terça-feira, junho 29, 2010

BIOGRAFIA DO PROFETA MUHAMMAD EM FORMA DE KHUTUB PARTE 4

Biografia do Profeta Muhammad - Parte 4‏

Homens de Yathrib (Medina)

Eles vieram de Yathrib realizar a peregrinação (Hajj), uma cidade há mais de trezentos quilômetros de distância, que desde então se tornou a mundialmente famosa al-Medina, “a Cidade” por excelência. Yathrib foi favorecida por sua localização em um oásis agradável, famoso mesmo nos dias de hoje pela excelência de suas tâmaras, mas prejudicada em todas as outras formas. O oásis tinha sido a cena de lutas tribais praticamente incessantes. Judeus combatiam judeus e árabes combatiam árabes; os árabes se aliavam com os judeus e combatiam outros árabes aliados com uma comunidade judaica diferente. Enquanto Meca prosperava, Yathrib vivia em miséria. Precisava de um líder capaz de unir seu povo.

Em Yathrib havia tribos judaicas com rabinos sábios que com frequência falavam aos pagãos de um Profeta que logo chegaria entre os judeus, com quem, quando chegasse, os judeus destruiriam os árabes como as tribos de Aad e Tamude tinham sido destruídas por sua idolatria.

O Profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, nessa etapa em seu chamado visitava secretamente tribos diferentes nas cercanias de Meca para transmitir-lhes a mensagem do Islã. Uma vez ao entreouvir um grupo de homens em Aqaba, um local fora de Meca, pediu para se sentar com eles e foi recebido com alegria. Quando os homens da tribo dos Khazraj de Yathrib ouviram o que Muhammad tinha a dizer, o reconheceram como o Profeta que os judeus lhes tinham descrito, e todos os seis homens aceitaram o Islã. Também esperavam que Muhammad, através de sua nova religião, pudesse ser o homem que os uniria com sua tribo irmã, os Aws, uma tribo em Yathrib com quem compartilhavam uma linhagem comum, mas tinham grandes problemas com anos de guerra e animosidade. Determinaram-se a retornar para Yathrib e propagar a religião de Muhammad. Como resultado, não existia nenhuma casa em Yathrib que não tivesse ouvido a mensagem do Islã e na próxima estação de peregrinação, no ano de 621, uma delegação veio de Yathrib com o propósito de encontrar o Profeta.

Primeiro Pacto de Aqaba

Essa delegação era composta de doze homens, cinco dos presentes no ano anterior e dois membros dos Aws. Encontraram o Profeta novamente em Aqaba e se comprometeram em seus próprios nomes e nos nomes de suas esposas a não associarem nenhuma criação com Deus (para se tornarem muçulmanos), não roubar, não cometer adultério e não matar seus bebês, mesmo na mais terrível pobreza; e prometeram obedecer a esse homem em todas as coisas justas. Esse foi o Primeiro Pacto de Aqaba. Quando retornaram à Yathrib o Profeta enviou com eles seu primeiro embaixador, Mus’ab ibn ‘Umair, para ensinar aos novos convertidos os rudimentos da fé e propagar a religião para aqueles que ainda não tinham abraçado o Islã.

Mus’ab pregou a mensagem do Islã até que quase toda família em Yathrib tivesse um muçulmano em seu meio, e antes do Hajj do ano seguinte, 622, Mus’ab retornou para o Profeta e lhe deu as boas novas de sua missão, e da bondade e força de Yathrib e seu povo.

Segundo Pacto de Aqaba

Em 622, peregrinos de Yathrib, setenta e cinco deles muçulmanos, entre eles duas mulheres, vieram para realizar o Hajj. Durante a última parte de uma noite, enquanto todos dormiam, os muçulmanos entre os peregrinos de Yathrib secretamente chegaram ao lugar que tinham previamente combinado de encontrar o Profeta, nas rochas de Aqaba, para prestar aliança ao Profeta e convidá-lo para sua cidade. Em Aqaba encontraram o Profeta.Uma pessoa dos peregrinos que estava presente nos dois anos anteriores também se levantou e alertou contra o perigo do seu compromisso e sua preparação para executá-lo. Em sua determinação e amor pelo Profeta, juraram defendê-lo com suas próprias vidas, de suas esposas e filhos. Foi então que a Hégira, a emigração para Yathrib, foi decidida.

Ficou conhecido como o Pacto de Guerra, porque envolvia proteger a pessoa do Profeta, através de armas se necessário; e logo após a emigração para Yathrib os versículos corânicos com permissão para guerra em defesa da religião foram revelados. Os versículos são cruciais na história do Islã:

“Ele permitiu (o combate) aos que foram atacados; em verdade, Deus é Poderoso para socorrê-los. São aqueles que foram expulsos injustamente dos seus lares, só porque disseram: Nosso Senhor é Deus! E se Deus não tivesse refreado os instintos malignos de uns em relação aos outros, teriam sido destruídos mosteiros, igrejas, sinagogas e mesquitas, onde o nome de Deus é freqüentemente celebrado. Sabei que Deus secundará quem O secundar, em Sua causa, porque é Forte, Poderosíssimo.” (Alcorão 22:39-40)

Havia chegado um momento decisivo para o Profeta Muhammad, para os muçulmanos e para o mundo. Era destino do Profeta Muhammad, e um aspecto de sua função profética, que demonstrasse as alternativas para os perseguidos e os oprimidos; de um lado, paciência, de outro, o que é chamado pelos cristãos a ‘guerra justa’, mas pela qual, nas palavras de uma revelação corânica posterior – “corrupção certamente cobriria a terra” (Alcorão 2: 251). Por quase treze anos ele e seus seguidores sofreram perseguição, ameaças e insultos sem levantarem a mão para se defenderem. Provaram que isso era humanamente possível. As circunstâncias agora estavam mudando e requeriam uma resposta muito diferente para que a religião do Islã sobrevivesse no mundo. A paz tem suas estações, mas a guerra também, e o muçulmano nunca esquece que todo homem nasce para lutar de uma forma ou de outra, em um nível ou outro, se não fisicamente, então espiritualmente. Aqueles que tentam ignorar esse fato são, mais cedo ou mais tarde, escravizados.

Conspiração para Assassinar o Profeta

Em pequenos grupos os muçulmanos saíram de Meca e pegaram a estrada para Yathrib. A Hégira (‘emigração’) havia começado. Profeta Mohammad (s) ordenou que os muçulmanos emigrassem de Makkah para Medina, individual e coletivamente, durante a escuridão da noite para escaparem das perseguições dos infiéis. Um dos primeiros que conseguiu emigrar foi Abu Salama Al-Makhzumi. E assim sucessivamente a maioria dos crentes conseguiu escapar e emigrar para Madina; até que permaneceram em Makkah somente O Mensageiro de Deus (s), Abu Bakr e Ali Bin Abi Talib ® e outros que por falta de meios e provisões não conseguiram emigrar, a respeito dos quais foi revelado o seguinte versículo no Alcorão: “E pelos fracos, homens, mulheres e crianças que suplicam: Ó Senhor nosso, tira-nos desta cidade, cujos habitantes são opressores; designa-nos, de Tua parte, um protetor e um defensor.”

O único que emigrou publicamente para Medina foi Omar Bin Khattab. Ao montar seu cavalo ele disse em voz alta “Estou emigrando para Madina e aquele que queria que sua esposa se torne viúva e seu filho órfão que me siga até este vale.”

Os incrédulos perceberam que os muçulmanos estavam se reunindo em Madina. O medo do fortalecimento e expansão do Islam fez com que eles se reunissem em Darun-Nadwa para confabular contra o Mensageiro de Deus. Três propostas foram apresentadas. 1° Algemar e prender Mohammad até sua morte, esta proposta não foi aprovada por que temiam que a fama de Mohammad aumentasse e a simpatia de seus seguidores os arrastariam para uma longa guerra. 2° Expulsar Mohammad da Arábia, esta proposta também foi rejeitada, pois temiam que ele voltasse com mais seguidores e se vingasse deles. Foi então quando Abu Jahal, levantou-se e disse: “A minha idéia final é de que ele seja morto. Mas há o perigo de Banú Hachim se vingar de nós. A saída disso é não ser homens de uma só tribo, mas escolheremos os mais bravos jovens de cada tribo para atacarem conjuntamente e matarem-no de uma só vez. Assim todas as tribos serão representadas no assassinato e desta forma a tribo de Banú Hachim não poderá combater e vingar-se de todos eles, portanto terão que aceitar a indenização em dinheiro, o que podemos dar conjuntamente.” De imediato esta proposta foi aceita, pois parecia perfeita. Mas o plano de Allah está acima de todos os planos, conforme revelado no Alcorão: na surat:Al Anfal

“30.Recorda-te (ó Mensageiro) de quando os incrédulos confabularam contra ti, para aprisionar-te, ou matar-te, ou expulsar-te. Confabularam entre si, mas Deus desbaratou-lhes os planos, porque é o mais duro dos desbaratadores.”

Alguns dias antes da emigração, o Profeta foi até a casa de Abu Bakr e deu-lhe a noticia de que Allah havia autorizado a emigrar e que ele será o seu companheiro de viajem. Abu Bakr emocionou-se com tamanha honra. E Aisha relatou que jamais viu alguém chorar de tanta alegria como Abu Bakr.

Honrado pela companhia, Abu Bakr preparou duas camelas para a viagem e ofereceu uma delas para O Profeta (saaws), mas Ele insistiu em pagar pelo seu transporte, pois não é permitido aos profetas receberem algo em caridade. Abu Bakr e Mohammad haviam planejado cada detalhe da viajem; incumbiram Abdallah filho de Abu Bakr de informa-los tudo que visse e escutasse de planos e atividades dos descrentes de Macca. Assmá, filha de Abu Bakr foi incumbida de levar comida e água até eles. E Amir Bin Fahir escravo liberto por Abu Bakr tinha o cargo de trazer leite fresco todos os dias ao anoitecer e apagar as pegadas das pessoas com a passagem de seu rebanho.

Tornava-se, agora, impossível , para ele, permanecer em sua casa, deve-se notar que a despeito da hostilidade para com a missão do Profeta Muhammad(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), os pagãos de Makkah continuaram a Ter confiança sem limites na probidade do Profeta Muhammad tanto assim que muitos deles costumavam deixar as suas finanças guardadas com ele.

O Profeta Muhammad , então, confiou esses depósitos a um primo, que se chamava Ali, com instruções para devolvê-los, oportunamente, aos proprietários de direito.

A hejrah deu-se em uma das dez ultimas noites do mês de Safar do décimo terceiro ano da mensagem. Naquela noite Ali (r A a) dormiu na cama do Profeta Mohammad (s) e cobriu-se com seu manto. Os Incrédulos já haviam montado o cerco á casa; e quando olhavam pelo buraco da porta viam Ali deitado na cama e pensavam que era o Profeta, e tranqüilos aguardavam a sua saída para matá-lo. Ele sabia que não feririam Ali. E então o Profeta saiu de sua casa recitando o versículo da surat Yassin: “E fizemos uma barreira adiante deles e uma barreira detrás deles, nevoamo-lhes as vistas: então nada enxergam.” Em seguida partiu até a casa de Abu Bakr (r) e seguiram juntos para a caverna de Thaur, onde permaneceram 3 dias.

Abu Bakr caminhava a sua frente e quando lembrava que poderiam estar sendo seguidos caminhava atrás do nobre Profeta. Quando alcançaram a entrada da caverna, Abu Bakr entrou primeiro; limpou o interior da caverna, e depois pediu para o Profeta entrar. Abu Bakr sentou-se e o Profeta descansava sua nobre cabeça sobre o colo de Abu Bakr. E enquanto ele dormia Abu Bakr foi picado em seu pé. Ele não quis acordá-lo, mas quando suas lagrimas caíram sobre o rosto do profeta ele despertou e aplicou saliva no local da picada e então Abu Bakr curou imediatamente.

Os descrentes de Mecca alvoroçados pelo premio de cem camelos para quem capturar Mohammad (s) vivo ou morto ou indicar o seu paradeiro intensificaram as buscas, mas não tinham pistas e disseram: Parece que os dois voaram para o céu ou esconderam debaixo da terra. Até que chegaram à entrada da caverna.

Mas a ajuda divina revelou-se com uma frágil teia de aranha e ninho com ovos de pombos na entrada da caverna. Este milagre fez com que Umayah bin Khalaf e os descrentes acreditassem que nada havia adentrado a caverna antes mesmo do nascimento do Profeta(s). Eles estavam tão próximos, que se abaixassem para olhar descobri-los-iam.

bu Bakr estava com medo e disse: “Ó Mensageiro de Deus, se um deles olhar para o próprio pé, nos verá!” O Profeta respondeu:

“O que você pensa de duas pessoas com as quais Deus é o Terceiro? Não fique triste, porque de fato Deus está conosco.” (Saheeh Al-Bukhari)

Os incrédulos, ao verem a teia de aranha, o ninho de pombos e a ausência de pegadas, retornaram certos de que, ninguém estava ali.

Quando o grupo de busca partiu, Abu Bakr recebeu os camelos e o guia na caverna à noite, e partiram para a longa cavalgada até Yathrib.

Suraka bin Malik sabia de tal recompensa para capturar o profeta (s) e ao escutar uma conversa a respeito da rota de Mohammad (saaws) disfarçadamente pegou sua arma e seu cavalo e seguiu a rota até que os avistou; se aproximou deles, mas por várias vezes seu cavalo afundava na areia e ele caia, e uma cortina de fumaça apareceu a sua frente, então Suraka percebeu que aquilo era um mal pressagio e gritou que o esperassem e jurou não fazer nenhum mal. O Profeta (saaws) respondeu volte Suraka e não informe os kuraishitas a nosso respeito que terás aos seus pés as muralhas da Pérsia. Seguiram a jornada e sentiram muita fome e sede até que chegaram na tenda de uma senhora conhecida como EM Maabad e pediram algo para comer ou beber e não havia nada a não ser uma cabra magra e doente, O Profeta pediu permissão para ordenhar a cabra, desacreditada que tivesse alguma gota ela permitiu, e então com suas mãos honradas começou a ordenhar e fez uma prece, até que encheu um recipiente deu de beber a senhora Em Maabad, em seguida seus companheiros Abu Bakr e O Guia e por fim bebeu.

Prosseguiram em viajem até que chegaram em Kubaá um local próximo de Madina onde permaneceram alguns dias e neste local construíram a primeira mesquita da história do Islam. Isto está relatado na surat Attabah 108 “Uma mesquita fundada sobre a piedade é mais digna de nela orares e ali há homens ansiosos para se purificarem. ALLAH ama os que se purificam.”

Semanas antes, o povo da cidade ouviu que o Profeta tinha deixado Meca e, portanto, iam para os montes locais todas as manhãs, esperando pelo Profeta até que o calor os levasse a buscar abrigo. Os viajantes chegaram no calor do dia, após os observadores terem se retirado. Um judeu que estava fora o viu se aproximando e avisou os muçulmanos que aquele que esperavam tinha finalmente chegado, e os muçulmanos foram para os montes de Kubaa para saudá-lo.

O Profeta ficou em Kubaa por alguns dias, e lá estabeleceu a primeira mesquita do Islam. Ali, que tinha deixado Meca a pé, três dias depois do Profeta, tinha chegado também. O Profeta, seus companheiros de Meca e os “Ajudantes” de Kubaa o levaram para Medina, onde tinham antecipado ansiosamente sua chegada.

Os habitantes de Medina nunca viram um dia mais animado em sua história. Anas, um amigo próximo do Profeta, disse:

“Eu estava presente no dia que ele entrou em Medina e nunca vi um dia melhor ou mais animado que o dia que ele chegou para nós em Medina. E estava presente no dia que ele morreu, e nunca vi um dia pior ou mais triste do que o dia no qual ele morreu.” (Ahmed)

Toda casa em Medina queria que o Profeta ficasse com eles, e alguns tentaram levar sua camela para suas casas. O Profeta os impediu e disse:

“Deixe-a, porque ela está sob Comando (Divino)”.

Ela passou por muitas casas até que parou e se ajoelhou na terra de Banu Najjaar. O Profeta não desceu até que a camela se levantou e andou um pouco, e então se voltou para o local original e se ajoelhou novamente. Nesse momento o Profeta desceu. Ele ficou feliz com sua escolha, porque Banu Najjaar eram seus tios maternos e ele também desejava honrá-los. Quando indivíduos da família pediram que entrassem em suas casas, um certo Abu Ayyoub se adiantou para cuidar de sua sela e a levou para sua casa. O Profeta disse:

“Um homem vai com sua sela.” (Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim)

A primeira tarefa que empreendeu em Medina foi construir uma mesquita. O Profeta, que a misericórdia e as bênçãos de Deus estejam sobre ele, perguntou aos dois meninos que eram proprietários do armazém de tâmaras o preço do depósito. Eles responderam: “Não, faremos dele um presente para ti, Ó Profeta (que a misericórdia e as bênçãos de Deus estejam sobre ele) de Deus!” O Profeta (que a misericórdia e as bênçãos de Deus estejam sobre ele), entretanto, recusou sua oferta, pagou seu preço e construiu uma mesquita, tomando parte em sua construção. Enquanto trabalhava, foi ouvido dizendo:

“Ó Deus! Não há bondade exceto a da Vida Futura então, por favor, perdoe os Ajudantes e os Emigrantes.” (Saheeh Al-Bukhari)

A mesquita servia como local de adoração para os muçulmanos. A oração que antes era um ato individual realizado em segredo agora se tornou um assunto público, um que simboliza uma sociedade muçulmana. O período no qual os muçulmanos e o Islam estavam subjugados e oprimidos tinha acabado e agora o adhan, o chamado para oração, seria feito em voz alta, ecoando e penetrando as paredes de toda casa, chamando e lembrando os muçulmanos de cumprirem sua obrigação com seu Criador. A mesquita era um símbolo da sociedade islâmica. Era um local de adoração, uma escola onde os muçulmanos se iluminavam sobre as verdades da religião, um local de reunião onde as diferenças de várias partes em conflito se resolviam, e um prédio administrativo a partir do qual os assuntos referentes à sociedade emanavam, um verdadeiro exemplo de como o Islã incorpora todos os aspectos da vida na religião. Todas essas tarefas eram empreendidas em um local construído sobre os troncos de tamareiras cobertos com suas folhas.

Quando a primeira e mais importante tarefa foi concluída, ele também fez casas em ambos os lados da mesquita para sua família, dos mesmos materiais. A mesquita e a casa do Profeta em Medina continuam hoje no mesmo lugar.

O Profeta (saaws) criou uma relação de irmandade entre os Muhajirin aqueles que emigraram e os ansar aqueles que os receberam em Madina, amavam-se uns aos outros mais do que irmãos de sangue, amavam-se aponto de uma pessoa dentre os ansar se abdicar de uma de suas esposas, separando-se legalmente dela, para que seu irmão muhajir se desposa-se dela. Isto esta relatado na surat Alhashr 9-“ Os que antes haviam se estabelecido em Madina e adotado a fé mostram afeição por aqueles que imigraram para eles e não alimentam inveja em seus peitos, pelo que lhes foi dado(aos imigrantes) de despojos. Por outra , preferem-nos em detrimento de si mesmos embora eles mesmos sofram de penúria.”

Se é tentado a descrever como um ‘milagre’ o fato dessa situação não ter causado qualquer ressentimento entre aqueles que de forma tão repentina eram obrigados a incluir pessoas totalmente estranhas em suas famílias. Esse laço de irmandade quebrou os de linhagem, cor, nacionalidade e outros fatores que antes eram considerados como um padrão de honra. Os únicos laços que importavam agora eram religiosos. Raramente o poder da fé em mudar os homens foi demonstrado de forma mais clara.

Os muçulmanos de Meca, entretanto, não tinham esquecido suas antigas habilidades. Quando seu novo irmão lhe disse: ‘Ó mais pobre dos pobres, como posso ajudá-lo? Minha casa e meus fundos estão a seu dispor!’, um ‘emigrante’ respondeu: ‘Ó mais gentil dos amigos gentis, apenas me mostre o caminho para o mercado local. O resto virá.’ Diz-se que esse homem começou vendendo queijo e manteiga e logo ficou rico o suficiente para pagar o dote de uma moça local e, no devido curso, foi capaz de equipar uma caravana de 700 camelos.

Esse tipo de empreendimento era encorajado, mas existiam também aqueles que não tinham habilidade para fazê-lo e nem tinham família ou propriedade. Passavam o dia na mesquita e à noite o Profeta os colocava com vários indivíduos dos Ajudantes. Ficaram conhecidos como ‘Ahl us-Suffa.’ Alguns eram alimentados na própria mesa do Profeta, quando havia algo, e com cevada tostada da comunidade.

Em seguida, foi feio um tratado de paz entre todas com os judeus e os demais descrentes de Madina com o intuito de fortalecer Madina frente a hostilidade de Kuraish, na qual ficou acordado que teriam status igual como cidadãos de um estado e plena liberdade religiosa, e que defenderiam uns aos outros se fossem atacados..

Mas como já sabemos e por tradição os judeus quebram seus tratados e por tal motivo foram mais tarde expulsos de Madina. Mas sua idéia de um Profeta era a de um que lhes daria domínio, e um profeta judeu, não um árabe. Os judeus também tinham lucrado muito com a rivalidade entre as tribos árabes, uma vez que era através dessa instabilidade da região que tinham conseguido o predomínio no comércio e mercadorias. A paz entre as tribos de Medina e áreas vizinhas era uma ameaça aos judeus.

Além disso, entre os habitantes de Medina existiam aqueles que se ressentiam dos recém-chegados, mas que mantinham a paz por enquanto. O mais poderoso deles, Abdullah ibn Ubayy ibn Salool, estava extremamente ressentido com a chegada do Profeta, uma vez que ele era o líder de fato de Yathrib antes do Profeta. Ele aceitou o Islã como simples formalidade, embora mais tarde viesse a trair os muçulmanos como o líder dos ‘hipócritas.’

Devido a esse ódio comum em relação ao Profeta, aos muçulmanos, e à nova situação de Yathrib, a aliança entre os judeus e os ‘hipócritas’ de Medina era quase inevitável. Ao longo da história dos muçulmanos em Medina, eles tentaram seduzir os seguidores da nova religião, conspirando e tramando constantemente contra eles. Devido a isso, existe menção frequente dos judeus e hipócritas nos capítulos de Medina do Alcorão.

A Hégira havia sido completada. Era 23 de setembro de 622, e a Era Islâmica, o calendário muçulmano, começa no dia que esse evento ocorreu. E desse dia em diante Yathrib recebeu um novo nome, um nome de glória: Madinat-un-Nabi, Cidade do Profeta, resumindo, Medina.

Assim foi a Hégira, a emigração de Meca para Yathrib. Os treze anos de humilhação, perseguição, de sucesso limitado, e de profecia ainda por se cumprir estavam para trás.

Os dez anos de sucesso, a plenitude que coroou o empenho de um homem, tinham começado. A Hégira fez uma divisão clara na história da Missão do Profeta, que é evidente do Alcorão. Até então ele tinha sido apenas um pregador. Dali em diante ele era o governante de um Estado, a princípio muito pequeno, mas que cresceu em dez anos para se tornar o império da Arábia. O tipo de orientação que ele e seu povo precisavam depois da Hégira não era o mesmo daquele que tinham precisado antes. Os capítulos de Medina diferem, consequentemente, dos capítulos de Meca. Os últimos dão orientação à alma individual e ao Profeta como Admoestador: os primeiros dão orientação a uma comunidade social e política e ao Profeta como exemplo, legislador e reformador.

Ao se preocupar, Mohammad, com os interesses materiais da comunidade, não foi negligenciado o aspecto espiritual. Mal passara um ano, desde a migração para Madina, quando a mais rigorosa das disciplinas espirituais, o jejum de um mês inteiro, todos os anos, no mês de Ramadan, foi imposta a todo homem e mulher, muçulmanos, adultos.

A principal refeição do Profeta Muhammad usualmente era mingau cozido com tâmaras e leite, sua única outra refeição do dia era tâmaras e água; mas ele frequentemente ficava com fome, e às vezes até colocava pedras sobre seu estômago para aliviar seu desconforto. Um dia uma mulher lhe deu um manto – algo que ele precisava muito – mas na mesma noite alguém pediu o manto para fazer uma mortalha e ele prontamente o deu como caridade. Os que tinham algum excedente traziam-lhe comida, mas parecia que ele nunca conseguia mantê-la por tempo suficiente para prová-la, já que sempre havia alguém em necessidade maior. Com a força física diminuída – agora com cinquenta e dois anos – ele lutava para construir uma nação baseada na verdadeira religião do Islã a partir do variado sortimento de pessoas que Deus lhe deu como matéria-prima.

Inicio do Azan (Chamamento a Oração)



O Islam não ordena que o crente dedique todo o seu tempo unicamente a Mesquita. Diz sim, que da mesma forma que a oração é obrigatória no seu devido tempo, ganhar o lícito para a sua provisão e dos seus familiares também é obrigatório. Para isso o crente tem que se ocupar dos negócios e outros assuntos considerados mundanos. Era preciso que houvesse um sistema em que as pessoas se juntassem na hora determinada para a oração em congregação na Mesquita, para cumprirem também, o dever de Deus depois de já terem cumprido os assuntos mundanos.

As cinco orações, como já foi referido, foram tornadas obrigatórias no "Miraj", ainda em Macca, mas com as perseguições dos coraixitas era difícil formar a oração em congregação. Quando em Madina os crentes já se sentiam seguros, Deus tornou obrigatório para eles o Zakat (Tributo) e o jejum. Havia agora necessidade de estabelecer um sistema para chamar as pessoas a oração em congregação na hora marcada, uma vez que o espírito de todas as obrigações do Islam, são o coletivismo e a união. Até essa altura, por não existir um sistema organizado para o chamamento a oração, ainda não havia a oração em congregação, bem organizada. As pessoas faziam um cálculo do tempo e apareciam na Mesquita para fazerem a oração.

O Profeta não estava de acordo com este sistema, esse espírito não podia durar nas futuras gerações. Surgiu, então, a questão de como indicar as pessoas a hora da oração em congregação. Por isso o Profeta chamou os crentes para os consultar e ter a sua opinião a este respeito. Houve várias idéias, e várias opiniões foram dadas, como o chamamento através da corneta como fazem os judeus, ou ser soprada a trombeta ou ser tocado o sino como fazem os cristãos, ou ser aceso o fogo como fazem os zoroastros, ou ser içada uma bandeira no topo da Mesquita na hora da oração, mas isso não poderia despertar o que estivesse a dormir ou o distraído. Por isso, estes métodos não podiam servir de chamamento a oração, porque em nenhum deles havia a glorificação a Deus, Sua recordação e lembrança. Além disso, todas estas religiões já não eram autenticas, estavam deturpadas e confusas com o politeísmo. Portanto, não era digno para uma adoração dedicada puramente a Deus tomar o método confuso com o politeísmo de informação da chegada da hora da oração. Por isso o Profeta não aceitou nenhum destes métodos. Omar apresentou depois a sua idéia, dizendo ao Profeta que se devia anunciar em voz alta no momento da oração. Idéia esta aceita pelo Profeta que disse ao Bilal para que quando chegasse a hora da oração anunciasse desta forma. Contudo, essa não foi a decisão final. Por isso, a preocupação de uma solução permanente continuou. Entretanto, numa das noites, vários crentes sonharam. Abdallah Bin Zaid Bin Abd Rabbih conta o seu sonho da seguinte forma: Vi um homem a vender uma corneta, perguntei-lhe o preço, e ele perguntou-me porque é que eu queria comprar. E respondi-lhe que era para anunciar a chegada do momento da oração. Esse homem, que estava vestido de verde, disse-me: Eu posso te dar a melhor solução para isso: Quando chegar a hora da oração, um de vós deverá dizer em voz alta as seguintes palavras:

Alláho akbar, Alláho akbar
Ach hado an lá ilaha illaláh
Ach hado na lá ilaha illaláh
Ach hado anna Mohammad Rassulullah
Ach hado anna Mohammad Rassulullah
Haia alas salah, Haia alas salah
Haia alalfalah, Haia alalfalah
Alláho akbar, Alláho akbar
Lá ilaha illaláh.

Deus é grandioso, Deus é grandioso.
Testemunho que não há outra divindade exceto Deus.
Testemunho que não há outra divindade exceto Deus.
Testemunho que Mohammad é Mensageiro de Deus.
Testemunho que Mohammad é Mensageiro de Deus.
Venham à oração. Venham à oração.
Venham à salvação. Venham à salvação.
Deus é grandioso, Deus é grandioso.
Não há outra divindade exceto Deus.

O homem disse, ainda, que quando começar a oração devem ser repetidas as mesmas palavras e depois de Haia Alal Falah (Venham à salvação) devem ser acrescentadas Cad Cámatis Saláh (A Oração está preste a começar). Quando o Profeta ouviu este sonho disse logo: "Sonho verdadeiro". Bilal era quem tinha a voz mais forte e bela. Por isso, o Profeta encarregou-o de fazer o chamamento à oração, e pediu a Abdullah Bin Zaid Abd Rabbih para que lhe ditasse as referidas palavras.

Quando Omar ouviu o chamamento veio correndo, e disse ao Profeta: "Por aquele que te enviou como Profeta! Eu também sonhei as mesmas palavras". E o Profeta agradeceu a Deus por encontrar mais provas. Estas, simples, suaves, melodiosas e encantadoras palavras do chamamento à oração, resumem o islamismo em poucas e doces frases. Ao mesmo tempo, são uns alimentos espirituais para todos os muçulmanos dos quatro cantos da terra. Em todas as Mesquitas, cinco vezes por dia, é praticado o chamamento. Se Mohammad mais nada além de instituir esse chamamento à oração, era-lhe suficiente tornar-se um imortal. Mas a sua fama está em milhares de grandes proezas iguais.

Havia uma casa ao lado da Mesquita, que era relativamente mais alta, de onde Bilal costumava fazer o chamamento a partir do telhado. A casa era pertencente a uma família da tribo Banu Najjar.

O chamamento islâmico à oração é igualmente um chamamento ao islamismo, cantado belamente com uma boa voz e transportado nas ondas do ar para todos os cantos do horizonte.

Ao ouvir essa voz a dizer "Não há outra divindade senão Deus o Único", os muçulmanos já se sentiam seguros e não tinham mais receios em relação aos idólatras. O Profeta tinha dois Muazzins (pessoas que fazem o chamamento) em Madina, Bilal e Abdallah Ibn Umm Maktum. Depois de fazer o Azzan no Fajr dizia: "As salátu khairun minan naum" (A Oração é melhor que o sono).

Então, o Profeta confirmou-o e disse para que acrescentasse essa frase no Azzan de Al Fajr.


A Qibla

A Qibla (a direção para a qual os muçulmanos se viram quando oram) até esse ponto tinha sido Jerusalém. Os judeus imaginavam que a escolha implicava uma inclinação em relação ao Judaísmo e que o Profeta precisava de sua instrução. O Profeta queria que a Qibla fosse mudada para a Caaba. O primeiro lugar na terra construído para a adoração de Deus, e reconstruído por Abraão. No segundo ano depois da migração, o Profeta recebeu o comando para mudar a Qibla de Jerusalém para a Caaba em Meca. Uma porção inteira da Surata Al-Bácara se refere a essa controvérsia judaica.

As Primeiras Expedições

A primeira preocupação do Profeta como governante era estabelecer adoração pública e formular a constituição do Estado: mas ele não esqueceu que os Coraixitas tinham jurado dar fim à sua religião. Enfurecidos porque o Profeta tinha tido sucesso em migrar para Medina, eles aumentaram sua tortura e perseguição aos muçulmanos que ficaram para trás em Meca. Suas tramas maléficas não ficaram nisso. Também tentaram fazer alianças secretas com alguns politeístas de Medina, como Abdullah ibn Ubayy anteriormente mencionado, ordenando que ele matasse ou expulsasse o Profeta.

Os Coraixitas com frequência enviavam mensagens ameaçadoras para os muçulmanos de Medina alertando-os de sua aniquilação, e tantas notícias sobre conspirações e tramas chegaram ao Profeta que ele pediu o posicionamento de guardas ao redor de sua casa. Foi nessa época que Deus deu permissão aos muçulmanos para lutar contra os descrentes.

Por treze anos tinham sido pacifistas estritos. Agora, entretanto, várias expedições pequenas foram enviadas, lideradas pelo próprio Profeta ou por algum outro dos emigrantes de Meca com o propósito de fazer um reconhecimento das rotas que levavam até Meca, e também formar alianças com outras tribos. Outras expedições eram lideradas para interceptar algumas caravanas retornando da Síria em rota para Meca, uma forma dos muçulmanos fazerem pressão econômica sobre os Coraixitas e acabar seu assédio dos muçulmanos, tanto em Meca quanto em Medina. Poucas dessas expedições resultaram em batalha, mas através delas os muçulmanos estabeleceram sua nova posição na Península Árabe, a de que não eram mais um povo fraco e oprimido, mas ao contrário que sua força tinha crescido e eram agora um poder formidável nada fácil de lidar.

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“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Assalamu Aleikum war Matulahi wa Baraketu

quinta-feira, junho 24, 2010

BIOGRAFIA DO PROFETA MUHAMMAD EM FORMA DE KHUTUB PARTES 1, 2 E 3

Queridos irmãos e estimados leitores. Ser muçulmano, cristão, judeu, budista entre outros, é uma decisão pessoal uma vez que Allah Louvado Seja, nos criou com livre arbítrio. Contudo não estudar o islamismo e a vida do Profeta Muhammad SAAS, é perder a oportunidade de se tornar mais culto, tirar proveito para a vida de exemplos e sabedorias reveladas pela Religião de Allah Louvado Seja e Seu Mensageiro. Se Âllah Louvado Seja escolheu você para serví-lo no islam issso vai ocorrer mais cedo o mais tarde, foi o que aconteceu comigo, que era um bispo católico.

Estamos nessa matéria levando a todos uma Biografia do Profeta Muhammad SAAS bem simplificada e em forma de khutub (Sermão). O texto foi escrito de forma a oferecer aos leitores uma intereção agradável. Lei com atenção e conheça esse homem formidável, que Allah louvado Seja escolheu para revelar sua última mensagem para toda a humanidade.

Biografia do profeta Muhammad (s) - Parte 1‏

As Condições da Arábia Antes da Profecia

A Arábia naquele período estava dividida em três áreas de influência. O norte vivia sob a sombra de dois grandes impérios, o Bizâncio cristão e a Pérsia zoroastrina, impérios em guerra perpétua tão equiparada que um não conseguia vitória definitiva sobre o outro. Nas sombras desses poderes viviam os árabes da região norte com alianças divididas e inconstantes. O sul era a terra dos perfumes árabes, chamada pelos romanos de “Arábia Félix.” (atualmente Iêmen e região sul da Arábia Saudita).

Era uma propriedade desejável. A conversão do governante etíope, o Negus, ao Cristianismo levou seu país à aliança com Bizâncio, e foi com a aprovação bizantina que os etíopes tomaram posse desse território fértil no início do século sexto. Antes de sua ruína nas mãos de um conquistador implacável, entretanto, os habitantes do sul tinham aberto os desertos da Arábia central ao comércio, introduzindo certa organização à vida dos beduínos que serviam como guias para suas caravanas e estabeleceram postos de comércio nos oásis.
Se o símbolo daquele povo sedentário era a árvore de olíbano, o da zona árida era a tamareira; de um lado o luxo do perfume, do outro o alimento necessário. Ninguém poderia ter considerado o Hijaz – ‘onde nenhum pássaro canta e nenhuma grama cresce’ – de acordo com um poeta sulista – uma propriedade desejável. As tribos do Hijaz nunca tinham experimentado conquista ou opressão; nunca tinham sido obrigadas a chamar de ‘senhor’ nenhum homem.

A pobreza era sua proteção, mas é questionável se se consideravam pobres. Para se considerar pobre deve-se invejar o rico, e eles não invejavam ninguém. Sua fortuna estava em sua liberdade, em sua honra, em sua linhagem nobre, e no instrumento maleável da única arte que conheciam, a arte da poesia. Tudo que nós agora chamamos de ‘cultura’ estava concentrado nesse instrumento. Sua poesia glorificava a coragem e a liberdade, louvava o amigo e ironizava o adversário, exaltava a bravura dos homens da tribo e a beleza das mulheres, em poemas recitados do lado da fogueira ou na infinitude do deserto sob o vasto céu azul, testemunhando a grandeza dessa pequena criatura humana sempre viajando por regiões estéreis da terra.

Para o beduíno a palavra era tão poderosa quanto a espada. Quando tribos hostis se encontravam para testes em batalha era comum que cada lado colocasse seu melhor poeta para louvar a coragem e nobreza de seu próprio povo e despreza o inimigo ignóbil. Essas batalhas, na quais o combate entre campeões rivais era a característica principal, eram mais um esporte de honra do que uma guerra como agora entendemos o termo; eram tumultos, ostentação e exibicionismo, com muito menos baixas que as produzidas pela guerra moderna. Serviam um propósito econômico claro através da distribuição de botim, e se o vitorioso usasse demais a sua vantagem iria contra o conceito de honra. Quando um lado ou outro reconhecia a derrota os mortos de ambos os lados eram contados e os vitoriosos pagavam a dívida de sangue – reparações – para os conquistados, para que a força relativa das tribos fosse mantida em um equilíbrio saudável. O contraste entre essa prática e as práticas da guerra civilizada é espantoso.

Entretanto, Meca era, e continua sendo, importante por uma razão diferente. Lá está a Caaba, a primeira Casa construída para a humanidade adorar seu único Deus. A antiga Caaba há muito tempo era o centro desse pequeno mundo. Mais de 1.000 anos antes de Salomão construir o templo em Jerusalém, seu ancestral, Abraão, ajudado por Ismael, seu filho mais velho, suspendeu suas paredes sob fundações antigas. Um certo Qusayy, chefe da poderosa tribo dos Coraixitas, estabeleceu um assentamento permanente lá. Essa era a cidade de Meca (ou Baca). Perto da Caaba havia o poço de Zanzam.

Sua origem, também, remonta ao tempo de Abraão. Foi esse poço que salvou a vida do bebê Ismael. Como a Bíblia diz:
“E ouviu Deus a voz do menino, e bradou o anjo de Deus a Agar desde os céus, e disse-lhe: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino desde o lugar onde está. Ergue-te, levanta o menino e pega-lhe pela mão, porque dele farei uma grande nação. E abriu-lhe Deus os olhos, e viu um poço de água; e foi encher o odre de água, e deu de beber ao menino. E era Deus com o menino, que cresceu; e habitou no deserto, e foi flecheiro.” (Gênesis 21:17-20)
Ou, como o salmista canta:

“Que, passando pelo vale de Baca, faz dele uma fonte; a chuva também enche os tanques.” (Salmos 84:6)
As circunstâncias da época favoreceram o desenvolvimento de Meca como um centro comercial de destaque. As guerras entre a Pérsia e Bizâncio tinham fechado as rotas de comércio mais ao norte entre o oriente e o ocidente, enquanto que a influência e prosperidade do sul da Arábia tinham sido destruídas pelos etíopes. Além disso, o prestígio da cidade foi intensificado por seu papel como um centro de peregrinação, e os Coraixitas, como curadores da Caaba, desfrutavam do melhor de ambos os mundos.

A combinação de nobreza – a descendência árabe de Abraão através de Ismael – com riqueza e autoridade espiritual lhes deu base para acreditar que seu esplendor, comparado com o de qualquer outro povo na terra, era como o esplendor do sol comparado ao brilho das estrelas.

Mas a distância no tempo dos grandes patriarcas e profetas assim como seu isolamento nos desertos áridos da península provocaram o surgimento da idolatria. Acreditando na intercessão de deuses menores com o Ser Supremo em seus rituais de adoração, mantinham a crença que suas deidades possuíam o poder de levar suas orações ao Deus Supremo. Cada região e clã, de fato cada casa, tinha seu próprio pequeno ‘deus’ em separado. Trezentos e sessenta ídolos tinham sido instalados dentro da Caaba e seu pátio - a casa construída por Abraão para a adoração do Único Deus. Os árabes na verdade prestavam honras divinas não apenas a ídolos esculpidos mas veneravam tudo que fosse sobrenatural. Acreditavam que os anjos eram filhas de Deus. Bebedeira e jogatina eram comuns. O infanticídio feminino era comum onde as meninas recém-nascidas eram enterradas vivas.

O Nascimento do Profeta

Foi no ano de 570 da Era Cristã que o Profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, nasceu em Meca, uma cidade na atual Arábia Saudita. Seu pai, Abdullah, era um tataraneto de Qusayy, o fundador de Meca, e pertencia à família Hashimita de Coraix. Sua mãe, Amina, era descendente do irmão de Qusayy. Ao retornar com uma caravana da Síria e Palestina, Abdullah parou para visitar parentes em um oásis ao norte de Meca, ficou doente lá e morreu vários meses antes do nascimento de seu filho.

Era costume enviar os filhos dos Coraixitas para o deserto para serem amamentados por uma mãe-de-leite e passar sua primeira infância com uma tribo beduína. Fora considerações de saúde, isso representava um retorno às suas raízes, uma oportunidade de experimentar a liberdade que acompanha a vastidão do deserto.

Primeiro foi a sua mãe (Amina) que o amamentou e depois de alguns dias foi amamentado por Soaiba, serva de Abu Lahab, tio de Mohamad.

No entanto, era hábito dos nobres em Mekka, como sinal de luxo e de complexo, as próprias mães amamentarem os seus filhos. Temporariamente, no inicio, se a criança ficasse em casa, as mulheres da família ajudavam a amamentar a criança, mas depois procuravam uma senhora permanente para amamentá-la.

O objetivo disto era, porque os coraixitas amavam a sua língua. Não era reconhecido como líder a pessoa que não fosse eloqüente na língua. Por isso, preocupavan-se em melhorar a sua língua logo de infância, mas isso não era possível na cidade, não só por causa dos estrangeiros que se deslocavam sempre para lá em negócios, como as também por causa dos escravos não árabes que lá viviam, e porque as crianças misturavam-se mais com eles. Dessa forma, era impossível melhorar a sua língua. Por isso os coraixitas escolheram certas tribos, cuja língua fosse eloqüente, para que as mulheres dessas tribos viessem a Mekka buscar as crianças coraixitas a fim de viver com elas nas aldeias. Aí, eram amamentadas por elas, aperfeiçoavam sua língua e viviam num ambiente impoluto. A questão não era só posta no caso da língua, mas também no caso da saúde. Esta tradição manteve-se até o tempo dos Omidas, quando o Império Islâmico era enorme.

Portanto a mãe de Mohamad (Amina) estava a espera da vinda das mulheres da tribo Banu Saad, a fim de entregar a alguma delas o seu filho. Quando aquelas chegaram, Mohamad, por ser órfão, não lhes atraiu muito, porque elas esperavam sempre serem bem pagas pelos pais das crianças e ninguém aceitou Mohamad. Uma delas, era a Halima Bint Abu Zuaib (de Banu Saad) que também recusou levar Mohamad.

A Halima, por estar em circunstancias de pobreza a ser magra, mãe nenhuma quis dar seu filho, isto é, toma-la como ama de sua criança, pois pensavam: Como é que ela poderia amamentar uma criança, se ela própria precisava de leite? Assim Halima içou sem criança e Mohamad, o órfão, sem ama.

Então quando todas as mulheres da tribo (Banu Saad) estavam para regressar para as suas casas, Halima disse ao seu marido: “Haris, por Deus! Eu detesto ir embora com as minhas companheiras sem levar sequer uma criança para amamentar. Decreto que eu irei outra vez ter com aquele órfão e aceita-lo”. O seu marido respondeu: “Se tu o levares não haverá censura nenhuma para ti; talvez Deus nos abençoe por tu o levares juntamente conosco para o deserto”.

A própria Halima relatou que desde que ela aceitara Mohamad para amamentá-lo, eles começaram a ter chuva de bênçãos de todo o tipo, o seu gado cresceu mais forte e multiplicou-se e tudo a sua volta prosperou.

Todos os seus biógrafos afirmam que o Profeta infante mamou somente de um seio de sua ama, deixando o outro para o sustento de seu meio irmão.

Desta forma Mohamad foi amamentado dois anos completos por Halima e durante este período ela notou varias coisas milagrosas de Mohamad. A sua filha Chaima dava de comer a Mohamad. O ar puro do deserto e uma vida aberta fez bem a ele, desenvolvendo-o com saúde. Passados dois anos, ocasião de desmamar, Halima levou Mohamad para Mekka, para o entregar a sua mãe. Mas devido a uma epidemia em Mekka, a mãe dele (Amina) ordenou para que Halima voltasse a levá-lo para o deserto. Ela assim o fez.

Levou-o de novo para o deserto, onde permaneceu mais dois anos livres da poluição física e moral da cidade.

Já passavam quatro anos que Mohamad vivia com Halima, sua ama, e a mãe estava ansiosa em ver o filho junto dela, uma vez que tinha depositado toda a esperança nesse único filho. Mas, por outro lado, Halima e seu marido Haris estavam habituados com Mohamad de tal modo que não era fácil separarem-se dele. Mohamad de tal modo que não era fácil separarem-se dele. Mohamad continuou a viver na casa de Halima, e todos os filhos dela tomavam conta dele, amavam-no muito e nunca o deixavam só.

Num certo dia estavam todas as crianças a brincar, quando viram que dois anjos com a forma de dois homens muito bonitos, com roupa branca e limpa, aproximaram-se e levaram Mohamad para um lado. Ao verem isso, as outras crianças assustaram-se e fugiram para casa onde narraram o evento aos pais e logo Halima e seu marido Haris correram para o local. Quando lá chegaram viram que Mohamad estava só e sorrindo, mas havia uma reflexão (radiação) no seu rosto. E perguntaram-lhe: - O que é que foi, meu filho? Quem eram esses homens? Por que é que te levaram e para onde foram?
Mohamad respondeu com tom inocente, contando toda a historia: “Eram dois homens vestidos de branco, que me deitaram no chão e a seguir cortaram-me ate aqui (mostrando o peito), e depois tiraram-me uma coisa que eu não sei o que é”. Quando halima verificou o peito de Mohamad e viu que não tinha sinal de nenhum corte, assustou-se, porque os árabes de então acreditavam imensamente nos demônios e superstições; pensou que deveria ser qualquer efeito de gênios. Quando a noticia se espalhou, os vizinhos aconselharam Halima a consultar um adivinho ou um astrólogo. Foram ter com um individuo judeu, o qual aumentou a preocupação da ama de Mohamad e seu esposo, porque quando ele viu Mohamad começou logo a gritar dizendo: “Esta é a criança que criará uma revolução na Arábia e acabara com as religiões existentes. Portanto, ó homens, se desejais salvaguardar a vossa religião, acabai com esta criança”.

Ao ouvirem isto, Halima e seu marido Haris decidiram levar a criança e entregar a mãe (Amina). Assim fizeram. Levaram-no a Mekka e entregaram-no a mãe, contando-lhe o que se tinha passado e depois expressaram a sua idéia sobre o sucedido (de ser efeito de gênio), mas a mãe não deu importância a conversa deles.

Existem narrações nos livros de que, nessa altura, vieram dois anjos na forma humana, e um deles (Gabriel) abriu o coração de Mohamad, tirou dele o centro de maldades e tornou a fechá-lo. Estas passagens não devemos tomá-las muito literalmente, porque nessa altura Mohamad era de uns três anos de idade, muito pequeno para testemunhar ato. . Apesar dessa passagem estar confirmada pelo próprio Mohamad, depois da proclamação da profecia, e se tomarmos a passagem literalmente não há nada de estranhar, porque hoje a operação é muito vulgar na medicina em que o médico abre o corpo sem o doente sentir qualquer dor, tornando-se saudável como se nunca estivesse doente.

Se o homem pode fazer os transplantes de órgãos como é que o Criador do homem, o Onipotente, não poderá fazer? A ciência só veio confirmar a palavra de Deus. Certos historiadores acham que Mohamad não precisava de qualquer cirurgia deste tipo, porque Deus já o tinha preparado de nascença para receber a Mensagem Divina, e outros, por sua vez, acham que talvez essa passagem esteja baseada na interpretação muito literal do seguinte capitulo (94).

“Não te dilatamos o teu peito (com ciência e paciência), depusemos de ti o teu fardo, que vergava as tuas costas, e exaltamos a tua fama”?

Mas, certamente que nestes versículos o Alcorão aponta para a causa puramente espiritual. Os teólogos muçulmanos que tomaram esta posição tem a sua frente o fato de que a vida de Mohamad era humana de um extremo ao outro e, para provar a sua profecia, o Profeta nunca teve recursos a milagres, como os outros Profetas, que tinham essa necessidade. E isto é confirmado por historiadores muçulmanos que, constantemente, afirmam que a vida do Profeta Mohamad esteve livre de qualquer coisa irracional ou misteriosa, e consideram que o contrario é incompatível com a posição do Alcorão; que a criação de Deus é racionalmente analisável, que as suas leis são inalteráveis e que os pagãos são culpáveis porque eles não raciocinam.
Mohamad ficou uns cinco anos no deserto com Halima e sua família. A influência dos dias de então, e do ambiente, foi enorme; a vida dura a que se habitou, a resistência a fome e a sede, o trabalho duro, eram coisas que muito pouca gente agüentava. Mas, além disso, ele criou em si o próprio espírito de independência e determinação, únicos em toda a história da humanidade. Aprendeu a língua árabe pura, uma característica importante porque quem não fosse eloqüente não tinha voz perante os árabes.

E Mohamad dizia mais tarde aos seus companheiros: “Eu sou o mais influente entre vós, porque sou um dos coraixitas e porque foi nutrido em Banú Saád Bin Bakr”.

Estes cinco anos deixaram em Mohamad um efeito permanente. Sempre amou Soaiba, a segunda mulher depois da mãe que o amamentou por alguns dia; Halima e sua família foram sempre muito honrados. Ele nunca se esqueceu dos favores que aqueles lhe fizeram.

Uma vez, já depois do Profeta se ter casado com Khadija, a seca tinha assolado a Arábia quando Halima foi visitar Mohamad. No regresso, o Profeta deu-lhe um camelo carregado de mercadoria a quarenta cabeças de gado. Cada vez que ela ia visitá-lo, ele estendia o seu manto no chão para que ela se sentasse em cima dele como sinal de honra e respeito para com ela.

Depois de ter passado os primeiros cinco anos de vida no deserto, Mohamad voltou para junto da mãe. Quando o traziam, perdeu-se nos subúrbios da cidade. Ficaram todos muito preocupados. Abdul Muttalib, o avô, ordenou para que procurassem. E ele próprio foi À Caaba orar a Deus ate que encontraram Mohamad ao pé de Waraca Bin Naufal. Quando o avô o viu ficou muito contente, abraçou-o e beijou-o.

Abdul Muttalib tomou seu neto sob sua proteção e tornou no centro sua atenção. Na altura, o avô era chefe de Mekka e de Coraix. Como líder dos coraixitas costumava sentar-se no sofá, a sombra, junto a Caaba, e seus filhos sentavam-se a sua volta, no chão e não no sofá, para se distinguirem de seu pai. Mas quando mohamad estava com eles sentava-se no sofá ao lado do avô. A mãe (Amina) e o avô estavam bastante satisfeitos com Mohamad.

Mas a satisfação não durou muito. Amina já tinha saudades da sua família em Madina e quis levar o filho para apresentar aos tios e tias maternos. Para isso levou-o com a sua serva Umm Aiman (a serva deixada pelo pai de Mohamad, Abdallah) a Amdina. Quando chegaram, Amina mostrou Mohamad a casa onde seu pai morreu e o lugar onde foi sepultado. Mohamad tinha já a noção de que afinal era órfão, e a mãe naturalmente contou ao filho longas historias sobre o pai, uma vez que ele nem sequer chegou a conhecê-lo, porque falecera antes do nascimento do filho. O profeta sempre se recordou da sua primeira viagem a Madina e sempre comentou o seu amor para com ela.

Depois de permanecer um mês em Madina, no Darun-Nabigha, a grande quantidade de judeus que viviam nos arredores já falavam e esperavam pela vinda do ultimo Profeta; os astrólogos, por seu turno, faziam as suas previsões, quando, certo dia receberam noticias sobre Mohamad (que ainda era criança). Todos foram ver Mohamad: alguns respeitavam, outros ficavam espantados ao verificarem os sinais do último Profeta nessa criança, e diziam que o ultimo Profeta deveria ser da sua família (israelita). “Como é que ele nasceu em Coraix?” Assim eram os comentários. Foi então que Amina recordou-se da conversa de Halima quando esta levara Mohamad ao adivinho judeu, e este gritara para que acabassem com aquela criança, senão traria a revolução. A mãe (Amina) ficou bastante preocupada e pensou logo em voltar. Só ficou um mês e preparou os mesmos dois camelos com que veio e partiram para Mekka. Mas Deus, por outro lado, começou a pôr em prova esta criança órfã (Mohamad). Aí, Amina acabou por falecer e foi sepultada. Mohamad, agora, ficou só com Umm Aiman, a serva, que o levou a Mekka para entregá-lo ao seu avô Abdul Muttalib.

Mesmo depois de 50 anos de idade, quando o Profeta emigrou, ainda se recordava desses locais onde a mãe adoeceu e faleceu e o que os judeus tinha dito quando o viram pela primeira vez em Madina.

Mohamad já tinha perdido o pai e a mãe, enquanto pequeno.
Quando Mohamad, órfão de pai e mãe, chegou a Mekka, o seu avô Abdul Muttalib abraçou-o e encarregou-se de o proteger. Mohamad já estava muito a vontade e o avô tinha muita consideração pelo neto.

Abdul Muttalib não era um homem simples, porque era um dos lideres de Quraish. Costumava celebrar um encontro diário na área da Ka’aba, onde costumava a estender sua capa sobre a terra e sentar sobre ela, nunca permitiu que ninguém a compartilhasse com ele, sendo que ele era um líder entre sua gente. Os lideres de Quraish costumavam fazer esses encontros para discutir os assuntos da política, da atualidade e da economia de Makkah com seu chefe. Abdul Muttalib sempre levava com ele o Profeta (SAWS) para esses encontros, e ele era o único quem Abdul Muttalib havia permitido sentar sobre sua capa. Ele pensou que o Profeta (SAWS), como as outras crianças de sua idade, iria brincar, mas ele (SAWS) preferiu assistir aos encontros e escutar suas discussões. Quando seu avô percebeu isso, disse à congregação: “Este meu filho será um grande homem”

Contudo, o avô já estava muito velho. Tinha mais de cem anos; segundo algumas narrações tinha 110 anos e outros diziam que tinha 120 anos, há também uma narração que diz que tinha 82 anos. O avô cuidou do neto apenas dois anos e depois faleceu. Umm Aiman (a serva) conta que nesse dia viu Mohamad a seguir ao funeral chorando. Quando perguntaram mais tarde ao Profeta se lembrava da morte do avô, ele respondeu que se lembrava muito bem, e nessa altura tinha ele 8 anos de idade.
Imagine alguém passando por tudo isso! Como estaria? Poderia se converter em uma pessoa áspera ou psicologicamente complicada. Surpreendentemente não lhe aconteceu nada disso.

Na verdade era muito carinhoso, qualidade que ficou demonstrada ao longo de toda sua vida. Quando, por exemplo, seu rosto foi gravemente ferido na Batalha de Uhud, se negou a suplicar a Allah que castigasse seus inimigos, como era o desejo de seus companheiros bravos, respondendo que havia sido enviado como Misericórdia para a humanidade, logo elevou suas mãos para suplicar a Allah que perdoasse (seus detratores) porque não eram conscientes da verdade!

Em Madina, havia um companheiro muito feio que se chamava Zaher. Os companheiros não gostavam de tratar muito com ele. Um dia, o Profeta (SAWS) entrou no mercado e viu que os companheiros estavam sentados conversando juntos enquanto Zaher estava sozinho e separado deles. Então o Profeta (SAWS) veio por trás de Zaher e lhe abraçou. Zaher imaginando que queriam debochar dele, disse aborrecido: “Quem é? Deixe-me”, logo Zaher virou-se e viu que era o Profeta (SAWS) que lhe pegou pela mão e se dirigiu a seus companheiros dizendo: “Quem compra esse servo?” Zaher disse: “Temo que ninguém queira me comprar” O Profeta (SAWS) disse: “Mas você é muito valioso para Allah!”.

Em outra situação Umair, irmão de seu servente (Anas Ibn Malik), tinha um pássaro que havia morrido. Então o Profeta (SAWS) foi até a sua casa para dar suas condolências por causa do pássaro e decidiu brincar com o menino na rua para consolá-lo pela perda de seu pássaro. Ele (SAWS) costumava sempre consolar as pessoas que lhe rodeavam, pela falta de afeto que teve em sua infância, sendo amável e carinhoso no seu trato com eles.

Antes de seu avô morrer, ele havia pedido ao seu filho Abu Taleb cuidar de Muhamad (SAWS) depois de sua morte. Por que Abu Taleb? Porque era o irmão de Abdullah, o pai do Profeta Muhamad (SAWS). Abdul Muttalib considerava Muhamad (SAWS) como seu filho, pois disse a Abu Taleb: “Deixo-te responsável pelo meu filho”.
Observe que a vida de Muhamad (SAWS) transcorreu em cinco lares. O primeiro lar em que ele viveu foi na casa de sua mãe, logo depois na casa de Halima na qual viveu 2 anos e depois regressou à casa de sua mãe e lá viveu até os 6 anos. A quarta casa foi a de seu avô até completar os 8 anos, e finalmente passou a morar na casa de seu tio Abu Taleb. Cinco lares no transcurso de 8 anos somente! Todos os lares que o Profeta (SAWS) morou eram diferentes um do outro, mas ele conseguiu força em todos eles.

Submetido a tais privações aos oito anos de idade, ele se viu finalmente entregue aos cuidados do seu tio, Abu Tálib, um homem generoso por sua natureza, mas cujos recursos estavam sempre aquém até das necessidades da sua própria família. O jovem Mohammad se viu, portanto, diante da necessidade de procurar imediatamente um meio de ganhar a vida; serviu, inicialmente, como menino-pastor para alguns vizinhos. Por que escolheu esse tipo de trabalho? Por que o gado e as cabras lhe ensinarão o sossego, a paciência e a habilidade para unir as pessoas. O gado e as cabras sempre tentam afastarem-se uma das outras, enquanto que as vacas e os camelos preferem ficar junto. Assim teve que aprender como mantê-las sempre juntas.

Seu tio tinha 10 filhos, então ninguém teria muito tempo para se dedicar a Muhamad (SAWS). Por esse motivo, foi criado iletrado. Então quem lhe educou com a moralidade e ética? Allah! Por que foi transportado de uma casa para outra? Para adquirir auto-independência, para ser responsável, sério, forte e ter uma forte vontade. Tais situações lhe deram as experiências que logo lhe serviram em sua missão na vida.

Assim foi como Allah lhe preparou! Às vezes Allah guarda algo bom para lhe ser outorgado mais tarde, e aquilo que o Profeta Muhamad (SAWS) não teve no início
obteve mais tarde.

O surpreendente é que dentro destas situações duras sempre havia uma pessoa que lhe proporcionava afeto e carinho. Allah o privou de um recurso de afeto e carinho para educá-lo, mas lhe proporcionou outro. Privou-o de sua mãe, mas lhe deu seu avô e a esposa deste, Hala, que era prima de Amina, a mãe do Profeta (SAWS). Logo lhe privou de seu avô e lhe deu seu tio, Abu Taleb que lhe cuidou bem. Mesmo que Abu Taleb não tenha abraçado o Islam, sempre apoiou o Profeta (SAWS). Além disso, Fátima Bint Asad, esposa de Abu Talib, foi muito carinhosa com ele e cuidou muito bem do nosso amado Profeta (SAWS). Allah diz:

“Porventura, não te encontrou órfão e te amparou?” (Qur’an 93:6)
Quando você sofre penúrias, é possível que Allah esteja lhe preparando para algo maior, especialmente se você é jovem. Allah, Louvado Seja, ama todos Seus Profetas, mas tem que prepará-los.
Por exemplo, o Profeta Noé (AS) sofria de um forte sarcasmo por parte de seu povo. O Profeta Abrão (AS) foi lançado no fogo. O Profeta Ya’cub (Jacob- AS) perdeu a visão de tristeza devido à perda de seu filho Yussuf (José- AS) que se criou longe de seus pais e a quem seus irmãos jogaram em um poço. Mussa (Moisés-AS) teve que abandonar seu país. ‘Isa (Jesus-AS) a quem seu povo fez dano, e finalmente Muhamad (SAWS).

Cada um deles enfrentou penúrias que foram aliviadas mais tarde.
Com dez anos, acompanhou o seu tio à Síria, quando este levou uma caravana para lá.
Biografia do Profeta Muhammad (s) - Parte 2‏

Muhammad (S) morava em Makka e nunca deixou o seu povo. Só efetuou duas viagens á Síria. Uma vez acompanhando o seu tio Abu Tálib, sem ter atingido ainda a puberdade, e outra, acompanhando Maissara, numa viagem comercial, quando estava com vinte e poucos anos. Os seus acompanhantes tiveram conhecimento de todos os seus passos. Durante a viagem ele não se reuniu com sábio algum, nem judeu nem cristão, nem de outro, nem com Bahiri, ou com qualquer outro. Quando o padre Bahiri o viu, reconheceu nele os sinais da profecia e informou o seu tio a respeito, pedindo-lhe que o protegesse dos judeus. Ele não recebeu nenhuma instrução nem de Bahiri nem de outro. Allah, exaltado seja, defendeu o Profeta Muhammad (S), no Alcorão Sagrado, contra os que alegaram que ele recebeu instruções humanas, dizendo: “Bem sabemos que dizem: Foi um ser humano que lho ensina (o Alcorão a Muhammad). Porém, o idioma daquele a quem aludem tê-lo ensinado é o não árabe, enquanto que a deste (Alcorão) é a elucidativa língua árabe” (Alcorão Sagrado, 16:103). O versículo desmente a alegação porque a língua falada pela pessoa aludida era persa e o Alcorão é em elucidativa língua árabe castiça.

Muhammad teve que começar a trabalhar cedo para ganhar seu sustento. Aos vinte e cinco anos, era conhecido na cidade por sua integridade e honestidade de seu caráter.

O Profeta ( ) foi um homem honesto e confiável. Nunca teve um comportamento traiçoeiro, nem mentia nem enganava; era conhecido entre sua gente como Al-Amin, ou O Confiável. As pessoas lhe confiavam seus objetos de valor quando iam viajar. Também era conhecido como As-Sadiq, ou O Sincero, pois nunca mentia. Tinha bons modos, era bem falante e amava ajudar as pessoas. Sua gente o amava e o reverenciava. Deus, o Altíssimo, disse;

Certamente és de uma natureza e moral grandiosas. [68:4]
Thomas Carlyle disse o seguinte em seu livro ’Heroes, Hero-Worship and the Heroic in History’:

... desde uma tenra idade, se destacou como um homem inteligente. Seus companheiros o chamavam Al Amin, O Fiel. Foi um homem fiel e verdadeiro; sincero em suas ações, em suas palavras, e em seus pensamentos. Sempre havia um significado no que fazia e dizia. Ainda que taciturno ao falar e calado quando não havia nada a dizer, era pertinente, sábio e sincero quando falava e sempre colocava um manto de luz sobre o assunto. E essas são as únicas palavras que de verdade vale a pena pronunciar! Na vida, descobrimos que era considerado um homem sólido, fraternal e genuíno. Personagem sério e sincero, mas ao mesmo tempo simpático, cordial, companheiro e inclusive jocoso apesar de tudo, sempre ria: Há homens cujo riso é falso, como tudo o que sai deles; homens que não podem rir. Ele era um homem espontâneo, apaixonado, mas, ao mesmo tempo, justo e sincero.

Entre as fortunas substanciais de Meca estava a de Khadija, que enviuvara duas vezes. Muhammad tinha na altura uns 24 anos, a fama da sua honestidade era enorme e tinha experiência comercial, e Khadija já tinha ouvido isso. Logo, achou que Muhammad era a pessoa indicada para tomar conta dos seus negócios, e, assim, propôs a Muhammad a responsabilidade dos seus negócios, e dar-lhe-ia mais subsídio comparando com o que dava a outros. Muhammad aceitou a proposta e partiu com a mercadoria para a Síria, com o servente de Khadija, de nome Maisara. Passaram pelo mesmo local que o Profeta (SAWS) passara quando criança ha a idade de 12 anos; isso lhe recordou o passado e teve a oportunidade de conhecer melhor a Síria, sua população e sua religião cristã.

Muhammad comprou mercadorias da Síria para vender em Mekka, conforme Khadija tinha encomendado. O objetivo de enviar o seu servente confiado, Maisara, era também para espiar a conduta de Muhammad durante a viagem.

Ao regressarem à Mekka, com muito lucro feito, ela ouviu de Muhammad a narração toda e, Maisara também contou a Khadija a conduta excelente de Muhammad e, as suas virtudes. Tudo isso criou amor para com Muhammad no coração de Khadija. Ela era de 40anos, mas, agora queria casar com esse jovem de 25 anos, cuja conduta e palavras cativaram o seu coração. Ela falou de seu amor para com ele à sua amiga Nafissa, mas a questão era se ele (Muhammad) aceita-la-ia ou não? As mulheres, em todo caso, são grandes diplomatas. Por isso Khadija enviou a Nafissa para conversar com Muhammad para ter uma idéia. Quando Nafissa se encontrou com Muhammad, esta foi a conversa entre eles:

Nafissa: O que é que te impedes de casares?

Muhammad: O que é que eu possuo para poder casar? (Eu não tenho possibilidades materiais para casar).

Nafissa: Mas se isso não tiver importância e fores convidado para casares com beleza, riqueza, nobreza e satisfação, o que é que dirás?
Muhammad: Quem é essa?

Nafissa: Khadija.

Muhammad: Como é possível isso?

Nafissa: Isso é comigo.

Muhammad: Então, eu aceito.

Foi assim que se fixou, mais ou menos, o casamento de Muhammad com Khadija. Muhammad tinha amor para com ela, mas, uma vez que ela recusou propostas de casamento de pessoas mais ricas, ele não queria ser o primeiro a enviar a proposta. Agora que a proposta veio da parte dela, ele aceitou-a com grande prazer.

Depois disso, Khadija começou logo a preparar o casamento sem atraso nenhum e marcou o dia em que os tios de Muhammad pudessem vir te com os familiares dela para fazerem o pedido e outras formalidades. Uns historiadores afirmam que o pai dela já tinha falecido, outros dizem que ainda estava vivo, mas, a primeira versão é a mais correta, e quem tratou tudo sobre o casamento foi o tio dela Omar Bin Asad. Na Arábia, as mulheres tinham a liberdade de tratarem o assunto do seu próprio casamento, por isso mesmo na presença do tio, Khadija quase que tratou tudo sozinha, marcou-se a data, e no dia fixado vieram da parte de Muhammad todos os líderes familiares, inclusive Hamza e Abu Talib. Este recitou a Khutba (sermão) de casamento e designou o dote de 500 camelos jovens. (Há alguma divergência na quantia do dote).

E, assim, depois do casamento, Muhammad passou para a casa de Khadija. Começou assim um novo capítulo na vida de Muhammad e khadija. Muhammad teve todos os seus filhos com Khadija exceto Ibrahim. Ela viveu mais 25 anos, teve sete filhos com Muhammad, três rapazes, Kassim, Tahir, Tayib, que faleceram ainda pequenos, antes de Muhammad receber a Mensagem divina; e quatro meninas, Zainab, Rucaya, Umm Kulçum e Fátima, que viveram e casaram-se. Três delas faleceram durante a vida de Muhammad; só uma, a
Fátima que viveu mais e teve dois filhos, Hassan e Hussein. Enquanto Khadija esteve
viva Muhammad não se casou com mais ninguém.

Não era só um casamento entre Muhammad e Khadija, mas sim, união entre a fé e a pureza.

A casa onde vivia khadija é conhecida pelo nome dela até hoje. Amir Muawia comprou-a e transformou-a em Mesquita.

O Profeta (SAWS) agora tinha 35 anos de idade. Quraish (a tribo do Profeta) decidiu reconstruir a Ka’aba. As pessoas tinham medo de derrubá-la para reconstruí-la porque Abraha e seu exército haviam sido aniquilados por querer derrubá-la. Então Al Walid Ibn Al Moghira que era conhecido pela sua valentia, disse que faria isso. Alegou que como eles faziam por uma boa causa, Allah não lhes causaria nenhum dano. Esse é um ponto importante, Allah aceita as intenções boas até de não-muçulmanos.

Então, Al Walid começou a derrubar a Ka’aba e os demais esperaram até o dia seguinte. Quando estiveram seguros de que nada ruim havia acontecido, todos começaram a trabalhar.

Quraish disse que para reconstruir a Ka’aba deveriam estar completamente seguros de que todo o dinheiro usado provinha de um trabalho limpo e legal e não de origem imoral (por ex: não poderia ser roubado). Este é outro ponto importante. As pessoas mesmo não sendo muçulmanas sabiam que Allah não aceitaria o dinheiro de origem pouco ética. Isso é algo que sabemos da nossa fitra (sabedoria original que todo ser humano tem).

Cada tribo reconstruía uma parte da Ka’aba, porque considerava isso uma honra. Depois de reconstruir o edifício, a única coisa que faltava fazer era colocar a pedra negra (que é uma pedra do paraíso) outra vez no seu lugar. Todas as tribos queriam ter a honra de colocar a pedra no seu lugar e não houve acordo para quem iria fazê-lo.O clima era tão delicado que uma tribo disse que declararia uma guerra se eles não forem os designados a fazerem. Passaram-se três dias e não havia nenhuma decisão. Então Al Walid sugeriu que a primeira pessoa que entrasse pela porta do lugar onde estavam reunidos, não importando quem fosse, seria a encarregada de solucionar o conflito.

Então, o Profeta Muhamad (SAWS) entrou naquele momento. Vejam como Allah fez com que fosse o Profeta (SAWS) a pessoa encarregada de solucionar o problema. Esse é um ponto importante também, os milagres ao Profeta (SAWS) não aconteciam de forma a modificar os acontecimentos, mas sim Allah preparava as coisas para que ele efetuasse. Quando o Profeta (SAWS) entrou, todos se alegraram e proclamaram-no como honesto e ficaram de acordo que ele seria o juiz que decidiria o que eles deveriam fazer. Essa proclamação aconteceu antes de ser enviada a Mensagem Divina, o que demonstra que as pessoas lhe honravam antes mesmo da profecia. Por isso, Allah,

Louvado seja, disse:

“... porém, não é a ti que desmentem; outrossim, é os versículos de Deus que os iníquos renegam” (Sura 6:33).

As pessoas, então, perguntaram ao Profeta (SAWS) o que deveriam fazer. O Profeta (SAWS) imediatamente pensou numa solução muito inteligente, característica típica dos líderes. Ele pediu-lhes que estendessem uma capa no chão. Então, pegou a pedra negra e colocou-a sobre a capa. Depois pediu que cada representante de cada tribo pegasse uma ponta da capa, e todos eles carregaram a pedra até a Ka’aba e ele mesmo colocou a pedra no seu lugar. Isso permitiu que todos eles fizessem juntos, o que lhes fez sentir que todos haviam feito algo.

O Profeta (SAWS) teve misericórdia com as pessoas que não eram muçulmanas aquele dia, quando levou a pedra negra para evitar a guerra. E teve misericórdia pelos muçulmanos depois, quando durante o hajj, não tocou a pedra, somente acenou para ela, para que as pessoas não lutassem entre si para tocá-la durante o hajj.

O Profeta (SAWS) começou a sentir que algo de extraordinário iria ocorrer. Era um dom de Allah. No Alcorão diz:

“Se tivéssemos feito descer este Alcorão sobre uma montanha, tê-las-ias visto humilhar-se e fender-se, por temor a Deus, Tais exemplos propomos aos humanos, para que raciocinem.” (59:21)

A introdução foi paulatina, ao longo de dois anos ou mais e se intensificou nos últimos 6 meses. O Profeta (SAAS) ouvia as árvores lhe falarem, quando ele passava : “Que a paz esteja contigo Oh Mensageiro de Allah”, então ele se virava para ver quem era e não encontrava ninguém.

O Profeta (SAAS) disse: “Conheço uma pedra em Makkah que me cumprimentava antes de eu ter recebido a revelação, e ainda a reconheço.” (Sahih Muslim- Narrado por Jaber Ibn Samra).

O Profeta (SAAS) começou a ter sonhos certos, que explicava à sua mulher e às suas 4 filhas e que via se tornarem realidade no dia seguinte. Aisha (a mãe dos crentes) nos conta: “O começo da Inspiração Divina de Allah a seu Profeta veio em forma de sonhos certos que se realizavam no dia seguinte.” (Sahih Bukhari, primeira parte, revelação)

Não sonhava com acontecimentos extraordinários e sim com acontecimentos simples, como por exemplo, esperar a visita do tio de Khadija e saber dos detalhes que iria acontecer quando viesse. O Mensageiro de Allah (SAAS) disse: “O sonho certo de um crente é uma parte de 46 que tem a profecia.” (Sahih Bukhari, Parte 9, livro 87, interpretação dos sonhos). Qualquer pessoa que tenha um sonho correto que depois se cumpra tem uma parte de 46 que tem a profecia. A predicação do Profeta Muhamad (SAAS) durou 23 anos (que equivalem a 276 meses) e a duração desses sonhos certos foi de 6 meses. Se dividirmos 276 por 6 ...o resultado é 46!

Ele também começou a sentir uma necessidade crescente por solidão, e isso o levou a buscar reclusão e meditação nas montanhas rochosas que cercavam Meca. Buscou nas montanhas. Buscou muito até encontrar a caverna de Hirá que se encontrava a 3 milhas da Kaaba. Realizou esse grande esforço porque Allah colocou em seu coração o amor pela fé. Para subir na montanha precisamos de 1 hora e meia. Ao chegar no topo estarás suado e cansado. O lugar é desértico. Imagine estar numa montanha dentro de uma caverna, às duas da madrugada, em uma noite escura . Lá ele se retirava por dias, levando provisões, e retornava para sua família para mais provisões. No calor do dia e durante as noites claras do deserto, quando as estrelas pareciam afiadas o bastante para penetrar o olho, sua própria substância se saturava com os ‘sinais’ nos céus, para que ele servisse como um instrumento totalmente adequado para uma revelação já inerente nesses ‘sinais’. O Profeta (SAAS) refletiu sobre a vida, a criação e os profundos significados da existência.

A meditação conduz à retidão. Refletia sobre o dia e a noite, sobre o céu e a terra, sobre as estrelas, sobre o poder de Allah e Sua soberania sobre o universo.
Amr Ibn Abd Kays, um dos discípulos dos companheiros do Profeta (SAAS), disse que havia escutado dez dos companheiros do Profeta (SAAS) dizendo que a luz do Islam é a meditação. Perguntaram a Um ad-Dardá que tipo de adoração mais praticava Abu Ad-Dardá, que era um dos grandes companheiros do Profeta (SAAS). Respondeu: “A meditação”. Al Hassan al Basry dizia: “uma hora de meditação é melhor que um ano de Qiyam (oração voluntária noturna)”

As grandes companhias hoje em dia, organizam um dia livre para levar aos seus empregados a um hotel para refletirem sobre um novo mundo, sua motivação é ganhar mais dinheiro. Agora, pergunte a você mesmo: Quando foi a última vez que você refletiu sobre a Magnificência de Allah, sobre seu futuro, sobre os objetivos de sua vida?

Imagine o Profeta (SAAS) na caverna de Hirá, imagine o que ele fazia naquele lugar. Algumas vezes olhava para o céu e refletia sobre o universo. Outras vezes, olhava para a Kaaba e as 300 estátuas situadas ao seu redor, certo de que aquilo não era correto. É certo que também refletia sobre a sua situação pessoal, como perdeu seus pais sendo pequeno, que razão haveria por trás desses acontecimentos? Refletia sobre os problemas da vida e da morte, sobre os 38 anos de sua vida, sobre seu objetivo na vida...esta foi a introdução final da revelação na caverna de Hirá.

Se pudéssemos nos comprometer em dedicar uma hora no dia, ou mesmo na semana para refletir. Tente praticá-la enquanto caminha e verá a diferença . Tente escrevê-la.

Pergunte a você mesmo: Porque estou aqui? Essa pergunta oprimiu o Profeta (SAAS) por 3 anos. Insista perguntando a você mesmo e Allah lhe ajudará. O mais importante é que você insista. Não se renda na primeira tentativa e encontrará o seu objetivo na vida.

Nossas vidas são como uma única flecha, que estamos obrigados a disparar, por isso tenha cuidado e não brinque com a única tentativa que você tem.

Khadija ia visitar o Profeta (SAAS) e passava dois ou três dias com ele na caverna . Ela aprovou o que o seu marido estava fazendo e além disso lhe apoiava e, o mais importante, e esse é o conselho que eu dou a todas as mulheres: nunca fique em um mundo totalmente diferente do seu marido. Se você fizer isso, se criará uma fissura entre vocês que irá aumentando e perceberão um dia que estarão falando idiomas distintos, o que poderá levá-los finalmente ao divórcio.

Khadija (Que Allah esteja comprazido com ela) era uma esposa maravilhosa. Era uma mulher inteligente e ativa e que não aceitava deixar seu marido só todo esse período. Por outro lado não lhe pressionou ficando com ele todos os dias. Demonstrou-lhe que apoiou sua escolha, demonstrou-lhe sua atenção através das visitas, e sua confiança nele ao mesmo tempo em que não lhe pressionava.

Ali (Que Allah esteja comprazido com ele) contou que o Profeta (SAAS) disse: “A melhor mulher do mundo em sua época foi Maria e a melhor mulher do mundo em sua época foi Khadija” Sahih Bukhari, vol.5. livro 58.

A mulher deveria estar com seu marido, e o marido deveria permitir sua mulher de participar em sua vida, e desse modo não se separariam no futuro.

Mas, não pense que isto significa que você pode ir e se isolar numa caverna! Nenhum companheiro fez isso. Na realidade o Profeta (SAAS) disse, segundo a narração de Abdullah ibn Omar : “O crente que vive em contato com a sociedade e suporta seus prejuízos, será mais generosamente recompensado que o crente que se afasta das pessoas e evita seus prejuízos.”

E depois do Islam, nem o Profeta (SAAS) nem os companheiros se isolaram. Inclusive o I’ticaf (um ato de adoração na qual o muçulmano deixa sua casa e se entrega completamente à adoração de Allah na mesquita, especialmente durante os últimos 10 dias do mês de Ramadan) deve-se fazer na mesquita entre as pessoas. Nossa religião é a religião da coexistência e harmonia com os demais.

Certamente, Khadija para realizar tais visitas deveria fazer um grande esforço. Quando se casou com o Profeta (SAAS) tinha 40 anos . Haviam-se transcorrido 15 anos e já havia cumprido 55 anos. É de se espantar que uma mulher de 55 anos conseguisse subir uma montanha para acompanhar seu marido na caverna, simplesmente para sentarem e refletirem juntos. Era uma mulher maravilhosa e uma das maiores bênçãos que Allah concedeu ao Profeta (SAAS). A ele (SAAS) foi dito: “Dê a Khadija as boas-novas de que terá um palácio de qasab (pérolas) no paraíso, onde não haverá nem ruído nem fadiga.” Sahih Bukhari, volume 3, livro 27

Na língua árabe “qasab” se utiliza para designar um tipo de pérolas escavadas que lembram uma caverna. Assim, pois, a recompensa é da mesma natureza que a obra.

Foi então que ele passou por uma preparação para a enorme tarefa que seria colocada sob seus ombros, a tarefa da missão profética e de transmitir a verdadeira religião de Deus para seu povo e o resto da humanidade.
Veio em uma noite no final do mês sagrado de Ramadã, a noite conhecida pelos muçulmanos como Laylat-ul-Qadr, a ‘Noite do Decreto’.

O Profeta Muhammad estava em solidão na caverna no Monte Hira. Foi surpreendido pelo Anjo da Revelação, Gabriel, o mesmo que tinha vindo para Maria, a mãe de Jesus, que o segurou em um abraço. Uma única palavra de comando irrompeu sobre ele: ‘Iqra’ - ‘Leia![1]’ Ele disse: ‘Não sei ler!’ mas o comando foi emitido mais duas vezes, cada vez com a mesma resposta do Profeta. Finalmente ele foi pego com força esmagadora pelo anjo. Gabriel o libertou e a primeira “recitação” do Alcorão foi revelada a ele:

“Lê, em nome do teu Senhor Que criou; Criou o homem de algo que se agarra. Lê, que o teu Senhor é Generosíssimo, Que ensinou através do cálamo, Ensinou ao homem o que este não sabia.” (Alcorão 96:1-5).

Aisha narrou : “O anjo lhe veio e disse: ‘Lê’. O profeta disse: ‘Não sei ler’. O Profeta (SAAS) continuou dizendo: ‘O anjo me abraçou fortemente e me apertou vigorosamente até que não podia suportar mais, logo me soltou e disse novamente para que eu lesse’.Eu lhe respondi: ‘Não sei ler’. Outra vez me abraçou e me apertou até que não podia suportar mais. Logo me soltou e disse para eu ler. Eu disse: ‘O que leio?’ Então me abraçou pela terceira vez e me apertou e logo me soltou e disse”:

“Lê, em nome do teu Senhor Que criou; Criou o homem de algo que se agarra. Lê, que o teu Senhor é Generosíssimo, Que ensinou através do cálamo, Ensinou ao homem o que este não sabia.” (96: 1-5).

Assim começou a magnífica história da revelação final de Deus para a humanidade até o fim dos tempos. O encontro de um árabe, quatorze séculos atrás, com um ser do campo do Invisível foi um evento de tamanha significância que moveu povos inteiros em toda a terra e afetou as vidas de centenas de milhões de homens e mulheres, construindo grandes cidades e grandes civilizações, provocando o confronto de poderosos exércitos e fazendo surgir da poeira beleza e esplendor antes desconhecidos. Também trouxe multidões aos Portões do Paraíso e, além disso, para uma visão beatífica. A palavra Iqra, ecoando ao redor dos vales do Hijaz, quebrou o molde no qual o mundo conhecido era modelado; e esse homem, sozinho entre os rochedos, colocou sob seus ombros o fardo que teria esmagado as montanhas se tivesse sido colocado sobre elas.

O Profeta Muhammad estava com quarenta anos e havia alcançado a idade da maturidade. Pode-se dizer que o impacto desse encontro tremendo desfez sua substância. A pessoa que ele tinha sido era como uma pele queimada pela luz, e o homem que desceu da montanha e buscou refúgio nos braços de sua esposa Khadija não era o mesmo homem que a subiu.

Naquele momento, era como um homem perseguido. Quando desceu, ouviu uma grande voz gritando: ‘Muhammad, tu és o Mensageiro de Deus e eu sou Gabriel.’ Ele olhou para cima e o anjo encheu o horizonte. Para onde quer que se voltasse, a figura estava lá, inescapavelmente presente. Ele correu para casa e gritou para Khadija: ‘Cubra-me! Cubra-me!’ Ela se deixou, colocou um manto sobre ele e assim que ele se recobrou um pouco contou a ela o que havia acontecido. O Profeta temia por si mesmo. Ela o abraçou e confortou:

“Nunca! Por Deus, Ele nunca o desgraçará. Você mantém boas relações com seus parentes, ajuda os pobres, serve seus hóspedes de forma generosa e ajuda aqueles atingidos por calamidades.” (Saheeh Al-Bukhari)

Ela viu em seu marido um homem que Deus não humilharia por causa de suas virtudes e honestidade, justiça e por ajudar aos pobres. A primeira pessoa na face da terra a acreditar nele foi sua própria esposa, Khadija. Imediatamente ela foi ver seu tio Waraqa, um estudioso da Bíblia. Depois de ouvir o relato da experiência de seu marido, Waraqa o reconheceu das profecias da Bíblia como sendo o profeta esperado, e confirmou que o que apareceu para ele na caverna era de fato o anjo Gabriel, o Anjo da Revelação:

“Esse é o Protetor de Segredos (Gabriel) que veio para Moisés.” (Saheeh Al-Bukhari)
O Profeta continuou a receber revelações pelo resto de sua vida, memorizadas e escritas por seus companheiros em pedaços de couro de ovelha e o que mais estivesse a mão.

Recebeu a revelação do Alcorão por 23 anos.
O Alcorão ou “Recitação”

As palavras trazidas a ele de Gabriel são consideradas sagradas pelos muçulmanos e nunca são confundidas com aquelas que ele próprio emitiu. As primeiras são o Livro Sagrado, o Alcorão; as segundas são o Hadith ou Sunna do Profeta. Como o anjo Gabriel recitou o Alcorão oralmente ao Profeta, o Livro Sagrado é conhecido como Alcorão, “A Recitação”, a recitação do homem que não sabia ler.

O Alcorão é um registro das palavras exatas reveladas por Deus por intermédio do anjo Gabriel ao Profeta Muhammad. Foi memorizado por ele, e então ditado aos seus companheiros, e registrado pelos seus escribas, que o conferiram durante sua vida.

Nenhuma palavra de suas 114 suratas foi mudada ao longo dos séculos. Assim, o Alcorão é, em cada detalhe, o único e miraculoso texto que foi revelado a Muhammad quatorze séculos atrás.

O Alcorão, a derradeira palavra de Deus revelada, é a principal fonte da fé e da prática de todo muçulmano. Ele trata de todos os assuntos relacionados conosco, como seres humanos: sabedoria, doutrina, rituais e lei, mas seu tema básico é o relacionamento entre Deus e Suas criaturas. Ao mesmo tempo ele proporciona orientação para uma sociedade justa, uma conduta decente e um sistema econômico eqüitativo.

O Alcorão é a maior dádiva de Deus à humanidade e a sua sabedoria é de uma espécie única, exposto, em termos breves, o propósito do Livro consiste em ser o recepitor das revelações divinas, o qual restaura a eterna verdade de Deus, como guia da humanidade no caminho certo.

O Alcorão é a palavra de Deus revelada ao Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), através do Arcanjo Gabriel (que a Paz esteja com Ele), a qual ultapassa a imaginação humana para se produzir uma obra desta grandeza.

Os contemporâneos de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foram, sem dúvida, os maiores mestre da língua árabe com motivos para produzir um texto sem rival.

Mas eles não poderiam produzir nada como o Alcorão, em conteúdo e estilo, Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), não tinha preparação escolar formal, mas não fez segredo disso, o seu maior crédito era que sendo iletrado, viveu entre povo iletrado para ensinar a humanidade inteira, a verdadeira Mensagem de Deus para toda à humanidade. Este é o primeiro fato acerca do Alcorão, ou seja, a palavra de Deus.

O segundo fato acerca deste Livro é a autenticidade do seu conteúdo e a ordem em que estão distribuídas várias matérias, a autenticidade do Alcorão não deixa dúvidas pela sua pureza, originalidade e integridade do seu texto.

Investigadores e estudiosos qualificados, muçulmanos e não muçulmanos, concluiram, já que o Alcorão de hoje é o mesmo Livro que Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), recebeu, ensinou, por ele viveu, e o legou à humanidade há mais de 14 séculos.

Diz Deus no Alcorão:

''Eis o Livro que é indubitavelmente a orientação dos tementes a Deus;'' (2ª Surata, versículo 2)

A composição do Alcorão e as revelações graduais das suas passagens foram os planos e desejos de Deus, desejos pelos quais Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e os seus companheiros lutaram.

Diz Deus no alcorão:

''Os incrédulos dizem: Por que não lhe foi revelado o Alcorão de uma só vez? Saibam que assim procedemos para firmar com ele o teu coração, e o te ditamos em versículos, paulatinamente.'' (25ª Surata, versículo 32)

E disse ainda:

'Não movas a língua com respeito ao Alcorão para te apressares para sua revelação.
Porque a Nós incumbe a sua compilação e a sua recitação;'' (75ª Surata, versículo 16-17)

Depois da morte de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), o Alcorão estava confiado à memória de muitos discípulos e em numerosas tábuas de registro. Mas isso ainda não satisfazia Abu Bakr (que Deus esteja satisfeito com Ele), o primeiro Califa que receou que a morte de alguns memorizadores em batalhas, pudesse trazer sérias confusões acerca do Alcorão. Por isso, ele consultou autoridades especializadas e depois encarregou Zaid Ibn Thabit (que Deus esteja satisfeito com Ele).

O escriba chefe das revelações de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), de fazer uma compilação padrão do Livro Sagrado, tal como foi autorizado pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), sendo assim ele o fez, sob a supervisão dos companheiros do Profeta, que tinham ouvido e memorizado o Alcorão do próprio Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).

A versão completa e final foi verificada e aproveitada por todos os muçulmanos que tinham ouvido o Alcorão do próprio Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e o guardavam na memória e no coração.

Isto aconteceu menos de dois anos após da morte do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), as revelações estavam ainda frescas e vivas na memória dos escribas, memorizadores e outros discípulos mais chegados.

Biografia do profeta Muhammad (s) - Parte 3‏

Primeiros Convertidos

Pelos primeiros poucos anos de sua Missão, o Profeta pregou para sua família e amigos íntimos. A primeira mulher a se converter foi sua esposa Khadija, a primeira criança foi seu primo de primeiro grau Ali, que estava sob seus cuidados tinha apenas 10 anos, e o primeiro servo foi seu servo Zaid, um ex-escravo. Seu velho amigo Abu Bakr foi o primeiro homem adulto livre a se converter. Muitos anos depois o Profeta falou a respeito dele: ‘Nunca chamei ninguém para o Islam que não hesitasse inicialmente, com a exceção de Abu Bakr.’

A conversão de Abu Bakr foi mais valiosa para o Islam e os muçulmanos, do que a conversão de outras pessoas, por causa de sua elevada posição e o seu empenho em divulgar a Mensagem, pois foi a causa da conversão de um grande número de pessoas importantes como Abdel Rahman Ibn ‘Auf, Saad Ibn Abi Waccas, Osman Ibn Affan, Azzubair Ibn Al Auwam e Tal-ha Ibn Ubaidullah.

Quando adotou o Islam, era dono de uma fortuna de quarenta mil dirham (moeda de prata que tinha grande valor na época) que ele gastou pela causa de Allah
O Profeta SAAS passou 3 anos ensinando o islam secretamente. E depois de 3 anos o número de muçulmanos chegou a 40.

O Profeta SAAS passava o dia todo exortando as pessoas, chamando-as para Allah e durante a noite passava em oração.

Uma vez sua esposa Khadija lhe perguntou: Você não dorme, Oh Mensageiro de Allah? Ele respondeu: O tempo de dormir se acabou Khadija.

Mais tarde veio a ordem para pregar abertamente e falar contra a idolatria.
Foi revelado o versículo: “levanta-te e admoesta”. Então o Profeta SAAS saiu para anunciar o Islam a todos, subiu na montanha de Al Safa e começou a chamar a todas as tribos dizendo:

“Se eu dissesse que atrás dessa montanha há um exercito que quer vos atacar, vocês creriam em mim?”

Eles responderam: “Nunca fostes um mentiroso, acreditaríamos em ti mesmo que dissesses que há um exercito atrás dessa montanha.”

Então o Profeta SAAS com força disse: “Eu os previno de um doloroso castigo”.

A partir daqui começou o sofrimento do Mensageiro de Allah SAAS pelo islam. Então o nosso amado Profeta SAAS começou a sofrer o que vocês nem podem imaginar.

A princípio os líderes dos Coraixitas foram capazes de ignorar esse estranho pequeno grupo, tratando Muhammad como um caso triste de auto-engano, mas depois começaram a se dar conta de que sua pregação, que estava atraindo adeptos entre os pobres e despossuídos (e podia, portanto, ser vista como subversiva), apresentava uma ameaça tanto à religião quanto à prosperidade de Meca. Um conflito aberto, entretanto, seria contra seus interesses. Seu poder dependia de sua unidade, e com o exemplo de Yathrib – destruída por conflito tribal – com um terrível alerta do que poderia acontecer em sua própria cidade, foram obrigados a aguardar seu momento. Além disso, o clã Hashim, independentemente do que pensasse em particular de seu membro perigoso, era obrigado por força do costume a defendê-lo se atacado. Restringiram-se no momento à zombaria, talvez a arma mais eficaz na defesa do homem comum contra o surgimento da verdade, uma vez que não envolve o nível de comprometimento inerente à violência. Seu ex-guardião Abu Talib abriu mão de seu chamado para não prejudicar sua segurança e a segurança do clã.

Foi então, quando começou a falar contra seus deuses, que os Coraixitas se tornaram ativamente hostis, perseguindo seus discípulos mais pobres, zombando dele e insultando-o. A única consideração que os impedia matá-lo era o medo da vingança de sangue do clã ao qual sua família pertencia. Forte em sua inspiração, o Profeta continuou admoestando, pleiteando e ameaçando, enquanto os Coraixitas faziam tudo que podiam para ridicularizar seus ensinamentos e desanimar seus seguidores.

Vejamos alguns exemplos dos maus tratos que ele sofreu, olhem o nosso amado Mensageiro sofreu, por exortar as pessoas em crer em um Deus único:

Certa vez ele estava rezando na Kaabah, quando chegou um homem incrédulo chamado Uqba . Ele tirou a sua capa colocou-a no pescoço do Profeta SAAS tentando enforcá-lo, nisso o Profeta de Allah SAAS caiu de joelhos pois não conseguia sequer respirar.

Outra vez o Profeta SAAS estava rezando na Kaabah em posição de prostração, o mesmo Uqba veio até ele trazendo os intestinos de um camelo morto e jogou sobre as suas costas. O Profeta disse: “Não pude levantar-me pára que a sujeira não tocasse meu corpo.”

Então ele ficou em prostração um longo tempo esperando a ajuda de algum muçulmano. Até que chegou sua filha Fatima viu a cena, e viu as pessoas da tribo dando gargalhadas dele. Então ela começou a chorar e tirar a sujeira das costas do Profeta SAAS, mas o profeta SAAS disse a ela: “Não chore minha filha, Allah fará teu pai triunfar”

Outra vez ele estava em um dos caminhos de Makkah quando alguém dos incrédulos ficou escondido atrás de uma parede, e quando o Profeta SAAS passou jogou terra no rosto do Profeta SAAS, outros chegaram e fizeram o mesmo. O Profeta SAAS chegou em casa cheio de terra, suas filhas ao vê-lo daquele jeito começaram a chorar , ele disse: “Não chorem minhas filhas, Allah certamente é o meu Protetor”

A tribo de quraish debochava do Profeta SAAS mudando seu nome de Muhammad para Mudamman que significa depreciado. Os companheiros do Profeta SAAS choravam ao ver isso, mas ele dizia: “Deixem eles, eles não fazendo nada mais do que insultar a Mudamman, pois eu sou Muhammad”.

A tensão na cidade aumentou gradualmente, mês a mês, à medida que a influência espiritual de Muhammad se espalhava, minando a hegemonia dos líderes dos Coraixitas e causando divisão em suas famílias. Essa influência se tornou ainda mais perigosa para a ordem estabelecida quando o conteúdo de sucessivas revelações se ampliou para incluir a denúncia da insensibilidade da plutocracia de Meca, sua ambição por ‘mais e mais’ e sua avareza. A oposição era agora liderada por um certo Abu Jahl, junto com Abu Lahab e o cunhado do segundo, um homem mais jovem que era mais sutil e talentoso do que ambos, Abu Sufyan. Ao retornar um dia da caçada, Hamza, o tio de Muhammad, que até então tinha se mantido neutro, ficou tão irado ao saber dos insultos lançados ao seu sobrinho que procurou Abu Jahl, bateu em sua cabeça com seu arco e anunciou ali sua conversão ao Islã.

Quraish chegou à conclusão que quanto mais tortura mais o islam crescia, então mudaram sua estratégia. Quiseram negociar com o Profeta SAAS, e foi um homem de quraish chamado Abu Walid que disse a ele:

“Oh Muhammad se quiseres ser rico, juntaremos muito dinheiro para ti e serás o mais rico dentre nós, com a condição que renuncies ao islam. Se quiseres ser um Rei , serás nosso rei. Se quiseres ser nosso presidente, te colocaremos como presidente e não faremos nada sem lhes consultar. E se quiseres se casar com a mulher mais linda, escolha e poderás casar com ela imediatamente.”

Então o profeta SAAS depois de ter escutado tranqüilamente o que ele havia dito, sem interrompê-lo disse:

“Já terminou?” Ele disse: Sim!

Então o profeta SAAS disse: “Você pode me escutar?” “Então começou a recitar o Qur’an alguns versículos da Sura al Fussilat (os detalhados)”:
1. Ha, Mim.

2. (Eis aqui) uma revelação do Misericordioso, Misericordiador.

3. É um Livro cujos versículos foram detalhados. É um Alcorão árabe destinado a
um povo sensato.

4. É alvissareiro e admoestador; porém, a maioria dos humanos o desdenha, sem ao menos escutá-lo.

5. E afirmaram: Os nossos corações estão insensíveis a isso a que nos incitas; os nossos ouvidos estão ensurdecidos e entre tu e nós, há uma barreira. Faze, pois, (por tua religião), que nós faremos (pela nossa)!

6. Dize-lhes: Sou tão-somente um mortal como vós, a quem tem sido revelado que vosso Deus é um Deus Único. Consagrai-vos, pois, a Ele, e implorai-Lhe perdão! E ai dos idólatras,

7. Que não pagam o zakat e renegam a outra vida!

8. Sabei que os fiéis, que praticam o bem, obterão uma recompensa infalível.
Então o rosto do homem começou a mudar pelo efeito do qur’an e pela fé do Profeta SAAS que recitava o Qur’an do fundo do coração. Até que chegou o versículo:

“Porém, se desdenharem, dize-lhes: Advirto-vos da vinda de um raio, semelhante àquele enviado dos povos de Ad e Samud.”
Então o homem colocou a mão na boca do profeta SAAS e lhe rogou que não continuasse pelo temor que sentiu.
Então viram que aquela estratégia não tinha dado certo. Então foram até a casa de Abu Taleb pedindo-lhe para interceder nesse assunto. Então ele que até então tinha apoiado o Profeta SAAS mesmo sendo incrédulo disse:
“Oh meu sobrinho, eu sempre te defendi, renuncia ao islam, não posso mais te proteger”

Então o Profeta chorando disse:

“Por Allah, se colocassem o sol em minha mão direita e a lua na minha mão esquerda para renunciar ao Islam nunca aceitaria, até que Allah faça aparecer a verdade ou eu sacrifique minha vida pela Sua causa”

O número dos seus seguidores aumentou gradativamente; mas diante da denuncia do paganismo, a oposição também se tornou intensa, por parte daqueles que estavam firmemente ligados às suas crenças ancestrais, essa oposição degenerou, ao longo do tempo, na perseguição e na tortura física do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e daqueles que haviam abraçado o Islam.

Os convertidos dos primeiros quatro anos eram em sua maioria pessoas humildes para se defenderem contra a opressão.

Estes eram estirados sobre a areia escaldante, cauterizados com ferros em brasa e presos com correntes nos pés, alguns deles morreram em conseqüência da tortura, mas nenhum renunciou ao Islam. A perseguição que sofreram foi tão cruel que o Profeta aconselhou que todos que tivessem meios emigrassem, pelo menos temporariamente, para a Abissínia (hoje Etiópia), onde seriam bem recebidos pelo Negus cristão, ‘um rei justo’. Em torno de oitenta convertidos fugiram em 614 EC para o país cristão.

Essa aliança aparente com um poder estrangeiro enfureceu ainda mais os mecanos, e eles despacharam enviados para o Negus exigindo a extradição dos muçulmanos. Um grande debate ocorreu na Corte e os muçulmanos ganharam o dia, primeiro por demonstrarem que adoravam o mesmo Deus dos cristãos, e então por recitarem uma das passagens corânicas referentes à Virgem Maria, depois do que o Negus chorou e disse: ‘Verdadeiramente isso veio da mesma fonte que Jesus trouxe.’

Apesar da perseguição e emigração, o pequeno grupo de muçulmanos cresceu em número. Os Coraixitas ficaram seriamente alarmados. A adoração de ídolos na Caaba, o lugar sagrado para o qual toda a Arábia peregrinava e do qual eram guardiães, era o primeiro de seus interesses. Na estação da peregrinação eles colocaram homens em todas as estradas para alertar as tribos contra o louco que pregava em seu meio.

Tentaram fazer um acordo com o Profeta, oferecendo aceitar sua religião se ele a modificasse para acomodar seus deuses como intercessores com Deus. Em troca, ofereceram fazer dele seu rei se ele abrisse mão de atacar a idolatria. A constante recusa do Profeta Muhammad frustrou seus esforços na negociação

O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), denominou a sua religião de ISLAM, isto é ; submissão à vontade de Deus.

As características que a distinguem são duas:

1º- O equilíbrio harmônico entre as coisas temporais e espirituais ( o corpo e alma), que permite desfrutar por inteiro, de todas as graças criadas por Deus, prescrevendo ao mesmo tempo, para todo, deveres para com Deus, o Islam veio para ser a religião das massas e não apenas de uns poucos eleitos.

2º- A universalidade do chamamento, para que todos os crentes se tornem irmãos e iguais, sem qualquer distinção de classe, raça ou idioma, a única superioridade que ela admite é exclusivamente pessoal, baseada no maior temor a Deus e na maior devoção.

Conversão de Omar

Enfurecido pelo sucesso crescente da nova religião – tão contrária a tudo que ele cresceu acreditando – ele jurou matar Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, a despeito das consequências.

Um dia, Quraish, numa reunião convocada com o objetivo de escolher algum voluntário para assassinar o Profeta de Allah (Sallalláho Alaihi Wa Sallam), Omar ofereceu-se para esta missão, a qual todos exclamaram: "Certamente, podes fazê-lo Omar!"

Com a espada presa à cintura, saiu diretamente para a sua sinistra missão. No seu percurso, encontrou-se com Sa'd ibn Abi Waqqás do clã Zuhra. Sa'd (Radiyalláho Anhu) disse: "onde vais, Omar?" Ao que este respondeu: "Vou aniquilar Muhammad (Sallalláho Alaihi Wa Sallam).

Sa'd: "Mas tu não vês que Banu Hashim, Banu Zuhra, Banu Manaf, provavelmente matar-te-ão em represália."

Omar, exaltado perante este aviso, disse: "Parece que tu também renunciaste a religião dos teus antepassados. Deixa-me ajustar contigo primeiro."
Aí, Omar puxou pela espada e Sa'd proclamando oficialmente o seu Islam, também puxou pela sua espada.

Estavam prestes a começar o duelo quando Sa'd disse: "seria melhor, primeiro colocares a tua própria casa em ordem. A tua irmã e cunhado, ambos, aceitaram o Islam."

Ouvindo isto, Omar lançou-se enraivecido, dirigindo os seus passos em direção à casa da sua irmã.

A porta da casa estava trancada, marido e mulher encontravam-se recitando as lições do Sagrado Qur'an com Khabbab (Radiyalláho Anhu).

Omar bateu à porta e gritou à irmã para que abrisse a porta. Khabbab, ouvindo a voz de Omar refugiou-se no quarto interior e esqueceu-se de levar consigo as folhas do Sagrado Qur'an.

Quando a irmã abriu-lhe a porta. Omar bateu de imediato na cabeça da irmã e disse: "Ó inimiga de ti mesma! Tu também renunciaste a tua religião?"

A cabeça dela começou a sangrar. Ele entrou e perguntou: "O que estavam fazendo?

Quem era o estranho cuja voz ouvi lá de fora?"

Seu cunhado respondeu: "Nós estávamos a conversar." Omar disse: "também tu renunciaste a crença dos teus antepassados e foste para a nova religião?" O cunhado respondeu: "mas se a nova religião for melhor e verdadeira?"

Omar aproximou-se com raiva e atirou-se sobre ele, puxando-lhe pela barba e agredindo-o barbaramente. Quando a irmã interveio, ele esbofeteou-a violentamente na face e ela começou sangrar profundamente. Apesar de tudo, ela era a irmã de Omar.

Ela explodiu dizendo: "Omar, tu estás a bater-me só por ter aceitado o Islam, pois escuta! Nós estamos decididos a morrer como muçulmanos. És livre de fazeres o que bem entenderes."

Quando Omar acalmou-se, sentiu-se envergonhado de ver sua irmã sangrando e os seus olhos caíram sobre as folhas do Sagrado Qur'an, deixadas por Khabbab.

Ele disse: "Está bem, mostra-me estas folhas. O que é isso?"

"Não", disse a irmã. "Tu estás impuro e nenhuma pessoa impura pode tocar na Escritura."

Ele insistiu, mas a irmã estava decidida a não deixar tocar nas folhas, a não ser que lavasse o corpo.

Por fim, Omar concordou. Lavou o seu corpo e começou a ler as folhas. Era o capítulo "Taha" começou a ler do início do capítulo era completamente outro homem quando chegou ao seguinte versículo: "Eu somente, Eu sou Allah. Não há deus a não ser Eu. Então servi-Me e estabelecei a oração para a Minha recordação."
Ele disse: "Está bem, levai-me a Muhammad (Sallalláho Alaihi Wa Sallam)."

Ouvindo isso, Khabbab saiu do interior e disse: "Ó Omar! Boas notícias para ti. Ontem (noite de Sexta-feira, conforme o Islam), o Profeta de Allah (Sallalláho Alaihi Wa Sallam) orou a Allah: "Ó Allah, fortalece o Islam com um deles, Omar ou Abu Jahal, aquele que te agradar." Parece que a oração foi aceite a teu favor."

Então, Omar foi ter com o Profeta de Allah (Sallalláho Alaihi Wa Sallam) e aceitou o Islam na manhã de Sexta-feira.

A conversão de Omar foi um terrível golpe à moral dos descrentes, mas ainda os muçulmanos eram muito poucos em número e o país inteiro estava contra eles.

Os descrentes intensificaram os seus esforços para a completa destruição dos muçulmanos e extinção do Islam.

Com Omar ao seu lado, os muçulmanos começaram as orações no Haram.
Abdullah Ibn Mas'ud (Radiyalláho Anhu) diz: "A conversão de Omar para Islam foi um grande triunfo, a sua emigração para Madinah foi um tremendo reforço e o seu acesso ao califado uma grande benção para os muçulmanos."

Homens como esse eram muito importantes na hierarquia social para serem atacados, mas a maioria dos novos muçulmanos era pobres ou escravos. Os pobres eram espancados e os escravos torturados para fazê-los renunciar à sua fé, e havia pouco que Muhammad podia fazer para protegê-los.

Um escravo negro chamado Bilal foi preso nu no chão sob o sol escaldante com uma pesada pedra sobre seu peito e deixado para morrer de sede. Foi insultado pelos pagãos para renunciar à sua religião em troca de ser libertado da tortura, mas sua única resposta foi ‘Ahad! Ahad!’ (‘Deus é Um! Deus é Um!’). Foi nesse estado, perto da morte, que Abu Bakr o encontrou e resgatou por uma taxa exorbitante. Foi tratado na casa de Muhammad e se tornou um dos mais próximos e amados entre os companheiros.

Quando, muito mais tarde, surgiu a questão de como os crentes deviam ser convocados para a oração, Bilal se tornou o primeiro muezzin (o chamado para a oração anunciado em voz alta a partir do local muçulmano de adoração, chamado masjid) do Islam.
Boicote Social

Quando um grande número de muçulmanos de Makkah emigrou para a Abissínia, os líderes do paganismo deram um ultimato à tribo do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), exigindo que ele fosse excomungado, declarado fora da lei, e entregue aos pagãos, para ser morto, todos os membros da tribo, muçulmanos ou não, rejeitaram a exigência.

Em conseqüência dessa recusa, a cidade decidiu impor um boicote total a tribo do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele); sob a liderança de Abu Jahl, escreveu um documento formal declarando o banimento ou boicote contra o clã Hashim como um todo, ninguém poderia falar, manter relações comerciais ou matrimoniais com os seus membros, as tribos que habitavam o subúrbio, que eram aliados dos senhores de Makkah, também aderiram ao boicote, causando uma grande miséria entre as vítimas inocentes, crianças, homens e mulheres, velhos doentes e fracos. Quraish cercou o Profeta e seus companheiros em uma região desértica chamada "Cha’b Bani-Tálib" o “povo de Bani Tálib”. Então lá não havia nada para comer, então comiam folhas e plantas de árvores. E isso não foi por um ou dois dias e sim 3 anos, comendo folhas.

Todas as tentativas da tribo quraish foram em vão, nenhum dos muçulmanos sequer renunciou ao islam. Depois dessas torturas ocorreu algo mais difícil de suportar, a morte de seu tio Abu Talib que sempre havia lhe ajudado e sua amada esposa Khadija que sempre lhe apoiou, os 2 no mesmo mês. Foi o chamado ano da tristeza.
Mesmo com todo esse sofrimento ele jamais se desesperou. Sempre ficou firme e otimista.

Alguns sucumbiram, mas ninguém concordou em entregar o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) aos seus perseguidores, após três anos, quatro ou cinco que não eram muçulmanos, porém mais humanos que os demais e pertencendo a clãs diferentes, proclamaram o seu repúdio ao injusto boicote.

Ao mesmo tempo o documento promulgando o pacto do boicote, que havia sido exposto no templo, foi encontrado, como havia sido profetizado pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), roído por formigas brancas, até que não lhe sobraram senão as palavras; ''Deus'' e ''Muhammad'', o boicote foi suspenso, mas devido às privações por que tivera que passar, a esposa e o tio do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), faleceram em seguida, outro tio do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), Abu Lahab que era inimigo declarado do Islam e do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), assumiu então a chefia da tribo.
Ele (s) caminhou a pé 100 km e foi a uma cidade chamada Taif para chamar as pessoas ao Islam. O Profeta SAAS disse que esse acontecimento foi o mais triste da vida dele. A idade do Profeta era de 50 anos. O Profeta SAAS propõe aos 3 chefes de Taif

o Islam e olhem como eles responderam:

1) Teu Allah não encontrou ninguém melhor do que tu para enviar como Mensageiro

2) Mesmo que eu te veja acima da kaaba jurando que és um Profeta não creria em ti.

3) Ou tu és um verdadeiro Profeta e superior para que eu fale contigo ou tu és um mentiroso, então es um inferior para que eu fale contigo

Então o Profeta SAAS disse:

“Se vocês se negam a abraçar o Islam, então só não avisem a Quraish que eu estive aqui, pois não quero que Quraish saiba que o Profeta pediu a ajuda do povo de Taif”

Eles responderam: “Juramos que iremos informá-los”.

O profeta disse: “Então se não querem nenhum dos 2 então me deixe ir”

Eles disseram: “Tu não irás até que o povo jogue pedras em ti”

O Profeta começou a caminhar e as pessoas fizeram 2 fileiras uma de cada lado, e começaram a lhe jogar pedras. O Profeta SAAS saiu com Zaid (um companheiro) enquanto o povo lhe jogava pedras, areia e barro. Zaid abraçava o Profeta tentando protegê-lo . Ambos correram por um caminho cheio de pedras, sendo que tanto os pés do Profeta quanto a cabeça de Zaid ficaram ensangüentadas. Então entraram em um jardim para se protegerem e a primeira coisa que o Profeta fez foi suplicar a Allah dessa forma:

“Oh Allah denuncio perante Ti a debilidade da minha força, minha pouca sabedoria, e minha insignificância perante as pessoas. Tu és o Senhor dos mundos, Tu és o Senhor dos débeis e Tu es o meu Senhor. Para quem vais me deixar> Para um severo distante?

Ou para um inimigo? Oh Allah se não estás bravo comigo então nada me importa”
Então veio o anjo das montanhas e lhe disse: “Se quiseres derrubo as 2 montanhas e os destruo” Então ele disse: “Não, tenho esperanças que um dia alguém deles diga: La ilaha ila Allah”

A Viagem de Noturna - Al Isra wal Miraj

Glorificado seja Aquele que transportou, durante a noite, o Seu Servo da Mesquita Sagrada (em Mekka) à distante Mesquita de Al Acsa (em Jerusalém) cujos arredores abençoamos, para mostrar-lhe alguns de Nossos sinais. Deus ouve tudo e vê tudo”. (17:1)

“Isrá” quer dizer viagem noturna, que o Profeta fez a partir de Mekka e Jerusalém;
“Miraj” é derivado de “Uruj” que significa ascensão. Isrá e Miraj ocorreram antes da Hijra (emigração), e segundo a maior parte dos teólogos só ocorreu uma vez, na noite de 27 do mês de Rajab (sétimo do calendário lunar islâmico) no ano entre 10 e 13 da Proclamação da Profecia.

Deus, quis conceder ao Profeta um alento para reavivar sua esperança de que a religião do Islam será consolidada e os fiéis serão vitoriosos.

Assim sendo, Deus, ordenou a Gabriel que conduzisse o Profeta na Missão da Viagem de Ascenção. Para efetuá-la foi utilizado Al-Burac, que é um animal maior que um cavalo e menor do que um camelo.. Este estranho animal foi montado pelo Profeta que conduziu-o até Jurusalém, nessa Missão foi acompanhado pelo Anjo Gabriel. Em Jerusalém ( Bait Al-Macdis ), o Profeta encontrou-se com todos os Profetas com quem orou e foi lhes o Imam. Findadas as orações, Gabriel e o Profeta partiram rumo ao primeiro céu. Aqui encontraram-se com o pai da raça humana,Adão. O Profeta foi saudado por Adão e proferiu na sua presença a Ashahadatain,ou seja, La Ilaha Ila Lah ua Mohamad Rasulu Lah..

Neste céu estão as almas dos mortos, os que estão destinados ao paraíso habitam à direita de Adão, e os destinados ao inferno estão à sua esquerda. No segundo céu Gabriel bateu na sua porta, foi lhe perguntado: "Quem és e quem te acompanha? Gabriel respondeu: "Sou Gabriel, estou acompanhado por Mohamad".. Foi lhes aberta a porta,aqui estavam Jesus e Yahia filho de Zacaria ( São João Batista ), após os cumprimentos rumaram para terceiro céu, que é habitado por Iossuf ( José filho de Jacob) . No quarto céu é a morada de Idriss ( Enoque ) . No quinto céu é habitado por Harun, irmão de Moisés. No sexto céu encontraram com o Profeta Moisés que lhes saudou efusivamente. Ao despidirem-se de Moisés,ele chorou. O Mensageiro de Deus, Mohamad perguntou-lhe: "Ó Moisés, por que tu choras? Moisés respondeu: Porque o meu povo não acreditou em mim, mas tu és postermo dos Profetas e terás uma grande comunidade que conduzirá ao paraíso, enquanto a minha comunidade é ínfima".

No sétimo céu, o Profeta encontrou-se com Ibrahim (Abraão), saudaram-se mutuamente, e Abraão disse-lhe: "Ó Mohamad, transmita à sua comunidade a minha saudação e diga-lhe que o paraíso é o local da felicidade, contém água cristalina e saborosa, suas habitações é de ouro e prata, o seu ato de adoração,isto é , sua chave é dizer Louvado seja Deus, Glória a Deus, Deus é o Maior,Deus é Soberano,La Ilaha Ila Lah".

Quem proferir estes louvores,Deus obsequiá-lo-á com a árvore de nakhla (Tamareira) no paraíso. Em seguida o Profeta visitou Bait Al-Mamur (Casa Edificada), neste local deixou Gabriel e avançou mais próximo do Trono de Deus.
Deus, então, preceituou aos seguidores do Islam cinco orações diárias que valem por cinquenta. Por isso, prezados irmãos, a oração é o ato de adoração mais meritório.

Pois foi o único preceito ditado ao Profeta diretamente por Deus e não por revelação através do Anjo Gabriel. A oração é o único elo que liga o fiel a Deus. Quem a praticar corretamente, toda sua obra é considerada correta. É evidente que no transcurso do Isrá, o Profeta presenciou coisas estranhas. Em primeiro lugar o Anjo Gabriel ofereceu ao Profeta duas taças, uma das quais tinha vinho e a outra tinha coalhada, O Profeta bebeu a da coalhada, Gabriel disse-lhe: "Tu fostes feliz, pois se tivesses escolhido o vinho, sua comunidade seria corrompida".

Viu o Guardião do fogo do inferno, estava seriamente franzido seu semelhante, viu também o paraíso e seu esplendor. O Profeta presenciou o castigo daqueles que consomem os bens dos órfãos, estes tinham lábios de camelo, onde colocavam brasa e engoliam. Viu castigo dos que obtém o lucro da usura e do juro,estes possuem uma barriga do tamanho de uma casa, não conseguia andar e eram pisados por todos os que transitavam por aquele lugar. Viu homens sentados à mesa cheia (servida), com deliciosa e gordurosa carne, e ao lado disso, carne podre e fedorenta. Comiam a segunda e deixavam a primeira, a deliciosa e boa carne. Perguntei ainda: “Quem são esses, ó Gabriel?”. Ele respondeu-me: “Estes são os homens que deixavam as próprias mulheres que Deus tornou lícitas para eles, e iam atrás das mulheres ilícitas para eles”.

Viu mulheres suspensas pelos seios, e perguntei: “Quem são essas mulheres, ó Gabriel?”. Ele respondeu-me: “São as mulheres que introduziram para seus maridos os seus filhos que não eram deles”.

Viu os mártires, estes plantavam trigo, bastava colocar a semente na terra, esta brotava de imediato.

O Isra e Miraj ocorreram por dois motivos. Primeiro, e mais notório, para prescrever as orações diárias e segundo para aliviar o sofrimento do Profeta Mohammad (s), pois o Isra e Miraj aconteceram após sua viajem para ATTAIF cidade próxima de Maka para divulgar a mensagem. Mas foi perseguido e apedrejado pelo povo. Voltou de lá com os pés ensanguentados e muito humilhado pela população de Attaif. E foi então que ALLAH louvado seja disse: “Se o povo da terra te rejeitou então os céus tem a honra de te receber Ó Mensageiro de ALLAH”

Na manhã seguinte à noite de Al Isrá e Miraj. Abu Jahal foi ao encontro do Profeta Mohammad (SAWS) no Haram. O Profeta contou-lhe tudo o que se tinha passado na noite anterior. Abu Jahal chamou a Tribo Bani Kaaba para ir escutar também. O Profeta contou-lhes o que tinha acontecido. Uns começaram a bater palmas escarnecendo, outros levaram as mãos a cabeça em espanto. Desmentindo-o todos foram ao encontro de Abu Bakr, correndo, para lhe narrarem o que tinham ouvido de Mohammad (SAWS), esperançados que ele renunciasse à Religião Islâmica, pois todos acharam que era um acontecimento anormal, impossível, e que Mohammad (SAWS) estava alucinado. Mas, Abu Bakr respondeu-lhes com muita firmeza dizendo: “Se ele (Mohammad) de fato vos contou isso, falou a verdade”. E os coraixitas perguntaram: “Tu confirmas o que Mohammad diz a respeito disto?”. Abu Bakr respondeu: “Eu confirmo-o nos assuntos mais longínquos que este, então porque não o confirmarei nisto?”. Desde esse dia Abu Bakr recebeu o título de “As Sidiq” (o confirmador). Os descrentes começaram então a testar o Profeta ao pedirem-lhe que descrevesse a Mesquita de Jerusalém. Por isso disseram a Mohammad (SAWS): “Dizes tu que numa noite viajaste de Mekka à Jerusalém.

Conta-nos como se parece a Mesquita de Jerusalém?”O Profeta na ocasião não tinha na mente a imagem do edifício da Mesquita de Jerusalém. Por isso, já estava preocupado (quando os coraixitas o pediram que a descrevesse). Mas, de repente, foi colocada à sua frente a imagem da Mesquita.. Os coraixitas iam perguntando e o Profeta (SAWS) ia respondendo pormenorizadamente como era a Mesquita. Os coraixitas ficaram pasmados e reconheceram que na verdade não errou na descrição da mesquita de Jerusalém. Depois interrogaram-no acerca da caravana dos coraixitas que estava no regresso da Síria, e o Profeta descreveu-lhes a caravana tal como ela era, disse-lhes o numero de camelos, e o dia em que deveriam chegar. Tudo isso provou-se verdade. No entanto, os descrentes continuaram como tal, apenas se lhes aumentou a teimosia e o orgulho, dizendo que tudo aquilo era uma simples magia. Na manhã seguinte à noite de Al Isrá e Miraj veio Gabriel e ensinou ao Profeta o modo de como fazer as orações e seus respectivos horários.

A Oração (Salah)

Diz Alláh, O Altíssimo: "Observai as orações, especialmente as intermediarias e consagraivos fervorosamente a Deus".
Intermediarias aqui; significa, a oração da tarde. Para que nós lembremos de Deus durante nossos afazeres terrenos.
Al-Salat "A Oração" é o 2º dos cinco pilares que sustentam nossa religião. Aqueles, dentre nós, que as cumprem em seus devidos horários elevam a fé em suas almas e conseqüentemente sustentam a religião. E aqueles que as negligenciam e abandonam destroem a religião.

A oração é a luz da convicção, fonte do bem, a mais bela e completa dentre as adorações, motivo para advir o sustento diário, e também purifica os corações dos pecados. Diz Alláh: "A Oração preserva da obscenidade e do ilícito".

Numa narrativa O profeta Mohamad (SAAWS) pergunta aos seus companheiros: “Acrediteis que a sujeira ainda permanecerá no corpo daquela pessoa que tome banho cinco vezes ao dia num riacho à frente de sua casa? Não, nenhuma sujeira poderá permanecer no corpo dele! Responderam os companheiros. Pois esse é exatamente o efeito que a oração oferecida cinco vezes ao dia. Com a Graça de Deus, lava todos os pecados da pessoa”.

A oração foi prescrita aos fieis por Alláh de cima dos sete céus e será a primeira a respeito da qual as pessoas terão de prestar contas a Deus no dia do Juízo Final.

Aqueles que renunciarem as orações serão perguntados no inferno "O que foi que vos introduziu no Tártaro? Responder- lhes-ão: não nos encontrávamos entre os que oravam".

A oração diferentemente das outras obrigações é irrevogável para todo e qualquer mulçumano ou mulçumana em sã consciência. Ela não deixa de ser obrigatória para o viajante em seu percurso, para o soldado em guerra e nem para o doente em seu sofrimento.

Podendo ser realizada por estes até mesmo deitados de lado sem inclinação e prostação.

Abu Hurrairah (RAA) narra que o profeta (SAAWS) disse: "De todas as obrigações, a primeira a respeito da qual a pessoa será questionada no dia do julgamento será o Salah (Oração). Se for bem sucedido terá o sucesso e a felicidade, mas se for mal sucedido terá o insucesso e a desgraça. Se alguma deficiência for descoberta nas orações obrigatórias Alláh dirá aos anjos:" Vejam se há alguma oração facultativa nos registros do meu servo". Aí a deficiência das orações obrigatórias será recuperada com as orações facultativas. O resto das ações (como o jejum, o Zikr, o Zacat) serão questionados da mesma maneira.

Diz Alláh: Ò fieis, que os vossos bens e os vossos filhos não vos alheiem da recordação de Deus, por que aqueles que tal fizerem serão desaventurados.

O profeta Mohamad (SAAWS) disse: "Em verdade, no dia do julgamento, a oração será a luz para aquele que a cumpriu, será um argumento a seu favor e será um motivo ou meio para a salvação. Mas não haverá luz, defesa e salvação da maldição para aquele que não fez suas orações e ele encontrará o destino do Faraó, de Hamam e de Ubay Bin Khalaf no dia do julgamento".

Perguntaram ao profeta (SAAWS) a respeito da palavra Negligenciar na surat Al Maaun. Ele respondeu que negligenciar não significa abandonar e sim atrazar a oração do seu devido tempo. Aqueles que atrazarem a oração terão como punição à permanência num vale do inferno chamado (El Wayle).

Caros irmãos se esta será a situação dos que atrazarem a oração qual será então a punição para aqueles que a abandonam por completo? A resposta encontraremos nos versículos da surat Mariam.

Diz O Altíssimo: Sucedeu-lhes, depois, outra geração que arruinou o culto e seguio suas paixões. Mas eles hão de sofrer a decepção. O significado da palavra “Ghayya” (é de engano e decepção que se relaciona com a desgraça e o desapontamento na vida futura). Ghay é uma cova muito profunda cheia de sangue e pús. As pessoas que renunciaram suas orações serão atiradas nesta cova.

Ao ser revelado este versículo ao profeta . Perguntou: O meu povo abandonará a oração no futuro? Teve como resposta: Sim. As últimas gerações do seu povo negligenciaram e abandonaram a oração e seguirão a mercê de seus desejos e prazeres.

Uma moeda é melhor para eles do que suas orações.

E na narrativa do ISRAÁ e MIAJAJ: O profeta (SAAWS) relatou ter visto um povo que tinha suas cabeças esmagadas por enormes rochas e em seguida retomava sua forma original para ser esmagada novamente. E então perguntou ao anjo Gabriel: que povo é este? Respondeu: São aquelas que durante a vida mundana não praticaram as orações
obrigatórias em seu devido tempo.

Omar Bin Khatab (que Deus se compraza dele) após ter sido apunhalado mesmo sangrando em seus últimos momentos de vida não aceitou interromper a sua oração e disse:

Continuem a oração, pois os que a negligenciarem não terão parte no Islam.
Alláh diz: E recomenda aos teus familiares a oração, seja constante, tu também. Não te impomos ganhares o teu sustento. Pois nos te provemos. A recompensa é dos devotos.

Se você se encontrar dentre aqueles que realizam a oração com freqüência em seu devido horário; indubitavelmente, saberás que a oração não é um passa tempo para os desocupados e sim uma proteção divina. A oração é o medicamento perfeito e dosado sob medida para evitar que o homem cometa injustiças contra si próprio, contra seus familiares e seus colegas ou amigos. Este medicamento age no caráter do indivíduo impedindo que enfermidades como preguiça, falta de higiene, obscenidade, mentiras e outras mais venham a perturbar o muçulmano.

A oração ajuda a manter o bem estar físico e mental do indivíduo possibilitando ter boas condições para seu trabalho diário.
Abu Huraira (RAA) narrou que o Profeta (SAAWS) disse: “Nada é mais maçante para os hipócritas do que as orações em congregação da Alvorada (fagir) e da Noite (ishá).

Se soubessem das virtudes dessas duas orações, certamente que participariam delas, nem que tivessem que chegar a elas arrastando-se”. Este hadith foi confirmado por Bukhari e Muslim.

O profeta Mohammad (s) considerou a Oração como a coluna principal da Religião na seguinte narrativa: A oração é a coluna principal da Religião. Quem estabelece a oração preserva a religião e quem abandona a oração destrói a religião.

O Profeta Mohammad (SAAWS) considera os que abandonam a oração Kafir ou incrédulos. Jaber (RAA) contou que ouvira o Profeta(SAAWS) dizer:” A aproximação entre um muçulmano, um politeísta e as blasfêmias é o abandono da oração.”. Buraida (RAA) narrou que o Profeta Mohammad (SAAWS) disse: “ O que nos distingue dos hipócritas é o nosso apego à oração. Portanto, quem a abandonar será culpado de blasfêmia”. Ambos os ditos foram confirmados por Tirmizi.

O profeta (SAAWS) orientou numa narrativa que recomendássemos aos nossos filhos a pratica da oração aos 7 anos e aos 10 anos se não observadas castigá-los.

Finalmente O profeta disse em outra narrativa: Quem abandonar a oração proposital e conscientemente abandou o Islam publicamente. E disse também que a negligência da oração é o limite entre a Fé e a idolatria (Shirk).

Caros irmãos ouçam o que o Profeta Mohammad disse a respeito dos que rezam, mas durante suas orações realizam o sujud (a prostração) rapidamente sem lhe prestar seu devido direito; “toda vez que um servo pratica a oração de forma correta obedecendo todos seus princípios, sua oração é elevada aos céus e ela (a oração) faz uma prece dizendo (Que ALLAH o preserve como me preservastes!) caso sua oração é incompleta ou com falhas ao chegar aos céus ela não será aceita, será envolvida num manto preto e atirada no rosto de quem a praticou, e lhe dirá: (Que ALLAH te negligencie como me negligenciastes!) Caros irmãos isto é para aqueles que não realizam a oração corretamente. Acaso o que restou para os que abandonam a oração. Para eles não resta nada além de Saqar, Wail e Ghay vales do inferno. Que ALLAH (SWTA) nos preserve destes vales.Caros irmãos muçulmanos ALLAH diz na surat AR RAD: “

E que perseveram no anelo de contemplar o Rosto de seu Senhor, observam a oração e fazem caridade, privativa ou manifestamente, daquilo com que os agraciamos, e retribuem o mal com o bem; estes obterão a última morada.

São jardins do Éden, nos quais entrarão com seus pais, seus companheiros e sua prole que tiverem sido virtuosos; e os anjos entrarão por todas as portas, saudando-os:

Que a paz esteja convosco por vossa perseverança! Que magnífica é a última morada! E disse também na surat Na nissá: “E quando tiverdes concluído a oração, mencionai Deus, quer estejais de pé, sentados, ou deitados. Porém, quando estiverdes fora de perigo, observai a devida oração, porque ela é uma obrigação, prescrita aos fiéis para ser cumprida em seu devido tempo.”

No dia do juízo final, toda a humanidade será convidada a realizar a prostação perante ALLAH (SWT) mas só conseguirá realiza-la aquele que era freqüente nas orações durante sua vida terrena. Este passagem está ilustrada na surat AL Calam 42

– 43 “No dia em que a perna fica nua, em que forem convocados à prostração e não o conseguirem. Seus olhares serão de humilhação, cobertos de ignomínia, porque foram convidados à prostração, enquanto podiam cumpri-la e se recusaram”.

Em contra partida a oração é a luz da convicção, fonte do bem, a mais bela e completa dentre as adorações, motivo para advir o sustento diário, e também purifica os corações dos pecados. Diz Alláh: "A Oração preserva da obscenidade e do ilícito".

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Fonte: Contribuição da Mesquita de Cuiabá (MT)- Que Allah Subhanna Wataala conceda saúde e paz e muita prosperidade para aquela comunidade. Inshallah