quinta-feira, novembro 15, 2012

ALDEIA DAS RELIGIÕES- ENCONTRO DE DIVERSAS RELIGIÕES EM PORTUGAL

Em nome de Deus o Clemente e Misericordioso!

Queridos irmãos e caros leitores, hoje, eu quero dividir com vocês uma experiência maravilhosa vivida por irmãos portugueses ou mesmos de outras nacionalidades, mas, que vivem naquele país. Enquanto em alguns lugares do mundo pessoas de diferentes credos de procuram nisso um motivo para discórdia, naquele mais milenar a proposta é aproximar os credos, conhecer suas bases religiosas, compreenderem suas crenças e por fim, conviverem harmoniosamente com as diferenças.

Centro Cultural Islâmico do Porto, em representação dos muçulmanos residentes em Portugal, participou na “Aldeia das Religiões”, que se realizou em Priscos – Braga, nos dias 25 a 28 de Outubro de 2012, no âmbito da Capital Europeia da Juventude. É a segunda vez que, a nível mundial, se realiza este tipo de encontros. A primeira experiência teve lugar no Brasil em 1992, apenas por uma noite. Em Priscos, uma aldeia pacata à entrada de Braga, os visitantes puderam visitar e dialogar com as diferentes confissões religiosas durante 4 dias, entre as 10 horas e às 22 horas.

Foram construídas de raiz 13 casas todas iguais, que albergaram as diversas confissões religiosas, entre elas, a Igreja Católica e a Comunidade islâmica, bem como outras minoritárias, como por exemplo a Comunidade Portuguesa de Candomblé Yorúbá.

Hesitamos em aceitar o convite, porque o evento teve lugar na altura da comemoração do Idul Adha (festa religiosa dos muçulmanos relativa ao final da Peregrinação à Maka). Mas o Padre João Torres, da paróquia de Priscos e responsável pelo evento, insistiu na nossa presença, considerando que era importante, por dois motivos: a primeira, para os visitantes obterem esclarecimentos sobre os verdadeiros fundamentos do Islão, em contraste ao que se ouve e se lê; em segundo lugar porque ele guarda boas recordações do convívio com os muçulmanos, quando esteve em Moçambique, em missão de serviço. Com estes argumentos, acabámos por aceitar. 

Para decorar e apetrechar a “nossa casa” com motivos islâmicos, tive o apoio de um vizinho e amigo, que sendo temente a Deus, não professa a nossa religião. Este é um exemplo de entre ajuda, da harmonia e da convivência pacífica, independentemente da raça e da confissão religiosa de cada um. Em caso de emergência, é o vizinho que está mais próximo para nos acudir. Quem acredita em Deus, e no Último dia, deve tratar o seu vizinho generosamente. Aicha e Ibn Omar referiram que o Profeta (Que a Paz e as Bênçãos de Deus estejam com ele), lhes transmitiu a seguinte preocupação: “O anjo Gabriel recomendou-me frequentemente no que se refere aos direitos dos vizinhos, que receei que estes também seriam declarados como herdeiros)”. Bukhari 73:43,44

Nos primeiros dois dias do certame não foi possível a nossa presença, por motivos profissionais e por causa do Idul Adha, dia de orações e de festa. Nos referidos dias, o Padre João Torres, responsável pelo evento, ficou a tomar conta da “nossa casa”.

Nesses dias, os visitantes tiveram acesso às informações acerca do islão que se encontravam afixadas nas paredes, bem como às fotocópias que foram distribuídas gratuitamente. Ao longo destes anos, nas diversas reuniões de esclarecimento e de divulgação da Religião islâmica, tenho convivido com responsáveis das várias igrejas cristãs, em especial com os padres católicos, com os quais mantenho uma relação de cordialidade e de proximidade. Refere o Alcorão: “….E encontrarás os mais próximos dos crentes aqueles que dizem “somos cristãos”. Isso porque entre eles há sacerdotes e monges e eles não são orgulhosos”. 5:82.

Nos dias seguintes, sábado e domingo, a “Aldeia da Religiões”, foi “invadida” por milhares de visitantes. Este evento foi pensado nos jovens, a fim de perceberem os fundamentos e os rituais de cada confissão. Organizados em grupos, vieram acompanhados pelos professores e outros na companhia dos pais. Os mais idosos também marcaram presença. Movidos pela curiosidade, quiseram saber as manifestações espirituais de cada uma das confissões e como Deus é representado.

Não esperávamos ver tanta gente, porque normalmente este tipo de eventos não tem suscitado grandes concentrações de pessoas. Foram distribuídas mais de 2.500 fotocópias referenciando diversos temas, nomeadamente: Princípios Gerais do islão,

Os Pilares da Fé, a Importância da Água no Islão, a Esposa, versículos do Alcorão,Jesus também um Profeta do islão e a Espiritualidade no Islão.

Com o apoio da Al Furqan, editora de livros islâmicos de Portugal, foi possível colocar à disposição dos visitantes, livros diversos focando temas da história do Islão, bem como de assuntos da actualidade. Nestas terras do Norte de Portugal, muito conservadora, os pilares da fé islâmica são desconhecidos. Conhecem o Islão pelas informações deturpadas que são transmitidas através da comunicação social, a qual muitas vezes associa a violência à Religião. Ao entrarem na “nossa casa”, os visitantes deparavam-se com um grande quadro representando a Mesquita Sagrada de Maka e no centro a Caba. Entre outras exclamações o que mais ouvi foi: “É esta a pedra negra que vocês adoram?”; “Que quadro bonito! Ficaria muito bem na minha sala!”. Estavam assim lançados os temas para o diálogo. O quadro representa o período de Haj – a Peregrinação a Meca, que estava a decorrer. A peregrinação a Meca é obrigatória, pelo menos uma vez na vida, para os muçulmanos que tenham possibilidades financeiras. Foi assim possível falar do Profeta Abraão – Que a Paz de Deus esteja com ele, tronco comum das 3 religiões monoteístas, Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Ele e o seu filho primogénito Ismael, também Profeta do Islão, reconstruiram a Caba, a Casa de Deus.

Depois de concluídos os trabalhos, pai e filho circundaram a casa por 7 vezes, louvando e pedindo a Deus: “Senhor Nosso, aceita (este serviço) de nós. Tu és o Exorável, o Sapientíssimo”. 2:127. “Senhor Nosso! Faz de nós submissos a Ti, e que surja da nossa descendência, um povo submisso à Tua vontade…” 2:128.

“Senhor Nosso! Faz surgir no seu meio, um Mensageiro saído entre eles, que lhes recite os Teus Versículos e lhes ensine a Escritura e a Sabedoria, e os purifique; Tu és o Poderoso, o Sábio.” 2:129.

A peregrinação consiste em lembrar as principais tribulações sofridas pelo Profeta Abraão e sua família, nomeadamente quando Deus testou Abraão, que recebeu instruções através do sono para sacrificar o seu filho Ismael. Quando se dirigia para cumprir as ordens de Deus, Abraão foi tentando pelo diabo por três vezes, persuadindo-o para que não o fizesse. Abrão afugentou o diabo, atirando 7 pedras.

Por 3 vezes o Profeta Abraão foi tentado e por três vezes atirou pedras para afugentar o diabo. Deus com a sua infinita misericórdia, entregou a Abraão um carneiro para ser sacrificado. Também os muçulmanos quando vão fazer a peregrinação, vão atirar as pedras para 3 grandes pilares, representando os diabos. Não os que tentaram Abraão, mas os que nos atormentam dia a dia e nos desviam do caminho da verdade. Os muçulmanos que estão em peregrinação e os que estão em todo o mundo, sacrificam carneiros, camelos ou vacas, lembrando o sacrifício que Abraão. Com esta explicação, muitos interrompiam: ”É só o prazer de matar animais?. Por ser um dia de festa, a carne é dividida em 3 partes iguais, uma para nosso consumo próprio, outra para os vizinhos e familiares e outra para os pobres. Assim, todos têm o suficiente para passarem o dia de festa. A carne era e continua a ser um bem escasso para os mais necessitados. Depois deste esclarecimento, exclamavam e continuavam com as perguntas: “Ah, assim tem lógica! E já agora, vocês adoram a pedra negra?”. Não adoramos a Caba, só adoramos unicamente a Deus, e não necessitamos de nenhuns intermediários, para nos dirigirmos a Ele. Nas nossas Mesquitas não temos figuras de Santos ou de Profetas. A representação em imagens não é permitida, porque isso conduziria à adoração dos mesmos. A Caba é um lugar sagrado e serve de orientação para todos os muçulmanos para se virarem na sua direcção para efectuarem as orações. Se a Caba desaparecesse, o local em si, continuaria sagrado.

A condição da mulher muçulmana foi tema de conversas e de pedidos de esclarecimentos. Em qualquer parte do mundo, onde os empregos são escassos, os melhores lugares são ocupados pelos homens e as mulheres ficam a tomarem conta da casa e dos filhos. Elas ficam assim mais disponíveis para educarem os filhos. Com a evolução dos tempos, com o aumento da oferta de trabalho e com a necessidade de aumentar os rendimentos do lar, a mulher começou a exercer diversas profissões. Era assim também em Portugal, se recuarmos para os anos 40 e 50. Hoje em dia, muitas mulheres muçulmanas já estudam, trabalham e ocupam lugares de destaque e de responsabilidade. É uma evolução gradual, dependente das condições económicas e financeiras dos países ondem vivem. Infelizmente algumas mulheres, em qualquer parte do mundo, sofrem violências por parte dos maridos desprovidos de carácter, como é o exemplo, em Portugal, dos 28.980 casos de violência doméstica participados às autoridades em 2011 e das mais de 30 mulheres que são mortas anualmente. O Islão recomenda o tratamento condigno à mulher. Repetidamente o Profeta e a Palavra de Deus, alertam-nos para o bom carácter em relação a todos, em especial para com a mulher. O homem encontrará o paraíso nos pés da mãe. A melhor descrição acerca do relacionamento entre marido e mulher, é referida no Cur’ane: “Elas são as suas vestimentas e vós sois as vestimentas delas”. 2:187.

Protecção, apoio e conforto mútuo.

À pergunta “Nas mesquitas, porquê que as mulheres fazem as orações  separadas dos homens?”, esclarecemos: Nas orações em congregação, os crentes ficam muito juntos uns dos outros, ombro a ombro. E uma das partes da oração, é de nos prostrarmos a Deus. Por estarmos “colados” uns aos outros, os homens e as mulheres oram em salas separadas. Assim, Desligamo-nos de tudo e mantemo-nos concentrados nas orações. Referi também que nas Igrejas do interior, onde já fui várias vezes assistir a casamentos ou acompanhar funerais, os homens ficam numa ala e as mulheres noutra e isto não corresponde a nenhuma descriminação, mas sim respeito pelo lugar onde nos encontramos.

Nós acreditamos em Deus e vocês acreditam em Allah? De que matéria é Ele representado? Eram outras perguntas frequentes. Outros afirmaram que Allah é Deus dos Árabes. Ficaram espantados quando lhes disse que os Cristãos Coptas que estão no Egipto, também dizem Allah quando se referem a Deus. Deus é único para toda a humanidade e cada povo O denomina na sua própria língua. Assim, Allah é o termo arábico, que significa Deus, God, Dieu, Kulukumba (um dos dialectos moçambicanos).

Deus não é feito de ouro, de prata ou de qualquer outra matéria. Ele é o Único e não tem nenhuma representação, porque ninguém O conhece como Ele é. “Adorai a Deus e não lhe atribuais parceiros…”.

Muitos ficaram surpreendidos quando falámos de Issa – Jesus e de sua mãe Mariam – Maria, que a Paz de Deus esteja com eles; do nascimento milagroso de Jesus, masnão como filho de Deus; dos milagres feitos com a permissão de Deus; de ser um dos Mensageiros / Profetas mais importantes do islão; e que descerá à terra, quando se encontrar próximo o final do mundo. Quando lhes falámos de outros Profetas,

nomeadamente Abraão, Moisés, David, Salomão, João Baptista, compreenderam de que o Islão é uma religião monoteísta, sendo o Profeta Abraão o tronco comum das três religiões, o Judaísmo, Cristianismo e o islamismo. “Porque entram descalços nas mesquitas?” As Mesquitas são lugares sagrados, como as Igrejas e as Sinagogas. São Casas de Deus e devemos permanecer nelas de forma humilde e com trajes adequados. Entramos descalços para não transportarmos os detritos das ruas e porque são lugares onde nos prostramos a Deus. Por outro lado Deus refere na Bíblia – Êxodo 3:4,5: “Deus chamou Moisés no meio da sarça:

“Moisés! Moisés!” – Ele respondeu: “Aqui estou”. Deus disse-lhe; Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos teus pés porque o lugar onde te encontras é terra sagrada”. E Deus diz no Cur’ane: “Tira as tuas sandálias porque estás no vale sagrado de Tuwa”. 20:12

O tema quente muito debatido, foi a questão das guerras. Perguntaram os motivos “da Jihad, das guerras santas”, que actualmente são noticiadas com muita frequência nas televisões. A questão da Palestina e a invasão do Iraque, foram os principais temas de conversa. Um dos visitantes, ao pretender justificar a invasão do Iraque, afirmou: ”a América fez bem em invadir o Iraque, para derrubar o ditador”.

Imediatamente se ouviram vozes discordantes e curiosamente o “debate” teve lugar  entre os visitantes. Para acalmar os ânimos, pedi a palavra para referir que já é mais do que conhecido de que a invasão ocorreu sob um falso pretexto de existência de “armas de destruição massiva” e que a guerra só veio trazer a destruição de um país, a desestabilização política e militar da região, a morte de milhares de civis e de militares e o aumento da desconfiança e do ódio em relação aos invasores. O dinheiro despendido nesta invasão, poderia ter sido utilizado para ajudar a combater o flagelo da fome e da pobreza, que continuam a afligir milhões de seres humanos.

A Jihad não é guerra santa. É o esforço no caminho de Deus. A Jihad pode ser o esforço de um crente, na procura de conhecimentos escolares, com vista à obtenção de melhores condições de vida para si e para os seus. Neste caso particular, a melhor jihad é não ter medo de, cara a cara, proferir uma palavra justa, perante um governante injusto.

A questão da Palestina foi explicada recorrendo a exemplos concretos do que se passa em Portugal. Os diferendos relativos à posse da terra, geram conflitos entre vizinhos e herdeiros. Se alguém verificar que o seu quintal foi ocupado, ele ficará muito aborrecido com a situação. Pior ainda se a ocupação se estender a uma divisão da casa. Ele fará todos os possíveis para retirar os invasores, recorrendo aos tribunais. Com processos “apinhados”, as instâncias judiciais vão arrastando as decisões por muitos anos. Entretanto a paciência vai-se esgotando e os protagonistas continuarão a acusar-se mutuamente, recorrendo à força. Muitas vezes os diferendos acabam em mortes. Em Portugal, onde vivemos em paz, é frequente ouvirmos que um irmão matou o outro por causa dum pedaço de terreno.

A maior parte das querelas que vemos neste mundo conturbado, são derivadas por questões políticas, económicas e territoriais. Alguns muçulmanos, não respeitando os ensinamentos religiosos, em resposta às provocações, manifestam-se duma forma violenta, utilizando o nome da religião, acendendo ainda mais a fogueira da discórdia.

“….Quem matar uma pessoa que não tenha cometido homicídio ou semeado corrupção na terra, será julgado como se tivesse assassinado toda a humanidade.” Cur’ane 5:32.

Durante os dias em que decorreram as actividades, a afluência dos visitantes obrigou os responsáveis a permanecerem nas “suas casas”. As pausas eram aproveitadas para tomarmos em conjunto as refeições, num refeitório construído para o efeito. Os responsáveis das casas aproveitaram a oportunidade para conversarem acerca de diversos temas e pontos de vista religiosos. A curiosidade era imensa, mesmo entre as confissões cristãs. As voluntárias que se ofereceram para a cozinha, muito amáveis, serviram-nos refeições quentes, compostas por comida vegetariana e com opção de peixe e de carne. Por uma questão de respeito e de tolerância, nas ementas não constavam as carnes de porco e de vaca.

A nossa participação na “Aldeia das Religiões” teve como objectivo principal, esclarecer os visitantes dos verdadeiros princípios da fé islâmica. “Convoca (os humanos) à senda do teu Senhor com sabedoria e uma bela exortação; dialoga com eles de maneira benevolente.” Cur’ane 16:125. Não vivemos sozinhos neste mundo, cada vez mais global. Também aprendemos convivendo com outras confissões, conhecendo outras formas espirituais de estar na vida. Conhecer os “outros”, mesmo que oceanos e montanhas nos separem, ajuda-nos a compreender e a perspectivar um mundo melhor, onde possamos viver em paz e em harmonia.

Participámos nesta concentração de confissões religiosas, com muito entusiamo e com muito empenho, mas sem qualquer intenção de converter alguém ao Islão. “Não há compulsão na religião”. Cur’ane 2:256. Deus deu a todos os seres humanos a faculdade da livre escolha. Os seguintes versículos são bem elucidativos: “ó descrentes (da minha religião). Eu não adoro o que vós adorais, nem vós adorais o que adoro……… Para vós a vossa religião e para mim a minha religião”.Cur’ane 109, 1 a 6.

“Quando é que a religião foi única? Sempre houve duas ou três…. Elas tornarse-ão uma no Dia do Julgamento, mas aqui em baixo é impossível, pois cada um tem finalidade e desejos diferentes… no Dia do Julgamento, todos se tornarão um, se voltarão para uma só direcção e terão a mesma língua e o mesmo ouvido....” Djalal Ud-Din-Rumi.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

15/11/2012

Califas Probos 4-Califa Áli Ibn Abi Tálib (RAA)

“Você não ficaria satisfeito ser para mim o que Aarão foi para Moisés? Fique sabendo que não haverá qualquer profeta depois de mim”? 
(Bukhári e Musslim) 

Preparação: Dr. Ahmad Al Mazid
Dr. Ádel Ach Chadi

Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso

Louvado seja Allah, Protetor dos temente e Ajudante dos enfraquecidos. Que a paz e a graça de Deus esteja com o derradeiro dos profetas e dos mensageiros, nosso Profeta Mohammad(S), com os seus familiares e com todos os seus companheiros.

Esta é a última jornada dos Califas probos e líderes dos orientados. Vamos viver com ela com o quarto califa probo, um dos dez auspiciados com o Paraíso, o primeiro menino a adotar o Islam, o califa mais próximo em parentesco do Rassulullah (S). É o seu primo, tendo o mesmo avô, Abdel Mutalib, marido da filha do Profeta (S) e pai do Hassan, Ali Ibn Abi Tálib (R).

Um dos famosos sábios, dos ascetas conhecidos, os oradores lembrados, herói dos heróis, cavaleiro dos cavaleiros, forte, o mestre dos corajosos, o portador do estandarte no dia de Khaibar para educar todo covarde!

Sob a Doção do Profeta (S)

Áli Ibn Abi Tálib (R) foi educado na casa do Profeta (S), isso antes do início da mensagem. Ibn Isaac 
relatou, com base em Mujáhid Ibn Jubair: “Foi da graça de Deus ao Áli Ibn Abi Tálib que uma crise se abateu sobre os coraixitas. Abu Tálib tinha uma família numerosa. O Profeta (S) pediu ao Abbás, um dos mais ricos entre o clã de Háchim, para aliviarem a carga familiar de Abu Tálib, adotando cada um deles um dos filhos dele. O Abbás aceitou e foram ter com Abu Tálib, expondo-lhe a questão. Este lhes disse: “Se vocês me deixarem ‘Aquil, podem fazer o que quiserem.”

O Rassulullah (S) levou Áli e o Abbás levou Jaafar. Áli permaneceu com o Profeta (S) até o início de sua mensagem. Ele o seguiu, acreditando e tendo confiança nele.

A Sua Conversão (R)

Áli (R) disse: “O Rassulullah (S) foi comissionado na segunda-feira, e eu adotei o Islam na quarta-feira.” Foi o primeiro menino a se tornar muçulmano. Estava com oito anos de idade.
Devido à sua pouca idade e a sua permanência na casa do Profeta (S), Áli Ibn Abi Tálib foi educado na boa conduta. Nunca foi pueril, nunca adorou ídolos, nunca ingeriu álcool, nem conheceu o caminho da diversão e da indecência.

Dormiu no Leito do Profeta (S)

No dia da Hégira, Áli Ibn Abi Talib (R) dormiu no leito do Profeta (S), mesmo sabendo do perigo que estava correndo, uma vez que os politeístas estavam à espreita, do lado de fora, armados, querendo matar quem estavam dormindo no leito. A sua vida, porém, não era mais querida do que a vida do Rassulullah (S).

Entrega dos Depósitos

Quando o Profeta (S) migrou para Madina, ordenou Áli (R) a permanecer em Makka para devolver os depósitos que estavam sob a guarda do Profeta (S), e então o seguisse junto com a sua família, e ele o fez.

Suas Participações

Áli (R) participou da batalha de Badr, e foi decisivo nela. Participou de Uhud, e estava do lado direito portando o estandarte depois de Mus’ab Ibn Umair. Participou da Batalha do Fosso e matou o herói dos árabes e um de seus famosos valentes, Amru Ibn Wad al Ámiri. Participou do pacto de Hudaibiya, da aclamação de Radhwan. Participou da expedição de Khaibar, tendo uma participação espantosa, conquistando a fortaleza e matando o seu comandante.

Participou de Umratul Cadhá. Nela o Profeta (S) disse: “Você é de mim e eu sou de você.” (Bukhári).
Participou da conquista de Makka, da campanha de Hunain, de Taif. Em todas essas batalhas lutou com coragem ímpar. Ele acompanhou o Rassulullah (S) na Umra à partir de Ju’rána.

O Rassulullah (S) o enviou como emir e governador do Iêmen, juntamente com Khálid Ibn al Walid. Acompanhou o Rassulullah (S) na Peregrinação de Despedida, levando as oferendas, cumprindo os rituais que o Rassulullah (S) cumpria. Acompanhou-o na oferenda, permanecendo com o ihram (veste da peregrinação) até sacrificarem as oferendas após o término dos rituais da peregrinação. 

Será que o Profeta (S) Designou Áli Para a Sua Sucessão?

Quando o Profeta (S) adoeceu, o Abbás disse para Áli (R): “Pergunte ao Rassulullah (S) quem irá sucedê-lo?” Áli respondeu: “Por Deus que não irei perguntar. Se ele nos proibir, as pessoas não irão nos aceitar mais depois dele.” 

As tradições verdadeiras e sinceras mostram que o Rasssulullah (S) não indicou a ele ou a ninguém para sucedê-lo, mas aludiu ao Siddik e indicou de forma compreensível e visível a ele.

O que muitos ignorantes e estúpidos alegam que ele indicou Áli para o califado, estão mentindo, proferindo calúnias e falsidades, e cometem um grave erro, acusando os companheiros de traição e de parcialidade, deixando de executar o seu testamento, desviando-o para outro, sem sentido nem causa.

Cada crente em Deus e no Seu Mensageiro confirma que o Islam constitui na verdade e sabe que essa alegação é falsa, porque os companheiros do Rassulullah (S) eram pessoas melhores depois dos profetas, as melhores gerações dessa comunidade, a mais nobre das comunidades neste mudo e no Outro, de acordo com o texto do Alcorão, do consenso dos antecessores e dos sucessores, com a graça de Deus.

Alegar, também, que o Profeta (S) designou Áli (R) para o califado e ele não o exigiu, mas exerceu a função de ministro e conselheiro dos califas anteriores, casou e concedeu sua filha em casamento, acusando-o de mudez e fraqueza, Deus está isento disso, pois ele foi o cavaleiro indomável, que não se furtava em pronunciar a verdade.

A Sua Posição Quanto ao Califado dos que o Antecederam

Quando o Rassulullah (S) faleceu, Áli participou da preparação, banho e amortalhamento e sepultamento do corpo. Quando o Siddik foi aclamado, em Saquifa, Áli fazia parte dos que o aclamaram na mesquita. 
Estava ao lado do Siddik, com os outros líderes dos companheiros, consciente de seu dever de obedecê-lo e servi-lo.

Quando Abu Bakr faleceu e Omar assumiu o califado por designação de Abu Bakr, Áli participou de sua aclamação, e foi o seu fiel conselheiro.

Diz-se que Omar lhe pediu para sentenciar durante o seu califado, foi com ele e um grupo dos companheiros para a Síria, assistiu ao seu discurso em Jábiya.

Quando Ômar foi apunhalado, e tornou a sucessão numa questão de consulta entre seis candidatos, com Áli sendo um deles, e a escolha ficou entre Osman e Áli e a escolha ficou com Osman, ele acatou a escolha. Quando Oman foi assassinado, numa sexta-feira, as pessoas escolheram Áli e o acalmaram.

Áli negou-se atendê-los em aceitar o califado mesmo com a insistência no pedido. Ele se retirou para o 
pomar de Bani Ámru Ibn Mabdul e se fechou no local. As pessoas foram atrás dele, insistiram com ele, juntamente com Tal-há e Zubair. Disseram-lhe: “Não se pode ficar sem um governante.” Continuaram insistindo com ele até aceitar.

Suas Virtudes

Áli Ibn Abi Tálib (R) teve muitas virtudes e muitos méritos. O Imam dos sunnitas, Ahmad Ibn Hanbal (que Deus tenha piedade dele), disse: “Nenhum dos companheiros do Rassulullah (S) teve os méritos de Áli.” Isso indica o amor dos sunnitas a Áli e os familiares do Profeta (S), pois eles conservaram essas tradições e as narraram como as ouviram do Profeta (S), sem omitir nenhuma delas. Entre as tradições a respeito de seus méritos (R), citamos:

Primeiro. Áli como Mártir: Abu Huraira (R) relatou que o Rassulullah (S) estava em Harrá juntamente com Abu Bakr, Omar, Osman, Áli, Tal-há e Zubair, e a rocha se moveu. O Rassulullah (S) disse: “Quita, está sobre você um profeta,ou Siddik ou mártir.”

Segundo. Áli no Paraíso. O Rassulullah (S) disse: “Abu Bakr estará no Paraíso, Omar estará no Paraíso, Osman estará no Paraíso e Áli estará no Paraíso.” (Ahmad).

Terceiro. Só o ama o crente e só o odeia o hipócrita: Áli (R) disse: “Por Aquele que criou a semente e fez soprar a brisa, que o Profeta iletrado (S) me afiançou que só me amará o crente e só me odiará o hipócrita.” (Musslim).

Quatro. Sua posição em relação ao Profeta (S): Saad Ibn Abi Waccas relatou que o Rassulullah (S) deixou Áli em Madina durante a expedição de Tabuk. Disse-lhe: “Ó Rassulullah, está me deixando junto com as mulheres e as crianças”? Respondeu-lhe: “Você não ficaria satisfeito ser para mim o que Aarão foi para Moisés? Fique sabendo que não haverá qualquer profeta depois de mim”? (Bukhári e Musslim).

Quinta. Familiares do Profeta (S). Saad Ibn Waccas relatou que quando o seguinte versículo: “Vinde! Convoquemos os nossos filhos e os vossos” (3:61), o Rassulullah (S) convocou Áli, Fátima, Hassan e Hussein e disse: “Ó Deus, estes são os meus familiares” (Musslim).

Sexta. Áli ama Deus e Seu Profeta (S), Deus e Seu Profeta (S) o amam. Sahl Ibn Saad (R) relatou que o Rassulullah (S) disse no dia de Khaibar: “Amanhã vou entregar o estandarte a um homem, por intermédio do qual, Deus irá conceder a vitória. Ele ama Deus e Seu Profeta (S) e Deus e Seu Profeta (S) o amam”. As pessoas foram dormir querendo adivinhar a quem daria o estandarte. Ao amanhecer, foram ter com o Rassulullah (S), cada um desejando ser escolhido. Ele perguntou: “Onde está Áli Ibn Abi Tálib”? Responderam-lhe: “Ele está se queixando dos olhos”. Pediu: “Mandem chamá-lo”. Áli chegou, o Rassulullah (S) pegou a sua saliva, passou nos olhos dele, fez uma prece e a vista de Áli ficou boa, sem dor. Deu-lhe o estandarte e Deus lhe concedeu a vitória. (Bukhári e Musslim).

Sétima. Áli, como juiz. Áli (R) relatou: “O Rassulullah (S) me enviou ao Iêmen, como juiz. Perguntei-lhe: ‘Ó Rassulullah, está me enviando a pessoas mais velhas do que eu para ser juiz deles’? Respondeu: ‘Vai, Deus, Altíssimo, firmará a sua língua e orientará o seu coração’. (Ahmad e Nissá-i).

Oitava. Você é meu e eu sou seu. Bará Ibn ‘Azib (R) relatou que o Profeta (S) disse a Áli: “Você é meu e eu sou seu”. (Bukhári).
Habachi Ibn Junáda relatou que o Profeta (S) disse: Áli é meu e eu sou dele e, só pagam as minhas dívidas, eu ou Áli”. (Ahmad e Tirmizi).

Os elogios dos companheiros e de seus antecessores

Ômar Al Khattab (R) disse: “Áli é o nosso juiz”. Costumava pedir refúgio em Deus, quanto aos problemas em que não havia opinião de Abul Hassan, quer dizer Áli.

Ibn Abbás disse: “Quando era-nos apresentado um parecer de Áli, não objetávamos”.
Ibn Saad, baseado em Said Ibn Mussib relatou: “Nenhum dos companheiros se atrevia a dizer: ‘Perguntem-me’, a não ser Áli Ibn Abi Tálib”.

Ibn Mass’ud declarou: “O mais sensato e o maior juiz de Madina era Áli”.
Aicha (R) declarou: “Era o mais conhecedor do que restou dos companheiros quanto a Sunna”.
Massruk declarou: “O conhecimento dos companheiros do Rassulullah (S) terminou em Ômar, Áli e Ibn Mass’ud”.

Abdullah Ibn Abbás disse: “Áli possuía um conhecimento vasto, foi um dos primeiros muçulmanos, genro do Profeta (S), jurisprudente da Sunna, aliado nas batalhas e muito generoso”.
Ômar Ibn Al Khattab (R) disse: “Foram concedidas a Áli pelo Profeta (S) três características, se uma deles fosse concedida a mim, eu a preferiria às coisas mais valiosas”. Perguntaram-lhe: “Quais são”? Respondeu: “O casamento com a sua filha, a sua residência na mesquita e o estandarte no dia de Khaibar”.
Áli (R) disse: “Por Deus, nenhum versículo foi revelado sem que eu soubesse sobre o quê, onde e a respeito de quem foi revelado. Meu Senhor me concedeu um coração sensato e uma língua eloquente”.

Conduta de Áli (R)

Costumava varrer a casa da moeda, rezava nela, com a esperança de que Deus testemunhasse que não deixava de distribuir os bens entre os muçulmanos.

Seu ascetismo

Quando Áli assumiu o califado, não mudou a sua conduta ascética quanto ao mundo. Recusou-se a morar no palácio do califado. Abandonou-o dizendo: “É o palácio dos insânos, nunca irei morar nele”.

Jarmuz relatou: “Vi Áli vestindo roupas rústicas, a calça até metade da canela, camisa curta, com bastão na mão, andando pelo mercado, ordenando às pessoas temerem a Deus e serem honestas no seu comércio, dizendo-lhes: “Pesem e meçam devidamente”. 

Sua Justiça

Áli sentiu falta de um escudo quando estava em Siffin, encontrou-o na casa de um judeu. Queixou-se ao juiz Churaih, acusando-o de ter roubado o escudo.
O judeu negou. Churaih pediu a Áli para que apresentasse testesmunhas. Áli apresentou o seu ajudante e Hassan. O juiz lhe disse: “Testemunho de filho não é aceito” e sentenciou a favor do judeu. O judeu então disse: “O emir dos crentes me levou perante o juiz e este o condenou”. Por isso declaro: “Presto testemunho de que não há outra divindade além de Allah e de que Mohammad é seu Mensageiro. O escudo é seu, ó emir dos crentes”. Áli lhe deu o escudo de presente.

Dhirar Bin Dhamra Descreve ÁliMuáwiya pediu a Dhirar Ibn Dhamra: “Descreve-me Áli.” Respondeu-lhe: “Isente-me disso.” Pediu-lhe: “Peço-lhe por Deus que o faça.” Disse:
Era, por Deus, de longa visão, muito forte, falava com eloqüência e sentenciava com justiça. O conhecimento brotava de seus flancos, sua língua pronunciava sabedoria, negava o mundo e suas flores e tinha intimidade com a noite e suas trevas. Era, por Deus, de lágrima fácil, de pensamento longo, gostava as vestes curtas e os alimentos simples. Era como nós, respondia quando era perguntado, atendia ao nosso convite e nós, por Deus, apesar de sua proximidade não conseguíamos lhe falar por respeito e reverência. Ele valorizava os religiosos, se aproximava dos necessitados. O forte não cobiçava o sua ilicitude e o fraco não se desesperava pela sua justiça. Presto testemunho que o vi em algumas situações, tarde da noite, segurando a barba, agitado como se tivesse sido picado, chorando de tristeza e dizendo: “Ó mundo, tente outro, não adianta se expor ou se enfeitar. Sei de três coisas a seu respeito: A sua vida é curta, o seu perigo é grande. Temo a pouca provisão, a longa jornada e a solidão do caminho.”
Muáwiya chorou e disse: “Que Deus tenha misericórdia de Abul Hassan. Por Deus, era realmente assim.” 

Seu Assassinato
Quando a disputa entre Áli e Muáwiya se agravou, três pessoas dos khawárij resolveram assassinar Áli, Muáwiya e Ômar Ibn Al ‘(RAA).  (Que Deus esteja Satisfeito com todos eles). 

Quanto ao encarregado de assassinar Áli, foi Abdul Rahman Ibn Muljim (Que Deus o deteste). Foi ajudado por Chubaib Ibn ‘Ajra Achja’i (Que Deus o deteste).

Na noite de sexta-feira, 17 de Ramadan do ano 40 da Hégira, Áli (R) acordou cedo para o Sahur, o muézin foi ter com ele e o avisou do horário da oração. Áli saiu, chamando as pessoas à oração. Os dois criminosos estavam de tocaia. Chubaib o segurou, Áli o golpeou com a espada. A espada atingiu a porta. Então, Ibn Muljim o golpeou com a espada, atingindo-o na fronte e fugiu. Chubaib voltou para casa e um homem de Bani Umaiya o matou.

Quanto a Ibn Muljim, foi perseguido, preso e levado até Áli que o olhou e disse: “Vida por vida. Se eu morrer, matem-no como me matou. Se eu escapar, vou estudar o seu caso”.
Ibn Muljim ficou preso, enquanto Áli permaneceu vivo na sexta e no sábado, faleceu na noite de domingo. Hassan ordenou que cortassem a cabeça de Ibn Muljim. 

Que Deus esteja satisfeito com Áli Ibn Abi Tálib(R). Ó Senhor seja testemunha de que o amamos, a todos os califas probos e a todos os companheiros de Seu Profeta. Que Deus abençoe e dê paz ao nosso Profeta Mohammad(S), aos seus familiares e a todos os seus companheiros.

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"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

......Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

terça-feira, novembro 13, 2012

O comportamento com os vizinhos:

Orientado por Sheikh Abdu Osman

Disse o Profeta Mohamad (SAS): “de tanto que o Anjo Gabriel me recomenda pelo vizinho eu pensei que Deus haverá de prescrever parte da minha herança para ele”, e disse também “quem acredita em Deus e no dia do julgamento final, que seja generoso com seu vizinho.” Portanto cabe ao muçulmano ter o seguinte comportamento:

1- não maltratá-lo com palavras e/ou atitudes, disse o profeta (SAS): “por Deus não é crente aquele que seu vizinho não tem sossego quanto a ele.” e quando lhe falaram sobre uma mulher que orava, jejuava e fazia caridade, mas maltratava seus vizinhos o profeta (SAS) disse: “ela estará no inferno.”

2- tratar bem os vizinhos, apoiá-lo quando precisa de apoio, ajuda-lo quando precisa de ajuda, visita-lo quando está doente, parabenizá-lo nas suas alegrias, conforta-lo nas suas tristezas, socorre-lo quando precise, inicia-lo com os cumprimentos, falar com educação com ele, conversar com carinho com seu filho e aconselha-lo, cuidar da sua família quando for preciso, perdoar suas falhas, não ficar observando as falhas dele, conservar a sua dignidade e honra, não perturbá-lo com construção ou corredores, não jogar o lixo em frente a sua casa.

3- ser generoso com ele, mandar comida para ele.

4- respeita-lo e não perturbá-lo ao pregar um quadro na parede de divisa deverá informá-lo e consulta-lo, não alugar o vender a sua casa antes de dar preferência a ele, se ele precisa usar a parede de divisa não impedi-lo.

5- ter paciência com os maus tratos da vizinhança.

Fonte:http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp? od_noticia=17130&cod_canal=54

O comportamento com os seres inanimados (Meio ambiente)

Orientado por Sheikh Abdu Osman

O Islam antes dos ambientalistas estabelecerem regras para o meio ambiente há 1433 anos atrás ao falar sobre o equilíbrio na criação do universo que não foi criado a toa mas todas as coisas nele criadas são criados devido a uma exata proporção, as regras estabelecidas evitam choque entre as funções de cada elemento neste universo para manter o equilíbrio. Podemos citar o exemplo da China onde os pássaros comiam 3% da safra do arroz e para impedir esse prejuízo mataram os pássaros, logo apareceu um problema maior quando as minhocas acabaram consumindo 50% da safra. O Islam para preservar o ambiente estabeleceu regras como: “impedir os danos é melhor que trazer benefícios”, também não há dano singelo nem recíproco” tais regras impedem os transgressores ao meio ambiente de causar danos.

Estabelece a regra de “prevenir contra a corrupção” esta regra impede o ser humano de agredir o meio ambiente, o profeta Mohamed (SAS) orienta para que as pessoas preservem as fontes hídricas de poluição quando disse: “evitem as três maldições: fazer necessidades nas fontes de água, lugares de passagem de pessoas, e na sombra” e completou “não urine na água parada” o Islam dá orientação para que se preserve a higiene nas residências, disse o profeta(SAS): “Deus é belo e aprecia tudo o que é belo e limpo, então limpem suas casas e jardins”.

O Islam estimula as pessoas a plantarem e embelezarem o meio ambiente, disse o profeta (SAS): “todo muçulmano que plante uma planta ou uma muda e vem se alimentar dela uma ave, ser humano ou um animal é considerado uma caridade para ele, e disse também “se vier a acontecer o fim do mundo e na mão de um de vocês tiver uma muda , que a plante se puder”. Existem três fundamentos básicos nos Islam para a preservação do meio ambiente:

1- o muçulmano deve ser justo e não deve transgredir os limites, deve observar a Deus em qualquer ação seguindo Sua orientação e por tal razão não deve corromper nenhum dos alimentos da natureza, portanto não deve poluir a água, extrapolando no seu consumo, matar um animal sem razão, proteger a terra;

2-o Alcorão veio para organizar os aspectos geria da vida e entre esses aspectos está o meio ambiente, proibindo assim exagero nas medidas para que não haja desequilíbrio;

3- buscar o equilíbrio e respeitar os limites estabelecidos por Deus e não causar danos, disse Deus no Alcorão:
وَلاَ تَعْثَوْا فِي الأَرْضِ مُفْسِدِينَ (85)
“não espalhem na terra a corrupção” ( Surat Hud 85 )

Na Assunnah profética há ênfase sobre o meio ambiente, podemos dividí-la em três grupos:

1- ditos que estimulam a plantação e preservação de árvores, considerando que o plantio é uma obrigação coletiva e para preservar a plantação e as sementes o profeta (SAS) proibiu a coleta antes da época, além de estabelecer garantias financeiras contra danos causados às plantações por animais.

2- Regras relacionadas à caça, onde é proibido a prática a não ser para alimentação, disse o profeta(SAS): “não tome algo vivo como alvo e quem matar um pássaro por brincadeira irá testemunhar contra ele no dia do julgamento final”.

3- Regras que estabelecem a quarentena e reservas ambientais, disse o profeta (SAS): “não deve-se apresentar uma pessoa doente a outra sã” sabe-se tbm que o Islam havia estabelecido determinados período do ano onde proíbe matar e assustar animais e cortar e queimar plantações em determinados lugares.

Fonte: http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=17521&cod_canal=54

O comportamento com as mulheres

Orientado por Sheikh Abdu Osman.

O Islam desde o início da revelação do Alcorão e através da orientação do Profeta Mohammad (SAS) estabelece princípios fundamentais no tratamento dado às mulheres, são eles:

1- que a mulher é igual ao homem no sentido da humanidade disse Deus no Alcorão:
يَا أَيُّهَا النَّاسُ اتَّقُوا رَبَّكُمُ الَّذِي خَلَقَكُم مِّن نَّفْسٍ وَاحِدَةٍ وَخَلَقَ مِنْهَا زَوْجَهَا وَبَثَّ مِنْهُمَا رِجَالاً كَثِيراً وَنِسَاءً

“Ó humanos, temei a vosso Senhor, que vos criou de um só ser, do qual criou a sua companheira e, de ambos, fez descender inúmeros homens e mulheres. (surata das mulheres-ver: 1) além disso disse o Profeta(SAS): “pois as mulheres são a metade que completam os homens.”

2- o Islam eliminou a maldição das mulheres atribuída pelas outras religiões antigas por ela ser a razão da expulsão de Adão do paraíso, o Islam afirma que ambos cometeram a falha e ambos foram punidos como conseqüência dessa falha de uma forma igual, disse Deus:
فَأَزَلَّهُمَا الشَّيْطَانُ عَنْهَا فَأَخْرَجَهُمَا مِمَّا كَانَا فِيهِ وَقُلْنَا اهْبِطُوا بَعْضُكُمْ لِبَعْضٍ عَدُوٌّ وَلَكُمْ فِي الأَرْضِ مُسْتَقَرٌّ وَمَتَاعٌ إِلَى حِينٍ
“todavia, Satanás os seduziu, fazendo com que ambos saíssem do estado (de felicidade) em que se encontravam, então Dissemos: Descei! Serei inimigos uns dos outros, e, na terra, tereis residência e gozo por um determinado tempo.” (surata da vaca 36); e disse também sobre o arrependimento de ambos:
قَالا رَبَّنَا ظَلَمْنَا أَنفُسَنَا وَإِن لَّمْ تَغْفِرْ لَنَا وَتَرْحَمْنَا لَنَكُونَنَّ مِنَ الخَاسِرِينَ
“Ó Senhor nosso, nós mesmo nos condenamos e, se não nos perdoares e Te apiedares de nós, seremos desventurados!” (surata os Simos, 23). O Alcorão por vezes em alguns versículos atribui o pecado, chamado original, a Adão apenas, quando disse Deus:
وَعَصَى آدَمُ رَبَّهُ فَغَوَى (121) ثُمَّ اجْتَبَاهُ رَبُّهُ فَتَابَ عَلَيْهِ وَهَدَى (122)
“Adão desobedeceu ao seu Senhor, e deixou-se seduzir, mas logo seu Senhor o elegeu, o absolveu e o encaminhou. (Tá-há 121/122). Além disso, Deus inocenta tantos homens quanto mulheres de carregarem o pecado dito original quando disse:
تِلْكَ أُمَّةٌ قَدْ خَلَتْ لَهَا مَا كَسَبَتْ وَلَكُم مَّا كَسَبْتُمْ وَلاَ تُسْأَلُونَ عَمَّا كَانُوا يَعْمَلُونَ (134)
“aquela é uma nação que já passou; colherá o que mereceu e vós colhereis o que merecerdes, e não sereis responsabilizados pelo que fizeram.” (surata da vaca 134).
3- a mulher tem o mesmo grau de religiosidade e de devoção, merece o paraíso se praticar o bem e o castigo se fizer o mal, da mesma forma que o homem, disse Deus:
مَنْ عَمِلَ صَالِحاً مِّن ذَكَرٍ أَوْ أُنثَى وَهُوَ مُؤْمِنٌ فَلَنُحْيِيَنَّهُ حَيَاةً طَيِّبَةً وَلَنَجْزِيَنَّهُمْ أَجْرَهُم بِأَحْسَنِ مَا كَانُوا يَعْمَلُونَ (97)
“a quem praticar o bem, seja homem ou mulher, e for crente consideremos uma vida agradável, e premiaremos com uma recompensa, de acordo com a melhor das suas ações.” (surata das abelhas, 97), e disse também:
إِنَّ المُسْلِمِينَ وَالْمُسْلِمَاتِ وَالْمُؤْمِنِينَ وَالْمُؤْمِنَاتِ وَالْقَانِتِينَ وَالْقَانِتَاتِ وَالصَّادِقِينَ وَالصَّادِقَاتِ وَالصَّابِرِينَ وَالصَّابِرَاتِ وَالْخَاشِعِينَ وَالْخَاشِعَاتِ وَالْمُتَصَدِّقِينَ وَالْمُتَصَدِّقَاتِ وَالصَّائِمِينَ وَالصَّائِمَاتِ وَالْحَافِظِينَ فُرُوجَهُمْ وَالْحَافِظَاتِ وَالذَّاكِرِينَ اللَّهَ كَثِيراً وَالذَّاكِرَاتِ أَعَدَّ اللَّهُ لَهُم مَّغْفِرَةً وَأَجْراً عَظِيماً (35)

“quanto aos muçulmanos e às muçulmanas, aos crentes e às crentes, aos consagrados e às consagradas, aos verazes e às verazes, aos perseverantes e às perseverantes, aos humildes e às humildes, aos caritativos e às caritativas, aos jejuadores e às jejuadoras, aos recatados e às recatadas, aos que se recordam muito de Allah e às que recordam d’Ele, saibam que Allah lhes têm destinado a indulgência de uma magnífica recompensa.” (surata dos partidos, 35).

4- o Islam combateu o desprezo que os árabes tinham ao receberem a notícia de que nasceu uma menina para eles e vem dando uma ênfase para que demonstrem darem boas vindas ao nascimento das meninas.

5- o Islam ordena honrar e dignificar as mulheres sendo elas filhas, esposas e mães, como filha disse o Profeta (SAS): “qualquer homem que tiver uma menina que consegue educa-la bem, trata-la bem e cuidar dela bem eu garanto para ele o paraíso.” E como esposa disse o Profeta (SAS): “ o melhor entre vós é o melhor para sua esposa e eu sou o melhor entre vós para a minha esposa.” E disse também: “a vida é sedutora e o melhor bem a ser adquirido nela é ter uma virtuosa esposa.” Quanto às mãe disse o profeta (SAS): “o paraíso repousa debaixo dos pés das mães.”

6- igualar as mulheres na educação, disse o profeta (SAS): “a busca pelo conhecimento é uma obrigação de cada muçulmano” incluindo neste dito as mulheres.

7- o Islam garantiu direito à herança às mulheres, sejam elas mães, esposas, filhas, adultas ou menores ou até na barriga de sua própria mãe.

8- o Islam organiza as obrigações do casal um com o outro estabelece nisso direitos iguais os do homem para as mulheres, disse Deus:
وَلَهُنَّ مِثْلُ الَّذِي عَلَيْهِنَّ

“ela têm direitos equivalentes aos seus deveres.” (surata da vaca, 228).

9- o Islam organizou o divórcio de modo que impede o homem tornar-se injusto durante a aplicação de divórcio, como por exemplo o limite de divórcio é se divorciar 3 vezes, não podendo também ocorrer a qualquer hora, além de estabelecer prazo para concretizar o divórcio. Se a mulher engravidar o prazo fica alterado até conceber a criança para se divorciar.

10- quem acompanha as regras das leis islâmicas não encontra diferença entre a capacidade do homem e da mulher em todos os aspectos inerentes às finanças, como comércio, contratação, pagamentos, intermediações, locações, penhores, divisões, alegações mediantes a justiça, declarações, procurações, fianças, acordos de conciliação, acordos comerciais, investimentos, contas bancarias e donativos.

11- no que tange os direitos sociais cabe a mulher escolher seu marido com quem vai casar, mantendo o nome de solteira mesmo após o casamento, além de ter o direito ao divórcio há mais de quatorze séculos, algo que foi contemplado pela legislação brasileira somente em 1979.

12- quanto ao direito econômico o Islam dá autonomia e independência econômica para as mulheres antes, durante e depois do casamento; em tudo o que ela ganhar pelo seu esforço com trabalho e investimentos ou sem esforço como no caso da herança, também o Islam desobriga as mulheres a sustentarem a família, mesmo sendo ricas, e tornou isso apenas uma obrigação dos homens, sendo pai irmão ou esposo não tem o direito de arbitrar sobre o destino a ser dado aos recursos financeiros das mulheres, exceto ao tutor das mulheres se forem menores de idade e mesmo assim com bastante cautela, ou quando a mulher permite ao homem administrar seus bens por livre e espontânea vontade e com as devidas precauções legais.

13- é dado às mulheres o direito na participação da vida política de acordo com as leis islâmicas, no voto, na tomada das decisões e na fiscalização dos órgãos governamentais, inclusive contestando as decisões tomadas principalmente quando se trata de leis e normas referentes às mulheres. 

Fonte: http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=17521&cod_canal=54

domingo, novembro 11, 2012

Perdão e Conselho um direito de todos os muçulmanos

Em nome de Allah , O Clemente, O Misericordioso. Louvado Seja Allah , criador do céu e da terra. Nos recordamos e nos voltamos humildes a Allah (SWT), pedimos o Seu perdão e suplicamos a Sua misericórdia.

Testemunho que não há Divindade a não ser Allah (SWT), e testemunho que o Profeta Mohamed (SAAW) é seu servo e Mensageiro, o escolhido entre as criaturas. Aquele que divulgou a mensagem, zelou pelo que lhe foi confiado, aconselhou o povo, aboliu a injustiça e serviu em nome de Allah (SWT).

Que Allah (SWT) abençoe e de paz ao Profeta (SAAW), bem como para a sua família, companheiros e seguidores até o Dia do Juízo Final.

No Islam, o arrependimento consiste em reconhecer o pecado cometido, solicitar sinceramente o perdão a Allah(SWT), e afastar-se definitivamente do pecado. Pois Allah(SWT) é Perdoador.

Todas as pessoas devem se arrepender, pois o Profeta Muhammad(SAAW) disse: “Ó humanos, arrependei-vos perante Allah, e implorai o Seu perdão, pois eu me arrependo perante Ele cem vezes ao dia.” Isto por que praticar um ato ilícito pode levar a pessoa à descrença. Portanto cometer ou persistir no pecado pode tornar o crente descrente".

O conselho faz parte das bases do Islam. Allah(SWT) no Alcorão Sagrado na Surat AL-ASR vers 1 ao 3 "Pela era, que o homem está na perdição, salvo os crentes, que praticam o bem, aconselham-se na verdade e recomendam, uns aos outros, a paciência!"

Narra-se que Hassan e Hussein passaram por um homem idoso que estava se abluindo de forma errônea. Eles combinaram aconselhar o homem e ensiná-lo como praticar corretamente a ablução. Eles se colocaram ao lado dele e lhe disseram: "Tio, veja quem de nós dois sabe se abluir melhor. Quando cada um deles praticou a ablução, o homem percebeu que eles praticavam a ablução de forma correta. Assim, ele descobriu que ele não o fazia corretamente. Ele os agradeceu pelo que lhe darem conselho sem constrangimento.


O Profeta (SAAW) disse: “A religião constitui conselho sincero.” Então lhe perguntamos: “A quem?” Disse: “A Deus, a Seu Livro, a Seu Mensageiro, aos líderes muçulmanos, e aos muçulmanos em geral.” Não se deve guardar o conselho: O muçulmano sabe que o conselho é um dos direitos que ele deve dar aos irmãos muçulmanos. O muçulmano é o espelho do irmão, aconselha-o, mostra-lhe os seus defeitos, e não guarda nada dele. Que o conselho seja em segredo: O muçulmano não revela os defeitos do irmão nem o constrange. Foi dito que o conselho público é denuncia."

Quando o Profeta (SAAW) desejava aconselhar alguém presente na reunião, dizia: "Que pensam pessoas que fazem tal coisa? Que pensa alguém de vocês que faz tal coisa?" Foi dito que o conselho é pesado. Portanto não o transformem do peso de uma montanha, nem o enviem como polemica. As verdades são amargas. Portanto, cooperem em torná-las suaves".

As boas maneiras do aconselhado: Aceitar o conselho com boa vontade, sem aborrecimento, ou pesar ou orgulho. Foi dito: Aceite o conselho de qualquer forma e o dá da melhor forma.

Não se deve persistir no erro: O retornar ao certo é uma virtude e o apegar-se ao inútil é vício. O muçulmano evita ser daqueles a respeito dos quais Allah(SWT) Louvado Seja no Alcorão Sagrado na Surat AL-BACARA vers 206: "Quando lhe é dito que tema a Allah, apossa-se dele a soberba, induzindo-o ao pecado. Mas o inferno ser-lhe-á suficiente castigo. Que funesta morada!"