domingo, agosto 30, 2020

O Alcorão e a Ciência

Louvado seja Deus, Senhor do Universo, que a paz e as bênçãos de Deus estejam sobre seu Nobre Profeta, sua família, seus companheiros e sobre todos os muçulmanos até o dia do Juízo Final.

Queridos irmãos, no Alcorão Sagrado há duas suratas que começam com um louvor a Deus – a primeira é a surata 6: “Louvado seja Allah, que criou os céus e a terra (...)”; e a segunda é a surata 18: “Louvado seja Deus que revelou o Livro ao Seu servo, no qual não colocou contradição alguma”. Na primeira, o motivo do louvor é a criação do Universo e, na segunda, o motivo é a revelação do Alcorão Sagrado. Isso significa que tanto da Criação do Universo quanto da Revelação da Palavra tem a mesma importância.

No Alcorão Sagrado há mais de mil sinais científicos e, mesmo sendo revelado há mais de 1400 anos, a ciência moderna não consegue contradizer nenhum destes sinais, pois o Alcorão é a palavra de Deus e o Universo é a Sua criação.

Falaremos hoje a respeito de alguns desses sinais revelados no Alcorão.

Deus nos fala no Alcorão Sagrado: “Não! Em verdade, se ele não se detiver, o pegaremos pela naseyah (parte frontal da cabeça). Naseyah mentirosa e pecaminosa.” (96, 15-16)

Somente nos últimos sessenta e três anos os pesquisadores e cientistas descobriram que a parte frontal do cérebro é a responsável pelo planejamento e pela motivação, assim como pelo ato de falar uma verdade ou de mentir (Os milagres científicos na parte frontal da cabeça, Moore et al, p. 41). A área pré-frontal é considerada também como responsável pela agressividade. Por isso, durante as rezas, o muçulmano coloca sua parte frontal da cabeça no chão como sinal de obediência total para que suas decisões estejam de acordo com a vontade de Deus. A oração impede os maus atos sugeridos por essa parte da cabeça e em outro versículo, Deus nos diz: “(...) Por certo, a oração protege o homem contra a obscenidade e o ilícito” (29:45).

Deus disse no Alcorão: “Ó homens! É-vos proposto um exemplo, então, ouvi-lo: ‘Por certo, os que invocais, além de Allah, não criarão uma mosca sequer, ainda que, para isso, se juntem. E, se a mosca lhes tirar algo, não poderão recuperá-lo (...)”’. (22:73)

Cito a seguir um trecho do livro Os milagres científicos no Alcorão e na sunnah que justifica cientificamente o exemplo citado: “(...) este inseto é um ser que digere o alimento fora de seu organismo, liberando uma substância que dissolve a comida antes que seja por ele ingerida, e se ele tomar do homem algum alimento jamais poderá devolvê-lo na sua forma original, e isto foi revelado no Sagrado Alcorão, depois de mostrar a incapacidade das criaturas de criar este mosquito”.

O nosso terceiro exemplo na está na seguinte surata: “A quem Deus quer iluminar, dilata-lhe o peito para o Islam; a quem quer desviar, oprime-lhe o peito, como aquele que se eleva na atmosfera. Assim, Deus cobre de abominação aqueles que se negam a crer” (6:125). Nesse versículo Deus exemplifica a situação daquele que se desvia do Seu caminho, em outras palavras, ao sair do caminho de Deus a pessoa sente um sufoco como se estivesse solto na atmosfera. A ciência moderna prova que quanto mais o homem é elevado na atmosfera, maior será sua dificuldade em respirar até chegar ao ponto em que a respiração se torna impossível.
Queridos irmãos, convoco a todos para que sejam mais atenciosos com o Livro de Deus não somente com a recitação, mas também para aprender e entender porque é a mensagem de Deus para toda a humanidade.

Pedimos a Deus que nos ajude a acreditar no Alcorão Sagrado e que saibamos aplicá-lo corretamente em nossa vida.

Sheikh Mohamad Al Bukai
01/10/2010

O adultério

O adultério e a fornicação são considerados pecados em todas as religiões. A Bíblia decreta a sentença de morte para ambos os adúlteros (Levítico 20:10). O Islam, igualmente, pune tanto o adúltero como a adúltera (24:2). Contudo, a definição alcorânica é muito diferente da definição bíblica. O adultério, de acordo com o Alcorão, é o envolvimento de um homem casado ou uma mulher casada em um caso extraconjugal. A Bíblia somente considera adultério o caso extraconjugal de uma mulher casada. (Levítico 20:10, Deuteronômio 22:22. Provérbios 6:20/7:27).

"Se um homem é encontrado dormindo com a esposa de outro homem, ambos devem morrer. Deve-se expurgar o mal de Israel" (Deuteronômio 22:22).

"Se um homem comete adultério com a esposa de outro homem, ambos, adúltero e adúltera devem ser colocados para morrer" (Levítico 20:10).

De acordo com a definição bíblica, se um homem casado dorme com uma mulher solteira, isto não é considerado crime de forma nenhuma.

O homem casado, que tem relações extraconjugais com mulheres solteiras, não é um adúltero e as mulheres solteiras envolvidas com ele não são consideradas adúlteras. O crime de adultério é cometido somente quando um homem, seja casado ou solteiro, dorme com uma mulher casada. Neste caso, o homem é considerado adúltero, mesmo que ele não seja casado, e a mulher é considerada adúltera. Em resumo, o adultério é qualquer ato sexual ilícito envolvendo mulher casada. O caso extraconjugal de um homem casado não é, de per si, um crime na Bíblia. Por que este padrão moral duplo? De acordo com a Enciclopédia Judia, a esposa era considerada como posse de seu marido e o adultério constituía a violação do exclusivo direito do marido sobre ela; a esposa, como posse do marido, não tinha direito sobre ele (15). Quer dizer, se um homem tinha uma relação sexual com uma mulher casada, ele estaria violando a propriedade de outro homem e, assim, deveria ser punido.

Nos dias atuais em Israel, se um homem casado se entrega a um caso extraconjugal com um mulher solteira, seus filhos com esta mulher são considerados legítimos. Mas, se uma mulher casada tem um caso com outro homem, seja casado ou solteiro, seus filhos com este homem são considerados ilegítimos e bastardos e são proibidos de casar com qualquer outro judeu, exceto com os convertidos e com outros bastardos. Este impedimento cessa após a 10a. geração, quando se presume que a mancha do adultério enfraqueceu-se (16).

O Alcorão, por outro lado, nunca considera uma mulher como posse de qualquer homem. O Alcorão eloqüentemente descreve a relação entre os esposos dizendo:

"E entre os Seus sinais está que Ele criou para vós companheiros de entre vós mesmos, os quais vós podeis habitar em tranqüilidade com eles e Ele colocou amor e misericórdia em vossos corações: verdadeiramente, nisto há sinais para aqueles que refletem" (30:21).

Este é o conceito alcorânico de casamento: amor, misericórdia e tranqüilidade, não posse e padrões duplos.

Dr.Sherif Abdel Azeem Mohammed

O Alcorão e a sua Sabedoria

O Alcorão é a maior dádiva de Deus à Humanidade e a sua sabedoria é de uma espécie única. Exposto em termos breves, o propósito do Livro consiste em ser o repositório das revelações, o qual restaura a eterna verdade de Deus, como guia da humanidade no caminho certo.

O Alcorão é a palavra de Deus revelada a Muhammad através do Arcanjo Gabriel, a qual ultrapassa a imaginação humana para se produzir uma obra desta grandeza. Os contemporâneos do Profeta Muhammad foram, sem dúvida, os maiores mestres da língua árabe com motivos para produzir um texto sem rival. Mas eles não poderiam produzir nada como o Alcorão, em conteúdo e estilo.

O Profeta Muhammad não tinha preparação escolar formal, mas não fez segredo sobre isso. O seu maior crédito era que sendo iletrado, viveu entre seu povo para ensinar a Humanidade inteira, letrado ou analfabeto, a verdadeira Mensagem de Deus. Este é o primeiro fato acerca do Alcorão, ou seja, a Palavra de Deus.

O segundo fato acerca deste Livro é a autenticidade do seu conteúdo e a ordem em que estão distribuídas várias matérias. A autenticidade do Alcorão não deixa dúvidas pela sua pureza, originalidade e integridade de seu texto. Investigadores e estudiosos qualificados, muçulmanos e não muçulmanos, concluíram, já que o Alcorão de hoje é o mesmo Livro que Muhammad recebeu (41), ensinou, por ele viveu, e o legou à Humanidade há mais de quatorze séculos. Algumas observações podem ilustrar a autenticidade do Alcorão:

1) O Alcorão foi revelado em fragmentos. A palavra Alcorão significa “Livro por excelência”. A composição do Alcorão e as revelações graduais das suas passagens foram os planos e desejos de Deus, desejos pelos quais Muhammad e os seus companheiros lutaram.

“Os incrédulos dizem: Por que não lhe foi revelado o Alcorão de uma só vez? (Saibam que) assim procedemos para firmar como ele o teu coração, e to ditamos em versículos, paulatinamente.” (Alcorão Sagrado 25:32)

“Não movas a língua com respeito (ao Alcorão) para te apressares (para sua revelação). Porque a Nós incube a sua complicação e a sua recitação. E quando to recitarmos, segue a sua recitação. Logo, certamente, a Nós compete a sua elucidação.” (Alcorão Sagrado 75:16 ao 20)

“Eis o livro que é indubitavelmente a orientação dos tementes a Deus.” (Alcorão Sagrado 2:2)

“E crede no que revelei, e que corrobora a revelação que vós tendes; não sejais os primeiros a negá-los, nem negocieis as Minhas leis a vil preço, e temei a Mim, somente. E não disfarceis a verdade com a falsidade, nem a oculteis, sabendo-a.” (Alcorão 2:41-42)

2) Os árabes distinguiram-se pelo seu apurado gosto literário, pelo que conseguiram gozar e apreciar as boas peças de literatura, que o Alcorão lhes facultou. Sentiram-se movidos pelo seu tocante tom e atraídos pela sua extraordinária beleza, encontrando nele a maior satisfação e a mais profunda alegria, ao ponto de memorizar a maior parte do Livro. O seu estilo rítmico continua a ser admirado por todos os muçulmanos e por muitos não-muçulmanos.

3) Ainda hoje muitos muçulmanos, homens e mulheres, fazem a recitação diária de uma parte do Alcorão, em orações e durante a vigília noturna. A recitação do Alcorão é para os muçulmanos uma forma elevada de adoração e uma prática diária.

4) Os árabes admiram sempre bons poemas, distinguindo-se como amantes da boa literatura. Foram distinguidos pela sua privilegiada memória em que a literatura ocupou sempre o lugar de destaque. O Alcorão foi reconhecido por todo o povo árabe de gosto literário, como inimitável. Por isso, eles apressaram-se a memorizá-lo, mas da mais notável e respeitosa forma.

5) Durante a vida do Profeta Muhammad, houve escribas notáveis e compiladores nomeados para as Revelações. Quando o Profeta recebia um versículo ou uma mensagem, dava imediatamente instruções aos seus escribas para registrá-los sobre a sua supervisão. O que era registrado era verificado e autenticado pelo próprio Profeta. Todas as palavras eram revistas e cada passagem era posta na devida ordem.

6) Durante 23 anos, as Revelações completaram-se e os muçulmanos estavam de posse de registros completos do Alcorão. Foram recitados, memorizados, estudados, usados para todos os propósitos diários.

7) Depois da morte do Profeta Muhammad, o Alcorão estava à memória de muitos discípulos e em numerosas tábuas de registro. Mas isso ainda não satisfazia Abu Backar, o primeiro Califa (42) que receou que a morte de alguns memorizadores, pudesse trazer sérias confusões acerca do Alcorão. Por isso, ele consultou autoridades especializadas e depois encarregou Zaid Ibn Thabit, o escriba chefe das Revelações do Profeta Muhammad, de compilar um padrão e completar a cópia do Livro, tal como foi autorizado pelo próprio Profeta Muhammad. Ele o fez sobre a supervisão dos companheiros do Profeta e com a ajuda deles. A versão completa e final foi verificada e aproveitada por todos os muçulmanos que tinham ouvido o Alcorão do próprio Profeta e o guardavam na memória e no coração. Isso teve lugar, menos de dois anos após a morte de Muhammad. As revelações estavam ainda frescas e vivas na memória dos escribas, memorizadores e outros discípulos mais chegados.

8) Durante o califado de Uthman, cerca de quinze anos depois do falecimento do Profeta Muhammad, ficou completa a compilação de várias revelações recebidas pelo Profeta num Livro que ficou conhecido Mushaf Uthmania. Seguidamente, fez-se a primeira difusão de várias cópias do Alcorão, em diversos territórios. Muitos dos habitantes nunca tinham visto ou ouvido o Profeta Muhammad. Por razões geográficas e fatores regionais, conheciam alguns textos do Alcorão com elevadas distorções de acentuação.. Uthman atuou rapidamente para resolver esta situação. Depois de mútuas consultas com todas as autoridades especializadas, foi constituída uma comissão de quatro homens saídos dos anteriores escribas das Revelações. Todos os textos anteriores em uso foram recolhidos e substituídos por uma cópia padrão. E a partir dessa época em diante, a mesma versão padronizada esta um uso, sem a menor alteração em palavras ou ordem e mesmo de quaisquer sinais de pontuação.

Por estas observações, os investigadores sérios concluem que o Alcorão se mantém hoje, como a quando da sua revelação e assim se conservará para sempre. Nunca lhe foi acrescentado nada, nunca houve nele qualquer omissão ou corrupção. A sua história é tão clara como o dia; a sua autenticidade é inegável, e a sua completa preservação está fora de dúvida. O Alcorão está cheio de sabedoria sem exemplo, com respeito à sua origem, características e dimensões.

A sabedoria do Alcorão deriva da sabedoria do autor que não poderia ter sido qualquer outro senão o Próprio Deus. Também deriva da compulsória força do Livro que é inimitável, o qual é um desafio a todos os homens de letras e de conhecimentos. As soluções práticas que oferece para os problemas humanos e como sendo de natureza e características especiais.

Fonte: “O Islam em foco” – Hammudah Abdalati - CDIAL

O ZAKAT

Louvado seja Deus, Senhor do Universo, que a paz e as bênçãos de Deus estejam sobre seu Nobre Profeta, sua família, seus companheiros e sobre todos os muçulmanos até o dia do Juízo Final.

Meus queridos irmãos, nosso discurso de hoje trata do terceiro dos cinco pilares que temos no Islam, que é o Zakat. Quando falamos de um pilar temos que nos lembrar de seu valor como em um edifício que sem este pilar fica sem sustentação; o Zakat é muito importante para completar a nossa religião, ele é um pilar de sustentação e é obrigatório para os muçulmanos que tenham condições financeiras para pagá-lo.

Queridos irmãos, se nós pesquisarmos a palavra Zakat no dicionário da língua árabe encontraremos três significados: acréscimo, purificação e bênçãos.

Na realidade, são exatamente esses valores que há no Zakat. Quando um muçulmano separa e paga uma parte do seu dinheiro aos necessitados está aumentando sua própria renda. Mesmo que pareça estar diminuindo ou gastando seu dinheiro, Deus irá multiplicar e recompensar cada centavo em 700 vezes. Deus nos diz no Alcorão Sagrado: “O exemplo dos que gastam dos seus bens pela causa de Deus é como o de um grão que produz sete espigas, que irão produzir, cada espiga, cem grãos. Deus multiplica mais ainda quem Lhe apraz, porque é Munificente, Sapientíssimo.” (2:261)

Deus também vai abençoar o dinheiro daqueles que entreguem seu Zakat; é preciso entender que um pouco de dinheiro com a benção de Deus é muito e que muito dinheiro sem as bênçãos de Deus é pouco. O Zakat é uma purificação da alma das pessoas apaixonadas por dinheiro, isso as purifica assim como a alma dos necessitados para que não sejam tomados pelo sentimento de inveja por ninguém. Em outras palavras, o Zakat purifica quem pagou e quem o recebeu além da purificação do dinheiro que ainda ficou com ele.

Queridos irmãos, quando lemos o Alcorão Sagrado vemos que a reza e o Zakat estão intrinsecamente ligados: onde se faz referência à reza também se faz ao Zakat, isso significa que o Zakat tem a mesma importância que a reza; como a reza fortalece a ligação entre a pessoa e Deus, o Zakat fortalece a ligação das pessoas com a sociedade.

Deus falou no Alcorão Sagrado: “Praticai a oração, pagai o Zakat e inclinai-vos, juntamente aos que se inclinam.” (2:43)

Também lemos no Alcorão: “Homens, a quem não entretém nem comércio nem venda da lembrança de Deus e do cumprimento da oração e da concessão de az-zakah (...)”. (24:37)

Vejamos a surata Al-Hajj: “Esses são os que, se os empossamos na terra, cumprem a oração e concedem az-zakah (...)”. (22:41)

Vemos também a importância do Zakat nos ditos do profeta Muhammad quando este mandou um companheiro chamado Moa’aht para divulgar o Islam no Yemen e lhe disse: “Chame o povo para testemunhar que Deus é único e que Muhammad é seu mensageiro. Quando aceitarem, informe-lhes que Deus os obrigou a orar cinco vezes ao dia; quando aceitarem, fale que Deus ordenou o Zakat, que o dinheiro deve ser pago pelos ricos e entregue aos pobres”.

Queridos irmãos, o valor do Zakat a ser pago é de 2,5% e é obrigatório a todo muçulmano rico. É considerado rico aquele que tenha 85 gramas de ouro, no mínimo, e que tenha mantido esse valor durante um ano completo, bem como é devido também sobre qualquer mercadoria e sobre seus meios de comercialização. O Zakat não é devido sobre o patrimônio fixo que não gera lucro. As pessoas merecedoras de receber o Zakat são aquelas que Deus falou no Alcorão Sagrado, na surata At-Taubah: “As esmolas são tão-somente para os pobres, para os necessitados, para os funcionários empregados em sua administração, para aqueles cujos corações têm de ser conquistados, para a redenção dos escravos, para os endividados, para a causa de Deus e para o viajante*; isso é um preceito emanado de Deus, porque é Sapiente, Prudentíssimo”. (9:60).

Queridos irmãos, o Zakat é uma responsabilidade do rico e um direito do pobre; há algo que não deve ser esquecido na sociedade: o rico vai ser julgado no dia do Juízo Final por não ter pago esse direito aos necessitados. No Alcorão Sagrado, surata At-Taubah, Deus nos fala: “(...) E aos que entesouram o ouro e a prata e não os empregam na causa de Deus, anuncia-lhes (ó Muhammad) um doloroso castigo”. (9:34)

Wal-hamdu Lil-lah Rabil-'Alamin!

(*) Nesta ocasião, é considerado viajante aquele que está fora de seu país e não tem condições de regressar.

Sheikh Mohamad Al Bukai

sábado, agosto 22, 2020

Ano Novo Islâmico de 1442 da Hégira

Prezados Irmãos, Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

ANO NOVO ISLÂMICO: 01.Muharram.1442 / 20.Agosto.2020 Quarta-Feira, 19 de Agosto de 2020, ao pôr do sol, começou o Ano Novo Muçulmano, segundo o Calendário Islâmico (lunar), correspondente ao ano 1442 da Hégira (emigração do Profeta Muhammad [s.a.w.] de Meca para Medina), que teve lugar no ano 622 do Calendário Gregoriano (ano 1 do Calendário Islâmico Hegiriano). Portanto, o primeiro dia do Novo Ano Islâmico se inicia na manhã de Quinta-Feira, 20 de Agosto de 2020. Muharram é um mês abençoado, é o mês da libertação. Os muçulmanos têm duas datas nos dias de Murahham que ampliam os nossos corações e que entendemos o significado da vida. 

A primeira é a comemoração do início da HÉGIRA, a fundação de uma nova era na Comunidade Islâmica. O segundo é ASHURA, o 10º. Dia, um dia importante para os muçulmanos que estão cientes da grandeza de Allah. No Ano Novo Islâmico, que começa com o primeiro luar de Muharram, os Muçulmanos lembram todos os anos como o nosso amado Profeta (s.a.w.) migrou de Meca com os seus companheiros para a cidade de Medina. Sim, o nosso Profeta foi um refugiado, um migrante, sofreu dificuldades e dores, mas com essa experiência, a comunidade que olhamos todos os dias, nasceu como exemplo. Uma comunidade que mudaria o mundo. 01.MUHARRAM.1442 / 20.AGOSTO.2020 

OBRAS DISPONÍVEIS SOBRE O MUHARRAM, EDITADAS EM PORTUGUÊS, PELA AL FURQÁN Portanto, o primeiro de Muharram é um período resiliente. Não há celebração com grandes despesas, nem grandes festas. Pelo contrário, é a festa do silêncio, da memória da generosidade de Allah, que nunca esquece as Suas criaturas. O muçulmano é alguém que ama o quotidiano e não o excepcional. Pouco antes da lua cheia iluminar o céu, o Dia de Ashura acontece. Este dia é também especial, pois é o dia em que a resiliência se converte em acção, por isso se jejua, se recorda (zikr). É também o dia em que o neto de nosso amado Profeta (s.a.w.), Hazrat Hussayn (r.a.), lutou bravamente e foi assassinado. Ashura é uma data que a tradição islâmica contempla, simbolicamente, como cósmica. É o dia dos Profetas. Ibn Hibban, um dos maiores sábios do século VIII, no seu livro al-Taqasim wa al-Anwa relatou que o décimo dia do mês de Muharram é o dia em que Deus criou os céus e a terra. 

Também é o dia em que Ele expulsou e fez regressar o Profeta Adão (a.s.) e que fez desembarcar o Profeta Noé (a.s.). Foi também o dia em que o Profeta Yussuf [José] (a.s.) se libertou do poço onde os seus irmãos o arrojaram .... Enfim, é uma data de renascimento, aceitação e libertação de acordo com exemplos proféticos. Reunimos uma lista rápida de maneiras fáceis de aproveitar os benefícios do Muharram: — Diga mais Salaam! Esta é a saudação do Profeta (saw) e do povo do Paraíso, e uma acção tão simples pode colher inúmeras recompensas e perdão. — Sorria para todos. Esta acção simples vai pesar muito na balança durante o mês de Muharram. — Dê Sadaqah (Caridade) regular. Muharram é o início do Ano Novo islâmico, então é o momento perfeito para tomar decisões e estabelecer bons hábitos que você pode colher os frutos do ano todo. — Melhore a sua saúde comendo melhor, fazendo mais exercícios e tendo uma boa rotina de sono. Sim, cuidar da sua saúde também é uma acção recompensadora - o seu corpo é uma amanah (confiança) de Allah! Fazer algumas mudanças no estilo de vida pode gerar inúmeras recompensas. — Procure o perdão. Visto que os pecados são mais pesados no Muharram, você deve pedir perdão o mais rápido possível durante este mês. — Leia mais o Alcorão. 

É óbvio que sempre é colocado nessas listas - mas é a maneira perfeita de se aproximar de Deus durante este mês incrível! A melhor maneira de fazer isso é comprometer-se com apenas 10-15 minutos por dia; estabeleça um horário e seja disciplinado! Com sorte, você cumprirá a resolução de Ano Novo se estabelecer o bom hábito durante o Ramadão. Essas acções não são específicas do Muharram, mas são altamente recomendadas e faz sentido aumentá-las durante este mês abençoado! 

É altamente recomendável jejuar o máximo possível durante o Muharram (embora o jejum de todo o mês seja reservado apenas para o Ramadão). O Mensageiro de Allah (saw) disse: "O melhor jejum após o Ramadão é o Mês Sagrado de Allah (Muharram) ..." (Muslim) A Al Furqán, órgão para a divulgação do Islão em Portugal, deseja à Comunidade Muçulmana de Portugal e às Comunidades Muçulmanas ao redor do mundo, bem como à toda Sociedade Portuguesa BEM-ESTAR, PAZ E FELICIDADE. 

Obrigado. Wassalam (Paz). M. Yiossuf Adamgy Director da Revista Islâmica Portuguesa AL FURQÁN.

Fonte:Reflexões Islâmicas - nº. 420 - www.islao.pt /www.alfurqan.pt — alfurqan2011@gmail.com — tlm. 96 545 96 46

sexta-feira, agosto 14, 2020

O Muçulmano que descobriu o lugar onde Jesus foi batizado

Al Maghtas, onde Jesus foi batizado (Foto: Wikipedia)

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum",esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. O local que Jesus foi batizado ficou abandonado por cerca de 500 anos. 

Graças aos esforços do príncipe da Jordânia, o lugar, que é sagrado para os cristãos, foi redescoberto. Perto dali, também está o monte em que o Profeta Elias subiu aos céus.  Desde 2002, o espaço está aberto para visitantes.

Cristãos do mundo todo preservam o hábito de viajar até Israel para visitarem o Rio Jordão, onde pressupõem que Jesus foi batizado por João Batista. Alguns fiéis aproveitam a oportunidade para repetir o mesmo ato de consagração vivido pelo Messias naquelas águas.

No entanto, hoje é fato conhecido que o local onde Jesus teria sido batizado não está em domínios israelenses, mas em um ponto afastado do rio, em um território que pertence à Jordânia e que foi redescoberto há cerca de 25 anos, graças aos esforços do príncipe jordaniano Ghazi bin Muhammad,que é muçulmano e sobrinho do então rei da Jordânia, Hussein bin Talal.

De fato, a descoberta do local histórico contou com o envolvimento de diversas pessoas, mas foi o entusiasmo de Ghazi pela história das religiões que possibilitou as investigações em um terreno próximo às margens do Rio Jordão, que estava praticamente abandonado, mas guardava uma rica história com mais de 2000 anos de idade.

Construção

O local onde Jesus foi batizado possui uma estrutura rudimentar erguida no século I d.C. Durante a idade média, esta construção foi reconhecida inclusive por santos, monges e escribas católicos como o berço do cristianismo. Na Bíblia, o território é chamado de Betebara, descrito em João 1:28 como um lugar que estava localizado além do Jordão. Sua estrutura era a de um mikveh, uma piscina que os judeus usam para fazer banhos rituais. Mas a expansão do cristianismo transformou o lugar em um ponto de batismo e peregrinação.

As paredes do local, feitas em arenito, ainda possuem marcas de cruzes feitas pelos primeiros peregrinos que visitaram o local.

Peregrinação e declínio de Betebara Durante muito tempo, houve estruturas religiosas próximas ao local do batismo de Jesus. Estima-se que desde o século V havia presença de um mosteiro cristão na região e, entre o final do século V e início do VI, o imperador bizantino Anastácio construiu uma igreja dedicada a João Batista, que mais tarde foi destruída em uma inundação.

O local era amplamente visitado por peregrinos até a invasão persa em 614, que tirou o poder de Jerusalém da mão dos cristãos. Após vários desastres naturais e invasões, o território acabou ficando abandonado até ser completamente esquecido. Após a conquista islâmica de Jerusalém, os locais de adoração cristã passaram a se  concentrar na margem ocidental, do outro lado do rio, em um local conhecido como Qasr el Yahud. No século XIII, ainda houve outra tentativa de construir um templo ortodoxo onde ficavam as antigas estruturas bizantinas, mas não se sabe quanto tempo isso durou.

No final do século XV, a peregrinação cristã já havia declinado. Mais tarde, durante o século XX, uma comunidade agrícola ocupou a margem leste do Rio Jordão.

Um príncipe muçulmano no berço do cristianismo Em 1994, a Jordânia assinou um tratado de paz com Israel, após anos de conflito, o que permitiu novamente a exploração do Monte Nebo, que estava militarmente ocupado. Pouco tempo depois, o príncipe Ghazi visitou a região, que fica próxima ao Rio Jordão, quando conheceu o monge e arqueólogo franciscano Michele Piccirillo.

Piccirillo acreditava que aquele lugar era, de fato, onde Jesus havia sido batizado e convenceu o monarca a analisar a região. Após análises do local, foram descobertas evidências de habitações do período do Império Romano, o que foi suficiente para fazer com que iniciassem os processos de desminagem e escavação.

A escavação foi conduzida pelo Dr. Mohammad Waheeb e foi patrocinada pela Família Real da Jordânia. O processo se iniciou somente em 1997, seguindo as medidas primárias de conservação e restauração, até finalmente ser reaberto no ano de 2002.

Desde então, o lugar virou, novamente, um destino de peregrinação. O local chegou a ser visitado pelo Papa João Paulo II ainda no ano de 2000 e, quinze anos mais tarde, foi considerado pela UNESCO como Património da Humanidade.

O legado da descoberta

O parque hoje é conhecido como Al Maghtas que, traduzido para o português, significa “O Batismo”. Ali foram descobertas três igrejas, três piscinas batismais, um poço circular e um complexo externo ao redor da colina, onde há cavernas e túmulos de monges cristãos. Algumas dessas construções possuem cerca de 1400 anos de história.

A colina em questão também é um local sagrado não só para os cristãos, mas também para os muçulmanos e judeus, pois ali teria sido onde o Profeta Elias, que é aceito pelas três religiões, subiu aos céus.

Alguns questionaram a descoberta, como, por exemplo, o jornal americano Washington Post e o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), que afirmaram não haver evidências conclusivas de que ali era de fato onde ocorreu o batismo de Jesus. No entanto, 13 das principais instituições cristãs do mundo reconheceram a autenticidade do local.

Os ritos católicos romanos, gregos, armênios, sírios, etíopes, copta, maronita, romeno, russo e as igrejas anglicanas, luteranas e batistas enviaram cartas de autenticidade à Jordânia reconhecendo a legitimidade do local como sendo o lugar em que Jesus foi batizado por João Batista.

O local é aberto aos visitantes e recebe anualmente 100 mil visitantes em média, três vezes menos do que a margem israelense do Jordão. 

5 versículos do Alcorão Sagrado sobre a Paz  Inter-religiosa e Diálogo

«É possível que Deus restabeleça a cordialidade entre vós e os vossos inimigos, porque Deus é Poderoso, e porque Deus é Indulgente, Misericordioso». [Alcorão, 60: 7]

Para todos os nossos problemas, perguntas e dificuldades na vida, o Alcorão fornece-nos esperança, respostas e inspiração. As Palavras Sagradas de Deus devem e continuarão a inspirar-nos em mais maneiras do que possamos compreender - e na esperança de nos ajudar a entender a importância da comunidade, solidariedade e bondade. Aqui está o que o Alcorão nos diz sobre a paz inter-religiosa e diálogo:

1. As nossas diferenças são a Vontade de Deus «Na verdade, revelamos-te (ó Muhammad) o Livro corroborante e preservador dos anteriores.

Julga-os, pois, conforme o que Deus revelou e não sigas os seus caprichos, desviando-te da verdade que te chegou. A cada um de vós temos ditado uma lei e uma norma; e se Deus quisesse, teria feito de vós uma só nação; porém, fez-vos como sois, para testar-vos quanto àquilo que vos concedeu. Emulai-vos, pois, na benevolência, porque todos vós retornareis a Deus, o Qual vos inteirará das vossas divergências». [Alcorão, 5:48]

Aqui, o Alcorão lembra-nos que as nossas vidas e sociedades são projectadas e prescritas pela Vontade de Deus - o que significa que tudo que devemos fazer é ser o melhor que pudermos como muçulmanos, respeitar as nossas diferenças pacíficas e deixar Deus ser o único Juiz como Ele é.

2. Somos diferentes uns dos outros por um motivo

«Ó humanidade! Na verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sábio e está bem inteirado». [Alcorão, 49:13]

Aqui, o Alcorão explica que somos diferentes uns dos outros não para lutar e discutir, mas para compreender e até celebrar - devemos perceber que é necessário permanecer unidos como uma comunidade mais ampla, não a despeito de, mas por causa de nossa diversidade.

3. Não há compulsão na religião

«Não há imposição quanto à religião, porque já se destacou a verdade do erro. Quem renegar o sedutor e crer em Deus, ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo. E Deus éOmniouvinte, Omnisciente». [Alcorão, 2: 256]

A religião do Islão não permite que alguém seja forçado a seguir uma religião - não podemos forçar ou esperar que todos sigam a religião do Islão.

Devemos, portanto, respeitar e compreender que há muito a ser dito no julgamento do carácter de uma pessoa, perante a sua declarada religião.

4. Não devemos julgar uma pessoa pela sua comunidade

«... E que o ressentimento contra aqueles que trataram de impedir-vos de irdes à Mesquita agrada não vos leve a transgredir (os limites da conduta). Outrossim, auxiliai-vos na virtude e na piedade. Não vos auxilieis mutuamente no pecado e na hostilidade, mas temei a Deus, porque Deus é severo no castigo». [Alcorão, 5: 2]

Aqui, o Alcorão diz-nos para nos concentrarmos nacooperação com os outros, no caminho da retidão e da piedade - em tudo o que fazemos na vida.

Isso significa que devemos continuar a defender a moral da compaixão e da bondade acima de tudo.

5. Aqueles que vós considerais como inimigos  podem, na verdade, ser vossos maiores companheiros

«É possível que Deus crie afeição entre vós e aqueles dentre eles que são (vossos) inimigos. E Deus é Poderoso; e Deus é Indulgente, Misericordioso». [Alcorão, 60: 7]

Embora reconheçamos que Deus sabe melhor, é importante lembrar que não podemos viver as nossas vidas com estereótipos preconcebidos ou noções sobre aqueles que podem parecer diferentes para nós. Devemos continuar a ser osprimeiros a oferecer as nossas mãos de paz e solidariedade o resto é com Deus.
(Fonte: Redação de “iqara islam / Brasil”)

quarta-feira, agosto 12, 2020

59 PASSAGENS DO ALCORÃO QUE ORIENTAM BONS MODOS


O Alcorão contém excelentes recomendações para a humanidade.
 Pessoas de qualquer religião podem ser beneficiadas pelos seus ensinamentos.
As lições corânicas purificam a alma e educam a mente.
As palavras de Allah, registradas no Alcorão, contém ensinamentos para diversas ocasiões.

Elas instruem os muçulmanos a agirem com dignidade e respeito às outras pessoas, em ocasiões distintas, mesmo quando somos injustiçados.

Veja 59 exemplos presentes no Livro Sagrado Islâmico que orientam bons modos.

1. Não fale de maneira rude.
2. Contenha a raiva.
3. Seja bondoso.
4. Não seja arrogante.
5. Perdoe o erro dos outros.
6. Fale de maneira calma.
7. Não ridicularize os outros.
8. Não desrespeite seus pais.
9. Não siga ninguém cegamente.
10. Dê mais tempo para o devedor pagar, caso ele esteja passando por dificuldades.
11. Não suborne.
12. Não quebre promessas.
13. Seja justo.
14. Mulheres têm direito à herança.
15. Proteja os órfãos.
16. Não consuma a riqueza um do outro de maneira injusta.
17. Procure estabelecer paz e equidade entre as pessoas.
18. Evite suposições sobre os outros
19. Não espione e não faça calúnias.
20. Pratique caridade.
21. Procure pelos necessitados.
22. Fale com os necessitados de maneira gentil.
23. Receba bem os convidados
24. Obedeça seus pais.
25. Pratique aquilo que você prega.
26. Não pratique corrupção.
27. Lute apenas com quem lutar contra você.
28. Sempre se esforce.
29. Não há compulsão na religião.
30. Escolha os governantes pelo mérito.
31. Seja responsável por suas ações.
32. Não divida as pessoas.
33. Homens e mulheres serão recompensados da mesma forma.
34. Não recomende a avareza.
35. Não seja invejoso.
36. Não defenda os traidores.
37. Fique longe do pecado e da agressão
38. Seja justo.
39. Evite álcool e inebriantes.
40. Evite jogatinas.
41. Não insulte a fé dos outros.
42. Coma e beba, mas não em excesso.
43. Ajude aqueles que buscam por proteção.
44. Os que pecam por ignorância serão perdoados.
45. As pessoas conhecem Deus pela sabedoria e por boas instruções.
46. Não siga aquilo que você não conhece.
47. Não seja vaidoso.
48. Não entre na casa de alguém sem permissão.
49. Seja pacífico.
50. Julgue as pessoas com justiça.
51. Não esqueça dos seus deveres nesta vida.
52. Recomende o certo e proíba o errado
53. Não seja insolente.
54. Mulheres devem ser modestas.
55. Não se desespere da misericórdia de Allah.
56. Decida sobre um assunto através de consultas.
57. O mais nobre é o mais justo.
58. Seja justo com pessoas de todas as crenças.
59. Lembre-se: peça perdão a Allah, pois Ele é misericordiosíssimo.

Islam não critique sem conhecer! A paz esteja convosco.

sexta-feira, julho 31, 2020

Mensagem de Eid-al-Adha, fim da Peregrinação a Meca

Prezados Irmãos, Saúdo-vos com a saudação do Islão, Assalam alaikum", esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade. Louvado seja Allah, o Altíssimo, o Criador, Quem inicia e molda as formas do visível e do invisível. A paz e bênçãos de Allah estejam sobre aquele que abre, sobre aquele que sela, e também sobre o seu povo e seus companheiros na excelência, até o dia do Juízo Final. Que a infinita grandeza de Allah, o Altíssimo, e a luz brilhante (nūr) de Seu Profeta صلى الله عليه وسلمse mostrem diante de todos nós, nesta abençoada manhã de Eid-al-Adha. 

A época do Hajj, que sempre foi acompanhada de um sentimento de dignidade, grandeza e florescimento no mundo islâmico, foi atingida, este ano, com tristeza, pois os crentes são submetidos a uma dura separação, devido ao covid 19. Os corações são atingidos pela dor decorrente da separação da Caabah e a promessa dos impedidos é acompanhada de lágrimas e suspiros. Esperemos, in cha Allah, que essa privação seja de curto prazo. Este ano, devemos sentir e deliberar de maneira tangível, mais do que nunca, o segredo da grandeza e poder da Ummah Islâmica, manifestada com a magnífica reunião de crentes no santuário da Caabah e no Santuário do Profeta Muhammad صلى الله عليه وسلم. 

Por um lado, os muçulmanos que, este ano, tiveram a sorte de fazerem a Peregrinação, observaram o seu vínculo de longa data com a história de Abraão, Hagar, Ismael (paz esteja com eles) e, por outro lado, o vínculo com a história do último Mensageiro de Deus صلى الله عليه وسلم, quando ele entrou vitoriosamente, em Meca, acompanhado por um grande número de seus companheiros – e, finalmente, também observam os seus irmãos contemporâneos, cada um dos quais pode estender a mão para ajudar e agarrar a corda que Allah providenciou para os crentes. Queridas irmãs e queridos irmãos: Hoje é um dia de festa, de felicidade, porque estamos num dia de ação de graças, de consciência com o absoluto e com a vida. Hoje é o dia do sacrifício, o dia da posição (maqām) do nosso amado Profeta Abraão (Ibrāhīm a.s.), como um exemplo de total confiança, de consciência e de triunfo sobre a escuridão. 

Um triunfo sobre a noite, uma noite débil porque é iluminada pela meia lua do dia 10 de Zulal-Hijja, que nos lembra da Omnipotência de Allah, a Misericórdia para com as suas criaturas, para com a sua Criação. Algo que excede as nossas mentes e racionalidades, algo que só é entendido do coração. O sacrifício que oferecemos hoje nesta festa é muito mais do que sacrificar um cordeiro. 

É um exercício de introspecção sobre quem somos, sobre o nosso ambiente e sobre o nosso estado interior. O cordeiro, se não há intenção de nos sacrificarmos diante de Allah, é de pouca utilidade, porque o verdadeiro sacrifício é do nosso coração. Allah, que o seu nome seja exaltado no céu e na terra, ditou em toda a sua Criação infinitas formas de sacrifício. Os seus Profetas e Mensageiros, que a paz esteja com todos eles, exerceram diligentemente, e todos sabiam o que era um sacrifício e a renúncia que implica mostrar que somos capazes de transcender. A tradição profética dá-nos um bom relato disso, convida- -nos a fazê-lo nas nossas vidas diárias, convida-nos a entregar algo valioso para perceber que é mais infinitamente valioso fazê-lo em nome de Allah. Mas entre todos esses Profetas, é Ibrāhīm (as) que nos deu o melhor exemplo. A Sunna do nosso amado Profeta Muhammad صلى الله عليه وسلم convida-nos, antes do sacrifício do cordeiro, a recordar o maqām de Ibrāhīm (as), a sentir a sua dúvida e o seu medo. E, no último momento, a ver salvos pelo anjo Jibrīl (as) que avisa que o teste foi superado. É uma experiência transcendente, muito forte é enfrentar todos os nossos medos e dúvidas, é acreditar acima de nossas possibilidades. Trata-se de uma purificação da cegueira que, às vezes, nasce no nosso coração, pois Allah, na sua infinita bondade, seria incapaz de nos fazer mal, incapaz de deixar o mal ocorrer em Seu nome. 

Nesse momento, nós transmutamos de Ibrāhīm para Ismail e ainda sentimos a plenitude de Allah, aquilo que nunca nos abandonará, ainda que tudo pareça obscuro e sem razão. Plena aceitação da realidade. O maqām de Ibrāhīm (as) nos convida, previamente, a reflectir sobre o acto, sobre nós e sobre a nossa confiança em Allāh. E assim, se produz uma vertigem natural sobre a nossa acção que um coração puro sabe, com certeza, que as ações em nome de Allah só conduzem ao triunfo. O Alcorão já diz: «(...) E nós o resgatamos através de um sacrifício magnífico, e assim o deixamos como uma memória para as gerações futuras: "A paz esteja com Abraão!" Assim, recompensamos aqueles que fazem o bem; na verdade, ele era um dos Nossos servos crentes». - (Alcorão 37: 107-111). Ó Allah! 

Ensina-nos o verdadeiro significado do sacrifício e leva-nos às posições (maqamāt) de Hajar e Ibrāhīm (as) neste dia de Eid-al-Adha, para que com taqwa possamos viver cada dia do ano até o próprio sacrifício. Além disso, deixa os cordeiros que sacrificamos hoje criar raízes na vida e ensinar aos nossos corações o valor da vida, morte e ressurreição quando chegar o dia em que somos julgados. 

Ó Allah! Vamos viver uma vida de tawakkul e taqwa, enquanto pronunciamos o Seu nome e recitamos elogios ao seu amado Profeta Muhammad صلى الله عليه وسلم. Queridas irmãs, queridos irmãos: devemos pedir a Allah que nos encha de bênçãos e raḥma a todos os seres humanos, especialmente aqueles que concluíram a Hajj e aqueles que têm que sacrificar. Devemos pedir força a Allah para aceitar as nossas responsabilidades e o mandato divino durante os sacrifícios de nossas vidas. 

Devemos pedir a Allah que, através da pureza, aumente a nossa fé (imán), purifique os nossos corações e os encha de luz muhamadiyya. Devemos pedir a Allah para purificar a alma dos nossos antepassados, a nossa, a dos nossos pais e a de todos os crentes. Dito isto, vamos pedir bênçãos a Allah para todos. Que as nossas palavras estejam sob a obediência do nosso Criador, o Senhor dos mundos. 

Fonte:Por: M. Yiossuf Adamgy

quinta-feira, julho 23, 2020

Por que alguém deveria ser Muçulmano?

Não podemos seguir nenhuma religião que quisermos? Qual os benefícios de se converter ao Islam?

Há muitas pessoas que seguem os ensinamentos de uma religião da melhor forma que podem e outros que acreditam em Deus de alguma forma sem praticar nenhuma religião formal. Muitos abandonaram o pensamento de que poderia haver uma verdadeira religião, porque quase todas as religiões afirmam ser verdadeiras. E alguns permitem que todas as religiões sejam caminhos legítimos para Deus e sejam aceitáveis ​​para Ele. Então, como o islamismo é diferente de outras religiões?

O Islam tem várias características únicas que podem ser confirmadas através de um estudo mais aprofundado:

O Islam é a única religião cujas fontes permaneceram livres de alterações e interferências humanas.

Sua escritura divinamente revelada está em harmonia com fatos estabelecidos da ciência, trazendo claramente a assinatura do Criador deste universo.

O Islam fornece respostas às questões fundamentais que ocorrem na mente de cada pessoa inteligente. Essas respostas estão relacionadas ao propósito da criação e da vida também sobre o respeito de uma existência após a morte.

O Islam é a única religião que insiste na adoração do Criador sozinho e rejeita completamente o culto de qualquer aspecto da criação.

O Islam dispensa todos os intermediários entre o homem e Deus e permite que cada indivíduo entre em contato diretamente com Ele. Isso elimina hierarquias religiosas e outras fontes de exploração que caracterizaram a história das religiões ao longo dos tempos. O Islam dispensa a existência de um clérigo ou estabelecimento que possa interferir no contato entre uma pessoa e seu Criador.

Ao contrário de outras religiões e ideologias que enfatizam alguns aspectos da natureza humana às custas dos outros, o Islam adapta os aspectos físicos intelectuais e espirituais do homem. As crenças e práticas islâmicas são naturais e atraem o senso comum. Eles apresentam um programa equilibrado de vida que atende às necessidades físicas e espirituais.

O Islam proíbe o seguimento cego sem conhecimento e é baseado em evidências e lógica. A mente racional é a base para a prestação de contas e a responsabilidade religiosa. Todos os aspectos da crença islâmica são claros sem qualquer obscuridade ou ambiguidade. Não contém nenhum princípio que contradiz a razão ou a realidade observável e convida as pessoas a estudar e a contemplar como meio de fortalecer a fé.

A ética religiosa moral econômica política e social do Islam é permanente e permanece constante. Eles são governados por um conjunto de princípios imutáveis ​​que incluem valores tão universais como justiça, liberdade, igualdade fraternidade e responsabilidade social. A história fornece um exemplo notável na sociedade islâmica, um modelo estabelecido pelo Profeta Muhammad (Que a paz e bênçãos estejam com ele) e seus companheiros mantidos por décadas por muçulmanos dedicados onde a verdade e transparência justiça e compaixão foram implementadas como uma expressão vital da religião.

O Islam também declara que é a religião verdadeira, pois isso é declarado inequivocamente no Alcorão. No entanto, o Criador não força Sua preferência em ninguém. Ele quer que as pessoas aceitem a orientação certa por conta própria e livre vontade, porque é isso que as torna dignas de Sua aprovação e recompensa. O Alcorão afirma:

Não há compulsão na religião! Com efeito, distingue-se a retidão da depravação. Então, quem renega At-Tāghūt e crê em Allah, com efeito, ater-se-á à firme alça irrompível. E Allah é Oniouvinte, Onisciente.” (Alcorão Sagrado 2:256).

sábado, julho 04, 2020

Nossa Postagem de Número 1000 - Os Dez Mandamentos Alcorânicos

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

Os comentaristas do Alcorão referiram-se aos três versículos seguintes da Sura Al-An'am (6: 151-153) como "Os Dez Mandamentos do Alcorão”.

Em nome de Deus, Beneficente, Misericordioso. «Dize: Vinde, para que eu vos prescreva o que vosso Senhor vos proibiu: Nada associeis a Ele; sede bondosos com os vossos pais; não mateis os vossos filhos, por temor à pobreza - Nós vos sustentaremos, tão bem quanto aos vossos filhos; não vos aproximeis das obscenidades, tanto pública, como privadamente; e não mateis, senão legitimamente, o que Deus proibiu matar. Eis o que Ele vos prescreve, para que raciocineis. (151).

E não vos aproximeis da riqueza do órfão, senão com (um objectivo) que seja melhor, até que ele atinja a maturidade; dai a medida total e peso total com equidade - não sobrecarregue nenhuma alma com mais do que ela pode suportar; sempre que falardes, falai com justiça, mesmo que se trate de um parente próximo; e cumpri todos os vossos compromissos com Deus. É isso que Ele vos ordena, para que possais compreender (152).

E (dize-lhes que) de facto, este é o Meu caminho recto: segui-o e não sigais outros caminhos, que vos desviarão do caminho d'Ele. É isso que Ele ordena para que vós possais temer (153)».

Os versículos acima citados foram chamados de “Os Dez Mandamentos do Alcorão”, porque cada um dos três versículos terminou com Deus dizendo: “Eis o que Ele vos prescreve, para que raciocineis” (6: 151); “É isso que Ele vos ordena, para que possais compreender” (6: 152); e “É isso que Ele ordena para que vós possais temer” (6: 153).

Os Dez Mandamentos do Alcorão são divididos entre os três seguintes versículos: O primeiro versículo (6: 151) contém os cinco mandamentos a seguir (abreviados):

1. Não atribuais parceiros a Deus (Shirk);

2. Sede bondosos com os vossos pais;

3. Não mateis os vossos filhos, por temor à pobreza;

4. Não vos aproximeis das obscenidades, tanto pública, como privadamente;

5. Não mateis, senão legitimamente, o que Deus proibiu matar.

Esses cinco requisitos destinam-se a estabelecer os valores morais dos indivíduos para alcançar a sabedoria.  O segundo versículo (6: 152) contém os seguintes quatro mandamentos:

6. Não toqueis na riqueza do órfão, excepto para melhorar;

7. Dai a medida total e peso total com equidade;

8. Falai com justiça, mesmo que se trate contra um parente próximo;

9. Cumpri todos os vossos compromissos com Deus.

Estas são as avaliações morais básicas que um parceiro pode ter para lidar com os outros: “É isso que Ele vos ordena para que possais compreender”.

O terceiro versículo (6: 153) consiste no seguinte último mandamento:

10. Segui o Meu caminho recto e não segui outros caminhos.

Isso significa que os nove mandamentos anteriores constituem o caminho reto de Deus para Ele. Ele ordena que os crentes sigam o Seu divino caminho reto, e não seguir outros caminhos, que se desviem do Seu caminho. Para atingir esse objetivo, o crente deve sempre estar consciente de Deus em tudo o que está fazendo ou pretende fazer: “É isso que Ele ordena que façais para que possais permanecer conscientes d'Ele”.

Por: M. Yiossuf Adamgy

sexta-feira, abril 17, 2020

ALLAH AS SHAFÍ - QUE DÁ A CURA

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Allah)Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Allah, o Beneficente e Misericordioso).

lhamdulillah! Louvores para Allah, Criador de tudo o que existe na terra e nos céus, Senhor do Oriente e do Ocidente. Louvado é Allah - As Shafi, que criou a saúde, a doença e a cura para a doença. Allah é a Fonte de todas as curas. Bênçãos para o Mensageiro da Misericórdia, que foi enviado com o mais sublime carácter. A Paz do Allah esteja com todos os crentes. Amin.

A doença é um sintoma que preocupa toda a humanidade, desde o mais pobre até ao mais rico. As doenças causadas por patologias internas ou resultantes de ferimentos externos, causam dores e desconforto físico. As depressões causadas pelo medo, pelas reações emocionais e tristeza profunda, são também doenças que nos levam ao isolamento e que afetam o relacionamento familiar e social. A nossa fé é testada na felicidade e na desgraça.

Quando formos afligidos por doenças, recorremos aos hospitais para os médicos nos auscultarem e prescreverem medicamentos adequados. Mas devemos ter a convicção de que não ´são os médicos ou os medicamentos que irão curar os nossos sofrimentos. Tenhamos a confiança de que a cura virá através da vontade de Allah, porque foi ele que criou a doença e também a cura para cada doença. O Profeta Muhammah (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu: “Não existe doença que Allah tenha criado, sem que Ele, o Altíssimo, também tenha criado o seu tratamento. O Cur’ane é uma cura para as doenças e uma orientação para atenuar os problemas da humanidade. “E Nós enviamos o Cur’ane, que é uma cura e uma misericórdia para aqueles que acreditam”. Cur’ane 17:82.

O Capítulo de Abertura do Cur’ane, o Surat Fátiha, também chamado de Ash-Shifá e Ar-Ruqyah (a cura e o remédio), é um valioso meio para a nossa cura. Abdul Malik Ibn Umair (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “No Surat Fatiha, existe uma cura para todas as doenças”. Os três últimos capítulos do Cur’ane, contêm versículos milagrosos para nos protegerem da doença, do medo, do mau olhado e da depressão. Aisha (Radiyalahu an-há) relatou: “Quando o Profeta de Allah pretendia ir dormir, todas as noites recitava o Surat Ikhlas, Surat al-Falaq e o Surat an-Nas e depois soprava sobre as palmas das mãos e passava-os pelo rosto e pelo todo o corpo onde as mãos podiam alcançar. E quando ele ficou doente, ele pedia-me para assim fazer para ele”. Bhukari 71: 644.

As doenças graves, o desequilíbrio emocional e o desconforto provocado pela dor, podem colocar a nossa fé em causa. “Certamente que vos poremos à prova mediante o temor, a fome, a perda de bens, das vidas…” Cur’ane 2:155. O sofrimento um dia terminará. Mas enquanto nos faz companhia, não vale a pena revoltarmo-nos contra tudo e todos, inclusive contra o Criador de todas as coisas. Nada nos resolve, antes pelo contrário, lamentar e perguntar: “Porque eu?”. Com a paz, a tranquilidade e a paciência, devemos procurar encontrar soluções para as nossas doenças, pensando sempre que nada é eterno. A recordação de Allah, o nosso Criador e Prote]ctor, alivia o nosso sofrimento porque “Na verdade, a lembrança de Allah (dhikr - invocando-O, recitando o Seu nome), fazem o coração encontrar a tranquilidade e a satisfação”. Cur’ane 13:28. 

Disse o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): ”… O crente que for afligido por qualquer dano, causado por doença ou por qualquer outro inconveniente, Allah irá remover os seus pecados, como uma árvore que perde as suas folhas”. Bukhari 70:564. Os que têm fé em Allah e na Vida Futura, suportam melhor a dor, o sofrimento e a doença. Encontram em Allah, o bálsamo necessário para a dor do corpo e para a tranquilidade do espírito.

Ibrahim (Aleihi Salam) disse ao seu pai idólatra: “(Foi Allah) Quem me criou e é Ele que me guia. E é Ele que me alimenta e me dá de beber. E quando estou doente, é Ele que me cura. E é Ele que fará com que eu morra e depois me trará à vida. E a Quem eu espero, me perdoará os pecados no Dia da Recompensa”. Cur’ane 26: 78 a 82. SubhanaAllah!

O rancor, a inveja, a ingratidão, o orgulho e outros males equiparados, são doenças dos arrogantes, dos que pensam serem mais importantes que os seus semelhantes, quando na realidade não são nada, a não ser um conjunto de carne, ossos e de líquidos, mas que a Misericórdia Divina lhes deu forma e vida. Eles violaram os princípios da fraternidade e se afastaram do Criador. A estes Allah refere que “…poucos dos Meus servos são agradecidos”. Cur’ane 34.13. 

As doenças do espírito afetam uma parte significativa das pessoas que deixaram de acreditar de que não há outra divindade senão Allah. Têm posses e pensam ser intelectuais. Perderam a fé, vivem desafogadamente e convencidos que tudo lhes pertence, mas na realidade lhes foi dado por empréstimo. Um dia partirão desde mundo tal como vieram, isto é, nus, sem direito a levarem nada para a outra vida, senão acompanhados das suas reais ações. Porque A Allah pertence tudo o que existe nos céus e na terra e para Ele todos retornaremos.

Como seguir este Atributo de Allah? Sempre que possível, visitar os doentes que se encontram nos hospitais ou nas suas casas. Os anjos pedem bênçãos para os que visitam e confortam os doentes conhecidos ou desconhecidos. As visitas ajudam o doente a suportar a dor. Os visitantes devem fazer duahs para eles, recomendando-lhes a paciência e fé em Allah Subhanahu Wataala, lembrando-lhes que as doenças são uma forma de expiação dos pecados, como o fogo que queima a ferrugem do ferro e o tornam puro. Providenciar condições para que os doentes necessitados possam recorrer aos cuidados médicos e terem medicamentos. Se não tivemos condições financeiras para isso, recorramos a outros irmãos nossos conhecidos. No Dia do Julgamento, ficaremos surpresos por vermos tamanhas bênçãos que irão ajudar a cobrir as nossas falhas. A promessa de Allah é verdadeira.

Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17.

A paz, as bênçãos e misericórdia de Allah estejam com todos.

sexta-feira, abril 10, 2020

Não há compulsão

Ninguém deve ser forçado a acreditar no Islã  Deus o Altíssimo diz no sagrado Alcorão: "Não há compulsão no que diz respeito à religião." (Alcorão Sagrado: 2/25)

Como afirmado no versículo, ninguém pode ser obrigado a viver pela moral islâmica. Transmitir a existência de Deus e a moral do Alcorão a outras pessoas é um dever para os crentes, mas eles chamam as pessoas para o caminho de Deus com bondade e amor e nunca as forçam. Somente Deus é quem guia as pessoas para o caminho certo. Isso está relacionado no seguinte versículo: “Você não pode guiar aqueles que gostaria, mas Deus orienta aqueles que Ele deseja. Ele tem o melhor conhecimento dos guiados. (Alcorão Sagrado 28: 56)

● Liberdade de pensamento e religião são fundamentais

O Alcorão fornece um ambiente em que as pessoas podem desfrutar plenamente da liberdade de pensamento e de religião e permite que as pessoas vivam pela fé e pelos valores em que acreditam. Segundo o Islã, todos têm o direito de viver livremente de acordo com suas crenças, sejam elas quais forem. Quem quiser apoiar uma igreja, uma sinagoga ou uma mesquita deve estar livre para fazê-lo. Nesse sentido, a liberdade de religião, ou liberdade de crença, é um dos princípios básicos do Islã. Sempre existe liberdade religiosa onde quer que os valores morais do Alcorão prevaleçam. 

É por isso que os muçulmanos também tratam judeus e cristãos, descritos no Alcorão como "o Povo do Livro", com grande justiça, amor e compaixão.

Deus o Altíssimo diz no sagrado Alcorão:“Deus não proíbe que você seja bom com aqueles que não lutaram com você na religião ou o expulsou de seus lares, ou de ser justo com eles. Deus ama aqueles que são justos."(Surat al-Mumtahana, 8)

● Competir entre si em fazer o bem

Os muçulmanos que compartilham esses valores básicos acreditam na necessidade de agir em conjunto com cristãos e judeus. Eles, portanto, se esforçam para eliminar preconceitos decorrentes de provocações de incrédulos e fanáticos. Judeus, cristãos e muçulmanos devem se esforçar juntos para espalhar virtudes morais pelo mundo.

Deus afirma explicitamente que a existência de pessoas de diferentes crenças e opiniões é algo que devemos reconhecer e acolher de bom coração, pois foi assim que Ele criou e predestinou a humanidade neste mundo: “Nós designamos uma lei e uma prática para cada um de vocês. Se Deus quisesse, Ele faria de você uma comunidade única, mas queria testá-lo sobre o que aconteceu com você. Então, competem entre si em fazer o bem. Cada um de vocês retornará a Deus e Ele o informará sobre as coisas pelas quais você diferiu." (Surat al-Ma'ida, 48)

Em reconhecimento a esse fato, os muçulmanos têm um amor e compaixão interior por pessoas de todas as religiões, raças e nações, pois os consideram como criaturas de Deus neste mundo e os tratam com um sincero respeito e amor. Essa é a própria base das comunidades administradas pela moral islâmica.

Os valores do Alcorão consideram um muçulmano responsável por tratar todas as pessoas, sejam elas muçulmanas ou não muçulmanas, gentil e justamente, protegendo os necessitados e inocentes e "impedindo a disseminação do mal", e todas as formas de anarquia e terror que removem segurança, conforto e paz.

"Deus não ama a corrupção".(Surat al-Baqara, 205)

Fonte: Mesquita Sumayyah Bint Khayyat

terça-feira, abril 07, 2020

Momentos inspiradores de isolamento no Alcorão Sagrado

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum",(que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

O mundo parece estar quase completamente parado - sem fim à vista. O Coronavírus continua tirando vidas e perturbando as vidas de milhões em todo o mundo — os mais vulneráveis são perdidos, os meios de subsistência são tirados, pois muitos ficam sem emprego, e os bloqueios em todo o país têm muitos em desespero e assustados com o que o futuro pode trazer.

Estar ou sentir-se isolado pode ser mentalmente (e fisicamente) difícil - e pode, facilmente, levar a uma perda de saúde mental e espiritualidade. Num esforço para ajudar a reacender a esperança, a fé e a saúde, nós muçulmanos, devemos - como sempre - recorrer ao Alcorão Sagrado para obter orientação. Aqui estão apenas alguns exemplos do Alcorão Sagrado, quando Deus fornece um exemplo de profundo isolamento ou solidão, e como podemos usar esses exemplos para superar a nossa própria solidão ou isolamento: 

Profeta Jonas (Yunus a.s.) “E, de fato, Yunus era um dos Mensageiros. 

Quando ele fugiu para o navio carregado, ele foi sorteado (para apurar quem seria lançado ao mar) e ele foi dos perdedores. Então o (grande) peixe engoliu-o, enquanto ele se censurava culpado. E se ele não fosse daqueles que exaltam Deus, ele teria permanecido dentro de sua barriga (do peixe) até o Dia em que serão ressuscitados”.[Alcorão, 37: 139-144].

Nesta passagem do Alcorão, a história do Profeta Yunus é explicada - tendo sido engolido por um peixe grande (ou baleia), Yunus estava definhando dentro da barriga, pelo que lhe parecia uma eternidade. A parte mais importante dessa passagem, no entanto, é quando o Alcorão declara: "se ele não fosse daqueles que exaltam Deus, ele teria permanecido dentro de sua barriga até o dia em que serão ressuscitados". Isso é um lembrete para todos nós - nunca devemos esquecer Deus, mesmo em nossos momentos mais sombrios ou solitários - e só então podemos ser ajudados e salvos por Ele. 

Maria (Maryam) “Então ela [Maryam] concebeu-o e isolou-se com ele num lugar remoto (para esconder a gravidez). E as dores do parto levaram-na ao tronco de uma tamareira. Ela disse: ‘Tomara que eu tivesse morrido antes disto e ficasse completamente esquecida!’. Então, uma voz por baixo dela a chamou: ‘Não te aflijas! Sem dúvida, o teu Senhor providenciou debaixo de ti um riacho. E agita em tua direção o tronco da tamareira; cairão sobre ti tâmaras frescas, maduras. Então, come, bebe e refresca os teus olhos (ao veres o filho). E se vires vir alguém (te questionando), diz: 'Na verdade, fiz um voto de silêncio ao Misericordioso, por isso não falarei hoje com pessoa alguma'”. [Alcorão, 19: 22-26].

A história de Maryam, mãe do Profeta Jesus (Issa a.s.), sempre será uma inspiração para todos - e o Alcorão lembra-nos que mesmo ela, nos seus momentos de parto, sentiu as dores e o desespero de estar sozinha. Embora a comunidade à sua volta a castigasse por seu filho, Maryam permaneceu forte e com plena fé - mostrando que também nunca devemos desistir de esperança, mesmo que o mundo inteiro pareça estar dando as costas para nós.

Profeta José (Yussuf a.s.)

“E algumas mulheres da cidade comentavam: ‘A esposa do governador prendeu-se apaixonadamente ao seu servo e tentou seduzi-lo. Certamente, vemo-la em evidente erro ... . Então, quando ela se inteirou de tais falatórios, convidou-as à sua casa e lhes preparou um banquete, ocasião em que deu uma faca a cada uma delas (para cortar fruta); de seguida, disse (a José): Apresenta-te perante elas! E quando o viram, extasiaram-se, à visão dele, chegando mesmo a ferir as suas próprias mãos, e disseram: Glória para Deus! Este não é um ser humano; não é senão um anjo nobre. Então ela (a esposa do governador) disse: ‘Eis aquele por causa do qual me censuráveis; e eis que tentei seduzi-lo contra a vontade dele, mas ele resistiu. Porém, se não fizer tudo quanto lhe ordenei, juro que será encarcerado e será um dos vilipendiados. Disse (Yussuf): Ó Senhor meu! É preferível o cárcere ao que me incitam; porém, se não afastares de mim as suas conspirações, poderei ceder a elas e serei um dos néscios’. E o seu Senhor o atendeu e afastou dele as conspirações delas; na verdade, Ele é o Ouvinte, Sábio”. [Alcorão, 12: 30-34].

A história do Profeta Yussuf (a.s.) é uma das mais conhecidas - recusando os avanços da bela esposa do governador Al-Aziz, um dos ministros-chefes do antigo Egipto, Yussuf prefere ser jogado na prisão do que aceitar cometer um pecado. O Profeta Yussuf (a.s.) ainda pede a Deus, dizendo: "Se Tu não afastasses de mim o plano delas, eu poderia inclinar-me para elas e, portanto, ser um dos ignorantes" - o que significa que mesmo ele tinha medo de suas próprias tentações, e olhou para Deus e Deus salvou a ele e a sua fé. E isso continua sendo uma parte importante para todos os crentes - às vezes uma forma de prisão, isolamento ou solidão é o que é melhor para nós, afinal Deus é o único que pode nos salvar dos pecados e vícios deste mundo.

Devemos sempre lembrar a nós mesmos que Deus sabe melhor, mesmo se sentirmos que estamos numa prisão deste mundo.

Hajar (Hagar a Escrava Egípcia de Sara que coabitou com Ibrahim AS)

Na verdade, as colinas de As-Safa e Al-Marwa fazem parte dos rituais (estabelecidos) de Deus; e, quem peregrinar à Casa (Hajj), ou cumprir a Umrah, não cometerá pecado algum em percorrer a distância entre elas. E quem fizer espontaneamente além do que for obrigatório, saiba que Deus é Retribuidor, Sábio.” [Alcorão, 2: 158] ... “Ó Senhor nosso! estabeleci parte da minha descendência num vale inculto perto da Tua Sagrada Casa, para que, ó Senhor nosso, observem a oração; faz com que os corações das pessoas se inclinem afetuosamente para eles, e agracia-os com os frutos, afim de que Te agradeçam”. [Alcorão, 14:37].

Estes versículos do Alcorão Sagrado aludem à história de Hajar, a esposa do Profeta Abraão (Ibrahim a.s.), quando ela estava sozinha no deserto, procurando freneticamente água. A sua fé e determinação foram aprisionadas para sempre na corrida entre as duas colinas, realizada durante Hajj e Umrah. A explicação, ou tafsir, é a seguinte (The Study Quran, Seyyed Hossein Nasr, 2015): “Safa e Marwah são duas colinas próximas à Caaba, entre as quais os peregrinos passam ou "se apressam" sete vezes, uma prática que, segundo o relato islâmico tradicional, é dita voltar à história de Hajar e Ismael.

Depois que Ibrahim (a.s.), seguindo o Mandamento de Deus, os trouxe para aquele lugar e os deixou lá (Gênesis 21), Hajar correu, freneticamente, de uma colina para outra sete vezes, a fim de procurar água para Ismael. Chamado de Sa'i, esse movimento está no meio do percurso entre caminhar e correr. Embora essa tenha sido a ação de Hajar, os Muçulmanos consideram parte dos rituais da Peregrinação, porque se originou com Ibrahim (a.s.), que construiu a Caaba com Ismael (a.s.) depois que este se tornou adulto e a prática foi continuada pelo Profeta Muhammad (s.a.w.)”.

A história de Hajar, quando ela é deixada sozinha, sem nenhum conforto físico, permanece uma recordação importante para todos nós sobre a importância da fé e da determinação - não importa o quão isolados possamos nos sentir, nunca devemos desistir de nossa fé em relação a Deus e a Sua misericórdia.

Pessoas da Caverna

“Ou pensas, acaso, que os Companheiros da Caverna e a Inscrição formam algo extraordinário dentre os Nossos sinais? Recorda de quando um grupo de jovens se refugiou na caverna, dizendo: Ó Senhor nosso! Concede-nos a Tua misericórdia (especial), e reserva-nos um bom êxito no nosso assunto! Então, adormecemo-los na caverna durante anos. Depois, despertamo-los, para assegurar-Nos de qual dos dois grupos sabia calcular melhor o tempo que haviam permanecido ali.

Narramos-te a sua verdadeira história: Eram jovens, que acreditavam em seu Senhor, pelo que os aumentamos em orientação. E robustecemos os seus corações; e quando se ergueram, disseram: Nosso Senhor é o Senhor dos céus e da terra e nunca invocaremos nenhuma outra divindade em vez d'Ele; porque, com isso, proferiríamos extravagâncias. Este nosso povo adora outras divindades, em vez d'Ele, embora não lhes tenha sido concedida autoridade evidente alguma para tal. Haverá alguém mais iníquo do que quem forja mentiras acerca de Deus?” [Alcorão, 18: 9-15].

Embora este seja apenas um pequeno trecho da história mais longa do Povo da Caverna no Alcorão, isso sempre será um dos mais inspiradores dos milagres e da beleza de Deus. Mais tarde, o Alcorão declara: “E (uns dizem) eles permaneceram na sua caverna por trezentos anos, e (outros) aumentaram nove (309 anos do Calendário lunar)”. [Alcorão, 18:25]... (E se os houvesses visto), terias acreditado que estavam despertos, apesar de estarem dormindo, pois Nós os virávamos, ora para a direita, ora para a esquerda, enquanto o seu cão dormia, com as patas estendidas, na entrada da caverna. Se os tivesses visto, terias retrocedido e fugido, e ter-te-ias enchido de medo deles”. (Alcorão,18:18).

As pessoas da Caverna emergiram de seu sono com mais fé e conhecimento em torno da adoração a Deus, apesar do sono longo e assustador que durou centenas de anos.

O que podemos tirar disso é uma melhor compreensão da paciência e da fé - muitas vezes o que não gostamos na vida é o que é melhor para nós, pois Deus é o Melhor de todos os Planejadores.

Devemos lembrar que, apesar dos períodos de isolamento, desespero ou solidão, sempre teremos Deus - que é tudo o que precisamos na vida.

— «Todos os nossos males vêm de não podermos estar sós. Daí, o jogo, o luxo, a dissipação, o vinho, as mulheres,a ignorância, a maledicência, a inveja, o esquecimento de si mesmo e de Deus».