quinta-feira, março 01, 2012

As 7 pessoas que serão acomodadas na sombra da Misericórdia de Deus - TERCEIRA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus o Beneficente e Misericordioso) - JUMA MUBARAK

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta de Deus (Salalahu Aleihi Wassalamo) disse: “Há sete tipo de pessoas que serão acomodadas por Deus, na sombra da Sua Misericórdia, no Dia em que não haverá mais nenhuma sombra, excepto a Sua: 
1) – O Rei justiceiro;
2) – O jovem que passou a sua juventude na adoração de Deus;
3) – A pessoa cujo íntimo esteja ligado ao Masjide;
4) – Aquelas duas pessoas que por Deus se amam, que se reúnem por Sua causa e por causa Dele se separam;
5) – A pessoa que foi exposta à tentação por uma mulher bela e recusou, dizendo: “Eu temo a Deus”;
6) – A pessoa que dá esmola e que a mão que dá (a direita), o faz com tanto secretismo, que a outra mão não sabe;
7) – A pessoa que recorda a Deus na solidão, deitando lágrimas.

3 ) – A pessoa cujo intimo está ligado ao Masjide (Mesquita)

O Masjide (Mesquita), é o local de adoração para os muçulmanos. “Sabeis que Almasjid são casas de Deus; não invoqueis, pois, ninguém, juntamente com Deus”. Cur’ane 72:18. Desde a antiguidade, é um lugar de muita importância espiritual para a humanidade. A primeira Casa de Deus (Caaba), foi construída pelo nosso pai Adam (Aleihi Salam), reconstruída pelo Profeta Ibrahim, com a ajuda do seu filho Esmael (Que a Paz de Deus esteja com eles). Mais tarde, purificada pelo Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam). Quando Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam), se retirou de Maka para Madina, por causa da perseguição movida pelos idólatras de Maka, ao chegar na cidade de acolhimento, a sua primeira preocupação foi edificar um Masjid, tendo participado na respectiva construção. Foi o primeiro Masjid edificado, depois da era do Isslam. A importância do Masjid foi referido pelo Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), no seguinte hadice: “Quem construir um Masjid, com a intenção de obter recompensas por parte de Deus, Deus irá construir para ele, uma casa no Paraíso”. Bukhari e Muslim.

Um Masjid é um local de adoração a Deus, mas também de aprendizagem religiosa. 

Na Mesquita do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), havia um pequeno lugar, onde se reuniam os seus companheiros (Que Deus esteja satisfeito com eles), para receberem formação na interpretação do Cur’ane e de outros ensinamentos religiosos. A partir desta Mesquita, foram enviados para diversos locais, para transmitirem a mensagem do Deus Único. É meritório realizarem-se casamentos nos Masjids.

Todos os lugares limpos são locais dignos para adoração a Deus, No entanto, Deus conferiu às mesquitas um lugar de destaque para adoração. Várias são as exortações dadas pelo Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), referindo as virtudes de frequentarmos as Casas de Deus. Quanto entrarmos na Mesquita, antes de nos sentarmos, devemos efetuar duas rakates (ciclos de orações), de “Tahiatul Masjid” – “Saudação” ao Masjid”. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Quanto aquele que fizer a ablução correctamente em sua casa, em seguida for a uma Casa de Deus para realizar uma das orações obrigatórias, saiba que, por cada passo que der, ser-lhe-á perdoada uma falta ou ele será elevado em um grau”. Muslim. Outra importância das Mesquita, é-nos transmitida pelo seguinte Hadice narrado por Abu Huraira (Radiyalahu an-hu): “Um cego (Ibn Ummu Mactum) (Radiyalahu an-hu) foi ter com o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) e pediu autorização para fazer as orações em casa, porque não tinha ninguém que o acompanhasse à mesquita. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) acedeu ao pedido. Mas quando o cego se estava a retirar, o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) o chamou e perguntou se conseguia ouvir o Adhan (chamamento para a oração). O homem respondeu afirmativamente. Então foi-lhe dito para responder à chamada (dirigir-se à Mesquita). Muslim.

Nas orações em congregação, as recompensas são superiores a 25 ou 27 vezes mais, em relação às realizadas em casa. Os crentes ficam perfilados ombro a ombro, não interessando quem está ao lado de quem. As atenções estão viradas somente para o Criador. O crente cujo coração está ligado à Mesquita, preocupa-se em permanecer na Casa de Deus, aguardando a oração seguinte. Enquanto espera, recita o Cur’ane, faz o Zikr (recorda e louva a Deus). O crente sente uma satisfação quando se encontra dentro da Mesquita ao contrário do hipócrita que sente-se incomodado e enclausurado. Aproveita para ouvir dos Álimos, baianes (explicações religiosas) sobre diversos temas. Assim, é como se estivesse permanentemente em oração e também em constante alerta. Que grande mérito para o crente que assim procede, na certeza de que no Dia do Juízo Final, Deus o acomodará na Sua sombra e o destinará ao Paraíso.

Encontramos no seguinte hadice, a importância da oração em congregação na Mesquita e de a efetuarmos na primeira fila: “Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Apóstolo de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Se as pessoas soubessem a recompensa de se pronunciar (ouvirem) o adhan (chamamento para a oração) e de (se preocuparem em) ocupar a primeira fila (na oração em congregação). 

E se não conseguissem outra maneira de a encontrar (a primeira fila), senão por sorteio, eles o fariam por sorteio, e se eles soubessem as recompensas da oração do Zuhr (efectuada no momento exato do seu tempo), eles se apressariam a executá-la, e se eles soubessem que a recompensa das orações de Isha e de Fajr feitas em congregação (na mesquita), as cumpririam, mesmo que tivessem que (ir a) rastejando”. Bukhari 11:589.

In Sha Allah, continua na próxima semana. Um bom dia de Juma

Cumprimentos,

Abdul Rehman Mangá

01/03/2012

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

A L M A D I N A - A BONDADE INATA

Por: Sheikh Aminuddin Mohamad - 27.02.2012

Certa vez, um santo estava sentado a beira de um rio, onde queria fazer ablução (wudhu) para cumprir uma oração (salaat). 

Ao estender a sua mão em direção à água viu um escorpião que tentava sair do rio, mas as pequenas ondas que se formavam na margem não lhe permitiam. 

Ao ver isso, sentiu alguma pena e pensou em ajudá-lo, pois tratava-se de uma criatura de Deus. Ato contínuo, meteu a mão na água, e assim que pegou o escorpião para o retirar, este ferrou-lhe. A dor do ferrão cravado no seu dedo foi tão forte, que o santo imediatamente o largou, e na tentativa de minimizar a dor que sentia, começou a massajar o local afetado. Em seguida estendeu de novo a mão para a água para fazer ablução, mas de novo viu o mesmo escorpião lutando com as ondas na tentativa de sair do rio. O santo, julgando ser sua obrigação fazer o bem sem olhar a quem, estendeu de novo a mão em direção ao escorpião para salvá-lo. Assim que pegou nele, o bicho voltou a ferrar-lhe, obrigando-o assim a largá-lo. A segunda ferroada foi mais dolorosa que a primeira. 

Depois de algum tempo voltou a estender a mão em direção à água para iniciar a ablução, e viu outra vez o escorpião naquela situação aflitiva. Preocupado com o bicho, fez uma terceira tentativa para tirá-lo da água, mas pela terceira vez voltou a sentir a forte dor da ferroada do lacrau. 

Entretanto, sentado a uma curta distância e assistindo àquela cena, estava um jovem, que não resistiu e foi ter com o santo e perguntou: “O que se passa consigo, está maluco”? O santo respondeu: “Qual é o problema”? O jovem retorquiu: “Então deixa que o escorpião lhe ferre repetidamente e insiste em querer salvá-lo”? O santo disse: “Tem razão, mas pensei que sendo este um escorpião, Deus pôs no seu instinto e na sua natureza o cravar o seu ferrão em todo aquele que constitua ameaça. Todavia, eu sou seguidor do Profeta Muhammad, S.A.W., que foi enviado como misericórdia para o Mundo, e Deus colocou no meu instinto, o servir e ajudar a criatura de Deus. E continuo a pensar que, se o escorpião não pode abdicar do seu instinto maldoso, porque razão terei eu que renunciar do meu instinto bondoso”? 

De fato, todo o mal e todo o bem no Mundo são praticados na base do instinto. Há pessoas que são más por instinto, pois só sabem fazer mal. Mesmo que sejam presas, passando anos na prisão, quando saem voltam ao mundo do crime, pois o mal está no instinto dessas pessoas. 

Certa vez o Profeta Jesus (que a paz esteja com ele) estava caminhando na companhia dos seus discípulos, e passou por algumas pessoas que por sinal eram suas inimigas. Essas pessoas começaram a insultá-lo, a dizer mal dele. Mas em troca, Jesus começou a orar a seu favor. Os seus discípulos, estranhando esta atitude do seu Mestre, disseram: “Senhor! Eles estão a insultá-lo”! Então Jesus disse: “Cada um gasta o que tem. Eles só têm o mal, e eu só tenho o bem”. 

Infelizmente, na nossa era, quer parecer que os maus é que detêm o domínio de tudo. É difícil ver nas nossas sociedades gente que seja capaz de amparar os destituídos, de se levantar em defesa dos injustiçados, de ajudar os fracos, de consolar os órfãos, de estender a mão às viúvas, de confortar os corações entristecidos, de compartilhar a dor dos pobres, de proporcionar tecto aos desprovidos de casa. 

Ao invés de se manietarem as mãos dos opressores e injustos, o que vemos é gente a dar-lhes apoio e cobertura no cometimento de mais opressão e injustiça. 

O Profeta Muhammad S.A.W. disse: “Ajude o seu irmão, seja ele opressor ou oprimido”. Então alguém observou: “Ó Mensageiro de Deus! Compreendemos que tenhamos que ajudar o oprimido. Mas como é que se pode ajudar o opressor”? O Profeta respondeu: “Ao impedi-lo de cometer opressão e injustiça. Isso é que é ajudá-lo”! (Al-Bukhari; Musslim) 

Hoje, no sistema ocidental, infelizmente destruiu-se o sistema familiar, criando-se no seu lugar uma barreira entre os velhos pais e seus filhos, degolando-se à luz do dia, o carinho paterno, e a ternura e afeto maternos. 

A sombra carinhosa dos velhos pais é uma grande bênção e um tesouro. É nela que os filhos angustiados se refugiam e resolvem muitos dos assuntos complicados com que se deparam, e onde as lanternas acesas encontram o caminho com os seus valiosos conselhos, e os nós complicados da vida se desfazem. 

Por outro lado, o pai e a mãe, quando ficam velhos, querem usufruir do fruto da árvore que plantaram. Precisam de companhia e os filhos são um escudo e apoio, para onde eles se podem inclinar. É claro que ninguém pode servir os pais melhor que os seus próprios filhos. 

Essa civilização ocidental eliminou e arrumou os pais velhos, fechando-os “enclausurando-os” em lares de idosos. Tudo isso atenta contra os ensinamentos islâmicos. 

No Al-Qur’án, em vários versículos, Deus ordena-nos a tratar com bondade os nossos pais, abstendo-nos de os maltratar. E considera a sua satisfação como se da satisfação de Deus se tratasse. Tomemos como exemplo o Cap. 23, Vers. 24: 

“O teu senhor decretou que não deveis adorar a ninguém, a não ser a Ele; E que deveis ser bondosos para com os vossos pais. Se a velhice atingir um deles ou ambos, em vossa companhia, não dizei ‘uff” por irritação. Nem os ralheis, mas falai-lhes com palavras generosas (com respeito). E, por misericórdia, submetei-vos perante eles com humildade e dizei: “Senhor meu! Tem pena deles, assim como eles tiveram pena de mim, ao me criarem quando eu era pequenino”. 

O Profeta Muhammad S.A.W. também nos ordenou a tratarmos bem os nossos pais, a falarmos com respeito com eles, abstendo-nos de lhes dirigir ofensas ou causar-lhes mágoa, nem desobedecer. Disse até, que o Paraíso está debaixo dos pés das mães. E mais. Ordenou-nos a tratar bem os nossos empregados (homens ou mulheres) alimentando-os com aquilo com que nos alimentamos, e vestindo-os daquilo com que nos vestimos. 

Quão bons são os ensinamentos que Deus e o Seu Mensageiro nos transmitem! 

Para onde, então, as pessoas se desviam? 

A prisão não são apenas as paredes, os cadeados, as portas e janelas gradeadas, e as restrições impostas ao recluso. A verdadeira prisão é envergonhar e humilhar o seu semelhante, e fazê-lo sentir que está a mais e que não tem nenhuma importância, esteja ele vivo ou morto, satisfeito ou zangado, perto ou longe

"A hereditariedade e a boa educação têm uma grande influência na bondade inata". 

domingo, fevereiro 26, 2012

O calendário islâmico

Os Árabes utilizam dois calendários: O islâmico: para o quotidiano e os propósitos religiosos; O gregoriano: para assuntos civis e comerciais.


Vejamos as diferenças e vamos conhecer o calendário islâmico.

O ano gregoriano, adotado também no Brasil, corresponde a um giro da Terra em torno do Sol, tem 365 ou 366 dias, divididos em 12 meses de 28 a 31 dias, e seu calendário tem início no ano de nascimento do Cristo.

O Calendário Islâmico, ou calendário da Hijra, ou Hégira, cujo significado é migração, é lunar, isto é, organizado com base na revolução da Lua em torno da Terra. Um mês equivale ao ciclo entre duas luas novas e realizado em 29 dias, 12 horas e 40 minutos. O calendário lunar tem 354 ou 355 dias, divididos em 12 meses, 6 de 29 dias e 6 de 30 dias e se inicia no dia em que o Profeta Muhammad (SAAS1) migrou da Meca para Medina, a fim de escapar às perseguições de seus adversários e continuar a proclamar as Revelações. O primeiro dia da Hijra corresponde ao dia 16 de julho de 622 DC no calendário gregoriano.

Assim, o ano islâmico é 11 dias mais curto do que o ano gregoriano, fazendo com que o calendário inicie mais cedo a cada ano, quando comparado ao gregoriano. Ele também precisa ser ajustado com um dia adicional nos anos “bissextos”. Nestes anos, chamados “anos abundantes”, o mês de Thu al-Hijjah, que normalmente tem 29 dias, passa para 30 dias no 2º, 5º, 7º, 10º, 13º, 16º, 18º, 21º, 24º, 26º e 29º ano a cada ciclo de 30 anos.



Os meses do calendário islâmico são:

Nome do mêsNº diasSignificado
Muharram30Mês sagrado
Safar29Mês da partida (viagem)
Rabi' al-Awwal301º mês da Primavera
Rabi' al-Thaani292º mês da Primavera
Jumada al-Awwal301º mês da seca
Jumada al-Thaani292º mês da seca
Rajab30Mês do respeito e da abstinência
Sha'bán29Mês da germinação
Ramadhán30Mês do grande calor
10ºShawwál29Mês do acasalamento dos animais
11ºThu al-Qa'dah30Mês do descanso
12ºThu al-Hijjah29Mês da peregrinação

O dia muçulmano começa no instante em que se distingue um fio de linha branca de um fio preto e termina com o pôr do Sol, no instante em que os dois fios se confundem. Nos países islâmicos, o dia consagrado ao repouso, equivalente ao domingo dos países ocidentais, é a sexta-feira. A maioria dos países islâmicos adotou a semana de cinco dias, e, portanto, não se trabalha sexta e sábado, na maioria deles, ou quinta e sexta em alguns, como na Arábia Saudita.

Embora os conhecimentos de hoje permitam determinar com exatidão o movimento dos astros, os muçulmanos preservam suas tradições e as datas importantes, como o início do mês de Ramadhán, são definidas pela observação direta dos astros celestes. Todo mês lunar começa quando uma tênue lua nova é percebida no céu, depois do pôr-do-sol. O Qur'an (Al Corão, livro sagrado dos muçulmanos) determina que os fiéis iniciem o jejum do mês sagrado de Ramadhán após observação, a olho nu, da lua nova que marca o inicio do nono mês do calendário. A tradição estabelece que tal observação deve ser feita por duas testemunhas idôneas e piedosas, que comunicam o fato às autoridades islâmicas que decretam, então, o início do jejum.

Cálculo aproximado

Para fazer um cálculo aproximado do ano da Hijra correspondente a um determinado ano gregoriano:

subtrai-se 622 (ano da Hijra) do ano gregoriano.

multiplica-se o resultado por 1,031, resultado do número de dias do ano gregoriano dividido pelo número de dias do ano lunar.

Por exemplo:

O ano de 2005 corresponde a 2005 - 622 = 1383 ? 1383 x 1,031 = 1425,873

Portanto o ano gregoriano de 2005 corresponde aos anos 1425 / 1426 islâmicos.

Principais feriados e suas datas no calendário gregoriano


Feriado (*)2007200820092010
Eid Ra’s as Sana (Ano novo)Jan 20Jan 1028 Dez (2008)17 Dez (2009)
Mawlid al-Nabi (Aniversário do Profeta)Mar 31Mar 20Mar 9Fev 26
Inicio do Ramadán (Início do mês de jejum)Set 13Set 2Ago 22Ago 11
Eid al-Fotr (Festa do desjejum)Out 13Out 2Set 21Set 10
Eid al-Adha (Festa do sacrifício)Dez 20Dez 8Nov 28Nov 17
*Nota: As datas listadas são projeções para efeito meramente ilustrativo. Para compromissos sociais ou comerciais, recomenda-se confirmá-las.

As datas mais importantes do ano islâmico 

Lailat Al-Miraj (27 de Rajáb): Nessa data se comemora a miraculosa viagem que o profeta Muhammad (SAAS1) efetuou, um ano antes da Hijra, montado em lendário animal trazido pelo Anjo Gabriel. Em uma noite, o Profeta viajou por diversos lugares, dos quais o mais relevante foi Jerusalém, onde, em rocha sobre a qual hoje se assenta célebre mesquita, ascendeu por uma escada ao Paraíso, onde teve o privilégio de falar com Deus. 

Mês do Ramadhán (1 a 30 de Ramadhán): Período de sacrifício em que os fiéis estão proibidos de comer, de beber e de quaisquer outras atividades carnais, do nascer ao pôr-do-sol, podendo fazê-lo somente à noite. Não é propriamente um feriado, mas nesse período os negócios sofrem sensíveis interrupções. 

Eíd Al-Fitr (1 a 3 de Shawwál): Feriados em que se comemora o término do mês de jejum. 

Período do Hajj (1 a 10 de Thu al-Hijjah): Período em que os muçulmanos, de todo o mundo, cumprem o dever de peregrinar à Meca. Obrigação a realizar, pelo menos uma vez na vida, como um dos cinco preceitos básicos de vida piedosa. A rigor, o período do Hajj (peregrinação) dura uma semana, mas a movimentação, na Meca, começa antes e termina depois dele. Nessa época, a Arábia Saudita recebe quase dois milhões de peregrinos, cessando todos os negócios com estrangeiros. 

Eid Al-Adha (10 de Thu Al-Hijjah): a mais importante data do calendário islâmico, quando os muçulmanos se congratulam, tal como os cristãos fazem entre si no Natal. A data lembra a ocasião em que o Profeta Ibrahím (Abrahão), cumprindo a ordem de Deus de sacrificar seu próprio filho, em demonstração de sua fé. Deus impediu o Profeta de consumar o ato, no último momento, lhe enviando um cordeiro para tanto. A pedra negra, sobre a qual Ibrahím ia executar o sacrifício do próprio filho, está na Meca, no centro da Kaabah, monumento em cuja direção todos os fiéis do mundo se voltam nas cinco orações diárias. 

Eid Ra's As-Sana (1 de Muharram): O dia de Ano Novo muçulmano. Achura (10 de Muharram): Dia do martírio do Imán Hussein Ibn Áli Ibn Abu Tálib, neto do Profeta Muhammad (SAAS1), comemorado pelos Shiítas. 

Eid-Al-Maulid An-Nabawi (12 de Rabi´ al-Awwal): Data do nascimento do Profeta Muhammad (SAAS1). 

Lailat al Miraj (27 de Rajab): Noite em que o Profeta Muhammad (SAAS1) viajou (Isra) da Meca à "mesquita distante" (al-masjid al-aqsa) em Jerusalém, acompanhado pelo Anjo Gabriel. De Jerusalém, Ele ascendeu ao céu (Miraj) onde dialogou com profetas anteriores antes de encontrar-se com Deus. 

Lailat al Qadr (27 de Ramadhán): Noite da glória e poder em que o Qur’an (Livro Sagrado) foi revelado ao Profeta Muhammad (SAAS1), “é melhor que mil meses” durante esta noite os anjos, incluindo o Anjo Gabriel, descem com a permissão de Deus, Noite de paz até o romper do dia. Estas são as principais datas e comemorações entre os muçulmanos. Existem ainda outras datas. Para compromissos sociais ou comerciais, recomenda-se obter maiores informações sobre os feriados religiosos do país de interesse. 

Detalhes 

Considera-se o começo de um novo mês quando um observador vê, pela primeira vez e a olho nu, o crescente lunar, depois de uma Lua Nova. Apesar do cálculo da Lua Nova ser bastante preciso, a visibilidade do crescente é muito mais difícil de predizer. Depende de fatores como as condições do tempo, as propriedades óticas da atmosfera e a localização do observador. Portanto, as datas podem variar de acordo com a cidade – e, normalmente varia - e é muito difícil fazer a previsão de quando um novo mês terá início. Este fato gera problemas, no mínimo, curiosos. Um deles é a impossibilidade de se imprimir calendários antecipadamente. 

O segundo Califa, sucessor do Profeta, Omar (RAA) , que governou de 634 a 644, estabeleceu como norma o dia 1º de Muhharram como 1º dia do ano e a contagem dos anos começando pela Hijra, como prescrevia o Qur'an (Corão ou Alcorão). Assim, a Era Islâmica começou no dia 16 de julho de 622, que é o dia 1 de Muhahham do ano 1 A.H (Anno Hegirae, ano da Hégira). 

Embora na vida diária o calendário gregoriano seja mais comum, bilhões de muçulmanos usam o calendário lunar islâmico (hijri) para determinar os principais dias de observância dos preceitos religiosos islâmicos, a exemplo do início e final do mês de Ramadhán, início e final de cada ano, ou o Dia do Sacrifício (Eid al-Adha). O calendário solar, que considera o tempo decorrido para que a Terra complete uma volta em torno do sol, está sintonizado com o ciclo das estações (primavera, verão, outono e inverno). Como o ano lunar é mais curto do que o ano solar, os meses acabam se deslocando em relação às estações do ano. Assim, há fases em que o Ramadhán cai no inverno, e outras em que ocorre na época mais quente do verão, o que torna a observância do jejum mais dura para os muçulmanos, em regiões onde a temperatura pode chegar aos 50ºC.1SAAS: Salaláhu Aleihi ua salam: que a paz, as bênçãos e a misericórdia de Allah estejam sobre ele.