sexta-feira, março 20, 2020

Por que não se deve Monopolizar (sobretudo, durante o pânico do coronavírus)

Senhores Leitores: Esse artigo se refere a realidade portuguesa, mas, poderá se replicar aqui no Brasil precisamos estar atentos.

"As nossas ações têm consequências muito reais. Permitir-nos-emos ser consumidos por um individualismo voraz que prejudica os mais vulneráveis? Ou seguiremos o caminho da bondade?"

Prezados Irmãos,

Saúdo-vos com a saudação do Islão, "Assalam alaikum", (que a Paz esteja convosco), que representa o sincero esforço dos crentes por estender o amor e a tolerância entre as pessoas, seja qual for o seu idioma, crença ou sociedade.

Verifica-se que dezenas de pessoas estão monopolizando alimentos, produtos sanitários e papel higiênico. Verifica-se, também, que algumas empresas exploraram os consumidores e aumentaram os preços.

Ambos os comportamentos, sobre o ponto de vista islâmico (e não só) são repreensíveis e prejudicam os mais vulneráveis numa situação já excepcionalmente difícil.

Monopolização e negócios injustos foram condenados pelo Islão e todas as outras religiões. As palavras fortes do Profeta Muhammad (p.e.c.e.) contra a acumulação devem ser suficientes para qualquer crente islâmico desistir de tal comportamento, sem falar nos danos muito graves que os mais vulneráveis enfrentam no meio de açambarcamento em massa.

O Profeta (s.a.w.) disse em termos claros: “Quem monopolizar  é pecador” (Muslim). Além disso, foi narrado por Umar bin Khattab (r.a.) que disse: “ouvi o Mensageiro de Allah (p.e.c.e.) dizer: ‘Quem quer que monopolizar comida (e não a guarde) para outros, Allah o afligirá por lepra e falência'” (- Sunan ibn Majah, capítulo sobre transações comerciais). O Profeta Shu'ayb (a.s.) aconselhou o seu povo sobre comércio e negócios honestos: "E não defraudeis as pessoas nos seus haveres, e não cometais abuso na terra, promovendo a desordem, e temei Àquele que criou a vós e as gerações do passado" (Alcorão, Surah Al-Shu'ara, 26: 183-184). O que se pode dizer das empresas que, deliberadamente, aumentam os preços e exploram as pessoas nos seus momentos de necessidade?(1)

De maneira mais ampla, os muçulmanos (e não muçulmanos) não devem causar danos a nenhum ser
humano. O Profeta Muhammad (p.e.c.e.) disse: “O muçulmano é aquele de cuja língua e mão o povo está seguro; e o crente é aquele de quem a vida e a riqueza das pessoas estão seguras” (Sunan an Nissai). Além disso, o Profeta (s.a.w.) disse que “o muçulmano é irmão do outro, ele não o  ilude, não mente, nem o engana ...” (Tirmidhi).

Quando a humanidade e a unidade têm sido grandemente enfatizadas na nossa religião, como é apropriado que (nós, muçulmanos) nos comportemos de uma maneira que prejudique os nossos semelhantes?

O monopólio  prejudica os mais vulneráveis

A acumulação prejudica os mais vulneráveis da sociedade. A oferta e a procura, a ferramenta analítica do pão com manteiga dos economistas, podem ser usadas para explicar isso. Quando as empresas veem maior procura por mercadorias, aumentam os preços para maximizar o lucro. Os ricos podem pagar por compra a granel; portanto, o aumento inicial de preços ocorre por causa dos ricos. Aqueles que não são abastados normalmente não conseguem comprar em grandes quantidades e agora precisam gastar ainda mais para comprar uma quantia padrão. A acumulação afeta, adversamente, os mais pobres.

As empresas, por sua vez, desejam comprar o máximo possível de ações de fornecedores, porque estão lucrando mais com os preços mais altos. Por esse motivo, os fornecedores, por sua vez, aumentam os preços para ganhar mais dinheiro com as empresas. Isso torna mais difícil para hospitais, instituições de caridade e bancos de alimentos comprar alimentos e produtos sanitários essenciais. Isso já aconteceu, com alguns bancos de alimentos relatando escassez.

Essa cadeia de eventos começa com a acumulação de consumidores. Mas isso não significa que as empresas estejam livres de culpa. Elas também enfrentam uma opção ativa de aumentar os preços. 

Felizmente, existe a respectiva Autoridade que, espera-se, agirá contra empresas que cobram preços excessivos.

É importante observar aqui que as prateleiras vazias não significam necessariamente que há uma escassez.

As lojas não são capazes de ter o estoque e montar, novamente, com rapidez suficiente para lidar com a intensa procura. Até o momento, as cadeias de fornecimentos não foram significativamente afetadas. As prateleiras vazias são causadas por mudanças na forma como os consumidores estão consumindo, e não na maneira como os produtores estão produzindo. Até o momento, não houve interrupções significativas nas cadeias de fornecimentos, e o Governo está a trabalhar no sentido para que o fornecimento de alimentos continue.

Se o monopólio continuar, os supermercados serão forçados a limitar quantas compras os indivíduos podem fazer. É por isso que todos devemos acordar para a realidade de nossas ações e parar de açambarcar, imediatamente. Estaremos a prejudicar ativamente os mais vulneráveis, situação essa que devemos evitar.

Observações finais : Como Muçulmanos, vemos toda a nossa vida como um teste. Para aqueles de nós abençoados com um estilo de vida exuberante, muito distante do medo e da fome que outros experimentam em países como o Iêmen ou a Síria, enfrentamos sérios distúrbios pela primeira vez nas nossas vidas. O nosso entendimento abstrato da vida, como teste, está sendo retificado em cancelamentos em massa, ações de risco e no medo constante de um vírus potencialmente mortal. As nossas ações têm consequências muito reais. Permitir-nos--emos ser consumidos por um individualismo voraz que prejudica os mais vulneráveis? Ou seguiremos o caminho da bondade? 

Observação: Com o coronavírus oficialmente declarado como uma pandemia, igrejas, templos e mesquitas estão avaliando as alternativas para proteger as suas congregações e impedir a propagação do vírus altamente contagioso.

Mesquita Central de Lisboa encerrada durante estado de emergência "Fechamos ontem à noite. A última oração foi às 20:00 e às 20:30 fechamos. Não abre mais", referiu o sheik Munir, em declarações à agência Lusa.

Na terça-feira, o líder religioso considerava encerrar a Mesquita Central de Lisboa caso fosse decretado o estado de emergência devido à pandemia de Covid-19.

"Se o Governo decretar alerta de emergência então fechamos mesmo. Caso decrete o alerta de emergência, vamos fechar mesmo a mesquita. Não haverá nenhuma oração", afirmou na ocasião.

Sobre a possibilidade de fazer orações via 'online', David Munir disse que isso não faz muito sentido e que as pessoas só vão à mesquita para orar em congregação.

"Nós podemos fazer orações em casa. As pessoas vêm à mesquita para fazer a oração em congregação, em conjunto, mas duas pessoas é o suficiente para fazer a oração em congregação, marido e mulher, por exemplo.

Praticamente todos nós temos alguém em casa", afirmou. O imã realçou ainda que metade da religião islâmica se baseia em higiene, lembrando que todos os cuidados são poucos em relação à pandemia de Covid-19.

«Na prática muçulmana é normal nós lavarmos as mãos antes de cada oração para fazermos a ablução [rito de purificação e higienização]. Lavamos as mãos, os braços, a face e os pés e antes de cada refeição também", disse, acrescentando que ao "acordar é recomendado" também lavar as mãos».

Obrigado. Wassalam (Paz).

M. Yiossuf Adamgy

Diretor da Revista Islâmica Portuguesa AL FURQÁN

quinta-feira, março 19, 2020

MAIS VALE PREVENIR DO QUE REMEDIAR

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Allah).
Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Allah, o Beneficente e Misericordioso). Alahamdilillah! Louvado é Allah, Senhor e Criador de tudo o que existe nos céus e nos mundos. Louvado é Allah que nos concedeu tudo o que existe na terra, para nosso benefício. Bênçãos para Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) que nos deixou recomendações para preservarmos a saúde, um bem precioso.

A saúde é um privilégio e uma dádiva que Allah nos concedeu e que devemos saber defender e preservar. Podemos ter tudo, mas se estivermos doentes e debilitados, teremos dificuldades em viver ou até sobreviver. “Há duas bênçãos que muitas pessoas perdem: a saúde e o tempo livre, para fazerem o bem”. Bukhari.

O nosso corpo e as nossas roupas, devem estar sempre limpos. Um corpo saudável é melhor do que um corpo doente. Referiu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “O crente forte é melhor do que o crente fraco e nos dois há o bem”. Ahmad e Muslim. E referiu: “Ó gente, não há melhor coisa dada às pessoas neste mundo do que a convicção e a saúde. Portanto peçam a Allah essas duas coisas”. Ahmad. Por isso, é nossa obrigação, fazermos todos os esforços para cuidar a saúde, para o nosso bem-estar, para termos forças para as orações, para o jejum e para trabalharmos para o nosso sustento e a dos nossos dependentes.

A higiene e a limpeza são fundamentais para a manutenção duma vida saudável. A saúde não é um bem garantido. Devemos pedir a Allah que nos conceda a saúde, como fazia o Seu amado Profeta, quando implorava: “Ó Allah conceda-me saúde no meu corpo; Ó Allah conceda-me uma boa audição; Ó Allah conceda-me uma boa visão; Não há outra divindade senão Tu”. Sunan Abu Dawud.

Um dos principais métodos para preservarmos a saúde física e espiritual é a ablução – o uzúh, instituído por Allah através das Suas Palavras Sagradas: “Ó crentes! Quando vos preparardes para a oração, laivai as faces, as mãos (e os antebraços) até aos cotovelos; e esfregai as cabeças (com água); e (lavai) os pés, até aos tornozelos …. Allah não deseja impor-vos quaisquer dificuldades, mas (apenas deseja) purificar-vos”. Cur’ane 5.6. Allah nos adverte para mantermos limpas, as partes do nosso corpo, sujeitas à contaminação, com as quais utilizamos e tocamos, nas diversas tarefas diárias. Assim mantemo-nos limpos e purificados de sujidades e de contaminações de bactérias ou de vírus, entre as cinco orações diárias e ao longo do dia. Louvado é Allah - o Puro, que nos recomenda a pureza.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) instituiu a sunnah de efectuarmos a ablução em casa e depois dirigirmo-nos às mesquitas para as orações. Duas vantagens nesta sunnah: primeiro, por cada passo que damos em direcção ao local da oração, ganhamos uma recompensa; em segundo lugar, contribuímos para a redução das despesas da mesquita com a água. Se estivermos contaminados (às vezes sem o sabermos), evitamos passar as doenças para outros que irão utilizar o espaço. Salvar uma vida é como salvar toda a humanidade. Allahumma Sallimny Wa Salim Minny – Ó Allah, proteja-me e proteja os outros de mim.

Um pequeno valor gasto na prevenção, é melhor do que uma quantia elevada despendida para curar uma doença.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), nos aconselhou; “se ouvirmos que uma peste (ou epidemia) se manifesta numa dada localidade, não devemos lá entrar. Também referiu aos que lá estão, não devem sair”. Este conselho tem a finalidade de proteger as pessoas da proliferação de contágios. O mesmo se aplica quando uma pessoa está com uma doença contagiosa, que deverá precaver-se a ele próprio, aos seus e a todos que o rodeiam. Não se deve misturar com a comunidade. Se uma pessoa sentir os efeitos duma febre alta, muitos espirros, tosse, resfriado e gripe, deve procurar aconselhamento médico e ter fé na ajuda e no Poder de Allah.

Ó crentes! Obedecei Allah e obedecei ao Seu Mensageiro e às vossas autoridades …” Cur’ane 4.59. Vamos seguir o exemplo e as orientações do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam); quando espirrava, tapava a boca e o nariz com a mão ou com uma peça de roupa, para não espalhar gotículas para outros. Neste caso, o crente deve fazer as suas orações em casa, evitando aglomerações de pessoas. Um crente é amigo do outro, o protege, não o magoa e nem o prejudica. A prevenção é melhor do que a cura.

“Se Allah te tocar com alguma adversidade, ninguém a poderá remover, senão Ele; e se Ele te desejar o bem, ninguém poderá impedir a Sua Graça; entre os Seus servos, Ele Agracia a Quem quer”. Cur’ane 10.107. E alegrem-se os crentes que têm fé no Poder do Criador de todas as coisas, porque Allah criou a doença, mas também a sua cura. Abu Huraira referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Não existe nenhuma doença que Allah tenha criado, sem criar o seu tratamento”. Bukhari.

Fé em Allah o melhor dos Protectores, Prevenção e acatarmos as orientações das nossas autoridades religiosas e civis.

"Wa ma alaina il lal balá gul mubin - E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 3:17.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

www.abdulmanga.com – em construção

18/03/2020
(Obs: Escrito utilizando gramática portuguesa) 

O perigo invisível

Algo invisível chegou e colocou tudo no lugar.

De repente os combustíveis baixaram, a poluição baixou, as pessoas passaram a ter tempo, tanto tempo que nem sabem o que fazer com ele. Os pais estão com os filhos em família. O trabalho deixou de ser prioritário, as viagens e o lazer também. De repente... silenciosamente voltamo-nos para dentro de nós próprios entendemos o valor da palavra solidariedade.

Num instante damos conta que estamos todos no mesmo barco, ricos e pobres, que as prateleiras do supermercados estão vazias e os hospitais cheios . Que o dinheiro e os seguros de saúde que o dinheiro pagava não têm nenhuma importância porque os hospitais privados foram os primeiros a fechar.

Nas garagens carros estão parados. Igualmente os carros de última geração ou ferro velhos antigos simplesmente porque ninguém pode sair.

Bastaram meia dúzia de dias para que o Universo estabelecesse a igualdade social que se dizia ser impossível de repor.

O MEDO invadiu todos, que ao menos, isto sirva para darmos conta da vulnerabilidade do ser humano.
Não se esqueçam...BASTOU MEIA DÚZIA DE DIAS.

Autor:Desconhecido
A paz esteja convosco.

terça-feira, março 17, 2020

Senhor Corona Vírus

Corona Vírus
Esse texto veio de uma pessoa que vive na Itália...

Achei lindo e pertinente ao momento atual. "Coronavírus na região da Lombardia-Itália..."
Existem situações na vida que não se esperam, e o pior, diante delas, nos vemos impotentes.

Moro na Itália, em Como, na zona onde o Coronavírus chegou sem ninguém esperar... Corrijo, sem ninguém acreditar, pois esperar, com tantos chineses que passam pelo norte da Itália, esperávamos sim!

Escolas fechadas, academias fechadas, bares fechados depois das 18 horas, e tantos, saindo de casa somente para o estritamente necessário.

É uma situação estranha que nos leva a reavaliar algumas coisas. Nessa hora, ter um carro lindo, uma bolsa cara, roupas maravilhosas, serve para que? Não teríamos nem como usar ou a quem mostrar. 

A ÚNICA coisa que passa a importar e que se pede a DEUS é a SAÚDE. Para si mesmo e para os teus queridos.

Na verdade, como gastamos tempo em correr atrás ou pedir a DEUS coisas que não nos servem para nada, tantas vezes!

Como somos fúteis na maior parte do tempo! Como não valorizamos o que é mesmo tanto valioso!

Estamos em casa. Inventamos jogos, os almoços e jantares se tornam longos e cheios de conversa entre nós, rimos e choramos juntos do problema e cuidamos um do outro. Ninguém tem para onde ir, ou coisas para fazer. A falta de tempo ACABOU!

Fechados em casa e "presos" por causa do tal Sr. CORONAVÍRUS. Que nos faz um grande favor, apesar de tudo. Nos livra da arrogância, porque vemos que não somos nada e nem temos controle de nada. Nos livra da COBIÇA, pois entendemos que não serve a nada. Nos mostra nossa vulnerabilidade e então, nos mostra o caminho de volta a DEUS.

E por fim, nos faz perceber a nossa "Prisão" individual do dia a dia, pela tal falta de tempo e por termos que conter nossos sentimentos.

E nos LIBERTA. Nos deixa LIVRES para termos medo, para nos sentirmos impotentes, para não corrermos atrás de nada.

Afinal, o único trabalho que temos ou a única lição de casa é a de tentarmos não adoecermos.

E por último, e talvez o mais importante, nos faz REENCONTRAR os nossos amados. Aqueles com quem vivemos na mesma casa, amamos, mas muitas vezes nem nos falamos direito, A NOSSA FAMÍLIA.

E por fim, nos faz voltar a DEUS. Afinal, diante dessa nossa vulnerabilidade, é ELE e somente ELE que pode nos proteger.

No balanço geral, o Sr. Coronavírus pode até nos matar, no fim de tudo, mas CERTAMENTE nos ensina a VIVER !

Que Deus tenha misericórdia de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.(Autor Desconhecido)