quinta-feira, abril 02, 2015

O Islão e a Tolerância Religiosa Coord. por: M. Yiossuf Adamgy

Prezados Irmãos, 

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

Mal-entendidos comuns acerca do Islão

Gostaria de começar falando sobre algumas ideias erróneas que obscureceram o caminho do entendimen-to, de muitos cristãos e ocidentais, sobre o Islão. Muitos creem que o Islão se estendeu por meio da espada e que o Islão é sinónimo de opressão, coerção e ausência dos direitos e liberdades básicas. Ainda mais, muitos países ocidentais fazem valer como sinónimos de Islão a intolerância e o extremismo e, inclusivamente, muitos in-telectuais de países não muçulmanos, os seus políticos, os jornalistas e autoridades religiosas, insistiram em seguir agarrados a esta visão negativa e errónea.

Este estereótipo deve desaparecer e deve-se mostrar aos ocidentais, de forma clara e sincera, o que é o Islão.

O Islão exige examinar qualquer assunto com atenção antes de chegar a uma conclusão. Deus disse, textual-mente, no Alcorão:

«Ó crentes! Se alguém, que não é digno de con-fiança, chega com uma notícia, assegurem-se antes; não vá a ser que, por ignorância, causem dano a alguém e tenham logo que se arrepender do que fizeram». (49:6).

O Islão e o Espírito da Tolerância Religiosa

Assim como o monoteísmo é a base do Islão, a tole-rância é uma das suas características mais importantes. O Islão significa, literalmente, submissão a Deus e paz. A tolerância religiosa foi sempre uma lei necessária para a vida, uma lei que não se pode recusar sem ameaçar a existência da humanidade; permitam-me oferecer-vos só uns quantos exemplos do espírito de tolerância que resi-de no coração do Islão.

Primeiro: O Islão estabelece de forma clara, que toda a humanidade não é senão uma grande família e que a sua origem é uma, já que todos os seres humanos foram criados de uma só alma. Deus disse no Sagrado Alcorão:

«Ó humanos! Temei a vosso Senhor, que vos criou de um só ser, do qual criou a sua companheira e, de ambos, fez descender inumeráveis homens e mu-lheres. Temei a Deus, em nome do Qual exigis os vossos direitos mútuos e reverenciai os laços de parentesco, porque Deus é vosso Observador». (4:1).

Na medida em que todo o mundo faz parte da família de Deus, o Islão insiste em que deve haver igualdade e respeito absoluto entre todos os seres humanos. A raça, a cor, a etnia ou os privilégios terrenos não podem ser a medida de valor no Islão, esta medida é só a rectidão. No Sagrado Alcorão, Deus dirige-se à humanidade com estas palavras:

«Ó humanos! Na verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Conhecedor e está bem inteirado». (49:13).

A variedade de seres humanos e a diversidade é vista no Islão como parte das bênçãos e a generosidade de Deus. O que todos devemos fazer é ir mais além da mera coexistência buscando, de forma activa, o entendi-mento mútuo e a cooperação. O Profeta Muhammad ﷺ ensinou-nos que toda a humanidade deve ser consi-derada como parte da família de Deus e que quem mais ama Deus é quem é mais beneficente para os membros da sua família.

Segundo: O Alcorão insiste neste conceito de justiça que não está limitado pela raça, cor ou nacionalidade. Deus disse:

«Deus manda restituir a seu dono o que vos está confiado; quando julgardes os vossos semelhantes, fazei-o com equidade. Quão excelente é isso a que Deus vos exorta! Ele é Omniouvinte, Omnividente». (4:58).

Deus vai mais além quando disse:

«Ó crentes! Sede perseverantes na causa de Deus e prestai testemunho a bem da justiça; que o ódio aos demais não vos impulsione a serdes injustos para com eles. Sede justos, pois isso está mais próximo da piedade, e temei a Deus, porque Ele está bem inteirado de tudo quanto fazeis». (5:8).

Terceiro: O Islão é universal por natureza e abarca todas as mensagens divinas e religiões anteriores. Assim, tal como Deus é Uno, também o é a mensagem de fé essencial que Ele enviou a todos os Seus profetas e mensageiros. O Sagrado Alcorão disse:

«Prescreveu-vos a mesma religião que havia insti-tuído para Noé, a qual te revelamos, a qual havíamos recomendado a Abraão, a Moisés e a Jesus, (dizen-do-lhes): Observai a religião e não discrepeis acerca disso». (42:13).

No Islão, a unicidade de Deus implica a unidade entre a verdadeira crença e a religião. A mensagem básica que se confiou a todos os profetas é intemporal e universal: chamar a humanidade à adoração de Deus unicamente. Deus disse claramente no Alcorão que os adeptos da fé, aqueles que se submetem a Deus e à Sua verdade, verão claramente a unidade dos mensa-geiros de Deus, das suas respectivas revelações e as aceitarão todas:

«O Mensageiro (Muhammad) crê no que foi reve-lado por seu Senhor, assim como os crentes; todos creem em Deus, nos Seus Anjos, nos Seus Livros e nos Seus Mensageiros. (E dizem:) "Não fazemos dis-tinção alguma entre os Seus Mensageiros". E dizem: "Ouvimos e obedecemos; queremos o Teu perdão, ó Senhor nosso! E para Ti será o nosso retorno». (2:285). 

A tolerância religiosa é uma parte constituinte do próprio Alcorão: no coração do Alcorão estão todos os ensinamentos essenciais da Torah de Moisés e do Evangelho de Jesus (incluídos alguns milagres seus que não aparecem nos evangelhos). Deus disse no Sagrado Alcorão:

«Na verdade, revelamos-te o Livro corroborante e preservador dos anteriores. Julga-os, pois, conforme o que Deus revelou e não sigas os seus caprichos, desviando-te da verdade que te chegou. A cada um de vós temos ditado uma lei e uma norma; e se Deus quisesse, teria feito de vós uma só nação; porém, fez-vos como sois, para testar-vos quanto àquilo que vos concedeu. Emulai-vos, pois, na benevolência, porque todos vós retornareis a Deus, o Qual vos inteirará das vossas divergências». (5:48).

O Alcorão contém os conselhos e as histórias das vidas de muitos profetas bíblicos, que Deus descreve assim:

«Nas suas histórias há um exemplo para os sen-satos. É inconcebível que seja uma narrativa forjada, pois é a corroboração das anteriores, a elucidação de todas as coisas, a orientação e misericórdia para os que creem». (12:111)

Quarto: O Islão afirma que existe um laço especial entre os muçulmanos, os judeus e os cristãos. Os judeus e os cristãos são mencionados como "Adeptos do Livro" Alcorão, fazendo referência à gente da Torah e do Evan-gelho. Os judeus, os cristãos e os muçulmanos são vis-tos como familiares, cujas crenças estão baseadas nas escrituras reveladas e que compartilham a tradição profética. Em particular, o Alcorão faz ênfase na proxi-midade entre os seguidores do Cristianismo e do Islão:

«Constatarás que aqueles que estão mais próxi-mos do afecto dos fiéis são os que dizem: Somos cristãos». (5:82)

No Alcorão Deus ordena aos muçulmanos (e de facto a todos os crentes sinceros) crer em Jesus, Moisés e todos os profetas bíblicos enviados:

«Dizei: “Cremos em Deus, no que nos tem sido revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacó e às tribos; no que foi concedido a Moisés e a Jesus e no que foi dado aos profetas por seu Senhor; não fazemos distinção alguma entre eles, e nos submetemos a Ele”». (2:136).

A tolerância do Islão não se limita aos "Adeptos do Livro", mas estende-se a todos os crentes sinceros e amantes da verdade. Deus afirma no Sagrado Alcorão:

«Os fiéis, os judeus, os cristãos e os sabeus, enfim todos os que creem em Deus, no Dia do Juízo Final, e praticam o bem, receberão a sua recompensa do seu Senhor e não serão presas do temor, nem se atribularão». (2:62).

Os crentes sinceros de todas as religiões, de facto, formam a comunidade dos justos, e Deus estende a Sua graça, sobre eles, com justiça:

«Quanto aos muçulmanos e às muçulmanas, aos fiéis e às fiéis, aos obedientes e às obedientes, aos verazes e às verazes, aos perseverantes e às per-severantes, aos humildes e às humildes, aos cari-tativos e às caritativas, aos jejuadores e às jejua-doras, aos recatados e às recatadas, aos que se recordam muito de Deus e às que se recordam d’Ele, saibam que Deus lhes tem destinado a indulgência e uma magnífica recompensa». (33:35).

Quinto: O Islão afirma, inequivocamente, o direito de cada individuo à liberdade de pensamento e religião. Se alguém tiver o tempo necessário para ler o Alcorão e estudar a vida do Profeta Muhammad, a paz esteja com ele, e à dos seus companheiros, descobrirá que eles construíram uma sociedade baseada no amor, misericór-dia, justiça e irmandade. Também encontrará que a sua aceitação do Islão foi resultado do uso da sua razão e convicção, e não da violência, compulsão ou opres-são. O Sagrado Alcorão ordena:

«Não há compulsão na religião: o caminho verda-deiro já está distinto do errado; aquele que rejeita o mal e crê em Deus terá lançado mão de um susten-táculo firme, inquebrantável». (2:256).

O Islão insiste que as pessoas, não só as muçul-manas, devem desfrutar da liberdade de religião e ado-ração; considera os lugares de adoração sagrados, sejam estes judeus, cristãos ou muçulmanos, e pede aos muçulmanos que defendam esta liberdade de culto para todos. O Islão busca o estabelecimento de uma sociedade livre e universal na qual todos possam viver desfrutando da liberdade religiosa, a salvo e em igual-dade. Deus disse no Alcorão:

«E se Deus não tivesse refreado os instintos ma-lignos de uns em relação aos outros, teriam sido destruídos mosteiros, igrejas, sinagogas e mesqui-tas, onde o nome de Deus é frequentemente celebra-do. Na verdade, Deus secundará quem O secundar, em Sua causa». (22:40).

Sexto: Outro ponto importante dentro da tolerância religiosa do Islão é a ideia de que, onde existam diferenças de credo, os seus seguidores devem relacionar-se uns com os outros sobre a base do respeito mútuo e da amabilidade. O Islão convida os muçulmanos a conduzir este diálogo, e também os debates, sobre assuntos religiosos, com um espírito de amabilidade, sensibilidade e boas intenções e nunca com hostilidade ou violência. Deus disse no Sagrado Alcorão:

«E não discutas com os adeptos do Livro, senão da melhor maneira». (29:46).

O reconhecimento de que Deus é o Senhor de tudo, o Único Juiz e o Conhecedor de tudo, é a razão pela qual os muçulmanos levam as suas discussões com amabi-lidade:

«Convoca à senda do Teu Senhor com sabedoria e uma bela exortação». (16:125).

Inclusivamente quando se enfrentam pessoas que são hostis à sua fé e a eles mesmos, os muçulmanos devem tomar o caminho da bondade, paz e unidade e res-ponder com paciência e amabilidade. Deus dirige-se aos crentes da seguinte maneira:

«Jamais poderão equiparar-se a bondade e a maldade! Retribui (ó Mohammad) o mal da melhor forma possível, e eis que aquele que nutria inimizade por ti converter-se-á em íntimo amigo!» (41:34).

A tolerância do Islão na prática: alguns exemplos históricos

Inclusivamente um olhar superficial sobre a história antiga do Islão descobrirá exemplos marcantes da tolerância islâmica. Vou apresentar aqui só uns poucos, como exemplos úteis de harmonia inter-religiosa. Durante a sua vida como homem de religião e chefe de estado, o Profeta Muhammad, a paz esteja com ele, mostrou uma grande sensibilidade e respeito no seu trato com os "Adeptos do Livro", ou seja, com os judeus e os cristãos. Seguindo o espírito da revelação do Sagrado Alcorão que lhe havia sido confiado, o Profeta Muhammad, paz esteja com ele, proibiu os muçulmanos de maltratar os não muçulmanos, dizendo: "quem maltrate um cristão ou um judeu será meu inimigo no Dia do Juízo".

O que primeiro fez o Profeta Muhammad, paz esteja com ele, depois de entrar em Medina, onde havia sido convidado como seu líder, foi fazer um pacto entre os muçulmanos e os "Adeptos do Livro" dessa cidade. Nes-se tratado acordou-se que os muçulmanos lhes garan-tiriam a liberdade de crença e os mesmos direitos e deveres que aos muçulmanos. Quando uma delegação de cristãos de Abissínia chegou a Medina, o Profeta, a paz esteja com ele, levou-os à mesquita e encarregou- -se pessoalmente deles. Logo depois de lhes servir a comida disse-lhes que tinham sido tão amáveis e gene-rosos com os seus companheiros, que tinham emigrado anteriormente para Abissínia, que não podia fazer me-nos que honrá-los ele mesmo.

Assim como, quando chegou a Medina a delegação cristã de Najran, no sudoeste da Arábia, o Profeta recebeu-os na mesquita e convidou-os a fazer as suas orações na mesquita. Os muçulmanos, junto ao Profeta, rezaram numa parte da mesquita e os cristãos na outra; durante a sua visita, o Profeta debateu muitas ideias com eles, de forma educada e amável.

Os sucessores do Profeta continuaram aplicando esta política Alcorânica de tolerância religiosa. Quando Umar ibn Al-Khatab, o segundo califa, libertou Jerusalém da ocupação Romano-bizantina, aceitou as condições que lhe pediam os habitantes cristãos; inclusivamente, du-rante a sua estadia nessa cidade, uma vez, em que Umar estava dentro da igreja mais importante de Jeru-salém, chegou o tempo da oração da tarde, os cristãos ofereceram-lhe fazer as orações na igreja; mas ele recusou, por receio de que os muçulmanos de gerações futuras confiscassem a igreja para fazer uma mesquita.

Quando uma mulher copta, uma seita cristã do Egipto, veio a Umar queixando-se de que o governador muçul-mano Amr ibn al-As tinha tomado a sua casa para acrescentar o seu terreno a uma mesquita que se estava a construir ao lado, Umar indagou ao governador sobre a questão e Amr disse-lhe que o número de muçul-manos tinha crescido tanto que necessitavam de ampliar a mesquita. Amr explicou-lhe que tinha oferecido à mulher uma grande quantidade de dinheiro, mas que ela o tinha recusado e, por isso, tinha deixado o respectivo dinheiro num fundo, para que ela o tomasse quando quisesse. E actuou dessa forma, pois as leis modernas permitam este tipo de procedimento. Umar não aceitou essa justificação por ir contra os princípios islâmi-cos e ordenou aos muçulmanos que detivessem a expansão e reconstruissem a casa da mulher cristã, tal como era antes.

A Jizya, o imposto que os não muçulmanos deviam pagar nos territórios muçulmanos em troca de proteção militar e de outros benefícios que lhes oferecia o estado, foi outro tema que causou mal-entendidos. Quando os muçulmanos se deram conta que tinham sido ven-cidos na cidade de Homs e que não podiam garantir por mais tempo a proteção aos cristãos, devolveram-lhes a Jizya. Os muçulmanos, de facto, “pagam um imposto” chamado Zakat, destinado aos mais necessitados, que é muitas vezes maior que a Jizya.

Um dia Umar ibn al-Khatab viu um homem pedindo esmola na rua e tendo perguntado quem era esse homem, disseram-lhe que era um judeu. Umar tomou-o na sua mão e levou-o a sua casa, alimentou-o e deu-lhe dinheiro e mandou-o ao Tesouro dos muçulmanos, di-zendo: “deem a este homem do dinheiro dos necessita-dos muçulmanos. Por acaso está permitido tomar o seu dinheiro (de Jizya) quando ele era jovem e negá-lo ago-ra, na sua necessidade? Isso não é possível no Islão”.

O filho do governador do Egipto correu numa corrida de cavalos com um cristão copta e o cristão ganhou. Enfadado, o filho do governador golpeou-o com o seu chicote. O homem levou o seu caso a Umar no período de Hajj (a peregrinação anual dos muçulmanos a Meca) e, em frente de todos os muçulmanos, Umar ibn al-Khatab deu um chicote ao cristão copta, dizendo-lhe: "golpeia o homem que te golpeou". Depois, Umar dirigiu--se a Amr, o governador do Egipto, dizendo-lhe: "Como se pode fazer escravo a alguém que nasceu livre?".

Os cargos nos estados islâmicos davam-se aos me-lhor qualificados, independentemente das suas cren-ças ou origens. Por exemplo, ibn Athal, o médico cristão, foi médico privado de Mu’awiya, o fundador do estado Omíada. Outro califa Omíada, Abdul Malik ibn Marwan, pôs dois cristãos, Atanásio e Isaac, nas posições mais altas de Egipto. Adud al-Dawla, o califa Abássida, fez de Nasr ibn Harun, um cristão, o seu primeiro-ministro e deu-lhe autoridade sobre o Ira-que e o sul da Pérsia.

O Islão garante aos não muçulmanos os seus direitos, junto aos dos muçulmanos, entre eles o direito à vida, à liberdade e à propriedade. O Profeta Muhammad, a paz esteja com ele, disse: "Quem maltrata um não muçul-mano ou lhe impõe cargas superiores às que pode suportar, encontrar-me-á como seu inimigo". O Islão permite aos não muçulmanos viver em terras muçul-manas com respeito e honra, longe de impor segrega-ção, permite-lhes participar completamente na socieda-de islâmica e participar nas actividades dos muçulma-nos, de acordo com o que estabelece Deus no Alcorão:

«Hoje, estão-vos permitidas todas as coisas sa-dias, assim como vos é lícito o alimento dos que receberam o Livro, da mesma forma que o vosso é lícito para eles. Está-vos permitido casardes com as castas, dentre as fiéis, e com as castas, dentre aquelas que receberam o Livro antes de vós». (5:5)

Esperanças no Futuro

Os dias em que a humanidade podia simplesmente aceitar a ignorância e a imitação cega foram-se para sempre. É o tempo do conhecimento, da luz e da verdade. Um tempo em que a humanidade só aceita as coisas de acordo com a razão, a lógica e a evidência científica. A humanidade chegou a um alto nível de progresso científico e luxos materiais, longe do ima-ginável pelas gentes de tempos passados. No entanto, a humanidade está ameaçada pela destruição de duas perspectivas: a espiritual e a física. Em último termo, os problemas da civilização moderna se devem à sua indiferença frente a Deus e frente à orientação espiritual que Ele oferece a todos. Deus enviou os Seus mensa-geiros e profetas através dos tempos como um presente da Sua parte, para guiar a humanidade à felicidade e ao êxito. No Alcorão, Deus disse ao Profeta Muhammad:

«E não te enviámos senão como misericórdia para toda a humanidade». (21:107).

As mensagens de Deus, através dos séculos, aconselharam a gente a viver como uma família, em amor e tolerância. Esta é a única forma de vida através da qual a humanidade se pode assegurar e desfrutar das graças de Deus e, ao mesmo tempo, dos frutos do progresso moderno. Se a humanidade tivesse levado no seu coração a essência das revelações divinas, não teria sofrido o inferno das duas últimas Guerras Mundiais e não estaria à beira do desastre nuclear ou da destruição do meio ambiente.

Os homens e as mulheres de fé devem despertar, abrir os seus olhos, e começar a olhar uns aos outros através de lentes que aproximem as coisas e não das que as afastem. A paz verdadeira só se pode conseguir se estivermos unidos sob o estandarte de Deus e dos Seus mensageiros, e nos unirmos em irmandade e co-operação, para construir uma fé racional para a gente do presente e das gerações futuras. Se pudéssemos en-contrar a coragem suficiente para o fazer, os seres hu-manos poderiam viver num paraíso terreno enquanto esperam pelo Paraíso Eterno.

É o momento para que as nossas nações do mundo cooperem com amor e generosidade e se unam na adoração do Único Criador do Universo, o Mais Com-passivo, o Mais Misericordioso. Ao fazê-lo, reviveremos e realizaremos os ensinamentos dos profetas, de uma forma consistente com as realidades da civilização mo-derna, cooperando nas coisas em que estamos de acordo e debatendo de maneira fraternal nas que dife-rimos.

Que Deus nos guie até ao bem, para buscar a verdade, sem prejuízos nem ambições terrenas, com o espírito do amor, da tolerância e da irmandade. 

Todos os louvores e graças são para Deus, o Senhor do Universo. Que a Paz esteja convosco.

Quem não pretender continuar a receber estas reflexões, por favor dê essa indicação e retirarei o respectivo endereço desta lista.

Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 02/04/2015

OS ANJOS – 4ª. PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Israfil (Aleihi Salam) – Rafael (Que a Paz de Deus esteja com ele), é o anjo  responsável pelos toques da trompeta no dia do Juízo Final”. Ao Primeiro Som, todos os seres vivos serão destruídos. Ao soprar a trompeta pela segunda vez, todas as almas ressuscitarão com a permissão de Deus, para prestarem contas do que fizeram neste mundo passageiro. Abd al Rahman b. Auf referiu: “Eu perguntei a Aisha, a mãe dos crentes para me informar quais as palavras que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) iniciava as orações, quando ele se levantava durante a noite (qiyam al-layl). Ela respondeu: Quando ele se levanta à noite, ele inicia as orações com estas palavras: “Ó Allah, Senhor de Gabriel, e Miguel e de Israfil, Criador dos céus e da terra, que conheces o invisível e o que é visto. Tu decidistes entre os Teus servos, as suas diferenças. Guia-me com a Tua permissão nas visões divergentes (que as pessoas têm) sobre a verdade, pois Tu é que guias a quem Tu queres para o caminho recto. Muslim 4:1694.

Outros anjos circulam pelo mundo à procura dos crentes que estão na recordação de Deus (Zikr). Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: Deus designou um grupo de anjos que percorrem as ruas em busca do agrupamento das pessoas que se encontram na recordação de Deus. E quando encontram esse agrupamento, chamam pelos outros anjos, para virem ver o que estavam procurando. Então os anjos os cobrem com as suas asas até ao céu …”. Bhukari e Muslim.

A intervenção dos anjos nas nossas vidas, começa no início da nossa gestação, quando na barriga das nossas mães, os nossos órgãos e o nosso corpo começam a ganhar forma. O destino é então traçado para toda a nossa vida. A ciência médica actual confirma as fases da gestação e formação do ser humano, transmitidas há mais de 1.400 anos através do seguinte hadice: Abdullah (b. Massud) (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam), cuja sinceridade e veracidade é um facto, disse: “De facto, é desta maneira a Sua criação. Os elementos de cada um de vós são reunidos no ventre da vossa mãe durante quarenta dias, na forma de sangue, depois torna-se um coágulo de sangue no outro período de quarenta dias. Então torna-se um pedaço de carne e quarenta dias mais tarde, Deus envia o Seu anjo e com ele com ordens acerca de quatro assuntos: (1) escrever o seu sustento; (2) a sua morte; (3) suas acções; (4) sua fortuna e a sua pobreza. Por Ele, além do qual não existe outro deus, se um de vós age como as pessoas que merecem o paraíso até que a distância entre vós e o paraíso for (só) de um palmo, quando de repente ele é antecipado pelo destino e começa a praticar actos dos residentes do inferno e assim entra no inferno. E outro que que actua de acordo com os residentes do inferno, até que a distância entre ele e o inferno for (só) de um palmo e ser antecipado pelo que estiver destinado, em seguida ele começa a praticar acções das pessoas do paraíso e entra no paraíso. Muslim. 33.6390. Este hadice foi também compilado por Bhukari.

As nossas mães protegem-nos quando somos pequenos e até já crescidos. Com bravura, os animais (fêmeas) protegem os seus filhotes dos ataques dos predadores. Também as nossas mães cuidam de nós e nos protegem em todas as fases do nosso crescimento. Muitas vezes, as nossas mães não revelam as nossas falhas, o que nos salva de levarmos uma reprimenda dos nossos pais. Os Anjos também são protectores dos crentes. “Diz-lhes: Ele é o Soberano Absoluto dos Seus servos e vos envia anjos da guarda para que, se a morte chegar a algum de vós, os Nossos mensageiros o recolham, sem negligenciarem o seu dever”. Cur’ane 6:61.

Dois anjos permanecem com o ser humano. Um deles anota as boas acções e outro, as más acções. “Criamos o homem e sabemos o que a sua alma lhe confidencia, porque estamos mais perto dele do que a (sua) veia jugular. Eis que dois (anjos da guarda), são apontados para anotarem (suas obras), um sentado à sua direita e o outro à esquerda”. Cur’ane 50:16 e 17.

“ALLAHU NURO SAAMÁ WÁTI WAL ARDH. “ALLAH É A LUZ DOS CÉUS E DA TERRA”. “Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

02/04/2015

segunda-feira, março 30, 2015

A L M A D I N A AS REGRAS ALIMENTARES NO ISSLAM - Por: Sheikh Aminuddin Mohamad

O Isslam não se restringe apenas a um conjunto de rituais, pois vai muito para além disso. É um código de vida completo, que exige dos seus seguidores uma vida inteira passada em conformidade com as ordens do Criador, bem como com as orientações deixadas pelo Seu Mensageiro. Isto não se limita aos assuntos espirituais, estendendo-se também à vertente material da vida como por exemplo, em matérias relacionadas à nutrição e saúde. O Isslam transmite-nos orientações sobre o que se deve comer e vestir, bem como sobre o que se deve evitar. No capítulo dos alimentos o Al-Qur’án diz no Cap. 16, Vers. 114 – 115:

“Comei portanto, dos alimentos Halaal (lícitos) e bons que Deus vos deu, e agradecei o favor de Deus se é só a Ele que adorais.

Ele apenas proibiu-vos (de consumir) a carne do animal que morre de causas naturais, o sangue, a carne de porco, e o que é degolado em nome do quer que seja para além de Deus. Mas caso alguém se veja forçado (a comer dessa carne) pela necessidade, não o desejando, nem atravessando o limite (da necessidade absoluta, só para se manter vivo), então, Deus é Perdoador, Misericordioso”.

Deduzimos destes versículos, que podemos comer tudo o que é Halaal e bom, e que comidas sujas são Haraam (proibidas), mas que no momento de necessidade, para salvar a vida, se pode comer algo que seja Haraam.

Antes de mais temos que entender que só Deus tem a autoridade de declarar algo Halaal ou Haraam, pois nem mesmo os profetas têm essa autoridade.

Por isso Deus diz no Cap. 2, Vers. 168 do Al-Qur’án: 
“Ó Homens! Comei do que há na Terra, que seja lícito, bom e saudável, e não sigais os passos de Satanás. Certamente ele é para vós, um inimigo declarado”. 

Deus criou muita coisa na Terra, que pode servir de alimento para nós. Por exemplo, criou variedades de vegetais, de frutas e de cereais. Criou o leite, o marisco e o mel. Criou também vários animais de onde vamos buscar as carnes, tanto de quadrúpedes como de aves, de animais bravios, etc. A carne destes animais que Deus colocou à disposição do Ser Humano pode ser consumida (excepto a dos animais declarados Haraam), desde que sejam degolados em nome de Deus, derramando todo o sangue conforme as regras de Sharia.

Portanto, estes dois aspectos são a fórmula para tornar a carne Halaal.

É igualmente permitida a carne de caça, assim como consta no Al-Qur’án, Cap. 5, Vers. 4:

“Perguntam-te (ó Muhammad), o que é lícito para eles; Responde: ‘são lícitas para vós todas as boas coisas, e (é igualmente lícita) a caça trazida para vós por aqueles animais de caça (cães, aves) que vós treinastes e ensinastes daquilo que Deus vos ensinou’. Portanto, comei do que caçam para vós, e mencionai o nome de Deus sobre isso (isto é, ao soltar os animais de caça adestrados)”.

Portanto, todos aqueles que se sentem muçulmanos, antes de comerem carne devem procurar saber se tal carne é de algum animal ou ave Halaal, e se se aplicou sobre esse animal abatido a fórmula prescrita pelo Sharia.

Quanto à comida dos Adeptos do Livro (judeus e cristãos), consta o seguinte, no Cap. 5, Vers. 5 do Al-Qur’án:“Hoje são lícitas para vós, todas as boas coisas; E o alimento daqueles a quem foi dado o Livro, também é lícito para vós, e vosso alimento é lícito para eles”.

A comida deles é lícita para nós, nas mesmas condições impostas a nós, porque segundo a Bíblia, foram aplicadas as mesmas regras de Halaal e Haraam que constam no Al-Qur’án. Portanto, também para eles (cristãos e judeus) foi vedado o consumo de animal que tenha morrido de morte natural.

Consta na Bíblia, Levítico, 11; 39:“E, se morrer algum dos animais que vos servem de mantimento, quem tocar no seu cadáver será imundo até á tarde; Quem comer do seu cadáver lavará as suas vestes e será imundo até à tarde; E quem levar o seu corpo morto lavará as suas vestes e será imundo até à tarde”.

Consta também na Bíblia, Deuteronómio, 14; 21: “Não comereis nenhum animal morto”.

E sobre o porco, consta na Bíblia, Levítico, 11; 7 – 8: “Também o porco, porque tem unhas fendidas……; Este vos será imundo; da sua carne não comereis, nem tocareis no seu cadáver. Estes vos serão imundos”.

Ainda no Deutoronómio, 14; 8: “Nem o porco, porque tem unhas fendidas, mas não remoi; imundo vos será, não comereis da carne destes e não tocareis no seu cadáver”

Mas os alimentos deles (judeus cristãos) só são Halaal para nós, se na comida confeccionada não tiver sido introduzido qualquer carne ou condimento Haraam como por exemplo, bebidas alcoólicas ou algum derivado de porco, pois tudo isso Deus declarou Haraam para eles também.

Portanto, se alguém de entre eles transgredir essas leis e não respeitar a proibição, e comer do Haraam, então tal comida não é lícita para nós.

Infelizmente hoje em dia, muitos não respeitam as regras impostas pela Bíblia, e consomem carne de porco, não abatem os outros animais lícitos em nome de Deus, e na preparação de alimentos usam o álcool, pois muitos deles até confessam serem ateus, portanto, não praticantes de nenhuma religião, pelo que não é lícito aos muçulmanos consumirem desses alimentos.

E se alguém estiver de viagem, deve optar por outras alternativas: mariscos, vegetais, etc.

A proibição tanto na Bíblia como no Al-Qurán, de consumo de porco e de qualquer animal morto de morte natural, tem por objectivo a defesa da nossa saúde, pois a carne desses animais pode ser prejudicial à nossa saúde, provocando assim graves doenças.

Ainda sobre os animais ilícitos, consta no Al-Qur’án, Cap. 5, Vers. 3: “É-vos proibido o animal morto, o sangue, a carne de porco, e os animais degolados sob invocação de outro nome que não o de Deus, o estrangulado, o morto por pancadas, ou por queda, ou por chifrada, (os restos) dos animais consumidos por feras (excepto o que degolastes de forma ritual, enquanto vivos), e o que foi sacrificado para os ídolos (nos altares); E (é proibido) fazer consultas à sorte através de setas (de adivinhação). Tudo isso é pecado”.

Portanto, a nossa religião está facilitada e não impõe dificuldades às pessoas, pelo que em caso de necessidade extrema, em que a pessoa não encontra alimentos Halaal correndo o risco de morrer, então aí a regra é a de excepção, pois a vida é só uma e é valiosa, sendo que a sua preservação constitui uma obrigação. Nesse caso, a pessoa poderá comer qualquer coisa que encontrar para salvar a sua vida. Sobre isto, o Al-Qur’án diz no Cap. 5, Vers. 3: “Mas quem na fome extrema for forçado (a comer do ilícito) sem se inclinar (intencionalmente) para o pecado (nem exceder o que é necessário) então (sabei que) certamente Deus é Perdoador, Misericordioso”.

Se alguém adoecer e o médico prescrever-lhe algum medicamento que contenha álcool ou qualquer outra substância ilícita, então, tratando-se de uma situação de necessidade, ele deve tomar esse medicamento e não pôr em perigo a sua vida, nem deixar que a sua saúde se deteriore.

Este é um ponto importante que os nutricionistas devem saber.

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuh

sexta-feira, março 27, 2015

O Que é o Alcorão Por: M. Yiossuf Adamgy

Prezados Irmãos, 

Assalamu Alaikum (A paz esteja convosco):

O Alcorão é uma Mensagem que explica os tesouros espirituais de Deus, que são observados na Terra e no Céu. Fornece-nos informações sobre o desconhecido. É o sol, a fundação e o plano definitivo do Islão, bem como a tradução eterna do Universo. É um livro generoso e celestial, que Deus nos enviou para satisfazer todas as nossas necessidades, quer físicas ou espirituais. Os mais belos nomes de Deus e o seu trono são a fonte do Alcorão. Quando falamos de «a Palavra de Deus», referimo-nos ao Alcorão. Através dele, o Criador do Céu e da Terra nos fala; é um édito do Criador do Universo, a Palavra de Deus, o Senhor de todos os seres criados.

O Alcorão é um livro de leis divinas, um livro de men-sagens maravilhosas, comparáveis com o apreço dos seres humanos. O Alcorão veio d’Ele e foi criado dentro dos limites do mundo dos seres humanos. É um livro milagroso que contém a essência de todo o conhecimento. É um livro cujas maravilhas nunca acabam. Inclui discernimentos religiosos e conhecimento inestimável e ensina-nos como devemos recitar, quando devemos re-zar e como devemos rezar. É a mãe de todos os livros. O Profeta, a paz esteja com ele, disse sobre o Alcorão: «É um tesouro que faz com que alguém só ne-cessite dele». (Mayma al-Zawaid, 7, 158). Neste Hadith, o Profeta (ﷺ = S.A.W. = que a paz e bênção de Deus estejam com ele) afirma que o Alcorão inclui todos os tipos de conhecimento, aborda todos os tipos de pes-soas e oferece soluções para todos os tipos de proble-mas.

O Alcorão é a fonte da vida das almas, a base da moralidade e da essência das orações. O Profeta ﷺ expressou: «Podeis ter certeza de que o Alcorão é a festa oferecida por Deus» (Daarimi, Fadail Al Quran, 1). Este festival oferece todos os tipos de refeições, do-ces e saborosas. Embora cada refeição possa ter um sabor e composição diferentes, todos podem encontrar algo que gostem nesta festa. Ao dizer 'que quem assistir a este festival não vai ter medo ou passar fome', Abdul-lah ibn Ma’sud assinala o facto de que o Alcorão, com o seu grande e abundante conteúdo, oferece soluções para os problemas do mundo. Uma vez que é a fonte de todo conhecimento e informação – de que os muçulmanos são orgulhosos – diz-se que «o Islão é a civilização Alcorânica». O Profeta ﷺ nos apresentou e ensinou esta Primavera sagrada. Suas palavras são as manifestações que explicam melhor o conteúdo do Alcorão. Num Hadith, o Profeta ﷺ disse: 

«O Alcorão é um livro que inclui crónicas do passado (das nações anteriores), a fitna (os actos de sedição e os conflitos internos, a anarquia e a subversão), que os perseguirão até o Dia do Juízo e os julgamentos sobre situações que ocorrem entre vós. É a única medida que separa o que é verdade e o que é falso. Todo o seu conteúdo é sensato. A quem o abandonar por medo de um tirano e deixar de praticar (o que diz o Alcorão), Deus o fará cair em devastação. Quem procurar uma orientação em qualquer outra parte será perdido por Deus. Certamente é a corda mais forte de Deus (a que podemos agarrar). É uma recordação cheia de sabe-doria e um caminho que nos leva à Verdade. Salva àqueles que o seguem de desvio (ao evitar que fiquem apanhados por várias tentações).Os estudiosos nunca podem saciar a sede do mesmo. As suas frequentes repetições não cansam a quem o lê, nem o prazer diminui. Os seus aspectos fascinantes não têm fim. É um livro tal que quando os génios o ouvem, não podem evitar dizer: “Na verdade, ouvimos um discurso ad-mirável, que leva à rectidão; e que acreditamos nele!”». (Alcorão, 72:1-2). 

Quem fala assim, diz a verdade. Quem o siga, certamente será recompensado. Quem julgue na base deste livro sagrado, julga de forma justa. Quem chama para este livro, chama para a senda recta. (Tirmidhi, Fadail al-Quran, 14).

Este Hadith menciona muitas das características do Sagrado Alcorão. Ressalta que distingue o verdadeiro do falso, que é a mais forte orientação de Deus, que é a recordação mais sábia e que é o caminho para Deus. Uma das características fundamentais do Alcorão é o acto de distinguir o verdadeiro do falso. A este respeito, o Alcorão é também chamado de Furqán: «Bendito Aquele que o enviou, gradualmente, ao seu servo o critério (Furqán) para puder discernir o verdadeiro do falso» (25:1).

Declarando que o Alcorão é universal, este versículo enfatiza que Furqán distingue o verdadeiro do falso, organiza as vidas dos que assimilam o Islão e mostra o que é bom e o que é mau. Como se afirma no Hadith acima mencionado, o Alcorão é uma orientação firme, enviada por Deus para conduzir àqueles que se aderem a ele, para o verdadeiro caminho. Ele é composto de palavras de sabedoria e é uma sábia recordação. O Alcorão, na sua infinita sabedoria, menciona tudo o que é suficiente para satisfazer as necessidades dos seres humanos. Proporciona aos crentes uma apropriada recordação e conselho para seguir o caminho que deve ser tomado e viver vidas que devem viver. É o caminho mais genuíno. 

É uma orientação que impede as pessoas dos extremos, não só nas questões relacionadas com a fé e crenças, mas também nos assuntos sociais, económicos e administrativos.■

Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 26/03/2015.

JUMA MUBARAK TEMA DA SEMANA: OS ANJOS – 3ª. PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) Podemos considerar o mais importante, o Anjo Jibrail (Aleihi Salam) – Gabriel (Que a Paz de Deus esteja com ele) que foi incumbido por Deus para ser porta-voz das Revelações Divinas para os Mensageiros. Ele trouxe a revelação do Cur’ane ao Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), que decorou os versículos e os transmitiu aos seus companheiros (Radiyalahu an-huma) para compilação e divulgação sob forma escrita e oral. 

O Cur’ane é o último Livro enviado por Deus para toda a humanidade. “Dize-lhes: Quem for inimigo de Gabriel, saiba que ele, com o beneplácito de Deus, impregnou-te (o Cur’ane) no coração, para corroborar o que foi revelado antes; é orientação e alvíssaras de boas novas para os fiéis”. Cur’ane 2:97. 

Os anjos responsáveis pela guarda do inferno, são liderados por Malik (Aleihi Salam). No inferno as pessoas que não acreditaram em Deus e que cometeram graves pecados irão chorar e arrepender-se, mas será tarde demais. Quando forem encaminhados, em grupos, para o inferno, os anjos que se encontrarem nas respectivas portas lhes perguntarão: “Acaso não vos foram apresentados mensageiros de vossa estirpe, que vos ditaram os versículos do Vosso Senhor e vos admoestaram acerca do comparecimento deste dia? Responderão: Sim! Então o decreto do castigo recairá sobre os incrédulos”. Cur’ane 39:71

E refere ainda o Livro Sagrado: “(Os residentes do inferno) gritarão: “Ó Malik, que teu Senhor nos aniquile! E ele dirá: “Sabei que permanecereis aqui (eternamente)”. Cur’ane 43:77. 

O anjo Mikáil - Miguel (Que a Paz de Deus esteja com ele), é responsável pelas execuções das ordens de Deus na terra, nomeadamente pela alimentação e pelas chuvas. Existem outros anjos que trabalham sob seu comando, nas nuvens, mares, rios e ventos. “Quem for inimigo de Deus, de Seus Anjos, de Seus Mensageiros, (dos anjos) Gabriel e Miguel, saiba que Deus é adversário dos incrédulos”. Cur’ane 2:98.

Israil (Aleihi Salam) - (Que a Paz de Deus esteja com ele) é o anjo da morte. Tem outros anjos ao seu serviço, encarregados de tirar as almas. ”Diz-lhes: O anjo da morte, que foi designado para vos guardar, recolher-vos-á e logo retornareis ao Vosso Senhor”. Cur’ane 32.11. “KULÚ NAFSIN ZAÁIKATUL MAUTI….” -Toda a alma provará o sabor da morte e Vos provaremos com o mal e com o bem e a Nós retornareis”. Cur’ane 21:35. “Inna Lilahi Wa Inna Ileihi Rájiuna – Viemos de Deus e para Ele retornaremos. Cur’ane 2:156

O verdadeiro servo de Allah Subhana Wataala, não deve ter medo da morte. Alguém tem medo de se juntar ao seu amigo e cujo amor é recíproco? Quando um anjo da morte vem ter com um crente para lhe tirar a alma, saúda-o, dizendo: “Assalamo alayka yaa Waliyullah – Que a Paz de Allah esteja contigo ó amigo de Deus”. 

Dois anjos nos interrogarão nas nossas sepulturas. São eles o Munkar e Nakir. Eles são completamente diferentes dos restantes anjos. De cor negra e olhos azuis, com aspecto aterrador e muito rudes. “Quando o corpo do morto é colocado na sepultura ele ouve o som dos sapatos dos parentes e amigos a abandonarem o local”. (Muslim). É depois “acordado” com um grande alarido. São os anjos Munkar e Nakir, que o vêm interrogar. Suas vozes serão intensas como trovões e os olhos como um pesado rastro de relâmpago. Eles o empurrarão, acotovelarão rudemente. Falarão asperamente e o farão sentir terror! Nessa altura, ser-lhe-ão restituídos os seus sentidos e inteligência, idênticos aos que tinha quando era vivo, para responder às seguintes questões: “Quem é o teu Senhor; Qual é a tua religião; E quem é o teu Profeta”. 

As respostas serão dadas de acordo com as acções praticadas no mundo e nenhuma cábula será levada para servir de apoio! Os verdadeiros crentes não terão que se preocupar porque as boas acções praticadas neste mundo serão um escudo protector na altura da morte e durante a permanência na sepultura, conforme um longo hadice que se transcreve uma parte: Abdur Rahman Bin Samrah referiu em Tibrani, Hakeem Tirmizi e Asphahani que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), veio ter com ele quando estava na companhia de outros Sahabas (Radiyalahu an-huma) e contou-lhes que na noite anterior teve um sonho muito especial: Contou então o seguinte: “Eu vi um homem entre os meus seguidores, a quem o anjo da morte tinha aparecido para lhe levar a alma. Nessa altura, apareceu a bondade que ele tinha tido com os seus pais e disse adeus ao anjo da morte. Eu vi uma pessoa entre os meus seguidores, que tinha acabado de ser enterrado e quando chegou a hora da punição do túmulo, veio o seu Uzhú (ablução) e salvou-o da punição. Eu vi uma pessoa entre os meus seguidores quase a morrer e os demónios lhe tinham feito a vida miserável. Veio então à sua memória a lembrança de Deus, que afastou os demónios (Shaytan). Eu vi um homem entre os meus seguidores a quem os anjos da punição tinham aterrorizado e entristecido. Vieram então as suas orações (Salat) e salvaram-no.

“Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10. 
Cumprimentos 
Abdul Rehman Mangá 
26/03/2015

segunda-feira, março 23, 2015

O significado do pronome "Nós" como usado no Alcorão

É uma figura de estilo literário em árabe que uma pessoa possa se referir a si própria pelo pronome nahnu (nós) para denotar respeito ou exaltação. Também pode usar a palavra ana (eu), indicando a própria pessoa ou, então, a terceira pessoa huwa (ele).

Todos os três estilos são usados no Alcorão, onde Allah se dirige aos árabes em sua própria língua (Fataawa al-Lajnah al-Daa'imah, 4/143)

“Allah, que Ele seja glorificado e exaltado, algumas vezes se refere a Si no singular, usando seu nome ou através do uso de um pronome e, outras vezes usando o plural, como no versículo (cuja tradução pode significar):“Em verdade, Nós temos te concedido uma vitória evidente” (Al-Fath 48:1) e em outros versículos semelhantes. 

No entanto, Allah jamais se refere a Si usando o dual e sim o plural, porque o plural se refere ao respeito que Ele merece e pode se referir aos Seus nomes e atributos, ao passo que o dual se refere a um número específico (e nada mais) e Ele está muito acima disto.” ( Al-'Aqeedah al-Tadmuriyyah por Shaykh al-Islam Ibn Taymiyah, p. 75)

Essas palavras innaa ("Em verdade Nós") e nahnu ("Nós"), e outras formas de plural, podem ser usadas pela pessoa que fala em nome de um grupo ou, então, por alguém com objetivos de respeito ou exaltação, conforme adotado por alguns monarcas quando se pronunciam publicamente ou baixam decretos, nos quais dizem “Nós decidimos...”, etc. (Em português, esta figura de linguagem é conhecida como plural majestático). Em tais casos, apenas uma pessoa fala mas o plural é usado como sinal de respeito. 

O Único Que é mais merecedor de respeito do que qualquer outro é Allah, que Ele seja glorificado e exaltado, portanto, quando Ele diz no Alcorão innaa ("Em verdade Nós") e nahnu ("Nós"), o faz por respeito e exaltação e não para indicar pluralidade de pessoas. Se uma ayat deste tipo causa confusão é essencial se referir a outra ayat clara e coerente para esclarecimento e se, por exemplo, um cristão insistir em tomar uma ayat como,

Em verdade Nós: Fomos Nós que enviamos o Dhikr(isto é, o Alcorão)” , como prova da pluralidade divina podemos refutar esta alegação citando uma outra ayat que seja clara e específica, cujo significado pode ser interpretado como:

“E seu deus é Um Único Deus, não há ninguém que tenha o direito de ser adorado senão Ele, o mais Clemente, o mais Misericordioso” (al-Baqarah 2:163 e “Dizei: Ele é Allah, o Único” (al-Ikhlaas 112:1),ou outra ayat que só possa ser interpretada de uma única forma. Então, a confusão será dissipada por aquele que está procurando a verdade. Toda a vez que Allah usa o plural para se referir a Ele mesmo, é em relação ao respeito e honra que Ele merece, ao grande número de Seus nomes e atributos e ao grande número de Seus soldados e anjos.

(Al-'Aqeedah al-Tadmuriyyah by Shaykh al-Islam Ibn Taymiyah, p. 109) 

Por Yahia Adel Ibrahim

Fonte: sbmrj.org.br

Profecias corânicas sobre o futuro

Elas são inúmeras, mas veremos aqui os seguintes exemplos:a profecia sobre a vitória dos romanos:

Allah Todo Poderoso, subhanahu wa ta`ala, diz:

“Os bizantinos foram derrotados. Nas terras mais próximas (Síria, Iraque, Jordânia e Palestina) e eles, depois da derrota, serão vitoriosos. Entre três e nove anos. A decisão do assunto, antes e depois (desses eventos) é de Allah apenas (antes da derrota dos romanos pelos persas, e depois a derrota dos persas pelos romanos)...” (Alcorão 30:2-4). Sete anos depois, a profecia se realizou, e os romanos venceram os persas. 

A profecia de que tanto Walid Ibn al Mughirah quanto Abu Lahab morreriam como descrentes. A respeito de Walid, Allah, subhanahu wa ta‘ala, disse:

Deixa por Minha conta aquele que criei solitário (sem riqueza ou filhos, isto é Walid ibn al Mughirah) E depois agraciei com abundantes bens e filhos para estarem ao seu lado e tornei a vida agradável e confortável para ele. E, depois de tudo, ele quer que Eu lhe dê mais. Qual! Na verdade ele se opôs às Nossas Ayat (provas, evidências, versículos, lições, sinais, revelações). Eu o obrigarei a (escalar uma montanha escorregadia no Inferno, chamada As-As’ud ou) enfrentar grandes tormentos. Na verdade, ele conspirou. Portanto, que ele seja amaldiçoado: como ele conspirou! Então ele pensou. Então ele voltou e estava orgulhoso. Então ele disse: ‘Nada mais é do que mágica daquele velho. Nada mais é do que a palavra de um ser humano!’ Eu o lançarei ao Inferno. E o que o fará saber (exatamente) o que é o Inferno? Nada é poupado (todo pecador) e nada (deixará de ser queimado)!” [Alcorão 74:11-18]

E em relação a Abu Lahab disse Allah, subhanahu wa ta’ala:

Que pereça o poder de Abu Lahab (um tio do Profeta) e pereça ele também! De nada lhe valerão os seus bens nem tudo quanto lucrou. Entrará no fogo abrasador!” [Alcorão, 111:1-3]


A profecia sobre o retorno a Meca, que ele deixou ao ir para Madina:

Allah, ‘azza wa jall, diz:

Em verdade, Quem te prescreveu (ó Muhammad) o Alcorão (isto é, ordenou que tu agisses de acordo com suas leis e o pregasse aos outros) te levará de volta a Ma’ad (lugar de retorno, seja Meca ou o Paraíso depois de tua morte)...”. [Alcorão 28:85] . E o Profeta, salallahu ‘alaihi wa salam, retornou a Meca no Ano da Conquista.

A profecia de que o Profeta, salallahu ‘alaihi wa salam, e os muçulmanos entrariam em Meca em segurança:

“...E, por certo, entrareis na Masjid al Haram, se Allah quiser, em segurança, com os cabelos raspados (alguns) e (alguns) com os cabelos cortados, sem medo...” [Alcorão, 48:27] . Essa profecia se realizou, e os muçulmanos conquistaram Meca e entraram naMasjid al Haram em completa segurança.


A profecia de que seriam concedidos aos muçulmanos sucessão e autoridade. Allah, Todo-Poderoso, diz:

“Allah prometeu àqueles dentre vós que acreditam e praticam o bem que Ele vos tornará herdeiros da terra, como fez com os vossos antepassados e que Ele vos concederá autoridade para praticar a religião que Ele escolheu para eles (isto é, o Islam). E Ele dará a eles, em troca, a segurança depois da apreensão - que Me adorem e não Me associem a ninguém!.” [Alcorão, 24:55]. Allah, subhana wa ta’ala, cumpriu a promessa feita ao Profeta, salallahu alaihi wa salam, e à sua nação. Fez deles sucessores de grandes reis e poderosos governantes, cujas terras e propriedades os muçulmanos herdaram.

Dr. Abdul Radhi Muhammad Abdul Mohsen

Muhammad's Prophethood: Reality or Hoax 
© 1999 IIPH
Fonte: http://islamemlinha.com/index.php/artigos/o-nobre-alcorao/item/profecias-coranicas-sobre-o-futuro?category_id=149

O Alcorão se interessa pelo meio-ambiente


É impressionante para os pesquisadores justos como o Alcorão e a Sunnah se interessam pelo meio ambiente. Diz o Alcorão, por exemplo:

"Porventura, não reparam nos camelídeos, como são criados?" (88:17)

Nesta passagem, o Alcorão menciona os camelos, ao invés de outros animais. A razão disto é chamar a atenção para este animal notável e convidar as pessoas a contemplarem sua estrutura, propriedades e benefícios, porque ele é o animal doméstico mais próximo dos beduínos, para quem o Alcorão está se dirigindo.

Frequentemente o Alcorão fala dos animais domésticos (camelos, gado, carneiros) em lugar de outros animais que existem em outras regiões. A razão é para chamar a atenção das pessoas a quem ele se dirige, para os animais que fazem parte do ambiente que as cerca, a fim de que possam ser usados; agradecer às Bênçãos de Deus, comer de sua carne e beber de seu leite.

"...leite puro e saboroso para aqueles que o bebem." (16:66)

Também para a satisfação do olhar, quando eles são conduzidos pela manhã e trazidos de volta à noite.

"E tendes nele encanto, quer quando o conduzis aos apriscos, quer quando, pela manhã, os levais para o pasto." (16:6)

A mesma coisa é mencionada no Alcorão sobre as abelhas, na Surata chamada de "As Abelhas" : o mel, suas várias espécies, valor nutritivo e medicinal, na Surata chamada "As Abelhas".

Da mesma forma o Alcorão fala sobre as tamareiras, as uvas, as colheitas de diversos sabores, a oliveira e as romãs semelhantes (em espécie) e diferentes (em variedades). Aqui o Alcorão insiste em dois aspectos importantes:

1) Usufruir de sua beleza:

"Reparai em seu fruto, quando frutificam, e em sua madureza." (6:99)

2) Usar de suas substâncias, mas pagando o zakat devido, conforme prescrito por Deus.

"Comei de seus frutos, quando frutificarem, e pagai seu tributo, no dia da colheita, e não vos excedais." (6:141)

Diversas vezes foi citado no Alcorão: Proibir o desperdício da terra, uma vez que Deus (o Exaltado e o Todo Poderoso) a criou adequada e bem preparada para as sucessivas gerações humanas. O Alcorão avisa que Deus não gosta do desperdício ou daqueles que desperdiçam em vida, e isto inclui o meio ambiente, poluindo-o ou agredindo-o. Também é proibido abusar dela de qualquer forma que possa desviá-la dos objetivos para os quais Deus a criou. Seria como mostrar ingratidão a Deus, o que provocaria a vingança de Deus e seria como uma advertência para aqueles que perpetraram este crime, de que uma punição severa recairá sobre eles, da mesma forma como aconteceu antes ao povo de 'Ad e Samud e àqueles que vieram depois deles.

"Os quais transgrediram, na terra, e multiplicaram, nela, a corrupção, pelo que teu Senhor lhes infligiu variados castigos. Atenta para o fato de que o teu Senhor está sempre alerta." (89:11-14)

É como a punição que veio para os habitantes de Sabá, que não gostavam das bênçãos que Deus lhes havia concedido; terra fértil, água pura e fresca, jardins de doces perfumes, e eles relutaram, descuidaram da terra e perderam sua fonte de generosidade. Disse Deus:

"Os habitantes de Sabá tinham, em sua cidade, um sinal: duas espécies de jardins, à direita e à esquerda. (Foi-lhes dito): Desfrutai da graça de vosso Senhor e agradecei-Lhe. Tendes terra fértil e um Senhor Indulgentíssimo. Porém, desencaminharam-se. Então, desencadeamos sobre eles a inundação provinda dos diques, e substituímos seus jardins por outros cujos frutos eram amargos, e tamargueiras, e possuíam alguns lotos. Assim os castigamos, por sua ingratidão. Temos castigado, acaso, alguém, além do ingrato?" (34:15-17)

Dr. Yusuf al-Qaradawi 
Islamic Concept of Education & Economy as Seen in the Sunnah 
© 1418 AH El-Falah, Cairo, Egypt
Dr. Yusuf al-Qaradawi
Fonte: sbmrj.org.br

sexta-feira, março 20, 2015

A L M A D I N A AJUDAR OS DEFICIENTES Por: Sheikh Aminuddin Mohamad

Antes de ser um dever humano, constitui um dever religioso ajudar os deficientes, os aleijados, os incapacitados, sejam eles cegos, surdos, mudos, pernetas, manetas, mancos, enfim, qualquer que seja o defeito físico que impeça a pessoa de desenvolver as suas atividades quotidianas de forma normal.

Em vários versículos do Al-Qur’án, e também nos ditos do Profeta Muhammad (S.A.W.) nos é recomendado que nos preocupemos e sejamos misericordiosos para com os fracos e com as pessoas que tenham algum tipo de defeito físico. Por isso devemos ensinar à nova geração e também aos nossos filhos quando ainda pequenos, estes bons ensinamentos.

Infelizmente, muita gente nas sociedades modernas atribui pouca importância a esta matéria. Aliás, alguns chegam a rir-se e a fazer troça daqueles que deveriam merecer a nossa misericórdia, o que é detestável. Esses, que saibam que não só não estão imunes, como correm o risco de desenvolver algum tipo de deficiência, seja ela física ou mental.

O Profeta Muhammad (S.A.W.) disse: “Deus não vai ter misericórdia daquele que não é misericordioso para com os outros”. (Al-Bukhari)

Uma ocasião, dirigindo-se aos seus companheiros disse: “Jamais sereis crentes enquanto não fordes misericordiosos uns para com os outros”. Os companheiros disseram: “ Ó Mensageiro de Deus! Todos nós somos misericordiosos”. Então o Profeta retorquiu: “Não me refiro à misericórdia que cada um de vós tem para com a sua família, mas sim à misericórdia geral para com as pessoas, independentemente da sua etnia, raça, cor, grau de parentesco, etc. Refiro-me à misericórdia para com os desconhecidos, para com os necessitados. Portanto, deveis ter pena deles.

O Profeta Muhammad (S.A.W.) disse: “ O Misericordioso (Deus) terá misericórdia para com aqueles que são misericordiosos para com as pessoas. Portanto, sede misericordiosos para com os que estão na Terra, e essim, O que está no céu (Deus) terá misericórdia de vós”. (Abu Daud; At-Tirmizi)

Se facilitarmos alguém que esteja em dificuldades, Deus também facilitará para nós, tanto aqui na Terra como no Outro Mundo.

Se alguém, com o seu esforço, com a sua riqueza, com o seu tempo, com a sua posição social, com o seu cargo, etc., ajudar outrem, Deus também irá ajudá-lo na sua dificuldade. Portanto, não devemos faltar com a nossa ajuda a quem dela precisa, pois assim Deus também não faltará com a Sua ajuda quando dela precisarmos. E não nos esqueçamos que todos nós, de dia, de noite, e a qualquer hora, precisamos da ajuda de Deus.

Ajudar aos deficientes em qualquer coisa que seja, mesmo que seja na travessia da rua, é considerado caridade, pelo que devemos tratá-los bem para que se sintam confortados na sociedade em que vivem, e não fracos e marginalizados. Devemos acarinhá-los, e fazer-lhe sentir que eles também são úteis na sociedade.

E Deus nos recompensará em todas as boas obras que praticamos, até mesmo no remover das ruas e caminhos, algo que seja prejudicial, como cascas de banana, espinhos, pregos, objectos cortantes, cacos de vidro, etc.

O Isslam não se circunscreve apenas ao cumprimento do Salaat, do Jejum, do Zakaat, ou do Hajj, pois todo o nosso quotidiano faz parte da religião.

Por isso não devemos desprezar ou menosprezar qualquer boa ação. Até mesmo ao receber alguém, devemos fazê-lo com cortesia, cumprimentá-lo com um semblante simpático e sorridente, pois isto faz parte da religião.

Se alguém cujos defeitos conhecemos nos ofende, ainda que possamos reagir, se mantivermos alguma serenidade e nos abstivermos, Deus recompensar-nos-á. Portanto, façamos o que os nossos ouvidos gostam de ouvir, e evitemos o que os nossos ouvidos detestam ouvir.

Ninguém gosta de ser deficiente, pois a existência de deficientes indica que há Um Deus Criador que nos quer chamar à atenção para um aspecto importante, e para os que são sãos e saudáveis não pensarem que tal se deve ao mérito próprio. Para tal, Deus colocou entre alguns milhares ou milhões, um deficiente, precisamente para isso servir-nos de lição, para sabermos que não é a nossa vontade que funciona mas sim a vontade do Todo-Poderoso Criador, e para sermos gratos a Ele pelas graças concedida sob a forma de saúde e perfeição em termos físicos.

E Deus ao retirar algumas faculdades a uma pessoa tornando-a deficiente, reforça-a com outras qualidades, e isenta-a de muitas outras ordens, criando amor e simpatia nos corações dos outros para com ele.

E ninguém pode interrogar por que razão Deus escolheu este ou aquele, e não aqueloutro para ser deficiente, pois o Criador, sendo Soberano faz o que quer. Senão deixaria de ser Deus. 

E a nós, os saudáveis, Ele ordena que cuidemos dos deficientes, ajudando-os no que for necessário.

Assalamu Aleikom wa Ramatulahi wa Baraketuh! Jumua Mubaraka para todos..

quinta-feira, março 19, 2015

A Enfermeira e o Paciente Muçulmano

In:http://oislam.org/noticias/historias-de-convertidos/326-a-enfermeira-e-o-paciente-muculmano Fonte: Saudi Gazette e Muslim Link.

Prezados Irmãos, 

Assalamu Alaikum (A paz esteja convosco): 

O meu nome é Cassie. Tenho 23 anos. Formei-me como enfermeira qualificada este ano e foi-me dado a minha primeira posição como enfermeira particular. O meu paciente era um senhor inglês, nos seus 80 anos de idade, que sofria de Alzheimer. No primeiro encontro fui informada de que ele era um convertido ao Islão, portanto muçulmano. 

Sabia que a partir desse fato, eu precisava levar em conta alguns modos de tratamento que poderiam ir contra a sua fé, e, portanto, tentar adaptar o meu zelo para atender as suas necessidades. 

Trouxe um pouco de carne 'halal' para cozinhar para ele e garantir que não havia carne de porco ou álcool no cozinhado, de acordo com algumas pesquisas que fiz e mostraram que estes produtos são proibidos no Islão. 

O meu paciente estava numa fase muito avançada da sua doença, e, por isso, muitos dos meus colegas não conseguiam entender por que eu estava a tomar tantos cuidados por ele. Mas para mim, uma pessoa que se submete a uma fé merece que esse compromisso seja respeitado, mesmo se ele não está em condições de entender. 

Após algumas semanas com o meu paciente, comecei a notar alguns padrões de movimento. No começo pensei que eram alguns movimentos copiados que ele viu alguém a fazer, mas eu o vi repetir o movimento em determinados momentos: de manhã, à tarde e à noite. 

Os movimentos eram: levantar as mãos, curvar-se e em seguida, colocar a cabeça no chão. Eu não conseguia entender… Ele também estava a repetir frases num outro idioma, não conseguia descobrir que língua era …Mas eu sabia que algumas palavras eram repetidas, diariamente. 

Também havia outra coisa estranha: ele não permitia que eu o alimentasse com a minha mão esquerda (sou canhota). 

Então pensei que seria melhor falar com alguém e perguntar. Coloquei as questões relacionadas com os movimentos repetidos na internet e foi-me dito que estes são os movimentos de oração. Então, segui um link e assisti um vídeo de oração islâmica no YouTube. 

Fiquei abalada. Um homem que perdeu a memória e não se lembrava de seus filhos, de sua ocupação e mal podia comer e beber, era capaz de se lembrar não só dos movimentos de oração, mas também das palavras que estavam num outro idioma. Isto era simplesmente incrível e eu sabia que este homem era devoto na sua fé, o que me fez querer saber mais, a fim de cuidar dele o melhor que pudesse. 

Foi-me dado um link para ler a tradução do Alcorão e ouvi-la. 

O capítulo ‘A Surata das Abelhas' deu-me calafrios e eu a repeti por várias vezes ao longo do dia. Fiz uma gravação do Alcorão no meu iPod e dei para o meu paciente para ouvi-la. Ele sorriu e chorou e ao ler a tradução, eu entendi o porquê. 

Eu apliquei o que eu estava a aprender para poder cuidar dele, mas aos poucos me vi procurando respostas para mim mesma. 

Pois, na verdade, nunca parei para olhar para a minha vida; nunca conheci meu pai; minha mãe morreu quando eu tinha três anos. Meu irmão e eu fomos criados pelos nossos avôs que morreram há quatro anos atrás. Agora, éramos só nós dois. 

Mas apesar de toda essa perda, sempre pensei que eu era feliz, contente. Foi só depois de passar o tempo com o meu paciente que comecei a sentir como se estivesse faltando alguma coisa. Eu estava sentindo falta daquela sensação de paz e tranquilidade que o meu paciente, mesmo sofrendo, sentia. 

Queria aquela tranquilidade que ele sentia. A sensação de pertencer e ser parte de algo, mesmo sem ninguém ao seu redor. Foi-me dada uma lista de Mesquitas na minha área e sai para visitar uma. Assisti a oração e não consegui segurar as lágrimas. 

Senti-me atraída para a Mesquita todos os dias e o Imame e a sua esposa deram-me livros e fitas e acolheram todas as perguntas que eu tinha. Cada pergunta que eu fiz foi respondida com grande clareza e profundidade. 

Nunca pratiquei uma fé, mas sempre acreditei que havia um Deus. Eu só não sabia como adorá-Lo. Fui para a Mesquita para assistir a oração da alvorada. 

Depois, fui cuidar do meu paciente. Estava a alimentá-lo e, quando olhei nos seus olhos, simplesmente percebi que ele foi trazido para mim por uma razão… e que a única coisa que me impedia de aceitar era o medo.... não era temor no sentido de algo ruim, mas medo de aceitar algo bom e achar que eu não era digna como este homem. 

Naquela tarde, fui para a Mesquita e pedi ao Imame se eu poderia pronunciar a minha declaração de fé, a Shahada: Não há outra divindade senão Allah (Deus) e Muhammad é o mensageiro de Allah. 

Ele me ajudou e guiou-me através do que eu precisaria fazer a seguir. Não consigo explicar a sensação que eu senti quando eu pronunciei isso. Era como se alguém me acordasse do meu sono. A sensação era irresistível: alegria, clareza e paz. 

A primeira pessoa para quem eu contei, não foi o meu irmão, mas o meu paciente. Fui até ele e, antes mesmo de eu abrir a minha boca, ele chorou e sorriu para mim. Eu caí em prantos, na frente dele. Eu lhe devia muito. 

Finalmente, contei para o meu irmão; embora ele não estivesse feliz, apoiou-me e disse: “I would be there for you” (que estaria lá por mim). Eu não poderia pedir-lhe mais. 

Depois da minha primeira semana como muçulmana, o meu paciente faleceu durante o sono, enquanto eu estava cuidando dele. Teve uma morte pacífica e eu era a única pessoa que estava com ele. 

Ele era como o pai que nunca tive. Foi a minha porta de entrada para o Islão. Desde o dia da minha Shahada até ao dia de hoje e para cada dia, enquanto eu viver, vou orar para que Deus seja misericordioso para com ele e o recompense por toda boa obra que eu realizar. 

Amava-o por amor a Deus e rezo, todas as noites, pedindo para eu me tornar um peso de átomo do muçulmano que ele foi. 

O Islão é uma religião com uma porta aberta e está lá para quem quiser entrar... E Deus é O Misericordioso, O Compassivo. 

Cassie faleceu em Outubro de 2010, depois do seu irmão ter abraçado o Islão. 

Que Deus a abençoe. 

Muitas preces para esta irmã Enfermeira que serviu o paciente sem olhar para a sua fé. Se o mundo se tornasse assim, então a Terra poderia ser o Paraíso. Não está em questão ela se ter convertido ao Islão, mas sim toda essa sua atitude humanitária. 

Obrigado. Wassalam. 

M. Yiossuf Adamgy - 19/03/2015.

TEMA DA SEMANA: OS ANJOS – 2ª. PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus)
Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Deus criou os anjos com estatutos diferentes para desempenharem tarefas pré-definidas. Os anjos têm vários poderes dados por Deus, nomeadamente de se deslocarem a velocidades nunca imaginadas por nós e de se transformarem em seres humanos. Há relatos que confirmam que os anjos assim apareceram aos Profetas e aos piedosos. Ibrahim (Aleihi Salam) estava acompanhado da sua esposa Sara, quando recebeu a visita de 3 estranhos. Como o Profeta Abraão gostava de receber hóspedes e de os alimentar, ofereceu-lhes alojamento e preparou um vitelo. Aborrecido, viu que os visitantes não tocaram na comida e ficou com receio deles. Eles o tranquilizaram, dizendo: “Não temas, fomos enviados contra o Povo pecador (de Lot)”. Os mesmos anjos deram as boas novas à Sara da vinda de um filho. Cur’ane 51:24 a 28. Mariam - Maria, mãe de Issa – Jesus (que a Paz de Deus esteja com eles), quando estava orando sozinha no seu compartimento, apareceu Jibrail (Aleihi Salam) –  Gabriel (Que a Paz de Deus esteja com ele), sob a forma de um homem perfeito. “…E lhe enviamos o Nosso Espírito, que lhe apareceu personificado, como um homem perfeito”. Ela ficou assustada, com medo, pensado que ele ia cometer algo de mal. E rezou: “Eu procuro refúgio contra ti no Beneficente, se és temente a Deus.” – como forma de lhe lembrar de Deus, pois sabia se fosse uma pessoa piedosa iria abster-se de praticar algo errado . Assim, o anjo Gabriel, retomou a forma de anjo e disse-lhe: “Eu sou apenas um enviado do teu Senhor, para dar-te um filho, sem mácula”. Cur’ane 19:17,18 e 19.

O Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) também recebeu o Anjo Jibrail (Aleihi Salam) na forma de um ser humano, conforme o relato de Hazrat Umar (Radiyalahu an-hu) em que referiu que um dia quando estavam sentados com Profeta (Salalahu Aleihi wassalam), apareceu uma pessoa impecavelmente vestida com roupas brancas e com um cabelo muito negro e que não era conhecido na localidade e que não se vislumbrava qualquer vestígio de viagem. Depois da conversa com o Profeta e que todos os presentes puderam ouvir, O Profeta informou aos presentes de que era o Anjo Jibrail, que veio para lhes ensinar o Isslam… (Muslim).

Só Deus é conhecedor da quantidade de anjos. “E não designamos guardiães do fogo (do inferno) senão os anjos e não fixamos o seu número, senão como prova para os incrédulos… E ninguém senão Ele, conhece os exércitos do teu Senhor”. Cur’ane 74:31. Pelas diversas passagens que nos foram relatadas, chegamos à conclusão de que os anjos são inúmeros e incontáveis, conforme o seguinte exemplo: O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) quando ascendeu aos céus na noite de Mi’raj, referiu entre outros aspectos, o seguinte: “Em seguida foi-me amostrado “Al Bait-al-Ma’mur (a Casa de Deus). Perguntei ao Anjo Gabriel sobre isso e ele disse: “Esta é a Al Bait-ul-Ma’mur, onde 70.000 anjos realizam as orações diárias e quando eles deixam o local, nunca mais regressam (são substituídos diariamente por um número idêntico de anjos)”. Bhukari 54:429.

Os anjos não têm nenhumas necessidades como os seres humanos, nomeadamente, não comem e não dormem. Os anjos não se cansam pelas tarefas que desempenham e há entre eles os que estão permanentemente a louvar a Deus, noite e dia. “(Os anjos) glorificam-No noite e dia e não ficam exaustos”. Cur’ane 21.20.

Outros anjos estão em permanente rukú e outros no sajdah (prostrados), sem levantarem a cabeça, louvando Allah, o Criador de tudo o que existe na terra e no universo.

“ALLAHU NURO SAAMÁ WÁTI WAL ARDH. “ALLAH É A LUZ DOS CÉUS E DA TERRA”. “Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17. “Rabaná ghfirli waliwa lidaiá wa lilmu-minina yau ma yakumul hisab”. “Ó Senhor nosso, no Dia da Prestação de Contas, perdoa-me a mim, aos meus pais e aos crentes”. Cur’ane 14:41. “Wa Áhiro da wuahum anil hamdulillahi Rabil ãlamine”. E a conclusão das suas preces será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”. 10.10.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

19/03/2015

terça-feira, março 17, 2015

A L M A D I N A - O DIA INTERNACIONAL DA MULHER MODERNA

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 09.03.2015

Sempre que se chega ao dia 8 de Março, celebra-se em muitos quadrantes o Dia Internacional da Mulher. Nesse dia fala-se acerca dos direitos da mulher, e condena-se os que não observam os seus direitos.

Infelizmente hoje a situação em que a mulher no Mundo em geral, e particularmente no chamado Primeiro Mundo vive, é bastante deplorável.

Agora o nosso Mundo enfrenta uma nova ameaça: a onda de ódio contra a mulher, vulgarmente conhecida por violência doméstica.

Um estudo do Centro das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social e Assuntos Humanos, revela-nos um número alarmante de casos de violência doméstica com especial incidência contra a mulher, de divórcios, de raptos, para além de uma quase absoluta inobservância dos Direitos da Mulher.

Toda a estrutura familiar está em colapso, as ruas tornaram-se locais de actividades devassas, os restaurantes e parques tornaram-se centros de aventuras com aparência romântica, mas que escondem actos promíscuos e imorais.

A mulher muçulmana deve conhecer o seu papel na sociedade. Ela deve auto-preservar-se, não se deixando reduzir a mero objecto sensual para a satisfação de desejos animalescos de homens perversos.

O debate sobre o estatuto da mulher na sociedade não é um assunto novo. O Isslam concedeu à mulher direitos e privilégios que nenhuma outra religião ou sistema constitucional alguma vez concedeu. Atribuiu-lhe grande valor social, liberdade e conforto, como podemos ver, a título de exemplo:

Como Mãe:

O Profeta Muhammad, (S.A.W.) disse: “O Paraíso está debaixo dos pés das mães”. (Al-Bukhari)

Como Esposa:

O Profeta (S.A.W.) disse: “O Mundo todo é para o homem uma comodidade perecível, mas a melhor comodidade do Mundo é uma esposa piedosa”. (Musslim)

E disse: “O melhor de entre vós é o que melhor trata a sua esposa”. (At-Tirmizi)

Como Filha ou Irmã:

O Profeta Muhammad (S.A.W.) disse: “Quem cuida de três filhas (ou o mesmo número de irmãs), educa-as e mostra misericórdia para com elas, até Deus torná-las auto-suficientes através do casamento, Ele tornará obrigatório para essa pessoa a entrada no Paraíso”. Alguém perguntou: “Que tal se forem duas filhas ou duas irmãs, será que receberá a mesma recompensa”? O Profeta respondeu: “Sim”!

Como viúva ou divorciada: 

O Profeta Muhammad (S.A.W.) disse: “Não quereis que vos indique a caridade mais virtuosa? É a do dinheiro despendido com a filha desprovida de qualquer recurso que lhe permita sobreviver condignamente senão o dinheiro do pai, filha essa que volta à casa paterna por ter sido divorciada ou por ter enviuvado. (Ibn Majah)

Os direitos da mulher como mãe:

Alguém perguntou ao Profeta: “Quem merece o meu melhor tratamento”? O Profeta respondeu “A tua mãe”! Ele voltou a perguntar: “A seguir”? O Profeta respondeu “A tua mãe”! O homem perguntou novamente: “E a seguir”? O Profeta voltou a dar a mesma resposta: “A tua mãe”! Pela quarta vez, o homem perguntou quem se seguia, o Profeta respondeu: “O teu pai”.

Portanto, as três medalhas – Ouro, Prata e Bronze – foram atribuídas à mãe, cabendo ao pai apenas o prêmio de participação. 

O Profeta proibiu terminantemente a agressão ou o insulto às esposas, ordenando-nos que as alimentemos e vistamos de forma honrosa, sempre que comemos e compramos roupa para nós.

As mulheres são nossas parceiras no processo de criação. Deus diz no Al-Qur’án, Cap. 49, Vers. 13:

Ó gente! Certamente, Nós criamo-vos (a todos vós) de um macho e de uma fêmea, e dividimo-vos em vários povos e tribos, para que vos pudésseis identificar uns aos outros (e não para vos desprezardes uns aos outros). Na verdade, o mais nobre de entre vós, perante Deus, é o mais piedoso de entre vós. Sem dúvida, Deus sabe e está bem informado de todas as coisas”.

Ainda segundo o Al-Qur’án, Cap. 16, Vers. 97, perante Deus, em termos de direitos e responsabilidades, a mulher é absolutamente igual ao homem:

“Quem praticar o bem, seja homem ou mulher, se for crente, fá-lo-emos viver uma vida feliz no Mundo e, certamente, dar-lhe-emos (na outra vida) a sua recompensa com o melhor daquilo que praticava”.

Consta também no Cap. 4, Vers. 32:

“Os homens têm a porção daquilo que ganharam, e as mulheres têm a porção daquilo que ganharam”.

No Cap. 2, Vers. 36 do Al-Qur’án consta:

A mulher não é culpada pelo primeiro erro cometido por Adão no Paraíso. Ambos (Adão e Eva) foram co-responsáveis pelas suas acções perante Deus, e ambos arrependeram-se e foram perdoados”.

Em termos de obrigações religiosas como o Salaat (oração ritual) o Jejum, o Zakaat (taxa obrigatória devida aos pobres) e o Hajj (peregrinação à Makkah) a mulher não é diferente do homem. Em alguns casos ela até tem algumas vantagens sobre o homem.

No que diz respeito à igualdade do género, o Al-Qur’án diz no Cap. 2, Vers. 228:

Elas têm os mesmos direitos sobre os homens, como eles têm sobre elas, a serem respeitados conforme a Lei”.

Os direitos e as responsabilidades das mulheres são iguais aos dos homens, mas não são necessariamente idênticos. 

O facto de o Isslam conceder à mulher direitos iguais mas não idênticos, mostra que reconhece a independência da sua personalidade, pois ela não é um simples duplicado do homem. 

Segundo a lei isslâmica, não se pode obrigar a mulher a casar-se com alguém sem a sua aprovação e consentimento.

Ainda segundo o Isslam, a mulher não é inferior ao homem, pois foi Deus quem criou o homem e a mulher, e ambos são iguais perante Deus.

O homem e a mulher complementam-se, pois cada um deles tem deveres e direitos. Há algumas diferenças entre o papel do homem e o da mulher na sociedade, mas essas diferenças não tornam nenhum deles superior ao outro. 

A posição da mulher foi sempre um assunto de debate, pois surgem alguns conceitos errados devido às práticas tradicionais por parte de pessoas que se intitulam muçulmanas, ou por desinformação maliciosa da parte de alguns núcleos.

Será que as mulheres muçulmanas desejam trocar o melhor pelo pior? Será que desejam ser escravas no lugar de rainhas? Por causa disso, enfrentamos hoje graves consequências, como a desintegração da unidade familiar, especialmente na relação entre pais e filhos. Surgem agora suspeitas e tensões entre marido e esposa.

Antes de terminar esta crônica, gostaria de citar aqui o que a Kinsely Report (U.S.A.) revela acerca desse tipo de sociedade:

- 50% das mulheres americanas (de todas as idades) perdem a sua virgindade antes do casamento.

- 25% delas conspurcam o leito conjugal, sem sentirem nenhum remorso por traírem os seus maridos.

- 62% masturbam-se.

Estas estatísticas provam, sem qualquer margem para dúvidas, que o materialismo está destruindo a moral e o bom comportamento, aumentando a corrupção.

Será que é isto que dignifica as mulheres?

Atuar como um Muçulmano! Será que estamos fazendo isso?

Nós, muçulmanos, devemos saber como comportarmo-nos perante situações que requerem ter firmeza e paciência. Assalamu Alaikum (A paz esteja convosco):

A humanidade está a viver uma das épocas mais obscuras desde que foi criada. Rios de sangue fluem em todas as partes do mundo. Diariamente, cometem-se, por milhões, os pecados capitais que Allah (Deus) proibiu em todos os Livros que enviou. Os malfeitores ficam com o benefício da sua maldade sem que ninguém lhes peça contas.

Os pais são desrespeitados e abandonados, as crian-ças oprimidas e as mulheres cada vez mais exploradas, fazendo-se escravas dos apetites sexuais do homem com mentalidade corrupta.

Se não nos esperasse uma época de fé e paz, não há razão para que Allah não faça chegar o Apocalipse, o Fim do Mundo. Um erudito muçulmano disse: “Houve uma época em que não se cometiam, em cem anos no mundo inteiro, o total de pecado que se comete numa noite de sábado, nas nossas épocas, em qualquer cidade grande”.

Mas há um pecado todavia maior. Realizam-se vídeos ou caricaturas cheios de maldições e blasfémias para com Allah e o Seu Mensageiro e promovem-se a nível mundial. Enquanto qualquer ofensa verbal ou visual a um grupo de pessoas ou inclusivamente animais é con-denada mundialmente, não se mostra nem uma milé-sima parte desta postura para os que promovem ofensas ao Islão e aos muçulmanos.

Nunca os muçulmanos foram tão oprimidos nem tão pouco foram como um objecto de burla, como nos nos-sos tempos. E se a isto somarmos os incivilizados pro-testos que originaram certos grupos chamados “islamitas radicais”, os provocadores foram quem levaram “os despojos do assalto”, conseguindo o que pretendiam fazer.

Ó irmão muçulmano:

Como vamos levantar este fardo que cai sobre os nossos ombros? Que fazer para que este pesadelo acabe, já de uma vez?

Primeiro devemos olhar para o nosso exemplo. Quem é o nosso exemplo? 

Quem ensinou ao mundo inteiro a moral e a ética inigualável, senão o nosso queridíssimo Profeta Muhammad, que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele? 

Estar em desacordo com as injustiças, requer que saiamos à rua e queimemos os automóveis ou bandeiras de alguns países ou rompamos janelas das lojas ou escrevamos nas paredes slogans? Faria este tipo de coisas se o nosso queridíssimo Profeta estivesse em vida?

O Islão significa “paz” e a palavra muçulmano significa “quem pratica a paz”. Um muçulmano é aquele que das suas ações ou palavras não se teme e se espera um rosto amável e um comportamento educado, paciente, misericordioso e amigável. Qualquer outro tipo de comportamento agressivo, ofensivo e incivilizado provém de Satanás e não faz nada mais que maldizer o nome bendito de Allah e do Seu Mensageiro.

Isto não quer dizer que estejamos passivos ante tudo isto, não se compreenda mal. Ali ibn Talib, que Allah esteja agradado com ele, disse que “Quem se cale ante as injustiças é o mesmíssimo Satanás sem língua”. Mas como em tudo, há maneira de protestar e mostrar o nosso desacordo ante todas as ofensas.

Muçulmanos honrados

Allah honrou-nos dando-nos o Islão e, certamente e sem dúvida, entre as pessoas que não creem, nós somos os mais honrados ante os olhos de Allah, al-hamdulillah (louvado seja Allah), e temos a obrigação de defender a nossa honra. Mas esta defesa somente se pode levar a cabo com uma postura “Muçulmana” no sentido literal da palavra. Temos que pensar e atuar pelas maneiras adequadas e efetivas, para que possamos parar todas as ofensas e limpar o rosto manchado do Islão. 

Que Allah nos dê paciência, sabedoria e firmeza perante as ofensas dos malfeitores. Ámen.

Devemos responder a esta pergunta: quem beneficia de que a imagem do Islão se distorça e a opinião pública acredite que o Islão é uma religião intolerante e violenta? Esses são os que estão por detrás do Al Qaeda, do Estado Islâmico e, possivelmente, destes atentados.

Obrigado. Wassalam.

M. Yiossuf Adamgy - 12/03/2015.

quarta-feira, março 11, 2015

A L M A D I N A PARA ONDE É QUE VAMOS?

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 02.03.2015

Vezes sem conta me questiono: qual é o mal que infesta a nossa sociedade? E quais são as causas desse mal? Será que tal mal deriva da falta de educação? Ou será que deriva ausência de valores na família? Ou deriva das más influências dos amigos?

Volta e meia a comunicação social mostra-nos o comportamento louco de alguns dos nossos jovens. Por exemplo, aos fins-de-semana, jovens, alguns de entre eles sob influência de álcool ou de estupefacientes, põem-se a fazer corridas e gincanas de carros na via pública, criando dificuldades ao tráfego normal e colocando em risco as suas vidas e também as dos transeuntes. Outros jovens, montados em bicicletas ou motociclos, fazem acelerações ruidosas perturbando o descanso das pessoas, fazem manobras acrobáticas transitando com a roda dianteira no ar, tudo isto na via pública, onde veículos e peões disputam espaço.

Este tipo de comportamento que caracteriza hoje muitos dos nossos jovens, deixa não só a muitos de entre nós preocupados, como também deixa preocupadas muitas outras pessoas por esse Mundo fora.

E infelizmente, as nossas autoridades fazem vista grossa a este tipo de comportamento por parte dos nossos jovens, pois pouco ou nada fazem para inverter o cenário. E ninguém em consciência sã pode estar satisfeito com o mau comportamento destes jovens.

Qual é a motivação para este tipo de práticas anormais que corroem a nossa imagem?

A sociedade não se deve apenas limitar a condenar este tipo de atitudes. Deve sim, fazer algo para extirpar este tipo de males.

Infelizmente, com este tipo de comportamento irresponsável, alguns dos nossos jovens não só põem em saldo as suas vidas, como expõem à insegurança social as suas famílias, os seus filhos, os seus pais, etc.

Devemos parar e pensar nisto. É imperioso que reativemos o papel da família, da educação em todos os níveis, e também dos fóruns religiosos para travar e extirpar este tipo de comportamento, para todos os efeitos inaceitável.

É imperioso que se introduzam leis que tenham em vista eliminar as causas que concorrem para os elevados níveis de mortalidade no seio dos nossos jovens, causadas por condução irresponsável e quiçá criminosa, que não só mata os próprios jovens como mata também pessoas inocentes.

Segundo o matutino “Notícias”, estatísticas indicam que o suicídio em Moçambique é o mais alto na Região Austral de África. Vemos jovens a matarem-se a si mesmos, seja sufocando-se, enforcando-se, imolando-se, envenenando-se, atirando-se do cimo de edifícios, etc. Mas o que é que leva as pessoas ao extremo de se matar? Encontramos esta tendência para o suicídio, não só em Moçambique mas também na Europa e em muitos outros países por esse Mundo fora. Muitos jovens põem fim às suas vidas ainda na flor da idade.

Na Europa, que aparentemente é um “paraíso” onde se diz haver de tudo, e para onde muitos jovens do chamado Terceiro Mundo tentam a todo o custo emigrar usando frágeis barcaças que não raras vezes naufragam no Mediterrâneo matando milhares de entre eles, os níveis de suicídio também são bastante elevados.

Segundo a revista “Newsweek”, edição de 20.02.2015, números recentes da secretaria do “National Statistics”, o suicídio na Europa está a matar três vezes mais pessoas do que acidentes, mais do que a leucemia, mais do que todas as doenças infecciosas ou de parasitose juntas. Só no Reino Unido, mais do que 6.000 pessoas morreram de suicídio em 2013.

Estes são os números oficiais, registados, pois decerto que se lhes acrescermos os números não registados a cifra sobe substancialmente. E 78% desses mortos por suicídio são homens. Consta que na Europa a probabilidade de os homens se suicidarem é quatro vezes maior relativamente à das mulheres. Ainda no Reino Unido, no ano passado morreram por suicídio mais homens do que soldados britânicos em combate em todas as guerras desde 1945.

E os que estão a cometer suicídio não o fazem devido à pobreza. Por sinal, até são os que têm tudo, desde fama, riqueza, prestígio e tudo o mais, sendo muitos deles jovens na flor da idade, mas mesmo assim sentem que algo lhes falta, o que os leva portanto a pensar que não vale a pena continuar a viver, pelo que decidem pôr termo às suas vidas. E diz-se que a tendência nos próximos anos é de o número de suicídios subir.

A fé desempenha um papel muto importante na vida de um crente, pois só o fato de este acreditar que no Outro Mundo será abundantemente recompensado por todas as doenças, por todos os sofrimentos, por todas as preocupações que durante a vida neste Mundo enfrentou, é uma grande consolação, pois ele acredita de forma convicta na promessa de Deus, e sabe que depois da dificuldade virá a facilidade.

Em contrapartida, o descrente quando encara alguma preocupação, doença, desemprego, quebra de relações, isolamento social, etc., não tem nenhum meio de consolação, entrega-se ao desespero, perde a cabeça e daí para o subsídio é um passo. Mesmo quando tem muito dinheiro, a ganância de ter mais e mais, não lhe deixa em paz, perturba-o. Quando é milionário, deseja ser bilionário. Quando é bilionário deseja ser multi-bilionário, e essa preocupação corrói a sua estrutura emocional.

Mas o crente, quando está preocupado ou quando sente que a vida lhe corre mal, sempre acalenta esperança em Deus, em dias melhores, pois tem a certeza de que depois dessa fase menos boa, suceder-se-á uma fase melhor, de alívio. Ele é como o agricultor no momento da sementeira e preparação do solo. Ainda que enfrente múltiplas dificuldades, ele fica tranquilo, pois sabe que depois de alguns dias colherá o bom fruto do seu esforço.

Há muitos outros jovens que não se suicidam, mas recorrem ao álcool e às drogas, tudo isso à procura de tranquilidade e sossego, como forma de fugir aos problemas. Mas com isso agrava ainda mais a sua situação. 

Recorrer à fé em Deus é a única forma de alcançar o sossego, a consolação e a tranquilidade. 

A L M A D I N A A CAMPANHA MALICIOSA

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad -23.02.2015

Quer parecer que nos últimos tempos as campanhas contra o Isslam se tornaram mais abertas e vigorosas, e uma parte substancial dessas campanhas logrou atingir os seus objectivos: denegrir a imagem do Isslam e dos muçulmanos através de palavras, imagens e caricaturas, dando a entender que o Isslam não é mais do que o que é transmitido através da caricaturização negativa. Afigura-se também ter-se tornado preocupação e objectivo principal da imprensa, particularmente a ocidental com todo o seu poderio tecnológico, manipular a opinião pública ao apresentar o Isslam e os muçulmanos sob as mais negras cores.

Uma parte da imprensa faz isso apenas por questões comerciais com o objectivo de elevar o gráfico de vendas. Esmeram-se a apurar técnicas de elaboração de títulos atrativos para conseguirem vender mais, mesmo que o conteúdo prime pela mentira grosseira, pois o princípio jornalístico de “reportar a verdade e apenas a verdade”, não conta, pois “outros mais altos valores se alevantam”.

Agem assim apenas em relação ao Isslam e aos muçulmanos, não o fazendo relativamente ao Cristianismo, Judaísmo, Hinduísmo, Budismo, etc. É difícil entender esta aversão ao Isslam cujo número de praticantes ascende a mais de um bilhão, o que corresponde a aproximadamente um quarto da população deste Planeta.

Por que razão se insiste em humilhar o Isslam e os seus ensinamentos? Será que só isso é que proporciona maiores lucros? 

Saliente-se aqui o fato de haver muita gente que se sente incomodada com a extraordinária força espiritual do Isslam, por atrair milhões de corações sequiosos nos quatro cantos do mundo, levando-os não só à adesão com gosto e convicção, mas também convidando outras pessoas a fazerem o mesmo. E é isto que leva o Ocidente a mover acções para travar o chamado “Avanço Isslâmico”.

E porque os meios de comunicação social são a arma mais eficaz para a concretização desta cruzada, movem-se campanhas de desinformação contra o Isslam e os muçulmanos para denegrir a sua imagem.

Os meios de comunicação social exercem uma grande influência nas pessoas, pois estas acreditam em tudo o que lhes é apresentado, mesmo que se trate de mentiras, particularmente quando as notícias são reforçadas com imagens, a maior parte delas autênticas montagens feitas a partir de cenas “holliwoodescas” ou de reportagens feitas em conflitos ocorridos há anos. E tudo isso tem nas pessoas um efeito pernicioso permanente, pois em presença das cenas reportadas, as pessoas acreditam como se tudo fosse real, influenciando portanto a opinião das pessoas em relação ao Isslam e aos muçulmanos.

Uma das razões para a continuação e intensificação dessa campanha maliciosa contra o Isslam, é o nosso constante mutismo e incapacidade de resposta, sendo por isso que os protagonistas dessa campanha, na ausência de uma reacção adequada sofisticam os métodos de humilhação aos muçulmanos.

Hoje pagamos uma pesada factura pelo nosso desleixo em cumprirmos com a nossa obrigação, sendo por isso que nos confrontam com mentiras, acusações e ofensas dirigidas ao Isslam, ao ponto de literalmente pontapearem o Al-Qur’án e imprimirem os seus versículos em sapatos e cuecas. Onde é que está o respeito pelas outras religiões e culturas?

Todavia, os muçulmanos não devem reagir com tamanha baixeza respondendo com os mesmos métodos. Devemos é defender este grande legado do Profeta Muhammad (S.A.W.) recorrendo à nossa capacidade moral e financeira.

Se existe algum mal-entendido entre o Isslam e o Ocidente, então devem-se procurar formas de eliminá-lo, edificando pontes de ligação, de compreensão e de diálogo construtivo que possa ser facilmente entendido por todos.

Se o Ocidente teme o Isslam, devemos explicar-lhe da melhor forma, pois este é na sua essência uma religião de paz e tolerância para com o próximo, e deseja a convivência pacífica através do diálogo.

A “mídia” desempenham de forma espantosa um papel importante na criação de tendências colectivas na sociedade, desperta a simpatia e a convicção nas pessoas para um comportamento específico, sem se recorrer à força material ou moral.

Deve-se aproveitar este grande instrumento que é a comunicação social para o bem e a virtude, e não para o mal, aproximando as pessoas e as várias religiões e culturas e criando o respeito mútuo.

Assim procedendo, poderão todos viver em paz, harmonia e progresso.

Não se deve permitir que os “media” se transformem em instrumento de Satanás para desviar as pessoas, fomentar o nudismo, a intriga, as guerras e todos os males que apoquentam a Humanidade.

Os muçulmanos devem também instalar meios de comunicação, com jornais e canais radiofônicos e televisivos, contribuindo assim para a difusão da virtude e da verdade, e assim tornarem patente a diferença entre a aplicação deste instrumento para a difusão da falsidade e a sua aplicação na difusão da verdade.