro 26, 2020

Jesus no Islão: A visão dos Muçulmanos sobre o Messias In iqara islam!

Prezados Irmãos, Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. 

Para os muçulmanos, Jesus ( a.s.) [paz esteja com ele] é um profeta enviado por Deus (ár. Allah), filho da Virgem Maria (paz esteja com ela). Ele fez diversos milagres e pregou a Palavra do Evangelho. Para os muçulmanos, Jesus é um profeta que veio ao mundo para entregar a mensagem de Deus, por meio da revelação do Evangelho. Ele é o Messias, aquele que não foi tocado pelo demônio e que Deus enviou para que ele pudesse fazer diversos milagres em Seu Nome. O Islão nega a crucificação de Jesus, mas afirma que ele foi elevado de corpo e alma aos céus e voltará no fim dos tempos para combater o anti-cristo. 

Os ensinamentos de Jesus permanecem vivos na tradição islâmica e foram objectos de pesquisa entre grandes estudiosos da história da religião. Na tradição Islâmica, Jesus é um profeta que foi concebido sem nenhum pecado através de um nascimento milagroso. Embora o Alcorão aponte algumas diferenças em sua história em relação ao que está escrito na Bíblia, ele também é considerado o Messias e os seus relatos de vida mostram que ele vivia uma vida asceta, em que renunciava os luxos mundanos em amor e submissão a Allah. Jesus é o “Verbo de Deus”, aquele a quem o Criador deu a capacidade de operar milagres. Muitos foram testemunhas dessas maravilhas e viram que ele curou os doentes, ressuscitou os mortos e fez os cegos voltarem a enxergar. Para o Islão, todos os verdadeiros profetas são muçulmanos, pois esta palavra é usada para se referir àqueles que se submetem a Deus. No caso de Jesus, ele foi encarregado de entregar a mensagem de Deus aos filhos de Israel e, por ainda não ter concluído sua vida, voltará no final dos tempos para combater o falso messias. 

O Alcorão menciona Jesus como um profeta do Islão e o cita em 15 suras e em 93 versículos. A sua história não é narrada de forma linear, no entanto, através dos relatos contidos no Livro Sagrado islâmico, é possível conectar-se com a sua história e perceber a grande importância que ele tem para os muçulmanos. Ao longo do Livro, ele é chamado pelos títulos de Messias (Al Masih), Profeta (Nabi), Mensageiro (Rassul), Filho de Maria (Ibn Mariam), o Abençoado (Mubarak), Servo de Deus (Abd Allah), aquele que é digno de louvor neste mundo e no vindouro (Wadjih) e o que está próximo de Deus (Min al Muiarrabin). A pronúncia árabe do seu nome é “Issa”. Ele veio ao mundo para entregar a palavra de Deus, por meio da revelação do Evangelho. O Alcorão ainda reforça outras histórias sobre o Messias que foram deixadas de fora da Bíblia e também diverge da versão cristã que afirma que ele é filho de Deus ou que carrega o espírito do Criador. 

Nascimento de Jesus O Alcorão mostra que o nascimento de Jesus foi milagroso. Sua mãe, a Virgem Maria, não era casada com nenhum homem e permaneceu casta durante toda a sua vida. Jesus foi concebido através do verbo de Deus, que foi soprado no ventre de Maria. O Livro Sagrado do Islão revela que o espírito santo é, na verdade, o Anjo Gabriel, que foi enviado por Deus em forma de homem para realizar o milagre da concepção. No momento do parto, Maria se amparou numa tamareira e ficou envergonhada ao sentir as dores do parto, rogando a Allah para que tivesse morrido antes de passar por aquilo. No entanto, o Criador a consolou fazendo com que um riacho passasse pelos seus pés, e que tâmaras frescas caíssem em sua frente. Quando ela retornou para o seu povo com o bebé no seu colo, eles ficaram perplexos com o facto de que ela tinha tido um filho e a questionaram a respeito disso. Neste momento, ela respondeu que deveriam perguntar ao bebé. Eles estranharam, pois uma criança de colo não poderia dizer nada, no entanto, Deus permitiu que Jesus falasse. “Ele lhes disse: Sou o servo de Allah, o Qual me concedeu o Livro e me designou como profeta.” (Alcorão 19:30) 

No Islão, é dito que sempre que uma criança nasce, Satanás coloca a sua mão sobre o recém-nascido. A única excepção a esta regra foi com Jesus. Missão de Jesus A mensagem do Evangelho veio numa época em que os judeus estavam seguindo interpretações da Torá de rabinos que estavam afastando o povo de Israel das Leis Sagradas. Muitos estavam caindo na incredulidade e abandonando a Mensagem apresentada pelo Profeta Moisés (paz esteja com ele). Jesus não veio revogar a Lei, mas cumpri-la. O Evangelho era uma maneira de reforçar a promessa que Deus fez com os filhos de Israel e trazia um julgamento para aqueles que se afastavam da palavra do Criador, e também para os que ainda adoravam ídolos. Jesus não só pregou a palavra de Deus, mas também ensinou através do seu exemplo. Esses relatos mostram um homem de extrema humildade, que ensinou o amor ao Criador através da renúncia a tudo aquilo que é mundano. 

O Messias também remete ao fim dos tempos, quando a Terra tiver sido dominada pela corrupção e pela maldade causada pelo anticristo, que irá estabelecer o seu reinado na terra. Jesus irá liderar a causa de Deus e guiará todas as pessoas que servirem a Allah à vitória, estabelecendo em seguida um reinado de justiça e prosperidade. Relatos de vida no Alcorão Os factos narrados no Alcorão sobre Jesus destacam especialmente os seus milagres e sua pregação. Alguns desses factos também são conhecidos pela tradição cristã, como a cura dos cegos e dos leprosos. Além disso, o Livro Sagrado do Islão menciona que ele ressuscitou ao menos três pessoas: Lázaro, o filho de uma viúva em Naim e a filha de Jairo. Outros factos não constam nas actuais religiões cristãs. Além de Jesus ter falado quando ainda era um bebé, os muçulmanos também sabem que, quando era criança, ele dava vida a pássaros feitos de barro. O Alcorão também menciona brevemente os discípulos de Jesus, quando fala de um milagre em que ele pediu para Deus que fizesse descer uma mesa com um banquete dos céus. Este último milagre chama bastante atenção dos estudiosos, pois alguns comparam este evento à Última Ceia descrita na Bíblia, enquanto outros se referem a ele como o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes. Relatos paralelos Muitos sábios islâmicos e muitas pessoas que são consideradas fontes confiáveis de transmissão de relatos da vida do Profeta Muhammad (s.a.w.) também se dedicaram a examinar e repassar as histórias que envolvem a vida do Profeta Jesus (a.s.).

Essas narrações ajudam a complementar a personalidade destacada pelo Alcorão, fornecendo alguns detalhes além daquilo que é descrito pelo Livro Sagrado. Al Tabari, um grande erudito islâmico, conta que quando Jesus era criança, ele foi enviado para uma escola religiosa. No entanto, Jesus tinha um conhecimento extremamente avançado e já sabia tudo que o professor ensinava. Ele também costumava dizer aos seus colegas o que os seus pais estavam a preparar para o banquete em suas casas, o que motivou os pais das crianças a acharem que o Profeta era, na verdade, um bruxo, e fizeram as suas crianças se afastarem dele. Jesus também teria ressuscitado o filho de um rei que governava próximo de Jerusalém, embora não haja informações sobre a identidade de nenhum deles. 

Entre os estudiosos islâmicos, é comum encontrar relatos sobre outros milagres relatados na Bíblia, como a transformação da água em vinho, caminhar sobre os mares e o surgimento de pães do chão. Ibn Arabi, outro grande erudito islâmico, disse que Jesus é “um com Deus”, não como ser ou em espírito, mas como aquele que cumpre inteiramente a Palavra divina, seguindo todas determinações do Criador. Deus age através do Messias, fala com ele e o protege de cometer pecados, assim como faz com outros profetas. Contestação bíblica O Alcorão lembra-nos que Jesus (a.s.) nunca afirmou ser Deus, portanto, ele não pode ser considerado uma divindade digna de ser adorada, pois o louvor pertence somente ao Criador. No Alcorão, o Messias revela explicitamente que nem ele, nem a sua mãe, devem ser adorados. “E recorda-te de que quando Allah disse: Ó Jesus, filho de Maria! Foste tu que disseste aos homens: Tomai a mim e a minha mãe por duas divindades, em vez de Allah? Respondeu: Glorificado sejas! É inconcebível que eu tenha dito o que por direito não me corresponde. Se o tivesse dito, tê-lo-ias sabido, porque Tu conheces a natureza da minha mente, ao passo que eu ignoro o que encerra a Tua. Somente Tu és Conhecedor do desconhecido.” (Alcorão 5:116).

Nem Jesus, nem qualquer outro homem, pode ser chamado como filho de Deus. Afinal, Allah não é um homem e, portanto, não há nenhum laço biológico entre o Criador e as Suas criaturas. Deus não possui parceiros ou associados, Ele é o Único, o Indivisível e jamais foi gerado. Diante daquilo que o Alcorão apresenta, seria inconcebível afirmar que Deus precisa de ajuda de alguma pessoa para manter ou governar toda a criação. “Quem possuiria o mínimo poder para impedir que Allah, assim querendo, aniquilasse o Messias, filho de Maria, sua mãe e todos os que estão na Terra? Só a Allah pertence o Reino dos céus e da terra e tudo quanto há entre ambos. Ele cria o que Lhe apraz porque é Omnipotente.” (Alcorão 5:17).

Crucificação e retorno O Alcorão nega que Jesus tenha sido crucificado ou morto de qualquer outra maneira. Na tentativa de matá-lo, os captores teriam pegado outro homem por engano. Os sábios islâmicos discutem sobre quem era este homem, sendo que alguns afirmam que foi o seu discípulo traidor, Judas Iscariotes – como forma de puni-lo, Deus teria feito com que ele assumisse a forma do Messias para que fosse pregado na cruz. Outros afirmam que era, na verdade, algum de seus seguidores que teria se entregado, em seu lugar, por amor ao seu mestre. Jesus foi elevado de corpo e alma aos céus, onde permanecerá até o fim dos tempos, quando a Terra estiver sendo governada pelo falso Messias e estiver tomada pela corrupção, mentira e maldade. 

Jesus voltará como líder dos crentes, atestará a veracidade do Islão e corrigirá as crenças incorrectas, inclusive a respeito da crucificação. Ele destruirá o falso Messias, governará a Terra com paz e justiça, concluirá o restante de sua vida e, finalmente, irá falecer. 

Ensinamentos de Jesus no Islão Segundo Salim bin Abi al Jad, Jesus, o filho de Maria, disse: “Trabalhem para Deus, e não para seus estômagos. Olhem para os pássaros: Eles levantam-se pela manhã e adentram a noite sem ter plantado, nem colhido, e ainda assim Deus provê para eles. Agora, se vocês disseram para mim, ‘Os nossos estômagos são maiores do que os dos pássaros’, olhem então para o boi, os animais selvagens e os burros; eles não aram, nem colhem a terra, e ainda assim Deus também provê para eles. Cuidado com os luxos deste mundo e temei-os, pois os luxos deste mundo são sujeira aos olhos de Deus.” (Ibn al Mubarak).

Está escrito no Evangelho: “Filho de Adão, como tu tens piedade, Deus terá piedade de ti. Como tu esperas ter a misericórdia de Deus, se não tens misericórdia dos seus servos?” (Abu al Layth al Samarqandi). 

Uma vez, alguém perguntou a Jesus: “Como consegue andar sobre a água?” Jesus respondeu: “Com a convicção”. Então, alguém disse, “Mas nós também temos convicção!” Jesus, então, perguntou a eles: “A pedra, o barro e ouro são iguais aos vossos  olhos?” Eles responderam “é óbvio que não!”, ao que Jesus respondeu, “para mim, eles são”. (Ahmad).

Uma vez, Jesus e seus discípulos estavam do lado de fora do Templo de Salomão e os discípulos disseram: “Ó Messias de Deus, olhe para a Casa de Deus! O que pode ser mais belo?” Jesus respondeu: “Amém. Amém. Eu digo a vocês que Deus não deixará pedra sobre pedra desta Casa de pé. Na verdade, Deus irá destruí-la por causa das más acções do seu povo. Deus não constrói nada de valor com ouro ou prata, nem mesmo com estas pedras. Corações justos são mais queridos para Deus do que estas pedras, pois Deus cultiva a terra com corações justos e, na sua ausência, a terra é destruída.” (Ahmad) Foi relatado que Jesus disse: “Eruditos são de três tipos: os que conhecem Deus e Seus mandamentos, os que conhecem Deus, mas não os Seus mandamentos, e aqueles que conhecem os os Seus mandamentos, mas não conhecem Deus.” (Al Hakim Al Tirmidhi).

Jesus, o filho de Maria, costumava dizer: “Ó meu Deus, certamente eu inicio esta manhã incapaz de impedir o que eu temo e de apressar o que eu espero. Está tudo em outras mãos. Eu acordei preso aos meus actos. Não há ninguém mais pobre do que eu. Não faças de mim a causa dos meus inimigos serem amaldiçoados, nem me tornes a razão pela qual um prejuízo atinja um amigo. Não coloques a tribulação no meu caminho espiritual, nem coloques com autoridade sobre mim alguém sem nenhuma misericórdia.” (Ibn Abi al Dunya).

Conclusão Jesus, paz esteja com ele, é um profeta islâmico e um dos mensageiros de Allah, que são aqueles que vieram trazer a palavra do Livro Sagrado de Deus. A sua missão foi entregar o Evangelho ao seu povo, que servia como orientação para que os filhos de Israel abandonassem interpretações falsas sobre a religião e voltassem para aquilo que Deus havia destinado a eles por meio de outros profetas. Ele nasceu por meio de uma concepção milagrosa através da sua mãe, a Virgem Maria. 

Operou diversos milagres em vida, como curar os cegos e os doentes, e ressuscitou os mortos. Jesus foi perseguido e tentaram crucificá-lo, mas Deus fez com que ele subisse aos céus antes que fosse capturado, onde permanecerá até a chegada do fim dos tempos, quando voltará para combater o falso messias. 

O Islão mostra que Jesus não é filho de Deus, nem possui um espírito em comum com o Criador. O Messias foi um mensageiro obediente que seguiu todas as determinações de Allah, que o manteve protegido de cometer qualquer pecado. Os seus ensinamentos na tradição islâmica são preciosos e vários eruditos se dedicaram a examinar e compartilhar relatos sobre a sua vida, seus dizeres e acções.

Fonte:Versão Portuguesa de: M. Yiossuf Adamgy (Esse texto está escrito em Portugues de Portugal, a fim de manter sua originalidade).