Bismillah!
Os coraixitas tinham caravanas de mercadorias que transitavam de Makka para a Síria. Numa dessas caravanas estava o herói da nossa estória, o Tal-ha b. Ubaidullah al Tamimi, que era um jovem com menos experiência que os outros mercadores. Isso não o impedia de competir com eles, sendo que sua sagacidade e intuição faziam com que os sobrepujasse, realizando as mais vantajosas transações.
Quando a caravana de que fazia parte chegou à cidade de Basra, na Síria, todos os mais velhos se apressaram para a praça do mercado, a fim de fazerem negócios. A área estava fervilhando de gente vinda de todos os lugares e, enquanto o Tal-ha estava vagando por ali, algo que mudou o curso da sua vida lhe aconteceu. Ademais, aquilo constituiu o antecedente dos eventos que iriam mudar o curso da história. A estória está preservada nos livros de história, nas palavras do próprio Tal-ha, e iremos permitir que a sua narração nos conte o que se passou.
A narrativa de Tal-ha b. Ubaidullah Estávamos todos ocupados, na praça do mercado, quando vimos e ouvimos um monge que ia e vinha, conclamando:
“Ouvi, ó mercadores! Perguntai às pessoas aqui reunidas se há alguém que tenha vindo de Makka!”
Eu estava por perto; então eu fui até ele, e disse:
“
Eu sou de Makka.”“
O Ahmad já apareceu para vós?” perguntou ele.
“Quem é Ahmad?” contrapus.“O filho de Abdullah b. Abdul Muttalib (Profeta Muhammad SAAS). Este é o mês em que ele deverá apresentar-se, pois irá ser o derradeiro dos profetas. Ele irá aparecer no vosso país, na sagrada área em torno da Caaba. Depois irá migrar para a terra das rochas negras, com tufos de tamareiras, com um solo calcáreo do qual mina água. Não sejas um dos últimos a acreditar nele, meu jovem!”
A fala dele produziu um profundo efeito sobre mim, tanto que fui para os meus camelos, selei-os e, deixando a caravana para trás, toquei para Makka a toda brida. Ao chegar, perguntei para os meus familiares:
“Será que alguma coisa aconteceu em Makka, depois que eu parti?”“Sim”, responderam, “apareceu um homem chamado
Mohammad b. Abdullah, dizendo que é um
profeta, e encontrou, como seguidor, o filho de Abu Quhafah.”Estavam-se referindo ao
Abu Bakr, a quem eu bem conhecia. Era um homem de maneiras gentis, agradável, amado por todos. Era ainda um mercador honesto e confiável. Éramos afeiçoados a ele, e gostávamos da sua companhia, por causa do seu grande conhecimento da nossa esfera tribal e nossa genealogia. Então eu fui ter com ele, e perguntei:
“
É verdade o que todos estão falando, que o Mohammad b. Abdullah declarou ser um profeta, e que tu acreditas nele?”Abu Bakr respondeu afirmativamente, e contou-me todos os fatos relevantes. Inspirou em mim o desejo de me converter, como ele havia feito, então eu lhe contei acerca do monge de Basra. Ele ficou surpreendido, e propôs:
“Vamos até Mohammad, assim tu poderás contar a ele a tua estória. Tu poderás ouvir o que ele tem a dizer, e talvez irás juntar-te à religião de Deus.”
Fomos ter com Mohammad (SAAS), que me explicou o Islam e recitou para mim algo do Alcorão. Disse-me que a aceitação do Islam significava o preenchimento de tudo, neste mundo e no Outro. Deus abriu o meu coração para o Islam, e eu contei ao Profeta (SAAS) sobre o monge de Basra. Ele ficou visivelmente prazeroso.
Depois daquilo, eu pronunciei perante ele o testemunho de que não há outra divindade além de Deus, e que Mohammad é o Seu Mensageiro. Fui o quarto indivíduo a ser convertido pelas mãos de Abu Bakr.
Fim da narrativa de Tal-ha O Coraix ficou estupefacto com a notícia da conversão daquele jovem da sua tribo. A que ficou mais entristecida foi a sua mãe, pois tinha ambições de que ele viesse a aer o líder da sua tribo por causa das nobres virtudes e do bom caráter dele. Todos empenharam-se em fazer com que ele renegasse a sua religião, mas ele permaneceu firme como uma montanha, inabalável com a insistência deles. Quando se desesperançaram de convencê-lo por medidas amigáveis, recorreram à perseguição e tortura. O Massud b. Kharash narrou:
“Eu estava a caminhar entre Al Saffa e Al Marwa(Al Saffa e Al Marwa – são dois montes perto da Caaba, em Makka. O caminhar entre eles faz parte do ritual dos peregrinos) quando vi uma grande multidão de pessoas a seguirem um jovem cujas mãos haviam sido amarradas ao seu pescoço. As pessoas estavam a persegui-lo, empurrando-o e golpeando-o na cabeça. Atrás, estava uma velha que gritava anátemas a ele. Perguntei a alguém da turba quem era o jovem, e foi-me dito:
“‘É o Tal-ha b. Ubaidullah; ele abandonou a sua velha religião, e está a seguir àquele rapaz do clã dos Banu Háchim.’
“‘E quem é aquela velha que o está seguindo?’ perguntei.
“‘É a Sabah b. al Hadrami, a mãe do jovem’, o homem respondeu.”A coisas pioraram para o Tal-ha, para o homem conhecido como “
o leão do Coraix”. Um homem por nome Nawfal b. Khuwailid amarrou-o por completo. Depois amarrou também o Abu Bakr junto com ele. Então ele os entregou para a ralé da tribo para serem cruelmente torturados. Por causa daquele incidente, o Tal-ha b. Ubaidullah e o Abu Bakr passaram a ser conhecidos como “os atados juntos”.
O tempo passou, os eventos tiveram lugar, um após outro e, com o passar do tempo, o Tal-ha b. Ubaidullah amadureceu. O seu sacrifício pela causa de Deus e do Seu Profeta se tornou mais e mais intenso, e a sua generosidade para com a sua religião e seus camaradas muçulmanos cresceu em ardor, tanto que o Profeta (SAAS) o cognominou “o mátir vivo”. Cada um desses cognomes tem uma bela estória por trás dele.
A estória por trás de o Tal-ha ter-se chamado “o mártir vivo” corporalizou-se durante a batalha de Uhud. Os muçulmanos haviam abandonado o campo de batalha, deixando o Profeta (SAAS) com apenas onze homens dos Ansar, mais o Tal-ha b. Ubaidullah, que era dos Muhajirun. O profeta (SAAS) e seus doze apoiadores estavam-se retirando montanha acima, perseguidos por um bando de pagãos que queriam matar ao Profeta; este (SAAS) disse para os seus apoiadores:
“Aquele que conseguir afugentar esses indivíduos irá ser meu companheiro no Paraíso.”
“Eu conseguirei, ó Mensageiro de Deus”, voluntariou-se o Tal-ha.
“Não, tu ficas onde estás”, disse o Profeta (SAAS).
“Eu conseguirei, ó Mensageiro de Deus”, sugeriu um dos Ansar.
“Tu podes ir”, disse o Profeta (SAAS). O homem dos Ansar deteve os inimigos, enquanto o Profeta (SAAS) e os outros se retiravam para mais acima. Logo que o homem foi morto, e os pagãos reiniciaram sua perseguição ao Profeta, este (SAAS) disse:
“Qual o homem que os pode deter?”“Eu posso, ó Mensageiro de Deus”, voluntariou-se mais uma vez o Tal-ha. O Profeta mais uma vez recusou, e permitiu que um dos Ansar, que também se voluntariara, fosse. Logo ele teve a mesma sina do primeiro homem, e os pagãos continuaram a perseguir o Profeta (SAAS). Aquilo aconteceu repetidamente, até que os onze homens dos Ansar haviam morrido como mártires, e apenas o Tal-ha permanecia com o Profeta (SAAS). Naquela altura, o Profeta (SAAS) deu permissão para que o Tal-ha tentasse conter o inimigo. Momentos antes, o Profeta (SAAS) havia sido ferido; sua testa fora aberta, seu lábio cortado, e um dos seus dentes fora quebrado. O sangue lhe cobria o rosto, e ele estava exausto.
Então o Tal-ha saiu ao encalço dos perseguidores, atacando-os e repelindo-os. Depois voltou para junto do Profeta (SAAS), ajudou-o subir mais para cima, e o fez sentar num local abrigado, e saiu para atacar os pagãos mais uma vez. Fazia aquilo repetidamente, até que escurraçou completamente os inimigos.
Naquele momento, Abu Bakr e Abu Ubaida b. al Jarrah se encontravam em algum outro lugar, no campo de batalha. Eles se dirigiram para o local em que o Profeta (SAAS) estava, com a intenção de lhe atender os ferimentos, mas ele lhes disse:
“Deixai-me e ide ter com o vosso amigo”, referindo-se ao Tal-ha. Eles foram, e o encontraram coberto de sangue. Ele tinha mais de setenta ferimentos causados pelas espadas, lanças e flechas dos inimigos. Perdera u’a mão, e havia caído, inconsciente, numa vala. Depois daquilo, o Profeta (SAAS) passou a dizer:
“
Se alguém quiser ver um homem que ainda anda, após ter enfrentado a morte, que olhe para o Tal-ha b. Ubaidullah!”E sempre que alguém mencionava a batalha de Uhud para o Abu Bakr, ele dizia:
“Foi o Tal-ha b. Ubaidullah quem salvou o dia!”Esta é a estória de como ao Tal-ha foi dado o nome de “o mártir vivo”. As estórias de como ele foi cognominado Tal-ha, o Generoso, e Tal-ha, o Benévolo, são incontáveis.
Ele era um abastado mercador, com um negócio florescente. Um dia, ele recebeu os lucros das transações, em Hadhramawt, que perfaziam o total de setecentos mil dirhans. Ele passou aquela noite num estado lastimável. Sua esposa, a Umm Kulçum b. Abi Bakr, foi ao quarto dele, e perguntou:
“Qual o problema, ó Abu Muhammad? Será que fiz algo que te desagradasse?”“Não”, ele respondeu, “tu és a melhor esposa que um muçulmano pode desejar. É que eu comecei a imaginar, esta tarde, e argumentei comigo mesmo:
“‘O que pode um homem esperar do seu Senhor, se ele dorme com todo esse dinheiro na sua casa?”
“
E por que isso te causa pesar?” ela perguntou. “Será que não podes usá-lo para ajudar a tua família e os teus amigos necessitados? Pela manhã, poderás dividi-lo entre eles.”
“Que Deus tenha misericórdia de ti!” ele disse. “Tu és uma criatura com a qual Deus teve sucesso!”
Quando chegou a manhã, ele dividiu o dinheiro, colocou-o em saquinhos e vasilhas, e o distribuiu entre os necessitados dos Muhajirun e dos Ansar.Há também uma estória conhecida acerca de um homem que foi ter com o Tal-ha necessitando abrigo e assistência para que pudesse completar a sua viagem. Ele lembrou ao Tal-ha de que eram primos distantes. Tal-ha disse:
“Esta é a primeira vez que alguém me diz seres tu um parente meu. Eu tenho um terreno pelo qual o Otman b. Affan me ofereceu trezentos mil. Se quiseres, podes pegá-lo para ti, ou poderás vendê-lo para mim, e dar-te-ei o dinheiro por ele.”
“Prefiro pegar o dinheiro”, disse o homem, assim o Tal-ha lho deu.
Tal-ha foi, na verdade, um homem de sorte, que mereceu aqueles belos nomes que lhe foram dados pelo Mensageiro de Deus (SAAS). Que Deus lhe conceda felicidade e lhe dê luz na Vida Futura!
"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)
يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ
......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!
Mohamad ziad -محمد زياد
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