quarta-feira, março 27, 2019

DEZ MANDAMENTOS NO ALCORÃO (PARTE 3 DE 3)

MANDAMENTOS VI-X  Orientação moral para o mundo de hoje lidando com órfãos, justiça, equidade, cumprimento da Aliança de Deus e o andar no caminho de Deus. Sexto mandamento: Não disponhais do patrimônio do órfão senão da melhor forma possível, até que chegue à puberdade.

A sabedoria divina ditou que a religião do Islã fosse transmitida à humanidade pelas mãos de um órfão, alguém que Deus elevou para levar Sua mensagem final para a humanidade. Muito naturalmente, os órfãos são mais que meras sombras no Islã.

A Lei islâmica define como órfão uma criança que é privada dos benefícios da parentalidade pela morte do pai. 

De forma muito parecida com a sociedade árabe antes do Islã, os órfãos não têm muito valor nos EUA de hoje. 

Hoje se estima que existam mais de 132 milhões de órfãos no mundo. Mais de 25 milhões de crianças americanas (mais que uma em cada três) são educadas em uma família sem um pai.[1] Mais de 50% dos jovens em abrigos e nas ruas relataram que seus pais lhes disseram para partir ou sabiam que estavam partindo, mas não se importaram. Um total de 2,8 milhões de crianças vivem nas ruas, um terço das quais são atraídas para a prostituição dentro de 48 horas depois de terem deixado suas casas. 1 em cada 8 jovens abaixo dos 18 anos sairá de casa e se tornará um morador de rua precisando de serviços. Em 2007, 513.000 crianças órfãs viviam fora de suas casas em lares de acolhimento ou substitutos. O Ato de reautorizarão de proteção de vítimas do tráfico de 2005 citou a descoberta do Congresso de que 100.000 a 300.000 crianças nos Estados Unidos estão em risco de exploração sexual a qualquer tempo.[2] Um estudo da Universidade da Pensilvânia estima que quase 300.000 crianças nos Estados Unidos estejam em risco de serem sexualmente exploradas para usos comerciais.

Nos EUA a palavra "órfão" raramente é usada. De acordo com o Dr. Francine Cournos, autor de City of One: A Memoir, "os órfãos de hoje nos Estados Unidos são crianças em lares de acolhimento." O termo crianças em acolhimento familiar é frequentemente usado para as crianças em lares de acolhimento, moradias coletivas e instituições.

Vinte e dois versículos da escritura muçulmana enfatizam o cuidado com os órfãos. O Islã protegeu os órfãos de serem negligenciados e legislou direitos para eles. Um desses direitos, formulado como um mandamento, é o dispêndio de dinheiro para o benefício deles. Hoje, nos EUA, isso significaria, por exemplo, que os pais adotivos deveriam gastar os US$ 420/mês (que é a média nacional) que recebem por criança para o bem-estar da criança da melhor maneira possível.

Sétimo mandamento: Disponde da medida e do peso com equidade

O mandamento tem a ver com equidade e justiça em todos os assuntos, financeiros ou não. O tratamento justo aos seres humanos é mandamento de Deus. A grande pergunta é como você pode se apegar a um princípio de tratamento justo, especialmente nos negócios, quando parece tão vantajoso não fazê-lo. Por que você deve ser justo em um mundo injusto? A resposta simples: é mandamento de Deus. Deus quer que sejamos éticos e joguemos limpo. Você deve primeiro aceitar o mandamento básico e princípio moral de práticas justas e honestas. As desigualdades econômicas e raciais generalizadas, as práticas injustas de empréstimo e a falta de moradia a preço acessível faz com que se pergunte: qual justiça e justiça de quem? A resposta é justiça de acordo com as regras de Deus. A única maneira de resolvê-las é cumprir o mandamento de Deus e dar aos outros o que lhes é devido.

Oitavo mandamento: Quando sentenciardes, sede justos, ainda que se trate de um parente carnal
O mandamento não é limitado à justiça no discurso, inclui comportamento. Deus requer que tratemos aos outros de maneira justa, incluindo os parentes. Se um relativo ou amigo cometer um erro, devemos dizer que ele está em erro? Sim, sabendo muito bem que não é uma licença para ser rude e insultar, mas uma questão de justiça. De maneira semelhante, o favoritismo, o clientelismo e o nepotismo são antiéticos. O Islã comanda seus seguidores a serem éticos e justos em face de emoções conflitantes como amor e ódio pelo outro. É exigido que um muçulmano fale a verdade e seja honesto sem ser influenciado por parentes.

Nono mandamento: Cumpra a Aliança com Deus
Em geral, cumprir as alianças e manter as promessas é uma das bases do Islã. Assegura a confiança, mantém a justiça e traz igualdade na sociedade. 

Especificamente, é exigido que um muçulmano mantenha sua aliança com Deus. O princípio básico do Islã é que Deus comanda e proíbe, portanto, Deus deve ser obedecido. A "Aliança com Deus" é a promessa feita a Deus que reconhece esse princípio básico. Como consequência, Deus recompensa e pune.

Um muçulmano deve cumprir seus compromissos e manter suas promessas. É uma indicação de lealdade à sua palavra e a Deus. A negligência nessa questão indica hipocrisia. Deus conclui com uma ênfase:

"Eis aqui o que Ele vos prescreve, para que mediteis."

Então, se você ainda não fez uma promessa a Deus de obedecê-Lo, agora é a hora de fazê-lo!

Décimo mandamento: Esta é a Minha senda reta. Segui-a e não sigais as demais, para que estas não vos desviem da Minha senda. Eis o que Ele vos prescreve, para que O temais.

O último mandamento é o mais abrangente, combinando a religião inteira. Deus basicamente nos diz que este é Minha "Senda Reta" e você deve segui-la. A "Senda Reta" de Deus é Sua religião que Ele nos enviou por meio de Seus profetas, completando-a com Sua mensagem final por meio do profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele. Todo ser humano deve seguir essa mensagem final do Islã e deixar todas as outras "sendas". Todas as outras sendas, sem exceção, afastam a pessoa de Deus e isso se equipara a destruição. As outras "sendas" são religiões antigas que foram corrompidas ou canceladas e também ideologias e filosofias ilusórias. Aderir firmemente à "Senda Reta" de Deus é proteção contra erros ou desvios. 

Assim concluímos os dez mandamentos de Deus que são relevantes e aplicáveis aos nossos tempos e fornecem a melhor estrutura para desenvolver o lado espiritual dos seres humanos.

DEZ MANDAMENTOS NO ALCORÃO (PARTE 2 DE 3):

MANDAMENTOS I-V Os primeiros cinco mandamentos são parte do regulamento de Deus nos guiando no mundo de hoje. Primeiro mandamento: Não atribuais parceiros a Deus (Shirk)

O primeiro mandamento é o mais importante e o mais fácil. É voltado para toda a raça humana, o mais severo em punição e ainda assim é um mandamento do qual as pessoas têm se desviado muito. Ignorar a primeira proibição é o que leva a todos os outros males. Arruína toda adoração e obras que dependem dele. A idolatria, conhecida como Shirk em árabe, é mais do que servir a ídolos. É acreditar em um deus ao lado do Único e Verdadeiro Deus que sozinho merece adoração e serviço. Proibir a idolatria é afirmar seu oposto: a crença adequada em e adoração de Deus. A crença adequada em Deus é o alicerce da fé islâmica e todos os outros mandamentos e proibições se apoiam nela.

Segundo mandamento: Seja bom e obediente com os pais
Devido à relação geralmente tensa entre as gerações, esse mandamento é particularmente relevante em nossos dias. A maioria das crianças de hoje estão zangadas. Estão muito zangadas com seus pais e sua infância. Talvez tenham sido magoadas quando estavam vulneráveis. Pais são imperfeitos. Muitas pessoas pensam que seus pais não merecem nenhum respeito, mas Deus nos ordena que sejamos gentis com eles. Não devemos falar de forma ríspida com eles ou maltratá-los. Ao invés disso, devem ser cuidados e tratados com boas maneiras.

Os pais são tão importantes que vêm logo depois do dever com Deus!

Ao mesmo tempo, devemos honrar, mas não adorar os pais. Deus vem antes dos pais. Devemos agradecer a Deus, o Criador, pelas dádivas incomparáveis a todos nós. Depois de Deus, devemos nossa existência aos nossos pais que nos trouxeram para essa vida. Não devem apenas ser tratados de maneira justa, mas também com gentileza e gratidão. Devem ser tratados de maneira gentil na maneira como falamos com eles, agimos em relação a eles e ao apoiá-los financeiramente, se necessário.

Terceiro mandamento: Não mateis vossas crianças por medo da pobreza
Os antigos árabes matavam seus filhos por medo da pobreza. Mas quem mataria seus próprios filhos que são suscetíveis e vulneráveis em uma época de civilização? Anualmente em torno de 750.000 crianças são consideradas desaparecidas nos Estados Unidos, aproximadamente 2.000 todos os dias.[1] Por volta de 100 crianças são sequestradas e assinadas nos EUA todos os anos.[2] Em torno de 100-200 crianças são mortas na Grã-Bretanha por ano.[3] Os assassinos são na maioria os pais. De acordo com a Sociedade para a prevenção do infanticídio, "hoje o infanticídio ainda é muito comum em áreas de extrema pobreza." [4]

Quarto mandamento: Não se aproxime de pecados "vergonhosos" cometidos abertamente ou em segredo
Esse mandamento lida com a conduta sexual para proteger a estrutura familiar. 

Quais são os pecados "vergonhosos"? O Islã ensina que são o adultério, fornicação, incesto e homossexualidade. A violação da unidade familiar é um crime contra Deus e a humanidade. Infelizmente esses pecados têm se tornado tão lugar comum que alterou a percepção da sociedade em relação a eles.

Em tempos modernos a sociedade desenvolveu expressões novas que suavizam o pecado do adultério. Muitas são grosseiras demais para repetir, mas as que não estão incluídas são: estar de caso, dormir com alguém e aventura. Essas frases criam uma noção de que o adultério está livre de culpa e não prejudica ninguém. Algumas pessoas até sugerem que é apenas uma atividade recreativa como jogar bola ou ir ao cinema! Além disso, alguns afirmam que existe um aspecto benéfico! A verdade é que esses atos provocam um extremo desagrado em Deus. Esses pecados abalam a sociedade humana e as leis que regulam o comportamento sexual são parte de toda comunidade civilizada viável.

O quão prevalente é o adultério? "Mais de um terço dos homens e um quarto das mulheres admitem ter tido pelo menos uma experiência sexual extraconjugal." [5]

Um artigo em uma edição de 1997 da revista Newsweek destacou que várias pesquisas sugerem que 30 por cento dos ministros protestantes tiveram relações sexuais com mulheres que não eram suas esposas.[6]

O Alcorão estabelece várias etapas para refrear a decadência moral propagada por pecados "vergonhosos":

1. Instituição do casamento.

2. Ênfase na vestimenta para as mulheres.

3. Evitar tentações baixando o olhar (para ambos, homens e mulheres).

4. Proibição de entrar nas casas das pessoas sem convite.

Quinto mandamento: Não mate a quem Deus proibiu matar
O Islã vê o corpo humano como uma estrutura construída por Deus que ninguém tem o direito de destruir. A vida humana é respeitada e protegida porque o corpo de uma pessoa pertence a Deus. Allah, o Exaltado, diz:

"Por isso, prescrevemos aos israelitas que quem matar uma pessoa, sem que esta tenha cometido homicídio ou semeado a corrupção na terra, será considerado como se tivesse assassinado toda a humanidade." (5:32)

A lei islâmica protege as vidas de:

1. um muçulmano

2. um não-muçulmano cidadão de um país muçulmano

3. não-muçulmanos que têm tratados de paz com países muçulmanos

4. qualquer não-muçulmano que tenha residência temporária em um país muçulmano.

Ao mesmo tempo, tirar a vida nem sempre é um mal. Derramar sangue humano é estritamente proibido, a menos que seja legislado por Deus, como a morte de um assassino (pena capital), etc.

domingo, março 24, 2019

Homossexualidade



7:28

“Quando estes cometem uma obscenidade, dizem: Cometemo-la porque encontramos nossos pais fazendo isto; e foi Deus Quem no-la ordenou. Dize: Deus jamais ordena obscenidade. Ousais dizer de Deus o que ignorais?”

7:80-81

“E (enviamos) Lot, que disse ao seu povo: Cometeis abominação como ninguém no mundo jamais cometeu antes de vós,”

“Acercando-vos licenciosamente dos homens, em vez das mulheres. Realmente, sois um povo transgressor.”

11:77-81

“Mas, quando Nossos mensageiros se apresentaram a Lot, este ficou aflito por eles, sentindo-se impotente para defendê-los, e disse: Este é um dia sinistro!”

“E seu povo, que desde antanho havia cometido obscenidades, acudiu precipitadamente a ele; (Lot) disse: Ó povo meu;eis aqui minhas filhas; elas vos são mais puras. Temei, pois, a Deus e não me avilteis perante os meus hóspedes. Não haverá entre vós um homem sensato?”

“Responderam: Tu bem sabes que não temos necessidade de tuas filhas também sabes o que queremos.”

“Disse: Quem me dera ter forças para resistir a vós ou encontrar um forte auxílio (contra vós)!”

“Disseram-lhe (os anjos): Ó Lot, somos os mensageiros do teu Senhor; eles jamais poderão atingir-te. Sai, pois, com a tua família, no decorrer da noite, e que nenhum de vós olhe para trás. À tua mulher, porém, acontecerá o mesmo que a eles. Tal sentença se executará ao amanhecer. Acaso, não está próximo o amanhecer?”

11:82-83

“E quando se cumpriu o Nosso desígnio, reviramos a cidade nefasta e desencadeamos sobre ela uma ininterrupta chuva de pedras de argila endurecida,”

“Estigmatizadas por teu Senhor; e isso não está distante dos iníquos.”

26:160-161

“O povo de Lot rejeitou os mensageiros.”

“Quando o seu irmão, Lot, lhes disse: Não temeis (a Deus)?”
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26:165-166

“Dentre as criaturas, achais de vos acercar dos varões,”

“Deixando de lado o que vosso Senhor criou para vós, para serem vossas esposas? Em verdade, sois um povo depravado!”

54:37

“E intentaram desonrar os seus hóspedes; então, cegamos-lhes os olhos, dizendo: Sofrei, pois, o Meu castigo e a Minha admoestação!”

O ISLAM PERMITE O ESTUPRO?

Devido aos recentes eventos na Alemanha, e também em relação aos vários casos de injustiça e corrupção nos quais homens em certos países muçulmanos violaram de maneira impune ou pior, em certos casos as vítimas foram acusadas da própria violação que tiverem que sofrer, me parece importante que analisemos este assunto ás luzes da própria lei islâmica segundo a ortodoxia sunita das quatro escolas e os atos de Profeta Muhammad ﷺ a respeito.

A tragedia é que em nossa época de ultra-midiatização não vem a par a analise critica da informação:

Qualquer caso horrível que se passe no ”Oriente Muçulmano” (54 países muçulmanos em 3 continentes, mais de 1,5 bilhão de indivíduos) é tomado com uma regra geral, algo que constitui uma exceção e não a norma, e é tão chocante para o ”Oriente” como para o ”Ocidente”.

Como se pudêssemos inferir um juízo sobre o comportamento do uruguaio ou de um mexicano por que há nestes países estupradores e assassinos como em qualquer outro país, e que neste países como na maioria dos países, existem machistas que vão culpar a mulher quando é vitima de estupro e também existem casos de corrupção que fazem com que um criminoso rico dotado de conexões com o poder possa ser declarado livre pela ”justiça”.

Para determinar o status legal de um ato no Islam, nós não nos baseamos nos costumes de tal ou tal povo, nem no sistema politico de tal ou tal país, mas sim nas fontes primárias da lei islâmica: o Alcorão (a Palavra de Deus) e a Sunnah (o que foi feito, dito e aprovado pelo Profeta).

E logo vem diferentes ferramentas jurídicas e fontes de lei secundárias como a analogia (qiyas), o consenso dos sábios (ijma), o esforço de interpretação em ausência de um texto definitivo (ijtihad) etc.. Os que tem autoridade para determinar o juízo legal sobre um assunto são os sábios da jurisprudência islâmica, não porque são sacerdotes, mas porque estudaram as fontes primarias e dominam as ferramentas jurídicas.

Neste caso especifico, não se tem que ir muito longe nas investigações já que as 4 escolas jurídicas da ortodoxia sunita consideram que o estupro é um dos piores pecados no Islam e que faze-lo é equivalente a ”fazer guerra ao Estado/País” (irab) e o castigo por este ato não é nada menos que a morte para o estuprador, e há um consenso absoluto dos sabios islâmicos sobre este assunto. Só é suficiente o testemunho da vítima para que um estuprador seja reconhecido como taal, se este testemunho está respaldado por provas circunstanciais.

O único debate que existe acerca deste tema é entre a escola hanafi e maliki, sobre se a vítima deve receber uma compensação financeira ou não.

O juízo legal sobre o estupro se baseia sobre a prática direta do Profeta Muhammad ﷺ em Medina e seus Companheiros:

”Uma mulher, durante a época do Profeta ﷺ, saiu (para a mesquita) para a oração, e um homem a atacou e a estuprou. A mulher gritou e o homem se foi, e logo outro homem se aproximou e ela lhe disse: ”Este (homem) me fez tal e tal coisa”. Depois veio um grupo dos Companheiro do Profeta dentre os imigrantes (al-Muhajirun), e ela lhes disse: ”Esse homem me fez tal e tal coisa”. Os companheiros se foram e apanharam o homem pensando que ele que havia estuprado esta mulher e lhe trouxeram até ela. E ela disse: ”Sim, é ele.” Então o trouxeram para o Mensageiro de Deus ﷺ. Quando o profeta ﷺ estava para pronunciar a sentença, o homem que (realmente) havia atacado a mulher se levantou e disse: ”Oh mensageiro de Allah, sou o homem que fez isso a ela”. E ele (o Profeta) disse a mulher: Podes ir, Allah não tem nada contra ti. E sobre o homem que havia estuprado, disse: ”Matem-o (por apedrejamento).”

Também se agrega um exemplo durante o Segundo Califado, o Califado de Omar ibn al-Khattab, o grande companheiro do Profeta ﷺ:

”Um escravo teve relação com uma escrava sem seu consentimento. Omar Ibn al-Khattab o açoitou e o expulsou (da sociedade) e não açoitou a escrava por que o escravo a havia forçado.”

Para confirmar isto, é importante agregar a oposição explicita do Imam Malik (nascido no ano 93 da hégira), fundador da escola maliki:

O que está decidido na nossa comunidade sobre um homem que viola uma mulher, virgem ou não virgem, é que deve pagar a vitima uma ”compensação” e logo o castigo corporal (hadd) deve ser aplicado sobre ele, e não há castigo para a mulher estuprada.”

Oque se utiliza em geral para atacar o Islam é a falsa ideia de que o Alcorão permite o estupro dos escravos por seus amos e então, por extensão, aceita o estupro.

Utilizam um versículo corânico que fala da legitimidade religiosa das relações sexuais com esposas e escravas, implicando que o Alcorão diz que é possível ter relações sexuais fora do casamento. Isto é dado a concepção totalmente diferente do que é uma escrava na cultura ocidental e nas demais culturas do mundo. Está especificado no Islam que o escravo deve ter a mesma roupa (em caridade), comer da mesma comida e dormir em uma cama (da mesma qualidade) que seu amo. Uma pessoa não ”nasce escrava” no Islam e não existe nenhum conceito que faz com que alguém seja escravo porque tem tal cor de pele.

Cada pessoa nasce livre como o dito pelo segundo Califa e Companheiro do Profetaﷺ Omar Ibn al-Khattab:

”Como irão fazer deles escravos quando suas mães lhes trouxeram a esta vida livres?”

Até existiu uma dinastia muçulmana de escravos: o Sultanato Mameluco.

Isto contrasta bastante com a concepção da escravidão que era vigente no mundo colonial ocidental na qual o escravo tinha o status jurídico de mobília (ver: “Le code noir”, manual jurídico francês sobre a escravidão de 1685).

É importante focar que o Islam não autoriza a escravidão, porém a regulou. Tal como o Islam não autoriza a pobreza porém há muitas leis e regras de como tratar e ajudar os pobres. Não existe um texto, nem na Sunnah nem no Alcorão que legitime o ato de tomar um homem livre e lhe fazer escravo. Era algo comum a época da Revelação e era o caso em todo o mundo da época. Está agora proibido por consenso dos teólogos muçulmanos.

Para voltar ao tema, e clarificar definitivamente este assunto, o Imam Shafi’i, fundador da escola shafi’i disse:

Se uma pessoa estupra (força) uma escrava, ela deve ser libertada e ele será castigado pelo castigo do estupro.”

Então, o versículo não legitima o estupro de escravos, mas fala da legitimidade das relações sexuais com as esposas, que sejam livres ou escravas.

Allahu Alam,
E Deus sabe mais. - Dante Ibrahim Matta, 2016
Fonte com comentários e bibliografias utilizadas pelo autor em: http://www.sunnismo.com/preguntas/la-violacion-a-la-luz-de-la-ley-islamica-y-de-la-tradicion-profetica