quarta-feira, outubro 07, 2009

A HISTÓRIA DE AL HUSHAYN B SALMAN

Queridos irmãos e nobres leitores. Essa é uma historia verídica de um erudito Judeu que vivia em Yaçrib (Nome pré-islâmico de Medina - Arábia Saudita), que abraçou o Islamismo, ainda, no tempo do Profeta Muhammad SAAS. Esse nobre sahaba recebeu do próprio Profeta SAAS, o nome, de Abdullah b. Salman, o qual ele adotou pelo resto de sua vida.

Leiam e se deliciem com essa maravilhosa história que poderá ser sua também Insha Allah (Se Deus Quiser).

“Se alguém quiser olhar para um dos habitantes do Paraíso, que olhe para o Abdullah bin Salman.” (dizer do povo de Madina).


Al Hushayn b. Salman era um dos eruditos, dentre os judeus que viviam em Yaçrib. As pessoas da cidade, todas tinham o maior respeito por ele. Cada um, não importando que religião tivesse, tratava-o com honrarias. Possuía uma elevada reputação por sua religiosidade, virtuosidade e retidão de caráter.

Al Hushayn vivia uma vida tranquila e pacífica, que era ao mesmo tempo circunspecta e cheia de propósitos. Dividia o seu tempo, por igual, em três atividades separadas: culto e pregação na sinagoga, trabalho nas suas tamareiras – irrigando e cultivando suas árvores –, e estudo da Tora para intensificar a sua erudição.

Sempre que Al Hushayn lia a Tora, passava longo tempo a refletir sobre as passagens que preconizavam o surgimento, em Makka, de um profeta que iria completar as mensagens de todos os profetas que tinham surgido antes dele, e que iria ser o selo dos profetas.

Obs:1. Al Hushayn – com um S enfático (não é para ser confundido com o neto do Profeta {SAAS}). Esse nome significa “pequena raposa”, e é pejorativo.

Obs: 2. Yaçrib – o nome pré-islâmico de Madina.

Al Hushayn procurava por obter detalhes concernentes ao esperado profeta: como ele seria como poderia ser reconhecido, e por outros sinais. Ele tremia de júbilo ao ler que esse profeta iria deixar a cidade em que recebesse o chamamento, e iria emigrar para Yaçrib, onde constituiria o seu novo lar. Toda a vez que Al Hushayn relia aquilo ou pensava sobre aquilo, orava para que Deus o fizesse viver um tempo suficiente para ver o esperado profeta, ter o prazer de encontrar com ele, e ser um dos primeiros a declarar a sua crença nele.

Foi da vontade de Deus satisfazer a oração de Al Hushayn e permitir que ele vivesse até a uma idade avançada, e ir mesmo além da vida do Profeta (SAAS). Teve a felicidade de encontrar-se com ele e passar um bom tempo aprendendo com ele; e acreditou na revelação que havia sido enviada ao Profeta (SAAS). Iremos permitir que Al Hushayn conte a sua própria estória, como se tornou muçulmano, pois os seus detalhes constituem a mais sincera reflexão do que estava sentindo.

A estória de Al Hushayn

Quando ouvi pela primeira vez as estórias do surgimento de um profeta, procurei me aprofundar na informação sobre o seu nome, sua genealogia, suas características, e onde e como ele havia começado a conclamar os outros para a crença. Pus-me a meditar sobre o que havia ouvido sobre ele, em comparação com o que estava assentado nas nossas escrituras, até que me certifiquei de que se tratava de um autêntico profeta. Guardei aquela constatação para mim mesmo, e não a compartilhei com outros rabinos e eruditos.

Chegou o dia em que o Profeta (SAAS) deixou Makka, dirigindo-se para Madina. Quando chegou à cidade e terminou sua viagem em Cubá, um homem percorreu a cidade anunciando a chegada do Profeta (SAAS). Naquele momento, eu estava no topo duma tamareira, a cuidar dela, e minha tia Khalidah b. al Háris estava sentada sob a árvore. Quando ouvi a notícia, eu exclamei:

“Allahu akbar! Allahu akbar!”

Ao ouvir aquilo, minha tia disse:

“Como me desapontas! Por Deus, se fosse o próprio Profeta Moisés, vindo a nós, não ficarias mais excitado!”

“Olha, tia, juro por Deus que ele é o irmão de Moisés, trazendo-nos a mesma religião e pregando as mesmas crenças”, respondi.

Ela ficou em silêncio por uns momentos, antes de dizer:

“Será ele aquele de quem nos tens falado, aquele que seria enviado para corroborar o que havia sido ensinado antes dele, como uma complementação das mensagens do seu Senhor?”

“Sim, é ele”, disse eu.

“Que assim seja”, ela consentiu.

Imediatamente eu fui à procura do Mensageiro de Deus (SAAS), e vi que as pessoas se acotovelavam para conseguirem chegar à porta dele. Então eu me espremi entre as pessoas, até que cheguei perto dele. A primeira coisa que o ouvi dizer foi:

“Ó gente, saudai-vos uns aos outros com a saudação de ‘paz’ e alimentai os famintos; dizei as orações à noite, quando os outros estiverem dormindo, e tereis a certeza de que entrareis no Paraíso!”

Obs.: 3. Cubáh – um vilarejo que fica a pouco mais de um quilômetro e meio de Madina.

Eu o perscrutava, até que fiquei satisfeito, e constatei que aquele não era o rosto de um inverossímil. Aproximei-me ainda mais dele, e pronunciei a declaração de fé de não há deus a não ser Deus, e que Mohammad é o Seu Mensageiro.

Ele se voltou para mim, e perguntou:

“Qual o teu nome?”

“Al Hushayn bin Salman”, respondi.

“Não, teu nome irá ser Abdullah bin Salman”, disse o Profeta (SAAS).

“Sim, Abdullah bin Salman”, respondi.”Juro por Aquele Que te enviou com a verdade que não pretendo usar outro nome, deste dia em diante.” Depois eu deixei o Mensageiro de Deus (SAAS) e fui para casa. Aí eu conclamei a minha esposa aos meus filhos e parentes a crerem no Islam, e todos se tornaram muçulmanos, até minha tia Khalidah, que já era um tanto idosa. Então lhes pedi que mantivessem a nossa conversa em segredo dos outros judeus, até que eu lhes dissesse que era chegada a hora. Todos consentiram com aquilo.


Então eu voltei a ter com o Profeta (SAAS), e lhe disse:

“Mensageiro de Deus, muitas pessoas do meu povo preferem as mentiras à verdade. Todavia, eu quero que chames os seus líderes, e que me escondas deles num dos teus quartos. Pergunta-lhes qual a sua opinião sobre o meu caráter, sem os informares que me tornei muçulmano. Depois os convida a aceitarem o Islam. Se viessem, a saber, que me tornei muçulmano, eles me iriam criticar, acusar-me de ter todos os defeitos, e difamar-me.”

Assim, o Mensageiro de Deus (SAAS) me colocou num dos seus quartos, chamou-os e os convidou a se juntarem ao Islam. Ele tentou fazer com que a fé se lhes tornasse atraente, e lembrou-lhes de que as escrituras deles continham profecias da sua vinda. Eles passaram a usar de argumentos capciosos para fazerem com que a verdade parecesse falsidade, e continuaram a fazer aquilo, até que ele se desalentou da aceitação deles quanto à fé. Naquele ponto, ele lhes perguntou:

“Qual é a vossa avaliação quanto a Al Hushayn bin Salman?”

“É um dos nossos chefes, e filho de um chefe. É um erudito eminente e filho de um erudito eminente”, responderam.

“Achais que se ele aceitasse o Islam, vós iríeis também aceitá-lo?” ele perguntou.

“Deus o livre!” exclamaram. “Ele jamais iria fazer isso! Que Deus o proteja quanto a isso!”

Então eu saí de onde estava escondido, e me dirigi a eles:

“Ó povo meu, temei a Deus, e aceitai o que Mohammad vos trouxe. Juro pelo Senhor, que sabeis que ele é o Mensageiro de Deus; e podeis encontrar o seu nome e sua descrição nas cópias da Tora de que estais de posse. Eu presto testemunho de que ele é o Mensageiro de Deus, e eu creio nele e no que ele diz. Reconheço-o pelo que ele é!”

“Tu, um mentiroso?” responderam. “És um indivíduo rasteiro, nascido duma família rasteira! É um dos nossos indivíduos ignorantes, nascido duma família de ignorantes...” e continuaram a me difamar, até que disse para o Mensageiro de Deus:

“Não te disse? A maioria deles é constituída de sujeitos infiéis. São traiçoeiros e desavergonhados, não o vês?”

Fim da estória de Al Hushayn

O então Abdullah b. Salman se voltou à sua nova fé com a sofreguidão de um sedento que vai a uma fonte de água fresca. Passou a amar tão profundamente o Alcorão, que constantemente recitava versículos dele; e ficou tão afeiçoado ao Profeta (SAAS), que tornou-se mais próximo dele do que uma sombra. Devotou-se a trabalhar no sentido de obter o Paraíso, até que o próprio Profeta (SAAS) lhe deu as boas-novas de que o iria conseguir. A notícia se espalhou entre os Companheiros, até que ela passou a ser do conhecimento de todos eles. A estória de como o Profeta (SAAS) deu ao Abdullah b. Salman aquela parte da notícia é um relato registrado por Cais b. Ubada.

Um dia, o Cais estava sentado com um grupo de estudantes na Mesquita do Profeta, em Madina. No grupo havia um velho de quem todos se sentiam íntimos e perto do qual ficavam à vontade. Ele desenvolveu uma bela e atraente conversação com o grupo. Quando havia terminado e partido, todos disseram:

“Se alguém quiser olhar para um dos habitantes do Paraíso, que olhe para esse homem!”

“Quem é ele?” perguntou o Cais b. Ubada.

“Abdullah b. Salman”, responderam.

Então o Cais jurou a si mesmo que iria segui-lo, e assim o fez. Segui-o por todo o caminho até à casa do velho, que era situada na periferia de Madina. Então o Cais chegou à porta da casa do Abdullah b. Salman e pediu permissão para entrar. Foi chamado para dentro, e o Abdullah lhe perguntou:

“Que queres meu filho?”

“Quando saíste da mesquita, ouvi os estudantes dizerem sobre ti o seguinte: ‘Se alguém quiser olhar para um dos habitantes do Paraíso, que olhe para esse homem! ’ Então eu te segui para que descobrisse como as pessoas sabem que irás para o Paraíso”, disse o Cais.

“Somente Deus sabe quem irá para o Paraíso, meu filho”, disse o Abdullah.

“Eu sei”, disse o Cais, “mas deve haver uma razão para que eles digam isso.”

“Vou contar-te a estória”, disse o velho.

“Por favor, contá-la”, disse o Cais, “e que Deus te conceda uma abundante recompensa!”

“Uma noite, eu tive um sonho acerca dum homem que veio a mim e me disse para eu me levantar. Quando me levantei, ele me pegou pela mão e começamos a caminhar. Havia um caminho à esquerda, e eu queria tomá-lo, mas o homem disse:

“‘Pega este caminho! Eu segui pelo caminho, o qual me levou a um jardim verdejante e espaçoso. O jardim era fresco, refrescante e cheio de vegetação. No meio dele havia um poste de ferro que chegava ao céu. No topo dele havia uma laçada de ouro. O homem disse para mim:

“‘Escala-o! ’

“‘Não posso’, protestei.

“Nisso, de lugar algum, apareceu um escravo que me ergueu, e comecei a escalar, atém que cheguei ao topo do poste. Agarrei a laçada de ouro, e fiquei pendurado nela, até que acordei do sonho. Logo que clareou o dia, fui ter com o Mensageiro de Deus (SAAS), e lhe contei sobre o meu sonho. Ele disse:

“‘O caminho que viste à esquerda era o caminho dos Companheiros da Esquerda, que iriam ser os habitantes do Fogo. O caminho que viste à direita era o caminho dos Companheiros da Direita, que iriam ser os habitantes do Paraíso. O jardim que te cativou, com o seu frescor e verdor, era a religião do Islam. O poste que viste no meio do jardim era a oração, e a argola, no topo dele, era a fé firme. Tu irás ser uma das pessoas que se agarrarão a ela pelo resto das suas vidas. ’”

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.

Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.

Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah(SW).

"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24

Salam Alaikum Ua Rahmatullah ua Barakatu

domingo, outubro 04, 2009

COMPREENDA O ISLAMISMO EM UMA HORA

Que é o Islamismo?

Disse, uma vez, aos meus discípulos: "Se um homem estrangeiro lhes dissesse que só dispunha de uma hora e que queria compreender, nesse tempo, o que é o Islamismo, como o fariam compreendê-lo?"

Responderam: "Impossível, pois ser-lhe-ia imprescindível estudar a teologia monoteísta, as regras para a correta recitação alcorânica, a interpretação, os ditos do Profeta (ahádice), a jurisprudência islâmica, a metodologia do direito islâmico, e tratar de problemas e questões dos quais não sairia em menos de cinco anos."

Disse-lhes: "Louvado seja Allah (Louvado Seja). Acaso não veio um beduíno ter com o Mensageiro de Allah (Louvado Seja) (Allah (Louvado Seja) o abençoe e lhe dê paz), permanecendo com ele apenas um dia, aprendeu o que é o Islamismo, levando o conhecimento ao seu povo e passando a ser o orientador e o mestre, o predicador do Islamismo e o missionário? Além disso, acaso o Mensageiro não explicou toda a religião, em três fases, falando nelas da fé, do Islamismo e do Ihsan (benevolência)? Então, por que não o explicaríamos, hoje em dia, em uma hora?"

Que é o Islamismo? Como alguém se torna muçulmano?

Para cada uma das seitas verdadeiras ou falsas, das associações beneficentes ou perniciosas e dos partidos retos ou perversos, há princípios e fundamentos racionais, e questões ideológicas, que determinam a sua meta e dirigem a sua marcha, sendo norma, para cada um dos seus afiliados e seguidores.

Quem quiser afiliar-se a qualquer um deles se fixará primeiro, nestes princípios que, caso admita e acredite que são corretos, aceitará em seu consciente e em seu subconsciente, não abrigará nenhuma dúvida e solicitará a sua filiação a esta associação. Cumprirá com as suas obrigações, dentro dela, realizará os trabalhos instituídos pelos seus estatutos, pagará à cota do filiado, tal como prescreve o regulamento e, além disso, deverá demonstrar, com a sua conduta, fidelidade aos seus princípios, lembrar-se sempre destes princípios e não fazer nada que o distancie deles, mas dar, com a sua moral e com a conduta, um bom exemplo e ser um predicador verdadeiro.

A filiação a esta associação significa o conhecimento dos seus estatutos, a crença em seus princípios, a obediência às suas determinações e uma vida coerente com a mesma.

Este panorama geral é aplicável ao Islamismo?

Quem entrar no Islamismo tem de aceitar, primeiro, os seus fundamentos racionais e crer neles totalmente, até que constituam, para ele, uma ideologia. Eles se resumem em que este mundo material não é tudo e que a vida terrena não é a vida integral.
Porque o homem existia, antes de nascer, e seguirá existindo, depois da morte; ele não criou a si mesmo, mas foi criado do nada, e não foi criado do mundo inanimado que o rodeia, porque é racional e o mundo inanimado não tem razão. Foi criado, ele, e tudo no universo, do nada, por Um só Allah (Louvado Seja), que é único, que o ressuscita e o faz morrer. Foi Ele que criou tudo, e, se quiser, pode aniquilá-lo e fazê-lo desaparecer, pois este é o Allah (Louvado Seja) que não tem semelhante algum, em todos os universos, que não tem princípio, nem fim; é Eterno, Todo-Poderoso, e não há limitações para os Seus poderes e capacidade; é Sapientíssimo, e não há nada oculto para Ele; é Justo, porém não se mede a Sua justiça absoluta com os parâmetros da justiça humana. Foi Ele que dispôs as regras do universo (que denominamos Leis Naturais) e as fez todas comedidamente, limitando, desde sempre, as suas partes e espécies, e o que acontecerá com os vivos e com os inanimados, com o movimento e com a inércia, com a consistência e com a inconsistência. Dotou o homem de um intelecto, com o qual pode pensar e decidir sobre muitas coisas e escolher o que quiser, e de uma vontade, com a qual realizará o que escolher. Ele crê que Allah (Louvado Seja) criou, além desta vida terrena provisória, outra eterna, na qual se premia os virtuosos, com o Paraíso, e se castiga os iníquos, com o Inferno.
Este é o Allah (Louvado Seja) único. Não tem parceiro algum, que se possa adorar junto com Ele, nem mediador, que possa interceder junto a Ele, sem a Sua anuência. Assim, pois, a submissão deve ser absoluta, em todos os aspectos.

Ele criou entes materiais, que podem ser vistos e sentidos por nós; Criou, também, entes invisíveis, alguns inanimados, outros animados, que não podem ser vistos por nós. Entre as animados, há os criados para o bem absoluto: são os anjos; outros, caracterizados pelo mal absoluto; são os demônios; e outros, que possuem ambos os elementos do bem e do mal; são, ao mesmo tempo, virtuosos e a maldosos: estes são os gênios.

Ele elege, entre os humanos, a quem os anjos têm de revelar a legislação divina, para que a divulgue entre as pessoas. Estes são os mensageiros. Estas legislações estão contidas em livros revelados, que anulam os anteriores a eles e os modificam.

O último desses livros é o Alcorão, que, ao contrário do que ocorreu com os livros anteriores a ele, que foram desvirtuados e esquecidos, permaneceu intacto e a salvo das desvirtuações ou de qualquer perda. E o último desses mensageiros e profetas é Muhammad (SAAS), o árabe, o coraixita, e com ele ficaram seladas, para sempre, todas as mensagens, e com a sua religião, todas as religiões. Não haverá, depois dele, profeta algum.

Portanto, o Alcorão é a constituição do Islamismo e quem está persuadido de que ele é divino e crê nele, em todas e cada uma das suas partes, chama-se crente. A fé, neste sentido, só é conhecida por Allah (Louvado Seja), porque os humanos não podem abrir os corações das pessoas e saber o que há neles. Por isso, para contar-se entre os muçulmanos, só é preciso declarar a fé, dizendo: "Testemunho que não há outra divindade além de Allah (Louvado Seja) e que Muhammad (SAAS) é o Mensageiro de Allah (Louvado Seja)." Quem o declarar, tornar-se-á muçulmano, gozará dos mesmos direitos que qualquer muçulmano e aceitará cumprir todos os deveres que o Islamismo lhe impõe. Estes preceitos são poucos, fáceis, e não precisam de grande esforço, nem fadiga.

Primeiro:

Prostrar-se duas vezes ao amanhecer, clamando ao seu Senhor, pedindo-lhe dos Seus bens e refúgio do Seu castigo, e fazer as abluções parcialmente, ou totalmente, no caso de ter tido contato sexual. Prostrar-se quatro vezes ao meio-dia, seguidas de outras quatro à tarde, três vezes, ao pôr-do-sol e quatro, no começo da noite.
Estas são as orações prescritas, cujo cumprimento não leva mais do que meia hora por dia. Não se exige um lugar específico para realizá-las, nem uma pessoa determinada que as dirija, para que sejam corretas, nem há necessidade de mediadores entre o muçulmano e o seu Senhor.

Segundo:

Durante o ano, há determinado mês, em que o muçulmano adianta o seu desjejum e o faz no final da noite, em vez de no começo do dia; atrasa o seu almoço, até depois do entardecer; abstém-se, durante o dia, de qualquer comida, bebida ou relação sexual. É, pois, este, um mês para purificar a sua alma, dar descanso ao seu estômago e educar o seu caráter, que será, também, benéfico para o seu corpo. Além disso, este mês é uma manifestação da concordância das pessoas, na prática do bem e na igualdade na vida material.

Terceiro:

Se, depois de você satisfazer os seus gastos pessoais e os da sua família, ainda sobrar uma determinada importância de dinheiro, que possuirá durante um ano, sem ter necessidade de gastá-la, o muçulmano responsabilizar-se-á em tirar, passado esse tempo, uma quantidade equivalente a 2,5% do total para os pobres e necessitados, o que, para ele, não será uma grande carga, porém, sim, uma grande ajuda para aqueles. Ademais, será um sólido pilar, para a solidariedade social, e um remédio, para a enfermidade da pobreza, que é o pior dos males.

Quarto:

O Islamismo organizou, para a sociedade islâmica, reuniões periódicas, semelhantes às reuniões de bairros, e com o horário parecido com o de um colégio; dispôs que os muçulmanos se reunissem cinco vezes por dia. Esta é a oração coletiva, na qual cada crente reitera a sua submissão absoluta, apresentando-se perante Allah (Louvado Seja). O fruto disso será, pois, que o forte ajudará o fraco, que os sábios ensinarão os ignorantes e que os ricos socorrerão os pobres. A duração desta reunião é de um quarto de hora. Assim, não há interrupção do trabalho de qualquer um, seja ele trabalhador de uma fábrica ou comerciante. Se alguém perder a reunião, deverá rezar em sua casa, mas privar-se-á da recompensa de ter rezado em congregação.
Outra reunião, similar aos conselhos dos distritos, celebra-se uma vez por semana; é a congregação de sexta-feira. A sua duração é de aproximadamente uma hora e a sua assistência é obrigatória para todos os homens.

Uma terceira reunião, semelhante aos conselhos das cidades, celebra-se uma vez por ano; é a oração das festividades (‘Id)(*3). O comparecimento não é obrigatório e a sua duração é inferior a uma hora.

E por último, uma grande reunião, a exemplo de um congresso geral, é celebrado cada ano em um local determinado. Na realidade, é uma convocação que proporciona orientação em todos os aspectos: espiritual, físico e intelectual. O muçulmano tem a obrigação de participar dela, ao menos uma vez em sua vida; é a Peregrinação (Hajj).
Estes são os deveres religiosos originais, os quais o muçulmano é obrigado a cumprir.

Alem destes deveres, a abstenção de certos atos é também designada como adoração.

Esses atos são deploráveis e as pessoas sensatas os condenam por ser um mal e, portanto, deve ser evitado, tais como matar sem motivo, desrespeitar os direitos das pessoas, a tirania, em todas as suas formas, as bebidas alcoólicas, pois fazem perder a razão, a fornicação, que atenta contra a honra e mistura a descendência, a usura, a mentira, a trama, a traição e a deserção do serviço militar, quando este tem por objetivo servir à causa de Allah (Louvado Seja).

Porém, entre todos, os mais graves são a desobediência aos pais, o perjúrio e o falso testemunho. Além destes, há outros atos abomináveis e maldosos, que a razão percebe a sua falsidade e maldade. Se o muçulmano se descuidar do cumprimento de algum dos seus deveres ou infringir alguma das proibições, porém logo se arrepender e pedir perdão a Allah (Louvado Seja), Ele o perdoará. Porém, se não se arrepender, permanecerá muçulmano, todavia pecador e merecedor do castigo, no Dia do Juízo Final, se bem que o seu castigo será transitório, e não eterno, como o castigo do incrédulo.

Se renegar alguns princípios ou doutrinas originais, por duvidar deles (as), ou renegar um dever, para cujo cumprimento há um consenso geral ou algo, em que há acordo sobre sua ilicitude, ou uma só palavra do Alcorão, será considerado um apóstata e ser-lhe-á tirada a identidade islâmica, pois a apostasia é o pior crime contra o Islamismo, igual à traição, nas leis modernas. Se não se arrepender, o castigo será a morte.

É possível que o muçulmano abandone alguns dos seus deveres ou infrinja algumas proibições, mesmo sabendo que aquele é o seu dever e que estas são ilícitas. Ele continuará sendo muçulmano, porém pecador. Mas quanto à fé, esta é indivisível e mesmo que ele creia em noventa e nove por cento e renegue um, será um apóstata.
Pode-se ser muçulmano sem ser crente. É como quem se filia a uma associação, assiste às suas reuniões, paga as suas cotas e faz o papel de sócio, porém não aceita os seus princípios, nem crê na sua autenticidade. Só entra nela para espionar e corromper os seus assuntos. Este é o hipócrita, o que pronuncia os dois testemunhos de fé e cumpre os deveres religiosos aparentemente, porém não crê na verdade. Este não se salvará, ante Allah (Louvado Seja). Sem dúvida, as pessoas o consideram muçulmano, pois só vêem as aparências, porém Allah (Louvado Seja) sabe, a respeito dos sentimentos e do coração.

Se o homem crê nos fundamentos ideológicos, que constituem a crença absoluta em Allah (Louvado Seja), não relacionada com associados nem mediadores, crer nos anjos, nos mensageiros, nos livros sagrados, na outra vida, no destino, e pronuncia os dois testemunhos de fé, pratica as orações prescritas, jejua, durante o mês de Ramadan, paga o zakat do seu dinheiro, peregrina uma vez na vida, se puder, e se priva daquilo em que há acordo sobre a sua ilicitude, é um muçulmano crente. Porém, o fruto da sua crença não se manifestará nele, e ele nem sentirá a sua doçura; tampouco será um muçulmano completo, até que adote, em sua vida, a conduta de um muçulmano crente.

O mensageiro de Allah (Louvado Seja) resumiu esta forma de conduta em uma só frase, com as mais eloqüentes palavras que um homem já pronunciou. Estas palavras reúnem o bem absoluto, desta e da outra vida, e são: "Que o muçulmano tenha presente, em sua memória, que a todo o momento, esteja de pé ou sentado, só ou acompanhado, na seriedade ou na frivolidade, e em todas as circunstâncias, Allah (Louvado Seja) o vê e o observa; então, assim, não Lhe desobedecerá, e não temerá e nem se desesperará, pois saberá que Allah (Louvado Seja) está com ele; não sentirá solidão, nem necessidade de nada, uma vez que pedirá a Allah (Louvado Seja). Pois, ainda que Lhe desobedeça – a sua natureza é, por si, desobediente-retornará e se arrependerá e lhe será aceito o arrependimento".

Tudo o que foi dito anteriormente está baseado nas palavras do Profeta, sobre o conceito do Ihsan (benevolência): "Adorarás a Allah (Louvado Seja) como se O estivesses vendo, pois se não O estiveres vendo, Ele te estará vendo." Esta é a religião do Islamismo e o seu desenvolvimento, em termos gerais: a doutrina exposta neste capítulo. O Islamismo e o Ihsan serão expostos nos capítulos seguintes, se Allah (Louvado Seja) quiser.

BISMILLAH AL-RAHMAN AL-Rahim•Wassalatu Wassalamu Ala Ashraful Mursaleen
Allahumma Sali Ala Muhammad ua Aali Muhammad. Imploramos a ALLAH (SW), que nos ajude, nos dê uma boa orientação para o benefício do Islã e dos muçulmanos, corrigindo nossos trabalhos, nossas intenções e nossas ações.

Agradecemos a ALLAH (SW) que é o único Senhor do universo.

Que ALLAH (SW), aceite este trabalho, nos dando uma boa recompensa nesta vida e na outra. Principalmente às pessoas que nos precederam nesse trabalho e nos serviram como orientadores! Subhanna Allah!(Louvado Seja Allah (SW).

"Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele." 8:24

*3 - Festa celebrada pelos muçulmanos, no encerramento do mês de Ramadan e no encerramento da peregrinação.

Salam Alaikum